25 maio, 2019

BIBÓ PORTO, CARAGO!!: UM ADEUS E UM ATÉ JÁ!


Não vale a pena rodear a questão. Chega HOJE formalmente ao FIM o blog BiBó PoRtO, carago!!

HOJE, precisamente hoje, 13 ANOS após a sua data de fundação, depois de mais de 10.750 posts que escrevemos, mais de 57.075 comentários, mais de 6.600.000 visitas de IP único, e um total de mais de 35.000.000 visitas globais.

Uma Enormidade. Um Orgulho. Um Sentimento de Missão Cumprida.

Um blog que, para todos os seus co-autores, refletiu a liberdade, a independência, o questionamento e a convicção de cada um, que, julgamos, enriqueceu o percurso individual de cada um, e o resultado global do blog, num contributo eclético de cada um para o todo. O FC PORTO.

Porque o tempo está em permanente mudança...
deixemos o blog fluir silenciosamente para a neblina que o presente se transformará em passado...
a memória virtual vai permanecer acessível, como repositório digital de informação que não desaparecerá nesta era da internet, quase como uma biblioteca viva e rica da Vida e História do FC PORTO.

Em nome de todos os co-autores deste blog – que foram mais de três dezenas ao longo de todos estes 13 Anos - um MUITO OBRIGADO por nos terem acompanhado nesta longa caminhada, nesta jornada, sempre e sempre, na defesa do bom nome e honra do nosso clube. O FC PORTO.

Porque o PORTO não é Moda, o PORTO é Tradição. Porque o PORTO não é Amor, o PORTO é Paixão. Porque o PORTO não é um Momento, o PORTO é uma História. Porque o PORTO não tem Adeptos, o PORTO tem um Império.
Com o PORTO SEMPRE! Pelo PORTO TUDO!

Antes de nos despedirmos definitivamente, fica a nossa última mensagem para todos vós:

“Que TODA a Nação Portista se Una em volta do Clube. Vamo-nos esquecer das lutas de egos, das jogadas de poder, dos mal-entendidos, das estratégias suicidas, das atitudes menos racionais, dos erros rudimentares... Em vez disso, vamo-nos encher de Esperança em volta de um Bem Comum, o Futebol Clube do Porto. Não se pode Ganhar sempre, mas também não seremos eternos perdedores. Somos de uma Cidade que faz jus ao seu nome... INVICTA. A cada queda, levantar-nos-emos mais Fortes, a cada desilusão pintaremos a Alma de Azul e Branco. Não são os euros que preenchem o Orgulho de sermos Portistas, são as Conquistas. A Felicidade nunca poderá ser constante, mas pode ser procurada a cada momento. A redenção de Valores, da Alma, do Espírito, tem de estar presente na entrega da Missão que nos é incumbida. Aos que representam o Futebol Clube do Porto ao mais alto nível, aos que pretendem representar, aos sócios, adeptos, simpatizantes... O momento não é fácil, mas a vida também não é. O Futebol Clube do Porto não morrerá enquanto houver pelo menos um Portista com sentido de missão. Todos a Uma Só Voz, em uníssono... Uma vez Portista, Portista além da morte.”

Um ADEUS e um ATÉ JÁ!

CRUELDADE A RODOS.


sporting-FC PORTO, 2-2 (5-4 após GP)

Na minha última crónica, neste espaço, não vou narrar as peripécias do jogo, como faço habitualmente. Para isso, há jornais, sites e outros espaços para ler sobre esses momentos. Ou então, vão à box e revejam o jogo. Sendo a minha derradeira vez que escrevo aqui, interessa-me debruçar sobre a época com epílogo no Jamor.

A presente época, que, este Sábado, terminou, trouxe um grande amargo de boca ao FC Porto. Com uma carreira bastante interessante em todas as competições, apenas faltaram os títulos. Salvou-se a Supertaça conquistada em Agosto, altura em que na equipa via-se muita esperança e previa-se uma época recheada de sucessos. O certo é que tal não aconteceu. Ficou-se tudo pelo “quase”, o que foi de uma crueldade terrível para uma equipa e para um técnico que não mereciam nada disto.

A época, como já disse, iniciou com a conquista de um troféu. O campeonato, apesar de não ter começado da melhor forma nas primeiras sete jornadas, viria a revelar um FC Porto dominador, destacado na tabela classificativa ao fim de dezassete jornadas com cinco pontos de vantagem para o seu perseguidor. Tal vantagem chegou a ser de sete pontos, o que previa algum conforto na prova. A primeira volta terminou com a equipa de Sérgio Conceição a perder 8 pontos contra 13 do seu rival directo.


Ao mesmo tempo, o Dragão dava uma imagem fantástica na fase de grupos da Champions League com a conquista de 16 em 18 pontos possíveis. Os azuis-e-brancos revelaram ser a melhor equipa, nesta fase, em termos europeus. Nas taças internas (Liga e FPF), Sérgio Conceição atingiu as duas finais com alguma facilidade.

Mas a partir de Dezembro/Janeiro, o panorama futebolístico voltou a sofrer profundas mudanças fora de campo. Vivia-se um período de muita tensão para os lados de Carnide com processos judiciais a decorrer nos tribunais comuns. Com a decisão tomada pela juíza de que cerca de três dezenas de supostos crimes cometidos por aquela agremiação não iriam ser julgados em tribunal, absolvendo SAD e clube, o regresso em força do estado lampiânico verificou-se em fins de Janeiro.

O sentimento de impunidade que se vive para aqueles lados, permitiram ao seu “chefão” proferir declarações em tons de ameaça, criando efeitos imediatos. O benfiquistão começou a revelar-se em toda a linha. A segunda volta da Liga NOS decorre com um manancial de erros crassos e inadmissíveis, com o foco a incidir nas decisões inacreditáveis tomadas pela inovadora tecnologia do VAR.

O FC Porto, entretanto, perdia, de forma bizarra e cruel, a final da Taça da Liga nas grandes penalidades frente ao Sporting e, no campeonato, cedeu mais quatro pontos fora do seu reduto e mais três, em casa, frente aos DDT (donos disto tudo). No final, fez a segunda volta da prova com nove pontos desperdiçados.

Entretanto, essa agremiação de Carnide passa para a frente da classificação e, pasme-se, realizam uma volta completa com apenas dois pontos perdidos, em contraste com os treze pontos cedidos na primeira volta. As decisões das equipas de arbitragem de campo e da cidade do futebol passam a ter grande preponderância nas decisões ocorridas em campo, os adversários apresentam-se de forma bastante distinta com o FC Porto e com a equipa de Carnide. Com os outros até se dão ao luxo e ao descaramento de poupar jogadores e/ou dar o jogo como perdido.


Por outro lado, os golos em catadupa e a facilidade com que essa agremiação vence os jogos é de tal forma incrível que chegamos ao ponto de concluir que não estamos, nem de perto, nem de longe, a lutar com as mesmas armas. Entretanto, a performance dessa falsa potência do futebol, claudica na Champions League e na Liga Europa faz duas eliminatórias sofridas e cai aos pés da “potência” alemã Eintracht de Frankfurt. Que discrepância!

Depois vem a parte final da prova, últimas seis jornadas com as equipas empatadas no topo da tabela. A agremiação começa a passar dificuldades nas primeiras partes dos jogos fora de casa. Refiro-me aos desafios ocorridos em Santa Maria da Feira, em Braga e em Vila do Conde. Com os acontecimentos a correrem em nada a seu favor, os DDT tratam de as inverter, de forma escandalosa e inacreditável. São tomadas decisões de arbitragem escandalosas e vemos jogadores cometerem erros de palmatória que, nem as crianças dos sub-10 cometem nos seus jogos, nos clubes onde praticam a modalidade.

Ao mesmo tempo, o FC Porto disputa os jogos todos sob grande pressão, com decisões de arbitragem sempre contra, com a “faca nos dentes” e perante adversários com posturas de equipa de Champions League. Por falar na prova europeia, a equipa portista termina a sua participação na Liga dos Campeões, nos quartos-de-final, caindo aos pés do super-candidato Liverpool.

