26 abril, 2019

INCONCEBÍVEL.


RIO AVE-FC PORTO, 2-2

Um filme já visto várias vezes ao longo da história do FC Porto, mas não deixa de ser um filme inconcebível. Vem-me à memória outros tempos como por exemplo o V. Setúbal-FC Porto 93-94 ou o Nacional-FC Porto 2004-05, mas estamos a falar de jogos que, na altura, não decidiam nada no imediato. São igualmente inconcebíveis, mas com um peso muito menor do que o jogo desta noite em Vila do Conde.

Não se compreende, nem se aceita que jogadores, pagos a peso de ouro, possam passar por episódios destes, numa altura crucial do campeonato. Todos sabiam que qualquer escorregadela seria a “morte do artista” e os jogadores sabem perfeitamente disso. A esta equipa não serviu de emenda a derrota em casa com o V. Guimarães, no início da época depois de estarem a vencer ao intervalo por 2-0.


A vencer, também agora, por 0-2 ao fim de 20 minutos, os Dragões perderam várias situações para fazer o 0-3, principalmente, a escandalosa perdida de Brahimi no início da segunda parte, deixam os cabelos em pé de qualquer adepto. Os jogadores convenceram-se de que estarem a vencer por duas bolas de diferença, a vitória estava garantida e resolveram jogar à malha. Venha o próximo, que este já está no papo!

Mas esqueceram-se completamente de que um jogo tem 90 minutos e que o resultado de 0-2 é um dos resultados mais ingratos no futebol. É uma boa vantagem, mas deve ser gerida com competência, com postura, com raça, com atitude e com humildade. E os jogadores do FC Porto não fizeram nada disso. Realizaram uma primeira parte de bom nível e regressaram das cabines a dormir e a contar com o relógio. Só que lhes correu mal. Nem os avisos iniciais da etapa complementar os alertou para os perigos iminentes. O que dizer da cabeçada de Bruno Moreira logo a abrir o segundo tempo, com tudo para reduzir o marcador? Ou da perdida de Dala, três minutos depois? E do estrondo da bola na trave de Casillas?


Alguma arrogância e crença de que estavam a jogar com uma equipa incompetente foi, claramente, o que passou pela cabeça dos jogadores portistas. E depois a pouca atitude e a falta de vontade para fazer mais e melhor para “matar” de vez o jogo, colocou a equipa em maus lençóis. Aos golos de Brahimi (18´) e de Marega (22´), respondeu o Rio Ave com crença e com muita vontade como, se calhar, não se tinha visto esta época, depois de uma desvantagem de dois golos.

O que dizer da grande frustração de Tarantini depois de ser substituído, arremessando contra o solo uma garrafa de água? Porquê tanta irritação de Daniel Ramos durante o jogo? O que motivou a grande festa dos jogadores vilacondenses no final do jogo? Quero ver que atitudes e reacções veremos nesta colectividade daqui por duas jornadas.

Voltando à partida… Como a bola não entrava e como tudo o que chegava à baliza de Casillas não abanava as redes, há que complicar ainda mais a tarefa. Cinco minutos para o final e os jogadores portistas resolvem preparar as almofadas para um sono longo e profundo. Bola colocada por Casillas no meio-campo, recuperação do Rio Ave, Nuno Santos isola-se, a equipa portista a dormir e golo dos vilacondenses. Caldo entornado, alarmes ligados e perigo iminente!


Não contentes com isto, a equipa de Sérgio Conceição, completamente perdida em campo e com o complexo de jogar feio e de pontapé para a frente, resolve tentar sair a jogar perto da sua grande área quando estava a ser altamente apertada. Danilo perde a bola, de forma infantil em vez de dar um “chutão” para o meio-campo contrário, sobra para Ronan que, de uma forma muito feliz, remata contra Alex Telles e o esférico engana Casillas. 2-2 aos 90 minutos. Em terríveis cinco minutos, o FC Porto perdia dois preciosos pontos.

Incrédulos, jogadores e técnicos, não sabiam o que estava a acontecer. Pois não! Esqueceram-se que o resultado de 2-0 e a incompetência do Rio Ave não durava para sempre. A esta hora, digo que seria preferível que o lance de Bruno Moreira tivesse entrado. Teria sido o mote para uma segunda parte bem diferente, encarada com outra atitude e humildade.

Com este empate, o FC Porto pode ter comprometido de vez as aspirações à renovação do título. Enquanto a matemática o permitir, os Dragões terão que dar tudo por tudo, do primeiro ao último minuto do jogo. As contas fazem-se no final.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Temos de assumir as nossas responsabilidades"

Desfecho ingrato para o FC Porto
“É ingrato isto que aconteceu hoje, mas os culpados somos nós, a começar por mim. A ganhar por 2-0, a poder ficar 3-0 ou 4-0, acabámos por oferecer um golo. Aquele primeiro golo já não se usa no futebol. Depois o segundo foi um ressalto, uma sorte. É algo inexplicável da nossa parte, há que assumir as responsabilidades e eu sou o primeiro a assumi-las. Estamos frustrados. Não merecíamos isto até aos 75 minutos de jogo, mas depois merecemos o que nos aconteceu. Agora temos de assumir e pronto.”

Assumir a responsabilidade e nada mais
“Não há nada para dizer. Pedido de desculpas aos adeptos? Eles querem lá saber de desculpas, eles querem é ganhar, tal como eu e como a equipa. Temos de assumir as nossas responsabilidades e ponto final, não há mais nada a dizer.”



As opções no decorrer do encontro
“O Brahimi saiu porque estava com alguma fadiga, o Corona porque, como sabem, anda a jogar algo limitado já há algum tempo, e depois o Bruno Costa para o lugar do Otávio, que também já estava com alguma fadiga, nos minutos finais. Foram as substituições que achei necessárias para conservar a vitória mas também para irmos à procura do terceiro golo.”

Fazer as contas no fim
“Estamos à frente, a um ponto do Benfica. Queríamos estar a três, mas nesta altura não vale a pena estar a dizer mais do que já disse aqui.”



RESUMO DO JOGO

TEM DE SER SEMPRE... MAR AZUL!


O percurso 2018/2019 do FCP na Champions foi excelente. Ultrapassámos a fase de grupos no primeiro posto, transpusemos também a “barreira psicológica” dos 1/8 e, enfim, caímos perante uma das 3 melhores equipas da atualidade. E o que fica desse confronto com o Liverpool? Fica o memorável momento (pura demonstração de Ser Porto) pós-segundo golo sofrido no Estádio do Dragão, fica a certeza de termos tido um encaixe financeiro fabuloso, fica um amargo pela injustiça das decisões de arbitragem em ambos os jogos, sobretudo no primeiro, e fica o banho de realidade de estarmos ainda distantes desse primeiro nível em que está o Liverpool.

Esta equipa do Klopp é um rolo compressor de simplicidade e eficácia. Em meia oportunidade metem a bola lá dentro, e nessa toada acabaram com o nosso sonho aos 30 minutos do jogo no Dragão. Até lá, estávamos a fazer um jogo espetacular, a encostar os ingleses às cordas, e a dar a clara sensação de que se marcássemos iríamos entrar verdadeiramente na disputa da eliminatória. Mas é também olhando para aqueles 30 minutos e para o que se passou depois que interpreto o nosso desnível para o primeiro nível em três capítulos. O primeiro ficou visível nas duas mãos, repito que muito mais na primeira, quando os árbitros apitavam sempre a favor dos reds. Na dúvida, sempre a favor deles. Mas eu prefiro olhar para os outros dois, até porque não podemos de maneira nenhuma dizer que foi por isso que não conseguimos passar. Bem, as duas coisas são as seguintes: faltam-nos mais jogadores de primeira água, com instinct killer, de preferência na frente. E falta-nos capacidade de controlar o jogo.

(In)capacidade de controlar o jogo é na minha humilde opinião o que mais nos deixa longe desse primeiro nível. A nossa equipa pura e simplesmente só sabe estar por cima do adversário, a carregar em cima dele, a explorar profundidade, a meter velocidade nos corredores, a atacar as bolas aéreas, a ganhar os duelos. Isso é bom? É, quando nos conseguimos superiorizar 1 a 1 aos adversários. Sempre que não o fazemos, seja por motivos físicos, anímicos ou técnicos, passamos mal, temos dificuldades, ficamos desconfortáveis, vamos abaixo. Pode parecer paradoxal, mas acredito que equipas semelhantes ou até ligeiramente inferiores à nossa sejam capazes de equilibrar mais com uma equipa tipo Liverpool. Porque conseguem disfarçar mais, enganar mais o adversário com a pausa, a especulação, o ritmo, a variabilidade, o posicionamento. Em suma, a nossa equipa esmaga quando a alma e as pernas assim o permitem, mas quando alguma delas falta em proporção às do adversário, ficamos mais pequeninos. Não, não sou do contra nem um grande entendido desta ciência, mas palavra de honra de que tenho a sensação de que seríamos muito mais fortes melhorando algumas destas nuances. Perdoem-me, mas eu sou daqueles que acredita que um dia acabaremos por voltar aos lugares de 1987 ou 2004.

