30 setembro, 2016

NA TERRA DOS LEITÕES… COMEMOS OS LAMPIÕES!


Um fim-de-semana, quatro jogos ao vivo para apoiar o FC Porto.

Sexta-feira ao final da tarde recepção ao rival do Ramaldense. Os remendados são um clube que sempre odiou o FC Porto, hostilizando-o e nunca tendo qualquer problema em assumi-lo. Não partilho portanto da opinião de muito portista que até possa eventualmente simpatizar (?) com esse clubezinho, lá por ser da cidade do Porto. Da cidade do Porto é o FC Porto e mais nada. O resto é paisagem. São um clube a quem gosto especialmente de ganhar, pois sei a forma como olham para o azul e branco.

E o azul e branco até entrou a perder, mas deu a volta ainda na primeira parte e marcou mais um na segunda ganhando por 3-1. Um jogo iniciado num horário ridículo, teve o apoio dos habituais ultras presentes no estádio, tanto na Norte como na Sul. No sector visitante uma antiquíssima presença boavisteira. Uma deslocação ao estádio do Dragão prometia muito mais gente, mesmo numa sexta-feira às 19h. Praticamente nunca se fizeram ouvir e foram constantemente abafados pelos nossos adeptos. Destaque para o mítico “uma rotunda, vocês são uma rotunda” e “o orgulho da Invicta somos nós”.

Três pontos conquistados, objetivo cumprido.


Sábado depois do almoço a saga começa no Olival. Vitória por 2-0 dos juniores contra o Braga num excelente jogo dos nossos miúdos. Terminam os juniores e arrancamos para o Dragão Caixa. Apoio ao andebol num difícil jogo contra o Águas Santas, que só se resolveu na segunda parte e com um hat-trick do nosso GR Hugo Laurentino! Empurrámos a equipa para a frente como pudemos!

Termina o andebol e cerca de 100 ultras do FC Porto arrancam de carro em direção à Mealhada. Chegava o prato principal, um aliciante FC Porto x lampiões em campo neutro, para a Supertaça de hóquei em patins. E tal como já tinha acontecido anteriormente, os ultras do FC Porto levaram a melhor e mostraram mais uma vez a sua força. À porta do pavilhão estivemos cerca de trinta minutos. Quando o árbitro está praticamente a dar início ao jogo e já com quase todos os nossos ultras dentro do pavilhão, chegam os No Name Boys e alguns Diabos Vermelhos. Mais uma vez chegados em cima da hora, criou-se ali alguma confusão durante uns minutos. A polícia impediu a saída dos nosso adeptos da bancada e os lampiões foram encaminhados para o sector que lhes estava destinado.

No jogo jogado, grande vitória do mágico Porto!!! À semelhança do que aconteceu em Junho na final da taça de Portugal, uma estrondosa vitória que acabou uma vez mais connosco a cantar “fiquem para a festa!”. Durante o jogo um excelente despique nas bancadas, um jogo entusiasmante e que por vezes contagiou os adeptos ditos “normais”, que acompanhavam os cânticos.

Vitória dentro e fora do ringue, é a pronúncia do Norte, somos o povo mais forte!


Terça-feira deslocação a Leicester para a Liga dos Campeões. O FC Porto apadrinhou a estreia da equipa inglesa na prova e os Super Dragões e o Colectivo disseram ”presentes”. Se havia dúvidas ficaram dissipadas durante o jogo, tal foi o apoio ouvido através da TV. Mas ainda não foi desta que quebrámos o enguiço de ganhar em Inglaterra em jogos oficiais. Obrigado a todos os presentes.

Next Stop: Quero voltar para a ilha!

Um abraço ultra.


29 setembro, 2016

PARABÉNS, VERDADEIRO PORTO.


São 123 anos de glórias, de muita história, de luta, de garra e determinação.
São 123 de vitórias, de alegrias e algumas tristezas.
São 123 de uma paixão imensa, de uma identidade própria e distintiva.

O Porto somos nós!
O Porto é o Sr. Manel do talho, é a D. Maria da sapataria, é o Zé do restaurante e é a Berta do café.
O Porto é o Dr. António da urgência do S. João, é a deputada Joaquina do parlamento e é a Juíza Armanda do tribunal administrativo do Porto.
O Porto é o povo, o Porto é a nossa gente, o Porto é esta cidade, esta região, este Mundo!
O Porto é enorme, está em todo lado, está no coração de cada um, está na cabeça de todos.

