FC PORTO-MÓNACO, 5-2
Em 22 épocas de presenças na Liga dos campeões, prova que vai na sua 26ª edição, o FC Porto alcança o lugar entre as 16 melhores equipa do Velho Continente pela 13ª vez. É a única equipa portuguesa capaz de ombrear regularmente com os mais poderosos até à fase a eliminar.
A jogar perante os seus adeptos e dependendo apenas de si para alcançar a passagem aos 1/8 de final da prova, os Dragões não poderiam estar à espera para ver o que faziam os alemães do Leipzig sobre os turcos do Besiktas. Tinham que vencer o seu jogo e a partir daí nada mais interessava.
A vitória desta noite teve, principalmente, a responsabilidade da veia goleadora de Aboubakar e o que o camaronês fez pela equipa no jogo e nos restantes golos.
O jogo começou bem para os Dragões com Aboubakar a abrir o marcador aos 9 minutos. Desmarcação de Brahimi à entrada da área e o camaronês, rapidíssimo, a rematar para o fundo das malhas.
Depois disso, os portistas pareceram retrair-se um pouco no relvado, tentando controlar o jogo a meio-campo, baixando as linhas e o ritmo de jogo. Foi uma conduta, provavelmente, inconsciente, visto que estava em jogo uma qualificação que valeria 7,5 milhões de euros com a vitória no jogo desta noite.
O Mónaco também não criou situações dignas de registo. Tentou chegar à baliza de José Sá mas sem qualquer efeito prático. O FC Porto ficou mais tranquilo e perto da meia hora, Danilo rematou fortíssimo para grande defesa de Benaglio a sacudir a bola para canto.
Aos 33 minutos, Danilo (está a subir de forma) serviu Aboubakar na meia-esquerda e este, já dentro da área, tirou um adversário do caminho com uma finta de corpo e bateu fulminantemente Benaglio. Começava a desenhar-se o destino do jogo.
Um penalty sobre Brahimi já tinha ficado por marcar mas o FC Porto soube faz pela vida. Soube atacar e ser eficaz. E é assim que terá de ser até ao fim da época para não correr o risco de ser prejudicado em pontos por culpa da arbitragem que, em Portugal, já retiram à equipa 4 pontos.
A seguir vieram as expulsões. 38 minutos de jogo num lance mais viril, os jogadores Felipe e Ghezzal envolveram-se em quezílias pouco edificantes e receberam ordem de expulsão. Apesar disso, o jogo do FC Porto sofreu poucas alterações. Sérgio Conceição colocou Reyes em campo e retirou A. André, a imprevista titularidade do jogo face à lesão de Otávio durante o aquecimento.
A fechar a primeira parte, o FC Porto deu o xeque-mate ao jogo. Aboubakar picou a bola sobre a defesa monegasca, Brahimi surgiu no coração da área e desviou a bola para a baliza contrária. 3-0 ao intervalo é um resultado muito confortável no jogo da Champions League.
Na segunda parte, o FC Porto tratou de controlar o jogo e contou com um Mónaco mais forte, mais subido e mais atrevido. O jogo passou a ser mais dividido. O Mónaco rematou mais vezes à baliza, muitas delas sem sentido mas depois fez dois golos.
Aos 61 minutos, Glik reduziu a desvantagem da equipa forasteira para 3-1 na conversão de uma grande penalidade. Mas quatro minutos volvidos, os Dragões repuseram a vantagem com Alex Telles a rematar bem e cruzado, obtendo um golo de belo efeito.
O jogo ficava mais equilibrado com as entradas de João Moutinho e Falcao no Mónaco, entradas muito aplaudidas pelo público. Aos 77 minutos numa saída de baliza extemporânea junto à linha de fundo, José Sá hesitou e quando regressava para a baliza, o cruzamento apanhou-o em contra-pé. Disso se aproveitou Falcao que num belo golpe de cabeça reduziu novamente a desvantagem da sua equipa para dois golos.
