04 abril, 2009

Guimarães… Berço do Tetra!!!

Largos dias detiveram o rolar da bola no que à Liga Sagres diz respeito, Selecção a quanto obrigas!!!

Com Abril revolucionário à porta, o Dragão configura o seu futebol maior, para o dissipar das dúvidas quanto ao revalidar do título.

O D. Afonso Henriques será palco e berço do re-arranque competitivo para os Portistas, onde as 8 jornadas em falta, serão sinónimo do maior período consecutivo desta edição 08/09.

A deslocação a Guimarães pauta-se historicamente pela rivalidade, onde as idiotices costumeiras dos seguidistas, que teimam em perfilar-se como entidades abonatórias da verdade desportiva, mais não fizeram que provocar uma clivagem acentuada e concomitantemente desmesurada entre duas das mais fervorosas massas adeptas deste País.

Sob a égide de uma torrente de apoio Vimaranense, mergulhados num ambiente tradicionalmente hostil, são inúmeras as bases em que esta espécie de clássico dos novos tempos se pode lançar.

Prévia antecâmara de nova eliminatória da Champions, densidade competitiva e desgaste elevado dos seleccionáveis Azuis torna-se impossível dissociar esta argumentação de tudo o que pode ser a contenda em Guimarães.

Com a exibição da época transacta ainda bem presente, onde o que se pôde ver foi um hino a seriedade desportiva, mesmo com FC Porto a apresentar-se em versão económica, a época em curso acelera doravante para a fase de todas as decisões, não sendo por isso crível que Jesualdo alinhe pelo diapasão da rotatividade de cariz tão marcada então utilizada, ainda que estejam na calha algumas variantes da matriz de jogo que nos caracterizam este ano.

O adversário apesar da paragem, vive um dos momentos de maior elan, podendo em caso de vitória, obter um registo de três vitórias seguidas, coisa ainda não alcançada por Cajuda este ano. A vitória no ninho dos queridos amigos, para além de 3 saborosos pontos, reabriu a luta pelo objectivo Europa, o que enfatiza ainda mais a necessidade premente de ganhar e já alvitrada no discurso do técnico vimaranense “Jogar para ganhar é uma obrigação de qualquer profissional de futebol”.

Cajuda técnico da velha guarda, personalidade vincada, com argúcia e astúcia corroborada por uma infindável panóplia de jogos nas principais divisões do nosso futebol, luta por reavivar no ego dos seus pupilos um Vitória menos díspar exibicionalmente, quando equiparado com a versão da última época.

Este Guimarães que apostado em reeditar a época de sonho, perdeu parte da sua coluna vertebral, Nilson mantém a guarda das redes, elástico e felino, é obstáculo duro de transpor quando nas suas melhores noites. As laterais em comunhão com zona central da defensiva são talvez os sectores onde mais se sentiram as perdas provocadas pelo mercado mas também pela onde de lesões, ainda assim Sereno está de regresso, Moreno é um dos novos B’s da selecção e Gregory é um central com apetência pelo jogo aéreo nas bolas paradas.

Desta feita não haverá o carregador de piano e carroceiro de serviço Flávio Meireles, baixa de vulto no esquema de Cajuda, contudo existem unidades capazes de povoar a zona tampão, Desmarets, João Alves, Custódio, Wénio e outros menos conhecidos, todos juntos serão poucos para aniquilar as pretensões ofensivas do Dragão.

Ao contrário do imaginável por Jesualdo, estou pouco convicto num jogo “olho no olho”, ainda que pedras como Nuno Assis, Fajardo, Carlitos, Roberto ou Santana Carlos possam acicatar e agigantar-se proporcionando um duelo vibrante onde a emoção e incerteza do resultado possam alavancar um jogo menos dado ao catenaccio verificado aquando da visita ao Dragão na 1ª volta.

Encravados na ambiguidade entre o nefasto corte dos ritmos de trabalho e a utilidade do retemperar de algumas forças face densidade de jogos que se aproximam, por entre minas, armadilhas e novas teorias explicativas da Biomecânica, os Dragões contam para além da sua melhor qualidade individual e colectiva um factor motivador, na últimas 5 temporadas na cidade berço, os azuis e brancos só conhecem o sabor dos 3 pontos, assim como contam por vitórias os últimos 7 jogos extra muros.