Ser Porto é o olhar triste de quem olha para o insucesso, é a força que cada um sente em querer mais e melhor, é o coração apertado por ver uma criança a chorar numa derrota, é ter as pernas a tremer quando ouve Maria Amélia Canossa.
Ser Porto é ser fiel, é ser honesto, é ser transparente, é ser verdadeiro.
Ser Porto é ser solidário, é ser amigo, é ser companheiro.
Ser Porto é ser equipa, é ser grupo.

A história é para ser recordada, celebrada e festejada.
A história é para ser inspiradora, é para ser mostrada e servir de impulso para o futuro.
A história não é o futuro, a história não pode ser o álibi do futuro.

O futuro do nosso Porto... bem, esse é para ser escrito por cada um de nós em cada um dos nossos dias. Mas escrevê-lo com respeito pelo passado e com uma ambição imensa de ser melhor no futuro.
Mas esse futuro não vai aparecer apenas porque sim, apenas porque somos nós, apenas porque somos Porto. Não, o futuro que almejamos vai exigir o melhor de cada um de nós. Vai exigir que sejamos capazes de engolir o orgulho e que nos coloquemos na rua numa luta sem quartel por aquilo que queremos e desejamos.

Ninguém nos vai dar nada, ninguém nos vai facilitar nada, ninguém vai permitir que ganhemos nada. Mas e quem nos deu no passado? Ninguém!
Mas nós fomos capazes de lutar contra montanhas infinitas, contra castelos tremendos e exércitos inumeráveis, e sempre sem saber se seriamos capazes de derrubá-los... apenas fazíamos do amor imenso por este clube a maior e melhor de todas as armas... e isso trouxe-nos até aqui!
Trouxe-nos até um tempo onde temos que voltar a ser iguais a nós próprios, onde temos que voltar a ser Porto, onde temos que voltar a ser guerreiros, onde temos que voltar a não saber se vamos ganhar mas a não ter medo de lutar.
Trouxe-nos a um tempo onde mais do que exigir que alguém faça pelo Porto, nós temos que estar disponíveis para fazer pelo Porto.
Trouxe-nos a um tempo onde temos que parar de apontar as culpas dos outros, os erros dos outros, e a ser nós próprios a fazer. Quero lá saber se são eles que o ganham, quero lá saber se são eles os profissionais, quero lá saber se a obrigação é deles... eu quero é ajudar o Porto!

A prosa pode parecer lamechas e apenas para encher.
Mas só o será se todos não pararmos para perceber se estamos a ser Porto, se queremos continuar a ser Porto.
Só o será se continuarmos a achar que tudo está mal mas só os outros têm de mudar.
Só o será se insistirmos em ser portistas modernos em vez de portistas apaixonados.
Só o será se acharmos que a culpa é o Pinto da Costa, do Antero e do Caldeira, e não percebermos que nós também estamos diferentes.

Eu quero de volta o Porto, eu quero os portistas de volta!
Quero sentir o ardor de quem ama o seu clube.
Quero sentir a justiça de quem cobra mas apoia.
Quero sentir o desespero de não ganhar.
Quero deixar de sentir a fatalidade da derrota.
Quero deixar de sentir a naturalidade da fatalidade.

Eu quero o Porto, o meu Futebol Clube do Porto, o nosso Futebol Clube do Porto lutador, guerreiro, bairrista, tripeiro, conquistador, ambicioso, unido e vencedor.
Eu sei que este Porto ainda existe, eu sei que este Porto está vivo, eu sei que este Porto vai voltar.

Mas para ti meu Porto, e para todos nós que te amamos e choramos por ti, um voto de Parabéns, e um grito imenso de que te Amo!

27 setembro, 2016

ONDE ANDAS, MEU PORTO?


LEICESTER-FC PORTO, 1-0

Tenho saudades do FC PORTO. Habituei-me durante 30 anos a ver o meu FC Porto a vencer, a conquistar títulos, a ultrapassar barreiras inimagináveis. Aprendi que no FC Porto não há limites, não há impossíveis e que ninguém diga irrepetível. O clube que sempre acompanhei tinha voz, tinha líder, tinha comando e tinha rumo. Era um clube que poderia não vencer sempre mas lutava até à última gota de sangue pela vitória.

Tenho saudades do espírito guerreiro, do jogador à Porto, da mística do Dragão. Ouvir o nosso líder era um regalo. Para os adversários, era um inferno. Ter sempre presente a frase do nosso MESTRE: “Enquanto fomos bons rapazes, fomos sempre comidos” era sina qua non. O FC Porto que eu sempre conheci e que nasceu em 1976, não existe. Acabou, “morreu”, desapareceu, estará em parte incerta.