Bem, de volta à realidade. Temos agora cinco finais pela frente, que nos podem valer dois títulos. Que não nos faltem a alma e as pernas que tanto precisamos para esmagar os adversários. Nenhum de nós pode pedir os dois títulos, mas pode e deve pedir cinco vitórias. E como diz o outro, no fim é fazer as contas.

Até lá, tem de ser sempre… Mar Azul!

ÉTICA PETIT.


Se pedirmos a um vulgar adepto de futebol para caracterizar como treinador Armando Gonçalves Teixeira, mais conhecido no mundo da bola por Petit, a resposta com ligeiras nuances, não deverá afastar-se muito do seguinte.

Aguerrido e abnegado, compensa a falta de inteligência ou primores táctico-estratégicos, pela defesa de cada metro quadrado à frente da área do guarda-redes, aproveitando sempre que possível o lançamento de bolas em profundidade para o(s) avançado(s) em momento ofensivo. Contra equipas maiores, recorre ao vasto leque de subterfúgios manhosos que acumulou ao longo da carreira, para arrastar e quebrar o ritmo da equipa adversária, tentando protelar ao máximo a defesa do pontinho, ou o jackpot da vitória, caso a fortuna tenha sorrido em marcar primeiro.

Se esta táctica jurrássica é boa, ou garante resultados? Não, não é, nem nunca foi.

Mas na prática, esta visão de jogo de Petit dá para empastar jogos contra equipas com maiores possibilidades, saldando-se os resultados em scores muito higiénicos para as suas formações, sendo que, não raras vezes, equipas grandes como FC Porto e Sporting se deixam enredar e ser surpreendidos nesta teia, como se verificou, por exemplo, no período que esteve à frente da equipa do Tondela.

Poderíamos dizer que Petit é uma cópia barata do bom e velho José Mota, com uma pequena e ENORME excepção:

José Mota, com as suas limitações, tenta conquistar pontos a TODOS os adversários. Petit, não!

Não é a rábula dos amarelos que me incomoda. Gostemos ou não, no FC Porto sempre se utilizou esse subterfúgio para poupar jogadores quando necessário. Quer slb, Sporting ou mesmo o Real Madrid, utilizam esse tipo de esquemas. Seria de uma hipocrisia máxima vir agora apontar o dedo ao treinador do Maritímo, ou de que equipa for, por gerir o seu plantel, da forma que acha mais correcta.

A culpa de Petit nos 6-0 que apanhou no jogo de domingo não é essa.

A culpa de Petit no jogo de domingo, é estar à frente de uma equipa que dista 5 míseros pontos da linha de água, e ter assumido implicitamente e publicamente que não valia a pena lutar por pontos neste jogo.

A culpa de Petit é ter feito subir ao relvado da Luz, 11 almas que prefeririam estar com as esposas, amigos ou no sofá de casa, em vez de aguentar 90 minutos de frete, porque o treinador nunca lhes incutiu a confiança de que eram capazes ganhar.

A culpa de Petit, é ser treinador de uma equipa da I Liga de Futebol Profissional em Portugal, que em 90 minutos, com um resultado avolumado até à meia dúzia, ter apenas feito 1 - sim, UM - remate no jogo inteiro, por um jogador que até foi substituído, não fosse ele rematar de novo.

A culpa de Petit, é somar em todo o seu histórico de treinador, 8 derrotas contra este mesmo adversário, com 27 golos sofridos, e 1 - sim, UM - marcado.

A culpa de Petit não é ser benfiquista. Cada um é livre de escolher o clube do coração.

A culpa de Petit é não ser capaz de executar a sua profissão com dignidade, honestidade e ética.

Se um polícia rouba, tem um processo disciplinar.
Se um médico mata, tem um processo disciplinar.
Se um professor erra, tem um processo disciplinar.
Como é possível que um treinador queira perder, e nada lhe aconteça?

Imagens de uma realidade alternativa, ou o porquê de certas equipas golearem tão facilmente:





Quem quiser aprender sobre profissionalismo, ponha os olhos num Senhor chamado Luís Castro, portista, campeão pelo FC Porto B, que nesta temporada retirou 4 pontos ao clube do coração. 4 pontos que nos dariam folga para encarar esta fase final de forma risonha. Felizmente para o bem da verdade desportiva, nem todos têm carácter, pensamento e ética petit.

Cumprimentos Portistas.

24 abril, 2019

IREMOS CONTINUAR A SER O ÚNICO CLUBE PORTUGUÊS A...


Para mim, aquilo que de mais importante fica na semana que passou é o facto indesmentível que decorreu da participação europeia dos clubes portugueses, ou seja, iremos continuar a ser o único português que conquistou troféus internacionais (7 por sinal!) nos últimos 55 anos, altura em que o Sporting venceu a extinta Taça dos Vencedores das Taças.

De conversa sobre grandeza e superioridade estamos cheios, é ver a fanfarronice e vaidade (sem razões diga-se) estampada em adeptos de vários clubes sempre que o seu atinge uma fase mais avançada das competições europeias, seja a Champions League, seja a Liga Europa. Os nossos rivais de Lisboa já foram a várias finais europeias ao longo desses 55 anos e o resultado final foi sempre o mesmo: saíram derrotadas! Bem ao contrário do único clube português com estaleca e capacidade de se impor ao mais alto nível europeu e mundial, o único que já levou o "caneco" em várias finais internacionais, apesar de também ter perdido outras finais, nomeadamente a taça das Taças com a Juventus e duas Supertaças Europeias frente a Valência e AC Milan.

A forma como as duas equipas foram eliminadas diz também muito do porquê do FC Porto ter tido sucesso nas competições europeias nos últimos 55 anos e os outros não, é verdade que o FC Porto caiu perante o Liverpool, certamente uma das 2 ou 3 melhores equipas mundiais da atualidade, mas toda a Europa reconheceu a coragem do FC Porto em toda a eliminatória frente a um colosso tremendo.

Os primeiros 25 minutos do FC Porto no Dragão foram elucidativos, a equipa, dentro das suas limitações, tentou tudo aquilo que era possível, atacou por todos os lados, rematou, cabeceou mas a bola não entrou. Na primeira vez que os ingleses fizeram um ataque, eis que surge um golo saído do nada, num lance anulado pelo fiscal-de-linha mas que depois o VAR teve olho de lince para ver que Mané estava milimetricamente em jogo. Não só existe não existe nenhuma imagem clara de que o senegalês estava em jogo, como existem várias imagens que mostram que Mané estava mesmo adiantado em relação ao último defensor no momento em que foi efetuado o passe.

Não deixa de ter piada esta decisão do VAR, anula um lance em que depois não existe nenhuma imagem que comprove claramente que a decisão do fiscal-de-linha estava incorreta. Tudo isto depois uma 1ª mão em que vários jogadores do Liverpool jogaram andebol na sua área sem que o árbitro assinalasse o que quer que seja e depois de Salah ter agredido Danilo (algo que todo o mundo viu e falou) e de nem um amarelo ter visto, o mesmo Salah que deveria estar suspenso, aquele que marcou e assistiu no jogo do Dragão em que não deveria ter jogado.

A diferença entre as duas equipas já era obviamente enorme, os árbitros dos 2 jogos trataram de dissipar qualquer dúvida e impedir sequer que o FC Porto pudesse lutar com armas iguais, foram 2 arbitragens vergonhosamente tendenciosas e sempre para o mesmo lado. Caímos, mas caímos com honra, lutando galhardamente até ao fim apesar da eliminatória ter ficado definitivamente morta e enterrada com o 1º golo do Liverpool no Dragão.

Do outro lado aquilo que vimos foi o nosso rival cair perante o 4º classificado da Bundesliga, após uma 1º mão em que jogou em superioridade numérica durante mais de 70 minutos mas em que mesmo assim sofreu dois golos e conseguiu uma vantagem de apenas 2 golos. Depois na Alemanha, e ao contrário de algumas teorias peregrinas que por aí ouvi, não foi uma derrota "de propósito" mas sim foi uma derrota por pura incompetência sobretudo pelo facto de não terem aproveitado jogar em superioridade numérica durante mais de 70 minutos numa eliminatória de 180 minutos. A mesma incompetência que explica que nos últimos 55 anos apenas o FC Porto consiga conquistar troféus internacionais!!!

20 abril, 2019

SANTA VITÓRIA.


FC PORTO-SANTA CLARA, 1-0

Na ressaca da eliminatória com o Liverpool, o FC Porto teve que se apresentar no relvado do Dragão menos de 72 horas depois do jogo com os ingleses ter terminado. Com outras datas para a realização do jogo com os açorianos, a Liga ordenou que o jogo fosse realizado num espaço curto de tempo quando o FC Porto tinha solicitado dois dias depois.

A falta de respeito da Liga e de quem decide para com o clube que dá mais pontos e prestígio internacional ao país é tão evidente que nos leva a pensar que por detrás estão outros interesses para com outro clube.