No golo de Falcao, eu ouvi aplausos nas bancadas!!! Aplaudir um golo do adversário??? Sinceramente, este público é uma anedota. São capazes de assobiar Herrera ou Marega à mínima falha, jogadores que dão tudo pela equipa em todos os jogos e depois vão aplaudir um golo adversário por ter sido obtido por um ex-jogador do clube. Lamentável!
Oito minutos depois, o FC Porto repunha a vantagem de três golos por intermédio de Soares. Um golo muito importante para o ponta-de-lança brasileiro.
Prevalece a tradição e a história de que frente à equipa monegasca a vitória é e foi sempre pela diferença de três golos.
Cumprida a missão e os objectivos mínimos na Champions League, o FC Porto terá de concentrar as suas responsabilidades nas competições nacionais, principalmente na Liga NOS, onde defronta no Domingo o V. Setúbal no Bonfim.
DECLARAÇÕES
Sérgio Conceição: “Não vamos deixar cair nada”
Caráter, personalidade e qualidade
“Tivemos o percalço da lesão do Otávio no aquecimento e isso acabou por abalar a nossa fase inicial no jogo, apesar de termos feito golos. Tivemos períodos de alguma precipitação na primeira fase de construção e isso poderia ter-nos causado problemas. Com as expulsões houve mais espaço para jogar. É de louvar que esta equipa, mesmo estando a ganhar, nunca tenha deixado de procurar mais golos. Sabíamos que os automatismos desta equipa do Mónaco não eram os melhores e tentámos aproveitar isso, sabendo do potencial individual deles. Fizemos o nosso trabalho e só podemos dar os parabéns aos jogadores pelo nosso trajeto. Com jogadores da casa, fomos uma equipa de carácter, com personalidade e qualidade. Conseguimos ser a única equipa portuguesa nos oitavos de final da Liga dos Campeões. A equipa e o clube estão de parabéns, pois é um apuramento merecido.”
Uma equipa sempre à procura do golo
“Fico contente com a vontade e a objetividade da equipa, mas por vezes é preciso controlar o jogo com bola. Num ou noutro momento faltou-nos paciência, mas esta equipa tem uma ambição muito grande de chegar à baliza contrária. Há sempre aspetos a melhorar e a aperfeiçoar, mas, no geral, só posso estar satisfeito. Poucos acreditavam nesta equipa e no trajeto que tem feito até agora, sobretudo no Campeonato e na Liga dos Campeões.”
Gestão de esforço(s)
“Era importante gerir o esforço, sobretudo o do Marega, devido ao problema físico que ele teve recentemente. Ele é um jogador muito ofensivo e o Corona, mesmo sendo avançado, tem características diferentes. O Aboubakar também saiu pois no fim de semana temos mais um jogo importante que queremos muito ganhar.”
Um balneário a sonhar
“O sonho faz parte do nosso balneário e temos os nossos objetivos bem definidos. Passar aos oitavos de final da Liga dos Campeões era um deles e está cumprido. De tudo o que vier, não vamos deixar cair nada e vamos continuar a sonhar. Mas agora já estamos focados no Campeonato e vamos querer ganhar em Setúbal. Temos um objetivo muito grande, que é sermos campeões.”
A lesão de Otávio e a expulsão de Felipe
“O Otávio teve um problema muscular durante o aquecimento e o nosso departamento médico vai agora analisar a extensão da lesão. Quanto ao Felipe, é um momento que pode mas que não deve acontecer. Fico triste com as duas situações, mas o futebol é isto.”
Aboubakar e Marega
“O Aboubakar é um jogador que aprecio e, como avançado, tem características que me agradam, tal como o Marega e o Soares também. Até poderia ir buscar um avançado de não sei quantos milhões, mas queria ficar com o Aboubakar. Quanto ao Marega, não foi uma surpresa para mim. Quando estava no Nantes, queria ter levado o Marega para lá, por isso, quando cheguei ao FC Porto, disse na hora que queria que ele voltasse.”
RESUMO DO JOGO
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