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FCPorto – Dragões de Azul Forte
Retalhos da história, conquistas e vitórias memoráveis, figuras e glórias do
F. C. do Porto
Capítulo 5: 1941 a 1950 – O centralismo da capital e o jejum (Parte I)
Época 1940-1941
O começo da… travessia do deserto
Na época de 1940-41, o FC Porto deu os primeiros passos para uma penosa travessia do deserto.
A equipa portista até fez um Campeonato regular, com apenas duas derrotas, mas com quatro empates dois dos quais comprometedores porque em “casa”.
Nos jogos com os grandes rivais da capital, Benfica e Sporting, o FC Porto obteve apenas uma vitória.
• Logo no primeiro jogo entre “grandes”, uma concludente derrota com o Sporting, no Lumiar, por 1-5. Não bastava o desaire e os portistas ainda ficaram privados do seu guarda-redes. Bela Andrasik foi gravemente lesionado pelo sportinguista João Cruz e conduzido para o Hospital de S. José. O árbitro Henrique Rosa teve uma actuação deplorável. Pintou o apito de “verde e branco”… Validou o terceiro golo dos “leões” na sequência de um claríssimo fora-de-jogo e consentiu a marcação do quarto quando o guardião Andrasik se contorcia com dores no chão, com duas fracturas nos ossos da face, depois da agressão de João Cruz.
• Mar.1941 – A guerra Norte-Sul agudizou-se quando Carlos Pereira, que terminava contrato, optou por não jogar mais pelo FC Porto e se comprometeu com o Unidos FC de Lisboa, que lhe ofereceu 1500 escudos por mês, o dobro do que ganhava no Porto, e ainda 30 contos de luvas.
• Na segunda volta o FC Porto não foi além de um empate (2-2) ante o Sporting, no Lima, perdendo, assim, definitivamente, o sonho que acalentava: conseguir o primeiro “tri” da sua história.
• Com os “leões” no primeiro lugar, o FC Porto fechou o Campeonato com uma vitória sobre o Benfica, por 5-2, permitindo ao Belenenses alcançar o terceiro lugar. Os “dragões” ficaram em segundo (a 3 pontos do novo campeão) e as “águias” em quarto (a 5 pontos).
O FC Porto perseguia a conquista da Taça de Portugal, única competição que não lograra vencer logo na sua primeira edição. Este grande sonho teimava em tornar-se desilusão e na época 1940-41 ficaria, de novo, adiado. Desta feita foi por uma “unha negra” que o clube do Norte não ultrapassou o Benfica nos quartos-de-final da prova.
O FC Porto perdeu no Lima, por 0-2, depois de ter vencido no Lumiar (Lisboa) por 4-3. Uma vez mais, os portistas queixaram-se e com razão do árbitro do encontro da 1.ª mão, Gabriel da Fonseca, que assinalou indevida grande penalidade a favor do Benfica, erro crasso decisivo para o desfecho da eliminatória. Era apenas mais um sinal do que haveria de tornar-se regra anos e anos a fio... Esta época seria mais tarde recordada como aquela em que os árbitros viraram “anjos negros”.
A queda no charco...e os “anjos negros”
Na alvorada dos anos 40, a colectividade portista passava por grandes dificuldades. Sonhos desfeitos, cofres vazios e os árbitros transformados em "anjos negros", pronuncio daquilo com que o FC Porto haveria de confrontar-se durante anos e anos a fio: o centralismo da capital e o despotismo sulista. O FC Porto atraído ao lodaçal…
Mais que os títulos perdidos, as receitas do Campeonato deixavam os dirigentes apreensivos. O FC Porto era, genericamente, o campeão das receitas. Em muitas épocas, bateu de longe os restantes. Pois, já em 1940-41, limitou-se a fazer menos de metade da época anterior!