Até que chega a deslocação dos Dragões a Vila do Conde. O FC Porto chega facilmente ao 2-0 e, de certa forma, descansa à sombra desse resultado. Depois vieram as decisões de arbitragem polémicas e erros próprios. O FC Porto colocou-se a jeito e o campeonato, praticamente, decide-se aí com os azuis-e-brancos a deixarem dois pontos.

Com três jornadas por realizar, os DDT tinham uma almofada de dois pontos para gerir e fizeram essa gestão com uma preciosa e escandalosa ajuda quando, quinze dias depois, visitaram Vila do Conde e saíram de lá com uma vitória tangencial, com três golos oferecidos pela arbitragem e pelo adversário e uma grande penalidade perdoada pelo “artista de circo”.


Assim se fez o vencedor da Liga NOS 2018/19, numa liga mentirosa, a chamada liga da vergonha que ficará registada, nos anais do futebol português, como a liga mais escandalosa da história do futebol em Portugal.

Para terminar a época, o FC Porto disputou o derradeiro jogo, novamente, frente ao Sporting, na prova rainha do futebol português. Com um ambiente fantástico, uma atmosfera bonita e um dia de sol a convidar à prática da modalidade, apesar do sempre relvado seco e duro do Jamor, o jogo assistido constituiu, para os Dragões, o expoente máximo da crueldade.

Num jogo que teve os primeiros 25 minutos de algum equilíbrio, com duas oportunidades para cada lado, traduziu-se, posteriormente, num massacre de futebol jogado em azul sobre o verde, em que a sorte ou a falta dela determinou mais uma vez o vencedor da prova.

À semelhança do que tinha acontecido na taça da Liga, o FC Porto foi tão superior ao seu adversário que nos leva a interrogar como é que o futebol pode ser tão cruel. Com tantas oportunidades perdidas, com duas bolas nos postes, com um canto verde contra catorze azuis-e-brancos e com uma subserviência leonina perante um Dragão dominador em toda a linha, interrogo-me porque é que a equipa de Sérgio Conceição não venceu este jogo e respectiva competição.

Sim, houve erros cometidos da parte dos jogadores portistas quer a defender, quer na fase de finalização. Sim, é verdade, mas não ao ponto de perder o jogo e o troféu que, pelo desenrolar dos acontecimentos, indicava que estava a caminho do museu azul-e-branco.


Aos 120 minutos, no fim do prolongamento, fazia-se alguma justiça no marcador com o empate do FC Porto na partida, levando a decisão para as dramáticas grandes penalidades. E, neste capítulo, lá tivemos que assistir a mais uma cruel e revoltante derrota que nos impediu de vencer um troféu que, tal como na Taça da Liga, seria nosso, indiscutivelmente e com todo o mérito.

Assim, termina a época do Dragão. Uma época muito boa em termos de performance, mas muito dramática e terrível em títulos. Porque “morrer” na praia, depois do longo caminho percorrido nas diferentes provas é de levar tudo e todos às lágrimas, tal como pudemos assistir esta tarde no vale do Jamor onde a revolta e a incredulidade dominaram os sentimentos de todos os portistas.

Espero que o FC Porto aproveite toda esta panóplia de acontecimentos para aprender e para se precaver a partir da próxima época. Vai ser preciso jogar tanto ou mais do que jogou na presente temporada e será necessário que a má sorte se afaste do Dragão e rume a outras paragens. Por outro lado, urge uma maior participação e acção efectivas dos dirigentes do FC Porto para combater os poderes instalados no futebol português que desvirtuam, permanentemente, toda a verdade e toda a essência da modalidade.

Obrigado e até sempre!

VIVA O FC PORTO!




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Isto é cruel e injusto"

Mais finais no futuro
“Seria super merecida a nossa vitória. Tivemos mais oportunidades e fomos superiores. Isto é cruel para um grupo de trabalho que fez tudo para ganhar esta Taça, para acabar a época a vencer um troféu, que seria merecido. Sentimos muito o que é o nosso clube e a nossa profissão. Trabalhámos de forma incrível para podermos ganhar hoje e mais uma vez nos penáltis voltámos a perder. A vida é feita de derrotas assim mas esta derrota irá tornar-nos mais forte no futuro. Vão haver mais finais, mais momentos decisivos que nós vamos ganhar. Sou apaixonado pela vida, pela minha profissão, por aquilo que faço. Compreendo a frustração dos adeptos, porque nós temos o mesmo sentimento.”

Oportunidades para ganhar
“Tínhamos preparado o jogo para ganhar nos 90 minutos e criámos oportunidades para isso. O Sporting é competitivo, houver algum equilíbrio inicial mas a partir de determinado período fomos superiores em tudo. É cruel, os jogadores fizeram um trabalho fantástico, toda a gente estava comprometida neste último dia da época mas o trabalho não chegou. É cruel e injusto, mas a vida é isto, não há nada a fazer, temos de ser mais competentes.”

A emoção no final do jogo
“É o momento, é ver a minha família de sangue triste com este momento, é ver a nossa família portista, que também é extremamente difícil para eles. Há uma frustração grande. Fico muito tocado com isto porque perder desta forma custa ainda mais. É um momento difícil para nós. Sentimos muito esta derrota. Tivemos sempre uma alma e uma crença enorme durante a partida, sempre comprometidos e envolvidos no jogo. A nossa família portista merecia esta vitória, pelo apoio, pela determinação e pela paixão que sentem a cada momento deste clube, tal como sentimos, tal como eu sinto. Não tenho vergonha nenhuma de deixar cair uma lágrima. Sou um homem. Sinto, sofro e sou apaixonado por aquilo que faço, pela vida. O meu grupo é o reflexo disso, pelo jogo incrível que fizeram".



RESUMO DO JOGO

CARTA ABERTA E DE ABRE-OLHOS A TODOS OS PORTISTAS.


Caro Portista,

Escrevo-lhe esta carta antes de jogarmos a 30º final da Taça de Portugal da nossa história.

Vou dizer muitas verdades nesta mensagem. Mas começo com uma grande mentira: o Benfica é o campeão nacional 2018/2019. A partir daqui começam os factos. Vamos a eles.

Contas feitas, o FC Porto faz uma época de bom nível, não se podendo nunca dizer que se trata de uma grande temporada, pois no FC Porto o título nacional é sempre o objectivo número 1. Mas chegar à final da Taça da Liga, terminar a 2 pontos do 1º classificado no Campeonato, alcançar a final da Taça de Portugal e chegar aos quartos-de-final da Champions caindo às mãos do provável vencedor nunca poderá ser considerado uma má época, muito menos uma época para esquecer.

Então porquê este sentimento de frustração, decepção e raiva que afecta muitos portistas? E porquê esta alegria desmedida e cheia de bazófia dos benfiquistas? Por uma razão muito simples: porque nem uns compreendem como perderam o título; nem outros compreendem como o ganharam.

Posso até admitir ser verdade que os portistas confiaram em demasia nos 7 pontos de vantagem sobre o rival e se deixaram de algo forma adormecer, posto que as revelações do caso dos e-mails e a distância pontual e exibicional face ao Benfica de Rui Vitória não auguravam uma recuperação como aquela que foi protagonizada por Bruno Lage.

Mas façamos agora um exercício curioso: como é possível que este Benfica, mesmo tendo sido treinado durante quase toda a primeira metade da temporada por um boneco chamado Rui Vitória, consegue ainda ir a tempo de ser campeão? A resposta mais lógica seria dizer que Lage é um treinador de eleição, uma espécie de novo-Mourinho, mas os factos desmentem essa teoria. Bruno Lage entrou e logo no segundo jogo perdeu a meia-final da Taça da Liga com o FC Porto. E é nesse momento que o campeonato vira definitivamente, quando Vieira se irrita e parte loiça toda, mandando Fábio Veríssimo para a jarra e garantindo que, como diria alguém, “quem se mete com o SLB, leva”. Depois dessa noite, nada mais foi igual no campeonato nacional.

