MINUTO ZERO: Sporting e FC Porto vinham ambos moralizados da jornada europeia para enfrentar este jogo da Taça. O Sporting, porque pela primeira vez atingira os oitavos-de-final da Champions, garantindo tal a dois jogos do fim da poule, não desperdiçando a oportunidade de tirar partido de um grupo anormalmente acessível. O FC Porto, porque arrancara a ferros e com muito brio a vitória necessária em Kiev (perdoem-me a imodéstia: como eu aqui antecipei) — com isso reentrando na disputa por um lugar nos oitavos da Champions. Mas, à partida, as vantagens para este jogo estavam todas do lado do Sporting. Primeiro, porque jogava em casa, com o apoio largamente maioritário do público; depois, porque o seu jogo europeu a meio da semana, com o 8.º classificado do campeonato da Ucrânia e em casa, fora bem mais fácil que o jogo do FC Porto, fora, com o líder do mesmo campeonato; em terceiro lugar, porque, tendo jogado em casa, poupara-se, ao contrário do seu adversário, a uma viagem desgastante aos confins da Europa; e, finalmente, porque gozara de um dia de descanso a mais que os portistas.
Como se isto não fosse suficiente, nomearam para este jogo um dos dois árbitros que historicamente mais embirra com o FC Porto. Como não podia ser o Lucílio Baptista (que já fora o escolhido para o Sporting-FC Porto do campeonato), avançou então Bruno Paixão — que, como seria de esperar (já lá vamos), tudo fez para que o FC Porto não saísse vencedor de Alvalade.
MINUTO 1 — Mais uma vez, Jesualdo Ferreira mudou a equipa e mais uma vez houve castigados: depois de Benítez, Lino, Stepanov, Guarín, Fernando, Pelé, Pedro Emanuel, Mariano, Hulk, Farías, Helton, Nuno, Tarik e Tomás Costa, tocou a sorte agora a Sapunaru e Cristián Rodríguez. Não que não tenha tido sempre ou quase sempre razão para os castigos, mas o que isso mostra é que Jesualdo já não sabe o que há-de tentar com um plantel onde são raros os que dão garantias para todos os jogos. Enfim, pela primeira vez, Hulk teve o privilégio de jogar o jogo todo — e viria a ser um dos melhores, se não o melhor do FC Porto. E lá voltou o Mariano — que, como sempre, infalivelmente, se encarregou de mostrar que a indulgência de que goza junto do treinador já ultrapassou a fase do mistério, para se transformar numa obsessão masoquista. Durante 45 minutos, Jesualdo optou por fazer o FC Porto jogar com 10, e depois veio queixar-se da primeira parte falhada pela equipa...
MINUTO 7 — Está em curso uma impudica campanha da imprensa e adeptos rivais contra Bruno Alves, acusado de só jogar com os cotovelos. É uma acusação rotineira, que todos os anos toma como alvo um jogador do FC Porto: Deco foi a vítima durante dois anos, depois seguiu-se Ricardo Quaresma e agora é a vez de Bruno Alves. Não por acaso, os alvos escolhidos são sempre grandes jogadores e determinantes no FC Porto. Todavia, ao minuto 7 foi Liedson quem enfiou uma cotovelada descarada na cara de Fucile: Bruno Paixão viu, tanto que assinalou a falta, mas cartão nem vê-lo.
MINUTO 27 — Com um pontapé para trás, Fernando isola Liedson. E, claro, o melhor avançado do campeonato bate tranquilamente e com classe Pedro Emanuel e Helton.
MINUTO 30 — Bruno Alves segura a gola da camisola de Liedson e o levezinho rebola-se de dores, gritando agarrado à cara. Amarelo para Bruno Alves, delírio em Alvalade.
MINUTO 43 — Azar de Fucile: desta vez é Postiga (incansável à procura de sarilhos desde o início) quem lhe prega outra valente cotovelada. Bruno Paixão, a dois passos, voltou a ver e a marcar a falta— e mais nada.
MINUTO 46 — Rochemback comete falta a meio-campo sobre Lucho e desaba no relvado, quase ferido de morte: cartão amarelo a Lucho. Nesta altura, a contabilidade da TVI assinalava: seis faltas cometidas pelo FC Porto e três amarelos; 16 faltas cometidas pelo Sporting e zero amarelos. A partir daí, e julgando os jogadores do Sporting que tudo lhes seria consentido, o árbitro foi forçado a tornar-se quase equitativo no dilúvio de amarelos que iria distribuir até final.
