18 abril, 2016

TUDO TEM UM TEMPO... E ESTE CHEGOU AO FIM!

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Serena e tranquilamente, com o dever de missão cumprida, o blog BiBó PoRtO, carago!! suspende a sua atividade, passados que foram 3.615 dias (quase 10 anos), ultrapassadas que foram as mais de 10.048.000 visualizações e publicados que foram mais de 10.000 posts e 55.500 comentários.

Naturalmente, não se trata de um adeus definitivo, tão só, um até já...

Recordo o que aqui foi escrito no primeiro post, no dia 25/05/2006.

Este blog, seria sempre um espaço de opinião pessoal, onde se iria vociferar, espernear, comemorar efusivamente e lamentar (dolorosa, mas terapeuticamente) as incidências da nossa vivência clubística, o FC PORTO.

Seria um blog nortenho, pouco elitista e MUITO PORTISTA, inteiramente dedicado ao (nosso) sempre mágico clube, o FC PORTO, aquele clube que NUNCA DESISTE e com uma ALMA e ORGULHO imenso que pode ser combatido... mas NUNCA DERRUBADO.

Estaríamos sempre na frente da batalha para o APOIAR e DEFENDER, nunca deixando de ser críticos e exigentes, apenas com um fim: tornar o FC PORTO cada vez maior, porque a eternidade é o nosso limite.

Poderia acontecer que aqui se postasse em momentos de cabeça extremamente quente; poderia ser que outras fossem produto de reflexão prévia... mas, só porque o FC PORTO fazia parte de nós, e nós, muito humildemente, nos atreveríamos a dizer que também fazíamos parte do FC PORTO.

Aqui chegados, estarão alguns já a interrogar-se, o que terá mudado de lá para cá?

Em primeiro lugar, ilibar todos os (actuais) colaboradores deste espaço de opinião de qualquer responsabilidade nesta tomada de decisão que, assumo exclusivamente como minha, sem retorno possível, apesar das muitas tentativas de me demover que foram feitas ao longo das últimas semanas.

Desenganem-se todos aqueles que julguem tratar-se de uma consequência fruto de algum tipo de pressão externa (como se isso fosse possível) ou até mesmo, um puro acto de cobardia em jeito de a tempestade ainda nem começou e os ratos já começaram a fugir (a esses pobres de espírito, donos de uma tão pequenez mental, o silêncio das palavras, será mesmo a melhor resposta).

Esta decisão foi sendo pensada desde há muito tempo atrás, interiorizada e amadurecida até, ironia do destino, dos tempos em que ainda se ganhava, mas onde os maus sinais já eram por demais evidentes e nos entravam pelos olhos adentro.

Quem me conhece, quem comigo priva, quem acompanha o FC PORTO da mesma forma que eu acompanho, sabe muito bem do que falo. GANHAR, NÃO É TUDO. NUNCA FOI. O PAI DAS VITÓRIAS, SERÁ SEMPRE O PAI DAS DERROTAS. A CULPA NÃO PODE MORRER SOLTEIRA. Para bom entendedor...

No entanto, se esperam ver aqui espelhado e retratado o “sangue”, o “horror”, o “mal dizer”, o “apontar o dedo”, o “insulto baixo e torpe” num qualquer remake mexicano da noite das facas longas, não percam o vosso tempo. Estão no local errado...

Convém NÃO ESQUECER NUNCA, que quando o FC PORTO estava no apogeu, não faltaram "amigos" para lhe dar palmadinhas nas costas. Quando foi Rei e Senhor na Europa e cá no burgo, não faltou quem o idolatrasse. Quando os "ventos" corriam de feição e levavam a Nau a bom porto, lá aparecia sempre alguém que o ajudava a dobrar mais um obstáculo.

Mas agora que quebrou, que adoeceu, que está fraco e sem forças, que perdeu a sua identidade e não distingue os tortuosos e traiçoeiros caminhos que atravessa, não parece ter uma mão amiga que o ampare, um incentivo que lhe crie algum conforto, alguém que simplesmente olhe para ele e diga:

- "ESTOU AQUI PARA TE APOIAR, ESTOU AQUI PORQUE TE AMO". Talvez umas palavras de conforto de circunstância, fazer-te ver que temos altos e baixos, no percurso da vida, que talvez consigas encontrar uma perspetiva otimista e esperançar tua alma que teu futuro será melhor.

São estas e outras que levam a que se suspenda aqui a atividade a partir da meia-noite do dia 17/04/2016, data escolhida de forma pouco ou nada inocente, cada um, querendo ou não, tire as ilações.

Este espaço foi pensado, criado e gerido até aqui, sempre e sempre, com um único objetivo: SERVIR E DEFENDER O FC PORTO, nunca para se servir ou atacar o FC PORTO. Escusado será chamar a atenção que estou a falar apenas e só do clube, não dos homens...

Se alguém alguma vez julgou ou idealizava ver este espaço transformado numa “casa de putas”, de discussões estéreis, sempre com o FC PORTO como pano de fundo, de “pintistas” a degladiarem-se contra os “anti-pintistas” (ou vice-versa), a discutir-se tamanhos de “pilas” qual delas a maior, quem é carneiro e quem é afinal mouro, etc, etc, enganou-se redondamente. Ficam todos a falar sozinhos...

O meu, o teu, o nosso FC PORTO, hoje por hoje, se calhar, mais do que nunca, precisa de paz, de sossego, de tranquilidade, de conforto, de apoio, de amparo. Pela nossa parte, a partir de hoje, começamos, nós, aqui, já, a fazer a nossa parte. Cada um, querendo, faça também a sua introspeção...

Com tudo isto, penso estarem explicados os motivos desta suspensão, sem mais conversa, sem choros, com pensamento pela positiva, de cara alegre e boa disposição, bola prá frente, e que no final, o meu, o teu, o nosso FC PORTO, ganhe sempre.

Por fim, não queria deixar de agradecer a todos os colaboradores, os actuais e os ex’s, por me terem aturado ao longo de todo este tempo (isto ainda não acabou, só agora é que vai começar, vale meus amigos/as?), bem como a todos vocês, nossos leitores, por nos terem acompanhado até aqui nesta viagem, ajudando a tornar este “sonho”… uma bonita realidade.

Particularmente, a todos vocês, sem exceções, o meu MUITO OBRIGADO... e, até já.

bLuE bOy

17 abril, 2016

OS DOMINGOS À TARDE, AS QUARTAS-FEIRAS EUROPEIAS E A MEDIÇÃO DO PORTISMO.

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Tenho 42 anos, feitos anteontem. O meu nome é Pedro Cardona. Escrevi e escrevo sempre neste magnífico espaço, recheado de gente boa, com o nickname 4LUSOS. Mas não me escondo atrás de um computador, de uma tela ou de um nome falso. Eu existo, dou a cara e não sou cobarde como muita gente infelizmente mostra em muitos outros espaços.

Começo este último post por aqui para deixar bem claro que a minha postura é e foi sempre a mesma onde quer que esteja. Seja em casa, no café, no estádio, em tertúlia ou no emprego. Há gente que não gosta de mim mas também há gente que gosta. E é este último grupo que a mim me interessa. O outro grupo que se amanhe, é para o lado que durmo melhor. Não sou politicamente correcto nem gosto de o ser mas respeito diferentes posturas e formas de pensamento distintos dos meus. Não tenho nada contra ninguém, nem é isso que me move. Se fosse isso, coitado de mim, estaria a perder o meu tempo precioso.

Isto a propósito de medição de portismos. Vivemos uma fase muito má da história do clube em que cada um dá o seu bitaite e cada um opina segundo as suas convicções. Falo apenas daqueles que são verdadeiramente portistas. Os que opinam ou “botam faladura” apenas para criar divisões e confusões, com esses nem vale a pena perder o meu tempo.

Em cada crónica – das muitas que escrevi - fui visado, fui insultado por mensagem privada mas também fui elogiado e tive palavras de concordância para com as minhas prestações. Como em tudo na vida, as coisas são mesmo assim. Quem não quiser assim, que não ande à chuva para não se molhar. Quem quiser agradar a todos, pois esqueça e deixe-se estar no seu cantinho que é melhor.

Quando fui convidado para ser colaborador deste blogue, numa primeira fase, com a exposição e partilha da maior videoteca particular conhecida, e numa segunda fase como cronista dos jogos de futebol da equipa principal do nosso clube, sabia muito bem o que me esperava.

Foi com um objectivo e uma missão que aceitei este desafio. Escrever sobre o FC PORTO e defender o clube da forma que sei, da forma como o vivo e da forma como o vejo e penso. Confesso que cresci e aprendi muito com ilustres colaboradores e ilustres amigos deste espaço pois se assim não fosse não teria de forma alguma aceitado tão honroso convite.

Abandonaria de imediato essa responsabilidade ou então rejeitaria liminarmente fazer parte do que quer que fosse neste projecto. Mas sabendo também e conhecendo este espaço de excelência, não foi nada difícil aceitar tal convite. Pena a colaboração terminar agora, não por minha vontade, não sei se em definitivo, mas pelo menos por enquanto. Com muita pena minha, com toda a sinceridade!

A medição de portismos é estúpida, é pretensiosa, é elitista, é selectiva… Há muita gente que se intitula mais portista do que outros e fazem ver isso de forma descarada e arrogante. Ou somos por esse tipo de gente e vamos atrás da “carneirada” ou então somos contra esse tipo de gente e não somos portistas, apenas queremos criar divisões, confusões e lampiões.

A esses eu digo que tenham lá calma que não há ninguém que me vai dizer que eu não quero o bem do FC Porto. Nem eu admito isso. Seja com o presidente A, B ou C. O que quero é vencer, o que quero é que o clube progrida, o que quero é que o clube seja cada vez melhor a cada dia. E quero que ninguém se coloque acima do clube. Isso é o que quero.