A partir dessa derrota e consequente afastamento da Taça da Liga, o passeio do SLB na liga nacional foi total, não fosse o empate caseiro diante do Belenenses, num dia em que Rubén Dias e Vlachodimos estavam em modo kamikaze. Não fosse esse dia e esses acontecimentos esdrúxulos e não é que o campeonato do Benfica teria sido 100% vitorioso? Estranho, não? Impossível?
Nem por isso. Lembramo-nos certamente de campeões avassaladores, como Mourinho e AVB ou Jesualdo e VP. Mas Mourinho, mesmo em plena época de Apito Dourado, tem em sua defesa o facto da sua equipa ter ganho a Taça UEFA e a Liga dos Campeões em dois anos consecutivos que a afirmaram como a melhor equipa da Europa, enquanto que AVB mostrou também todo o poderio desse FC Porto na Liga Europa. Ou seja, estas equipas eram demolidoras tanto interna, como externamente. Já Jesualdo e VP apresentavam domínios internos e juntaram a isso participações consistentes nas provas europeias, sem alcançarem o tão almejado título. No entanto, a bota bateu sempre certo com a perdigota, por assim dizer.

O caso deste SLB é diferente. E mais: não é de agora. Os últimos campeonatos do SLB, ao contrário dos do FC Porto, apresentam sempre esta dicotomia: domínio interno conjugado com campanhas europeias miseráveis e motivo de vergonha, sendo os famosos 0 pontos na fase de grupos o corolário máximo da incompetência benfiquista nas provas europeias, diante de “gigantes europeus” como o Basileia e o CSKA Moscovo. Tudo isto contrasta, desde logo, com as duas grandes campanhas de SC na Champions League, onde caiu sempre derrotado perante o finalista Liverpool.

Mas então de onde vem esta desproporção verdadeiramente colossal entre campanhas nacionais e campanhas europeias? De onde vem este domínio caseiro na Taça da Liga e no Campeonato e esta incompetência contumaz na Europa? Como é possível que o “glorioso” Benfica seja eliminado de forma tão limpinha por esse tubarão chamado Eintracht Frankfurt?


Olhemos pois à estatística. Um olhar atento, que não vejo a comunicação social focar, é o campeonato verdadeiramente brilhante e colossal feito pelo SLB, que acaba a maratona com esmagadores 87 pontos em 34 jornadas. Para termos uma noção, a incontestada Juventus alcança apenas mais 3 pontos (90), mas em 37 jornadas (ou seja, com mais 9 pontos em disputa). O PSG chega aos 91, também em 37 jogos. O City chega aos 98, mas em 38 jornadas. O poderoso Barcelona alcança os mesmos pontos que o SLB, mas com mais 4 jornadas em cima. Olhemos o próprio Bayern, líder sem rival na Alemanha, que em 34 jornadas tal como em Portugal, chega apenas aos 78 pontos, menos 10 que o SLB.

Mas o que mais impressiona acima de tudo é a capacidade goleadora do SLB, que chega à incrível marca de 103 golos, mais 13 por exemplo que o Barcelona de Messi, Coutinho, Suarez e Dembelé. Um número também bem acima dos 70 golos marcados pela Juventus de CR7, Mandzukic e Dybala. Acima inclusivamente da máquina City (95) de Sané, Sterling, Aguero, De Bruyne, Mahrez e Gabriel Jesus. E acima do Bayern (88) de Robben, Muller, Ribery e Lewandoswski.
Um olhar atento perguntaria imediatamente: mas o que raio se passa em Portugal para uma equipa ser campeã com 87 pontos e 103 golos marcados e o segundo classificado ficar a uns meros 2 pontos, mas com menos 29 golos?
Façamos pois uma comparação aceitável: fases de grupo da Champions*. Escolhamos três épocas consecutivas (17/18 e 18/19), para não levar a discussões sobre a valia dos grupos de cada um. O FC Porto consegue um total de 37 pontos (11+10+16) e 39 golos marcados (9+15+15); o SLB chega aos 15 pontos (8+0+7) e a uns míseros 16 golos marcados (10+0+6). Começam a perceber a inconsistência? O SLB apresenta menos de metade dos pontos do FC Porto e marca também menos de metade dos golos. Afinal de contas, o que se passa na Europa com o “grandioso” Benfica que varre os adversários nacionais com goleadas de mãos cheias?

Tomemos como exemplo também os avançados do SLB**, em especial Seferovic, que termina a temporada com uns bonitos 27 golos marcados, um número que é superior a todos os golos que marcou nas últimas 4 temporadas JUNTAS (125 jogos, 26 golos). Seferovic chega pela primeira vez na sua carreira a uma marca superior a 10 golos. Não lhe parece estranho, caro portista?
Olhemos então para Jonas, que nos seus verdes anos de Valência acertou 51 vezes nas balizas contrárias em 156 partidas, marcando em 32% dos jogos. No SLB apresenta a fantástica contagem de 137 golos em 183 partidas: marca em 74% dos jogos. Parece incrível que, mesmo num ano onde Jonas se debateu com inúmeros problemas físicos nas costas, apresente um golo a cada 2 jogos. Incrível não é? Então porque é que um avançado que apresenta 15 golos em 31 partidas em 18/19 está prestes a terminar a carreira? Ou, ao invés, o que se passa com os centrais do nosso campeonato para não conseguirem deter um avançado de 35 anos com problemas de costas?

A lista dos melhores marcadores do nosso campeonato é, também ela, intrigante, não tendo qualquer tipo de paralelo com nenhum outro campeonato europeu: dos 10 melhores marcadores, 4 são do SLB (Seferovic, Rafa, Felix e Pizzi) . O Barcelona coloca apenas 2 nesta rúbrica, o Real e Atlético 1 cada um; na Série A apenas o Nápoles coloca 2 homens na lista de melhores marcadores; na Alemanha o Borussia também consegue colocar 2. Na Europa, apenas o PSG se aproxima do Benfica com Mbappé, Cavani e Neymar (assumo que possam ser piores que Seferovic, Rafa e Felix…) nos 10 melhores marcadores.

Há muitos vídeos a circular na internet que adensam as minhas suspeitas, mas qualquer olhar atento é capaz de descortinar os incríveis azares que os adversários do SLB enfrentam quando jogam contra o clube da águia. Podíamos começar por Fábio Cardoso (do Santa Clara, que tem vários azares no conjunto das 2 voltas) e terminar em Júnio Rocha e Borevkovic (Rio Ave), passando pelo Nacional de mãos cheias e pelo Braga (4º classificado, refira-se!) que alcança o incrível parcial de 10x3 com o SLB no conjunto das 2 voltas. Mas se recuarmos na temporada, iremos encontrar muitos mais casos deste género: escorregadelas, cortes na atmosfera, recepções desorientadas, passes ao nível da terceira divisão do Cazaquistão, inúmeros azares com consequências dramáticas.

As minhas suspeitas não são infundadas nem nascem da minha cabeça, caro portista. A comunicação social vem publicitando, embora timidamente, as declarações da testemunha Cássio, jurando em tribunal que ele e os atletas Lyonn e Marcelo foram abordados por um tal de César Boaventura para perderem num jogo da sua equipa de então – Rio Ave – contra o SLB. César Boaventura esse que, segundo Paulo Futre, é grande amigo de LFV e presença assídua no centro de treino do Seixal. Estamos pois em sede do famoso JOGO DA MALA, que vem denegrindo e transformando o futebol português numa lixeira a céu aberto. As palavras de Coentrão no final da temporada causam interrogação. As declarações de Tomané dizendo que a manutenção do Tondela apenas se deve a alguns jogadores e não a todos também deviam alcançar mais destaque. A que é que Tomané se referia? E Coentrão, o que quereria dizer?