MINUTO 52 — Contrariando as doutas opiniões do relator/comentador da TVI, o Hulk, que ele insistia em que Jesualdo fizesse sair, pegou na bola à saída da sua área e foi por ali fora até fuzilar Rui Patrício: 1-1.
MINUTO 61 — Hulk arranca outra vez, deixando Polga em pânico; na hora do remate fatal, dentro da área, cai, embrulhado com Polga, e pede penalty. As opiniões dividem-se; a minha, mesmo após as repetições, é que tanto pode ter sido como não.
MINUTO 66 — Agora, sim, não fiquei com dúvidas: Hulk persegue uma bola longa, dentro da área do Sporting, juntamente com Caneira; Rui Patrício sai da baliza e enfia um descarado empurrão nas costas a Hulk, derrubando-o e impedindo-o de disputar a jogada: é penalty, em qualquer lado do mundo, mas não em Alvalade. Na sequência, Caneira cai sobre Hulk, levanta-se e encosta-lhe a testa, ficando ambos a fazer votos de eterna amizade. Bruno Paixão vê aí uma excelente oportunidade para mostrar um amarelo a Hulk, que estava a ser o perigo em campo, disfarçando com uma decisão salomónica. Mas esqueceu-se que Caneira já tinha um amarelo e caiu das nuvens quando o auxiliar o avisou que era o segundo. Durante alguns minutos viveu-se um fenómeno extraordinário nos Sporting-FC Porto: o Sporting jogou em inferioridade numérica, por razões disciplinares. Até final, porém, Paixão iria encarregar-se de corrigir a anomalia e repor a normalidade da superioridade numérica do Sporting.
MINUTO 82 — Jesualdo Ferreira comete um erro crasso. Era fácil de prever que, na primeira oportunidade, Bruno Paixão expulsaria alguém do FC Porto e Pedro Emanuel — que, como sempre, já tinha um amarelo — era o candidato óbvio. Deixando-o em campo, Jesualdo expôs-se a isto: Pedro Emanuel não se conteve numa entrada perigosa sobre Moutinho, embora, de facto, não o tenha atingido, mas tenha permitido a simulação da falta ao 10 do Sporting. Seguiram-se breves e dramáticos momentos de superior representação teatral de Moutinho, até confirmar, pelo canto do olho e enquanto se contorcia no chão em gritos lancinantes, que, sim, Pedro Emanuel ia para a rua.
MINUTO 87 — Rui Patrício sobre Hulk mostra como se faz: o incrível levantou do chão como se tivesse sido arrancado por uma ceifeira debulhadora.
MINUTO 88 — Izmailov cruza rente ao chão e Rolando, que tinha escorregado e estava deitado, nem sequer vê a bola que lhe acerta no braço caído, sem fazer qualquer gesto para tal nem o podendo fazer desaparecer. Penalty!, grita Alvalade e a TVI («Matreiramente, ficou lá o bracinho», explicou o dito relator/comentador, e eu recebo a terceira chamada de amigos portistas, revoltados com os seus comentários).
MINUTO 105 — Choque entre Bruno Alves e Abel dentro da área do FC Porto ou, na versão sportinguista, obstrução de Bruno Alves. Penalty!, voltam a gritar. Mas, ainda que fosse obstrução, seria só livre indirecto e penalty é livre directo. Pormenor.
MINUTO 110 — Canto contra o Sporting, bola no ar e Rochemback a afastar com o braço Rolando no momento do salto, de forma ostensiva e nas barbas do árbitro. Falta contra o FC Porto, decide Bruno Paixão. Sábia decisão. E aí vão pelo menos dois penalties a favor do FC Porto que não ocorreram a Bruno Paixão.
MINUTO 111 — Hulk, outra vez, entra na área em velocidade, adianta a Rui Patrício e atira-se para o chão. Segundo amarelo e este, sim, justo. Reposta a normalidade numérica a favor do Sporting e Rui Patrício cheio de sorte.