Mas isso não invalida que deixe de criticar, que deixe de fazer as minhas análises ou que deixe de mostrar a minha insatisfação perante situações que são criticáveis. Não invalida que também que se alerte para o que se passa de menos bom no clube. Concorde-se ou não!

Mas não! Muita gente vem, não raras vezes, com a história de que com esta postura só se contribui para a divisão e para o enfraquecimento do clube. Errado! Completamente errado. Pura ilusão! E mais errado se torna, se unidos significar ser coniventes com o que de mal se estiver a passar. E é isto que muita gente confunde.

A contestação deve estar sempre presente para funcionar como um alerta e não devemos entender a contestação como uma divisão, como o bota-abaixo ou o semear da confusão. Se não houve contestação, então aí as coisas ficarão muito complicadas. A contestação a ser feita é agora, é quando as coisas estão mal e pretendemos com ela mudar o que está mal ou levar as pessoas a mudar. É nesta base que me situo e é nesta base que SEMPRE me situarei. Porque quando foi para elogiar e para dizer bem, também estive sempre presente. E continuarei a estar com certeza.

Que fique bastante claro porque eu penso e sempre pensei pela minha cabeça, analiso (mal ou bem) as situações mas há uma coisa que nunca ninguém me vai tirar: o meu livre arbítrio! Quero também deixo bem sublinhado que sou pessoa para dar a mão à palmatória quando reconheço que estou errado.

Posto isto, comunico novamente que deixarei de escrever neste espaço e vou aproveitar para trabalhar a fundo no meu projecto sobre as malhas e equipamentos bem como sobre a história do FC Porto. Além disso, conto regressar ao meu cantinho onde cresci e onde aprendi a ser FC PORTO desde o verão quente de 1980.

As minhas memórias dessa altura são muito nebulosas, descontinuadas, talvez um pouco confusas e perdidas no tempo. Tenho memórias também muito suaves dos jogos do FC Porto com o Sporting e Benfica de 81-82 e 82-83 que acompanhei via radio e também da eliminatória de 82-83 com o Anderlecht que foi o primeiro murro sentido no estômago. Estas são algumas das memórias soltas que pairam no meu baú de recordações.

Mas foi verdadeiramente a partir do verão de 1983 que comecei a seguir o clube consistentemente quando pela primeira vez entrei no antigo e saudoso estádio das Antas pela mão do meu Pai para assistir ao primeiro jogo ao vivo.

No dia 29-07-1983 assisti ao jogo de apresentação aos sócios contra o Servette da Suíça, jogo que vencemos por 3-1. E é com esta parte que quero dar seguimento a esta extensa crónica para me despedir de quem acompanha este espaço de uma forma regular.

Estávamos numa noite quente de verão. O FC Porto apresentava-se para a nova época de 1983-84. Uma época com esperanças renovadas e em que se acreditava no título nacional que já fugia a caminho da 5ª época. Foi esta a primeira época em que registei as primeiras memórias mais nítidas e que me causam uma nostalgia indescritível.

Não vencemos o campeonato nessa época por 3 pontos de diferença, no qual sofremos apenas 9 golos em 30 jogos mas vencemos a Taça de Portugal, a Supertaça e estivemos na nossa primeira final europeia em Basileia contra a equipa do moralista e paladino da verdade e da sinceridade intocável que agora se encontra a pagar pela sua conduta irrepreensível.

Os jogos acompanhava-os sempre pela radio época após época. Os jogos não eram televisionados. Não, não ia ao estádio! Não tinha a facilidade de me deslocar às Antas como muitos de vocês, uma altura em que atravessar o Marão era um sacrifício terrível para mim. Por motivos de saúde, nos primeiros anos de vida deslocava-me semanalmente às quintas-feiras ao Porto para regressar a Vila Real no dia seguinte. Eram viagens de grande sacrifício em que enjoava grande parte do caminho e as viagens pareciam demorar o dobro do tempo real. Quem me dera que essas viagens de sacrifício fossem feitas para ir ver o nosso PORTO ao nosso saudoso estádio. Mas não! Foram sim, viagens por motivos de força maior.

Mas, voltando ao que é ser FC PORTO segundo o meu ponto de vista, recordo com bastante saudade e lágrima no canto do olho as tardes de Domingo de futebol e as noites de 4ª feira de competições europeias com a Frente Desportiva e a Radio Placard narradas e relatadas por grandes nomes da radio como são os casos de Gomes Amaro, Óscar Coelho e Fernando Maciel. São momentos inesquecíveis, agarrado ao radio lá de casa a pilhas com o som no máximo ao ponto de incomodar o vizinho quando o golo chegava acompanhado com o musical “Que bonito é…”. A recordação nostálgica dos passeios de carro com os meus pais aos Domingos à tarde pela cidade de Vila Real e arredores com a radio a relatar o que se passava nos relvados e pelados deste país.

Golos de Jacques, Gomes, Walsh, Vermelhinho, Futre, Jaime Magalhães, Frasco, Sousa, André, Juary, Madjer, Rui Barros, entre muitos outros…. A ansiedade com que aguardava a noite para ver o Domingo Desportivo apresentado pelo saudoso Manuel Fernandes, de forma a ver os golos e as jogadas principais de cada jogo, a compra do meu primeiro gravador VHS com que iniciei as gravações por 90 contos (450€), o nascimento da minha videoteca, a construção de uma colecção que jamais imaginaria que ainda hoje perdura, são algumas das memórias inapagáveis do meu íntimo.

Gostaria muito de voltar a ouvir os relatos de outrora ou então transportar alguns deles para os poucos jogos televisionados da altura e que constam na minha videoteca particular. Seria uma forma de recordar e de reviver os mais belos feitos do DRAGÃO.

Quando um jogo era televisionado era uma festa lá em casa. Era um grande dia, um grande acontecimento, bem como uma noite de 4ª feira de competições europeias, mesmo com os jogos acompanhados apenas pela radio. Os dias na escola pareciam não acabar quando era dia de jogo. Estava na sala de aula a imaginar os resultados, como seriam os golos, quem seriam os marcadores, simulava num pedaço de folha quadriculada ou de linhas as jogadas, idealizava o onze inicial e respectivas substituições. Eh pá, que saudades!

Lembro-me muito bem do meu Pai deslocar-se à minha escola primária a meio da tarde para me ir buscar e correr para casa para ver o jogo de Donetsz, a Páscoa passada no Algarve a ver os heróis de Aberdeen pela tv, sair a sprintar da escola secundária no 7º ano em direcção a casa para ver o jogo em Brondby… Enfim, não vou continuar porque senão emociono-me.

Alguns momentos que guardo com uma nitidez impressionante nas minhas memórias e que me marcaram pela positiva ou pela negativa, para além dos já citados anteriormente, passam pelas eliminações do Zagreb e do Rangers nas Antas pela margem mínima; pela reviravolta nas Antas e qualificação frente ao Donetsz; pelos confrontos com o Aberdeen que nos permitiram ir a Basileia; pelos roubos de Prokop e Langenhove; pelas maiores enchentes de sempre nas Antas com Belenenses 85 e Covilhã 86; pela noite de Juary frente ao Barcelona ou o jogo de grande carácter em Amesterdão na mesma época; pelas idas a Brondby e Kiev; pelas vitórias na Luz 85 e em Alvalade 86; pela vitória do campeonato em Setúbal; Viena, Tóquio, novamente Amesterdão; pela bomba no hotel e a banheira de Roterdão; pelos 5 de Bremen; pela morte do Rui Filipe; pela supertaça na Luz; o TRI, o TETRA, o PENTA; Sevilha, Gelsenkirchen, Yokohama, Dublin; pela rega e o apagão na Luz e a remontada no galinheiro; pelo momento Kelvin…

Poderia estar aqui a dissertar e falar em cada um destes momentos inolvidáveis e outros não citados mas não chegaria um livro quanto mais uma crónica. É disto que eu tenho saudades, de ver um Porto à Porto, um Porto com jogadores que nos fizeram crescer, acreditar, vencer e ultrapassar barreiras e fronteiras. Um Porto que jamais voltou a sentir-se derrotado só pelo facto de atravessar a ponte.

Onde está esse FC Porto? Onde estão jogadores carismáticos que fizeram a identidade do FC Porto? Onde está o seu ADN? Onde está o equipamento branco com duas faixas azuis costas-frente único no mundo que era outra das grandes identidades do clube?

Pensem no FC Porto dos últimos 30 anos. Pensem o que aconteceu ao FC Porto até 82, visto como um clube de província, simpático, que aparecia amiúde na Europa e transformado pós-82 num dos clubes mais respeitados do Velho Continente. Reflictam, analisem, refresquem a memória e vejam naquilo em que se está a transformar presentemente.

Um bem haja a todos, com uma palavra especial ao mentor deste grande espaço - o Blueboy - a quem devo a minha participação e a oportunidade que me deu de ter feito parte de um projecto que considero de grande envergadura, de conhecimento, de aprendizagem e partilha, que será infindável e que permitiu criar uma espécie de família onde os laços de amizade e solidariedade estiveram sempre presentes.

Entrei neste blogue em Setembro de 2011 e escrevo a minha última crónica a 16 de Abril de 2016. São quase 5 anos num espaço que completará no próximo mês dez anos de existência.

Um abraço! Vemo-nos por aí.

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16 abril, 2016

321 POSTS DEPOIS, A ÚLTIMA VEZ!

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321 posts depois, quase 9 anos depois (estreei-me em junho de 2007) do meu 1º texto, escrevo pela última vez neste espaço de referencia da blogosfera azul e branca.

Ao longo destes quase 9 anos partilhei com todos vocês as minhas alegrias, tristezas, dúvidas e reflexões sobre o CLUBE QUE TANTO AMO.