E que dizer das declarações de Petit antes do jogo com o SLB, caro portista? Que dizer da abordagem típica dos treinadores portugueses (ao bom estilo de Pepa) quando defrontam o SLB, afirmando sem vergonhas que este não é o seu campeonato e que vai ser muito difícil conseguir o empate, por contraponto com as afirmações de raça e de ganas quando vão enfrentar o FC Porto, dizendo invariavelmente que é um jogo onde vão dar tudo e onde vão lutar pelos 3 pontos? Porquê tamanha diferença de abordagem aos jogos contra o SLB e contra o FC Porto?

Face ao que atrás exponho, só posso concluir que o campeonato português regrediu 70 anos num curtíssimo espaço de tempo, sendo prova disso mesmo os cómicos 10x0 ao Nacional e os 6x2 ao Braga na Luz, verdadeiros expoentes máximos da facilidade que o SLB tem quando defronta os seus adversários, atingindo-se a total negação do desporto e competição profissionais. Voltamos, pois, ao tempo do amadorismo. Tudo isto contrasta, uma vez mais, com os adversários motivadíssimos e super-agressivos que o FC Porto enfrenta semana sim, semana sim, onde cada jogo ganho é uma batalha campal, terminando não raras vezes com adversários em lágrimas e fortemente desiludidos. Mas desiludidos porquê, caro portista? Não seria normal perder com o FC Porto que atinge os quartos-de-final da maior competição de clubes do mundo? Ou há algo mais por detrás destas reacções? Será que há alguma motivação extra que justifique tal disparidade exibicional?

Se isto já não fosse suficientemente mau, temos os árbitros a ajudar à festa. Depois da ida de Veríssimo para a jarra (não deixa de ser cómico que um dos padres vá para a jarra…), nenhum senhor do apito se atreveu mais a incomodar o todo-poderoso SLB. Frederico Varandas disse e bem que depois da jornada 28 começou a falta coragem. Eu sou mais arrojado: depois da jornada 28 começou a faltar vergonha. Podia falar das incríveis actuações dos senhores de negro em Moreira de Cónegos, Braga, Feira e Vila do Conde, com golos em fora-de-jogo, golos anulados aos adversários, penaltys não assinalados ao SLB, etc. No final de um desses jogos, vimos inclusivamente Vítor Bruno (Feirense) a dizer que estava “desiludido com este futebol”. A pergunta que se impõe: mas está desiludido porquê? O que é que Vítor Bruno quer dizer?

Dizendo isto, fico surpreendido quando ouço portistas dizer que temos culpas na forma como perdemos este campeonato. Mas então não é suposto isto ser uma competição profissional e saudável de 11 contra 11 onde é possível que uma equipa roube ocasionalmente pontos aos grandes? Ou alguém acha normal uma segunda volta imaculada como a do SLB? Começamos a entrar na negação do que é o desporto e a negligenciar a palavra competição. Talvez assim finalmente se perceba a facilidade que Renato Sanches tinha em galgar metros e marcar golos no campeonato nacional e a imensa dificuldade que apresenta por essa Europa fora.

Para o FC Porto fica talvez a amargura da abordagem ao jogo com o SLB em casa, deixando Militão castigado no banco, Danilo no banco e apostando em Oliver e no inenarrável Adrian López. E talvez uma aposta pessoal excessiva do Mister na Taça da Liga (que se compreende, atendendo ao historia do clube neste troféu), competição que nasceu para ser o tubo de ensaio dos padres e dos lucílios deste país. E poderíamos ainda acrescentar os problemas na lateral-direita, que nasceu torta e nunca se endireitou. Por lá passaram desde a pré-época João Pedro, Janko, Maxi, Corona, Militão, Mbemba e Manafá. Demasiadas indecisões numa posição que se veio a revelar fulcral na luta pelo título, pois foi por lá que Seferovic carregou Manafá em falta e conseguiu o empate no jogo do Dragão. Fica também a impressão de que faltou uma real alternativa à lesão de Aboubakar, visto que Soares não tem categoria para ser o 9 que o Porto precisa nem Marega chega para todas as encomendas.

Assumindo também os nossos erros, que existiram – não esquecer que não há treinadores nem equipas perfeita! – acredito fortemente que o portista que me lê não se deve deixar intoxicar pela opinião pública. Ao invés de se discutir os diferendos entre SC e as claques, devíamos ver os jornalistas focados no papel que César Boaventura tem no futebol português ou no porquê de Fábio Veríssimo ter ido para a jarra depois do jogo em Braga. A pergunta que deve ser feita: porque é que Veríssimo não ficou definitivamente na jarra depois do assalto que fez ao FC Porto no jogo Feirense x FC Porto da época passada, obrigando Brahimi a berrar a plenos pulmões “nós vamos ganhar”? Porque é que LFV se queixou um dia que Veríssimo não apitava os jogos do SLB? Porque é que um clube tem poder para colocar árbitros na jarra e outros vêm os seus protestos cair em saco roto? Porque é que o senhor director da APAF Luciano Gonçalves – o tal que alegadamente pedia ao SLB 50 bilhetes mais baratos para oferecer ao Centro Recreativo da Batalha – se preocupa com a tarja dos SD e não se foca na prestação dos seus associados nas últimas jornadas do campeonato? Porque é que não há ninguém a discutir os escandalosos “erros” do VAR? Porquê estas incoerências por parte dos organismos que regem o futebol português? Porque é que aquele famoso árbitro da Madeira (Marco Ferreira) foi ao Estádio da Luz pedir uma audiência com Vieira para perceber o que lhe tinha acontecido com a nota? Mas afinal de contas, qual é o verdadeiro poder de Vieira na nossa arbitragem? Porque é que Paulo Gonçalves se encontra a dirigir dossiers de contratações do SLB, mas foi julgado pela Juíza Ana Peres como tendo actuado sem conhecimento e instruções do SLB? Mas que país é este onde tudo o que parece ser, acaba por não o ser? Mas afinal de contas onde para a comunicação social isenta e idónea deste país?

Caros portistas, sejamos claros: o futebol português é uma lixeira a céu aberto, que alimenta várias bocas a notas de euro em função dos interesses do momento. Nunca como hoje, o futebol português esteve tão manietado, tão comprado, tão desprovido de competição na verdadeira acepção da palavra. Nunca como agora vimos treinadores darem-se como derrotados antes das partidas começarem. Nunca como agora vimos tantos erros de centrais e laterais das equipas pequenas contra os grandes. Nunca como agora vimos tantos clubes comprados e arregimentados em favor de um só clube. Nunca como agora vimos tantas filiais e tantos satélites a jogar na principal divisão do campeonato? Nunca como agora vimos tantas missas rezadas por padres e sacristães. Por isso, volto ao princípio: o Benfica campeão nacional 2018/2019 é uma farsa e uma mentira completa.

Vivo em Lisboa há alguns anos e, por isso, tenho um conhecimento exacto da forma como pensa o nosso rival. Sérgio Conceição é perseguido pela comunicação social não por ser “javardo” como lhe chamou um ex-embaixador português, mas sim por ter voltado a colocar as nossas equipas a jogar à Porto, a ganhar fases de grupos da Champions, a entrar em qualquer campo, seja onde for, para ganhar. Com SC vemos todo e qualquer jogador a sujar os calções, a comer a relva, a lutar pela vitória até ao apito final, vemos uma equipa unida e com espírito, aguerrida em todas as fases do jogo, vemos um FC Porto focado em todas as frentes, onde a palavra desistir não tem lugar no dicionário. E isso é a marca do FC Porto de Pedroto/Pinto da Costa: uma equipa de faca nos dentes, do até os comemos, que sabe sofrer quando tem que sofrer e que luta os 90 minutos pela vitória em qualquer partida. E é isso que tanto incomoda o nosso rival, ver o FC Porto de novo com a raça pedrotiana, de novo sem medo de atravessar a Ponte Luiz I. E esse Porto à Porto é o que sempre causou inveja em Lisboa. Afinal de contas como é que aqueles parolos lá do Norte conseguem ganhar tantos títulos e tanta coisa lá fora sem a ajuda do poder central? O que é que eles têm que nós não temos? No fundo, o que é indisfarçável é o medo aterrador que têm do FC Porto, dos seus jogadores, do seu Presidente e das suas gentes. Um medo e uma inveja indisfarçáveis e que explicam muito do país que somos.