Estou extremamente triste e desolado com a equipa que o FC Porto dispõe actualmente. Por mais vontade e crer que manifeste, esta equipa é muito curta para a Champions League e curta suficientemente para se quedar pelo 3º lugar na Liga NOS.


Ouvi e vi há poucos dias, o presidente em exercício dizer que esta época é uma época de transição. Fiquei, de certa forma chocado com o que vi e ouvi pois jamais o FC Porto que pouco ou nada ganhava, tinha este discurso. O FC Porto de 1976-77 e o FC Porto de 1981-82 jamais tiveram este discurso.

Os clichés Somos Porto, Sempre Preparados, Sem Igual, Sabor a Cacau, blá blá, são tudo para encher chouriços. Justificar os insucessos e as estrondosas derrotas com as arbitragens e reagir apenas pelos meios tecnológicos onde não se vê quem dá a cara, em vez de sair a terreiro uma voz forte, de liderança, com presença e que defenda os nossos interesses como tivemos durante mais de 30 anos, é uma estratégia sem rumo e sem sentido. É muito triste!

Em Abril deste ano, ouvi o presidente em exercício afirmar que o FC Porto estava em pré-época e que na época seguinte não haveria margem para erros. Em Agosto, a pré-época continuou e uma equipa inexistente assim se mantém. Estamos a entrar em Outubro e é claro como a água que não temos equipa e não temos fio de jogo, não temos um onze sólido e de base e não temos um timoneiro. O presidente continua ausente e remetido ao silêncio. A não ser para falar no chocante ano de transição.

Ano de transição porquê? Para conseguir mais um balão de oxigénio para os próximos tempos? Para adiar ainda mais o inadiável? Não concebo uma estratégia destas e não posso aceitar. Acho que é hora de dizer BASTA!


Eu percebo que muita gente compreenda mal e recuse os fins de ciclo. Eu tento entender que as pessoas não queiram ver o óbvio. Mas pior do que um cego, é aquele que não quer ver. E enquanto uma boa parte assobia para o lado e outra parte é conivente ou acredita no D. Sebastião, vamos assistindo aos poucos ao enterro do clube.

O FC Porto apresentou-se nesta Terça-feira em Leicester com um 4x4x2 indefinido. Com 3 meses de clube, Nuno Espírito Santo continua a fazer experiências, sentindo-se, por vezes, perdido nas opções que faz e na incapacidade de reacção às adversidades. Será que o homem sabe o que está a fazer?

De Leicester, o FC Porto trouxe uma derrota por 1-0, no jogo da segunda jornada da fase de grupo da Liga dos Campeões, com um golo do carrasco do FC Porto. Islam Slimani continua a desbaratar a defensiva portista. Perante um adversário mediano da Liga Inglesa, os Dragões averbaram a 16ª derrota da história em terras de Sua Majestade.

Com as indefinições de Espírito Santo, o FC Porto dá vantagens aos adversários jogo após jogo e nesta noite não fugiu à regra. O Leicester dominou a primeira parte frente a uma equipa azul e branca sem fio de jogo e sem identidade.

Os Dragões sabiam que iriam defrontar uma equipa rotinada, com uma agressividade física impressionante e rápida nas transições ofensivas. Em toda a primeira parte, o FC Porto teve apenas dois lances de perigo. Um aos 5 minutos com um excelente passe de Otávio a isolar André Silva, que perante a saída de Schemeichel e de costas para a baliza, tentou o chapéu. A bola não passou longe do poste. O outro lance foi num livre cobrado por Layun, que rasou o poste contrário.


Por sua vez, o Leicester conseguia com facilidade alcançar a baliza de Casillas que teve que se aplicar algumas vezes, pese embora também algum desacerto da equipa inglesa.

Para quê mudar um 4x3x3 com que iniciou a pré-época e a própria época que parecia ser a identidade da equipa para jogar com um 4x4x2 sem se perceber muito bem o que cada jogador faz dentro de campo? Se os processos do 4x3x3 não estão solidificados nesta equipa, porquê andar com experiências absurdas?

Felipe esteve muito mal aos 25 minutos no golo dos Leicester. Mahrez subiu, cruzou, Vardy saltou na área, mas não chegou, e Slimani antecipou-se a Felipe e cabeceou para o fundo na baliza, fazendo o resultado final.

E sobre a primeira parte estamos conversados.

