20 julho, 2018

NOVA TEMPORADA, NOVOS DESAFIOS.


Campeões.

Uma palavra tão usada no FC Porto pós 1977, que quase se tornou banal. No Futebol, no Hóquei em Patins, no Andebol e até no Basquetebol (embora em menor escala) ou noutras modalidades como o Bilhar, Natação, Boxe, Ciclismo ou o Desporto Adaptado (não referindo também as entretanto extintas e não retomadas), o FC Porto tomou de assalto o desporto português e trouxe para o Norte uma imensidão de troféus que nos encheram de orgulho, ao mesmo tempo que fomos ficando um pouco insensíveis ao sucesso, de tão regular que ele foi.

Ganhar era obrigatório, a noção da dificuldade cada vez se tornou menos consciente. Até ao momento em que acabou mais uma geração de ouro no Hóquei, no Andebol fechou-se o melhor ciclo da história, no Basquetebol tivemos decisões que nos afastaram dos títulos importantes e no Futebol chegamos a uma encruzilhada histórica, com insucessos repetidos. Seria o fim do FC Porto dos mil e um troféus, como tantos sentenciaram?

Felizmente o funeral terá sido feito de forma prematura. Sem esquecer que passamos um ano muito difícil nas modalidades sinto que temos margem de manobra para pensar que poderemos voltar rapidamente ao sucesso nesse particular. No entanto no Futebol, que é necessariamente a força motriz do FC Porto, o ano foi de sucesso, mesmo com contratempos nas Taças e com uma noite de humilhação histórica no Dragão às mãos do Liverpool. O campeonato nacional voltou à Invicta, enchendo-nos de alegria e esperança no futuro.

O caminho está desbravado e os sucessos em catadupa estarão assim de volta de forma irresistível? Não necessariamente...

Externamente o polvo continua vivo e intocável apesar das buscas e da pressão num ou noutro peão do regime. O caminho de luta tem de continuar a ser trilhado sob pena do trabalho ficar a meio, custe a quem custar, por mais desagradável que a nossa postura possa ser para uma capital cansada do constante vasculhar na lama. É sujo e pouco agradável um clima de constante suspeição, sobretudo quando as suspeitas recaem sobre o venerável Clube do Regime? Claro que é, mas quem com ferros mata com ferros tem de morrer e quem se lembra do período 2004-2009 não pode sentir remorsos por travar esta guerra que como dano colateral torna o futebol português naturalmente irrespirável.

Internamente temos de estar atentos e unidos em prol dos interesses do FC Porto, não deixando que questões particulares se sobreponham às necessidades do Clube. Ter uma equipa recheada de campeões dá-nos outra segurança para a nova temporada em relação às anteriores mas também é regra no desporto que para uma equipa se manter competitiva e no top deverá ter uma injeção de talento e ambição de ano para ano. Paralelamente temos também de ser capazes de perceber que o plantel do ano passado foi espremido ao máximo e que a mesma estratégia nem sempre resulta da mesma forma, daí que entenda a preocupação tornada pública pelo Sérgio Conceição, mesmo que aqui a forma provavelmente se tenha sobreposto ao conteúdo, o que nem sempre resulta da melhor maneira.

O tempo é pois de muito trabalho e concentração nos desafios que o Clube enfrenta, cabendo a cada um dos decisores e atletas fazerem o melhor possível para atacarmos 2018/19 com o máximo de probabilidades de obtenção de sucessos.

Quanto a nós, Sócios e Adeptos, cabe-nos o papel de mantermos a ambição bem lá no alto, cumprindo um papel de apoio naturalmente exigente para com quem faz parte do FC Porto. Sem dramatismos nem histerias, mas sempre com muita frieza e realismo, saibamos todos ter a noção do que terá de ser feito de modo a podermos acrescentar mais “páginas de glória ao livro da nossa História”.


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