Mas para eles tenho uma má notícia: Sérgio Conceição fica no FC Porto.

Estamos já perto do fim, caro portista.

Em Game of Thrones, as primeiras temporadas ocorrem sob a expressão em surdina “the winter is coming”. No futebol português, o longo Inverno já chegou e a longa noite em que o luso-futebol está mergulhado alcança tudo e todos, desde clubes-satélites a clubes com ligações a empresários amigos, passando por jogadores emprestados, ex-jogadores que viraram treinadores, chegando até às relações indecorosas entre Salvador e LFV, sócios comparsas em negócios de construção civil. No meio desta salgalhada alimentada a sacos azuis, sobram apenas uns irredutíveis gauleses, que não se deixam subjugar. Situam-se no norte litoral, são daqueles do antes quebrar que torcer e recusam-se a prestar vassalagem ao centralismo que percorre o país de lés a lés. Nessa cidade, apesar de fria e chuvosa por vezes, o longo inverno não chegou. Aí o sol ainda brilha. Um dia, uma amiga espanhola resumiu da melhor forma o que lhe pareceu essa cidade: é como se tivesse estado mergulhada debaixo de água durante muitos séculos e um dia alguém pegou nela e a puxou para cima. Desde aí que dou por mim sentado do lado de Gaia a imaginar uma mão a pegar numa massa de terra colocada debaixo do rio e a puxar um conjunto de casas e edifícios de granito para a tona, que quando emerge surge ainda a escorrer água. O sol brilha. As gotas escorrem e estão prestes a secar. É a cidade dos gauleses. Tem 5 letras. Chamam-lhe Porto.

Rodrigo de Almada Martins
*Dados europeus retirados do site oficial da UEFA;
**Dados nacionais retirados do site ZeroZero.

Nota final: escrevi no BiBó PoRtO carago!!, a convite do seu mentor, de Agosto de 2012 até 24 de Maio de 2019. São quase 7 anos a discorrer sobre o universo azul e branco. Deixo 149 crónicas, que acabam por ser o espelho do dia-a-dia do clube, destes últimos 7 anos de vitórias e derrotas, mas sobretudo do que significa ser portista e portuense. Tudo o que vi, tudo o que vivi com o FC Porto acaba por estar aqui vertido nestas páginas. Fui imensamente feliz ao fazê-lo. Como diz o filme: por ti fá-lo-ia 1000 vezes. Obrigado a todos.

24 maio, 2019

NÃO HÁ MAL QUE SEMPRE DURE, NÃO HÁ BEM QUE NÃO SE ACABE.


Há cerca de 3 anos fiz um post de despedida, bastante distinto do presente, com o anúncio do término de atividade deste único e magnífico blogue. Na altura, não totalmente convencido com a tomada de decisão do nosso mentor (bLue bOy), senti que o projeto tinha pernas para continuar a sua vida a defender os superiores interesses do FC Porto.

Apesar de muita resistência e de muita convicção, o nosso mentor lá acabou por ceder às insistências e o blogue reabriu para mais três anos ininterruptos de atividade. Entretanto, entraram e saíram muitos colaboradores que enriqueceram este espaço de excelência.

Da minha parte, posso dizer que, ao longo de quase 8 anos, colaborei de uma forma entusiástica e criei laços de amizade através deste espaço que perduram e vão continuar a prevalecer ao longo dos tempos. No Estádio, no Dia do Clube, num encontro, na rua, numa celebração ou na TV.

Foi com grande tristeza que recebi a notícia de que o meu amigo autor do blogue iria dar por terminada a atividade deste espaço, anunciando que a decisão estava pensada, definitivamente tomada e deveras irreversível. É uma decisão que, naturalmente, respeito, que vou aceitar, mas também, ao mesmo tempo, devo dizer que é com grande orgulho, com vaidade e com sentimento de gratidão que termino a minha participação no BiBó PoRtO carago!!

Há, entretanto, projetos que estão em andamento e outros que irão surgir igualmente. Da minha parte, continuarei em atividade em defesa do nosso clube. A vida continua! A promoção, a divulgação e a defesa do clube estão asseguradas por todos nós e por todos os colaboradores e autor deste blogue. Se cada um der um bocadinho de si em prol do clube de que gostamos, vamos torná-lo mais forte a cada dia que passa, contribuindo para os seus feitos e conquistas.

O meu muito obrigado a todos os portistas, particularmente aos que seguiram as minhas crónicas ao longo destes anos. Um abraço especial para o nosso líder bLuE bOy, pois sem ele jamais poderia defender, promover e ajudar a divulgar o nosso clube quer no blogue, quer por outros meios.

Com esta minha última crónica, despeço-me com um até já! Vamos ver-nos por aí.

Abraços.

23 maio, 2019

LEVANTEM A CABEÇA E DEVOLVAM-NOS O PORTO!


Uma Supertaça. Duas Finais de Taça, possibilidade de ainda vencer uma. Quartos de Final da Champions. Encaixe financeiro recorde na Champions. Espetacular! Segundo lugar no campeonato, desilusão, dureza. 85 pontos no campeonato, bem bom, já deu muitas vezes para ser campeão. Perda de vantagem de 7 pontos para o rival, péssimo. Perda dessa vantagem no Dragão em confronto direto, trágico. Pá, chover no molhado não. Vamos lá a algumas notas do que se passou, antevendo já o futuro. Sim, porque o foco deste clube tem sempre de ser… a próxima vitória!

Sobre “Os Padres”
Primeiro fomos no engodo daquela história da treta de que levávamos 10 pontos de avanço graças a erros de arbitragem. O campeonato entrou entretanto na fase das decisões, o nosso adversário tinha 4 saídas – Moreirense, Feirense, Braga e Rio Ave. Vejamos o que aconteceu: golo mal anulado ao Moreirense (aquele onde até chegaram a inventar a rábula de que a bola não entrou) e um golo mal validado ao Benfica, por fora de jogo. Tudo quando estava 0-0. Na Feira, temos aquele golo altamente duvidoso anulado ao Feirense, que seria o tal 2-0. Depois, aquele penalty digno dos melhores números do Circo Cardinali. De 2-0, o jogo passa para 1-1. Em Braga, seria diferente? Bem, já nem vou falar dos lances polémicos de Ruben Dias ou Odysseas. Mas aquele penalty sobre Félix…. E aquela expulsão perdoada…. E pronto, sabemos todos o que aconteceu, como aconteceu. Mas o pior estaria mesmo para vir. Vila do Conde. Onde toda a vergonha se perdeu. Hugo Miguel não só não vê o penalty de Florentino, como não vê sequer a falta (admitindo que é fora da área). Na sequência, golo mal validado a Félix. O chavalo nem festejou, tal era o espanto por ninguém ter levantado a bandeirola. Era óbvio que o VAR anularia o golo, pois o fora-de-jogo não deixara dúvidas, e muito provavelmente assinalaria mesmo penalty a favor dos vila-condenses. Só que não, o golo foi mesmo validado. Não fosse a coisa correr mal. Sejamos sérios, é só mesmo porque temos mau perder? São 4, 4 jogos seguidos repletos de lances duvidosos, no mínimo, todos, absolutamente todos, decididos para o mesmo lado. Uns erros que ninguém será capaz de desmentir, outros erros que muitos tentarão montar teorias alternativas, e outros que serão objeto de discussão ou dúvida para sempre. Mas todos, absolutamente todos, na mesma direção.
Foi só por isso? Não! Perdemos a vantagem que tínhamos por culpa própria, ponto final. E foi exatamente a partir do momento em que deixámos de depender de nós que ficámos sujeitos a este regabofe. Lembram-se do “Em condições anormais, também vamos ser campeões?” Pois, não há mesmo outra forma de combater isto neste momento, a não ser darmos tudo para voltarmos a ser muito melhores! Ser “só” melhor não deverá chegar.

