Na passada sexta, levei pela primeira vez a minha filha ao Dragão. A beleza e grandiosidade do estádio, as bandeiras no relvado, a massa humana pintando orgulhosamente de azul as bancadas do nosso palco de sonhos ao som do hino... Ambiente bonito. O ideal para moldar as recordações de uma criança.
O jogo começa, pardacento, com fogachos azuis e brancos, insuficientes para aquecer a brisa fresca de uma noite de fim de verão. No relvado, a bola move-se, eventualmente, nos intervalos em que algum jogador vestido de cinzento não se encontra inerte no chão. Uma boa escolha de equipamento. Cinzento, como que envergonhado das suas cores originais. Cinzenta como a mentalidade desportiva que trouxeram. Mesquinha, tacanha, reles. Os minutos continuam a correr mais do que a bola. Alguém com uma camisola garrida não parece muito importado com isso. Nem com isso, nem com o cumprimento de simples regras deste desporto, como infrações em locais proibidos. Talvez o som ensurdecedor dos assobios que enchiam a noite, lhe afagasse a virilidade. Quem sabe. A equipa de azul e branco mostra-se agora mais afoita, desperta. Com mais coração do que arte, a tão desejada união é alcançada. A da bola com a rede. De energia renovada e maleitas curadas, a equipa cinzenta tem um assomo de coragem em olhar o adversário de frente. Talvez comovido, o deus da fortuna convence o parceiro deus da competência a fechar os olhos por breves instantes. Este, submisso, acata o pedido. Empate. Sem nada que o justificasse. Daí até ao final, uma feira medieval instalou-se dentro das quatro linhas, com a trupe cinzenta a evocar os picos das pestes do séc. XIV, tal era a facilidade com que a brisa nocturna fazia tombar fortes atletas. Um final épico ainda foi festejado, contudo não fazia parte do argumento.
Sim. Esta foi a estreia da minha filha no Dragão.
Um suposto espectáculo sabotado por duas das três equipas em campo
Pasmo-me quando vejo determinados agentes desportivos preocupados com a saúde do futebol nacional. Não são as investigações e denuncias de alegados crimes que matam o futebol. Veja-se o exemplo italiano. O papel da justiça é punir criminosos, seja no futebol, política ou outra área qualquer.
O que mata o futebol em Portugal, é esta atitude mesquinha, este subterfúgio de utilizar expedientes rascas, este total desrespeito por adversários e espectadores. Não me refiro à perda de tempo, quando a 5 minutos do fim, uma equipa vence outra pela margem mínima, numa final, ou num jogo decisivo. Essa ansiedade/medo é humana e compreensível. Contudo, não foi isso que vimos sexta-feira, ou em inúmeras vezes em Portugal. Por cá, os jogadores vêm incutidos do balneário para perder tempo de qualquer maneira. Para enervar o adversário. Para simular e mentir. Desde o primeiro minuto. Tudo isto a coberto dos energúmenos da nossa comunicação social que pactuam com este tipo de jogo sujo.
Dizer que os pobrezinhos dos pequeninos não têm outras armas, é pura falácia. Em todos os campeonatos, existem sempre equipas fracas. Contudo, seria inimaginável ver-se em Inglaterra, Alemanha, Espanha ou França o tipo de comportamento que vemos nos nossos relvados. É uma questão de atitude de alguns (demasiados) treinadores lusos, infelizmente baseada numa certa forma de ser de muitas franjas da população lusitana.
Sinceramente, tinha curiosidade de saber se Daniel Ramos se orgulharia que os seus filhos presenciassem a atitude rasca que o pai incutiu na sua equipa na passada sexta. Fica a questão!
Cumprimentos Portistas
PS. Por falar em equipamentos cinzentos, não sou nada fã do nosso terceiro equipamento. Haveriam opções bem melhores.
