06 maio, 2017

THE END.


MARITIMO-FC PORTO, 1-1

Só me vem à cabeça este título para esta crónica. E com ele vem-me à memória a célebre canção da banda norte-americana da década de 60/70, The Doors. Uma canção onde se fala do fim, do desespero, da destruição, da resignação e de um autocarro azul (the blue bus) que não sabemos para onde nos leva, mas que não nos levará a bom porto.

Aconteceu nos Barreiros o que mais se temia. Os Dragões não poderiam ceder nenhum ponto, mas lá voltaram a escorregar. Em 7 jogos, aí vão 5 empates. 10 pontos perdidos em 21 possíveis é inadmissível para quem pretende ser campeão.

Não nos podemos queixar apenas das arbitragens vergonhosas que se verificaram ao longo de toda a temporada com um objectivo claro: que um certo clube atinja pela primeira vez o tetracampeonato na sua história.


Ninguém duvida que as arbitragens foram determinantes para o desfecho deste campeonato; ninguém coloca em causa a atitude e a postura dos jogadores do FC Porto; ninguém pode apontar seja o que for aos adeptos do clube que acompanharam sempre a equipa ao longo da época; não foi por falta de apoio que a equipa claudicou nos momentos-chave da época.

Os jogadores do FC Porto não revelaram estofo para ultrapassar os jogos decisivos; os jogadores não foram mentalmente fortes para ultrapassar as diversas contrariedades; a equipa não foi capaz de se alhear das miseráveis arbitragens de que foi vítima.

O treinador revelou toda a inexperiência para liderar uma equipa como a do FC Porto; o treinador mostrou, em muitos momentos, a incompetência de que padece para gerir os jogos e garantir vitórias; o treinador mostrou-se medroso em vários jogos, preferindo recuar no campo e jogar pelo seguro ao invés de procurar ampliar as vantagens e definir os resultados dos jogos. Hoje foi mais um claro exemplo.

A estrutura do FC Porto de há uns anos a esta parte, anda adormecida e foi completamente ultrapassada. Não há reacções enérgicas, não funciona, está invisível e perdida algures, tal como diz Jim Morrison na sua canção. Para defender o clube, temos apenas um canal de televisão do clube composto por pessoas competentes e que parecem ter começado a incomodar o polvo que domina actualmente o futebol português.

Mas isto por si só não chega. É preciso uma estrutura directiva forte. Um presidente dinâmico, com liderança forte e uma estrutura que o acompanhe. Infelizmente, não existe. E com isto vamos continuar a ver passar os navios por mais que adeptos, jogadores, treinadores e departamento de comunicação lutem contra todos os tentáculos do polvo.


O facto é que de match-point em match-point, o Dragão foi cedendo e perdendo a corrida do título. Sabendo de antemão que assim era e que assim seria, o FC Porto teria que ser muito competente durante todos os jogos e não cometer deslizes nos mesmos. Aconteceu precisamente o contrário.

A equipa que obteve 9 vitórias em 9 jogos, cometeu outra proeza de empatar 5 jogos em 7, logo de seguida. Sofre de bipolaridade claramente. Com isto, o líder encapotado está a 5 pontos do título, tendo para isso 3 jogos para cumprir esse objectivo.

Nada mais me apraz dizer sobre este assunto. Só me resta aguardar pelo fim da 34ª Jornada. No fim da época, a estrutura que tire todos as conclusões que quiser, que tenha bom senso e que defina o rumo. Só espero que o clube não apanhe o the blue bus de Jim Morrison.

Vamos ao jogo.

Boa entrada do FC Porto na partida. O Dragão apresentou-se na Madeira com Fernando Fonseca da equipa B no lugar de Maxi e um meio-campo de combate (R. Neves-A. André-Herrera) ao invés de construção ofensiva. Otávio foi desviado para ala direita, formando o trio atacante com Brahimi e o invisível Soares. Corona ficou surpreendentemente (ou talvez não) no banco.