Sobre “O Mister”
Não sei o que o treinador vai decidir depois do Jamor. Não faço mesmo a mais pequena ideia se ele vai continuar ou não. Estou eternamente grato por tudo o que ele fez, sobretudo por ter devolvido a mística e a cultura Porto numa altura desesperante e preocupante. Este ano voltou a andar lá em cima, esteve nas decisões todas, e dá-nos a clara sensação de que…com ele, o Porto vai andar sempre na luta. Foi perfeito? Não, longe disso. Não podemos perder uma vantagem de 7 pontos para o rival. E acima de tudo, não podemos recebê-los no Dragão com +1 ponto, com oportunidade de os “matar”, e perder. Mais ainda depois de lá ter perdido na 1ª volta. Sim, não é por isso que as vergonhas que descrevo em cima são menos más, mas se há momento em que temos de conquistar moral para falarmos de tudo, é nos mano-a-mano. Perdemos, foi ali que lhes demos a possibilidade de tudo o que aconteceu depois. Lembrem-se, aconteceu-nos ali (felizmente de forma menos melodramática) o que lhes tinha acontecido nos jogos do Kelvin e do Herrera. Bem, tenho quase a certeza que Sérgio Conceição sabe isso muito melhor do que eu.
Gostava que ele continuasse, porque ele já provou no ano passado que “é capaz de construir equipas de raiz”, porque ele gosta de ganhar tanto como nós, porque já provou que o sabe, e por muitas outras razões que não importa agora explanar. Mas também gostava de ver a equipa jogar outro futebol, a abusar menos da profundidade, dos duelos e do choque. A controlar melhor o jogo,  a demonstrar maior variabilidade de soluções em ataque posicional, a mostrar maior solidez coletiva nas transições defensivas, e por aí fora. Esta avalanche de saídas que se prevê será também uma oportunidade para isso, e para percebermos se o estilo até agora demonstrado é o possível e aquele que melhor potencia o que tem, ou se é também o estilo em que o treinador mais se revê, independentemente dos jogadores que tem à disposição. Queria tanto, tanto acreditar na primeira. Conseguem imaginar uma equipa com melhores princípios e qualidade jogo, com a alma e a raça que Sérgio incute?

Sobre “A Equipa”
Obrigado a todos os que suaram a nossa camisola, em especial aos que lhe adicionaram qualidade e ambição em cada jogo. Analisando o que o plantel deu, é mais ou menos óbvio reconhecer que temos um grupo muito curto de jogadores “prontos para jogar qualquer jogo”. Ficará ainda muito mais curto nos próximos dias. Certo que virão outros. Não sabendo quem, é a maior incógnita que temos neste momento. E é também essa mesma incógnita que se calhar justifica o tamanho do parágrafo de cima.         
Sobre “A Estrutura”
Tem a palavra o Presidente, a SAD. Sim, não se enganem. Vai ser preciso reforçar a equipa a sério. Menos Jankos, mais Militões. Vai também ser preciso apostar de vez e a sério na Formação. Apostar é metê-los a jogar a sério, ver o que valem verdadeiramente, deixá-los crescer. Parece-me que esse complemento Reforços + Formação é inevitável se quisermos voltar a ter uma equipa para ser campeã. Ah, faltam os “retornados”. Galeno? Sérgio Oliveira? Há mais algum em condições de voltar?

Sobre “A Final do Jamor”
Os últimos dias têm sido duros, difíceis, sofríveis, pesados. A vitória no Jamor daria um novo alento, e ajudaria a limpar de certeza absoluta. Dito isto, deem tudo. Os que vão embora, mais ainda! É a última e derradeira oportunidade de gritarem alto e a bom som: uma vez Porto, Porto para sempre! Preparem o jogo o melhor que puderem, concentrem-se, e entrem para “matar”…
 LEVANTEM A CABEÇA E DEVOLVAM-NOS O PORTO!

PS: Um muito obrigado ao BiBó PoRtO, carago! Esta é a última vez que aqui escrevo, neste blogue de referência do universo azul e branco. Foi um prazer, muito agradeço a quem me deu essa possibilidade. De dragão para dragões, what else?  Parabéns pelo projeto e até um dia destes malta. PORTO, PORTO, PORTO!

22 maio, 2019

COPO MEIO CHEIO OU VAZIO? UMA QUESTÃO DE PERSPETIVA NUM ADEUS ANUNCIADO.


Acabado o campeonato, e a um jogo do final da época, uma linha muito ténue vai separando as nossas emoções entre a pesada frustração e o mediano sucesso.

Aterrássemos nós de Marte neste momento, e saltássemos diretamente até aos números finais de cada competição, poderiam até existir laivos de orgulho na prestação da equipa, como o treinador diversas vezes tem sublinhado. Afinal, vencemos a Supertaça, fomos à final da Taça da Liga perdendo apenas no desempate por penalties, fizemos uma das nossas melhores Champions de sempre, caindo perante um colosso abonado pela sorte e muitas decisões arbitrais, lutamos pelo título até à última jornada e estamos na final da Taça.

Se fossemos todos fanáticos da perspetiva do copo meio cheio, até poderíamos esboçar um sorriso de satisfação. Contudo, não aterramos de Marte no passado fim de semana, nem bebemos o que falta no copo. Quer Campeonato, quer Taça da Liga, foram perdidos, não pelas goleadas coniventes dos adversários, pelo compadrio dos árbitros ou pelos craques mundiais de pé de barro que abundam pelas equipas da capital. Perdemos por incompetência própria. Perdemos, porque entrados em Maio, ainda não somos capazes de algo ao alcance de qualquer equipa mediana: Controlar um jogo!!!

Ganhámos muitos jogos. Verdade. Uns por manifesta superioridade nossa, muitos outros (demasiados) na raça, no querer, no coração, no lutar até à última gota de suor. Poucos, muito poucos, na inteligência.

A Taça da Liga perdeu-se pela incapacidade de dominar e controlar uma equipa mediana e temerosa como é o Sporting atual. Com tudo para os esmagar, colocámo-nos a jeito para que a fortuna equipasse de verde. Nos 90 minutos e nos penalties. Mergulhados num autismo incompreensível, o jogo da última jornada contra esta mesma equipa, só não foi mais do mesmo, pela raça e orgulho ferido. Esperemos que no próximo sábado, finalmente tenhamos aprendido algo contra este banal adversário.

No campeonato, mais do que o empate em Vila do Conde, foi em casa com o Guimarães que se começou a perder o título. Imperdoável o laxismo, a desorientação, os traços de estupidificação coletiva que se verificaram nesse jogo. Três pontos perdidos, que nos teriam colocado a festejar na baixa sábado passado. A juntar a este desaire, a derrota caseira com o slb. Uma equipa que vai na frente do rival na classificação, e até se coloca a vencer na partida, não pode cometer o chorrilho de erros que fez. Mourinho nunca teria perdido aquele jogo. Vítor Pereira nunca teria perdido aquele jogo. Até arrisco dizer que o Lopetegui nunca teria perdido aquele jogo. Porquê? Porque simplesmente sabiam como o fechar. Como esconder a bola. Aguentá-la! Como irritar o adversário. Como não a dar ao desbarato. Enfim... como usar a cabeça!

Todos estamos em dívida com Sérgio Conceição. Foi o Homem certo, no momento certo, para trazer a mística e a garra de volta ao Dragão. Mas Sérgio também tem que perceber que a evolução é necessária. Tem que ser mais cerebral e menos emocional. Façamos votos que o peso do grisalho dos cabelos, juntem à sua valiosa emoção, a razão que tantas vezes lhe tem fugido.