Muitas dores de cabeça, de facto. O futebol gastara mais de 600 contos, que exacerbou o défice para quase 200! O tempo era de crise. Que se agravaria. Os ordenados começaram a falhar. E foi sem surpresa que, no final da época 1940-41, Petrak e Kordnya, assumidamente profissionais, disseram adeus à Constituição e a equipa ficou carenciada de reforços. Petrak assinou pelo Estoril, então na II Divisão, e Kordnya regressou à Croácia.
Época 1941-1942
Set.1941 – José Sousa Barcellos herdou de Pires de Lima um clube de cofres vazios e com as receitas em queda. Durante a sua presidência, com uma equipa por rejuvenescer, os resultados desportivos no futebol continuaram aquém das expectativas dos associados azuis-e-brancos. E muito longe do que o FC Porto edificara como tradição: vencer com frequência. Sem efeitos práticos, substitui no comando técnico da equipa Miguel Siska pelo austro-húngaro Lippo Hertzka.
Para cúmulo dos seus engulhos, José Barcellos teve de se haver com o continuado regabofe lisboeta que sonegava os direitos aos clubes do Norte e sobretudo ao FC Porto. Sucedeu-lhe Luís Ferreira Alves, em Setembro de 1943.
Sócios – No início da época de 1941-42 o FC Porto tinha 2.889 sócios.
Tempos difíceis…
Com os tempos difíceis que se viviam na Constituição e com uma equipa debilitada pela partida de alguns jogadores importantes, não admira que, para a época de 1941-42, Carlos Nunes, até então castigado, fosse redimido e voltasse ao grupo. Entretanto a nuvens negras continuaram a pairar ameaçadoras.
• Com Coelho da Costa nomeado “capitão-geral” e chefe da secção de futebol, o FC Porto classificou-se em terceiro lugar no Campeonato do Porto. Depois de consultar as Associações de Futebol, a FPF decidiu, com a anuência daquelas, alargar para 12 o número de clubes participantes no Campeonato Nacional da I Divisão.
• Do plantel, pouco rejuvenescido, faziam parte, entre outros, Bela Andrasik, Vítor Guilhar, Manuel dos Anjos “Pocas”, António Baptista, Pratas, Sacadura, Carlos Nunes, Sárria, Pinga, Augusto, Correia Dias, António Santos, Humberto, Alvarenga, António Nunes, Gomes da Costa, Valongo e Povoas.
• No primeiro jogo, com o Sporting, a derrota pesada por 0-5 fez antever escolhos para a equipa portista ao longo da época. Coelho da Costa demitiu-se de “capitão-geral”, sendo substituído por Waldemar Mota. Miguel Siska manteve-se como treinador, embora com o lugar ameaçado.
• Em casa o FC Porto não se deixou derrotar pelos rivais “leões” e “águias”.
• Mas o FC Porto foi goleado em Lisboa pelo Benfica (1-5) e pelo Belenenses (3-7), somando sete derrotas em 22 jogos e quedando-se pelo quarto lugar no Campeonato, com 28 pontos, a 10 do campeão.
• Prémio de consolação e destaque: Correia Dias foi o melhor marcador do Campeonato ao apontar, com brilhantismo, 36 golos.
Correia Dias (FC Porto), melhor marcador com 36 golos!
Correia Dias, ponta-de-lança do FC Porto, alto, forte, corpulento, verdadeiro “predador” das áreas adversárias, foi o melhor marcador do Campeonato Nacional de 1941-42, com 36 golos – um número de golos só superado por dois grandes “artilheiros” da história do FC Porto: Fernando Gomes e Mário Jardel! Mas, ainda assim, com uma média de golos por jogo superior: 1,64 contra 1,30 de Gomes e 1,12 de Jardel. Extraordinário!