Regressa a equipa do balneário com mais do mesmo. Foram então precisos 63 minutos para o timoneiro repor o 4x3x3. Herrera rendeu André André, Diogo Jota entrou para o lugar do invisível Adrián Lopez e mais tarde Corona entraria para a direita do ataque, substituindo o apagado Óliver Torres. O FC Porto criou a partir dos 70 minutos boas oportunidades por Herrera num remate sacudido por Schemeichel, Diogo Jota numa boa iniciativa individual e Corona numa “bomba” ao poste ao cair do pano.

A equipa portista conseguia em 4x3x3 encostar o Leicester às cordas e não permitiu que saísse em transições rápidas. Mas volto a perguntar: porquê dar a vantagem ao adversário quando poderemos, com a nossa identidade e o nosso modelo de jogo, fazer o que nos compete sem recear o adversário?


O FC Porto pode queixar-se de si próprio com a derrota averbada no jogo desta noite mas também com uma queixa grave do árbitro que, no último minuto, sonegou uma grande penalidade aos portistas por cargas duplas sobre André Silva e Marcano, autenticamente agarrados na grande área inglesa. Insólito nesse lance foi ver o árbitro turco marcar uma falta mas ao contrário, sem se visualizar qualquer infracção portista.

Mas não podemos estar à espera da sorte que Corona não teve com a bola no poste ou nas decisões do árbitro para vencermos os nossos jogos. Temos é que ter juizinho e não dar vantagens aos adversários.

Os Dragões somam apenas um ponto ao fim de duas jornadas. Estão no terceiro lugar do grupo. É hora de arrepiar caminho e começar a fazer pela vida já no próximo Sábado na Choupana.



DECLARAÇÕES

Nuno: “Tivemos oportunidades para que o resultado fosse outro”

Nuno Espírito Santo admite que, com a derrota em Leicester (1-0) e com um ponto conquistado ao final de duas jornadas do grupo G, se reduz “bastante” a margem de erro do FC Porto para conseguir o apuramento para os oitavos de final da Liga dos Campeões. Numa análise à partida, o técnico considerou que na segunda parte os Dragões foram dominadores e estiveram perto daquilo que é pretendido, mas faltou a eficácia. Agora, é “imperioso” derrotar o Club Brugge na terceira jornada, na Bélgica.


A análise
“A segunda parte foi muito melhor em tudo. A equipa encontrou-se, foi o FC Porto que queremos, que teve posse de bola mas não conseguiu aproveitar as ocasiões para fazer o golo. Isso tem de ser melhorado, é eficácia. Tivemos oportunidades suficientes para que o resultado fosse outro. No sentido do que é o grupo, a margem de erro reduz-se bastante.”

Processo de crescimento
“O plano de jogo era este. A equipa tentou, na segunda parte esteve mais próxima da imagem que pretendíamos. Mas é tudo um processo de crescimento, falta a confiança necessária para uma vitória trazer outra e outra. Para conseguir pontos temos de ser uma equipa madura, capaz de dominar o jogo, porque esse é o FC Porto que queremos.”

Trabalho pela frente
“O resultado não cria duvidas, o convencimento é que não é absoluto. Os jogadores precisam de sentir que controlam a ideia de jogo e são eficazes. Isso é que é convicção absoluta. Agora temos trabalho, os jogadores identificam onde podemos melhorar. Vamos reagir a este resultado e tentar de forma sustentada ganhar jogos.”

Margem de erro
“Ficámos com uma margem de erro reduzida. Há 12 pontos para disputar, sem metas nem limite. No próximo jogo é imperioso ganhar.”

Penálti por marcar?
”Em relação ao lance não vi, os jogadores dizem que são objeto de falta. Tenho de ver para poder avaliar melhor.”

As substituições
“A ideia é tentar melhorar a produção da equipa. Os jogadores entraram bem e estou convencido de que temos opções e jogadores capazes de alterar o rumo do jogo, o que não aconteceu talvez por alguma falta de critério, precisão e sorte na ocasião do Corona.”



RESUMO DO JOGO

AS NOSSAS MODALIDADES – RESUMO DO FIM DE SEMANA.


JOGO DA SEMANA
HÓQUEI EM PATINS

Começou a época este fim-de-semana e logo com um jogo que entra para a categoria de jogo da semana, uma vez que estava em causa um troféu e o adversário era o inimigo de muitas batalhas.

Jogo esse que começou da melhor forma para as nossas cores, já que ainda bem dentro do 1º minuto, nos encontrávamos já em vantagem, vantagem essa que fez abalar a confiança dos do alto dos moinhos que sentiram a falta do seu melhor jogador da época passada, Miguel Guilherme.