Durante esses 9 anos em que aqui escrevi, partilhei convosco seguramente muito mais alegrias que tristezas. Partilhei convosco a alegria do tetracampeonato de 2009, o último ganho por Jesualdo Ferreira, a alegria de 3 taças de Portugal ganhas na capital do império (a última das quais assisti “in loco”), a fantástica época de AVB em que esmagamos tudo e todos e que culminou com Helton a levantar a Liga Europa enriquecendo ainda mais o nosso palmarés internacional, partilhei a enorme alegria pelo bicampeonato de VP, a que se juntaram também as respetivas supertaças.

Enquanto aqui colaborei, foram 14 títulos ganhos pelo FC Porto, cuja alegria partilhei convosco. Nenhum adepto de outro clube português ganhou o mesmo número de títulos nesse período de tempo, nem tão pouco ousou festejar algo que só os Portistas sabem fazer na era moderna do futebol: vencer uma competição europeia!

Neste meu último post, quero de forma muito especial deixar as seguintes palavras:
  • Mil vezes obrigado ao bLuE bOy por me ter dado a oportunidade de escrever neste fantástico blog, escolhendo-me no já longínquo casting de escolha de “novos bitaiteiros” em meados de 2007. Obrigado por tudo!

  • Muito obrigado a todos os atuais e antigos colaboradores do blog pelos momentos de reflexão, partilha de alegrias e também algumas tristezas. Foi um prazer ler os vossos artigos e refletir convosco sobre o nosso FC Porto!

  • Muito obrigado a todos os meus leitores, a quem comentou os meus posts, a quem comigo refletiu sobre o nosso FC Porto e até a quem discordou por completo das minhas opiniões, porque a divergência é também de salutar em democracia. A liberdade permite isso mesmo, a livre troca de ideias, sem mordaças, sem medos, nem limitações. O meu objetivo foi sempre refletir em conjunto e nunca escrever textos em modo monólogo, apenas agarrado às minhas convicções. Procurei sempre interagir com quem comentava os meus posts, promovendo um debate saudável, frutuoso mas sempre com respeito pelo clube e seus profissionais (ainda que em vários momentos tenha “desancado” nalguns profissionais do clube…);

  • Muito obrigado aos profissionais do meu clube, todos sem exceção do roupeiro até ao Presidente, que contribuíram na medida das suas responsabilidades para que eu enquanto Portista festejasse 14 títulos nas últimas 8 épocas, alegrias essas partilhadas com todos vocês. Partilhei convosco muito mais alegrias que tristezas e isso deve-se ao FC Porto clube e equipa. Os últimos 3 anos não me fazem esquecer os anteriores 29 anos em que tive MUITAS alegrias e vi o meu clube ganhar tudo (com exceção apenas da extinta Taça das Taças e da “importante” taça da liga…).
No último parágrafo do meu último post, a minha mensagem não poderia deixar de ser o espelho daquilo que procurei sempre fazer aqui ao longo de quase 9 anos: refletir sobre o FC Porto? Sim! Identificar os problemas? Claro! Propor soluções? Obviamente... Mas temos de estar SEMPRE unidos em prol da defesa do FC Porto, mesmo que não concordemos com o atual rumo. Existem meios próprios e formas de demonstrar o descontentamento e apresentar alternativas de modo construtivo e útil. O momento é MUITO difícil, claramente o momento mais difícil da era Pinto da Costa, mas o clube não pode cair num fosso tal que se destrua por completo tudo aquilo que demorou tanto tempo (e muito trabalho também!) a construir. Os adeptos, nesse particular, também têm uma palavra a dizer, não intranquilizando ainda mais a equipa. Bem sei que há coisas inacreditáveis que neste momento se passam na equipa, mas não há outro caminho até final da época e é com estes que se vai tentar acabar a época com toda a dignidade e dar tudo para vencer a Taça de Portugal, a 2ª competição interna mais importante!

OBRIGADO A TODOS!

FC PORTO SEMPRE NAS VITÓRIAS E NAS DERROTAS!!!!!

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15 abril, 2016

NASCI DRAGÃO, NÃO FAÇAM DE MIM ANDRADE!

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Num passado já muito distante, aqueles que apoiavam o FC Porto eram, não muito carinhosamente, apelidados de “Andrades”. Durante negros e numerosos anos de jejum, os “Andrades” viviam alguns momentos de felicidade, seja através de uma excelente equipa de andebol (os campeoníssimos, que levaram a que os rivais nos apelidassem de Andebol Clube do Porto), de um ou outro titulo nas camadas jovens ou de um campeonato nacional de basquetebol, liderado pelo mágico Dale Dover.

Os “Andrades” acreditavam que um dia chegaria a sua hora e até faziam coletas para pagar postes de iluminação ou comprar craques como Cubillas. Apesar do amor ao Clube e do espírito de missão, tinham uma estranha tendência para a autofagia: rasgavam cartões de sócio em barda ao primeiro revés, envolviam-se em inúmeras guerras internas e até chegavam a vetar o melhor treinador Português da atualidade, mesmo que o seu coração fosse Azul e Branco.

Eu não nasci “Andrade”, por isso a recordação é feita através dos relatos que fui ouvindo. “Andrade” para mim era o Marcial, o bigodudo chefe de família Portuense que ia às Antas no intervalo das “duras” que a sogra lhe dava na célebre série da RTP.

Nasci na era dos Dragões, fortes, corajosos, incisivos. Liderados por um Presidente irrepetível, com equipas feitas de raça, talento e magia, sabíamos bem o que nos distinguia dos outros.

Ninguém gostava de nós: só mesmo nós, os Portistas. Os outros tinham as estrelas e as manchetes, mas nós ganhávamos mais. Quando perdíamos não demorávamos muito a levantarmo-nos, mesmo que fosse na ressaca de um campeonato perdido em casa com o maior rival, nos últimos minutos de um jogo traumatizante. Respondíamos de pronto com um bicampeonato, mesmo quando eles é que tinham os craques mediáticos e iam buscar os Futres com o dinheiro do Estado centralista.

Aquelas camisolas tinham um padrão, não apenas nas riscas cuidadosamente desenhadas que então eram imutáveis e reconhecíveis a larga distância. Quem a vestisse muitas vezes tinha de ser especial. Cem ou duzentos jogos pelo FC Porto não era para qualquer um, fosse no futebol ou em qualquer outra modalidade. Tirar o pé ou jogar de cadeirinha não era coisa dos Dragões, desistir ou atirar a toalha ao chão antes de estarmos “mortos” não era coisa do FC Porto.

O FC Porto está doente mas a redenção é sempre possível, que se desengane quem pensa que isto acaba aqui e que vamos regressar sem luta ao tempo dos “Andrades”. Discutamos o que temos a discutir, sabendo da importância que representa manter a cabeça fria, por muito que isso nos custe. Este é o momento que o anti-Portismo sonhou anos a fio, por isso temos de separar o trio do joio e perceber o essencial: há quem discuta e questione por Amor, mas existem também muitos outros que só o fazem na esperança de nos afundar por largos anos.

O momento é quase de um “back to basics”, há que puxar atrás a fita para voltar a fazer o que tão bem fazíamos. Seja com quem for nos campos ou nos gabinetes, tenho a certeza que só com o regresso da MÍSTICA, do BAIRRISMO, do ORGULHO genuíno (não confundir com os soundbites repetidos até à exaustão), da RAÇA, do respeito pelas RAÍZES e da CORAGEM para ser inconveniente e politicamente incorreto num pais de falsas virgens é que poderemos voltar a ser aquilo que fomos durante mais de 30 anos: o Melhor Clube Português e o orgulho de todos os Tripeiros.

PS - Três anos e meio e 80 textos depois, chegou o momento de fazer uma pausa neste exercício nem sempre fácil que é escrever sobre o FC Porto. Foi uma aventura fascinante, desafiante e bastante exigente aquela que abracei num já longínquo Dezembro de 2012, num convite do bLue bOy que muito me sensibilizou, uma vez que significava poder dar a minha modesta contribuição a um blog que já admirava à distância. Muitas coisas mudaram desde esse dia, quer pessoal, quer profissionalmente. No entanto, há uma coisa que se mantém intacta e imutável, ontem, hoje e para sempre: o Amor incondicional ao FUTEBOL CLUBE DO PORTO. Nem podia ser de outra forma, porque “…nasci às 19h00 de uma sexta-feira, pronto para um fim de semana de FC Porto x benfica no domingo nas Antas. E ganhámos 2-0!”

Até um destes dias!
MM

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AGENDA DRAGÃO: 15-Abr a 21-Abr

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Esta, será a minha última "AGENDA" que irei publicar neste blog.
Foi uma grande honra ter feito parte deste projeto.
Quero agradecer a todos a possibilidade de ter feito parte desta equipa e desejar as maiores felicidades.

Um grande abraço.
Pedro Pereira

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14 abril, 2016

“PARTING IS SUCH SWEET SORROW…”

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Tantas ondas do mar revolto. Horrores de escarcéu. O alarido todo, a tamanha histeria. Tanta mensagem a cair no telemóvel no fim de cada jogo e notícias de jornal, telejornal e revista. Tantos directos, tanta capa, tanto especial e tempos de satélites assinados aos pinchinhos e palminhas pelos jornalistazóides deste país oh tão inclinado. Como que de uma autêntica novela mexicana ou argentina -- não sei verdadeiramente quais as melhores – se tratasse, repleta de salero ou daqueles big dramalhões de cortar os pulsos, com órfãos, floristas e hordas de desafortunados. E é vê-los, nas laterais, de bandeirinha na mão e fanfarra a tocar, a celebrar e a apontar o dedo a uma desculpa de equipa, física e psicologicamente de rastos, representante máxima de um clube sitiado, amorfo e quase (só quase, não se iludam…) destruído. Um regabofe. Um fartote de folias e foliões.