Ainda ontem ouvi um comentador, que em tempos se dizia isento mas que depois deixou de o ser, dizer que Sérgio Conceição esteve bem nesta questão do FC Porto ter de jogar com poucas horas de recuperação, mas que falou a mais ao dizer que o Benfica tinha tido mais tempo de descanso.

Continuou esse comentador dizendo que o seu clube não foi beneficiado porque tinha jogado para a Liga Europa numa Quinta-feira e Domingo voltou a jogar para a Liga NOS. O que esse comentador escamoteou foi que o seu clube jogou no Domingo porque na Quinta-feira seguinte teria novamente jogo para a Liga Europa, ainda por cima fora do país, situação que não se verificava com o FC Porto. Lá está a tendência de querer dar uma de moralidade para depois borrar a pintura com uma desonestidade intelectual.

Estamos cada vez mais habituados a esta dualidade de critérios nas decisões tomadas no futebol português, mas também não é menos verdade vermos o branqueamento das situações, semana após semana na comunicação social. Afinal de contas, trata-se do benfiquistão que controla e manieta tudo e todos neste país.


Em tempo de Páscoa, o FC Porto recebeu o Santa Clara, no Estádio do Dragão. Com o estádio quase lotado, o jogo não foi uma boa propaganda para o futebol porque um dos intervenientes no jogo estava a jogar quase com a língua de fora, fazendo tudo por tudo para se manter na luta pelo título. Depois, também uma equipa muito bem comandada por João Henriques dificultou bastante a tarefa dos campeões nacionais.

No entanto, os azuis-e-brancos acabaram por vencer a partida com grandes dificuldades. Os três pontos foram alcançados, mantendo a equipa bem viva e na luta pelas quatro finais que os pupilos de Sérgio Conceição têm pela frente. Foi uma santa vitória.

O jogo começou com a tentativa do FC Porto em chegar ao golo cedo para depois gerir melhor a partida. Apesar disso, a equipa azul-e-branca não imprimiu grande velocidade no jogo e a intensidade também não foi a melhor. Pudera!


O Santa Clara estava bem organizado e partia para o contra-ataque com algum perigo. Os Dragões sentiam que tinham que fazer um esforço redobrado. Procurar chegar ao golo cedo e evitar as transições ofensivas do adversário.

Todavia, o golo portista chegou relativamente cedo. Aos 18 minutos, Otávio conseguiu entrar na área pela esquerda, rematou para defesa incompleta de Marco e Marega só teve que empurrar a bola para as malhas. O mais difícil estava feito, mas o Santa Clara não desistiu.

Até ao fim da primeira parte, a equipa dos Açores introduziu a bola por duas vezes na baliza de Casillas em transições rápidas. Mas em ambos os lances, os jogadores açorianos foram apanhados em fora-de-jogo. Contudo, foi aos 24 minutos que a equipa de João Henriques construiu a melhor jogada do primeiro tempo com uma transição rápida. Zé Manuel colocou Rashid em posição de fazer golo, mas a bola saiu ao lado da baliza de Casillas, num remate cruzado.

A terminar a etapa inicial, Otávio combinou bem com Marega, demorou muito tempo a definir o lance e quando rematou, foi interceptado por um defesa contrário.


Na etapa complementar pressentia-se um jogo difícil e ainda mais penoso para os azuis-e-brancos. O FC Porto não conseguia imprimir o ritmo e o Santa Clara tentava aproximar-se da baliza de Casillas, sem nunca descurar a sua defensiva. É que os açorianos sabiam que o segundo golo portista arrumava com a questão do resultado.

Aos 58 minutos, Schettine teve a oportunidade ouro para o Santa Clara empatar a partida, após cruzamento da direita de Patrick. Casillas fez a defesa da noite para canto, com grandes dificuldades.

O FC Porto sabia que tinha a vitória em perigo e tentou de tudo para chegar ao golo da tranquilidade. Por duas vezes, esteve na iminência de conseguir os seus intentos mas Corona e Fernando Andrade desperdiçaram o ensejo. Primeiro foi o mexicano que, no coração da área e após amortecimento de Soares, rematou por cima da trave quando tinha tudo para fazer o golo. Depois, numa jogada fabulosa de Corona, a combinar com Manafá, o mexicano colocou o esférico à mercê de Fernando Andrade que rematou para defesa por instinto de Marco para canto.

O jogo terminou sem nenhuma oportunidade de registo nos últimos 15 minutos. O FC Porto acabou a partida com a língua de fora. Herrera é o melhor exemplo do estado de espírito da equipa quando, no fim do jogo, manifesta a um companheiro o extremo cansaço e desgaste sentidos, mas também o alívio pelo fim da contenda.


Três pontos importantíssimos que mantêm o FC Porto na luta intensa pela renovação do título. Destaques finais para as ausências de Pepe (bancada) e Corona (banco) no onze inicial. Sinais claros de que, nesta altura da época, o desgaste é tremendo com muitos jogos e muitas viagens. Manifesto o meu repúdio pela FPF e pela Liga que não protegem o FC Porto numa altura destas, ao contrário da Federação Holandesa que deu um belo exemplo ao mundo do futebol.

O FC Porto regressa à competição na próxima Sexta-feira, numa sempre difícil deslocação a Vila do Conde. A missão é sempre a mesma: vencer e conquistar os três pontos.



DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "É uma vitória importante"

Vitória importante
"Era um jogo com uma dificuldade acima da media, não só pelo último jogo na Liga dos Campeões e o pouco tempo que tivemos para recuperar, mas também pela mais valia do adversário. Uma equipa muito bem organizada que penso que nos últimos oito jogos só perdeu por 1-0 em Alvalade. Mas estávamos precavidos para esta equipa consistente que íamos defrontar, que veio dificultar o nosso jogo, sempre a querer sair em transições rápidas. Mas de qualquer maneira fizemos o golo, podíamos ter feito o 2-0 na primeira parte num lance do Otávio. Entramos com o controlo da posse de bola, e não do jogo, porque não conseguimos matar o jogo com o segundo golo, o que cria sempre alguma intranquilidade em certas alturas do jogo. O que fica é uma vitória importante, fica também uma boa imagem de uma equipa que tem feito um campeonato fantástico, não nos podemos esquecer que o Santa Clara subiu de divisão e consegue desta forma afirmar-se na nossa liga principal. No fundo quero dar os parabéns aos jogadores pela mentalidade forte que tiveram no jogo e agora é, descansar amanhã, e olhar para o próximo jogo, frente ao Rio Ave. Faltam quatro jogos para o final e estamos preparados para o que vem aí".


Contas do campeonato
"Nós dependemos de nós para ganhar os nossos jogos e é isso que vamos fazer. Vamos fazer o nosso trabalho, lutar sempre pelos 3 pontos e depois chegar ao fim e fazer as contas. Estamos focados em cada jogo, em cada treino, em cada momento em que estamos juntos para preparar os jogos e ganhar. Este clube é um clube histórico, um clube que por si só tem esta forma de pensar e de agir. Da minha parte, tento incutir da melhor forma essa força e tranquilidade emocional que eles têm que ter nesta fase final do campeonato, para que possamos estar mais próximos da vitória em cada jogo".

Gestão da equipa
"O Pepe foi um dos jogadores que teve um problema muscular no último jogo, nada de especial, pensamos nós, mas não estava apto para este jogo. O Corona também debilitado fisicamente. Mas não estão estes, estão outros, é a vida das equipas".

Regresso de Aboubakar
"Ele é importante no grupo de trabalho, no FC Porto e teve a palavra no final porque foi um regresso depois de muitos meses de paragem. O grupo sentiu a presença deste elemento que tem dado um contributo importantíssimo para nós, e não é só nos golos, tem a ver com o nosso espírito no balneário e nisso nós somos fortíssimos".



RESUMO DO JOGO

17 abril, 2019

A UEFA DOS RICOS E A EUROPA DOS POBRES.


FC PORTO-LIVERPOOL, 1-4

Na semana passada teci fortes críticas ao VAR e à UEFA pela protecção que é dada aos clubes poderosos do Velho Continente. Essas críticas fizeram e continuam a fazer todo o sentido pois esta noite voltámos a ver uma arbitragem a mostrar gritante dualidade de critérios, deixando a ideia de que cada vez há menos hipóteses de clubes, como o FC Porto, lutarem por um lugar entres os melhores da Europa.

Se equipas como o FC Porto já lutam com grandes dificuldades com os poderosos da Europa, com o acrescento de arbitragens habilidosas e pouco isentas, as esperanças de fazer algo de notável ficam reduzidas a cinzas. É o futebol que temos, que defende os grandes interesses económicos e destroem a beleza do futebol no seu estado mais puro. Ganham sempre os mesmos, todos os anos a história repete-se.


Com isto, não estou a dizer que o Liverpool não foi superior ao FC Porto. Claro que foi superior, mas não havia necessidade de tantos erros clamorosos e tanta dualidade de critérios para fazer a balança pender para os “reds”. Como seria interessante para o futebol ver uma eliminatória renhida, vencida, na mesma, pelo Liverpool, mas menos desequilibrada e mais emotiva.

