25 fevereiro, 2018

MÁQUINA TRITURADORA.


PORTIMONENSE-FC PORTO, 1-5

Depois da goleada estrondosa que o FC Porto sofreu na Uefa Champions League na recepção ao Liverpool, muitos temeram o pior, outros esfregavam as mãos de contentes e já faziam contas para mais um ano sabático dos Dragões. Puro engano! Os azuis-e-brancos na noite da derrota frente aos ingleses deixaram uma clara mensagem de união, força, crer, vontade e coragem para enfrentar o que resta da época.


De lá para cá, os portistas responderam muito bem com três jogos de grande intensidade e “trituraram” os adversários que lhe apareceram pela frente. Primeiro o Rio Ave no Dragão que foi brindado com cinco golos sem resposta. Depois na Amoreira, o FC Porto tinha os segundos 45 minutos do jogo que ficara suspenso 37 dias antes por cumprir, onde a perder por 1-0, fez três golos de rajada. E agora esta noite deu um festival de futebol em Portimão, derrotando por 5-1 os algarvios. Não foram só os resultados que mostraram a reacção à derrota com a equipa britânica. Viu-se também união dentro de campo com todos a remar para o mesmo lado e um futebol bonito, dinâmico com jogadas rápidas e golos em catadupa.

Estamos, frequentemente, a ver e a ouvir os paladinos da verdade e os defensores hipócritas do futebol a manifestar as suas preocupações com o espectáculo, com a promoção do futebol português aqui e além-fronteiras. No entanto, esta semana que passou vi e ouvi alguns aziados a colocar em causa os adversários que o FC Porto defrontou, pedindo investigações às suas actuações e, empoleirados numa comunicação social cada vez mais conspurcada, deixaram no ar suspeitas e interrogações sobre a seriedade dos jogadores. Metem nojo! Usam mentiras fabricadas nesses pasquins ao serviço do regime para do nada tentarem fazerem um caso, criarem climas de ódio e adoptarem estratégias ordinárias para tentar, sem olhar a meios, impedir o título azul-e-branco.


Mas não se esforcem muito. Nós não andamos a comer gelados com a testa. Já percebemos há muito tempo que a estratégia vai ser esta: lamber o cú ao vieira e tentar levar o clube do regime a mais uma vitória da mentira. Desengane-se quem pensar que vai conseguir algo. Nós estamos atentos e vamos continuar a estar bastante concentrados em fazer o nosso trabalho apenas dentro das quatro linhas. Estamos fortes, estamos coesos, estamos preparados para recuperar aquilo que nos pertence e que nos últimos quatro anos, não nos permitiram disputar e conquistar o título de uma forma séria e justa.

O FC Porto entrou no jogo de Portimão, à semelhança do que fez na Amoreira. Com intensidade, muita pressão sobre o adversário e uma estratégia que asfixiou por completo a equipa da casa. Foi desta forma que os Dragões trabalharam para construir mais uma vitória robusta. O FC Porto teve muita qualidade. Antes do primeiro golo, os Dragões tiveram duas oportunidades por Soares e Otávio.

O Portimonense teve aos 9 minutos a sua melhor oportunidade nesta etapa inicial. Foi na sequência de um livre cobrado por Nakajima em que Casillas saiu com pouco acerto e Fabrício rematou para a baliza, onde Felipe salvou um golo quase sobre a linha de baliza. Mas aos 10 minutos, numa jogada de grande nível, Brahimi deixou para Otávio, este desmarcou Soares na esquerda que, de primeira, colocou a bola na área e Marega abriu a contenda. Jogada de grande qualidade, digna de se ver e rever, meritória de ser promovida pelos paladinos. Mas, ah bem! Está quieto que o vieira não quer!


Aos 16 minutos, os portistas dilataram a diferença no marcador. Marega escapou pela esquerda, cruzou para a área e Otávio rematou para o 2-0, aumentando a vantagem. Depois desta entrada demolidora, os azuis-e-brancos pausaram o seu jogo e o Portimonense tentou reagir mas sem qualquer efeito. Apenas registo para uma incursão de Nakajima pela esquerda que terminou com um remate à malha lateral de Casillas. Só que aos 44 minutos, os Dragões sentenciaram a partida. Numa jogada pela direita, Maxi (boa exibição) cruzou tenso e rasteiro e Marega só teve que disparar para a baliza. 3-0 ao intervalo era um resultado muito bom e que dava ao FC Porto margem para gerir, pensando nos jogadores e nos próximos compromissos.

Mas na etapa complementar, Sérgio Conceição não admitiu poupanças. No jogo de estreia a titular, Dalot, que substituiu o lesionado Alex Telles, esteve em grande. Após uma primeira parte mais discreta mas cumprida com acerto, o miúdo da formação portista abriu o livro. Por outro lado, Herrera e Marcano em risco de exclusão para o próximo jogo, caso fossem admoestados, mantiveram-se em campo. O primeiro jogou até aos 60 minutos e o segundo fez o jogo completo.