Ironia das ironias: temos finalmente a atenção que não raras vezes exigimos mas num momento em que a dispensávamos por completo. Aproveitam a nossa hora mais negra. Ávidos de pregar os derradeiros pregos na cruz Daquele que foi o homem mais odiado, perseguido e beliscado do país nas últimas três décadas, porque também o mais Invejado, Temido e Bem-Sucedido, Messias da sua tacanhez e real pequenez de espírito. O mesmo que encheu de frustração e de pesadelo os sonhos dos clubes sulistas-elitistas, lhes provocou unhas roídas, frio nas entranhas, medos nocturnos e sumarentos melões hiper-mega-gigantescos que iam lindamente com finas fatias de presunto. Pelo que agora é apenas normal ouvirmos à nossa passagem e em direcção ao calvário coros afinados de oincs!, roncos e zurros, os guinchos da classe dos primatas. Faz lembrar aquela música… “Parecem bandos de abutres à solta, os pulhas, os pulhas…”

Sempre temi estes tempos. Os da Guerra da Sucessão. Os do Grande Mas-Eles-Não-Sabem-Apenas-Transitório Ocaso da nossa Alma. Os do Fim dos Anos De Ouro. Os da Retirada do nosso Mais Que Tudo ou o Crepúsculo do nosso Deus. Os seus últimos suspiros à frente do Clube que tornou Imenso. Eu sabia que iriam ser assim: terríficos, dolorosos, angustiantes. Trágicos. Que são. Que estão a ser.

Let’s face it. Algum dia teria de ser. Mas não queríamos que acontecessem desta forma, tão dura, tão ingrata, inglória e… algo desumana. Certo. Certíssimo. Assim, pronto… sejamos pragmáticos: já está. Estando já a arcar com o horror todo, a tragédia toda, o imenso vazio e a terrível raiva regada a impotência, pelo meio e no processo adquirimos a tão desejada e necessária couraça de resistência, sobre a qual desabam e resvalam os céus todos. Ganhamos anticorpos. É uma teoria que insiste -- a magana -- em não me sair da cabeça: até na saída (demore 4 ou até menos anos…) o nosso Presidente soube fazer as coisas da melhor maneira para todos encararem com maior alívio e desprendimento o dia em que se retirar das luzes da ribalta, limpando e higienizando a sua SAD, arrancando pelo caminho e pela raiz os cancros, papoilas e quejandos que por lá brotam, verdadeiro hino à natureza. Deixando terreno fértil e viçoso para semear. Ver florir.

O FC Porto deu-me tudo ao longo destes anos: uma infância e adolescência mágicas, repletas da rutilante luz dourada da glória e das maravilhosas recordações tornadas ainda melhores e maiores por olhos ainda inocentes. Um mundo privilegiado de sonhos, heróis bonitos e de pernas à mostra, que tornavam lindos dias feios, que tinham a força e a generosidade da transcendência. E a transcender-se continuaram, tornando nossa a Europa e depois, como se não chegasse, o mundo.

Os heróis acabaram. Os deuses morreram. Já ninguém se transcende. Não sabemos se por incapacidade ou falta de vontade. O sentimento, esse, vai-se dispersando, perdendo, aparecendo apenas a fogachos. Num e noutro. Aqui e ali. E assomam as lágrimas gordas aos olhos já não tão inocentes. Este futebol não é para sentimentalões, nele não há lugar para românticos. O realismo e espírito prático assumiram as honras da casa e varreram tudo: trabalho é trabalho, conhaque é conhaque. Parece que é crime, pecado ou parvalheira jogar pelo amor à Camisola. Pelo mero e simples gostinho, apego. Simpatia, vá…

Já não sou criança, mas as minhas memórias de um clube e jogadores perfeitos continuam teimosamente mágicas e inalteradas. Ao menos isso. Prendo-me a elas, qual bóia de salvação e são elas, doces elas, que me mantêm à superfície neste pântano criado por tanta água que entretanto se foi metendo. Como eu, tantos, agarrados de olhar triste e desesperado aos destroços que por nós vão passando. Com eles construiremos um barco e depois uma nau. Das Camisolas que todos vestimos surgirá uma vela. Com o amor que teimamos em ter e em mostrar, que nada nem ninguém conseguirá emudecer ou calar ou tornar clandestino, a insuflaremos. Rumo a novos mundos. E conquistas. E futuros. A História não termina aqui e assim. O nosso Livro dos Dias terá novas páginas.

Voltaremos. Mais fortes. Românticos. Com heróis. Possivelmente novos deuses.
Escrevam isso.

Até lá, sem despedidas. Será apenas um interlúdio, um momento – breve -- para lambermos as feridas.
E armar a Vela.

P.S. Para ti, R.

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CARACTER É NA BANCADA.

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Chegou a hora daqueles que, por nós, são denominados de “verdadeiros”. A penosa época aproxima-se rapidamente do final. As poucas jornadas que faltam disputar do campeonato serão para cumprir calendário e naturalmente a grande maioria dos adeptos não comparece. Se em casa isso já se vem notando há muito (ainda recentemente tivemos a pior assistência de sempre), fora de casa também se repara que a mobilização é sempre inferior. Ficam lá as mesmas caras de sempre.

Pinto da Costa disse na recente entrevista que os jogos que faltavam iam servir para verificar o carácter dos jogadores do nosso plantel. Jogadores profissionais (quais estrelas de cinema!), pagos princepescamente e inalcançáveis para o cidadão comum, estão a ser observados para no final se decidir se ficam para atacar a próxima época, ou se não têm futuro no Clube.

E as donzelas o que fazem? As nossas donzelas brincam semana após semana com o símbolo que carregam ao peito. Como já perguntarem e bem, “mas quem é que vocês (jogadores) pensam que são?!?!”.

Se estiveram em Paços de Ferreira a demonstrar o vosso carácter, só há uma solução… todos para a rua!!!

Sabem o que é carácter minhas donzelas? Carácter é estar afastado do título e num Domingo de Inverno, com um frio de bater o dente e uma chuvada torrencial, depois de no Sábado os nossos rivais directos terem ganho o seu jogo, largar o conforto do sofá em família, pagar 13 euros do bilhete mais a viagem e marcar presença ao vosso lado durante noventa minutos. Noventa minutos numa bancada sem cobertura, debaixo de chuva e com poucos minutos de paragem.

Carácter é termos a raça e o coração que vocês não demonstram ter. É-vos pedido um pingo de dignidade nos jogos que faltam! Se não for pedir muito, donzelas! Não brinquem com o Clube que tanto amamos e pelo qual tanto sofremos.

O sector que nos é destinado não esteve cheio, ao contrário do habitual na capital do Móvel. Ainda assim, bom apoio, audível, com destaque para o “que bonito é”, durante a segunda parte.

Para terminar, uma palavra à GNR de Paços de Ferreira, que não conseguiu o queria (confusão!), mesmo após nos ser impedida a saída imediata do estádio, logo após o apito final. Foi a primeira vez que tal aconteceu, nos últimos anos, em Paços de Ferreira. Ainda para mais ter de esperar pela “ordem divina” que abrisse as portas e sempre, sempre a chover!!

Um abraço ultra.

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13 abril, 2016

FC PORTO UNITED.

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Benfica 1 - FC Porto 0, Final da Taça 1979/80, no Jamor
A minha primeira memória de um jogo de futebol, ocorreu algures no ocaso da década de 70. Era um Benfica - Porto. Só podia ter sido a final da taça, pois na altura, jogos na TV eram praticamente uma miragem. Sentei-me curioso ao lado do meu pai.

Nesse tempo, ainda não conseguia dominar bem a leitura ou a escrita. Muito menos as regras daquele jogo engraçado, em que os jogadores chutavam a bola de um lado para o outro.

E no entanto, nos meus olhos de criança inocente, aqueles homens com as camisolas às riscas tinham algo mais do que os outros.
Talvez fosse a beleza do padrão.
Talvez fosse a vontade que punham em correr atrás da bola.
Talvez fosse algo genético que trazemos dentro do nosso próprio Ser, programado para despoletar a determinado estímulo.
A verdade é que foi Amor à primeira vista.

Perdemos esse jogo.

Nesse dia tão rico em emoções primárias, para além da descoberta do Amor, também a descoberta do seu oposto. O Ódio.
Como podiam aqueles homens de águia ao peito, trazer a tristeza àqueles bravos guerreiros?

Passados trinta e muitos anos desse dia, da aposta nos derrotados, o orgulho de pertencer a uma casta de vencedores.

Sim, vencedores!

Porque o cinzentismo do presente, não apaga aquilo que fomos, nem aquilo que queremos continuar a ser.

Não podemos nós, sócios, adeptos e simpatizantes deste grande clube, juntarmo-nos às forças centralistas que querem a nossa derrocada. Devemo-nos manifestar atentos e críticos às asneiras que internamente se fazem. Contudo, não é nos julgamentos sumários ou na esquizofrenia colectiva na busca de culpados, que voltaremos a ser o que sempre fomos.

Como se provou com Lopetegui, guilhotinar só por guilhotinar é nefasto às nossas aspirações. Antes de executar, convinha ter-se equacionado se existiam alternativas à altura do nosso clube. Só perdemos com a substituição do treinador espanhol por Peseiro.

As mesmas palavras estendem-se à SAD e a Pinto da Costa. Durante décadas, fui admirador incondicional do Presidente. Nos últimos tempos, os erros e as constantes mentiras, têm minado a minha admiração e confiança. Contudo, antes de revoluções e mais cabeças a rolar no cadafalso, convém mais uma vez equacionar se existem alternativas válidas para pegar no nosso clube. Sair Pinto da Costa por sair, só traria anarquia. Seria o Santo António antecipado.