No dia 25 Jan.1942, com 22 anos, estreou-se frente ao V. Guimarães, no campo da Constituição, na que era a 2.ª jornada do Campeonato. Logo nesse jogo em que encetou a sua carreira, contribuiu com dois golos para a vitória por 3-2 sobre os vimaranenses. “Sempre à espera de apanhar uma bola a jeito e à medida do seu disparo forte e certeiro” ao longo das outras vinte jornadas consecutivas apôs a sua assinatura em mais trinta e quatro golos. Atrás dele, e a boa distância na lista dos “reis do golo”, ficaram Peyroteo (Sporting) e Armando Correia (Académica) ambos com vinte e oito remates certeiros.
Eis a lista dos “reis dos goleadores” (Melhores Marcadores do Campeonato) da história do FC Porto (dados de Fev.2011):
- Fernando Gomes.... 39 golos Média p/jogo: 1,30 Época 1984/85 (30 jornadas)
- Mário Jardel...... 38 golos Média p/jogo: 1,12 Época 1999/00 (34 jornadas)
- Correia Dias...... 36 golos Média p/jogo: 1,64 Época 1941/42 (22 jornadas)
- Araújo............ 36 golos Média p/jogo: 1,38 Época 1947/48 (26 jornadas)
- Fernando Gomes.... 36 golos Média p/jogo: 1,20 Época 1982/83 (30 jornadas)
- Mário Jardel...... 36 golos Média p/jogo: 1,06 Época 1998/99 (34 jornadas)
- Mário Jardel...... 30 golos Média p/jogo: 0,88 Época 1996/97 (34 jornadas)
- Kordnya........... 29 golos Média p/jogo: 1,61 Época 1939/40 (18 jornadas)
- Fernando Gomes.... 27 golos Média p/jogo: 0,90 Época 1978/79 (30 jornadas)
- Jacques........... 27 golos Média p/jogo: 0,90 Época 1981/82 (30 jornadas)
- Fernando Gomes.... 26 golos Média p/jogo: 0,87 Época 1976/77 (30 jornadas)
- Mário Jardel...... 26 golos Média p/jogo: 0,76 Época 1997/98 (34 jornadas)
- Fernando Gomes.... 25 golos Média p/jogo: 0,83 Época 1977/78 (30 jornadas)
- Domingos.......... 25 golos Média p/jogo: 0,74 Época 1995/96 (34 jornadas)
Para a Taça de Portugal, nova decepção nos oitavos-de-final e o acesso à final mais uma vez adiado: nas Salésias (Lisboa), ante o Belenenses, 1-5.
João Lopes Martins – Considerado um atleta completo, o mais completo, foi campeão em quase todas as modalidades que praticou. Jogou na equipa de futebol e nas de basquetebol, andebol, hóquei em campo e ainda participou em competições de atletismo e natação. Também jogava ténis!
• Era uma referência como desportista e o seu valor granjeou-lhe honras nacionais. De vigor físico e capacidades técnicas invulgares, tornou-se atleta do FC Porto na década de 20 e sobressaiu nas de 30 e 40 do séc. XX.
• No futebol, iniciou-se nos infantis do FC Porto. Subiu à equipa de honra e logo revelou extraordinária aptidão para a posição de médio. Poderia ter consumado uma carreira de sucesso. Porém, Lopes Martins não morria de amores pelo futebol. Decidiu dedicar-se ao basquetebol que já praticava.
• Apaixonado pelo basquetebol, impôs-se na 1.ª categoria do FC Porto. Foi internacional e treinador nesta modalidade. Posteriormente assumiu a direcção da secção no Clube.
• No andebol de 11 afirmou-se como um médio-centro de classe inigualável e contribuiu para os quatro títulos consecutivos (1939 a 1942) dos azuis-e-brancos.
• No atletismo conquistou um título regional no salto à vara. E saltou barreiras! Também competiu na natação e jogou ténis.