Se assim fosse, quem sairia beneficiado seria o futebol. Seria, sobretudo, uma bela propaganda para a promoção da modalidade, mas também o contributo para a diminuição da diferença entre as equipas grandes e as outras para um futebol mais competitivo e de maior qualidade.

Que interessa ter um futebol apenas com 4/5 grandes equipas de futebol e o resto a roçar o mediano? Nada. Devemos, sim, promover as equipas com potencial e dar-lhes igualdade de oportunidades para competir. Pelo menos, poderem ser tratadas com respeito e com uniformidade de critérios.

Infelizmente, isso não acontece. O hiato entre os grandes e poderosos e os outros cresce de ano para ano. Por isso, façam lá a vossa Liga Europeia e entretenham-se entre si. Este futebol não interessa a ninguém.

O FC Porto apresentou-se no Dragão com muita ambição e com muita determinação. Não desistiu da eliminatória e reclamou o direito de lutar para, pelo menos, tentar dar a volta à eliminatória. Sérgio Conceição apostou numa equipa em 4x4x2, com o seu onze habitual, excepto Soares que foi rendido por Otávio.


Desde o primeiro minuto, o FC Porto impôs um ritmo muito intenso e uma agressividade muito interessante. Ao longo dos primeiros 25 minutos, os Dragões remataram treze vezes à baliza contra zero do Liverpool. Nesse período, os azuis-e-brancos tiveram, pelo menos, quatro oportunidades claras de golo, mas a grande pecha do Dragão é mesmo essa: a finalização.

Corona abriu as hostilidades logo no minuto inicial. Numa iniciativa pela direita, o extremo portista rematou cruzado e fez a bola sair a poucos centímetros da barra.

O Liverpool procurava suster o ímpeto portista e nem sequer ousava o contra-ataque. A primeira opção de Jurgen Klopp foi aguentar o primeiro período da partida sem sofrer golos e também jogar com o relógio e com as perdas de tempo. Não raras foram as vezes em que o Guarda-redes da equipa inglesa demorou a colocar a bola em jogo sendo avisado, apenas, pelo homem do apito.

Marega, por duas vezes, e Brahimi tiveram as suas oportunidades, mas como já diz o ditado, quem não marca sofre, no Dragão voltou a acontecer mais do mesmo. Na primeira investida do Liverpool à baliza portista, a equipa inglesa marcou. E logo num lance muito polémico que mostra claramente, numa das câmaras, a ilegalidade do próprio lance. Mas o VAR e a UEFA contornam isso com linhas manhosas e com a ocultação do momento da saída da bola do pé de Salah para Mané.

O árbitro auxiliar assinalou, prontamente, fora-de-jogo, mas o VAR reverteu a decisão. Volto a repetir o que disse há uma semana. Com este tipo de VAR não vale a pena introduzir a tecnologia na modalidade. Errar desta forma, com esta tecnologia ao dispor, ainda se torna mais grave do que quando se erra em tempo real.


Com este golo, o FC Porto perdeu todas as esperanças de lutar pela eliminatória. Assim se destrói o futebol, assim se elimina qualquer hipótese de promoção do jogo e da competição. Os azuis-e-brancos podem-se queixar de si próprios, mas falhar golos é legítimo. O que não é aceitável é vermos erros grosseiros do VAR.

Não contentes com isto, a terminar a primeira parte um corte de braço claro do defesa da equipa inglesa dentro da grande área é sonegado, tanto pelo árbitro como pelo VAR. Mais uma mancha no trabalho da arbitragem, mais uma palhaçada da UEFA que pactua com estas vergonhas.

No segundo tempo, Sérgio Conceição fez sair Otávio e entrar Soares. O Liverpool retirou Origi e introduziu Firmino. A equipa inglesa atacou mais mas, nos primeiros quinze minutos, o FC Porto jogou o suficiente para empatar a partida.

No entanto, com o decorrer dos minutos e com o golo a não surgir para o FC Porto, a equipa de Jurgen Klopp passou a gerir o jogo e facilmente chegou ao 2-0 numa transição ofensiva, concluída por um jogador que jamais poderia ter jogado esta noite no Dragão. Lembram-se, na primeira mão, da entrada escandalosa sobre Danilo sem punição?

No momento do 2-0, os adeptos tiveram uma atitude indescritível. Em uníssono incentivaram a equipa a não baixar os braços.


Com 65 minutos jogados, a eliminatória estava mais do que decidida, mas três minutos volvidos, Éder Militão animou um pouco a plateia do Dragão quando correspondeu da melhor forma a um canto cobrado por Alex Telles, reduzindo para 1-2.

Mas depois, o desgaste físico e mental dos portistas foi determinante para o resto da partida. O Liverpool cresceu, passou a jogar mais perto da área portista e foi sem grande dificuldade que o resultado chegou ao 1-4 com golos de Firmino e de Van Dijk. Um resultado extremamente injusto, altamente exagerado e que não espelha minimamente o que se passou na eliminatória, tal como reconheceu Jurgen Klopp no final da partida.

Assim termina a carreira do FC Porto na presente edição da Champions League. A figurar entre as oito melhores equipas europeias, o Dragão só não teve melhor performance porque outros interesses assim o ditaram.

É hora de mudar o “chip” para encarar os últimos seis jogos da época, de forma a vencer as seis finais que poderão trazer títulos. Isto se não houver movimentações estranhas noutro sentido…



DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Temos dois títulos para disputar e queremos muito ganhá-los"

Eliminatória injusta e diferença demasiado pesada
“Hoje, tal como em Anfield, o resultado foi pesado para aquilo que fizemos. É de louvar o que os meus jogadores fizeram. A estratégia que delineámos foi para acontecer o que aconteceu na primeira parte, sobretudo na forma como pressionámos e condicionámos a construção do adversário. Na primeira vez em que chegou ao último terço, o Liverpool marcou. Antes disso, tivemos duas ou três oportunidades claras para marcar. Se tivéssemos marcado, tudo seria diferente. Tenho uma equipa com grande caráter e personalidade. Os jogadores foram fantásticos a perceber aquilo que queríamos para este jogo. Fizemos uma das melhores primeiras partes desde que sou treinador do FC Porto. A diferença de golos na eliminatória é muito injusta para nós.”


Sempre à procura do golo
“Sabíamos que estávamos a perder e que isso não era merecido. Mesmo com o segundo golo do Liverpool, não atirámos a toalha ao chão. O Liverpool fez quatro remates à baliza. O Casillas não fez uma única defesa e sofreu quatro golos. Podíamos ter dado um rumo diferente ao jogo se tivéssemos sido mais eficazes nas oportunidades que tivemos. Conseguimos limitar ao máximo os pontos fortes do Liverpool, sobretudo na primeira parte. Nisso, nos primeiros 45 minutos, fomos perfeitos. Sofrer um golo daquela forma e perceber que tínhamos de fazer quatro para passar não é fácil para ninguém. Mesmo a perder por 2-0 fomos sempre à procura do golo.”

Os adeptos e os títulos para conquistar
“Foi uma demonstração de grande dignidade, não só da equipa, mas também dos adeptos. O nosso público sabe o que pode esperar de nós: determinação, ambição, capacidade de trabalho e qualidade individual e coletiva. Os adeptos são sempre muito importantes para nós. A força vinda das bancadas fez-me arrepiar. Sinto uma paixão muito grande da parte deles pela equipa. Eles reveem-se na equipa e é por isso que existe esta sintonia, esta simbiose. Temos dois títulos para disputar e queremos muito ganhá-los.”



RESUMO DO JOGO

DIFÍCIL SIM. MAIS IMPORTANTE, NÃO!


O Dragão vai hoje receber hoje o jogo mais difícil da época até ao momento.

Difícil sim. Mas não o mais importante.

Que não haja dúvidas que o mais importante será o confronto com o Santa Clara. E posteriormente com o Rio Ave, o Aves, o Nacional e espera-se que quando chegarmos ao jogo com o Sporting, seja a final mais importante do ano... e que possamos depender de nós!

Para o jogo de hoje, pragamaticamente estão 3 menus em jogo. O amargo, que seria (mais) uma derrota. O agridoce, que seria igualar os nossos melhores feitos com o Liverpool, ou seja, um empate. O doce, que seria alcançar algo nunca conquistado contra os rapazes da terra dos Beatles. A vitória!

Esta deve ser o nosso foco. O nosso Olímpo.

Quanto à eliminatória... é sempre possível sonhar, como o fazemos quando registamos um Euromilhões. Contudo, assentando os pés na terra, 3-0 contra uma equipa que perdeu apenas um jogo na presente edição da Premier League, é uma montanha bem mais alta do que o Evarest para escalar. Além de que é deveras improvável que a sociedade Salah, Firmino & Mané Lda. não consigam facturar um simples golo, contra uma equipa que terá forçosamente que avançar linhas. Por cada golo marcado por ingleses, significa que o nosso score tenha que começar nos 4, e por aí adiante.

Contudo, como diz o poeta, "Deus quer, o Homem sonha, a Obra nasce". Pode ser que hoje, Deus seja portista.