Antes de querer abater Pinto da Costa, procure-se uma alternativa forte, PORTISTA e válida.
Não em cima do joelho, para hoje ou amanhã, como muitos parecem procurar, mas sólida e ponderada para o futuro. Conseguida, estaremos então em condições de recolocar o FC Porto numa nova era de sucesso.

Até lá, a união, mais do que nunca, é imperativa!

Foi uma honra, e um privilégio, poder partilhar convosco, Portistas, as minhas opiniões de apoio ou de crítica, SEMPRE com uma finalidade: A defesa do que de mais importante nos une. O Futebol Clube do Porto!

Como despedida, e quando se fala tanto em carácter, no espírito à Porto, deixo este excerto de uma entrevista de um ex-treinador, que nem sequer é portista.
    "...
    Se em Portugal, o melhor for campeão, somos nós!
    E, em condições normais, nós somos muito melhores.
    E, em condições normais, nós vamos ser campeões.

    - Mas acha que a liga não quer que o Porto seja campeão? - pergunta entretanto um jornalista.

    Não quero dizer mais nada.
    A única coisa que quero dizer, é que... nós somos os melhores,
    em condições normais, somos muito melhores,
    e em condições normais vamos ser campeões.
    e em condições anormais...
    TAMBÉM VAMOS SER CAMPEÕES!"


    (Entrevista de José Mourinho em Fevereiro de 2003, 3 meses antes de ser Campeão
É este o sentimento que quero ver de volta ao FC Porto. A sede de vitória!

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12 abril, 2016

SOLUÇÕES PRECISAM-SE, PORQUE OS PROBLEMAS ESTÃO MAIS QUE IDENTIFICADOS!

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Não há volta a dar, como até o próprio Presidente admitiu batemos no fundo desportivamente. O momento é difícil e os 6 pontos perdidos em apenas 1 semana precipitaram o cenário que já antes não era famoso para algo completamente catastrófico. Há 7 dias atrás, apesar de tudo distávamos 4 pontos do 2º lugar, mas uma penosa e agoniante incapacidade para derrubar duas equipas fraquíssimas do nosso campeonato acabou com toda e qualquer esperança num final de época minimamente condigno com os pergaminhos do clube.

Neste momento, é assustador ver a forma em que se encontra a maior parte dos jogadores, é aflitivo olhar para a forma desorientada como o treinador deambula de um lado para o outro sem saber mais o que fazer e é aflitivo perceber que também toda a SAD está completamente “aos papéis” no meio de toda esta enxurrada de disparates e vergonhas com que a equipa principal presenteia os adeptos semanalmente com cada vez mais frequência.

Ver um jogo do FC Porto neste momento é um exercício de sofrimento para mim. Por mais que tente não consigo “desligar” do FC Porto, mesmo nos momentos mais complicados. É precisamente nos momentos mais complicados que se veem os verdadeiros adeptos de um clube pois na hora da vitória é tudo muito fácil. Porém é aflitivo constatar que neste momento qualquer grupo de chimpanzés orientado por um qualquer símio consegue bater o pé ao FC Porto. Qualquer badameco bate neste momento o pé ao FC Porto!

Como disse um comentador televisivo afeto ao FC Porto, a altura é suficientemente má para a tornarmos pior “convocando o drama”. É exatamente isso que eu penso, é necessário ver bem a realidade mas entrar em histerismo, gritaria e “convocar o drama” só vai piorar aquilo que já está muito mal.

Das mil e uma coisas que já ouvi sobre o FC Porto nos últimos tempos, encontram-se com certeza algumas razões lógicas para o que está a acontecer, outras que apesar de reais são menos relevantes e outras que não passam de paranoias ampliadas pela comunicação social anti-Portista (90% da comunicação social portuguesa) e totalmente “absorvidas” por muitos Portistas.

Diagnosticar, identificar e dissertar sobre os atuais do FC Porto é muito fácil, refletir e apresentar soluções é bem mais difícil. Não basta que a contestação se resuma aos teclados de computador ou aos assobios e insultos no final dos jogos no Dragão. Aqui vão algumas ideias sobre como resolver toda esta embrulhada:
  1. PLANTEL? Por princípio não sou apologista de revoluções do tipo, saem 15 jogadores, entram outros 15, muda-se tudo de um ano para o outro. No entanto, já se ultrapassaram todos os limites possíveis e imaginários na presente época, têm-se passado coisas demasiado graves em várias esferas com impacto significativo dentro de campo. Com toda a frontalidade possível e porque o tempo agora é de chamar mesmo os "bois pelos seus nomes" (já chega de "paninhos quentes" e desculpas) a verdade é que o desempenho de alguns elementos na presente época tem sido abaixo de miserável... Ángel, Herrera, Brahimi, Varela e Marega, que me desculpem, mas são casos totalmente perdidos. Como é evidente alguns desses serão emprestados "eternamente" até o final do contrato porque não conseguiremos "enganar" nenhum clube, mas tem de ser possível fazer algum encaixe com a venda de alguns desses jogadores. Nenhum desses fará qualquer falta, com alguns desses até muita paciência tive mas esgotei-a totalmente.

  2. EXPECTATIVAS? Há um denominador comum nas últimas 3 épocas, em todas elas o FC Porto iniciou a época com enorme confiança, enormes expetativas, orçamentos elevados, contratações sonantes e caras e a opinião quase unânime de que o FC Porto seria o mais sério candidato ao título de campeão. Para a próxima época, a gestão de expetativas tem de ser feita de outro modo, tem de haver um banho de água gelada em toda a gente, pés no chão, nada de euforias, nada de excessos de confiança. A focalização de todos deverá estar no trabalho, unica e exclusivamente no trabalho. Arrisco-me a dizer, é preferível termos 20 mil adeptos de média no Dragão mas gente predisposta a apoiar do que 40 mil adeptos e aos 10 minutos de um jogo sem golos desatarem uns milhares no festival do assobio! Claro, essa gestão de expetativas tem de partir de dentro do clube.

  3. ORÇAMENTO? Nos últimos 3 anos tem se gasto muito dinheiro em salários e contratações. Gastaram-se milhões em várias posições mas curiosamente não se contratou para esta época um ponta-de-lança com cartel (Osvaldo foi erro de casting!). Basta nos lembrarmos de Hulk, Falcao ou Jackson, tudo avançados contratados por vários milhões de €. Conclusão: numa liga como a portuguesa ter um ponta-de-lança de grande qualidade é meio-caminho andado. Por menos de 10 milhões de € é difícil ir buscar um grande avançado. Ora aí está, a qualidade do investimento é um fator fundamental no sucesso de uma equipa.

  4. TREINADOR? Com toda a sinceridade, Lopetegui foi um erro, foi um erro mantê-lo porque para sair devia ter saído no final da época passada. Mas despedi-lo a meio da época para fazer a vontade aos adeptos e à comunicação social, depois do "circo estar montado" foi um erro ainda maior. Que me desculpem a frontalidade, mas um erro ainda maior foi tentar remediar a situação com Peseiro. Nada tenho contra o homem que com certeza tem as suas qualidades e competências para a profissão mas para o FC Porto não chega. Em janeiro quando ainda não tínhamos novo treinador, escrevi claramente neste blog que para lutar por títulos apenas 3 nomes seriam apropriados, independentemente dos gostos pessoais ou embirrações de cada um. Não vindo nenhum desses 3 nomes, já eu na altura antevia grandes dificuldades para o resto da época. Muito abertamente, apenas resta uma solução: contratar um treinador para a próxima época e aconteça o que acontecer dar-lhe estabilidade, proteger-lhe, não deixar-lhe só perante os ataques da comunicação social, ou seja, estabilizar um projeto com cabeça, tronco e membros. Inventar novamente seria trágico, optar por uma solução lógica seria a solução com menos riscos, ainda que qualquer opção tenha riscos. Não parece que haja grandes alternativas sem inventar e que o novo treinador dificilmente pode não ser alguém que neste momento treina na Grécia.
Em suma, isto não está nada fácil, mas apresentar soluções neste momento parece-me bem mais adequado do que entrar em histeria e gritos. O futebol não é uma ciência oculta, os erros pagam-se caro, a competência geralmente é premiada com títulos. Durante muitos anos fomos competentes, nos últimos 3 anos os erros ocorreram em catadupa por gente que geralmente errava pouco. Retomar o caminho da competência é urgente sob pena das coisas se complicarem ainda mais. É possível dar a volta a isto. E se não for pedir muito, convinha ganhar mais algum joguito até final da época, pois o 4º lugar não dá sequer o playoff da Champions. Pensem nisso...

Manto Azul e Branco - 1987-1988 – Um bonito alternativo com 4 anos de missão

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Equipamento ADIDAS usado desde 1984-85 mas que na temporada 1987-88 se apresentou com alterações suscetíveis de o considerarmos distinto do das épocas transatas.
As diferenças fundamentais estão:
- No colarinho que ora tem um “acrescento” de pano branco do pescoço até ao vértice; o cano das mangas termina numa fina risca azul.
- Nos calções, desta feita brancos com três riscas laterais azuis na vertical.

Uma equipa de 1987-1988.
De pé, da esquerda para a direita: Mlynarzich, Inácio, Celso, Semedo, Jaime Magalhães e João Pinto;
agachados: Fernando Gomes, Madjer, Jaime Pacheco, André e Sousa.
André - Nasceu nas Caxinas no seio de uma família muito pobre e, como ele disse, “os seis anos em que andei no mar deram-me mais força para vencer no futebol". Ingressou no FC Porto, já tinha 26 anos, por recomendação de Pedroto. Foi um centrocampista que faz os sonhos de qualquer treinador, um poço de força e carácter, peça fundamental na estrutura vitoriosa do FC Porto. Campeão europeu, colecionou 19 títulos em 11 anos com a camisola azul-e-branca (1984-85 a 1994-95). Um futebolista que deu e ganhou tudo no FC Porto!