MINUTO 121 — Na hora de se avançar para o desempate por penalties, o speaker de Alvalade não se cansa de incentivar os leões e grita «Sporting!, Sporting!». E pode, num campo oficialmente neutro? Infelizmente, daí a pouco chegaria a vez de a claque do FC Porto borrar também a pintura, insultando João Moutinho, vá-se lá saber porquê.
MINUTO 130 — Finalmente, o FC Porto ficou a dever em parte uma vitória a Helton. Três grandes defesas durante os 120 minutos e dois penalties defendidos. Neste caso, o castigo foi verdadeiramente redentor, funcionando como um utilíssimo banho de humildade. Parabéns a Helton — até porque, dos seis penalties cobrados pelos portistas, só dois foram bem marcados.
E foi assim que um portista viu o jogo. Com revoltada Paixão. Mas, mesmo assim, espera-se um comunicado da direcção do Sporting a queixar-se de pouca Paixão.
Faltou "falar" da falta do Liedson sobre o Bruno Alves que era vermelho directo para o levezinho. Se fosse ao o Bruno Alves a faze-la caia o carmo e a Trindade e de certeza que era expluso na hora...
O engraçado é que o "Toque de Génio" que os jornais vendem é uma finta falhada... que resultou num passe para golo...
Quem viu o lance, percebe que o Aimar queria rodar sobre o adversário com a bola dominada, mas falhou a recepção... em vez de uma bola perdida, como sobrou para o Emplastro é um "Toque Mágico"...
Taça de Portugal: Erros na arbitragem do Sporting-FC Porto preocupam Liga Liga castiga Bruno Paixão
Bruno Paixão vai ser castigado pela Comissão de Arbitragem da Liga (CA), devido à actuação que protagonizou no Sporting-FC Porto (Taça de Portugal), jogo que os portistas ganharam (5-4, após 1-1 nos 120 minutos) nas grandes penalidades.
Segundo soube o CM, apesar da Taça ser da responsabilidade da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), a Liga, que cede os árbitros, está 'atenta' e vai manter o critério que tem usado no campeonato: quem cometer erros flagrantes fica duas jornadas sem apitar. Paixão, aliás, é reincidente. Na 3ª ronda da Liga dirigiu o P. Ferreira-Benfica (3-4) e a agressão de Nuno Gomes (pontapé) a Filipe Anunciação apenas foi admoestada com um amarelo. A CA não gostou e Paixão ficou fora das 4ª e 5ª jornadas. Perdeu ainda 2200 euros, dado que cada partida na Liga vale 1100 euros para os árbitros (750, na Honra). Esta temporada, além de Paixão, também Lucílio Baptista (erros no P. Ferreira-Sp. Braga), Paulo Baptista (Sporting-Trofense), Augusto Costa (St. Clara-Gondomar, Honra) e Duarte Gomes (Rio Ave-P. Ferreira) já foram penalizados.
Contactado ontem pelo CM, Bruno Paixão recusou comentar a actuação que efectuou no clássico de domingo: 'Recebi instruções do Conselho de Arbitragem [FPF] para não me pronunciar sobre o jogo.'
PERFIL
Bruno Duarte Paixão nasceu em Lisboa, a 18 de Maio de 1974 (34 anos). Membro da AF de Setúbal, iniciou-se em 1993/94, chegando à primeira categoria em 1997/98. Foi o 6.º classificado da última época
Embora já não seja o auxiliar de aprendiz de há alguns anos, por ter evoluído, não é nem mostra ser um elemento que justifique as insígnias que ostenta
'APOIO PSICOLÓGICO': António Rola Ex-árbitro
A Liga deve dar apoio psicológico a Bruno Paixão e também lhe deve dar um tempo para analisar e reflectir sobre o seu trabalho em Alvalade
'NÃO DEVE ABANDONAR': António Marçal Ex-árbitro
Por causa de um jogo, não, porque de contrário não haveria árbitros, nem jogadores. Todos erram. Há internacionais mais competentes do que outros.
NORTADA (ABola de 11.11.2008)
ResponderEliminarPor Miguel Sousa Tavares
130 minutos de intensa Paixão
MINUTO ZERO: Sporting e FC Porto vinham ambos moralizados da jornada europeia para enfrentar este jogo da Taça. O Sporting, porque pela primeira vez atingira os oitavos-de-final da Champions, garantindo tal a dois jogos do fim da poule, não desperdiçando a oportunidade de tirar partido de um grupo anormalmente acessível. O FC Porto, porque arrancara a ferros e com muito brio a vitória necessária em Kiev (perdoem-me a imodéstia: como eu aqui antecipei) — com isso reentrando na disputa por um lugar nos oitavos da Champions.
