26 setembro, 2018

ANTÍDOTOS ANTI-TEIMOSIA, PROCURAM-SE!


Foi em dezembro do ano passado que visitamos as terras do Sado pela última vez. Na altura, de azul e branco alinharam Sá, Maxi, Ricardo Pereira, Marcano, Diego Reyes, Telles, Danilo, Herrera, Aboubakar, Marega, Brahimi. Como se recordarão, sem fazer uma exibição estonteante, mas convincente q.b., o resultado na altura cifrou-se nos 5-0.

No passado fim de semana, os números cifraram-se pelos 2-0, sendo o resultado bem melhor do que se viu a equipa produzir em campo. Comparando nomes, 4 mudanças existem em relação a esse 11. Casillas na baliza, Felipe e Militão no centro da defesa, e Ótavio a substituir Ricardo Pereira como falso extremo. Não será preciso ser um Freitas Lobo do futebol para afirmar, sem grandes dúvidas, que a equipa que entrou no Bonfim no passado sábado, era bem superior à que se apresentou na temporada transacta. Se do meio campo para a frente, os nomes repetem-se, com excepção de Óctavio que oferece coisas a mais, e a menos em relação a Ricardo Pereira, na defesa, teoricamente, apresentamos um claro upgrade.

Se juntarmos a isto que a equipa técnica é a mesma, sem a pressão de 4 anos sem vencer, e até já com o rebuçado de um título esta época, a questão que se coloca é: Porque jogamos tão mal?

Já descontando o confronto com o Chaves (e restantes jogos oficiais...), nos últimos 180 minutos de competição, contra Shalke e Setúbal, foi penoso ver o vazio de ideias que existe na nossa construção ofensiva. Um deserto, cujas miragens passam essencialmente por esticar o jogo com bolas em profundidade, apostando na força de Marega e Aboubakar, ou na pujança para o ganho da 2ª bola. Pensar o jogo no meio campo, com bola no pé, passe, controlo e empurrar o adversário, parece ter sido erradicado do FC Porto, qual lepra se tratasse. Prova disso, é o penoso exílio dos relvados do jogador que, porventura, melhor pensa o jogo em Portugal, como é o caso de Óliver Torres. Que não se enquadre no plano táctico inicial do treinador, é aceitável. Cada um terá a sua ideia de jogo. Não abordar outras opções, quando é visível que a equipa não produz e não consegue controlar os jogos, é que já entra no domínio da teimosia e estupidez. Nomeadamente, quando é notório que alguns jogadores como Herrera, Marega, Telles e mesmo Brahimi, se encontram a anos-luz do que os vimos produzir na temporada passada. Insistir no mesmo, à espera de melhorias que caiam do céu, entra no domínio do optimismo exacerbado, ou sem eufemismos, vocação kamikaze.

Tal como se viu para os lados vermelhos num passado recente, os resultados vão conseguindo manter viva a equipa em todas as frentes, inclusivé em posições que neste momento não causarão insónias de maior à Nação Portista. Ao contrário da perseguição demoníaca a Lopetegui e a NES, o peso do apito aligeirou-se substancialmente, e mesmo a fortuna, aqui e acolá, vai-nos mostrando o seu sorriso. Até um qualquer Guimarães quando menos esperarmos.

É preciso mais. Muito mais. É preciso acordar e deixar de lado teimosias e arrogâncias.

O título de campeão foi especialmente saboroso. Mas para quem vive o FC Porto, como todos nós vivemos, isso já é passado. Muito mais saboroso terá que ser o de Maio próximo. Sérgio Conceição e seus rapazes que nunca se esqueçam disso.


Para os lados da Capital do Império, é divertido assistir sentadinhos nas nossas poltronas as comadres a zangarem-se. Senão veja-se: AQUI e AQUI.

Se para muitos da minha geração, que se deliciaram com os primeiros episódios dos Ficheiros Secretos, ficou marcada a frase do genérico "The Truth is out There", no presente milénio, nada suplanta a tirada profética de FJ Marques: O melhor está para vir...

Cumprimentos Portistas.

1 comentário:

  1. Boas.
    Só falta dizer quem põe para substituir Marega, Herrera, Brahimi e Telles e com isso ter, no mínimo, o rendimento do ano passado! Porque criticar é muito fácil.

    Se não está contente com SC, se calhar o melhor é voltar a ter o Lopetegui, NES ou Peseiro's.

    Ab

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