23 março, 2016

UNIÃO… CONTRA A VOSSA REPRESSÃO!

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No sexto dia do presente ano civil, o FC Porto recebeu o Rio Ave no estádio do Dragão, em jogo a contar para o campeonato nacional. Quatro dias depois de termos perdido a liderança no Campo Grande e sob forte clima de tensão (recorde-se a chegada da equipa na madrugada de Domingo dia 3 de Janeiro), os Super Dragões reuniram-se e decidiram manifestar (mais uma vez) o seu apoio à equipa. Para que não restassem dúvidas que a claque caminhava ao lado dos jogadores, apoiando-os mais que os 90 minutos, foi decidido que iria ser feita uma “recepção” à equipa, desde o momento em que o autocarro saiu da VCI, até entrar na garagem do estádio.

E assim foi. Vários elementos marcaram presença nesse “cortejo”, grande parte dele dentro do túnel imediatamente antes do P1. Na altura, há dois meses e meio, essa acção foi muito bem recebida, não só pelos jogadores (que acabaram por empatar 1-1 no último jogo do Lopetegui como nosso treinador) como também pelos portistas em geral. E mesmo a comunicação social foi elogiosa nas notícias e deu destaque ao sucedido.

Naquele momento, tirando a pressão sofrida por um fotógrafo que estava a registar o momento, por parte da polícia, que queria ter acesso às fotografias (agora já se sabe porquê!), nenhum incidente foi registado. Os ultras cantaram, rodearam o autocarro, fizeram-se ouvir e puxaram pela sua equipa.

Ninguém foi identificado, nem sequer abordado por parte dos PSP’s presentes. Mais de dois meses depois, cerca de uma dúzia de elementos dos SD que lá estiveram, receberam nas suas residências multas de 300 euros para pagar, pelos 11 minutos em que atrasaram o trânsito.

Dois precedentes gravíssimos foram abertos. Antes de mais, o comunicado emitido pelos SD já diz tudo e basta assinar por baixo. Ainda assim, queria realçar esses dois pontos. Os Super Dragões são a primeira claque a nível nacional multada por provocar condicionamento no trânsito. Onde anda a PSP quando as outras claques o fazem, seja para apoiar ou insultar, ou mesmo quando é para festejar um campeonato? Estarei atento e se nada aconteceu até aqui, é bom que a partir de agora, todo e qualquer atraso na circulação automóvel provocado por um elemento de uma claque seja punido com multa prevista na lei.

Deixem de apontar só aos azuis e brancos!!

O segundo ponto é bem mais grave. Ora então se NINGUÉM FOI IDENTIFICADO, nem sequer abordado, como é que chegaram as multas aos elementos?!? É simplesmente uma provocação. Não basta os elementos serem conhecidos. Obviamente que se estão em todos os jogos e fazem parte da claque, são pessoas conhecidas à maioria que ande atenta e marque presença todos os jogos. Mas isso não pode servir de pretexto. Então imaginemos que da próxima vez, estão 100 pessoas numa acção parecida, vinte conhecidos e oitenta que a PSP nunca viu mais gordos, ninguém é identificado e a PSP faz queixa apenas dos vinte que conhece, é isso?!? Só porque sim?? Porque andam lá sempre??

É a repressão policial ao mais alto nível. Aquela que nos provoca uma raiva enorme, porque não sou terrorista nenhum e só porque vou aos jogos quase todos do meu Clube, não tenho que ser vigiado ou perseguido pelas autoridades. Não tenho que me identificar só porque gosto de ver os jogos de pé, a cantar, a bater palmas ou a agitar uma bandeira. Não tenho que ser revistado de modo diferente só porque a minha bancada é num sector ultra. Não têm que falar comigo de forma diferente só porque não sou um adepto “normal”.

Não sou nenhum delinquente que tenha de ficar enjaulado numa camioneta cada vez que o Porto joga fora, não puder ir à casa de banho durante a viagem e só poder sair da camioneta se entrar DIRECTAMENTE para o estádio.

E tantas, tantas outras coisas. Não é agindo assim que depois se vem pedir bons relacionamentos com os elementos das claques. Ainda a semana passada, durante o clássico com os lampiões em andebol, um estandarte pendurado no varandim foi, admito que sem querer, derrubado por um polícia. Um elemento deslocou-se ao local para o colocar no lugar e numa troca de palavras o agente em causa agarrou-o por um braço, partiu para a agressão e já o queria colocar fora do pavilhão, criando logo ali uma confusão desnecessária entre ultras e PSP.

As autoridades que façam o seu trabalho, que estão lá para isso mesmo e que nós façamos o nosso. É simples. Não precisamos de ser constantemente provocados por sermos “de uma claque”.

Cerca de 20 mil espectadores na recepção ao União da Madeira, em mais uma vitória sofridíssima do FCP. No último fim-de-semana, deslocação de quase 700 quilómetros dos nossos ultras, presentes e audíveis no Sado.

Connosco nunca estarás só!

Um abraço ultra.

1 comentário:

  1. "Não sou nenhum delinquente que tenha de ficar enjaulado numa camioneta cada vez que o Porto joga fora, não puder ir à casa de banho durante a viagem e só poder sair da camioneta se entrar DIRECTAMENTE para o estádio."

    É de facto inaceitável que se tratem pessoas como animais. Mas o caro Tripeiro sabe que pelo menos alguns se comportam como tal. Não me refiro às nossas claques, mas a todas de Portugal com alguma dimensão. Há muitos registos de incidentes inaceitáveis em áreas de serviço, cafés, etc. e até aeroportos. Fazer o quê então?

    Eu sou contra este "enjaulamento" de pessoas. Aliás, indo muitas vezes ver o Porto fora e não pertencendo a nenhuma claque, acabo por levar por tabela. Preferia uma solução mais à inglesa, tentando não se chegar ao radicalismo de proibir claques organizadas, mas identificando todos os seus membros e punindo individualmente quem não se souber comportar. Se 10 ou 20 destroem propriedade privada ou agridem, devem ser processados de acordo, em vez de penalizada toda uma claque. Além de responsabilizados civil e/ou criminalmente, serem obrigados a apresentarem-se em esquadras quando joga o seu clube. Entre outras coisas. Menos repressão mas mais responsabilização.


    Abraço portista,

    LAeB : Do Porto com Amor

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