A acontecer, com a vantagem de uma previsível dúzia de caras novas e virgens, sedentas de títulos, e prontas a serem instruídas no espírito do Dragão, algo me diz que na próxima época teremos todos os motivos para sorrir.

Termino por aqui a minha participação no BiBó PoRtO. Queria agradecer ao Administrador a confiança que depositou em mim, aos Colegas de blog pela sempre interessante troca de ideias e perspetivas, e claro, a todos aqueles que acompanharam as minhas crónicas.

Um Muito Obrigado a todos!!!

E sábado... É PARA TRAZER O CANECO, CARAGO!!!

PS. Como ilustração final, deixo o nosso (futuro ex-)capitão. Tudo menos consensual. Exasperou-nos com os seus erros. Deu-nos a maior alegria da última meia dúzia de anos. Não consigo encontrar melhor figura para exemplificar o instável passado recente portista. Façamos votos que o futuro seja bem mais radiante. Para ele... e para nós! Até Sempre!

21 maio, 2019

O MEU ÚLTIMO POST. MUITO OBRIGADO A TODOS VOCÊS!


420 posts depois, quase 12 anos depois (estreei-me em junho de 2007) do meu 1º texto, escrevo pela última vez neste espaço de referencia da blogosfera azul e branca.

Ao longo destes quase 12 anos partilhei com todos vocês as minhas alegrias, tristezas, dúvidas e reflexões sobre o CLUBE QUE TANTO AMO.

Durante esses 12 anos em que aqui escrevi, partilhei convosco seguramente muito mais alegrias que tristezas. Apesar dos últimos anos não terem sido famosos, neste período de tempo partilhei convosco a alegria de uma brilhante conquista europeia, algo em que os nossos rivais não metem a mão há mais de 50 anos, partilhe a conquista de um tetracampeonato em 2009, a brilhante conquista em 2011 com as luzes fechadas e a rega acesa, o momento Kelvin, o fantástico campeonato ganho no ano passado impedindo mantendo-nos como último clube português que detém um pentacampeonato, por entre outros momentos de conquista que felizmente tivemos ao longo destes anos.

No meu último post, quero de forma muito especial deixar as seguintes palavras:

Muito obrigado ao fundador e administrador deste blog por me ter dado a oportunidade de escrever neste fantástico espaço, escolhendo-me no já longínquo casting de escolha de “novos bitaiteiros” em meados de 2007. Obrigado por tudo!

Muito obrigado a todos os atuais e antigos colaboradores do blog pelos momentos de reflexão, partilha de alegrias e também algumas tristezas. Foi um prazer ler os vossos artigos e refletir convosco sobre o nosso FC Porto!

Muito obrigado a todos os meus leitores, a quem comentou os meus posts, a quem comigo refletiu sobre o nosso FC Porto e até a quem discordou por completo das minhas opiniões, porque a divergência é também de salutar em democracia. A liberdade permite isso mesmo, a livre troca de ideias, sem mordaças, sem medos, nem limitações. O meu objetivo foi sempre refletir em conjunto e nunca escrever textos em modo monólogo, apenas agarrado às minhas convicções. Procurei sempre interagir com quem comentava os meus posts, promovendo um debate saudável, frutuoso mas sempre com respeito pelo clube e seus profissionais;

OBRIGADO A TODOS!

FC PORTO SEMPRE... NAS VITÓRIAS E NAS DERROTAS!!!

18 maio, 2019

CAMPEONATO DA VERGONHA.

FC PORTO-sporting, 2-1

À entrada para a última jornada do campeonato da vergonha, o FC Porto tinha ainda uma palavra a dizer em relação ao desfecho desta competição de mentiras e aldrabices. O futebol português mergulha cada vez mais num manto de suspeições e de falta de verdade desportiva, mas a comunicação social parece uma daquelas lavandarias multinacionais que não se cansa de trabalhar dia após dia.

Como apenas interessava vencer o seu jogo e esperar por um improvável trambolhão em casa do seu rival, o FC Porto fez o que lhe competia no seu estádio. Venceu o Sporting por 2-1, mas manteve-se e terminou no 2º lugar da prova. Sérgio Conceição escalonou um onze muito próximo daquele habitual onze-base. Apenas Brahimi ficou no banco, cedendo o lugar a Otávio. Na defesa, Militão regressou à ala, deixando a dupla de centrais formada por Pepe e Felipe.


Desde o minuto inicial que o FC Porto procurou o golo, mas sem precipitações. Os Dragões sabiam que tinham um oponente de valor e que iria vender cara a derrota na partida. Contudo, aos 17 minutos, Corona aproveitou muito bem uma desatenção defensiva leonina e na contra-ofensiva foi agarrado por Borja quando se isolava para a baliza de Renan. O árbitro, incompetente como quase sempre, mostrou a cartolina amarela, mas foi alertado pelo VAR para rever a decisão. Convidado a visualizar as imagens, reverteu a decisão, mostrando a competente cartolina vermelha ao jogador leonino, sem margens para dúvidas.

Já é hábito nos jogos do FC Porto a tomada de decisões permanentemente erradas e sempre contra o FC Porto. Quando vejo os jogos da equipa azul-e-branca, tenho evitado, por exemplo, festejar os golos antes de confirmados porque já sabemos que estes artistas são capazes de meter as mãos pelos pés e tomar as decisões mais absurdas que há no futebol. A tecnologia do VAR provou esta época que, em vez de vir para ajudar como seria suposto, veio para “aldravar”.

Depois da expulsão, os Dragões tiveram uma maior predominância no jogo como seria de esperar e criaram verdadeiros embaraços para a defensiva verde. O s ataques e tentativas à baliza de Renan sucederam-se minuto a minuto. Marega esteve perto do golo à passagem dos 25 minutos e dez minutos depois chegou mesmo a introduzir a bola na baliza contrária, mas o maliano estava em fora-de-jogo. A fechar o primeiro tempo, Alex Telles quase repetia o golo marcado na Madeira, na semana passada, mas Renan sacudiu a bola com a ponta dos dedos.


Sérgio Conceição foi para o intervalo com a clara sensação de que haveria que mudar algo na equipa, principalmente pelo facto de estar a jogar em superioridade numérica. Manafá e Brahimi entraram ao intervalo para os lugares de Pepe e de Otávio. Militão passou para o centro da defesa, fazendo parelha com Felipe. Apesar destas mudanças, a equipa portista não conseguiu asfixiar o seu adversário. A equipa do Sporting estava bem organizada no seu terreno e espreitava o contra-ataque, mas sem efeitos práticos.

No entanto, à passagem dos quinze minutos da etapa complementar, o Sporting, sem nada justificar, aproveitou da melhor forma um erro defensivo portista. Num passe disparatado de Corona, Diaby desmarcou Phelyppe e este colocou a bola na baliza de Vaná. Sentiu-se, no estádio, que o golo não iria ser entrave para o FC Porto virar o jogo, mas havia que ser mais assertivo e rigoroso a atacar.

A equipa portista começou a carregar fortemente sobre a equipa lisboeta. Danilo rematou à trave aos 72 minutos e cinco minutos depois na cobrança de um pontapé de canto cobrado por Corona, a bola foi ter à cabeça de Soares que a colocou, de imediato, à mercê do trinco português. O jogador portista, também de cabeça, empatava a partida.


Depois do empate restabelecido, assistiu-se a um verdadeiro sufoco à baliza de Renan. O lance que antecede o segundo golo portista é sintomático. Marega isolou-se pela direita, aos 86 minutos, colocou a bola para o remate de Aboubakar, entretanto entrado para o lugar de Telles. A bola foi defendida por Renan e sobrou para Herrera que também rematou dentro da área contra um defesa contrário. Acuña tentou sair a jogar, mas a bola foi interceptada por Corona. O mexicano cruzou para o cabeceamento de Soares para a baliza. Só que Mathieu salvou a bola em cima da linha de baliza, com um corte para cima das malhas.

