Desportivamente falando, o ano de 2016 foi globalmente mau para o FC Porto. Digamos que a primeira metade do ano não foi má, foi péssima, miserável, chegou mesmo a ser penosa.
Não deixa de ser curioso que à entrada do ano novo, o FC Porto liderava o campeonato nacional. Após derrota no estádio tradicionalmente mais difícil para o FC Porto nos últimos 20 anos (seguramente o estádio nacional onde menos vitórias temos tido), a contestação entre os adeptos aumentou exponencialmente. Apenas alguns dias depois, o empate no Dragão frente ao Rio Ave que transbordou totalmente o copo de água.
Estava então encontrado o “bode expiatório” para todos os problemas do FC Porto: Julen Lopetegui. O que aconteceu nas semanas a seguir foi simplesmente surreal… Aquando do despedimento do espanhol, o FC Porto encontrava-se a 4 pontos da liderança, em prova na taça de Portugal e com uma eliminatória da Liga Europa frente ao poderoso Dortmund. A seguir àquilo que muitos acreditavam ser o principal problema do clube, ou seja, a seguir ao despedimento de Lopetegui, deu-se uma sucessão de erros, omissões e decisões do mais estapafúrdio que pode haver.
O período de 3 semanas sem treinador, a escolha de Peseiro, uma excelente pessoa mas um treinador insuficiente para um clube como o FC Porto ainda para mais naquelas circunstâncias e vários pontos perdidos, bem como lesões e os habituais azares das equipas de arbitragem sempre no mesmo sentido e com o mesmo denominador comum precipitaram um cenário verdadeiramente assustador.
No final do campeonato, os 4 pontos de desvantagem herdados do técnico basco alargaram-se para 15 impensáveis pontos. Uma das piores marcas da era Pinto da Costa, uma época em que literalmente nem contamos para o totobola a partir de fevereiro. A cereja no “topo do bolo” só podia ser a final da taça de Portugal com 2 golos oferecidos pelos nossos jogadores, uma recuperação notável e um grande jogo de André Silva, que praticamente sozinho levou o FC Porto às costas. Aliás, André Silva foi provavelmente a única boa noticia da época 15/16, confirmada nos primeiros meses da época 16/17. Um avançado de grande qualidade, que marca golos, não é nada tosco e até sente o FC Porto. Uma verdadeira lufada de ar fresco...
A segunda metade do ano dificilmente seria pior que a primeira. E de facto não foi. É verdade que a escolha de Nuno Espirito Santo foi das menos consensuais dos últimos anos entre os adeptos (teve a minha total discordância, algo que ainda hoje assumo sem qualquer problema) mas não deixa de ser menos verdade que numa analise séria e racional, é muito difícil responsabilizar Nuno pelo que de menos bom tem acontecido esta época.
Um plantel construído com várias lacunas, vários jogadores que deveriam ter sido vendidos, outros que deveriam ter entrado, enfim, um sem número de erros, equívocos, situações nada habituais no FC Porto vencedor e competente da era Pinto da Costa. Falando do futebol jogado dentro de campo, a verdade é que toda a gente dava o FC Porto como morto antes da eliminatória de acesso à Champions League com a Roma e depois foi o que se viu. Uma entrada fortíssima em Itália, em que a Roma por acaso entrou com 11 jogadores em campo ao contrario do que às vezes alguns querem fazer crer, com um golo marcado cedo, um jogo muito personalizado da equipa, alguns jogadores romanos a perderem a cabeça pelo tempo estar a passar e o FC Porto estar a ganhar e tudo se encaminhou para a passagem do FC Porto à fase de grupos, mais uma vez.
A verdade é que o FC Porto tem sido gravemente prejudicado por erros de equipas de arbitragem e também tem obviamente sido prejudicado pela sua própria incompetência. Tudo somado, resultou numa eliminação na taça e 4 pontos de desvantagem para o 1º classificado.
A verdade também é que o FC Porto apresenta neste momento um nível exibicional interessante, uma boa dinâmica ofensiva, boa consistência defensiva e uma união entre os jogadores e adeptos que há muito não se via. É preciso que se potencie tudo isso, que todos remem para o mesmo lado, que haja compreensão à próxima escorregadela e que acima de tudo se coloquem sempre os interesses do FC Porto em primeiro lugar.
Em suma, que 2017 seja muito melhor que 2016. Não peço, como nunca pedi nem irei pedir futuramente, títulos, campeonatos ou taças, peço pelo menos que se lute até ao fim e que no fim caso não ganhemos se fique com a sensação de que se deu tudo. Não é possível passar num ápice de 3 anos péssimos para um ano espetacular, mas é possível começar a ir juntando os cacos de tudo que se destruiu nesses 3 anos. É preciso recuperar aos poucos as marcas que distinguiram o FC Porto, como a competência e o espirito combativo e guerreiro. É preciso que comecemos a irritar os nossos adversários, é preciso sermos novamente odiados pelos rivais, porque isso será um ótimo sinal.
FELIZ NATAL E EXCELENTE 2017 para todos vocês e respetivas famílias! E já agora, que daqui a um ano o título do meu post seja: “Que 2018 seja tão bom quanto foi 2017!”.
