FC PORTO-benfica, 1-2
O FC Porto perdeu a liderança a dez jornadas do fim do campeonato e logo no jogo frente ao seu rival directo. E com isso comprometeu, de certa forma, a revalidação do título. Não é que tudo esteja perdido, porque há 30 pontos para disputar, mas há vários motivos para pensar desta forma. Primeiro porque em termos anímicos, o rival desta noite apresenta, a partir de agora, argumentos mais fortes que os Dragões. Depois porque passa a ter dois pontos de avanço sobre os azuis-e-brancos e, por fim, tem a vantagem do confronto directo o que, na prática, significa que em igualdade pontual fica sempre na frente dos azuis-e-brancos.
Por outro lado, apesar de ainda estarem em disputa 10 jornadas, teoricamente o rival de hoje parte em vantagem porque tem 6 jogos em casa e 4 fora, ao contrário do FC Porto que terá que cumprir metade fora e metade em casa. Acrescento ainda que o FC Porto tem que receber o Sporting na última jornada e o rival desta noite já cumpriu o jogo com esse adversário.
Por fim, o rival desta noite depende apenas de si próprio. E dependendo disso, fará uma gestão muito mais confortável. Não me admira se recorrer aos métodos usados num passado recente, em que todos vimos como venceram quatro campeonatos. Portanto, há uma série de condicionantes que nos levam a pensar que os campeões nacionais comprometeram parte da época neste jogo.
Mas também temos que olhar bem para a nossa “casa”. Não vou entrar em considerandos como já li, vi e ouvi muito por aí. Não vou porque é enveredar por teorias do “bota-abaixo” e também por se tratar de descarga de frustrações. Não vou criticar ou fazer qualquer apreciação à cerimónia de renovação do contrato de Sérgio Conceição antes do jogo, não vou comentar a conferência do técnico de antevisão ao duelo e nem vou referir-me às opções do treinador portista. Isso seria entrar no campo da pura especulação. Se tivesse corrido bem, ninguém levantava estas questões, mas como correu mal, há que arranjar factores de desestabilização.
Eu sei! Eu sei que custa muito perder. E custa muito mais quando se perde com o nosso principal rival e da forma como perdemos. Neste jogo, o FC Porto cometeu demasiados erros para um clássico. Ninguém é perfeito, mas a equipa de Sérgio Conceição falhou redondamente no jogo e depois não foi capaz de reagir às vicissitudes do encontro.
Confesso que, antes do jogo, conversei com muita gente que manifestava uma confiança muito grande na vitória desta noite. Eu não estava assim tão confiante. Tinha as minhas reservas e estava bastante ansioso. E o jogo veio confirmar algumas coisas que me passaram pela cabeça antes do encontro.
Os Dragões tiveram uma casa a abarrotar. Entraram muito fortes no jogo com pressão alta sobre o seu adversário e com uma massa adepta em ebulição, a empurrar a equipa para a frente. Aos 18 minutos, o FC Porto já ganhava por 1-0. Brahimi, pela meia esquerda, galgou metros e, à entrada da área, foi derrubado por Rúben Dias. Livre para Adrián López que rematou contra a barreira. Na recarga, o avançado espanhol colocou a bola no canto da baliza de Odysseas. Festa ao rubro, euforia e todas as condições para o jogo correr bem. Mas não foi isso que se passou.
O FC Porto não foi capaz de gerir a vantagem e foi incapaz de aumentá-la. O rival reagiu e começou a criar alguns embaraços à equipa portista. Bem colocado no relvado, o rival em dois/três toques chegava à baliza portista em transições ofensivas. Numa dessas investidas, Casillas saiu muito bem da baliza, mas depois, fora da área, com a bola controlada quis pôr a bola jogável. O rival interceptou o lance a Adrián López, Seferovic ganhou o esférico a Manafá, em falta, a bola foi cruzada para a grande área onde o 79, completamente sozinho, bateu Casillas sem dificuldade. O 79, provocador e ordinário, festejou o feito de uma forma inaceitável, sendo inclusive puxado por um colega para evitar as provocações.
Estavam decorridos 26 minutos. O FC Porto sentiu bastante o golo do empate e esteve muito perro no seu futebol, algo desgarrado e inconsequente. Os lançamentos longos não resultaram e esse tipo de jogo favoreceu muito o rival que jogava de frente para a bola. Com os tais dois/três toques, o rival chegava à baliza de Casillas com alguma facilidade.
Ao intervalo, o rival tinha sinal mais na partida e justificava perfeitamente o empate. O FC Porto, apesar de ter um ascendente inicial de 20 minutos com o golo e mais duas oportunidades desperdiçadas por Alex Telles e Adrián, perdeu alguma lucidez no jogo.
A etapa complementar não poderia começar pior. O FC Porto procurou entrar como na etapa inicial, mas o golo da “cambalhota” no marcador constituiu um “rombo” para os Dragões. Rafa, numa jogada com troca de bola muito rápida, à entrada da área, rematou sem hipóteses para Casillas.
O “rombo” foi tal que a equipa portista revelou-se incapaz de reagir. Os cruzamentos para a área e as bolas longas revelaram a falta de lucidez do FC Porto para chegar à área contrária com êxito. Rafa ainda teve oportunidade de fazer o 1-3, num lance parecido ao segundo golo e depois as oportunidades dos Dragões surgiram para além dos 70 minutos. Felipe, com uma bola na barra e com uma “bomba” do meio da rua, Otávio, num cabeceamento, e Marega, de pé esquerdo para defesa de Odysseas em cima da linha, tiveram o ensejo de, pelo menos, evitar a derrota.
