Plantel Curto – Quem não tem cão…
3 jogos, 3 vitórias, 9 pontos. No entanto, olho para o plantel do FC Porto e, passada a euforia da pré-época, começo a sentir pequenos calafrios em vésperas do primeiro teste a doer, em Braga. Explico porquê:
- quem joga em 4x4x2 tem que estar dotado obrigatoriamente de vários avançados capazes e em condições de entrar a qualquer momento. Soares, fruto das cargas físicas da pré-época, já está no estaleiro. Sobram Aboubakar, Marega (embora estando a surpreender pela positiva, é curto para um determinado tipo de futebol mais apoiado e rendilhado) e Rui Pedro (uma incógnita ainda, um projecto de jogador). Dificilmente o FC Porto poderá abordar uma época inteira com estes 4 nomes. Basta olhar para o principal rival para perceber a desproporção de forças e de qualidade comparando os sectores;
- a gripe de Ricardo assusta e de que maneira. Ricardo é o melhor lateral do plantel (pese embora a excelente forma de Alex Telles) e pode ainda ser, a meu ver, o principal substituto de Brahimi e Corona, claramente escassos para as duras exigências de uma temporada inteira. Maxi já não é o jogador que era, mas pode ser opção no caso de Ricardo ser chamado a jogar pela ala, pelo que me parece que uma possível saída de Ricardo Pereira seria um forte rombo na planificação da época portista. Hernâni e Octávio têm acrescentado pouco sempre que entram, pelo que a contratação de um extremo veloz deveria ainda estar em cima da mesa. Frente ao Moreirense, a entrada de Layun deu também a entender que Sérgio Conceição vê no mexicano uma possível alternativa para a posição de extremo. Quem não tem cão caça com gato e nos anos 90 era assim que preparávamos as épocas, mas convenhamos que é arriscado. A lavagem que o Jornal O JOGO vem promovendo a favor de Maxi, a fazer lembrar as tácticas do pasquim A BOLA, não augura nada de bom. E é bom que O JOGO não se esqueça que os portistas não se guiam pelos mesmos parâmetros de outros.;
- na zona central, Danilo e Oliver já perceberam que não terão descanso neste sistema engendrado por Sérgio Conceição. Vai-lhes ser exigido muito e sempre em alta rotação. Os substitutos são Herrera e André André. A época é longa, vem aí a Champions League e diria que um box-to-box com capacidade física entraria como uma luva (Wendell ?). A menos que Herrera, claro, confirme finalmente todo o potencial que de facto tem.
Síndromes Gripais – Onde há fumo…
Por falar em Ricardo Pereira, olho para a história mais ou menos recente e recordo-me de ver o supersónico Bosingwa impedido de jogar uma Final da Taça de Portugal frente ao Sporting devido a uma suposta mialgia. João Paulo alinhou no seu lugar e perdemos o caneco com um golo de Tiuí.
Em 2011, VP foi obrigado a colocar Fernando no banco e alinhar com Souza e Guarín frente ao super-Barça de Guardiola. Pese embora uma excelente exibição, Guarín, na zona 6, inventou uma fabulosa desmarcação para Messi inaugurar o marcador.
Por outro lado, lembro-me de Slimani em Alvalade estar no 11 inicial leonino frente ao FC Porto, molhar a sopa e no dia seguinte partir de armas e bagagens para o Leicester.
Kick-Off de Duarte Gomes – Quem te avisa…
O ex-árbitro Duarte Gomes, reconhecidamente anti-Porto, acaba de lançar um projecto a solo, chamado Kick-Off, para já em livro e em formato website com vídeos e textos sobre casos de arbitragem.
Convirá perceber quem está por detrás desta rampa de lançamento de Duarte Gomes. Depois de Vítor Pereira, depois de Pedro Proença, desta vez não nos vão apanhar na curva e adormecidos. Basta aliás ver quem esteve no lançamento deste projecto de Duarte Gomes: Fontelas Gomes, do Conselho de Arbitragem, Pedro Henriques, Rui Costa, Carlos Manuel, Pedro Proença, entre outros.
