16 novembro, 2018

ESTÁDIO DO DRAGÃO: 15 ANOS, OUTRAS TANTAS MEMÓRIAS.


Desde que há 15 anos foi inaugurado, o estádio do FC Porto foi palco de conquistas várias, vitórias épicas e de múltiplas alegrias

1 – A inauguração mágica ­– FC Porto-Barcelona, 2-0 – 16/11/2003
Que era belo por fora, todos sabiam, que o era ainda mais por dentro apenas 51 mil pessoas tiveram a privilégio de o comprovar primeiro do que toda a gente. Quem lá esteve nunca mais se esquecerá daquela noite de Alegría, como canta a música que o batizou, de um espetáculo único, com a magia de Luís de Matos ao som do piano de Pedro Burmester, o hino do FC Porto cantado a capella por Isabel Silvestre e um convidado ilustre para o jogo de gala. O Barcelona estreava um menino chamado Messi, mas perdia por 2-0, com golos de Derlei e Hugo Almeida.

2 – O primeiro jogo oficial – FC Porto-União de Leiria, 2-1­ ­– 07/02/2004
Foi preciso esperar 83 dias para que o relvado, hoje um tratado, permitisse o regresso à casa nova e fosse palco do primeiro jogo oficial: FC Porto-União de Leiria para a jornada 21 do campeonato. Ao minuto 17, Maniche, o número 18, apontou o primeiro golo, inventado por Deco. O número 10 estendeu depois a passadeira para Maciel bater Helton, que uns anos mais tarde se tornaria o jogador que, até hoje, mais vezes pisou aquele relvado. Os leirienses reduziriam já no último quarto de hora, por Freddy.

3 – A estreia internacional – FC Porto-Manchester United, 2-1 – 25/02/2004
Primeira mão dos oitavos de final da Champions, a primeira noite europeia. O campeão inglês Manchester United, treinado por Sir Alex Ferguson, partia como favorito mas caiu com estrondo e estupefação só para quem não assistiu ao jogo. O sul-africano Fortune colocou, com fortuna, os devils em vantagem, mas quem brilhou foi o compatriota Benni McCarthy: ainda na primeira parte, rematou sem hipóteses para Tim Howard que, já no final da segunda, bem se esticou mas não segurou um cabeceamento fulminante do avançado que, à Jardel, voou sobre os centrais.

4 - O recorde de espectadores – FC Porto-Deportivo Corunha, 0-0 – 21/04/2004
50.818 espectadores assistiram à primeira mão da meia-final da Champions. A marca permanece e permanecerá imbatível, porque entretanto a lotação do estádio baixou para 50.033, para cumprir as normas de segurança da UEFA. Não havia espaço para mais ninguém, mas também não houve golos e por isso ficou tudo adiado para duas semanas depois. No Riazor, um penálti que Derlei transformou em golo já no prolongamento colocou o Super Porto de Mourinho a caminho de Gelsenkirchen para se sagrar campeão europeu pela segunda vez na história do clube.

5 – O jogo de abertura do Euro 2004 – Portugal-Grécia, 1-2 – 12/06/2004
Ainda não tinha cumprido o sétimo mês de vida e já tinha o mundo todo de olhos postos nele quando abriu as portas para ter a honra de receber o pontapé de saída do Euro 2004 que Portugal organizou pela primeira vez. A cerimónia de abertura inspirou-se na epopeia dos Descobrimentos e inundou o tapete verde de azul do mar para dar as boas-vindas às 16 seleções participantes. A luso-canadiana Nelly Furtado cantou “Força”, o hino do torneio, mas foi a Grécia quem a teve, ao derrotar a seleção portuguesa por 2-1, deixando o país em estado de choque.

6 – O primeiro concerto –­­ Rolling Stones – 12/08/2006
Passavam exatos mil dias desde a inauguração quando exibiu pela primeira vez toda a sua multifuncionalidade, transformando-se numa enorme numa sala de concertos. Naquele que foi então o maior palco alguma vez montado em Portugal, uma das bandas mais bem-sucedidas deu um espetáculo de duas horas de uma energia inesgotável perante 47 mil espetadores. “É muito bom tocar nesta linda cidade pela primeira vez”, disse Mick Jagger a certa altura. Os Stones adoraram do Porto e o Porto delirou com os Stones numa noite de verão memorável.

7 - O segundo tetra – FC Porto-Nacional, 1-0 – 10/05/2009
Minuto 47: um canto cobrado por Raul Meireles termina com Bruno Alves, na zona de decisão, junto à marca de penálti, a cabecear sem levantar os pés do chão e sem hipóteses para Bracali. Foi o golo 200 no Dragão, o golo da vida do central que, em entrevista à Dragões, o distinguiu como o mais relevante de todos os que marcou, porque valeu um campeonato, o segundo tetracampeonato do FC Porto, o 24.º título do historial e o 14.º em 20 temporadas, que fez de Jesualdo Ferreira o primeiro treinador português a somar três títulos de forma consecutiva.