Jaime Magalhães e Jorge Plácido, nas Antas (17-10-1987).
Jogo FC Porto 1-0 Portimonense a contar para a 8ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão.
Jorge Plácido - Nasceu em Luanda e representou clubes como o Barreirense, Amora, Vitória de Setúbal e Chaves onde o seu fantástico pé esquerdo chamou a atenção dos “grandes”. Ingressou no FC Porto na época pós-Viena (1987-88) e, apesar de pouco utilizado, ficou ligado à conquista da Supertaça Europeia e da Taça Intercontinental, além de ter sido Campeão Nacional. Representou o Matra Racing de Paris e ainda teve uma nova e fugaz passagem pelas Antas em 1990-91.

Notas:
1) Na foto de equipa, quase que não há nenhuma camisola exatamente igual às outras…! É o caso da do João Pinto: camisola do tipo anterior (1984 a 1987)… com mais uma risca…!
2) Na foto com Jaime Magalhães e Jorge Plácido: o Jorge veste uma camisola do “tipo” anterior.

Rui Saraiva – Design e edição
Fernando Moreira – Pesquisa, fotos e textos

NOTA:
Foi gratificante trabalhar neste projeto associado a um grande talento da ilustração, o Rui Saraiva. Por motivos que nos ultrapassam, chegou o momento de pôr termo à publicação. Quiçá um dia nos voltemos a encontrar com os leitores para os quais foi um enorme prazer trabalhar.
Aproveito para agradecer ao “Mestre da Loja”, o grande Amigo “bLuE bOy”, e a todos os colegas que sempre me motivaram e apoiaram quer nesta rubrica, quer na da “História do FC Porto”.
Caros leitores, caros colegas do blogue, muito obrigado e um grande abraço. Felicidades para todos. E BiBó PoRtO!
Fernando Moreira (Dragão Azul Forte)



Desde 7 Julho 2011 divulga-se “MANTO AZUL-E-BRANCO” em que, através de ilustrações exclusivas, são revelados todos os uniformes do FC Porto ao longo da sua existência. A totalidade dos post publicados fica reunida neste índice que proporciona seleção fácil e acesso célere; OU

CLIQUE no banner localizado na parte superior direita do blogue e identificado com “MANTO AZUL-E-BRANCO”; o ÍNDICE abre; CLIQUE na hiperligação que escolher e ei-lo no POST pretendido.

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11 abril, 2016

CARÁCTER A RODOS!

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PAÇOS FERREIRA-FC PORTO, 1-0

Primeira Liga, 29ª jornada
dom, 10 Abril 2016 • 18:15
Estádio: Capital do Móvel
Assistência: ---


Árbitro: Fábio Veríssimo (Leiria).
Assistentes: Paulo Soares e Pedro Felisberto.
4.º Árbitro: Manuel Oliveira.

PAÇOS FERREIRA: Rafael Defendi, Bruno Santos, Ricardo (c), Fábio Cardoso, Hélder Lopes, Pelé, Marco Baixinho, Minhoca, Barnes, Diogo Jota, Bruno Moreira.
Suplentes: Mário Felgueiras, Cícero (57' Minhoca), Edson Farias (46' Barnes), Carlos Ponck, Miguel Vieira, Raúl, Manuel José.
Treinador: Jorge Simão.

FC PORTO: Casillas, Maxi, Chidozie, Martins Indi, Layún, Danilo, Sérgio Oliveira, Herrera (c), Corona, Suk, Varela.
Suplentes: Helton, Rúben Neves, Brahimi (46' Corona), Marega, José Ángel (85' Layún), André Silva (76' Chidozie), Francisco Ramos.
Treinador: José Peseiro.

Ao intervalo: 0-0.
Marcadores: Diogo Jota (80').
Disciplina: cartão amarelo a Chidozie (23'), Sérgio Oliveira (45'), Brahimi (59'), Hélder Lopes (68'), Bruno Moreira (69'), Varela (90'), Cícero (90').

Longe vão os tempos em que quando o presidente do FC Porto dava um murro na mesa, as coisas piavam fininho. Bastava sentir-se a porta do balneário abrir e via-se uma floresta de pernas a tremer.

A entrevista de Pinto da Costa nesta semana foi tudo menos um recado para o balneário. Isso foi visível para quem tem dois olhos e cabecinha para pensar. Mas o problema é que após a entrevista, voltou a euforia. O Presidente, pessoa de grande inteligência e de grande experiência, falou ao coração dos adeptos e proferiu o que muita gente quis ouvir. É como quando um rapaz quer conquistar uma mulher. Diz-se o que ela quer ouvir.

Com este discurso, o presidente ganhou mais algum tempo e espaço que começava a faltar para terminar esta época e preparar a próxima que toda a gente sabe que será uma grande incógnita.

Mas hoje nem me vou alongar em comentários sobre a situação actual do clube. Vou cingir-me ao jogo que, mais uma vez, teve quase ou nenhuma história.

O FC Porto voltou a perder um jogo de forma miserável. Os jogadores e equipa parecem não terem ainda descoberto o seu fundo. Fazem questão de escavar ainda mais. Nota-se falta de qualidade, falta de carácter e desmotivação.

Não há jogadores à Porto. Isso acabou. Já não existe. Mas o problema é que há muita gente que ainda acredita que sim e como tal não espanta as exibições e as prestações como esta em P. Ferreira. Só quem andar muito distraído pode pensar que temos algo a que nos agarrar. Nem sequer é bom comparar com a situação vivida no período de 1999-2002. Não tem nada a ver.

Na Mata Real, o treinador José Peseiro operou mudanças mas essas revelaram-se uma nulidade. Mudar sim, mas para melhorar o que está mal. Agora mudar por mudar e não acrescentar nada, mais vale estar sossegadinho.

O jogo foi péssimo, paupérrimo. Oportunidades flagrantes não houve nenhuma. Ficaram-se uns dois remates de Sérgio Oliveira, um lance de Corona na primeira parte e para terminar a melhor oportunidade do jogo por André Silva para a defesa da tarde do guarda-redes contrário.

Nem o lance de grande penalidade sobre Suk é justificável para a derrota porque uma equipa como o FC Porto não pode produzir tão pouco. Bastou uma ida à baliza portista para o Paços de Ferreira marcar e vencer o jogo. E num lance oferecido pela defesa portista. Isto diz tudo do actual FC Porto.

O golo do P. Ferreira aos 84 minutos é um castigo merecido para a nulidade deste Porto. Perda infantil de bola de Layún à entrada da área (parece querer imitar Maicon) e Edson Farias e Cícero encarregaram-se de servir Diogo Jota que fez o resultado do jogo.

Os Dragões têm ainda um longo e penoso caminho até ao fim da época e a ideia que fica é de que esta equipa não tem argumentos para discutir a final da Taça de Portugal com perspectiva de vitória. E isso entristece. Qualquer portista!

Dou por terminada a minha participação no blogue com a minha última crónica. As considerações finais como colaborador e sobre toda a situação que se vive actualmente, essas farei nos próximos dias.

Obrigado a todos que nos acompanham neste espaço!



DECLARAÇÕES

José Peseiro: “Fizemos mais do que o suficiente para vencer”

Falta de eficácia, alguma infelicidade e a mão do árbitro, nomeadamente num lance passível de grande penalidade cometido sobre Suk, aos 74 minutos, quando o resultado ainda estava em 0-0. Estes são os principais fatores que José Peseiro elenca para a derrota em Paços de Ferreira, num jogo que os Dragões fizeram “mais do que o suficiente para vencer”. Leia as principais declarações do treinador na entrevista rápida e na sala de imprensa.

Resultado injusto
“O futebol é injusto. Acho que fizemos mais do que o suficiente para vencer. Pelo que dominámos, controlámos e pelas várias oportunidades que tivemos. Fizemos 19 remates contra quatro do Paços, que acertou uma vez na nossa baliza e fez um golo. Jogámos com vontade, crença, qualidade e tranquilidade e fomos construindo várias situações que infelizmente não conseguimos concretizar. Ou era o guarda-redes ou o poste ou uma bola que batia aqui e ali.”

Infelicidades
“Até no golo do adversário a bola bate num defesa, se não ia para o guarda-redes. Estamos tristes mas achamos que, com o que fizemos, merecíamos vencer por mais do que um golo. Foi um bom jogo que fizemos e fomos infelizes, também com um erro do árbitro, que não assinalou um penálti, e mais erros pontuais que prejudicavam quem queria atacar. Se fizermos mais jogos assim os infortúnios não vão sempre aparecer e vamos conseguir as vitórias que são importantes para nós. Só o resultado não foi aquilo que queríamos, tudo o resto foi o que queríamos.”

Outra verdade
“Perdemos por 1-0, mas há outra verdade. Na nossa análise o processo foi bom, mas não conseguimos concretizar. Vamos ter de manter este nível e melhorar a eficácia. O FC Porto merecia vencer, houve um momento de sorte e felicidade e a vitória caiu do céu ao Paços de Ferreira.”



ARBITRAGEM



RESUMO DO JOGO

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10 abril, 2016

GOLO DE RUBEN MACEDO DÁ TRIUNFO AOS “BÊS” NOS DESCONTOS.

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FC PORTO B-COVILHÃ, 2-1

Segunda Liga, 40.ª jornada
10 de abril de 2016
Estádio de Pedroso, em Vila Nova de Gaia


Árbitro: Rui Silva (Vila Real).
Assistentes: Nuno Fraguito e Bruno Pereira.
Quarto árbitro: Tiago Leandro.