Essa quebra na confiança, fez com que o 2-0 surgisse naturalmente no marcador e ao 5º minuto de jogo, fosse alcançado uma vantagem de 3-1. Os golos continuaram a surgir até ao intervalo, pintando o marcador com um bonito 7-2, fruto de uma grande primeira parte da nossa equipa. Nem mesmo as faltas com que a nossa equipa era carregada, permitiam disfarçar a diferença no marcador.

Entrada na 2ª parte de menos acerto para nós, em contraponto com os do alto dos moinhos que rapidamente chegaram a um perigoso 7-6 no resultado. Nessa altura, a equipa voltou a unir-se e focar no objetivo principal, e fruto de alguma inspiração, conseguiu secar a fonte lisboeta e abrir brechas na muralha defensiva, voltando a dilatar o marcador até um justíssimo 13-7.


AS OUTRAS MODALIDADES

A equipa de ANDEBOL seguiu o seu caminho de vitórias em 2 jogos desde a última crónica, a primeira na viagem a Avanca e a seguinte na receção ao Águas Santas liderado pelo sempre chorão, Paulo Faria, treinador que tentou inventar o que já tinha sido inventado em 1919 por Karl Schelenz, o andebol, e há semelhança do treinador do Batumi, que pretendia atacar em superioridade numérica, retirando o guarda-redes e colocando mais um elemento de campo. Depois de surpreendidos inicialmente e após maior acerto defensivo, o marcador foi caminhando no sentido da nossa vitória, tendo uma das figuras sido o guarda-redes Hugo Laurentino, com um largo número de defesas... e 3 golos.

Por fim, o BASQUETEBOL terminou a pré-época e começa hoje a sua época com a desafiante eliminatória de acesso à FIBA Champions League. O primeiro jogo, realiza-se já hoje pelas 21h30, no Dragão Caixa, logo após o fim do jogo de futebol em Leicester, pelo que peço a todos os que possam deslocar-se ao pavilhão o façam, de modo a darmos o nosso contributo para um passo muito importante nesta duríssima eliminatória com a Juventus Utena da Lituânia.



Abraco,
Delindro

26 setembro, 2016

4x3x3 OU 4x4x2?


Parece-me cada vez mais óbvio, e comprovado por aquilo que ocorreu nos últimos jogos, que NES prepara uma alteração definitiva no sistema tático preferencial do FC Porto. Uma equipa que luta por títulos tem de saber jogar em vários sistemas e ter alternativas, não apenas um plano A. Mas, é uma verdade indesmentível que qualquer equipa tem de ter um sistema tático preferencial e utilizado na maioria dos jogos, depois, há as variantes consoante o resultado, os jogadores disponíveis ou até o contexto da competição. O que não pode ocorrer é estar-se a alterar de sistema tático de jogo para jogo, acabando por confundir os próprios jogadores, não criando assim os automatismos necessários a uma equipa.

Por norma, e quem me lê, sabe a minha posição, igual, dos tempos de Jesualdo até José Peseiro. Dou margem de manobra a qualquer treinador para que este implemente as suas ideias, o seu modelo de jogo e as suas estratégias. Considero ser injusto julgar-se qualquer treinador, seja ele qual for, passados 2 meses de trabalho. Neste sentido, compreendo que Nuno ainda tenha duvidas sobre qual o melhor sistema tático a utilizar na maior parte dos jogos. Porém, é desejável que esta dúvida seja dissipada o mais rápido possível. Julgo que é cada vez mais evidente que NES prepara mesmo uma alteração para um sistema 4x4x2, aquela que considero de longe a melhor opção tendo em conta o atual plantel que temos.

O debate sobre o sistema tático do FC Porto deve ser enquadrado na história dos últimos 10 anos do clube. Parece que foi há 40 anos (a julgar pelo desespero atual de muitos Portistas), mas nos últimos 10 anos, o FC Porto ganhou demasiadas coisas, até títulos internacionais, algo que os clubes lisboetas não alcançam há mais de 50 anos. E ganhou tudo isso, utilizando quase sempre, com exceção das habituais alterações táticas quando o resultado é negativo, um sistema tático constituído por 4 defesas, 3 médios (1 trinco e 2 médios de transição) e 3 avançados (2 extremos e 1 ponta-de-lança). Compreendo por isso que nos últimos 3 anos em que as coisas não têm corrido manifestamente bem, a questão fundamental e mais difícil de responder seja a seguinte: para quê mudar um sistema tático que apesar de tudo, tantos sucessos deu nos últimos 10 anos?