Mas do meu lugar na bancada, desde cedo, vi que a vitória do jogo desta noite estava a alguma distância. Não correu bem, não fomos competentes e só nos resta é fazer o que fizemos após o jogo da primeira volta com o mesmo rival. Levantar, vencer os dez jogos que faltam e esperar que, eventualmente, o rival escorregue. Com ou sem padres e missas!
Agora é hora de reunir as tropas e preparar bem o jogo com a Roma porque na Quarta-feira há jogo da Champions League. Em causa está a passagem dos Dragões aos quartos-de-final da prova. Para isso, o FC Porto precisa de vencer, pelo menos, 1-0. Sobre a Liga NOS, cá estaremos para conversar, no próximo fim-de-semana com a deslocação do FC Porto a Santa Maria da Feira.
DECLARAÇÕES
Sérgio Conceição: "Ainda faltam 30 pontos e vamos lutar até ao fim"
O que falhou
“Entrámos bem no jogo, fizemos o que estava planeado até ao golo. A nossa dinâmica ofensiva também nos permitia estar preparados para as saídas do Benfica que sabíamos que iriam acontecer. Entretanto, depois do golo, houve alguma intranquilidade, mesmo quando tínhamos a bola segura queríamos metê-la na frente em vez de a controlarmos. E o controlo do jogo faz-se com bola. Entrámos fortes outra vez na segunda parte, a jogar no meio-campo defensivo do Benfica e na primeira vez que o Benfica vai à baliza no segundo tempo faz o segundo golo. Se o empate já era mau, com a derrota ficamos verdadeiramente desiludidos. Tentei dar algum peso à equipa na parte final depois da expulsão, ainda meti uma defesa a três (Danilo, Pepe, Felipe) e os nossos laterais eram na prática extremos, com o Brahimi por dentro, o Herrera e o Otávio no corredor central e os avançados. Tivemos ocasiões em cima da linha de golo, um cabeceamento na trave. Em circunstâncias normais, não perderíamos este jogo.”
A maturidade dos jovens do Benfica
“Não há juventude e experiência, isso é o que as pessoas querem falar, o que há é jogadores profissionais de futebol competentes e os competentes jogam, como disse na antevisão do jogo. O que é importante realçar é que a equipa tentou de todos os modos não perder o jogo, sofremos o 2-1 de forma injusta, depois tentámos tudo por fora e por dentro, não fomos eficazes hoje. O Benfica passou para a frente, mas ainda faltam 30 pontos e vamos lutar até ao fim para ganhar o campeonato nacional.”
Perder depois de começar a ganhar
“A vitamina ideal para o Benfica foi o golo surgido do nada. Tivemos a bola controlada no nosso guarda-redes e quisemos inexplicavelmente batê-la para a frente, o Iker podia ter ido para a grande área e agarrado a bola. E depois surgiu aquele segundo golo. Parece que ouvi o treinador do Benfica a dizer que o jogo lhes foi parar à mão e foi um bocado assim, o jogo foi parar à mão do Benfica. Não estou a dizer que não esteve organizado defensivamente e não foi rápido e perigoso nas saídas para o ataque, mas nós tínhamos tudo para continuar na vantagem e era o que queríamos.”
O principal favorito ao título doravante
“Aqui não há favoritismo, há 10 jogos e 30 pontos para disputar, e nós estamos aqui para lutar até ao fim pelo nosso objetivo principal, que é o campeonato”.
RESUMO DO JOGO
Somos Porto a ganhar ou a perder...
ResponderEliminarRaça até ao fim, atitude e honrem a camisola!
Miguel VG
pois, enfim a verdade e que SC tem de repensar a maneira de jogar da equipa, perdemos 2x contra os toupeiras, 1x contra o vitoria em casa, e empatamos fora com o vitoria, moreira, sporting, nao me venham com a falta de eficacia somente. SC nao foi corajoso , marega nao deveria ter jogado de inicio e brahimi o mesmo. Oliver quando pressionado perde 50% da eficacia, o problemA deste futebol a la SC tem a ver com a procura da profundidade sem nexo que e facilmente anulavel por equipas com alguma classe e sobretudo querer. Os centrais deveriam ter sido pepe e militao. AO CONTRARIO DO QUE POSSA PARECER FALTA TRAÇA A MUITOS DOS JOGADORES DO PORTO, FALTA LHES SENTIR A CAMISOLA E FOI ISSO PARA ALEM DA SORTE QUE FEZ A RAPAZIADA DOS TOUPEIRAS GANHAR, SO ISSO O GOSTAR DA CAMISOLA O QUERER.
ResponderEliminarNo entanto aquela derrota em casa contra o vitoria depois de estar a ganhar por dois ...... so com SC. A equipa nao se sabe defender especialmente a ganhar, aquela derrota faz toda a diferença apesar de tudo.
SC TEM DE REPENSAR O FUTEBOL DA EQUIPA E O CLUBE DEVE DEIXAR SAIR MAREGA, BRAHIMI, HERRERA E MAIS DOIS OU TRES. NAO ACREDITO QUE SE O ANDRE PEREIRA ESTIVESSE EM CAMPO NAO FAZIA OS TAIS CARRINHOS, FALTOU SENTIR A CAMISOLA VERDADEIRAMENTE E SC PERCEBER QUE O SEU TIPO DE FUTEBOL NAO RESULTA CONTRA EQUIPAS MAIS ORGANIZADAS E TECNICAS, infelizmente iremos ver isso contra a Roma mais uma vez.
O SC, aos tais jogadores que sentem a camisola, despacha-os todos
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