Adivinhar ou prever o futuro do FC Porto neste campeonato é um exercício quase tão difícil como acertar nos números do totoloto. Os adeptos portistas vivem nesta montanha russa de esperança e desilusão há uns anos e esta época infelizmente não parece ser excepção. Depois de Roma, nada nem ninguém pararia Otávio e André Silva. Depois de Alvalade ou Leicester, a depressão foi a nota dominante. Daí que os 0x4 ao Nacional me pareçam ser pouco conclusivos.
Diogo Jota tem tudo para ser um grandíssimo jogador de futebol – velocidade, espontaneidade, faro pelo golo, talento – mas não será ele, com certeza, a carregar o FC Porto todo o campeonato. Com 19 anos podemos esperar dele este tipo de fogachos, mas nunca uma constância e regularidade que lhe permita assumir-se como solução número 1 dos principais problemas azuis e brancos. Ainda assim: é solução e é mais um para ajudar.
Para termos noção do seu feito, o último homem a ousar realizar um hat-trick na primeira parte de uma partida do campeonato dá pelo nome, apenas e só, de Deco. Isto por si só serve para ilustrar a anormalidade do que se passou este fim-de-semana na Choupana. Não tão anormal como o golo de Luís Aurélio (Feirense), é certo, mas ainda assim bastante anormal.
Falemos de André Silva. Não são só os 5 golos no campeonato, nem a média de 0,7 golos/jogo, nem a já assumidíssima titularidade. É mais a capacidade de choque e de presença que garante na frente de ataque e, acima de tudo, a interrogação que inquieta a cabeça dos portistas: há mais disto nas equipas juniores e na B? De onde vieram Ruben Neves e André Silva, não poderão vir também Rafa Soares, Podstawski, Ricardo Pereira, Francisco Ramos, etc? Porquê a ânsia, anos após anos, de ir buscar fora o que se pode perfeitamente obter, mais barato e mais raçudo, na prata da casa? A reflectir. Cada vez mais.
Notas soltas de azul e branco
O discurso de NES: são convicções absurdas, vontades tremendas, crenças inabaláveis, confianças fortíssimas, fés cegas e surdas, interpretação do jogo, crescimento constante e sustentado, assimilação de processos e termos do mesmo género, feitio e quilate.
O FC Porto não contratou NES para que este se pareça com Jesualdo Ferreira. Contratou NES por causa daquele famoso SOMOS PORTO. Ora, o Porto de hoje continua a precisar do mesmo: de um murro na mesa, de voz grossa, de autenticidade, paixão, garra, raça à flor da pele, de portismo, em suma. Não precisa de discursos rotinados, gastos e em linguagem futebolês. NES precisa de descobrir o seu caminho, sem imitar ninguém. Caso contrário, começa a vestir uma fatiota que não é a dele nem lhe assenta bem.
Marega: a prova viva de que uma camisola dri-fit high-tec pode pesar tanto como a capa branca do Coraçãozinho de Satã.
Mário Wilson: deixa saudades aos benfiquistas, o que com certeza se compreende e respeita. Mas também aos portistas, de um tempo em que volta e meia era preciso bombeiros ano sim ano sim lá para as bandas de Carnide.
Rodrigo de Almada Martins
Diogo Jota tem tudo para ser um grandíssimo jogador de futebol – velocidade, espontaneidade, faro pelo golo, talento – mas não será ele, com certeza, a carregar o FC Porto todo o campeonato. Com 19 anos podemos esperar dele este tipo de fogachos, mas nunca uma constância e regularidade que lhe permita assumir-se como solução número 1 dos principais problemas azuis e brancos. Ainda assim: é solução e é mais um para ajudar.
Para termos noção do seu feito, o último homem a ousar realizar um hat-trick na primeira parte de uma partida do campeonato dá pelo nome, apenas e só, de Deco. Isto por si só serve para ilustrar a anormalidade do que se passou este fim-de-semana na Choupana. Não tão anormal como o golo de Luís Aurélio (Feirense), é certo, mas ainda assim bastante anormal.
Falemos de André Silva. Não são só os 5 golos no campeonato, nem a média de 0,7 golos/jogo, nem a já assumidíssima titularidade. É mais a capacidade de choque e de presença que garante na frente de ataque e, acima de tudo, a interrogação que inquieta a cabeça dos portistas: há mais disto nas equipas juniores e na B? De onde vieram Ruben Neves e André Silva, não poderão vir também Rafa Soares, Podstawski, Ricardo Pereira, Francisco Ramos, etc? Porquê a ânsia, anos após anos, de ir buscar fora o que se pode perfeitamente obter, mais barato e mais raçudo, na prata da casa? A reflectir. Cada vez mais.
Notas soltas de azul e branco
O discurso de NES: são convicções absurdas, vontades tremendas, crenças inabaláveis, confianças fortíssimas, fés cegas e surdas, interpretação do jogo, crescimento constante e sustentado, assimilação de processos e termos do mesmo género, feitio e quilate.
O FC Porto não contratou NES para que este se pareça com Jesualdo Ferreira. Contratou NES por causa daquele famoso SOMOS PORTO. Ora, o Porto de hoje continua a precisar do mesmo: de um murro na mesa, de voz grossa, de autenticidade, paixão, garra, raça à flor da pele, de portismo, em suma. Não precisa de discursos rotinados, gastos e em linguagem futebolês. NES precisa de descobrir o seu caminho, sem imitar ninguém. Caso contrário, começa a vestir uma fatiota que não é a dele nem lhe assenta bem.
Marega: a prova viva de que uma camisola dri-fit high-tec pode pesar tanto como a capa branca do Coraçãozinho de Satã.
Mário Wilson: deixa saudades aos benfiquistas, o que com certeza se compreende e respeita. Mas também aos portistas, de um tempo em que volta e meia era preciso bombeiros ano sim ano sim lá para as bandas de Carnide.
Rodrigo de Almada Martins
Uma nota apenas: Ricardo Pereira não é formado no FCP. Veio de Guimarães direto para a A.
ResponderEliminarAfinal, eram duas notas :)
ResponderEliminarNão podemos esperar que J, aos 19, seja constante. Mas devemos exigir que a equipa se componha de Podstawski, Ramos, Rafa e outros vintes? Se calhar temos que nos decidir por uma delas, não? Sendo que espero que todos os mencionados tenham um longo e frutuoso percurso no FCP. Porque são muito bons. A seu tempo. Embora nenhum (talvez o Chico, talvez) ao nível do AS. Esse é um fora de serie!
Cumps.