Na sequência, o canto foi batido por Corona, Felipe interceptou de cabeça e Herrera, num pontapé de moinho, fez o resultado final, colocando os Dragões em vantagem. Com 2-1, o Sporting jamais conseguiu reagir. Apesar de tudo, tempo ainda para uma confusão entre jogadores de ambas as equipas que culminou com a expulsão de Corona.

Terminada a liga da vergonha, as atenções viram-se para a final da Taça de Portugal, no estádio de Oeiras onde o FC Porto volta a medir forças com o Sporting, no próximo Sábado. O vencedor desse jogo vai arrecadar o segundo troféu mais importante do futebol português. Esperemos todos que a falta de vergonha não se transfira para o Jamor.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Temos um título para conquistar no próximo fim de semana"

Um jogo num contexto difícil
“Sabíamos que, por tudo o que tem acontecido nas últimas semanas, seria muito difícil ganhar este campeonato. Tínhamos de fazer o nosso trabalho mas não entrámos com o entusiasmo que eu queria. Era um jogo num contexto difícil. Passámos muitas jornadas do campeonato no primeiro lugar, fizemos nestes dois anos 88 e 85 pontos, ultrapassámos os 170 pontos, é algo de realçar, mas infelizmente não chegou para sermos bicampeões. Temos um título para conquistar no próximo fim de semana e temos de dar o nosso melhor para o conquistar. Na segunda parte, já fomos mais iguais a nós próprios e fomos à procura da vitória. Independentemente do que se passasse no outro estádio, o importante aqui era ganharmos e ficarmos com os três pontos. Conseguimos uma vitória justa.”

A expulsão de Jesús Corona
“Só é pena esta parte final. Não vi nenhuma agressão por parte do Corona e ficámos sem um jogador importante para a final. Tenho ali o jogador totalmente destroçado, devido a uma situação em que ele não fez absolutamente nada. Houve ali muitos jogadores naquela escaramuça que tiveram intenção mas só o Corona foi expulso.”


Comentários prometidos para a próxima semana
“Depois de sábado falarei em relação a muitas coisas, neste momento é focar no trabalho e na disputa do título que temos pela frente.”

O agradecimento aos adeptos no final
“É por tudo o que foi esta época, por todo o que é esta paixão que existe neste clube, por tudo aquilo que é a relação entre a equipa e os adeptos. Têm sido dois anos maravilhosos, mas infelizmente não se podem vencer todos os títulos. Temos um título agora na próxima semana para lhes oferecer, porque eles merecem, o clube e os adeptos.”



RESUMO DO JOGO

12 maio, 2019

PASSEIO PELA MADEIRA.


NACIONAL-FC PORTO, 0-4

A viagem à Madeira foi para o FC Porto uma deslocação tranquila e sem sobressaltos. Os Dragões apresentaram-se com o claro objectivo de conquistar os três pontos e manterem a decisão do título até à última jornada. Sem realizarem uma grande exibição, os azuis-e-brancos dominaram e controlaram o jogo desde o início.

Sérgio Conceição, sem poder contar com Herrera e Brahimi e deixando Pepe no banco, apostou num meio-campo com Danilo e Óliver com o apoio de Otávio que descaía para as alas. O jogo iniciou-se com as devidas cautelas, até porque o Nacional jogava a derradeira oportunidade de se manter na primeira liga.


Não foi por acaso que aos 12 minutos o Nacional desperdiçou uma soberana oportunidade de golo. Militão cortou um lançamento longo de cabeça, mas de uma forma deficiente, Vaná saiu extemporaneamente da baliza, a bola sobrou para Marakis que, de baliza aberta, rematou às malhas laterais. O primeiro e único momento de grande susto para o FC Porto foi, de facto, a primeira situação de jogo.

Na resposta, o FC Porto chegou ao golo. Alex Telles foi chamado a cobrar um livre quase em zona frontal, após derrube a Otávio, e inaugurou o marcador com um golo de belo efeito. A partir daí o Nacional parece ter acusado o golo e o FC Porto baixou, de certa forma, a intensidade. O jogo perdeu alguma emoção e o ritmo baixou, de certa forma.

Perto da meia hora, Óliver Torres, em “slalom”, aproveitou o espaço para correr até à grande área do Nacional e rematou para a baliza contrária com sucesso. O jogo tornava-se um pouco à semelhança do que aconteceu há 15 dias atrás em Vila do Conde. Uma vantagem de dois golos que dava um certo conforto, mas jamais para descansar à sombra de tal "score".


Até ao intervalo, o Nacional ainda ameaçou a baliza de Vaná sem grande perigo e o FC Porto chegou com perigo à baliza de Daniel, num remate de meia distância de Marega para defesa apertada do guardião contrário.

O regresso das cabines pouco trouxe de novo. O FC Porto numa toada morna, a controlar o jogo e o resultado e o Nacional sem conseguir criar qualquer situação de golo junto da baliza de Vaná. Aos 55 minutos, no entanto, os Dragões concretizaram com sucesso o que desperdiçaram frente ao Rio Ave. Otávio desmarcou Marega, em profundidade e este cruzou para a área, onde Corona, à meia volta, fez o 3-0.

Com o resultado de três golos de diferença, o Nacional deitou, por completo, a toalha ao chão. O FC Porto aproveitou para levar mais perigo à baliza alvi-negra, mas Marega, isolado, desperdiçou o lance.


Tempo ainda para o “artista” do costume prevaricar contra o FC Porto. Riascos escapou-se para a baliza portista e, na grande área, simulou, autenticamente, um penalti. Carlos Xistra, a dois metros do lance, apontou para a marca de onze metros. O VAR, chamado a intervir, aconselhou o “artista” a visualizar o lance. Depois de rever, Xistra reverteu a decisão. Um lance claro como a água e visível a olho nu, mas já sabemos o que a casa gasta.

A dois minutos do fim, na conversão de uma grande penalidade (agora, sim, existente), Marega estabeleceu o resultado final, ampliando o resultado para 4-0. Com este resultado, o FC Porto adiou a decisão do campeão para a última ronda. O seu rival venceu também o seu jogo, com uma arbitragem escandalosa como não há memória.

Com o campeonato praticamente decidido a favor dos nossos rivais, ao FC Porto resta terminar a prova da melhor forma com uma vitória frente ao Sporting e preparar, da melhor forma, o jogo da final da Taça de Portugal frente ao mesmo adversário que pode valer um troféu, atenuando, assim, a perda do bicampeonato.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Tornámos o jogo mais fácil"

A vitória num jogo exigente
“A pressão faz parte do nosso dia a dia, no sentido em que somos muito exigentes no nosso trabalho. Era um jogo que se podia complicar, porque era uma final para o Nacional, num dia muito quente, e o Nacional tem boas individualidades. Tornámos o jogo mais fácil, muito focado no objetivo e no que foi planeado, com o intuito de explorar algumas das fragilidades defensivas do Nacional. Conseguimos muitas oportunidades e o resultado é um espelho do que se passou no campo.”

A disputa pelo título nacional
“Nós tínhamos de fazer o nosso trabalho. O compromisso deste grupo era sermos primeiros no fim deste jogo. Não dependemos de nós para sermos campeões. Queremos ganhar o nosso último jogo, no Dragão.”


Os nervos gerados por uma luta acesa
“Os nervos estão sempre presentes para quem vive isto com paixão. Quando não os há, nós arranjamos motivos para tê-los.”

Um grupo especial
"Desde que comecei a minha caminhada no FC Porto, a união tem estado sempre presente e tem sido um fator importante que nos permitiu ganhar o campeonato no ano passado, a Supertaça e ter a possibilidade de ganhar a Taça de Portugal. O espírito é bom e já o disse. Este é o melhor grupo que apanhei como treinador e jogador."



RESUMO DO JOGO