19 março, 2011

Figuras e Figurantes...

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Bem sei que a Calçada, portuguesa, prima pela diferença e é única em todo o mundo pelas suas Figuras tão bem decalcadas, colocadas e delineadas que ostenta por tantas e tantas ruas fora do nosso imenso Portugal. Por vezes damos por nós e a deambular sobre elas, pomos o pensamento à solta e a nossa imaginação remonta-nos às brincadeiras de criança, em que o objectivo e o jogo era não calcar as figuras, para não estragar e desrespeitar o manto. O manto que, custe a quem custar, é azul e branco de nascimento e até à morte, por esse país fora.

Ora, e depois de breve introdução, dizer o quê? Dizer que a calçada, azul e branca portuguesa, é um pouco o reflexo também da calçada azul e branca portista. Magnífica mas muito maltratada. Magnífica pelas Figuras que criou, cria e criará e que fazem dela a inveja nacional e o falatório rejubilante e reconhecido fora de portas, e maltratada pelos figurantes que nela caminham e lhe dão chão para poder caminhar, mas que todos os dias, sem hesitar, cospem nesse mesmo caminho, triste, que fazem. Para os que a reconhecem, é um trajecto infinito de vitórias para todos os outros, uma pedra a mais no seu sapato dia após dia, após dia, a vence-los  desde 1893.

E se de Figuras e figurantes se fala, é indesmentível que todos os anos uma equipa como o Futebol Clube do Porto cria, faz crescer e exporta sempre com sucesso Figuras de enorme valor. Este ano não é excepção, e em vias de se comemorar novo título nacional, seria justo mencionar três, as quais julgo serem de preponderância indelével e marcante num conjunto de homens que sabe que todos formaram o todo.

Hulk é talvez a estrela maior da constelação azul e branca e no entendimento da Calçada é talvez um daqueles que personifica o que é ser FCP, senão vejamos: O incrível transborda em todos os poros do corpo, raça, alma, juventude de quem quer aprender muito e sabe que ainda tem muito para aprender, velocidade, força, técnica e uma fome de títulos inesgotável. O brasileiro é o jogador da liga com todos os números mais impressionantes e só citando os mais importantes, é o jogador com mais remates às balizas adversárias, com mais golos marcados no campeonato e como se não bastasse é um dos que mais assiste para golo. É também o Homem humilde que se mostra sensível e não esquece por onde passou, fazendo-lhes homenagem, mesmo que lhe custe amarelos ridículos, ao contrário de outros que incitam invasões de campo como forma de comemorar lugares secundários na Liga. Por outro lado, como talento nato que é, veste de Azul e Branco, e como isso é pecado em Portugal, Hulk personifica também aquele lado do Porto que é maltratado e ostracizado, com castigos injustos e eternamente por explicar. O bode expiatório preferido de tudo e todos para o insucesso dos que nada ganham, em campo.

Outra das figuras é Helton. Este ano a viver a sua melhor época de dragão ao peito e que finalmente vive e encanta sem o estigma e a sombra de Vítor Baía, ou nas redes ou no balneário. Sim, para mim não é uma coincidência. Helton, prova por fim, que a maturidade e experiencia são um posto, a que se deve dar sempre a devida importância, o brasileiro tem sido fundamental a manter a constância exibicional defensiva, sempre na batuta de cima, tornando-nos desde a baliza, como uma equipa coesa, confiante e com a sabedoria necessária para sabermos defender desde a pequena área até ao homem mais avançado.

E se Hulk, preponderante no início de época, Helton o elo constante e coeso a longo da mesma, Guarín é a derradeira Figura e surpresa deste fim de campeonato. Quantas vitorias e golos decisivos nos valeu já o colombiano? Guarín mostra também, outra faceta do FCP que já não se via há algum tempo, a competitividade pelos lugares no onze (marca AVB). O colombiano mostra que está para dar luta no meio campo e golo após golo desencrava vitórias que põem o Porto mais perto do título e que podem por, também, os Super Dragões a cantar “Quando a vitória não quer dizer Sim... puxa o gatilho, lá vem tiro do Guarín”. Um jogador que mostra que não estava só formatado aos jogos musculados das competições europeias, mas que também resolve e delícia com pormenores técnicos nas provas de consumo interno.

Se por um lado as Figuras do Porto brilham, encantam e mostram com, frieza, justeza e números o porquê do Porto ir à frente, são muitos os figurantes, pagos a peso de ouro, que tentam apagar os méritos portistas.

Os figurantes são todos aqueles que se escondem no anonimato, mais que conhecido, que fomentam ódios em directo, onde quase apetece dizer que quem anda a chuva, nesta calçada, pode-se molhar e escorregar. E permitam-me não concordar com o nosso presidente PDC, mas nem os Palhaços, profissão por mim respeitada, fazem figurinos tão ridículos, estes figurantes de “morangada” recheada de rennie, são como os ursos e os elefantes circenses, respondem sob o suborno de um pedaço de carne ou de uma palmadinha nas costas e fazem da imprensa escrita e televisionada o seu circo mediático, palco de todos os seus ridículos desempenhos e (in)verdades desportivas.

Abraço e fiquem por aí… que eu fico!

4 comentários:

  1. Gosto desta calçada... mas acrescentaria uma figura muito importante: o colectivo do F.C.Porto é a sua grande força e quando o colectivo funciona, potencia as individualidades.
    Já dos figurantes, não reza a história.

    Um abraço

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  2. Se vamos realçar alguém, acabamos sempre a esquecer alguém; para mim, em todo os jogos desde o início da temporada, não podemos esquecer O Belluschi (ou até o trabalho certinho do Moutinho...)... então, estou como o Vila Pouca, mais vale lembrar que este ano voltou outra vez a haver um colectivo; deixamos de ter vedetas dentro do campo; e, isso também permite que o treinador faça o que tem que fazer, e substitua quem tem que substituir... - No more BA's!

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  3. A figura chama-se sempre FUTEBOL CLUBE DO PORTO.

    É aqui que os jogadores banais evoluem, é que aqui que os jogadores que nunca ganharam nada aprendem a ganhar.

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  4. João, mais um post excelente!;)

    BIBÓ PORTO

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