SETÚBAL-FC PORTO, 0-5
Um autêntico vendaval assolou o país de norte a sul mas foi no Sado que o vendaval desportivo do fim-de-semana teve a sua real marca.
O FC Porto deslocou-se a Setúbal para defrontar o Vitória local e não fez a coisa por menos. Aplicou chapa 5 sem espinhas. Varreu tudo o que viu à frente e ainda houve tempo para um ou outro desperdício na hora de rematar à baliza.
Neste jogo, Sérgio Conceição fez algumas alterações. Felipe, expulso no último jogo da Champions League, ficou no banco e Maxi jogou na lateral direita, fazendo subir Ricardo para a ala.
O FC Porto continua, com muita pena para muitos, a praticar um grande futebol e a derrotar os adversários sem apelo nem agravo. O futebol jogado é uma autêntica máquina de fazer golos. Depois dos cinco golos ao Mónaco, a dose repete-se frente ao V. Setúbal.
O V. Setúbal tentou entrar bem no jogo, de forma a surpreender os Dragões. Mas as intenções ficaram-se por uma investida de Edinho que terminou nas mãos de José Sá. A partir daí o FC Porto dominou todo o jogo, não concedendo qualquer veleidade ao seu adversário.
À passagem dos 31 minutos, surgiu o primeiro golo. Até aí os azuis-e-brancos tinham desperdiçado duas oportunidades. O golo foi obtido por Aboubakar na sequência de um pontapé de canto. Muito contestado por José Couceiro, mas sem razão.
Inicialmente, fiquei com a sensação de que Aboubakar terá empurrado Edinho quando se fez ao lance mas depois vendo bem a repetição, Edinho puxa a camisola do camaronês e só depois é que se dá o toque de Aboubakar no jogador sadino. A ser marcada falta, teria sido grande penalidade.
O árbitro deixou seguir e o FC Porto adiantou-se e bem no marcador. Os Dragões passaram a marcar maior presença na área contrária. A equipa parecia um rolo compressor.
Foi sem surpresa que aos 40 minutos Marega fez o 2-0, na sequência de um remate de Aboubakar defendido pelo guarda-redes contrário e de uma bola no poste de Maxi. Se o V. Setúbal já se sentia com poucas possibilidades de reagir, depois do segundo golo ficou sem quaisquer hipóteses.
A fechar a primeira parte, Aboubakar entrou na grande área, rodou sobre dois adversários e foi tocado no pé direito. O penalty, prontamente marcado pelo árbitro, exigiu intervenção do VAR que chamou o juiz de campo para ver as imagens. Passaram-se três longos minutos de espera para se decidir se haveria ou não de se dar lugar à marcação de um pontapé de penalty.
Ao fim deste tempo, o penalty é confirmado pelo árbitro e Aboubakar ampliou para 3-0, resultado com que se atingiu o intervalo.
A segunda metade trouxe novidades para além das já verificadas na etapa inicial. Corona substituiu Brahimi numa gestão clara de poupança da parte de Sérgio Conceição. O jogo continuou com sentido único.
Apesar do vendaval com chuva e vento forte verificados que, por vezes, alterava a trajectória da bola, o FC Porto continuou com uma intensidade impressionante no jogo.
Aos 69 minutos, Marega, numa jogada fantástica na direita, cruzou para Aboubakar que só teve que encostar para a baliza. 4-0.
Depois disso, Soares entrou e Danilo saiu mas o FC Porto não perdeu fulgor. Aos 82 minutos, Aboubakar retribuiu a Marega a gentileza. Num lançamento em profundidade, com alguma ajuda do vento, Aboubakar isolou Marega e o maliano faz um chapéu perfeito ao Guarda-Redes contrário que saiu da baliza para fazer a mancha. 5 golos sem resposta.
O jogo terminou pouco tempo depois com uma vitória robusta dos Dragões que continuam na liderança da Liga NOS, prontos para a luta pelo ceptro nacional.
Destaques naturais para dois homens da equipa azul e branca: Aboubakar e Marega foram os reis da noite e construíram a vitória indiscutível e arrasadora do FC Porto.
Próxima paragem no Dragão para a recepção ao V. Guimarães a contar para os oitavos-de-final da Taça de Portugal, antes da também recepção ao Marítimo, jogo da 15ª Jornada da Liga NOS.
DECLARAÇÕES
Sérgio Conceição: “Hoje divertimo-nos com bola”
Sem espinhas
“Foi uma resposta importante para nós próprios, pois não jogamos em função de ninguém, jogamos em função da nossa exigência e do nosso trabalho. Temos consciência de que somos um grupo de qualidade e sabíamos que tínhamos de fazer o nosso trabalho. Ganhámos o jogo de forma meritória e convincente. Parabéns aos jogadores, que fizeram um ótimo trabalho num campo onde é sempre difícil jogar.”
Focados em si próprios
“Estes jogos pós-Champions são sempre difíceis. Não havia qualquer intranquilidade ou pressão extra por os nossos rivais terem jogado antes e ganho. Há um caminho traçado e foco no nosso objetivo, com uma preocupação grande em preparar os jogos para ganhar. Conquistámos três pontos de forma fantástica. Nos primeiros dez minutos, o Vitória de Setúbal tentou surpreender-nos, mas a partir daí pegámos no jogo. Deixo uma palavra ao Vitória de Setúbal, que merece o meu carinho. Desejo-lhe tudo de bom.”
Aboubakar e Marega
“O que pretendo é que eles façam o que estão a fazer: golos. Mas é o culminar de um trabalho da equipa que hoje foi muito bom. Hoje divertimo-nos com bola e tivemos uma posse de bola muito interessante, com muita qualidade. Assim fica difícil para os adversários contrariar o nosso jogo. Tivemos muito bem nesse aspeto e os golos foram surgindo com naturalidade, mas os golos são apenas uma parte do trabalho dos avançados. Como todos são altruístas, tudo fica mais fácil.”
Reyes de início, Felipe no banco
“Achei que era o momento de Reyes jogar. O Felipe é um jogador muito importante, como são todos os outros, mas também é preciso haver alguma gestão. Os jogadores mais utilizados são os dois centrais. Além disso, também teve a ver com a nossa preparação para este jogo. Tenho um plantel que me dá boas dores de cabeça.”
Muitos portistas em Setúbal
“Fiquei muito agrado com a presença de tantos adeptos do FC Porto, com um tempo difícil e uma viagem de mais de 300 quilómetros. É esta cumplicidade que existe entre os adeptos e a equipa. Esta atmosfera é fantástica. Estamos todos no mesmo barco neste mar azul e a remar para o mesmo lado. Temos de continuar assim.”
RESUMO DO JOGO
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