Mas, à partida, as vantagens para este jogo estavam todas do lado do Sporting. Primeiro, porque jogava em casa, com o apoio largamente maioritário do público; depois, porque o seu jogo europeu a meio da semana, com o 8.º classificado do campeonato da Ucrânia e em casa, fora bem mais fácil que o jogo do FC Porto, fora, com o líder do mesmo campeonato; em terceiro lugar, porque, tendo jogado em casa, poupara-se, ao contrário do seu adversário, a uma viagem desgastante aos confins da Europa; e, finalmente, porque gozara de um dia de descanso a mais que os portistas.
Como se isto não fosse suficiente, nomearam para este jogo um dos dois árbitros que historicamente mais embirra com o FC Porto. Como não podia ser o Lucílio Baptista (que já fora o escolhido para o Sporting-FC Porto do campeonato), avançou então Bruno Paixão — que, como seria de esperar (já lá vamos), tudo fez para que o FC Porto não saísse vencedor de Alvalade.
MINUTO 1 — Mais uma vez, Jesualdo Ferreira mudou a equipa e mais uma vez houve castigados: depois de Benítez, Lino, Stepanov, Guarín, Fernando, Pelé, Pedro Emanuel, Mariano, Hulk, Farías, Helton, Nuno, Tarik e Tomás Costa, tocou a sorte agora a Sapunaru e Cristián Rodríguez. Não que não tenha tido sempre ou quase sempre razão para os castigos, mas o que isso mostra é que Jesualdo já não sabe o que há-de tentar com um plantel onde são raros os que dão garantias para todos os jogos. Enfim, pela primeira vez, Hulk teve o privilégio de jogar o jogo todo — e viria a ser um dos melhores, se não o melhor do FC Porto. E lá voltou o Mariano — que, como sempre, infalivelmente, se encarregou de mostrar que a indulgência de que goza junto do treinador já ultrapassou a fase do mistério, para se transformar numa obsessão masoquista. Durante 45 minutos, Jesualdo optou por fazer o FC Porto jogar com 10, e depois veio queixar-se da primeira parte falhada pela equipa...
MINUTO 7 — Está em curso uma impudica campanha da imprensa e adeptos rivais contra Bruno Alves, acusado de só jogar com os cotovelos. É uma acusação rotineira, que todos os anos toma como alvo um jogador do FC Porto: Deco foi a vítima durante dois anos, depois seguiu-se Ricardo Quaresma e agora é a vez de Bruno Alves. Não por acaso, os alvos escolhidos são sempre grandes jogadores e determinantes no FC Porto. Todavia, ao minuto 7 foi Liedson quem enfiou uma cotovelada descarada na cara de Fucile: Bruno Paixão viu, tanto que assinalou a falta, mas cartão nem vê-lo.
MINUTO 27 — Com um pontapé para trás, Fernando isola Liedson. E, claro, o melhor avançado do campeonato bate tranquilamente e com classe Pedro Emanuel e Helton.
MINUTO 30 — Bruno Alves segura a gola da camisola de Liedson e o levezinho rebola-se de dores, gritando agarrado à cara. Amarelo para Bruno Alves, delírio em Alvalade.
MINUTO 43 — Azar de Fucile: desta vez é Postiga (incansável à procura de sarilhos desde o início) quem lhe prega outra valente cotovelada. Bruno Paixão, a dois passos, voltou a ver e a marcar a falta— e mais nada.
MINUTO 46 — Rochemback comete falta a meio-campo sobre Lucho e desaba no relvado, quase ferido de morte: cartão amarelo a Lucho. Nesta altura, a contabilidade da TVI assinalava: seis faltas cometidas pelo FC Porto e três amarelos; 16 faltas cometidas pelo Sporting e zero amarelos. A partir daí, e julgando os jogadores do Sporting que tudo lhes seria consentido, o árbitro foi forçado a tornar-se quase equitativo no dilúvio de amarelos que iria distribuir até final.