• “Lopes Martins, amador puro, trabalhador infatigável, nunca vestiu outra camisola. Trata-se de um excelente exemplo de fé clubista”. Eleito como atleta n.º 1 do Clube, é uma figura ilustre e uma glória do FC Porto. Na inauguração do Estádio das Antas, em 28 Mai.1952, esteve, com o também antigo atleta Mota Freitas, ao lado do porta-bandeira o ex-futebolista e internacional olímpico Waldemar Mota. Velhas e inesquecíveis glórias do FC Porto!
Retalhos da história, conquistas e vitórias memoráveis, figuras e glórias do
F. C. do Porto
Capítulo 5: 1941 a 1950 – O centralismo da capital e o jejum (Parte I)
Época 1940-1941
O começo da… travessia do deserto
Na época de 1940-41, o FC Porto deu os primeiros passos para uma penosa travessia do deserto.
A equipa portista até fez um Campeonato regular, com apenas duas derrotas, mas com quatro empates dois dos quais comprometedores porque em “casa”.
Nos jogos com os grandes rivais da capital, Benfica e Sporting, o FC Porto obteve apenas uma vitória.
• Logo no primeiro jogo entre “grandes”, uma concludente derrota com o Sporting, no Lumiar, por 1-5. Não bastava o desaire e os portistas ainda ficaram privados do seu guarda-redes. Bela Andrasik foi gravemente lesionado pelo sportinguista João Cruz e conduzido para o Hospital de S. José. O árbitro Henrique Rosa teve uma actuação deplorável. Pintou o apito de “verde e branco”… Validou o terceiro golo dos “leões” na sequência de um claríssimo fora-de-jogo e consentiu a marcação do quarto quando o guardião Andrasik se contorcia com dores no chão, com duas fracturas nos ossos da face, depois da agressão de João Cruz.
• Mar.1941 – A guerra Norte-Sul agudizou-se quando Carlos Pereira, que terminava contrato, optou por não jogar mais pelo FC Porto e se comprometeu com o Unidos FC de Lisboa, que lhe ofereceu 1500 escudos por mês, o dobro do que ganhava no Porto, e ainda 30 contos de luvas.
• Na segunda volta o FC Porto não foi além de um empate (2-2) ante o Sporting, no Lima, perdendo, assim, definitivamente, o sonho que acalentava: conseguir o primeiro “tri” da sua história.
• Com os “leões” no primeiro lugar, o FC Porto fechou o Campeonato com uma vitória sobre o Benfica, por 5-2, permitindo ao Belenenses alcançar o terceiro lugar. Os “dragões” ficaram em segundo (a 3 pontos do novo campeão) e as “águias” em quarto (a 5 pontos).
O FC Porto perseguia a conquista da Taça de Portugal, única competição que não lograra vencer logo na sua primeira edição. Este grande sonho teimava em tornar-se desilusão e na época 1940-41 ficaria, de novo, adiado. Desta feita foi por uma “unha negra” que o clube do Norte não ultrapassou o Benfica nos quartos-de-final da prova.
O FC Porto perdeu no Lima, por 0-2, depois de ter vencido no Lumiar (Lisboa) por 4-3. Uma vez mais, os portistas queixaram-se e com razão do árbitro do encontro da 1.ª mão, Gabriel da Fonseca, que assinalou indevida grande penalidade a favor do Benfica, erro crasso decisivo para o desfecho da eliminatória. Era apenas mais um sinal do que haveria de tornar-se regra anos e anos a fio... Esta época seria mais tarde recordada como aquela em que os árbitros viraram “anjos negros”.
A queda no charco...e os “anjos negros”
Na alvorada dos anos 40, a colectividade portista passava por grandes dificuldades. Sonhos desfeitos, cofres vazios e os árbitros transformados em "anjos negros", pronuncio daquilo com que o FC Porto haveria de confrontar-se durante anos e anos a fio: o centralismo da capital e o despotismo sulista. O FC Porto atraído ao lodaçal…
Mais que os títulos perdidos, as receitas do Campeonato deixavam os dirigentes apreensivos. O FC Porto era, genericamente, o campeão das receitas. Em muitas épocas, bateu de longe os restantes. Pois, já em 1940-41, limitou-se a fazer menos de metade da época anterior!