O jogo começa, pardacento, com fogachos azuis e brancos, insuficientes para aquecer a brisa fresca de uma noite de fim de verão. No relvado, a bola move-se, eventualmente, nos intervalos em que algum jogador vestido de cinzento não se encontra inerte no chão. Uma boa escolha de equipamento. Cinzento, como que envergonhado das suas cores originais. Cinzenta como a mentalidade desportiva que trouxeram. Mesquinha, tacanha, reles. Os minutos continuam a correr mais do que a bola. Alguém com uma camisola garrida não parece muito importado com isso. Nem com isso, nem com o cumprimento de simples regras deste desporto, como infrações em locais proibidos. Talvez o som ensurdecedor dos assobios que enchiam a noite, lhe afagasse a virilidade. Quem sabe. A equipa de azul e branco mostra-se agora mais afoita, desperta. Com mais coração do que arte, a tão desejada união é alcançada. A da bola com a rede. De energia renovada e maleitas curadas, a equipa cinzenta tem um assomo de coragem em olhar o adversário de frente. Talvez comovido, o deus da fortuna convence o parceiro deus da competência a fechar os olhos por breves instantes. Este, submisso, acata o pedido. Empate. Sem nada que o justificasse. Daí até ao final, uma feira medieval instalou-se dentro das quatro linhas, com a trupe cinzenta a evocar os picos das pestes do séc. XIV, tal era a facilidade com que a brisa nocturna fazia tombar fortes atletas. Um final épico ainda foi festejado, contudo não fazia parte do argumento.
Sim. Esta foi a estreia da minha filha no Dragão.
Um suposto espectáculo sabotado por duas das três equipas em campo
Pasmo-me quando vejo determinados agentes desportivos preocupados com a saúde do futebol nacional. Não são as investigações e denuncias de alegados crimes que matam o futebol. Veja-se o exemplo italiano. O papel da justiça é punir criminosos, seja no futebol, política ou outra área qualquer.
O que mata o futebol em Portugal, é esta atitude mesquinha, este subterfúgio de utilizar expedientes rascas, este total desrespeito por adversários e espectadores. Não me refiro à perda de tempo, quando a 5 minutos do fim, uma equipa vence outra pela margem mínima, numa final, ou num jogo decisivo. Essa ansiedade/medo é humana e compreensível. Contudo, não foi isso que vimos sexta-feira, ou em inúmeras vezes em Portugal. Por cá, os jogadores vêm incutidos do balneário para perder tempo de qualquer maneira. Para enervar o adversário. Para simular e mentir. Desde o primeiro minuto. Tudo isto a coberto dos energúmenos da nossa comunicação social que pactuam com este tipo de jogo sujo.
Dizer que os pobrezinhos dos pequeninos não têm outras armas, é pura falácia. Em todos os campeonatos, existem sempre equipas fracas. Contudo, seria inimaginável ver-se em Inglaterra, Alemanha, Espanha ou França o tipo de comportamento que vemos nos nossos relvados. É uma questão de atitude de alguns (demasiados) treinadores lusos, infelizmente baseada numa certa forma de ser de muitas franjas da população lusitana.
Sinceramente, tinha curiosidade de saber se Daniel Ramos se orgulharia que os seus filhos presenciassem a atitude rasca que o pai incutiu na sua equipa na passada sexta. Fica a questão!
Cumprimentos Portistas
PS. Por falar em equipamentos cinzentos, não sou nada fã do nosso terceiro equipamento. Haveriam opções bem melhores.
tambem tens razao, mas o porto nao anda a jogar nadinha, mas mesmo nadinha, culpado?? SC so ele que antes do Natal saira pelo proprio pe como tem sido habito.
ResponderEliminareste vidente mor que polui todas as caixas de comentários só tem mesmo como vantagem nunca acertar uma, só é pena espalhar constantemente a sua negatividade em todos os blogs do nosso FCPorto.
ResponderEliminarjá somos dois, a estreia da minha foi no mítico FCP-Setúbal com o cabrão do Varela 15min no chão. Por ter sido no dia do Pai fomos 3, paguei 90€ para aquele triste espectáculo... como é óbvio enquanto me lembrar nem mais 1€ para ir ver futebol. E na TV é so InácioTV!!!
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