MINUTO 52 — Contrariando as doutas opiniões do relator/comentador da TVI, o Hulk, que ele insistia em que Jesualdo fizesse sair, pegou na bola à saída da sua área e foi por ali fora até fuzilar Rui Patrício: 1-1.
MINUTO 61 — Hulk arranca outra vez, deixando Polga em pânico; na hora do remate fatal, dentro da área, cai, embrulhado com Polga, e pede penalty. As opiniões dividem-se; a minha, mesmo após as repetições, é que tanto pode ter sido como não.
MINUTO 66 — Agora, sim, não fiquei com dúvidas: Hulk persegue uma bola longa, dentro da área do Sporting, juntamente com Caneira; Rui Patrício sai da baliza e enfia um descarado empurrão nas costas a Hulk, derrubando-o e impedindo-o de disputar a jogada: é penalty, em qualquer lado do mundo, mas não em Alvalade. Na sequência, Caneira cai sobre Hulk, levanta-se e encosta-lhe a testa, ficando ambos a fazer votos de eterna amizade. Bruno Paixão vê aí uma excelente oportunidade para mostrar um amarelo a Hulk, que estava a ser o perigo em campo, disfarçando com uma decisão salomónica. Mas esqueceu-se que Caneira já tinha um amarelo e caiu das nuvens quando o auxiliar o avisou que era o segundo. Durante alguns minutos viveu-se um fenómeno extraordinário nos Sporting-FC Porto: o Sporting jogou em inferioridade numérica, por razões disciplinares. Até final, porém, Paixão iria encarregar-se de corrigir a anomalia e repor a normalidade da superioridade numérica do Sporting.
MINUTO 82 — Jesualdo Ferreira comete um erro crasso. Era fácil de prever que, na primeira oportunidade, Bruno Paixão expulsaria alguém do FC Porto e Pedro Emanuel — que, como sempre, já tinha um amarelo — era o candidato óbvio. Deixando-o em campo, Jesualdo expôs-se a isto: Pedro Emanuel não se conteve numa entrada perigosa sobre Moutinho, embora, de facto, não o tenha atingido, mas tenha permitido a simulação da falta ao 10 do Sporting. Seguiram-se breves e dramáticos momentos de superior representação teatral de Moutinho, até confirmar, pelo canto do olho e enquanto se contorcia no chão em gritos lancinantes, que, sim, Pedro Emanuel ia para a rua.
MINUTO 87 — Rui Patrício sobre Hulk mostra como se faz: o incrível levantou do chão como se tivesse sido arrancado por uma ceifeira debulhadora.
MINUTO 88 — Izmailov cruza rente ao chão e Rolando, que tinha escorregado e estava deitado, nem sequer vê a bola que lhe acerta no braço caído, sem fazer qualquer gesto para tal nem o podendo fazer desaparecer. Penalty!, grita Alvalade e a TVI («Matreiramente, ficou lá o bracinho», explicou o dito relator/comentador, e eu recebo a terceira chamada de amigos portistas, revoltados com os seus comentários).
MINUTO 105 — Choque entre Bruno Alves e Abel dentro da área do FC Porto ou, na versão sportinguista, obstrução de Bruno Alves. Penalty!, voltam a gritar. Mas, ainda que fosse obstrução, seria só livre indirecto e penalty é livre directo. Pormenor.
MINUTO 110 — Canto contra o Sporting, bola no ar e Rochemback a afastar com o braço Rolando no momento do salto, de forma ostensiva e nas barbas do árbitro. Falta contra o FC Porto, decide Bruno Paixão. Sábia decisão. E aí vão pelo menos dois penalties a favor do FC Porto que não ocorreram a Bruno Paixão.
MINUTO 111 — Hulk, outra vez, entra na área em velocidade, adianta a Rui Patrício e atira-se para o chão. Segundo amarelo e este, sim, justo. Reposta a normalidade numérica a favor do Sporting e Rui Patrício cheio de sorte.
MINUTO 121 — Na hora de se avançar para o desempate por penalties, o speaker de Alvalade não se cansa de incentivar os leões e grita «Sporting!, Sporting!». E pode, num campo oficialmente neutro? Infelizmente, daí a pouco chegaria a vez de a claque do FC Porto borrar também a pintura, insultando João Moutinho, vá-se lá saber porquê.