Muitas dores de cabeça, de facto. O futebol gastara mais de 600 contos, que exacerbou o défice para quase 200! O tempo era de crise. Que se agravaria. Os ordenados começaram a falhar. E foi sem surpresa que, no final da época 1940-41, Petrak e Kordnya, assumidamente profissionais, disseram adeus à Constituição e a equipa ficou carenciada de reforços. Petrak assinou pelo Estoril, então na II Divisão, e Kordnya regressou à Croácia.
Época 1941-1942
Set.1941 – José Sousa Barcellos herdou de Pires de Lima um clube de cofres vazios e com as receitas em queda. Durante a sua presidência, com uma equipa por rejuvenescer, os resultados desportivos no futebol continuaram aquém das expectativas dos associados azuis-e-brancos. E muito longe do que o FC Porto edificara como tradição: vencer com frequência. Sem efeitos práticos, substitui no comando técnico da equipa Miguel Siska pelo austro-húngaro Lippo Hertzka.
Para cúmulo dos seus engulhos, José Barcellos teve de se haver com o continuado regabofe lisboeta que sonegava os direitos aos clubes do Norte e sobretudo ao FC Porto. Sucedeu-lhe Luís Ferreira Alves, em Setembro de 1943.
Sócios – No início da época de 1941-42 o FC Porto tinha 2.889 sócios.
Tempos difíceis…
Com os tempos difíceis que se viviam na Constituição e com uma equipa debilitada pela partida de alguns jogadores importantes, não admira que, para a época de 1941-42, Carlos Nunes, até então castigado, fosse redimido e voltasse ao grupo. Entretanto a nuvens negras continuaram a pairar ameaçadoras.
• Com Coelho da Costa nomeado “capitão-geral” e chefe da secção de futebol, o FC Porto classificou-se em terceiro lugar no Campeonato do Porto. Depois de consultar as Associações de Futebol, a FPF decidiu, com a anuência daquelas, alargar para 12 o número de clubes participantes no Campeonato Nacional da I Divisão.
• Do plantel, pouco rejuvenescido, faziam parte, entre outros, Bela Andrasik, Vítor Guilhar, Manuel dos Anjos “Pocas”, António Baptista, Pratas, Sacadura, Carlos Nunes, Sárria, Pinga, Augusto, Correia Dias, António Santos, Humberto, Alvarenga, António Nunes, Gomes da Costa, Valongo e Povoas.
• No primeiro jogo, com o Sporting, a derrota pesada por 0-5 fez antever escolhos para a equipa portista ao longo da época. Coelho da Costa demitiu-se de “capitão-geral”, sendo substituído por Waldemar Mota. Miguel Siska manteve-se como treinador, embora com o lugar ameaçado.
• Em casa o FC Porto não se deixou derrotar pelos rivais “leões” e “águias”.
• Mas o FC Porto foi goleado em Lisboa pelo Benfica (1-5) e pelo Belenenses (3-7), somando sete derrotas em 22 jogos e quedando-se pelo quarto lugar no Campeonato, com 28 pontos, a 10 do campeão.
• Prémio de consolação e destaque: Correia Dias foi o melhor marcador do Campeonato ao apontar, com brilhantismo, 36 golos.
Correia Dias (FC Porto), melhor marcador com 36 golos!
Correia Dias, ponta-de-lança do FC Porto, alto, forte, corpulento, verdadeiro “predador” das áreas adversárias, foi o melhor marcador do Campeonato Nacional de 1941-42, com 36 golos – um número de golos só superado por dois grandes “artilheiros” da história do FC Porto: Fernando Gomes e Mário Jardel! Mas, ainda assim, com uma média de golos por jogo superior: 1,64 contra 1,30 de Gomes e 1,12 de Jardel. Extraordinário!
