FC PORTO-BOAVISTA, 2-0
O “derby” da cidade invicta, por norma, complicado para o FC Porto não foi o habitual jogo difícil para os Dragões. O Boavista entrou no jogo com três centrais e um meio-campo bem preenchido, a jogar em bloco baixo. O objectivo seria adiar o golo portista ao máximo para depois jogar com o relógio e o nervosismo azul-e-branco.
Não houve intenção dos axadrezados em jogar futebol. Apenas em evitar a mais do que previsível vitória azul-e-branca. O FC Porto, apesar das ausências de Felipe e Telles, apresentou-se bem e procurou o golo desde o primeiro minuto. As oportunidades e lances de perigo junto da baliza boavisteira sucederam-se, mas a bola parecia não querer entrar.
Aos 9 minutos, Otávio rematou por cima da baliza, com tudo para abrir o marcador. Dois minutos volvidos, Soares rematou duas vezes dentro da área, mas Bracali salvou a sua equipa de um golo certo. Aos 14 minutos, Soares chegou atrasado a um cruzamento milimétrico de Otávio para a pequena área e logo a seguir, o ponta-de-lança brasileiro rematou fortíssimo por cima da barra de Bracali. Para terminar o primeiro quarto de hora, Brahimi, pela esquerda, rematou em arco e a bola saiu a rasar o poste esquerdo do Guarda-redes boavisteiro.
Este era o caudal ofensivo inicial dos portistas, mas da parte do inteligente e intelectual Neca, até ao penalti que viria a abrir o marcador, o FC Porto não criou qualquer lance de golo porque o Boavista não permitiu. Que bonita análise, Prof. Neca! Ainda só estamos com 15 minutos e já contabilizo cinco oportunidades. O Boavista, por sua vez, tinha feito, até então, apenas um remate por cima da baliza de Casillas.
Aos 32 minutos, Corona bateu um livre na direita, Pepe subiu e cabeceou a rasar o poste. Que perigo! Sete minutos depois, Otávio entrou na área pela direita, cruzou e um defesa contrário cortou para canto, evitando um golo iminente.
Aos 40 minutos, finalmente surge o golo mais do que justificado, menos nas cabecinhas inteligentes aos quadradinhos. Brahimi entrou na área, em drible, passou por Raphael Silva e foi derrubado com um toque na perna e um empurrão. Penalti prontamente assinalado que Soares não desperdiçou.
A fechar a primeira parte, Rafael Costa bateu um livre na direita do ataque boavisteiro a que Casillas correspondeu com uma defesa com os punhos. Na resposta, Soares serviu Marega na área, o maliano marcou golo, mas foi invalidado pelo VAR por fora-de-jogo.
Na etapa complementar, o jogo ficou resolvido logo aos 48 minutos. Otávio recebeu o esférico a meio do meio campo adversário, preparou o remate e atirou à baliza contrária, obtendo um golo de belo efeito e o descanso merecido no jogo.
Com uma parte para cumprir, esperava-se uma reacção boavisteira, mas os axadrezados não se viram em campo. Muito tenros e poucos interventivos no jogo, os boavisteiros foram o adversário ideal para jogar antes do duelo dos Dragões com o Liverpool. O jogo, nesta segunda parte, foi calmo, sem problemas e deu para os Dragões descansarem com bola no pé, baixar o ritmo de jogo e começar a pensar na Champions League.
Corona, com muitos jogos nas pernas e, provavelmente, com muito trabalho a lateral direito, na próxima terça-feira em Anfield Road, foi o primeiro a sair. Maxi ocupou a sua vaga. Soares e Danilo cederam também os seus lugares a Hernâni e Loum, mas apenas na parte final do jogo.
A terminar, registo para um remate acrobático de Brahimi, dentro da área, mas para defesa fácil de Bracali.
Mais uma etapa cumprida na Liga NOS, menos um jogo para vencer. O FC Porto tem agora seis jogos do campeonato para cumprir. No imediato, as atenções estão viradas para Anfield Road, onde, nesta Terça-feira, a equipa de Sérgio Conceição vai jogar a primeira mão do acesso às meias finais da Champions League. Um bom resultado será aquele que permitir ao FC Porto deixar em aberto a eliminatória para a segunda mão.
DECLARAÇÕES
Vítor Bruno: "Estamos cá para lutar até ao fim"
Várias oportunidades criadas
“Conhecemos a forma de trabalho do Lito Vidigal, em outras circunstâncias apresentou uma estratégia semelhante à de hoje. Projetámos muito os nossos laterais e acabou por resultar. Criámos várias ocasiões e surgiu um penálti claríssimo a dar-nos a vantagem. O resultado ao intervalo peca por escasso. Na segunda parte fizemos o 2-0 e inconscientemente acabámos por gerir um bocadinho o esforço. Não é premeditado, não é essa a mensagem que passa, mas percebemos que quem está em campo faça essa gestão. O Boavista não criou perigo. Acercou-se um par de vezes à nossa baliza mas sem criar mossa.”
A estratégia do Boavista no Dragão
“Era um cenário, tentamos antecipar vários cenários. No ano passado, nas Aves, o Lito Vidigal preparou uma estratégia muito semelhante. O treinador do Boavista terá acabado que era a melhor forma de nos travar, mas a nossa dinâmica é forte. É uma opção dele.”
Grande ambição em Liverpool
“É um exercício estimulante para nós. Nós, equipa técnica e jogadores, até pelo que aconteceu na época passada, pretendemos apresentar um futebol diferente, que possa ombrear com o Liverpool. Vamos para Liverpool com grande ambição e com grande vontade de passar às meias-finais.”
Os adeptos e a luta até ao fim
“Todos os jogadores dão-nos uma grande resposta e depois temos 40 mil adeptos como estes, que nos empurram sempre para as vitórias. Até final vai ser assim. É uma luta difícil mas estamos cá para lutar até ao fim.”
RESUMO DO JOGO
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