MINUTO 130 — Finalmente, o FC Porto ficou a dever em parte uma vitória a Helton. Três grandes defesas durante os 120 minutos e dois penalties defendidos. Neste caso, o castigo foi verdadeiramente redentor, funcionando como um utilíssimo banho de humildade. Parabéns a Helton — até porque, dos seis penalties cobrados pelos portistas, só dois foram bem marcados.
E foi assim que um portista viu o jogo. Com revoltada Paixão. Mas, mesmo assim, espera-se um comunicado da direcção do Sporting a queixar-se de pouca Paixão.
http://www.fcporto.ws/Forum/viewtopic.php?id=6384
Excelente :)
ResponderEliminarPara reencaminhar, imprimir, divulgar de todas as formas possíveis e imaginárias.
Faltou "falar" da falta do Liedson sobre o Bruno Alves que era vermelho directo para o levezinho. Se fosse ao o Bruno Alves a faze-la caia o carmo e a Trindade e de certeza que era expluso na hora...
ResponderEliminarO engraçado é que o "Toque de Génio" que os jornais vendem é uma finta falhada... que resultou num passe para golo...
ResponderEliminarQuem viu o lance, percebe que o Aimar queria rodar sobre o adversário com a bola dominada, mas falhou a recepção... em vez de uma bola perdida, como sobrou para o Emplastro é um "Toque Mágico"...
Taça de Portugal: Erros na arbitragem do Sporting-FC Porto preocupam Liga
ResponderEliminarLiga castiga Bruno Paixão
Bruno Paixão vai ser castigado pela Comissão de Arbitragem da Liga (CA), devido à actuação que protagonizou no Sporting-FC Porto (Taça de Portugal), jogo que os portistas ganharam (5-4, após 1-1 nos 120 minutos) nas grandes penalidades.
Segundo soube o CM, apesar da Taça ser da responsabilidade da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), a Liga, que cede os árbitros, está 'atenta' e vai manter o critério que tem usado no campeonato: quem cometer erros flagrantes fica duas jornadas sem apitar. Paixão, aliás, é reincidente. Na 3ª ronda da Liga dirigiu o P. Ferreira-Benfica (3-4) e a agressão de Nuno Gomes (pontapé) a Filipe Anunciação apenas foi admoestada com um amarelo. A CA não gostou e Paixão ficou fora das 4ª e 5ª jornadas. Perdeu ainda 2200 euros, dado que cada partida na Liga vale 1100 euros para os árbitros (750, na Honra). Esta temporada, além de Paixão, também Lucílio Baptista (erros no P. Ferreira-Sp. Braga), Paulo Baptista (Sporting-Trofense), Augusto Costa (St. Clara-Gondomar, Honra) e Duarte Gomes (Rio Ave-P. Ferreira) já foram penalizados.
Contactado ontem pelo CM, Bruno Paixão recusou comentar a actuação que efectuou no clássico de domingo: 'Recebi instruções do Conselho de Arbitragem [FPF] para não me pronunciar sobre o jogo.'
PERFIL
Bruno Duarte Paixão nasceu em Lisboa, a 18 de Maio de 1974 (34 anos). Membro da AF de Setúbal, iniciou-se em 1993/94, chegando à primeira categoria em 1997/98. Foi o 6.º classificado da última época
REACÇÕES
Paixão deve deixar a arbitragem?
'NÃO JUSTIFICA INSÍNGIAS': Jorge Coroado Ex-árbitro
Embora já não seja o auxiliar de aprendiz de há alguns anos, por ter evoluído, não é nem mostra ser um elemento que justifique as insígnias que ostenta
'APOIO PSICOLÓGICO': António Rola Ex-árbitro
A Liga deve dar apoio psicológico a Bruno Paixão e também lhe deve dar um tempo para analisar e reflectir sobre o seu trabalho em Alvalade
'NÃO DEVE ABANDONAR': António Marçal Ex-árbitro
Por causa de um jogo, não, porque de contrário não haveria árbitros, nem jogadores. Todos erram. Há internacionais mais competentes do que outros.
"Há internacionais mais competentes do que outros."
ResponderEliminarEu diria mais:
Há os competentes, os incompetentes, os muito incompetentes e o Bruno Paixão...
É que o homem é mesmo mau...