No dia 25 Jan.1942, com 22 anos, estreou-se frente ao V. Guimarães, no campo da Constituição, na que era a 2.ª jornada do Campeonato. Logo nesse jogo em que encetou a sua carreira, contribuiu com dois golos para a vitória por 3-2 sobre os vimaranenses. “Sempre à espera de apanhar uma bola a jeito e à medida do seu disparo forte e certeiro” ao longo das outras vinte jornadas consecutivas apôs a sua assinatura em mais trinta e quatro golos. Atrás dele, e a boa distância na lista dos “reis do golo”, ficaram Peyroteo (Sporting) e Armando Correia (Académica) ambos com vinte e oito remates certeiros.
Eis a lista dos “reis dos goleadores” (Melhores Marcadores do Campeonato) da história do FC Porto (dados de Fev.2011):
- Fernando Gomes.... 39 golos Média p/jogo: 1,30 Época 1984/85 (30 jornadas)
- Mário Jardel...... 38 golos Média p/jogo: 1,12 Época 1999/00 (34 jornadas)
- Correia Dias...... 36 golos Média p/jogo: 1,64 Época 1941/42 (22 jornadas)
- Araújo............ 36 golos Média p/jogo: 1,38 Época 1947/48 (26 jornadas)
- Fernando Gomes.... 36 golos Média p/jogo: 1,20 Época 1982/83 (30 jornadas)
- Mário Jardel...... 36 golos Média p/jogo: 1,06 Época 1998/99 (34 jornadas)
- Mário Jardel...... 30 golos Média p/jogo: 0,88 Época 1996/97 (34 jornadas)
- Kordnya........... 29 golos Média p/jogo: 1,61 Época 1939/40 (18 jornadas)
- Fernando Gomes.... 27 golos Média p/jogo: 0,90 Época 1978/79 (30 jornadas)
- Jacques........... 27 golos Média p/jogo: 0,90 Época 1981/82 (30 jornadas)
- Fernando Gomes.... 26 golos Média p/jogo: 0,87 Época 1976/77 (30 jornadas)
- Mário Jardel...... 26 golos Média p/jogo: 0,76 Época 1997/98 (34 jornadas)
- Fernando Gomes.... 25 golos Média p/jogo: 0,83 Época 1977/78 (30 jornadas)
- Domingos.......... 25 golos Média p/jogo: 0,74 Época 1995/96 (34 jornadas)
Para a Taça de Portugal, nova decepção nos oitavos-de-final e o acesso à final mais uma vez adiado: nas Salésias (Lisboa), ante o Belenenses, 1-5.
João Lopes Martins – Considerado um atleta completo, o mais completo, foi campeão em quase todas as modalidades que praticou. Jogou na equipa de futebol e nas de basquetebol, andebol, hóquei em campo e ainda participou em competições de atletismo e natação. Também jogava ténis!
• Era uma referência como desportista e o seu valor granjeou-lhe honras nacionais. De vigor físico e capacidades técnicas invulgares, tornou-se atleta do FC Porto na década de 20 e sobressaiu nas de 30 e 40 do séc. XX.
• No futebol, iniciou-se nos infantis do FC Porto. Subiu à equipa de honra e logo revelou extraordinária aptidão para a posição de médio. Poderia ter consumado uma carreira de sucesso. Porém, Lopes Martins não morria de amores pelo futebol. Decidiu dedicar-se ao basquetebol que já praticava.
• Apaixonado pelo basquetebol, impôs-se na 1.ª categoria do FC Porto. Foi internacional e treinador nesta modalidade. Posteriormente assumiu a direcção da secção no Clube.
• No andebol de 11 afirmou-se como um médio-centro de classe inigualável e contribuiu para os quatro títulos consecutivos (1939 a 1942) dos azuis-e-brancos.