O onze escolhido por NES revelou logo a preocupação de se apresentar com cautelas. Com estas posições, o treinador passa logo uma imagem de falta de confiança na equipa. Tendo Otávio em momento de forma apreciável e rendendo mais na posição 10, ao FC Porto, necessitado de vencer, exigia-se que jogasse com Brahimi, Corona e Otávio no apoio a Soares. Mas não! NES preferiu jogar pelo seguro. Pois, o seguro morreu de velho.

Apesar de tudo, os Dragões, ao contrário dos últimos jogos, entraram muito bem na partida e criaram boas impressões na etapa inicial. Esta boa entrada dos azuis-e-brancos, no entanto, teve resposta à altura dos insulares que procuravam chegar à área portista com perigo.

Brahimi esteve particularmente inspirado, delineando as melhores jogadas da equipa, criando desequilíbrios e abrindo espaços para Soares que esteve completamente trapalhão e desastrado.

O FC Porto procurava o golo. Foi então que numa investida de Herrera à área, Otávio ficou com a bola ao seu alcance e rematou colocado ao ângulo inferior da baliza contrária. Estavam decorridos 28 minutos de jogo. Muito tempo ainda para jogar e para ampliar obrigatoriamente a vantagem.

O que aconteceu depois do golo? O recuo gradual do FC Porto no campo. O Marítimo ganhou confiança e começou a atacar a baliza dos Dragões, sem, no entanto, conseguir lances de registo. Antes de terminar o primeiro tempo, foi o FC Porto a desperdiçar uma oportunidade soberana de golo. Na cara de Charles, Fernando Fonseca (esteve em bom plano) atirou contra as pernas do guardião maritimista. Com 0-2, o FC Porto praticamente sentenciaria a partida.

No regresso dos balneários, os Dragões entraram novamente muito bem mas depois dos 60 minutos, voltaram a dar metros ao adversário. Eu pergunto: mas porquê?


No entanto, aos 61 minutos, o FC Porto teve outra grande oportunidade por Soares mas o ponta-de-lança, lento e adormecido, picou a bola sobre o guarda-redes mas sem a direcção da baliza.

Não marcou o FC Porto, aproveitou o Marítimo para alcançar o empate. Aos 69 minutos, Djoussé aproveitou uma desconcentração total da defensiva portista e cabeceou tranquilamente para a baliza de Casillas, na sequência de um pontapé de canto concedido infantilmente por Alex Telles. Quem ficou mal no lance foi a defesa portista que não estava concentrada e Herrera que nem sequer saltou para tentar afastar a bola da zona de perigo.

O golo provocou depressão nos portistas e galvanizou os verde-rubros. Brito teve uma oportunidade de operar a reviravolta, mas atirou ao lado da baliza de Casillas e os Dragões passaram a jogar sem tranquilidade.

Foi então que NES decidiu apostar tudo no ataque. Ah, grande homem!!! Já com Corona em campo, André Silva e Rui Pedro entraram para tentar o golpe de sorte. Mas, exceptuando uma ou outra ameaça, os portistas nunca mais tiveram uma soberana oportunidade de golo.

Com este empate, o FC Porto encontra-se, à condição, a dois pontos da liderança, esperando para ver o que mais logo o líder faz em Vila do Conde.

Com dois jogos por cumprir, ao FC Porto restará vencer P. Ferreira e Moreirense para garantir o 2º lugar, visto que o 3º classificado poderá ficar a 3 pontos dos portistas no fim desta manhã. Sabemos bem a diferença entre ficar em 2º ou 3º classificado. Ter ou não ter entrada directa na Champions League da próxima época, eis a questão…




DECLARAÇÕES

Nuno: “Vamos continuar a lutar”

Méritos para um outro resultado
“Acima de tudo é um resultado muito dececionante pelo jogo que fizemos. Controlámos totalmente uma boa equipa, com bons jogadores e bem orientada. Desde o princípio que procurámos outro resultado, tivemos méritos para isso, mas faltou-nos eficácia. Ainda assim, considero que a equipa fez um bom jogo, realizou um bom trabalho.”