Não deixa de ser curioso que à entrada do ano novo, o FC Porto liderava o campeonato nacional. Após derrota no estádio tradicionalmente mais difícil para o FC Porto nos últimos 20 anos (seguramente o estádio nacional onde menos vitórias temos tido), a contestação entre os adeptos aumentou exponencialmente. Apenas alguns dias depois, o empate no Dragão frente ao Rio Ave que transbordou totalmente o copo de água.
Estava então encontrado o “bode expiatório” para todos os problemas do FC Porto: Julen Lopetegui. O que aconteceu nas semanas a seguir foi simplesmente surreal… Aquando do despedimento do espanhol, o FC Porto encontrava-se a 4 pontos da liderança, em prova na taça de Portugal e com uma eliminatória da Liga Europa frente ao poderoso Dortmund. A seguir àquilo que muitos acreditavam ser o principal problema do clube, ou seja, a seguir ao despedimento de Lopetegui, deu-se uma sucessão de erros, omissões e decisões do mais estapafúrdio que pode haver.
O período de 3 semanas sem treinador, a escolha de Peseiro, uma excelente pessoa mas um treinador insuficiente para um clube como o FC Porto ainda para mais naquelas circunstâncias e vários pontos perdidos, bem como lesões e os habituais azares das equipas de arbitragem sempre no mesmo sentido e com o mesmo denominador comum precipitaram um cenário verdadeiramente assustador.
No final do campeonato, os 4 pontos de desvantagem herdados do técnico basco alargaram-se para 15 impensáveis pontos. Uma das piores marcas da era Pinto da Costa, uma época em que literalmente nem contamos para o totobola a partir de fevereiro. A cereja no “topo do bolo” só podia ser a final da taça de Portugal com 2 golos oferecidos pelos nossos jogadores, uma recuperação notável e um grande jogo de André Silva, que praticamente sozinho levou o FC Porto às costas. Aliás, André Silva foi provavelmente a única boa noticia da época 15/16, confirmada nos primeiros meses da época 16/17. Um avançado de grande qualidade, que marca golos, não é nada tosco e até sente o FC Porto. Uma verdadeira lufada de ar fresco...
A segunda metade do ano dificilmente seria pior que a primeira. E de facto não foi. É verdade que a escolha de Nuno Espirito Santo foi das menos consensuais dos últimos anos entre os adeptos (teve a minha total discordância, algo que ainda hoje assumo sem qualquer problema) mas não deixa de ser menos verdade que numa analise séria e racional, é muito difícil responsabilizar Nuno pelo que de menos bom tem acontecido esta época.
Um plantel construído com várias lacunas, vários jogadores que deveriam ter sido vendidos, outros que deveriam ter entrado, enfim, um sem número de erros, equívocos, situações nada habituais no FC Porto vencedor e competente da era Pinto da Costa. Falando do futebol jogado dentro de campo, a verdade é que toda a gente dava o FC Porto como morto antes da eliminatória de acesso à Champions League com a Roma e depois foi o que se viu. Uma entrada fortíssima em Itália, em que a Roma por acaso entrou com 11 jogadores em campo ao contrario do que às vezes alguns querem fazer crer, com um golo marcado cedo, um jogo muito personalizado da equipa, alguns jogadores romanos a perderem a cabeça pelo tempo estar a passar e o FC Porto estar a ganhar e tudo se encaminhou para a passagem do FC Porto à fase de grupos, mais uma vez.
A verdade é que o FC Porto tem sido gravemente prejudicado por erros de equipas de arbitragem e também tem obviamente sido prejudicado pela sua própria incompetência. Tudo somado, resultou numa eliminação na taça e 4 pontos de desvantagem para o 1º classificado.
A verdade também é que o FC Porto apresenta neste momento um nível exibicional interessante, uma boa dinâmica ofensiva, boa consistência defensiva e uma união entre os jogadores e adeptos que há muito não se via. É preciso que se potencie tudo isso, que todos remem para o mesmo lado, que haja compreensão à próxima escorregadela e que acima de tudo se coloquem sempre os interesses do FC Porto em primeiro lugar.
Em suma, que 2017 seja muito melhor que 2016. Não peço, como nunca pedi nem irei pedir futuramente, títulos, campeonatos ou taças, peço pelo menos que se lute até ao fim e que no fim caso não ganhemos se fique com a sensação de que se deu tudo. Não é possível passar num ápice de 3 anos péssimos para um ano espetacular, mas é possível começar a ir juntando os cacos de tudo que se destruiu nesses 3 anos. É preciso recuperar aos poucos as marcas que distinguiram o FC Porto, como a competência e o espirito combativo e guerreiro. É preciso que comecemos a irritar os nossos adversários, é preciso sermos novamente odiados pelos rivais, porque isso será um ótimo sinal.
FELIZ NATAL E EXCELENTE 2017 para todos vocês e respetivas famílias! E já agora, que daqui a um ano o título do meu post seja: “Que 2018 seja tão bom quanto foi 2017!”.
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