Com Manchester no horizonte e apesar de todas as nuances e opiniões remakes de outras ocasiões, tenho para mim que a partida no D. Afonso Henriques despertará nos nossos jogadores adrenalina capaz e catalisadora das nossas melhores performances.

Num jogo que se antevê bravamente disputado, rijamente lutado não sobram muitos espaços para erros colectivos, como tal é amplamente aconselhável a manutenção dos característicos movimentos geométricos desenhados pelo trio da zona de influência central.

Se a intenção Vimaranense de jogar taco a taco for um flop, a estratégia azul tem obrigatoriamente de passar por alongar no relvado a zona pressing, atirar com estas dinâmicas de roubar bola para zonas onde a 1ª fase de construção de jogo adversária potencie erros, hipotecando à nascença a organização defensiva do reduto Vitoriano e consubstanciando a desorganização do normal e habitual bom posicionamento e ocupação de espaços dos princípios de jogo de Cajuda.

Com os flancos defensivos sobretudo os laterais a denotarem um processo evolutivo mais consentâneo com os pergaminhos dos Azuis e brancos, onde Sapunaru é um exemplo ainda pouco confiável, mas que premeia a maior profundidade das iniciativas ofensivas, nesta como em outras partidas o cerne vitorioso do desenlace tem sido alcandorado na capacidade de os nossos médios Lucho e Meireles atacarem com maior vigor e expressividade as zonas de finalização próximas da área, complementando graciosamente o volume de acções e mobilidade do trio mais ofensivo.

Com Lisandro subtraído à frente de ataque, Farias volta a ser hipótese condigna para a arte do golo, naturalmente que as suas características, amputam os Dragões dos movimentos diagonais, gizados com Licha, no entanto o seu faro pela baliza pode ser um elo e ancora de referencia entre os sectores meio campo/ataque, ganhando-se soluções de penetração nos flancos com Mariano, Hulk e/ou Rodriguez, descentralizando de alguma forma o normal afunilamento de jogo provocado pela apetência e derivação destes para zonas de finalização centrais a área adversária.

Sobrarão por certo motivos capazes de despoletar outras observâncias em torno do jogo deste sábado, certo mesmo é que salvo algum “Xistrema” comum, estou convicto que Guimarães será mesmo o berço que nos embalará para o TETRA.

LISTA DE CONVOCADOS
Guarda-redes: Helton e Nuno.
Defesas: Sapunaru, Rolando, Bruno Alves, Stepanov e Cissokho.
Médios: Fernando, Andrés Madrid, Raul Meireles, Lucho González, Tomás Costa Mariano, Rodríguez e Tarik.
Avançados: Farías, Hulk e Rabiola.

5 comentários:

  1. Bate forte hoje, o coração! Não sendo o derradeiro obstáculo na luta pelo título, será porventura um dos mais complicados.

    Acredito neste Porto, pese saber que os escolhos serão imensos, para trazer os 3 pontos de Guimarães. Existem factores extra-futebol a condicionar: o cansaço dos sul-americanos, vindos da jornada das selecções...e Xistra, em quem não confio nem um pouquinho.

    Que logo mais à noite mostremos a capacidade demolidora que possuímos. Seria um fim-de-semana perfeito!

    ResponderEliminar
  2. a capa do correio da dita de hoje é fantastica...ai a azia que para ali vai

    campeoes hoje

    ResponderEliminar
  3. Estou com fé... Não foi em Guimarães que matematicamente conquistamos o Penta?

    ResponderEliminar
  4. E se o treinador do FC Porto dissesse esta pérola:

    «Quique Flores admitiu que o terceiro lugar pode ser um bom resultado final para o Benfica, face à quarta posição da época anterior.

    «Sim, porque se fazemos melhor é porque melhorámos o registo. O que se teve de fazer para as coisas saírem melhor é muito mais do que vocês [jornalistas] conseguem ver», defendeu o técnico espanhol, este sábado, no Seixal, em conferência de imprensa, lembrando que o interesse de outros clubes em jogadores encarnados também reflecte o trabalho realizado até ao momento.»


    Quique, se alguém te oferecer Flores não é Impulse... é porque morreste.

    Está explicado porque uns são tricampeões e outros, não?

    Pequenos pormenores, grandes diferenças.

    ResponderEliminar
  5. Bruno Rocha, para mim, nunca me canso de dizê-lo... é uma delicia ler as tuas 'antevisões'... sempre fantásticas e cheias de «sumo»!!!

    Obrigado Amigo.

    ResponderEliminar