Faleceu esta semana o nosso antigo jogador Quinzinho, com uns meros 45 anos de idade.

Nunca atingiu estatuto de destaque no nosso clube. Bem pelo contrário.

Para quem seguia o FC Porto dos anos 90, Quinzinho era frequentemente titular em piadas e trocadilhos jocosos entre adeptos.

Apesar de tudo, suou honradamente a nossa camisola, pelo que merece o meu, o nosso, tributo e reconhecimento.

Descanse em Paz!

Cumprimentos Portistas.


PS.- No pós-jogo e crónica, apenas dois pensamentos. Deus não é portista, e com Marega e Tiquinho não dá para aspirar algo mais que a mediania. Ainda assim, grande jogo do FC Porto enquanto o tipo lá de cima não nos virou costas. 

É DIFÍCIL NÃO FICAR PESSIMISTA... INFELIZMENTE...


Há uns tempos, escrevia que a partir do momento em que deixamos de depender de nós próprios, com a agravante de já não haver jogos frente ao nosso rival direto, ao contrário de alguns campeonatos taco a taco mas em que nas ultimas jornadas tínhamos a possibilidade de ganhar vantagem no confronto direto (por exemplo, épocas 12/13 ou 17/18), as nossas possibilidades de chegar ao título passaram a ser quase nulas.

Gostava muito de ter outra opinião, de pensar de outra forma, mas infelizmente já vejo futebol há anos suficientes para perceber que para o nosso rival direto perder pontos é necessário praticamente acontecer um milagre. Na semana passada, o Feirense marcou um golo inacreditavelmente limpo (não há uma única imagem que mostre qualquer fora-de-jogo!!) mas o sr. VAR viu o que mais ninguém viu (ou não viu e fez que viu) e anulou aquilo que seria o 2-0. Ninguém sabe o que aconteceria depois, mas minutos depois lá houve um penaltie inventado para um lado e outro por marcar a favor do Feirense mas que aí o sr. VAR não se dignou a ver. Se dúvidas houvessem, ficaram mais dissipadas e esclarecidas.

Hoje vemos o treinador do marítimo admitir que obrigou jogadores a forçar amarelos para não jogar o próximo jogo. Pois, o histórico desse treinador frente a esse clube de 8 jogos e 8 derrotas (ao contrário da forma animalesca com que as suas equipas defrontam o FC Porto e que vários dissabores já nos causaram) se calhar ajuda a explicar esta atitude. Acho que seria uma poupança interessante de dinheiro para o marítimo não viajar sequer para Lisboa na próxima semana, poupava-se muito em viagens, estadias, alimentação, etc. Assim como assim, importante é ter os todos os jogadores fresquinhos para as 4 finais a seguir segundo o seu treinador, nem vale a pena ir a um jogo que está perdido à partida.

No meio de tudo isto, outra notícia que os meios de comunicação desportiva se esforçaram para branquear, uma notícia muito pouco relevante de que Cássio assumiu, em TRIBUNAL e SOB JURAMENTO, que um empresário lhe aliciou para perder o jogo frente a um certo clube. Também Lionn já o tinha feito, em TRIBUNAL e SOB JURAMENTO. São dois jogadores, que se saiba porque isto vai-se sabendo a conta-gotas tal o esforço brutal para estarem todos calados que nem ratos, que admitiram em pleno tribunal que foram aliciados pelo mesmo agente para perder frente ao mesmo clube e o que se assiste é a uma passividade bovina por parte da generalidade da comunicação social, contrariamente aos vários meses de discussão e debate ao mais ínfimo pormenor aquando por exemplo do processo da saída de Bruno Carvalho do Sporting.

E mais outra notícia, o desaparecimento de um dos quatro volumes do processo que investiga o jogo Feirense-Rio Ave, instaurado depois de ter sido detetado um número invulgar de apostas. O único meio de comunicação social que se dispôs a falar nisso foi o Expresso. O resto ficou tudo bem caladinho que nem ratos. Para tornar a coisa mais ridícula, a notícia referiu que o processo foi encaixotado e enviado de Lisboa para o Porto pelos correios e, à chegada, percebeu-se que faltava o quarto volume. Extraviou-se, perdeu-se ou foi roubado, ninguém sabe ao certo o que aconteceu. Talvez na Etiópia ou no Sri Lanka ocorram coisas semelhantes.

Perante tudo isto, torna-se muito difícil não ficar pessimista, infelizmente.

PS: Só encontro uma explicação para a escandalosa agressão de Salah a Danilo ou o penaltie claro de Arnold por mão na bola (braço esticado a aumentar a volumetria) terem passado despercebidos ao VAR. A criatura que estava sentada em frente ao VAR era um chimpanzé. Porque aquilo que diferencia um chimpanzé de um ser humano é a questão da racionalidade, e não há qualquer tipo de racionalidade em não ver uma agressão clara e um penaltie evidente que tinha todos os requisitos para ser assinalado (braço esticado a aumentar a volumetria e fora da posição normal). E pronto, não bastava defrontarmos uma das melhores equipas do mundo no seu estádio, faltava sermos espoliados por um chimpanzé.

13 abril, 2019

O REGRESSO DO BOM MAREGA.


PORTIMONENSE-FC PORTO, 0-3

A visita do FC Porto a Portimão constituía-se como uma das deslocações mais complicadas que os Dragões teriam que cumprir até ao fim do campeonato. Primeiro, porque o jogo em causa foi disputado no meio de uma terrível e difícil eliminatória da Champions League e depois, porque a equipa de António Folha é uma equipa de muita qualidade que entra nos jogos a jogar olhos nos olhos e cria vários dissabores. Que o digam os rivais da segunda circular.

O desgaste sentido no jogo da primeira mão dos quartos-de-final da Champions League, frente ao Liverpool, era um dos factores que iria condicionar a actuação do FC Porto em Portimão. Por isso seria importante entrar forte de início e tentar o golo cedo.

Em relação ao jogo com o Liverpool, Sérgio Conceição efectuou quatro alterações. Manafá, Pepe, Herrera e Brahimi entraram no onze e, no meu ponto de vista, jogaram os melhores onze do momento. Disposto em campo, num 4x4x2, os Dragões tiveram uma etapa inicial da partida muito forte, apesar da boa réplica algarvia.


Até que aos 15 minutos, numa transição rápida, Corona lançou Marega em profundidade pela direita do ataque azul-e-branco. O maliano foi até à linha de fundo, cruzou atrasado para a entrada da área, onde apareceu Brahimi a rematar para a baliza, inaugurando o marcador. O regresso de Moussa aos bons tempos parece estar a acontecer e será fulcral a sua boa forma para encarar esta ponta final de decisões da época.

O Portimonense reagiu fortíssimo ao golo sofrido. Parecendo irritado com a contrariedade sofrida, os algarvios colocaram a equipa portista em sentido. Lucas Fernandes esteve em destaque com um livre para uma defesa bastante apertada de Casillas e depois, num pontapé de canto, obrigou Soares a desviar a bola para o poste da baliza azul-e-branca. Aylton também teve uma oportunidade, mas Casillas, muito atento, saiu da baliza e despachou o esférico para longe da sua baliza.

O jogo do FC Porto estava pouco acutilante e a falta de frescura física e mental eram evidentes. Os jogadores acusavam o cansaço e procuravam controlar o jogo, sem imprimir a velocidade e a agressividade necessárias. Até ao intervalo, o FC Porto teve uma oportunidade para ampliar para 2-0, mas Manafá, na área, em vez de rematar à baliza, preferiu o cruzamento e o lance perdeu-se na defensiva portimonense.


Ao intervalo, Sérgio Conceição deve ter alertado os seus pupilos para os perigos de continuar a jogar com esta atitude. Seria importante mudar o “chip”, sob pena de sofrer o empate e deitar por terra as aspirações de vencer o título nacional. Cada ponto perdido a partir de agora significa sentenciar a decisão do campeonato.

A segunda parte trouxe então um FC Porto mais intenso e com mais atitude. Os Dragões não deram veleidades ao seu opositor e perceberam a grande importância de, pelo menos, salvaguardar a vantagem no marcador.

Folha mexeu na sua equipa e tentou esticar o jogo para tentar chegar ao empate. Mas foi o FC Porto que aproveitou para ampliar o resultado para 2-0. Aos 73 minutos, Alex Telles lançou Marega pela meia esquerda e o avançado portista picou a bola à saída de Ricardo Ferreira, obtendo um golo importante e de belo efeito.


O Portimonense não desistiu. A dez minutos do fim, à entrada da área, Ruster rematou a rasar a trave de Casillas, dando a sensação de golo. A equipa algarvia pressionava a formação de Sérgio Conceição, mas sem efeitos práticos. Com o relógio a determinar o aproximar do fim do jogo, o Portimonense lá se rendeu e foi já em tempo de descontos que os Dragões aumentaram a vantagem para 3-0.

Bruno Costa cobrou um canto na direita do ataque portista, Militão cabeceou para uma defesa incompleta de Ricardo Ferreira e Herrera, na recarga, atirou para o fundo das malhas. Uma vitória justa, com um resultado algo exagerado, mas que vem motivar ainda mais os Dragões para os cinco jogos finais da prova.