FC PORTO B: José Sá; Víctor García, Verdasca, Rui Moreira e Rodrigo; Tomás Podstawski (cap.), Omar Govea e João Graça; Ismael Díaz, Leonardo e Gleison.
Substituições: Gleison por Cláudio (70m), Leonardo por Ruben Macedo (79m) e João Graça por Sérgio Ribeiro (85m).
Não utilizados: João Costa, Jorge Fernandes, Fede Varela e Nassim Zitouni.
Treinador: Luís Castro.

SPORTING DA COVILHÃ: Igor; Tiago Moreira, Joel, Victor Massaia e Soares; Gilberto (cap.), Diogo Ribeiro e Fabinho; Traquina, Davidson e Zé Tiago.
Substituições: Fabinho por Eder Diez (66m) e Traquina por Elenilson (70m).
Não utilizados: Taborda, Zé Pedro, Elton, Medarious e Edgar.
Treinador: Francisco Chaló.

Ao intervalo: 1-0.
Marcadores: Leonardo (26m), Zé Tiago (77m), Ruben Macedo (90m+3).
Disciplina: cartão amarelo a Victor Massaia (20m), Omar Govea (34m e 75m), Traquina (36m), Tomás Podstawski (57m), Cláudio (79m), Elenilson (88m), Zé Tiago (90m+3); cartão vermelho, por acumulação, a Omar Govea (75m).

O FC Porto B recebeu e venceu este domingo o Sporting da Covilhã (2-1), no Estádio de Pedroso, em jogo a contar para a 40.ª jornada da Ledman LigaPro. Leonardo (26m) e Rúben Macedo (90m+3) marcaram para os azuis e brancos, que mantêm a liderança da prova, agora com 73 pontos, enquanto Zé Tiago apontou o golo dos serranos (77m).

Não foi fácil para o FC Porto B descobrir os melhores caminhos para a baliza do Sporting da Covilhã, que se apresentou em Pedroso muito organizado defensivamente e a procurar surpreender em rápidos contra-ataques, quase sempre inofensivos. Ora, já depois de João Graça ter posto à prova a atenção de Igor na marcação de um livre direto (21m), Leonardo aproveitou uma falha de comunicação entre o guardião serrano e Victor Massaia para fazer um dos golos mais fáceis da carreira (26m), estabelecendo assim a diferença ao intervalo.

A segunda parte foi bastante disputada mas não proporcionou muitos lances de perigo em ambas as balizas. Já com o FC Porto B em inferioridade numérica depois de Omar Gove ter visto o vermelho por acumulação de amarelos (75m), Zé Tiago concluiu com sucesso um contra-ataque do Sporting da Covilhã e deixou tudo igual no marcador (77m). Quando o empate parecia definitivo, Ruben Macedo agradeceu a insistência e a assistência de Cláudio para dar o triunfo aos portistas já na reta final do período de compensação (90m+3).

fonte: fcporto.pt



RESUMO DO JOGO

SEM NOME MAS COM PERNAS.

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Depois de um fim-de-semana sem futebol, devido aos compromissos das seleções, veio outro com o FC Porto apenas a receber o Tondela na segunda-feira. Não chegava ser na segunda-feira, como foi às 19h, um autêntico atendado ao futebol. Um crime. A assistência é o resultado desta marcação escandalosa. Proponho o próximo jogo numa quarta ao meio-dia!

Num Sábado aparentemente normal, cerca de 50 ultras SD reuniram-se à hora de almoço na sua sede, junto ao estádio do Dragão. Organizaram-se por carros e partiram rumo a Almada, onde a equipa de andebol jogou a meia-final da taça de Portugal contra o regime. Sem grandes alaridos, fez-se mais uma viagem até à capital, com o azul e branco no coração.

Chegados à mouraria, outros tantos Dragões nos aguardavam, e numa autêntica caravana rumámos ao pavilhão de Almada. A polícia “detetou-nos” já próximos do destino e rapidamente “cercou” os carros. Estacionámos todos juntos num parque de terra e em cortejo começámos a fazer notar a nossa presença.

Entrámos no pavilhão sob o olhar dos adeptos que já lá estavam, portistas, lampiões e até alguns lagartos que tinham acabado de jogar a outra meia-final.

Muito adepto “normal” presente acompanhou os nossos cânticos e o incentivo à equipa. Uma só bancada central onde estávamos nós, numa ponta, e os ultras do regime, na outra ponta. Como acontece sempre que lá vamos sem ser para ver o futebol principal, os elementos das claques deles que estão presentes, são abafados durante alguns minutos, até que a nossa presença (que os excita imenso!) faz com que chamem “reforços” para se juntarem a eles.

E mais uma vez, a meio da primeira parte (como é hábito naquelas bandas), entram no pavilhão os ilegais dos NN e vêm na nossa direcção. A retaliação por parte dos Super Dragões fez com quem de imediato recuassem. Uma marcha atrás quase até ao sector deles. A polícia era pouca e estalou a confusão. Fala-se num soco que um dos nossos levou, naqueles momentos funciona mesmo assim, dá-se e leva-se. E a televisão mostra o que quer. Não há heróis. Mas há verdadeiros!

Verdadeiros são os que saíram do seu sector e obrigaram o inimigo a recuar e a voltar para o seu sítio. Verdadeiros são os que apoiam sempre a sua equipa e não apenas quando sabem que a claque rival está presente. Verdadeiro é o grupo ultra que leva a sua faixa para TODO O LADO, seja em Portugal ou no estrangeiro, em casa ou no campo do maior rival. Leva-a, exibi-a com orgulho e defende-a até à morte. Verdadeiros são aqueles que fazem deslocações como as do último Sábado, de mais de 600 quilómetros, para apoiar o andebol, num pavilhão que não era o do nosso rival mas era como se fosse. Eles é que jogavam em casa! Verdadeiros são aqueles que tão depressa vão à luz, como vão ao Seixal, a Almada ou a outro lado “adverso” qualquer.

Gostava de ver os famosos ilegais a meterem-se ao caminho, vir de Lisboa a Espinho, ou a Gaia, ou a Valongo caso a final-four da taça tivesse sido aqui. Gostava de ver os ilegais a marcar presença em Pedroso ou no Olival. Gostava de ver os ilegais a virem sem escolta mas a entrarem no início do jogo, não aos 30 minutos. Gostava de ver os ilegais a vir ao Dragão Caixa e não apenas a fazê-lo quando são “raptados” e obrigados a marcar presença.

Em deslocações deste género, em capacidade de deslocar gente da terra do Clube para fora, estão a anos-luz dos Dragões. E no Sábado ficou mais uma vez provado.

Ódio EterNNo.

Um abraço ultra.

JOSÉ PESEIRO: “TEMOS QUE DAR UMA RESPOSTA CABAL”

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A derrota frente ao Tondela (0-1), em pleno Estádio do Dragão, deixou o universo portista em choque, mas José Peseiro sublinhou que todos sentem a “necessidade de reação” no compromisso que se segue, marcado para este domingo, às 18h15, frente ao Paços de Ferreira, no Estádio Capital do Móvel. Mesmo com o destino quase traçado no que ao campeonato diz respeito, o treinador garantiu que as seis partidas que faltam servirão para “melhorar a qualidade de jogo, cimentar os níveis de confiança e, naturalmente, vencer”, até porque depois há “uma Taça de Portugal para conquistar”.

“Uma reação é o que todos queremos, até porque temos uma noção exata daquilo que fizemos no último jogo. Poderíamos ter vencido facilmente em virtude das oportunidades que criámos, mas não pela exibição, que deveria ter sido muito melhor. Tivemos alguns infortúnios, mas assumimos a nossa responsabilidade. Temos que dar uma resposta cabal em Paços de Ferreira de que valemos mais do que isto, uma reação que todos os portistas esperam. Sentimos essa necessidade de reação tanto ou mais do que aqueles que nos apoiam”, começou por afirmar José Peseiro, no Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia, no Olival, pouco depois de orientar a sessão de trabalho desta sexta-feira, mais uma tendo em vista o encontro com os pacenses, da 29.ª jornada da Liga NOS.

Como seria expectável e incontornável, José Peseiro foi questionado sobre a entrevista de Pinto da Costa ao Porto Canal, na véspera, e quer a equipa a dar razão às palavras do líder dos Dragões. “O presidente também nos comunicou a sua opinião e sabemos que temos de reagir, mostrando o que é jogar à Porto. É isso que queremos fazer nos seis jogos que nos faltam disputar até ao final da época, na qual ainda temos uma Taça de Portugal para conquistar. Temos seis jogos que nos permitirão preparar essa final, mas são seis jogos que queremos vencer. Sabemos que não dependemos de nós no campeonato, mas procuraremos aproveitar os jogos que faltam para melhorar a qualidade de jogo, cimentar os níveis de confiança e, naturalmente, vencer”, explicou José Peseiro, que insistiu no tema.

“O que se exige neste clube, pela sua história e grandeza, é que coloquemos em campo atributos como caráter, abnegação e profissionalismo. Para se chegar aqui, tem de se ter isso e muito mais. Todos temos noção de que é preciso fazer mais, até porque já demonstrámos esses mesmos atributos em outros jogos. Além disso, é preciso consistência no comportamento, na forma de jogar e de estar. Os resultados perturbam sempre a consistência e criam tensão, mas temos de dar uma resposta mesmo nos momentos mais difíceis”, disse o técnico portista, que também abordou a situação dos jogadores emprestados depois de Pinto da Costa ter anunciado os regressos de Rafa (Académica), Josué (Sporting de Braga) e Otávio (Vitória de Guimarães).