Aos 59 minutos, Diogo Dalot desceu à área, puxou a bola para o pé direito e cruzou a bola milimetricamente para a cabeça de Soares. O brasileiro só teve que encostar, obtendo o quarto golo da noite. A seguir, Herrera (que pulmão!) cedeu o lugar a Óliver Torres e uns minutos mais tarde Marega foi poupado, sendo rendido por Hernâni e Soares, com uma mialgia, passou o testemunho a Waris.


Mas antes das duas últimas substituições, aos 68 minutos, Dalot não se ficou pela amostra. Cruzou de pé esquerdo para a área e Brahimi atirou para a baliza. Cinco golos sem resposta e com Dalot a fazer de Telles nas assistências. O festival de golos azuis-e-brancos poderia ter sido maior, caso Hernâni tivesse concretizado duas oportunidades de golo. A primeira num cruzamento em que a bola bateu na trave da baliza e depois num chapéu soberbo, quase do meio-campo que passou a rasar a baliza algarvia.

Em tempo de descontos, o Portimonense reduziu para 1-5. Na conversão de um livre à entrada da área portista, a bola foi cabeceada por Lucas Possignolo, que desviou de cabeça para a baliza. Casillas ainda lhe tocou mas a bola já tinha o destino das redes.

Destaques finais para a grande forma que a equipa atravessa que faz com que as ausências de jogadores importantes por lesão como Danilo, Ricardo, Telles e Aboubakar não se tenham feito sentir; para Dalot com uma estreia absolutamente soberba; para Marega com mais dois golos; e para a boa actuação de Maxi que pareceu estar a ganhar grande confiança para o que resta da época.

O FC Porto defronta o Sporting na próxima Sexta-feira. Um jogo decisivo que poderá definir muito da época que agora entrou no seu último terço. Em caso de vitória, os portistas afastam praticamente o seu adversário da luta pelo título.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: “Continuamos no nosso caminho”

A análise ao jogo
“Foi um jogo que tornámos mais fácil do que o previsto. Como sempre entrámos fortes, conseguimos marcar cedo. Sabíamos como explorar algumas fragilidades defensivas do Portimonense e o primeiro golo é um bom exemplo disso. A estratégia passava por meter intensidade no jogo, condicionar a dinâmica do Portimonense. Estávamos precavidos para o jogo direto, estivemos também muito bem na aproximação à segunda bola… Acho que estivemos bem em todos os momentos do jogo. Fizemos um jogo muito positivo, sempre atentos ao ponto forte do adversário, que são as transições defesa-ataque. Depois do 2-0, baixámos um pouco a agressividade e a intensidade, o que permitiu ao Portimonense criar uma ou outra situação no seu último terço.“

“Foi um jogo muito bem conseguido, dentro daquilo que têm sido os nossos jogos, em que ficou demonstrado, mais uma vez, que somos uma equipa com uma dinâmica muito forte, com um espirito ganhador muito grande. Mas não passa de três pontos, temos muitos pontos em disputa, uma caminhada grande a fazer. Volto a dizer, como disse na antevisão, que ainda não conseguimos nada, não conquistámos nada, continuamos no nosso caminho e deixo uma palavra ao Portimonense, que tem feito um campeonato muito bom, é uma excelente equipa, cheia de jogadores de qualidade, mas que hoje encontrou um FC Porto muito forte.”

O momento da equipa
“Sinto que estamos bem, a jogar bem, confiantes, estamos a ganhar, mas estamos sempre alerta e desconfiados do momento. Estes cinco pontos de vantagem não querem dizer absolutamente nada. Volto a dizer que o mais importante é acabar com mais um ponto do que o segundo classificado.”


Demonstração de força antes do clássico
“Não jogamos para demonstrar nada aos outros, mas para demonstrar a nós próprios que somos capazes de meter em prática o que trabalhamos e meter essa exigência, esse rigor, essa determinação e grande ambição diária que existe em todo o jogo. Depois, obviamente que ficamos agradados em ganhar jogos, em fazer exibições fantásticas como esta, mas não jogamos nem vivemos a pensar naquilo que os outros podem ou não fazer.”

A estreia de Dalot a titular
“É um miúdo que tem feito um trabalho excecional na equipa B. Aproveito para mandar um abraço ao Folha, porque esta preocupação e este trabalho que está aqui hoje tem a ver com o trabalho de Folha na equipa B. Nós damos orientação e trabalhamos no processo da nossa equipa. Dalot tem um comportamento muito bom, mas é só um jogo. O sucesso não tem a ver com fazer uma ou outra boa exibição, mas sim dar continuidade e cada vez mais afirmar-se no FC Porto, e ele tem qualidade para isso. É um jogador de grande qualidade.”

A lesão de Soares
“Ainda não tenho informações, amanhã vamos avaliar e vamos saber com mais pormenor o que se passa.”

​O apoio dos adeptos
“O fim do jogo com o Liverpool foi um momento muito marcante, verdadeiramente importante, Não é normal a forma como os adeptos apoiarem a equipa e mostraram que estão com ela. Esse momento está marcado na minha cabeça e no dos jogadores. Merecem que cheguemos ao fim do campeonato e lhes dêmos essa enorme alegria, que é sermos campeões.”



RESUMO DO JOGO

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