8 – A mão-cheia – ­FC Porto-Benfica, 5-0 – 7/11/2010
Varela marcou o primeiro, Falcao o segundo e o terceiro, e depois Hulk imitou-o: fez um e a seguir mais outro, porque só quatro era pouco: 5-0. O FC Porto vergou o Benfica a mais uma goleada histórica - igual à que tinha imposto 12 anos antes em casa do grande rival - e saiu ainda mais líder do campeonato em que foi rei e senhor, em que somou 27 vitórias, três empates e não perdeu um único jogo. A conquista matemática do título foi confirmada a cinco jornadas do fim em pleno Estádio da Luz apagada e de rega ligada.

9 – O primeiro póquer – FC Porto-Villarreal, 5-1 – 28/04/2011
Ao intervalo, a eliminatória pendia para os espanhóis, mas o FC Porto ainda foi a tempo de viver uma das mais gloriosas noites europeias. Uma segunda parte demolidora, à imagem daquela equipa de sonho de André Villas-Boas, afundou o submarino amarelo com uma manita. Falcao foi o herói: assinou um póquer, igualou o recorde de 15 golos numa edição da Liga Europa, que depois superaria, e colocou os Dragões com um pé na final de Dublin, onde 20 dias depois, venceriam o Braga por 1-0 e conquistariam o sétimo troféu internacional do palmarés.

10 – O minuto Kelvin – FC Porto-Benfica, 2-1 – 11/05/2013
Jogava-se o tempo de compensação, o empate persistia e quando começava a parecer uma fatalidade, um pé esquerdo vagabundo virou o mundo ao contrário - o pesadelo virou sonho, o impossível possível, a angústia uma alegria indescritível. Nunca o Dragão terá explodido da forma como o fez naquele minuto 92 e, talvez por isso, por ocasião do 13.º aniversário, tenha sido eleito pelos adeptos como o melhor momento que ali viveram. Com o golo de Kelvin, o FC Porto tirava o primeiro lugar ao Benfica a uma jornada do fim da Liga para, oito dias depois, se sagrar tricampeão nacional pela terceira vez no seu historial.

11 – Deco para sempre – FC Porto 2004-Barcelona 2006, 4-4 – 25/07/2014
Foi com uma homenagem digna de um campeão que Anderson Luís de Souza, ou simplesmente Deco, se despediu do futebol. O jogo que opôs o FC Porto campeão europeu em 2004 ao Barcelona que venceu a Champions em 2006 permitiu uma viagem no tempo e, no final, registou um empate a quatro golos, com o mágico a marcar pelos dois clubes que mais troféus lhe deram a conquistar. O Dragão aplaudiu Deco de pé, fez-lhe a vénia que merecia e disse adeus ao mítico número 10, que fintava com os dois pés e que dizíamos ser melhor que o Pelé.

12 – Uma lenda na baliza – FC Porto-Guimarães, 3-0 – 15/08/2015
Aboubakar bisou, Varela fechou a contagem, mas naquele dia os holofotes estavam virados para Iker Casillas que ali se estreava oficialmente pelo FC Porto e se tornava o primeiro campeão do Mundo de seleções a representar o cube. O jogo foi transmitido em Espanha e por 30 canais em várias televisões de todo o mundo e o momento que Iker garante nunca mais esquecer fez mesmo capa do jornal espanhol AS. Desde então, entrou no top 10 dos guarda-redes que mais vezes vestiram de azul e branco e juntou dois troféus a um currículo sem igual em Portugal.

13 – Em 2015 como em 1987 – FC Porto-Bayern Munique, 3-1 – 15/04/2015
Quase 28 anos depois, a reedição da final de Viena: o FC Porto vestiu o fato de gala das melhores noites europeias e voltou a bater aquela que então era para muitos a melhor equipa do planeta, com seis campeões do mundo no onze, com um dos melhores treinadores de sempre no banco. A vitória número 200 em 265 jogos em todas as competições no Dragão foi também a primeira derrota dos alemães em Portugal e a segunda frente a um emblema português, depois de a 27 de maio de 1987 ter perdido para os portistas a Taça dos Clubes Campeões Europeus.

14 – Tantos milhões – FC Porto-Leipzig, 3-1 – 02/11/2017

Mais um jogo frente a um adversário alemão que ficou marcado na história do Dragão. 41.616 pessoas assistiram à vitória do FC Porto sobre o Leipzig e permitiram que o estádio, a nove dias de completar 14 anos de vida, ultrapassasse a marca dos 12 milhões de espectadores, depois de ter superado a barreira dos 10 na receção ao Vitória de Guimarães, a 15 de agosto de 2015, no dia em que Casillas defendeu pela primeira vez a baliza portista em encontros oficiais. Em pouco mais de dois anos, portanto, foram mais de dois milhões que passaram pelo recinto.

15 – Um título que valeu por cinco – FC Porto-Feirense, 2-1 – 06/05/2018
O jogo que era para ser do título foi, afinal, o da consagração. O FC Porto entrou em campo com o campeonato no bolso desde a véspera, à custa do empate entre os rivais de Lisboa, mas nem por isso tirou o pé do acelerador. O campeão voltou, festejou mas não brincou em serviço, até porque no banco estava Sérgio Conceição, o quarto ex-futebolista do clube a ser campeão também como treinador e que colocava um ponto final no jejum de quatro anos de conquistas, o maior da era de Jorge Nuno Pinto da Costa. Foi o 24.º título da vida do Dragão.

fonte: fcporto.pt

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