Do meu ponto de vista, a grande questão é que ao longo desses 10 anos tivemos jogadores para interpretar da melhor forma o sistema tático 4x3x3. Tivemos Falcao, McCarthy ou Jackson para jogar como único ponta-de-lança, num trio de ataque servido por extremos como Quaresma, James, Varela (o de 2010/2011 não tem nada a ver com o de hoje!), Lisandro ou Hulk. No atual plantel, não querendo menorizar nenhum jogador em particular, a verdade é que não se vislumbram jogadores com características para jogar nesse sistema. Não temos, por exemplo, um extremo de qualidade excecional, nem um ponta-de-lança que possa jogar sozinho sem um apoio mais direto e efetivo, como acontece num sistema com 2 avançados. Temos outras valências que podem e devem ser aproveitadas por NES. Por exemplo, aproveitar o excesso de soluções para o meio-campo, aproveitar Corona como 2º avançado ou Brahimi a jogar na posição 10, algo que nunca vi, mas que gostaria de ver porque creio que as características do jogador poderiam encaixar bem nessa posição.

Dito isto, é desejável que se trabalhe num sistema tático, sem ziguezagues ao sabor dos resultados, porque neste momento, a fase é de desenvolvimento da equipa com novo treinador, vinda de época horrível e com as habituais dúvidas em torno da competência, do treinador, e de muitos jogadores. Apesar de já se ter perdido 5 pontos, não entro em demasiado pessimismo, nem desespero, não era expetável que passássemos da pior época dos últimos 35/40 anos para um início de época fantástico, com um futebol perfeito, sem lacunas, nem problemas habituais numa equipa em desenvolvimento. Nada disto quer dizer falta de exigência minha, é verdade que empatar com o Tondela é muito mau e pode ter consequências lá mais para a frente, mas creio que é fundamental perceber que, neste momento, por muito que nos custe, a equipa está em desenvolvimento.

NOTA FINAIS.
  1. A enorme diferença exibicional entre uma 1ª parte bastante aceitável, onde a equipa apresentou boa dinâmica e criou várias oportunidades de golo, e uma 2ª parte em que muitos jogadores pareceram alheados do jogo, para mim, tem muito a ver com a componente psicológica. É evidente que esta equipa, jogadores e mesmo o treinador, vivem momentos de intranquilidade, potenciados por dois resultados (e exibições!) péssimos nos últimos jogos. E por melhor ou pior que seja a qualidade exibicional (por exemplo, o líder jogou pouquíssimo em Chaves e ganhou, "é o que interessa", disse o treinador deles!) só há uma coisa sobre a qual se trabalham bem modelos de jogos: vitórias!

  2. Em 6 jogos do campeonato, o FC Porto foi claramente prejudicado em 5! Já estou farto até à ponta dos cabelos de falar sobre isso e de assistir a isso semana após semana. Em nenhum desses 5 jogos, onde ocorreram lances factuais onde o FC Porto foi prejudicado, vi nas capas dos jornais qualquer referência a esses lances. Isto já cansa... e convém começar a dar nomes às coisas: errar todas as vezes no mesmo sentido não é apenas errar, é outra coisa. Parece que existe uma preocupação em matar já à nascença todas as hipóteses do FC Porto em sequer lutar pelo título, já não bastam os nosso problemas internos, também temos de levar jogo após jogo com asneiras atrás das asneiras de vossas excelências vestidas de preto.

  3. Sanchez demonstrou na conferencia de imprensa que tem a dimensão adequada ao clube que representa: pequenino! Quem marca um golo em fora-de-jogo, vir dizer que jogou contra mais que onze jogadores, é algo que apenas a psiquiatria explica.

23 setembro, 2016

À PROCURA DE UMA EQUIPA.


FC PORTO-BOAVISTA, 3-1

O FC Porto entrou na 6ª Jornada da Liga com uma vitória mas longe de convencer os sócios e os amantes do desporto em geral.

Começa a tornar-se hábito haver mudanças persistentes no onze base. Demasiadas mexidas, no meu ponto de vista, para quem pretende formar uma equipa e para quem necessita de criar rotinas e consolidar processos.


A entrada no jogo não poderia ser pior. A intensidade e a atitude que já se viu em alguns jogos desta época continuam em parte incerta. Por isso, o Boavista sentiu-se algo confortável no início da partida e foi sem surpresa que chegou ao golo logo aos 5 minutos da partida. Mais um golo de bola parada, mais uma entrada em falso da equipa das Antas.

Henrique, autor do golo axadrezado num cabeceamento de belo efeito, estava adiantado em relação à defensiva portista mas nem isso impediu que o árbitro validasse o tento. Começa a ser cada vez mais normal os erros contra o FC Porto.

