02 janeiro, 2018

DOIS MIL E DEZOITO.


Em primeiro lugar, deixo os meus votos de um excelente 2018, sobretudo com muita saúde, trabalho e felicidade, a todos os colaboradores e leitores deste blog.

Desportivamente, as minhas expetativas têm duas dimensões bem definidas: 2018 tem de ser um ano de rutura, no seguimento do que tem sido o excelente trabalho iniciado em 2017 por FJM, ou seja, tem de se continuar (e com cada vez mais intensidade!) o trabalho de denúncia e reflexão que tem sido feito, tem de haver uma rutura clara com o status-quo vigente e também com o silêncio, muitas vezes envergonhado, com que o FC Porto encarou grande parte do quadriénio 2013-2017. Para além disso, gostaria obviamente que 2018 fosse um ano de títulos, não títulos de jornais, nem do tesouro, mas sim títulos desportivos.

Não há como esconder, nem dourar a pílula, nas últimas 3 épocas desportivas estiveram em disputa 12 títulos internos e o FC Porto não ganhou um único desses 12 títulos. Recuando nas 4 épocas anteriores, o pecúlio do FC Porto resume-se à supertaça ganha em 2013. Estamos todos sedentos de títulos e de sucesso desportivo, bem em contraponto com as últimas 4 épocas, sedentos de competência dentro de campo.

O caminho percorrido até aqui é inegavelmente positivo. Mais do que o facto de ainda estarmos vivos nas 4 competições em disputa, aquilo que mais me agrada atualmente é o futebol com cabeça, tronco e membros que a equipa apresenta, uma equipa dinâmica, criativa e rápida no processo ofensivo, uma equipa organizada e competente no processo defensivo mas sobretudo uma equipa ligada entre si e ligada com os adeptos, com a SAD e com o treinador. A este propósito é também justo que se diga uma coisa, Sérgio Conceição beneficiou de uma herança bem melhor do que por exemplo NES ou Lopetegui. Este FC Porto é de Sérgio Conceição mas vem na sequencia de um FC Porto de NES que era uma equipa organizada no seu futebol (sobretudo na manobra defensiva) que foi competente em muitas ocasiões e que foi vítima das mais inacreditáveis arbitragens nos últimos 35 anos.

Infelizmente, a tabela classificativa não reflete a superioridade que o FC Porto tem demonstrado em campo, a liderança ex-aequo com o 2º e com apenas 3 pontos de vantagem sobre o 3º é manifestamente pouco para o que se tem produzido. O caminho a percorrer ainda é muito longo mas as bases que estão lançadas até aqui abrem boas perspectivas.

A terminar, deixo votos para que todas as instituições públicas responsáveis pelo respeito e cumprimento das leis trabalhem o melhor possível tendo em conta o apuramento da verdade, apenas e só a verdade. E que depois essa verdade tenha as devidas consequências legais, seja para quem for, independentemente do nome ou da dimensão. Obviamente falo de instituições como o Ministério Público, Polícia Judiciária, Unidade Nacional de Combate à Corrupção e Tribunais. E obviamente falo do processo judicial por um esquema de corrupção para favorecer um determinado clube, que o Ministério Publico neste momento investiga. Muito sinceramente, que se investigue tudo seriamente, sem medo, sem amarras e sem receio de se atingir A, B ou C. É isto que se pede num país civilizado, que pertence à União Europeia, o grupo de países mais desenvolvidos do planeta, não um qualquer país africano ou sul-americano onde a democracia e o estado de Direito são uma utopia.

PS: A RTP, não o Porto Canal, o site oficial do FC Porto ou o site de FJM, noticiou que a PJ está a investigar cinco jogos do Benfica da temporada 2015/2016 onde poderão ter havido eventuais aliciamentos a jogadores de equipas adversárias. Foi também referido que os telemóveis de alguns jogadores possuem fortes indícios de aliciamento. Mais uma vez, apenas espero muito sinceramente que se vá até onde se tem de ir, com justiça e sem medos.

PS2: João Correia, advogado do slb, admitiu relativamente ao famoso "caso dos emails" que "uma ou outra questão pode ser interpretada como tráfico de influências". Caro João, basta uma, uma questão apenas ser considerada tráfico de influências (mesmo que as outras 5 mil coisas sejam consideradas ZERO em termos jurídicos) para que as consequências de tal situação sejam simplesmente a descida de divisão, tal como os regulamentos da FPF preveem. A questão não está no número de crimes, basta cometer um para se ter de arcar com as devidas consequências jurídicas.

PS3: Como se vê pelos PS´s acima, o futebol português respira pureza e verdade desportiva. Bem ao contrário do período de 1982 a 2013, esse sim um período negro na historia do futebol português...

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