Marega destacou-se com o regresso à sua boa forma e deu sinais de que o seu contributo poderá ser decisivo para o FC Porto vencer os jogos que vai ter pela frente. A equipa azul-e-branca volta a mudar o “chip” para o modo Champions League, onde na próxima Quarta-feira irá dar tudo por tudo para tentar uma noite mágica e perfeita.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Há um espírito fantástico no balneário"

Missão cumprida
“Ganhámos o jogo, somámos 3 pontos e estamos satisfeitos.”

Importância da organização
“Foi uma exibição dentro do que esperávamos. Ofensivamente, o Portimonense cria sempre muitos problemas a todas as equipas, já ganhou este ano ao Sporting e ao Benfica. Hoje não lhes permitimos explanar as virtudes deles no processo ofensivo. Há quem fale muito da raça e do grito. Claro que é preciso alma, mas uma boa organização, com uma boa ocupação dos espaços, é que é fundamental. Hoje, o Portimonense, numa ou noutra situação, causou-nos nos alguns problemas, muito por causa de um dos médios que variava o centro do jogo. Corrigimos esse aspeto na segunda parte, chegámos ao segundo golo e depois fizemos um final de jogo mais tranquilo. O resultado é justíssimo.”

Coletivo conta mais
“É importante que haja jogadores a fazer vários golos mas mais importante é que os golos se traduzam em vitórias. Damos sempre mais valor à exibição coletiva.”

Gestão de plantel?
“Não foi nenhuma gestão, apostei no melhor onze para ganhar o jogo. Houve jogadores que entraram hoje e não jogaram contra o Liverpool porque não estavam disponíveis para esse jogo. Pepe e Manafá são dois exemplos.”



Pressão sobre o Benfica
“Nós não pensamos no rival, pensamos nestes 3 pontos, temos o nosso caminho a percorrer, há um espírito fantástico no balneário e uma grande aceitação daquilo que é o trabalho diário. Vamos fazer o nosso trabalho e em maio fazem-se as contas.”

2.ª mão contra o Liverpool
“Acredito na reviravolta mas não é o momento para falar disso. A nossa Champions League é sermos campeões em Portugal mas obviamente que vamos fazer tudo para passar. Estamos confiantes para esse jogo. Precisamos de ser quase perfeitos para passar mas acredito que ainda temos uma palavra a dizer.”

Estreia de Bruno Costa na Liga
"Jogou hoje depois da boa exibição em Liverpool. É pelo valor dele e também pela necessidade da equipa."



RESUMO DO JOGO

SUDDENLY, AS DECISÕES ESTÃO AÍ.


Suddenly
I'm not half the man I used to be
There's a shadow hanging over me

Oh, yesterday
Came suddenly
Poderá até parecer um exagero usar a canção dos Beatles para descrever a 1ª mão jogada em Anfield, mas também não será algo muito longe disso, pois não?

O sonho durou 4 minutos… à primeira vez que eles foram à nossa baliza, golo! Espaço inacreditável no meio entre Oliver e Danilo. Desconcentração? Se calhar, ou então nem por isso. Não terá sido a primeira vez que vimos disto, se calhar a diferença desta vez esteve na qualidade do adversário. A mesma coisa no segundo golo, em que dá a sensação de que fica tudo a filmar a chamada “jogada à Fifa”. Quem não sentiu alguma impotência durante o jogo? Quem não temeu o 3º golo? Não, não quero de forma alguma “bater” na nossa equipa, que fez um jogo de esforço, dedicação e competência. Só que pura e simplesmente foi incapaz de se transcender, de ser melhor do que foi até agora, e isso pura e simplesmente não chega para uma equipa do nível deste Liverpool. Respondam lá à seguinte pergunta, quantas equipas no Mundo são atualmente mais fortes que o Liverpool? Nenhuma, 1, 2, 3? A resposta estará algures aqui. Quem viu o jogo percebeu que eles são melhores, são mais fortes.

Bem, agora uma nota aos que não desistiram depois deste primeiro parágrafo de realidade: ainda estamos na luta pela eliminatória e há que acreditar. Porquê? Porque no Dragão Marega pode só precisar de 1 ou 2 oportunidades para fazer um golo. Desta vez teve quatro. Porque no Dragão o árbitro pode assinalar penalty em caso de existir 1 ou 2 lances duvidosos. Desta vez não assinalou nenhum. Porque Oliver pode encurtar o espaço para condicionar a tempo o remate de Keita à entrada da área. Desta vez não conseguiu. Porque a nossa defesa pode deixar Firmino em fora de jogo quando tiver de encostar para a baliza. Desta vez não deixou. Sim, saímos de Anfield com a nítida sensação de que o Liverpool é claramente mais forte do que nós. Mas também saímos de lá com a sensação de que uma pontinha de sorte, ou uma decisão de arbitragem mais justa, ou uma finalização com maior qualidade, podiam ter ajudado a um resultado mais nivelado. O que pretendo dizer é mais ou menos que é possível superiorizarmo-nos a uma equipa destas em 90 ou 120 minutos. Uma vez! Claro que sim. Se isto fosse um campeonato de 20 jogos entre Porto e Liverpool, não teríamos hipótese. Como é só um conjunto de dois jogos, tudo é possível. E é nisso que temos de acreditar. Se fizermos um jogo de competência máxima, se os astros estiverem connosco, nunca se sabe… há que lutar! Encher o estádio, ir sem medo, e tentar… depois logo se vê.

Para terminar, algumas notas rápidas para as melhores exibições do Porto na minha opinião. Marega, muito bem. Sim, revelou desacerto na hora de rematar à baliza. Mas também revelou capacidade física igual ou superior ao adversário, ombreou sem tremer nos 1-1, criou situações de golo pela sua velocidade. Deu a clara sensação de que seria bom ter, naquele jogo, dois Maregas na frente. Ah e tal, falta-lhe mais qualidade com bola. Pois, mas se a tivesse talvez estivesse já do outro lado a infernizar-nos a vida! Veja-se o caso de Militão. Secou Salah, mas já está de partida para Madrid na próxima época. Mas que regalo, que exibição tremenda. Quando é que ele perdeu uma situação dividida? Não dá para ficar mais um “bocadinho”? Finalmente, Corona. O único (talvez um pouco injusto para Otávio, mas aquele mau atraso apaga-o das minhas referências neste momento) capaz de sair com a bola jogável de uma situação de 1 para 1, o único que dominava a bola e aguentava uns segundos com ela sem “queimar”. Agora imaginem uma exibição de 11 a este nível. Não dá para ganhar ao Liverpool? Eu acredito que dá.

Sinceramente, acho que temos e devemos ser realistas, perceber o contexto em que estamos. E agarrarmos com unhas e dentes o que mais importa: o jogo de Sábado em Portimão. Depois lá virá a 4ª Feira, e pode ser que os astros se alinhem para uma sessão de Heavy Metal… azul e branca!

Até porque... SUDDENLY, AS DECISÕES ESTÃO AÍ.

12 abril, 2019

MALFADADAS ESPERANÇAS.


O recente duelo com os "reds" de Anfield Road, trouxe-nos o pior resultado no que às esperanças diz respeito. Dir-me-ão que a derrota por duas bolas é bem melhor do que a humilhante goleada caseira que sofremos na passada temporada.

Verdade!

No que a prestígio diz respeito, não saímos em nada beliscados de Inglaterra. Até porque no próprio jogo jogado, não nos limitamos a defender em cima da área, e a espaços conseguimos repartir a partida, e chegar com perigo à área adversária, onde Marega com outra inspiração na finalização, poderia ter trazido um resultado bem mais radioso para o Dragão.

O grande busílis deste resultado, que uma derrota com golos, pela margem mínima ou até um empate, não nos traríam, é que temos que fazer algo que ainda não conseguímos interiorizar nesta temporada contra equipas de maior capacidade. Controlar o jogo!

Se acredito convictamente que são possíveis os dois golos que empatariam a eliminatória, até porque ao contrário do que se passou na primeira mão, não só a equipa de arbitragem será outra, como jogaremos teoricamente com um 11 mais forte, quer pela esperada melhoria física de Telles, como pela maior robustez que a inclusão de Herrera e Pepe poderão trazer à equipa. Além de que, como vimos, o FC Porto quando quer é capaz de olhar o Liverpool nos olhos, e criar oportunidades de golo.

Já na componente defensiva, coloco as minhas reservas na (in)capacidade de não sofrermos golos. Lembre-se que bastará um único e mísero golo inglês, para nos obrigar a marcar 4. O que não sendo impossível, pela dificuldade do adversário em questão, seria porventura a recuperação mais épica da nossa bela história centenária.

Os exemplos que vimos nos jogos contra slb (por duas vezes), Sporting ou mesmo Roma, em que a vencer, entramos em inexplicável modo de desconcentração defensiva, são um mau prenúncio para o que se avizinha. nunca é tarde para a perfeição, mas...