“É importante entendermos que era essencial para alguns jogadores experimentarem outros patamares competitivos de forma a evoluírem. Todos os clubes do mundo o fazem e o FC Porto não é exceção. Se os jogadores estão emprestados, é porque o FC Porto acredita neles e na sua valorização, pelo que é natural que alguns acabem por regressar”, prosseguiu José Peseiro, tranquilo quanto ao seu próprio futuro: “Tenho um ano e meio de contrato e sei o trabalho que estou a fazer. Já estamos a preparar a próxima época e as vossas [n.d.r.: dos jornalistas] análises são as vossas análises”.

fonte: fcporto.pt



LISTA OFICIAL DE CONVOCADOS
Guarda-redes: Helton e Casillas;
Defesas: Maxi Pereira, Martins Indi, Chidozie, Layún e José Ángel;
Médios: Rúben Neves, Brahimi, Danilo Pereira, Herrera, Francisco Ramos e Sérgio Oliveira;
Avançados: Suk, André Silva, Varela, Marega e Corona.

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09 abril, 2016

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08 abril, 2016

FC PORTO: UMA HISTÓRIA DE VIDA.

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A minha história. Uma história como tantas outras. Nascido em Outubro de 1985, as primeiras memórias azuis e brancas são difusas, fragmentadas, dispersas pelas partículas do tempo. Não me recordo obviamente de Viena de Áustria e dessa valsa magnífica dançada no Prater dos nossos sonhos. Partilho convosco o que juram que aconteceu: eu a correr pela casa, alheio ao que sucedia no pequeno ecrã, enquanto o meu Pai, a meio da 2ª parte, me chamava dizendo “Filho, vem cá, senta-te aqui, senta-te aqui que provavelmente nunca mais vais ver isto na tua vida”.

Não era verdade, Pai. Estavas errado. Mas já lá iremos.

Quem me meteu, então, o Dragão no peito, no espírito, na alma, à flor da pele? Como em muitos outros portistas, foi o meu Avô. E como, em que momento nos entra pelo corpo dentro esse sentimento estranho de pertença a uma tribo, a um clube de futebol? Um mistério, claro. Só sabemos explicar que, a dada altura da nossa infância, nos encontramos a chorar a um canto com as derrotas do nosso clube.

Mas como é possível? Como sofrer tanto por um clube de futebol ao ponto de chorar, pergunta a namorada. A minha e a de muitos outros, suponho.

Difícil explicar, mas nesta última crónica para o BibóPorto há, no mínimo, que tentar. Tudo terá começado quando entrei pela primeira vez nas Antas. Não sozinho, claro, mas pela mão do Avô e da Avó. Tudo começava cedo, num ritual cerimonioso e programado ao detalhe: os Avós a irem-me buscar a casa por volta do meio-dia, o cachecol já embrulhado ao pescoço, o Avô de luvas de pele para conduzir e a Avó a controlar as horas para irmos almoçar. Estacionávamos ali nas imediações e íamos ao Vitória. Domingo era dia de festa, dia de Família, havia que sentar à mesa e pedir umas tripas ou outro prato de sustento. Almoçava-se na verdadeira acepção da palavra, não se comia um hambúrguer ou um cachorro quente e, já devidamente alimentados, era tempo do meu Avô ir tomar o seu café ao Velasquez. Gente conhecida, amigos, conhecidos, parecia que todos os caminhos iam dar às Antas.

Uma romaria de gente. Um mar de camisolas, bandeiras e cachecóis desfraldados ao vento. Recordo estes Domingos com sol, muito sol. Embora também me lembre das chuvadas, algumas torrenciais, das capas para a chuva e dos protectores da sujidade das cadeiras. E depois os vários pregões, bancas e banquinhas, vendendo toda a parafernália do FC Porto a caminho do estádio, Fernão de Magalhães fora.

Vem-me à memória o antes e o depois da Torre das Antas. E a altura, surreal, em que tínhamos que entrar pelo estádio atravessando literalmente a bomba da gasolina ao meio, por entre encontrões e empurrões que fizeram com que a minha Avó fosse alvo das oportunistas e hábeis mãos de um carteirista, só dando conta do sucedido já dentro do estádio e sujeitando-se aos necessários e saudáveis sermões do meu Avô sobre o perigo de carteiras sem fecho éclair.

As filas para as bilheteiras, o cheiro a pipocas, a castanhas e a algodão doce. Os chocolates da Lion e os gelados dos vendedores. O barulho metálico e áspero dos torniquetes, no tempo em que se podia entrar nos estádios com bandeiras sem se ver nisso um acto criminoso. Depois disso, o nervoso miudinho, a entrada escura e sombria, fria até, com o bar envelhecido e sem graça, cheio de croissants e bolos de arroz secos e com aspecto de antes de ontem. O xixi da praxe, para libertar o nervosismo, no meio de casas de banho horríveis e a cheirar mal.

Tempo para ver o onze inicial nos dois ecrãs sempre meio estragados, pretos e de letras alaranjadas, com o reclame às Sapatarias Teresinha. E depois o momento alto, aquele que sempre me fascinou e que ainda hoje me deixa como uma criança: a entrada da equipa ao som do hino, papéis azuis e brancos ao vento, cornetas a tocar, multidão a gritar pelo Porto e o meu cachecol e o de todos orgulhosamente esticados lá no alto. Os jogadores a sprintar em várias direcções pelo terreno, aquela camisola azul e branca linda a contrastar com o verde resplandecente do relvado.

Vivi ali as grandes alegrias dos anos 90, quando quase parecia fácil ganhar e atropelar os adversários. Tenho saudades dos vários craques que por ali me habituei a ver jogar, assim como sinto falta do ambiente intimidatório que se criava nas recepções aos rivais. E depois aquelas equipas que nunca paravam de correr, organizadas, ritmadas, bem treinadas, cuja única palavra que conheciam parecia ser vencer. Tenho saudades desse clube. Como tenho saudades da invasão ao relvado, uma festa tão típica e tão estranha, com a necessária recordação de trazer um pedaço de relva para casa. Insignificante para uns, estranhamente simbólico e valioso para mim. Os finais de época nunca mais foram os mesmos sem essa comunhão portista, de pisar o mesmo relvado abençoado que os nossos heróis.

Vivi também tristezas. Derrotas duras como a de Barcelona com Aloísio a defesa esquerdo, a Sampdória em casa, os 4 em Manchester, o roubo no Olímpico de Munique, os penalties do Schalke no Dragão. Mas nenhuma como a manhã de 28 de Agosto de 1994, em que acordei para dar os parabéns à minha Mãe e recebi a notícia macabra da morte do Rui Filipe.

Muitas histórias lidas e ouvidas, da boca dos Avós e dos Tios, dos exemplares antigos da Stadium, da Dragões ou das várias cadernetas que fiz. Os cantos directos do Pinga, o Hernâni, a morte do Pavão, o Oliveira, os golos do Bi-Bota, o Zé Beto, o Sr. Pedroto, o Verão Quente. Os treinos de basket, os heróis do hóquei em patins, o andebol. A educação portista, no fundo.

Já no novo século, a ida a Sevilha, onde estive com o meu Avô paterno, na última vez em que a saúde lhe permitiu sair do País. A viagem até Gelsenkirschen com o meu Pai, contradizendo o que me havia dito em Maio de 87. São corolário de todo um caminho trilhado nos anos 80 e 90. Toda a estrutura, toda a organização, toda a mística desembocou nesses dois anos de glórias, era o destino, quase uma consequência natural do ciclo que vigorava. Depois, claro, há Dublin e há o Kelvin, algo que hoje quase soa a um fim de festa.

É difícil de compreender o que o Porto nos faz, porque é que vamos macambúzios para o trabalho quando o Porto perde, porque é que mal deixamos esconder um sorriso que desponta quando o Porto ganha. Recordo vários momentos em Família à custa do Porto. Fins-de-semana em redor da televisão a acompanhar o clube, os penalties contra o Once Caldas que a Mãe irritantemente sabia mais cedo se entravam ou não através da TV da cozinha, uma certa reviravolta épica no Restelo, o golo mítico do Costinha em Old Trafford, entre muitos outros momentos. As viagens de autocarro com amigos para o Jamor. As idas à Luz com amigos de infância, de sempre e para sempre.

É difícil explicar isto a quem não o viveu, mas provavelmente ter-me-ei abraçado mais vezes ao meu Avô e ao meu Pai nas Antas e no Dragão do que noutro lado qualquer. Muitos vão achar estranho isto. Outros vão sorrir ao lê-lo, apercebendo-se de que é verdade, de que é mesmo assim.

O Porto é apenas um clube. Mas também é uma desculpa para o resto. E esse resto é tudo. Não me perguntes, pois, porque dou tanta importância ao futebol, porque afinal de contas não foi de futebol que falei aqui.

[Nota Final: Escrevi neste espaço, ininterruptamente, de 11 de Agosto de 2012 a 8 de Abril de 2016. Três anos e meio. Nem acredito. Primeiro com crónicas dos jogos fora de casa, depois com tema livre semana sim, semana não. Passou a correr. Diria que o convite do BlueBoy, a quem agradeço do fundo do coração, me foi endereçado ontem. Foi um privilégio e um orgulho escrever neste espaço, ler e aprender com as prosas de tão grandes portistas. O BibóPorto nestes anos tornou-se mais que um blog, ele foi um autêntico companheiro de bancada. Despeço-me com um nó na garganta e uma tristeza imensa. No entanto, ao folhear estas páginas, surge a esperança: fico definitivamente com a certeza que o FC Porto não morrerá nunca, pese embora as dificuldades por que possa passar. Somos sem dúvida como o poema:

E, azul e branca, essa bandeira avança... Azul, branca, indomável, imortal, como não pôr no Porto uma esperança se "daqui houve nome Portugal"?

Aleluia, Pedro Homem de Mello]

Vemo-nos por aí.
Viva o FC Porto!

Rodrigo de Almada Martins

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