Apesar de tudo, o FC Porto conseguiu reagir à desvantagem. A equipa de Nuno Espírito Santo, ao contrário das equipas de Lopetegui e José Peseiro, tem conseguido dar uma boa capacidade de resposta às adversidades. A intensidade no jogo subiu significativamente e advinhava-se um golo para equilibrar a contenda.


Foi então que sobressaiu um jogador a quem os adeptos já apelidam de “Dequinho”. Otávio começou a dar nas vistas. Pegou na equipa e os embaraços junto da baliza axadrezada passaram a ser evidentes. Danilo Pereira cabeceou ao poste mas Otávio abriu o livro de seguida. Com um passe magistral para a área, André Silva surgiu na pequena área, de pé esquerdo, e bateu o guarda-redes contrário. Estavam decorridos 19 minutos.

O ponta-de-lança, muito perdulário nos últimos jogos e bastante abaixo do que rendeu na pré-época e nos primeiros jogos da liga, parece querer reaparecer. André Silva bisou a quatro minutos do fim da primeira parte na transformação de uma grande penalidade a castigar um derrube a Otávio.

O Boavista nada justificou na primeira parte depois do golo inaugural. Mas o FC Porto tem muita culpa no cartório pela entrada algo amorfa que tem caracterizado as últimas actuações. Será sempre preciso começar em desvantagem para a equipa acordar? Ou será que este FC Porto amorfo é o FC Porto que temos e teremos?


Na segunda parte o jogo voltou a uma toada morna e pouco intensa da parte dos Dragões. O Boavista tentou acercar-se da baliza portista mas um par de remates de longa distância, não chegou para assustar Iker Casillas. Os portistas passaram grande parte da etapa complementar a controlar o jogo e baixaram o ritmo do mesmo. Não se percebe esta atitude com um resultado tão curto. O Leicester é já na 3ª feira? Deixem-se de tretas e joguem à bola.

No entanto, sem nada prever, Alex Telles confirmou a vitória do FC Porto por 3-1 aos 86 minutos, num cruzamento para as mãos do guardião boavisteiro que acabou por dar o frango, quiçá, da Liga 2016-17.

O FC Porto tem pela frente dois jogos de elevada dificuldade. Primeiro em Leicester para a Liga dos Campeões e depois numa sempre difícil visita ao estádio da Choupana. Para encarar estes dois jogos, os Dragões terão de mudar o chip e entrar com intensidade e concentração máximas. Caso contrário, esqueçam. Não há milagres!




DECLARAÇÕES

Nuno: “Era determinante vencer”

Nuno Espírito Santo admitiu que a vitória frente ao Boavista (3-1) era “determinante” depois do empate de domingo em Tondela. O técnico frisou a reação da equipa ao golo dos forasteiros, logo aos cinco minutos, mas também referiu, no Auditório José Maria Pedroto, no Estádio do Dragão, que há aspetos a melhorar, como o controlo da partida e até o tento sofrido num lance de bola parada.

Golo sofrido
“É uma situação que não pode acontecer, de desconcentração. Depois, a equipa não se descompôs e manteve a ideia, com posse e reação. Por isso, chegámos ao intervalo com um resultado justo.”

Resultado escasso
“Depois do empate em Tondela era imperioso vencer. Foi um bom jogo, um bom resultado, escasso para o que produzimos. Sofremos um golo muito cedo, soubemos reagir e manter a ideia de jogo, com muito critério. Temos aspetos para melhorar, tal como sofrer um golo tão cedo, numa situação de estratégia. Essencialmente, foi um bom resultado e era determinante vencer hoje.”

Jogar com dois avançados
“É uma ideia que temos trabalhado e consolidado. Atendendo aos jogadores que temos, achamos que é possível.”

A exibição de Adrían
“Não gosto de individualizar. Não iniciou os trabalhos connosco, tem trabalhado bastante bem e de forma empenhada. Tem vindo a crescer, é uma opção como as outras e deu uma boa resposta.”

Domínio do encontro em vantagem
“É um dos aspetos que temos de melhorar. A nossa ideia de jogo passa por defender alto, sentimos que temos capacidade para o fazer mas muitas vezes não conseguimos. Isso implica uma linha defensiva em equilíbrio. Permitimos em alguns momentos transições, mas de forma controlada, em que o Boavista não criou oportunidades. Temos também de ser mais eficazes, apesar dos golos que marcámos.”