Muito pragmaticamente, independentemente do que aconteça no jogo do Dragão, a nossa participação na Champions deste ano excedeu as expectativas iniciais, ao ultrapassarmos os Oitavos, sendo já um pequeno sucesso da época. Desde que não aconteça a hecatombe da temporada passada, nenhum resultado apagará o que de muito bom foi atingido. Para tornar esse percurso excelente, como adepto portista ficaria imensamente orgulhoso com qualquer vitória sobre o Liverpool, seja porque resultado for. É nisso que os jogadores devem pensar. Apenas Vencer!

Se der para passar, fantástico! Se não der, todos estes heróis merecem o nosso aplauso.


Mais do que a praticamente inacessível Champions, é na realidade nacional que nos devemos focar. Como temos visto recentemente, com Tondela e Feirense, a pressão está a causar pànico nas hostes benfiquistas. Se na vitória caseira contra beirões, a fortuna foi uma amiga encarnada, na partida da Vila da Feira, o sempre fiável Paixão voltou a puxar dos galões, ao anular inexplicavelmente o golo do 2-0 aos locais e, provavelmente com a motivação nostálgica de outros tempos, ainda vislumbrou um penalty mirabolante sobre Pizzi, que acabou por dar um golo do empate caído dos céus, assassinando de vez qualquer ideia de verdade desportiva que pudesse existir neste campeonato. A exibição de Bruno Paixão foi tão excepcional, que até o sempre avermelhado cartonista Henrique Monteiro lhe dedicou um dos seus trabalhos.


Um dia depois desta prestação escandalosa de uma equipa VAR, temos esta inacreditável e surreal crónica num jornal generalista, de um velho cartilheiro, que seria para rir a desbravada, não fosse ele um dos directores do referido jornal.

Ao contrário do que Francisco J. Marques e seus companheiros de painel no Universo Porto da Bancada advogam, grande parte das benesses de que o slb beneficia na comunicação social, política e justiça nada têm a ver com corrupção. O que vemos de muitos agentes da sociedade, é um simples vestir da camisola encarnada. Enquanto os centros de decisão e poder se situarem na Capital do Império, só por ingenuidade se poderá pensar que alguma vez existirá equidade e justiça em Portugal. Quer seja no desporto, quer noutras áreas. Muito faz o FC Porto em lutar contra este monopólio. Uma luta desigual.

Orgulhosos como somos, o que todos nós portistas esperamos (exigimos) do nosso clube, é que lute sempre até à última gota de suor. Seja contra vermelhos de Liverpool ou Lisboa. As contas, fazem-se no fim.

Cumprimentos Portistas.

09 abril, 2019

ACABEM COM O VAR.


LIVERPOOL-FC PORTO, 2-0

Estamos numa era em que cada vez mais as novas tecnologias têm um peso tremendo em todos os sectores da sociedade. O futebol não foge à regra. Com a introdução da tecnologia do VAR, acreditava-se, ou pelo menos, eu queria acreditar que os erros de arbitragem iriam diminuir substancialmente. Principalmente os erros clamorosos e flagrantes. Pura ilusão!

Ou sou um lírico e um optimista incurável ou sou muito ingénuo. Depois da pouca vergonha que temos visto na Liga NOS, eis que na UEFA, os erros escandalosos das arbitragens surgem em catadupa. A tecnologia do VAR, afinal, não veio para melhorar as condições dos árbitros e para defender a verdade desportiva. Ela veio, aparentemente, para essas situações, mas o certo é que os tubarões continuam a ser superprotegidos, enquanto os restantes clubes continuam a ser prejudicados ano após ano.



Quando o árbitro e o VAR recorrem à tecnologia para ver hipotéticos erros ou lances capitais do jogo e, perante as imagens visualizadas, tomam decisões estapafúrdias, contrárias às das que toda a gente viu, só podem estar a tomar-nos por parvos e idiotas ou então devem ser uns autênticos fenómenos da arbitragem. Como é possível ver penaltis flagrantes e entradas violentas não serem sancionadas pelo árbitro depois de recorrerem ao VAR? Expliquem-me porque eu devo ser mesmo ignorante.

Há pouco dias, um iluminado das televisões, que todas as terças-feiras debita teorias e discursos bonitos para o Zé Povinho engolir, afirmou que os últimos jogos da Liga NOS deveriam ser apitados por árbitros estrangeiros para defender a verdade desportiva. A esse senhor digo que se estivesse calado e não dissesse as asneiras que, por norma, diz, faria um favor a toda a gente. Venham os árbitros portugueses ou venham os árbitros estrangeiros, venha o VAR luso ou o VAR da UEFA, é tudo a mesma treta.

Enquanto não se mudarem mentalidades, enquanto o poder financeiro e certos interesses estiverem à frente dos superiores interesses do futebol e do desporto em geral, vamos continuar, ano após ano, a assistir a esta lama que “mata” o futebol.

Depois de, no passado Domingo, termos assistido a mais uma brilhante actuação (noutras funções) do Sr. Paixão que nos tem acompanhado ao longo dos últimos 20 anos com os seus brilharetes, foi a vez do Sr. Lahoz e o seu VAR a mostrar a toda a Europa como contornar o regulamento do próprio VAR e desvirtuar a verdade desportiva.


O FC Porto foi altamente prejudicado frente ao Liverpool e, deste modo, comprometeu as poucas hipóteses que tinha na eliminatória, mesmo antes de iniciar a partida de Anfield Road. Não está em causa a vitória da equipa inglesa no jogo. Foi superior aos Dragões, revelou ter mais argumentos para levar vantagem para a segunda mão, mas para os reais interesses económicos, os mesmos de sempre têm que estar nas finais e nas fases de decisão da prova. E o FC Porto não tem lugar nessas fases, por mais que lute meritoriamente por isso.

Por isso a UEFA que faça o que pretende fazer. Organize o campeonato dos poderosos e que se entretenham entre eles. Isto não é futebol. Isto é tudo menos modalidade desportiva. Isto é puro negócio.

A derrota por 2-0 frente aos ingleses compromete quase irremediavelmente as hipóteses dos portistas de, pelo menos, lutar para inverter a eliminatória no Estádio do Dragão.

Num palco terrivelmente complicado de jogar e de pontuar, o FC Porto procurou de tudo para minimizar as diferenças para o seu opositor. Além destas diferenças, o FC Porto apresentou-se com duas baixas de vulto (Pepe e Herrera) que tornaram a tarefa ainda mais complicada.


Sérgio Conceição apostou num 3x4x3. Três defesas em linha (Maxi, Felipe e Militão), dois laterais subidos (Corona e Telles) a acompanhar Danilo e Oliver no meio campo e depois três avançados (Otávio, Soares e Marega).

Os portistas entraram muito bem no jogo com um remate fortíssimo de Marega que saiu ao lado da baliza contrária. Mas aos 4 minutos, na primeira investida do Liverpool, a equipa inglesa marcou, com alguma sorte à mistura. Mané e Firmino combinaram e Keita rematou com a bola a tabelar em Óliver e a enganar Casillas.

Perante este cenário, qualquer equipa que sofresse um golo cedo desta forma poderia perder a calma. Otávio ainda deu sinais disso com um passe disparatado que isolou Salah, mas o egípcio, perante a saída de Casillas, atirou ao lado. Depois, o FC Porto acertou, manteve-se igual a si próprio. Suster a avalanche atacante dos ingleses e tentar o contra-ataque foi a estratégia de Sérgio Conceição.

No entanto, aos 26 minutos Henderson, com um passe de ruptura, lançou Alexander-Arnold que cruzou para Firmino, que só teve que encostar. O 2-0 deixou o FC Porto em alerta. Os azuis-e-brancos reagiram quatro minutos depois com Óliver a desmarcar Marega, mas a permitir que Alisson defendesse com o pé o remate do maliano.

Na sequência do lance, a bola voltou a área inglesa. Corona cruzou por alto, Allisson cortou, a bola foi jogada, autenticamente, pelo movimento de braço de Alexander-Arnold para a linha de fundo, mas o VAR, depois de analisar o lance, deu a sinalética ao árbitro para mandar jogar. Um roubo!!!


Na sequência deste lance polémico, Corona cobrou o canto, a bola foi aliviada, Otávio desmarcou Marega que, à meia volta, rematou fraco e à figura de Allison. O jogo prosseguiu com o FC Porto a tentar responder aos ataques dos “reds”. Firmino esteve perto do 3-0, mas Marega respondeu com um cabeceamento.

A etapa complementar trouxe um jogo diferente. Apesar de Mané ter feito um terceiro golo bem anulado por fora-de-jogo, logo a abrir o segundo tempo, o FC Porto aumentou a sua produção ofensiva e o Liverpool pareceu querer gerir a vantagem de dois golos.

Brahimi, Bruno Costa e Fernando Andrade entraram no jogo para tentar modificar alguma coisa, mas só o português mostrou algum bom futebol.

Aos 67 minutos, Corona bateu um canto na direita e Lovren jogou a bola com o braço. O VAR chamado a analisar o lance, repetiu a decisão do último lance revisto. Dois roubos!!!

