16 setembro, 2016

“PODEMOS E DEVEMOS FAZER MELHOR”


A frase título desta crónica foi proferida pelo técnico do FC Porto depois da fraquíssima exibição frente ao Copenhaga.

Época nova, treinador novo, novos métodos, manda a razão dar tempo ao tempo e é o que tem que se dar.

Ao contrário da maioria dos adeptos, que viu na passagem à fase de grupo da Liga dos Campeões e na vitória gorda frente ao Vitória (de Guimarães) o caminho aberto para as vitórias constantes e boas exibições, eu não vi nada disso.

O êxito perante os romanos foi obra não do acaso, mas muito contribuiu a anormalidade de 3 expulsões do adversário nas duas mãos. Que me lembre, o FC Porto nunca beneficiou dessa situação em competições europeias. Teve um grande peso na decisão da eliminatória. Ainda bem, mas escondeu muita coisa.

Depois do jogo menos conseguido em Alvalade, com o estouro físico na segunda parte, veio o jogo em casa com o Guimarães.

Muito melhor o resultado do que a exibição e a consistência de jogo. Um 4-4-2 inédito, talvez necessidade de ajustes, devido a muitos jogadores terem estado nas seleções, que não trouxe um grande brilho frente a uma equipa muito bem organizada e que quis ocupar bem o campo. Até ao golo de Marcano, poucas oportunidades de perigo e o início da segunda parte, como um golo, como o seu quê de sorte veio acalmar um pouco a exibição esforçada do FC Porto. A partir do terceiro golo, a história do jogo em termos de resultado acabou, mas ficou a faltar uma consistência maior nas transições e nas definições das jogadas.

Claro que um resultado com aqueles números esconde muita coisa e fez pensar muita gente que a partir dali, era tudo ou quase tudo um mar de rosas. Já viram que se enganaram.


Bastou uma equipa mais robusta, a correr mais, para colocar a nu as deficiências táticas do jogo do Nuno Espírito Santo.

O jogo desta última quarta-feira no Dragão, mostrou uma confusão enorme a meio campo com Oliver a ocupar o lugar de Herrera e vice-versa. O mexicano esteve perdido, pois Oliver está com o gás todo e vai para todo o lado, indo ocupar espaços que não eram dele. Octávio também ajudou à confusão e as incursões para o meio do Corona veio compor o ramalhete do desastre tático.

As linhas estão muito separadas e não vejo jogadas pensadas nas transições... é cada um por si a ver o que dá. Passes longos sem nexo, mal medidos... não gostei nada.

O futebol, naturalmente, não é um jogo estático, mas tem que haver definições de funções e não foi aquilo que se viu na estreia da fase de grupos da Liga dos Campeões.

Nuno, não é com palavras calmas e pensadas que se vão convencer os mais exigentes como eu.

Antes do jogo, as declarações do técnico do FC Porto, foram no sentido de que a equipa ia mostrar a evolução no jogo evidenciada nas partidas anteriores... nada mais contrário!

Sei que não é fácil pegar numa equipa, com um planeamento muito pouco abonatório face ao histórico do clube para a presente época, e apresentar um futebol vistoso e massacrar os adversários, mas... na minha opinião, eu poderia ter sido apanhado de surpresa pelo tipo de jogo e postura em campo do Copenhaga, mas a equipa técnica do FC Porto não. E mais, não houve melhoria da primeira para a segunda parte.

Este resultado é muito perigoso face ao calendário, vamos a Inglaterra a seguir (e nunca lá ganhamos) e lembremo-nos, não vencemos em casa a equipa do pote 4.

Em suma, Nuno, de acordo: “podemos e devemos fazer melhor”.

4 comentários:

  1. Podemos e devemos fazer melhor a começar pelo treinador.

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  2. Pedir a cabeça do treinador ao sétimo jogo oficial do FCP na presente época... é obra.
    Ninguém gostou do que viu na passada quarta-feira, Nuno muito menos. Aquele que é, e vai ser o motor da equipa esta época, (Oliver - há dúvidas?) ainda nem sequer conta com um mês de trabalho com o novo treinador e os novos companheiros.
    O plantel é curto e limitado. Há males que vêm de dentro ... que (espero) não afetem ainda mais negativamente a performance da equipa.
    Vamos apoiar, e acreditar que de facto podemos e VAMOS fazer melhor. Haja estabilidade e tranquilidade para trabalhar.

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  3. Degolar jogadores, afastá-los, reintegrá-los, serem titulares, para logo depois ficarem na bancada, também é obra desenganada.

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  4. Dinâmica e consistência também são importantes.

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