LIVERPOOL-FC PORTO, 0-0
Um mar azul alagou a cidade dos Beatles. 3000 portistas promoveram o portismo, o clube e deram mais uma prova cabal de que a equipa jamais estará sozinha. Aquele “chavão” que o Liverpool usa no seu emblema “You Will Never Walk Alone” aplica-se ao FC Porto na perfeição. Os adeptos dos Dragões foram enormes. Calaram Anfield Road quase desde o início ao fim do jogo.
Visto como um dos estádios mais empolgantes da Europa, embora nos últimos anos dizem-me que já não é a mesma coisa, Anfield Road foi para os aficionados azuis-e-brancos um palco fantástico durante todo o encontro. Aqui presto a minha homenagem à moldura humana que esteve ontem no estádio que me contagiou e arrepiou em alguns momentos.
O FC Porto entrou no campo para defrontar uma equipa superior e a jogar com um resultado adverso de 5-0 na 1ª mão, consciente de que a eliminatória estava sentenciada. Apostou num onze com muito poucos titulares: Casillas e Felipe foram as excepções e, presentemente, Aboubakar não se pode considerar um titular absoluto.
Por outro lado, Sérgio Conceição deu oportunidade a jogadores com menos minutos, promovendo uma estreia absoluta: Bruno Costa, o jovem da equipa B, que fez um jogo sensacional como se andasse há algum tempo por estas andanças. Dalot foi outro jovem da cantera que, após o jogo com o Sporting, se manteve na equipa titular.
Casillas manteve a baliza. Na defesa apenas entrou Reyes para o lugar de Marcano em relação ao último jogo. O meio-campo ficou a cargo de A. André, Óliver e o já citado Bruno Costa, no apoio a Corona, Waris e Aboubakar que formaram a frente de ataque.
O FC Porto fez um jogo em que deu prioridade à boa organização defensiva, com marcações à zona e procurando não cometer erros, nem dar espaços ao seu adversário. O Liverpool, apesar de algumas poupanças, não foi muito intensivo no ataque mas criou uma ou outra oportunidade, com destaque para uma bola no poste de Casillas aos 18 minutos.
Em contrapartida, os Dragões, na etapa inicial, ficaram-se por duas ameaças à baliza inglesa. Primeiro Waris que deixou escapar uma bola em profundidade e depois Aboubakar que não interceptou um lance em que ficava em boa posição para rematar à baliza.
Na etapa complementar, o FC Porto procurou chegar mais à baliza contrária, sem no entanto deixar de ter cuidados defensivos. Numa luta a meio-campo, Waris ganhou a bola, progrediu pelo miolo e já perto da grande área rematou forte e colocado para defesa do guardião contrário para a linha do fundo. O jogo continuou a ser muito disputado no meio-campo e a velocidade moderada.
Sérgio Conceição começou a fazer substituições. Saiu A. André (amarelado) para a entrada de Sérgio Oliveira, Waris, aparentemente fatigado, cedeu o lugar a Ricardo Pereira e Aboubakar foi substituído por Gonçalo Paciência.
Sérgio Oliveira ainda ameaçou num remate que foi desviado por um defesa contrário, mas Corona é que, numa jogada individual, esteve perto do golo com um remate defeituoso. O Liverpool criou muito perigo num remate de Salah para defesa de Casillas e perto do final, Óliver, para o FC Porto, desperdiçou a melhor oportunidade dos Dragões e Ings, para o Liverpool, cabeceou para a defesa da noite de Casillas.
O jogo terminou pouco depois com uma grande ovação e manifestação de apoio da massa adepta azul-e-branca à equipa. O jogo serviu para o FC Porto defender o prestígio granjeado em tantos anos na prova, sabendo também que está preparado para encarar a recta final da época com o único objectivo de vencer as provas em que está inserido. O resultado sem golos serviu, de certa forma, para atenuar o desastre da 1ª mão.
Destaques finais para Casillas, Felipe e para os jovens Dalot e Bruno Costa que assinaram exibições muito interessantes. Mais uma palavra para o imenso Mar Azul que percorreu as ruas de Liverpool e se apresentou no estádio como se estivesse a vencer a eliminatória, o que contagiou tudo e todos à sua volta.
O FC Porto regressa às competições internas já no próximo Domingo com uma deslocação à Capital do Móvel para defrontar um sempre complicado P. Ferreira. O jogo diz respeito à 26ª Jornada da Liga NOS e uma vitória é, seguramente, obrigatória.
DECLARAÇÕES
Sérgio Conceição: “Fizemos um jogo muito digno”
Jogo digno e parabéns aos jogadores
“Acho que foi um jogo muito digno da minha equipa. Com algumas alterações, porque a maior parte dos jogadores que jogaram nem têm sido dos mais utilizados. Tenho que lhes dar os parabéns, porque só trabalhando como eles trabalham é que podem chegar a estes jogos e conseguir dar uma resposta tão positiva. E houve muita coisa positiva hoje. Tenho pena do desnível que houve no primeiro jogo. Acho que as duas equipas mereciam um jogo decisivo aqui. Mas tivemos um mau dia e o adversário soube aproveitar bem. Hoje foi um jogo muito equilibrado, dentro da gestão natural do Liverpool e das mudanças que nós fizemos. Há que realçar também o Bruno Costa, o Gonçalo Paciência e o Diogo Dalot: jogadores da formação, que mostra que nós estamos atentos ao trabalho do Folha, na equipa B, e do João Brandão, nos Sub-19.”
Resultado ajusta-se
“Na primeira parte criámos uma ou outra situação que poderíamos ter definido melhor. Na segunda parte o Liverpool também teve uma ou outra oportunidade, mas nós também. Foi um jogo em que se pode aceitar o zero a zero, mas no qual realço a boa resposta dos meus jogadores, que cometeram menos erros do que no primeiro jogo.”
Em campo os 11 que davam mais garantias
“Da mesma forma que depois da derrota com o Liverpool tivemos três resultados positivos, este empate também não vai afetar em nada. Havia jogadores fatigados e que corriam o risco de se magoarem aqui e eu tive que pensar um pouco naquele que é o nosso grande objetivo, que é o campeonato. Sei que não se preparam dois jogos ao mesmo tempo, mas entre um jogador que está diminuído e um jogador que treina e trabalha bem, escolhi o 11 que me dava mais garantias para hoje.”
Sem comentário extrafutebol
“Ainda não vi as notícias hoje. Estava muito difícil no hotel, muito sinceramente, e ainda não vi. Estava muito ocupado a preparar este jogo, mas sobre esse assunto [detenção de Paulo Gonçalves, assessor jurídico do Benfica] também não tenho comentários a fazer.”
RESUMO DO JOGO
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