Aos 70 minutos, Marega, lançado na meia direita por Otávio, rematou à figura de Allison. Na resposta, Mané rematou em arco a rasar o poste e oito minutos depois Marega, novamente, teve uma soberba oportunidade mas, com o pé esquerdo, rematou por cima da baliza inglesa.

A seis minutos do fim, jogada do FC Porto pela direita e Felipe, na área, foi carregado pelo braço de Alexander-Arnold. O árbitro mandou seguir. Três roubos!!!


A terminar, num lance à entrada da área portista, Danilo cortou a bola e Salah entrou, de uma forma impressionante, de pitões na perna do jogador portista. O árbitro, a um metro do lance, assinalou falta, mas as cartolinas ficaram no bolso. O VAR nem se pronunciou. Expulsão clara perdoada ao egípcio. Quatro roubos!!!

É este o futebol que pretendem? Eu não. Para isso, prefiro que o mesmo volte às origens. Sem dinheiro, mas com paixão pelo jogo e pela modalidade. Com uma pontinha de sorte e com os lances bem ajuizados, nesta altura estaríamos aqui a falar do FC Porto com possibilidades de lutar pelo apuramento para as meias finais. Assim, vamos apenas dignificar o nome do clube.

Este jogo fez-me lembrar a eliminatória com o Barcelona em 1985/86, onde um senhor de nome Langenhove ficou para a história dessa partida pelas piores razões. Contas de outros tempos.

Destaques finais para as grandes exibições de Militão, na sua posição natural, e de Corona, para a boa entrada de Bruno Costa e para o grande apoio de adeptos azuis-e-brancos.

O FC Porto regressa de imediato à Liga NOS onde, no próximo Sábado, desloca-se a Portimão para mais um jogo que vale três preciosos pontos.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Era justo termos marcado"

Estratégia certa
"É preciso jogar na próxima semana e vamos ver o que acontece. Tivemos ocasiões para marcar. Pela frente estava uma equipa muito forte a nível individual e coletivo, ofensiva e defensivamente. Preparámos uma equipa diferente porque sabíamos da profundidade do Liverpool, aspeto em que eles são muito fortes. O meio-campo deles também é muito forte mas a nossa equipa controlou bem os espaços. Estivemos bem a nível defensivo, tivemos duas ou três oportunidades de golo na primeira parte. Há ainda a questão do pénalti mas não vou falar de arbitragem."

Dupla Felipe-Militão
"Preparámos esta dupla em Portugal, eles fizeram um bom trabalho, e é bom ter várias opções no corredor central para combater a profundidade do Mané e do Salah. Tentámos travar o processo ofensivo do Liverpool e a este nível estivemos bem. Podíamos ter tido um pouco mais de bola."


Sorte e erros
"O Liverpool teve sorte no primeiro golo, no segundo houve erro nosso na abordagem individual. Na segunda parte, a equipa foi mais compacta e conseguiu chegar com mais perigo à frente. Era justo termos marcado."

Falta a segunda parte
"Estamos a meio da eliminatória. Passaram 90 minutos e na próxima semana há mais 90 no Dragão. Tudo faremos para encurtar a distância. Aguardamos com prazer o próximo jogo."



RESUMO DO JOGO

05 abril, 2019

VITÓRIA EM JOGO DE SENTIDO ÚNICO.


FC PORTO-BOAVISTA, 2-0

O “derby” da cidade invicta, por norma, complicado para o FC Porto não foi o habitual jogo difícil para os Dragões. O Boavista entrou no jogo com três centrais e um meio-campo bem preenchido, a jogar em bloco baixo. O objectivo seria adiar o golo portista ao máximo para depois jogar com o relógio e o nervosismo azul-e-branco.

Não houve intenção dos axadrezados em jogar futebol. Apenas em evitar a mais do que previsível vitória azul-e-branca. O FC Porto, apesar das ausências de Felipe e Telles, apresentou-se bem e procurou o golo desde o primeiro minuto. As oportunidades e lances de perigo junto da baliza boavisteira sucederam-se, mas a bola parecia não querer entrar.


Aos 9 minutos, Otávio rematou por cima da baliza, com tudo para abrir o marcador. Dois minutos volvidos, Soares rematou duas vezes dentro da área, mas Bracali salvou a sua equipa de um golo certo. Aos 14 minutos, Soares chegou atrasado a um cruzamento milimétrico de Otávio para a pequena área e logo a seguir, o ponta-de-lança brasileiro rematou fortíssimo por cima da barra de Bracali. Para terminar o primeiro quarto de hora, Brahimi, pela esquerda, rematou em arco e a bola saiu a rasar o poste esquerdo do Guarda-redes boavisteiro.

Este era o caudal ofensivo inicial dos portistas, mas da parte do inteligente e intelectual Neca, até ao penalti que viria a abrir o marcador, o FC Porto não criou qualquer lance de golo porque o Boavista não permitiu. Que bonita análise, Prof. Neca! Ainda só estamos com 15 minutos e já contabilizo cinco oportunidades. O Boavista, por sua vez, tinha feito, até então, apenas um remate por cima da baliza de Casillas.

Aos 32 minutos, Corona bateu um livre na direita, Pepe subiu e cabeceou a rasar o poste. Que perigo! Sete minutos depois, Otávio entrou na área pela direita, cruzou e um defesa contrário cortou para canto, evitando um golo iminente.


Aos 40 minutos, finalmente surge o golo mais do que justificado, menos nas cabecinhas inteligentes aos quadradinhos. Brahimi entrou na área, em drible, passou por Raphael Silva e foi derrubado com um toque na perna e um empurrão. Penalti prontamente assinalado que Soares não desperdiçou.

A fechar a primeira parte, Rafael Costa bateu um livre na direita do ataque boavisteiro a que Casillas correspondeu com uma defesa com os punhos. Na resposta, Soares serviu Marega na área, o maliano marcou golo, mas foi invalidado pelo VAR por fora-de-jogo.

Na etapa complementar, o jogo ficou resolvido logo aos 48 minutos. Otávio recebeu o esférico a meio do meio campo adversário, preparou o remate e atirou à baliza contrária, obtendo um golo de belo efeito e o descanso merecido no jogo.

Com uma parte para cumprir, esperava-se uma reacção boavisteira, mas os axadrezados não se viram em campo. Muito tenros e poucos interventivos no jogo, os boavisteiros foram o adversário ideal para jogar antes do duelo dos Dragões com o Liverpool. O jogo, nesta segunda parte, foi calmo, sem problemas e deu para os Dragões descansarem com bola no pé, baixar o ritmo de jogo e começar a pensar na Champions League.


Corona, com muitos jogos nas pernas e, provavelmente, com muito trabalho a lateral direito, na próxima terça-feira em Anfield Road, foi o primeiro a sair. Maxi ocupou a sua vaga. Soares e Danilo cederam também os seus lugares a Hernâni e Loum, mas apenas na parte final do jogo.

A terminar, registo para um remate acrobático de Brahimi, dentro da área, mas para defesa fácil de Bracali.

Mais uma etapa cumprida na Liga NOS, menos um jogo para vencer. O FC Porto tem agora seis jogos do campeonato para cumprir. No imediato, as atenções estão viradas para Anfield Road, onde, nesta Terça-feira, a equipa de Sérgio Conceição vai jogar a primeira mão do acesso às meias finais da Champions League. Um bom resultado será aquele que permitir ao FC Porto deixar em aberto a eliminatória para a segunda mão.




DECLARAÇÕES

Vítor Bruno: "Estamos cá para lutar até ao fim"

Várias oportunidades criadas
“Conhecemos a forma de trabalho do Lito Vidigal, em outras circunstâncias apresentou uma estratégia semelhante à de hoje. Projetámos muito os nossos laterais e acabou por resultar. Criámos várias ocasiões e surgiu um penálti claríssimo a dar-nos a vantagem. O resultado ao intervalo peca por escasso. Na segunda parte fizemos o 2-0 e inconscientemente acabámos por gerir um bocadinho o esforço. Não é premeditado, não é essa a mensagem que passa, mas percebemos que quem está em campo faça essa gestão. O Boavista não criou perigo. Acercou-se um par de vezes à nossa baliza mas sem criar mossa.”

A estratégia do Boavista no Dragão
“Era um cenário, tentamos antecipar vários cenários. No ano passado, nas Aves, o Lito Vidigal preparou uma estratégia muito semelhante. O treinador do Boavista terá acabado que era a melhor forma de nos travar, mas a nossa dinâmica é forte. É uma opção dele.”


Grande ambição em Liverpool
“É um exercício estimulante para nós. Nós, equipa técnica e jogadores, até pelo que aconteceu na época passada, pretendemos apresentar um futebol diferente, que possa ombrear com o Liverpool. Vamos para Liverpool com grande ambição e com grande vontade de passar às meias-finais.”

Os adeptos e a luta até ao fim
“Todos os jogadores dão-nos uma grande resposta e depois temos 40 mil adeptos como estes, que nos empurram sempre para as vitórias. Até final vai ser assim. É uma luta difícil mas estamos cá para lutar até ao fim.”



RESUMO DO JOGO