As perguntas que devem ser feitas: quem paga este projecto de Duarte Gomes? Quem está por detrás desta rampa de lançamento? A quem importa promover Duarte Gomes? Porque está Duarte Gomes no Jornal A Bola? Porque razão Duarte Gomes é agora presença assídua na SIC Notícias? Questões que, com certeza, em breve ficarão nítidas aos olhos de todos.
Seri a caminho do Barcelona – Errar é humano
Poucos se lembrarão de Seri, médio ex-Paços de Ferreira, que passou pelo FC Porto sem grande alarido. Não se pode acertar sempre e só podem jogar 11. Quem não se lembra do centralão Thiago Silva, que passou pela nossa Equipa B e depois acabou por fazer uma grande carreira em Itália e França, assim como ao serviço da Canarinha? O objectivo será sempre acertar mais vezes do que se erra.
Público no Dragão rima com discurso de Conceição – Quem fala assim…
Depor: 50.818; Estoril: 48.011; Moreirense: 46.509. Esperemos que estas assistências não sejam fruto da tradicional silly season e dos vários portuenses e demais nortenhos que no Verão voltam à sua terra natal, mas sim devido a um estreitar de relações entre o clube e os adeptos. Sérgio Conceição, parece-me, tem aqui um papel fulcral ao apresentar um discurso condizente com o que os adeptos azuis e brancos vêm no relvado. Quando o Porto joga mal, o treinador não engonha e não inventa visões paralelas. Imediatamente depois do jogo com o Moreirense, referiu que a partida nem sempre foi bem jogada e que Octávio não havia entrado bem na partida. Uma visão exactamente igual à do adepto comum, bem diferente do discurso para inglês ver do anterior treinador, que não fugia dos lugares comuns e das frases redondas. Conças não tem discurso Somos Porto, mas sim discurso à Porto, que são coisas bem diferentes.
A propósito do manuel machadês – Quem muito fala…
Manuel Machado tem razão em ter dito o que disse. O futebol lusitano é mais desnivelado a cada ano que passa. Esse fenómeno, aliás, assume uma tendência ainda mais pornográfica no país vizinho, enquanto que Itália caminha a passos largos para o mesmo. Só Inglaterra, devido à centralização dos direitos televisivos, escapa para já a essa desproporção de forças.
De facto, o Moreirense e o seu futebol quase deram pena de observar. Fica a questão: os jogadores do Moreirense são fraquíssimos, os jogadores do FC Porto são fortíssimos ou Manuel Machado é que estagnou no tempo?
E a última nota: alguém que recorde a Manuel Machado quem foi o clube que, à revelia do pacto não escrito entre os clubes nacionais para uma negociação centralizada dos direitos televisivos, foi negociar directamente com uma conhecida operadora nacional?
Os mendilhões do templo – Diz-me com quem andas…
Rúben Neves no Wolves custou-nos a todos, atendendo ao conflito de interesses que existe no caso vertente: Rúben foi (mal) treinado durante uma época por NES, que o desvalorizou de forma brutal. No final da época, o empresário do jogador, também empresário do treinador, coloca-o no novo clube do treinador, da II Divisão Inglesa. O FC Porto e o próprio Rúben Neves têm culpas no cartório por porem dentro de casa quem não merece sequer estar à nossa porta.
Por falar em mendilhões, Gonçalo Guedes (30M, não esquecer) não consegue mais enganar o PSG e pelos vistos não irá fazer parelha de ataque com Neymar, ao contrário do que prometiam os jornais lisboetas. Irá para Valência, clube onde já esteve também André Gomes, que agora está no Barcelona, para infortúnio dos catalães, que agora têm ainda que levar com o novo Daniel Alves chamado Nélson Semedo. É caso para dizer que a decadência culé não espanta ninguém. Do Valência sai também João Cancelo, por troca com Kondogbia. Benfica. Rio Ave. Braga. Valência. Atlético de Madrid. Barcelona. Wolverhampton. Fazem quase lembrar aquelas empresas-fantasma criadas pelo Grupo Espírito Santo para ocultar a sua dívida. Quem se mete por atalhos…
Belenenses e Eliseu – Com amigos destes…
Não há grandes palavras para a entrada assassina de Eliseu não ter sido sancionada com vermelho directo (podia ter partido a perna ao jogador do Restelo), nem sequer com falta, muito menos com amarelo. O VAR, pelo que já se começa a ver, é apenas mais uma distracção para inglês ver: não serve para nada e, se servir, vai ser utilizado para beneficiar o mesmo de sempre. O processo sumaríssimo, como já se prevê, ficará na gaveta.