Matar o jogo no momento certo
“Fizemos uma boa primeira parte, com oportunidades claras para fazer golo, tal como na segunda, aliás, e bem claras. Foi pena não termos conseguido matar o jogo no momento em que o deveríamos ter resolvido, porque tivemos ocasiões claras para isso no início da segunda parte. E, depois, num momento de desconcentração. fomos penalizados, num jogo em que o Iker não fez uma defesa.“


Penalizados por um erro
“O FC Porto foi mais forte durante o todo o jogo. O Marítimo não criou oportunidades para chegar à nossa baliza, à exceção de lances de bola parada, num dos quais fomos penalizados por um erro nosso, num lance em que deveríamos ter estado mais concentrados e em que deveríamos ter sido mais eficazes na nossa tarefa defensiva.“

Continuar a lutar
“Fomos superiores, deveríamos e podíamos vencer este jogo, que era o nosso objetivo nesta luta. Neste momento as palavras valem muito pouco. Lutámos e vamos continuar a lutar. As oportunidades acabam quando acabar o campeonato. Está mais difícil, porque há menos um jogo, mas a Liga ainda não acabou.”

Dedicação até ao fim
“Da minha parte, e em nome do grupo, peço desculpas aos nossos adeptos, aos que estiveram hoje aqui e a todos os outros. Por eles e por nós continuaremos a trabalhar e a dedicarmo-nos ao máximo até ao fim.“



RESUMO DO JOGO

3 comentários:

  1. Bom dia, o problema de NES é mesmo esse, a Mensagem que ele passa, seja aos jogadores, seja adeptos, seja adversários, ele passa uma mensagem de precaução em demasia, com isso condiciona a equipa, existem tantos exemplos nos jogos desta época em que damos 45 min. ao adversário.
    Este jogo foi apenas mais um onde se começa bem, marca-se um golo e em vez de tentar o segundo, recua-se no terreno...inadmissível.
    Urge efectuar mudanças, é fácil perceber que alguns jogadores não estão comprometidos com o clube, que o treinador é fraco para ambicionar títulos e que o Presidente já não é o que era.
    Temos alguns bons jogadores emprestados e outros da "B" que podemos aproveitar para baixar a massa salarial.
    Temos muito que melhorar ao nivel da comunicação do clube, este ano ja estivemos melhor, mas ainda não chega, até ai precisamos de um treinador destemido, ambicioso...
    Abraço

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  2. Campeonato perdido. Rua com este incompetente! Rua com esta Sad ultrapassada e amorfos.

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  3. Apesar de toda a ajuda que o SLB teve, não nos devemos alhear das nossas próprias culpas. Falhamos sempre que tivemos a chance de passarmos ou igualarmos os encarnados e nem sempre por culpa do árbitro, Os árbitros não são responsáveis pelo futebol miserável que jogamos a época toda, os árbitros não são os responsáveis pela péssima e para mim surpreendente escolha feita por PC em NES. Os árbitros não são os responsáveis pela total falta de arte de NES em manter a mesma equipa em 2 dois jogos seguidos, Os árbitros não são os responsáveis pela total falta de coragem de NES. O grande culpado de mais uma época, a todos os níveis miserável é do nosso presidente, pois é este e só este que escolhe os treinadores, e nestes últimos anos só escolheu MERDA. Já que infelizmente não aparecem candidatos que possam mandar PC gozar a sua reforma onde bem entender, só resta uma solução, mandar já de imediato NES para a rua e desta vez, escolher um treinador a sério, que ponha uma equipa a jogar sempre para ganhar, sem medo de algum adversário, ou seja a jogar à PORTO.

    Valdemar Martins

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