27 setembro, 2018

OLIVER, O FANTASMA DE CONCEIÇÃO.


Talvez por um (quase) inesgotável crédito que me merece Sérgio Conceição, tenho vindo a adiar falar de algo que me tem atormentado e angustiado como adepto de futebol, e mais ainda como adepto do Futebol Clube do Porto. Mas as últimas exibições, sobretudo a forma como tão mal temos tratado a redondinha, levam-me a que fale disso já. Antes que seja tarde, digo eu na minha remota e ínfima esperança de que Sérgio Conceição ouça algum sussurro com estas ideias nos próximos dias. Ideias que vêm única e exclusivamente demonstrar a minha total e absoluta discordância para com a ausência de Oliver Torres nas quatro linhas.

“Ah e tal, o mister gosta de quem chega rápido, de quem tem intensidade na recuperação, de quem é agressivo, de quem ganha no choque, de quem vai e vem com tudo.” Pois bem, o “chegar rápido”, a “intensidade na recuperação”, o “ser agressivo”, o “ganhar no choque”, o “ir e vir com tudo”, entre outros, são tudo comportamentos, atitudes ou formas de estar que funcionam como uma espécie de extra mile, não como a essência de tudo. Porque a essência, pelo menos deste desporto, nunca fugirá muito da bola, a redondinha, e do que se faz com ela. Há alguém a tratar a bola melhor que Oliver no meio-campo do FCP? Danilo, Herrera, Sérgio Oliveira? Num momento em que parecemos não saber o que fazer com a bola durante grandes períodos do jogo, não ganharíamos em ter alguém que a sabe tratar como ninguém naquele meio-campo?

“Tratar a bola bem” é decidir com critério, é passar a bola com qualidade, com ideias, é ligar as diferentes fases do jogo, os corredores, o eixo central, receber e dar entre linhas, organizar ideias ofensivamente, desenhar melhores caminhos para a equipa progredir, avaliar em que circunstâncias a equipa fica numa melhor posição perante o adversário, é colocar a bola no espaço que poucos repararam existir, é interpretar e processar o contexto para decidir e executar em conformidade. Escrito assim até parece complicado, mas é a coisa mais simples que há: “tratar a bola bem” num jogo é facilitar o mesmo, “tratar a bola bem” numa equipa é fazer com que ela jogue mais e melhor.  

Sim, eu não só acho que Oliver faz isso como já o vi fazer de azul e branco vestido. Para os haters desta minha ideia, fica um desafio: recuperem a primeira parte do Porto x Benfica de 2016. Vejam o que Oliver fez nesse jogo, como fez, e garanto-vos que compreenderão melhor o que estou a tentar dizer. Não sei também o que se passou naquele Porto x Besiktas do ano passado que arrumou de vez com Oliver do 11, não sei se o treinador teve sérias razões para o encostar, mas sei que é um tremendo desperdício ter um jogador assim no banco, quase sem minutos, quando a equipa vai suplicando por alguém com ideias claras, que as organize, que as pense.

Caro Mister, tem sido muito fácil estar consigo e com as suas decisões em praticamente tudo ao longo deste tempo, mas neste caso há um abismo a separar-nos. Dê lá uma ou duas oportunidades verdadeiras ao miúdo, nem que seja para demonstrar que a razão da decisão está mesmo do seu lado. Enquanto isso não acontecer, ficará sempre a ideia de que estamos a desperdiçar um recurso de ouro que poderia catapultar a equipa para um patamar exibicional diferente. Sexta-Feira lá estarei no lugar do costume, na esperança de ver uma ideia diferente. Ou, pelo menos, a tentativa de. Se assim não for, temo que volte o fantasma...  

1 comentário:

  1. SC arrisca se a ser o novo Mota, um treinador de chicotada e pouco mais que se aguenta bem com gritaria, muita emoçao mas nao consegue ser duradoiro porque lhes falta substrato. Tem muitas manias, e convencido, nao gosta de dar o braço a torcer, esconde se nos treinos ( hernano deve treinar que nem cr7 mas quando joga ..... parece que nem treina , so um exemplo da incoerencia de SC ). Ou melhora significativamente ou saira pelo seu proprio pe antes do Natal como tem sido a sua sina, esta lhe no sangue, se a coisa corre mal com o tondela vao aparecer os assobios e os lenços brancos.

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