Nada que preocupe muito o Belenenses do Dragão de Ouro Rui Pedro Soares, claro está. Nos últimos 8 jogos entre essas duas equipas, como bem notou o Baluarte Dragão, a contabilidade já vai em 27x0 a favor do Benfique, para vergonha e nojo dos adeptos de uma instituição histórica do futebol português. O caso Miguel Rosa, esse, já pertence à categoria da comédia. O Belenenses de hoje mais não é do que um clube satélite do seu vizinho da segunda circular. Não sou eu que o digo, mas sim os próprios adeptos do Belenenses, conforme podem ler AQUI. Este movimento independente do verdadeiro Belenenses, onde se incluem homens como Jorge Coroado, expõe as bonitas ligações entre Rui Pedro Soares, Portucal Telecom, Sócrates, Santos Silva, BTV, entre outras personagens e instituições. Leiam que vale a pena.
Estive ontem, por acaso, a jantar em pleno Estádio do Restelo, na Petisqueira Matateu, entre amigos, num ambiente que já existe pouco em Portugal, nas instalações de um estádio, ao ar livre, entre o museu, departamento de formação, estátuas de velhas glórias, torniquetes, paredes de cimento bem pintadas, camionetas e restaurantes do clube, pavilhões, entre outras velhas preciosidades que foram destruídas aquando do vendaval chamado Euro 2004. À saída, defronte da estátua de José Manuel Soares (Pepe) ocorreu-me a ideia: se eu fosse dirigente do FC Porto, este seria o ano de quebrar de tradições e, pela primeira vez em muitos anos, não existiria a mítica coroa de flores para o malogrado atleta do Belenenses, pois aos vendidos não se deve oferecer mais do que desprezo. E mais: pela primeira vez na nossa história devíamos dar um Dragão de Ouro como não entregue e exigir a sua devolução imediata (com custos a ser suportados pelo remetente) aos escritórios do FC Porto. Não sem antes pedir desculpas públicas a Pepe e aos verdadeiros adeptos do clube do Restelo.
José Manuel Soares "Pepe", a quem o FC Porto tradicionalmente deposita uma coroa de flores antes do Belenenses x FC Porto. |
Jorge Sousa e o politicamente correcto – Com papas e bolos…
O politicamente correcto chegou ao último reduto ainda aparentemente inviolado: o futebol. O caso é caricato, mas merece atenta análise. Um jogador sérvio dirige-se em maus modos ao árbitro da partida, perguntando-lhe se o mesmo está a brincar. O árbitro, e muito bem, impõe o respeito e pergunta-lhe com quem ele pensa que está a falar e para se dirigir para a puta da baliza. Um episódio mais que banal, que ocorre todos os fins-de-semana em qualquer estádio desse país fora, independentemente da região ou do escalão. Claro que em Lisboa o tratamento aos jogadores por “querido” é mais apreciado e Jorge Sousa é clara e obviamente um alvo a abater, por se tratar de um árbitro nortenho, proveniente – Deus do céu – da cidade do Porto.
Jorge Sousa ficará 3 jogos na jarra por ter proferido palavras mais feias – pasme-se – a um atleta num jogo que lhe competia dirigir. E Eliseu, que podia ter acabado com a carreira de um colega de profissão, quantos jogos ficará na jarra? Pergunta para queijinho…
Rodrigo de Almada Martins
ResponderEliminar@ Rodrigo
excelente!
e mais não digo, para não estragar :)
abr@ço
Miguel Lima | 92° minuto