• No atletismo conquistou um título regional no salto à vara. E saltou barreiras! Também competiu na natação e jogou ténis.
• “Lopes Martins, amador puro, trabalhador infatigável, nunca vestiu outra camisola. Trata-se de um excelente exemplo de fé clubista”. Eleito como atleta n.º 1 do Clube, é uma figura ilustre e uma glória do FC Porto. Na inauguração do Estádio das Antas, em 28 Mai.1952, esteve, com o também antigo atleta Mota Freitas, ao lado do porta-bandeira o ex-futebolista e internacional olímpico Waldemar Mota. Velhas e inesquecíveis glórias do FC Porto!
- No próximo post.: Capítulo 5, 1941 a 1950 – O centralismo da capital e o jejum (Parte II) – Época 1942-43; Lippo Hertzka, novo treinador; Campeonato Nacional; misterioso desaparecimento; Taça de Portugal; Andebol de 11 de vento em popa, triunfante, Campeão; época 1943-44; presidente Luís Ferreira Alves; Estádio do Lima; Campeonato Nacional; a chegada de um brilhante guarda-redes; Taça de Portugal; a crise financeira; biografia de Lippo Hertzka.
Boa continuação deste trabalho fabuloso. E fico mais descansado, vendo que continua em grande - porque não entendi aquele comentário (noutro local) mas que vejo que não deve ser nada, senão mistura de assuntos - tendo desaparecido, entretanto.
ResponderEliminarQuanto a isto: Isto é algo muito bom! Estou quase a ficar impaciente por vê-lo em livro...!
Apesar de todo o trabalho, como diz o Armando Pinto, ser fabuloso, estamos quase a entrar no meu tempo e aí já posso mandar umas bitaitadas, com mais à vontade.
ResponderEliminarAbraço
Obrigado aos grandes amigos Armando e Vila Pouca. Vila Pouca: na verdade está quase a chegar o “nosso tempo”. Terei muito, muito prazer em receber as suas “bitaitadas”.
ResponderEliminarEsclarecimento: o m/comentário a que o amigo Armando se referiu foi, de facto, retirado após alguma reflexão. Contudo devo um esclarecimento: as palavras nada significavam contra alguém muito menos contra o Lucho. Pelo contrário: se alguma ilação se poderia (deveria) tirar, era a de agradecimento ao meu amigo, muito amigo Lucho.
Grande abraço azul forte.
Eu só tenho pena é da mulher não me deixar vir à net ao fim de semana:) e por isso cá estou para dizer-lhe obrigado por continuar este trabalho fantástico.
ResponderEliminarDe facto, começou mesmo em 1941 uma 1ª longa travessia do deserto, só quebrada 15 anos depois...
abraço;)
E continua o Trabalho pautado pelo rigor de uma vasta história.
ResponderEliminarEsta só agora acabei de ler e fui lendo aos "buxexos".
Azul Forte é sem dúvida um grande trabalho, que eu admiro e acompanho.
Venham mais destas. :)
não perceber a MAIS VALIA MONSTRUOSA deste trabalho, com toda a certeza, de muitas e muitas horas passadas na pesca submarina, é não perceber o que é o fCPORTO... é não perceber a mais valia deste (que é nosso!) historiador, Fernando Moreira.
ResponderEliminarque nunca se perca essa vontade em mostrar ao mundo cibernético, cada pedacinho da história fabulástica esta nossa paixão ade azul-e-branco listada!!!
Que bom, comecei a temer o pior, mas o nosso amigo, não nos iria deixar de semanalmente nos deliciar com os seus posts...;)))
ResponderEliminarMais um pedacinho da nossa história que me dá prazer semanalmente ler, obrigado!
BIBÓ PORTO
Obrigado a todos. Cá estarei… SEMPRE.
ResponderEliminarAbraço.
Belo post em tempo de "anjos negros".
ResponderEliminarContinua. Obrigado
Beijos.
BibÓ PORTO!