O apoio do Dragão
“Foi importante o Dragão reconhecer que o primeiro golo se tratou de uma situação isolada do Boavista, soube apoiar a equipa e para eles vai o nosso reconhecimento. Sentir a emoção do Dragão ajuda a equipa. É importante que os nossos adeptos saibam que a equipa precisa deles e deem uma resposta, unidos e fortes.”

A entrada de Diogo Jota
“É mais uma opção. Tem trabalhado bem, chegou mais tarde e cada vez entende melhor a ideia e processo de jogo. Pode jogar como avançado e também por fora, temos muitos jogadores versáteis e temos de tirar o máximo partido de cada um.”



RESUMO DO JOGO

QUEREMOS VITÓRIAS, NÃO CAMISOLAS!


Fim-de-semana de 17 e 18 de Setembro, mais um fim-de-semana intenso de apoio ao mágico! Sábado foi dia do primeiro clássico de andebol na nova época. Depois de na temporada passada os lampiões terem levado a melhor nas meias-finais do play-off do campeonato, voltámos a defrontar-nos e não podíamos pedir uma melhor desforra. Fuzilámos os encornados no nosso Dragão Caixa, que mais uma vez e como habitualmente neste tipo de jogos, se encheu de azul e branco e criou uma atmosfera inacreditável.

Se num estádio já dá um grande efeito os cânticos em uníssono, no pavilhão o efeito é tão mais espectacular quanto contagiante! Super Dragões em peso e alguns elementos do Colectivo também presentes a apoiar no andebol. Somamos só por vitórias os jogos realizados. Rumo ao resgate do campeonato!

No dia seguinte, a primeira deslocação a Tondela. Uma deslocação esperada por ser um local diferente (um clube que já cá estava no ano passado mas que jogou em Aveiro), uma deslocação ao interior, o que é uma raridade para o campeonato português e uma deslocação de mais de 100 quilómetros, o que tirando as ilhas e os jogos em Lisboa, é também uma raridade.

Uma boa deslocação para passar o Domingo. De carro ou autocarro, os ultras do FC Porto invadiram Tondela. Com mais ou menos percalços, nada nos demoveu de estar no sector visitante do estádio a puxar pela equipa. Uma excelente tarde de sol, um bilhete a 15 euros e uma avaria no carro onde ia que me fez entrar no estádio aos vinte minutos de jogo. Mas lá estava no meu habitat natural.

Um estádio bem jeitoso para um clube como o Tondela, bem melhor que muitos estádios da primeira divisão e de clubes com maior visibilidade como o Estoril, o Rio Ave ou o Paços de Ferreira, por exemplo. Gostei do que vi, na bancada.

Não gostei foi do resultado, claro. Gostei que a equipa se virasse para nós mas dispenso camisolas. É um recado à equipa e a muitos adeptos. Deixem-se disso. Não os mimem porque mimados já são eles todos. Se eu quiser uma camisola vou à loja azul comprá-la, não a peço. Eu ando para todo o lado mas é para que ganhem os jogos todos. Dispenso as camisolas em troca de três pontos todas as semanas, se fazem favor.

Vem aí mais um fim-de-semana frenético, hoje e amanhã!

Um abraço ultra.

22 setembro, 2016

NO FIO DA NAVALHA?


E ao oitavo dia, Espírito Santo desceu à terra. Amanhã, caso não abra os olhos, poderá começar a sentir o crepitar das chamas do inferno. Assim é o purgatório dos treinadores do Dragão nos dias que correm.

De nada valerá recorrer ao exemplo do todo poderoso e omnipotente Jesus, que com mais um ano de rotinas e muitos, muitos mais anos de experiência e matreirice, quase foi goleado em Vila do Conde. Pergunto-me: estivesse Jesus no FCPorto atual, teria tanta margem para dizer as alarvidades que diz e fazer as asneiras que faz?

Aliás, o Sporting de Jesus até é um bom ponto de partida para uma pequena reflexão sobre como os treinadores são tratados em ambos os clubes.


Na época 2015/16, os feitos leoninos foram:
    2º na liga, com 29v 5e 2d. 79 gm 21 gs
    Eliminado nos oitavos de Final da Taça pelo Braga
    Eliminado na Fase de Grupos da Taça da Liga
    Eliminado no Play-off da Champions pelo CSKA Moscovo
    Eliminado nos 16 avos da Liga Europa pelo Bayer Leverkusen
    Vencedor da Supertaça contra o Benfica
Como dado de comparação, deixo as estatísticas do último treinador a completar uma época inteira no Porto, neste caso a época 2014/2015:
    2º na liga, com 27v 7e 2d. 74 gm 13 gs
    Eliminados na primeira eliminatória da Taça de Portugal pelo Sporting
    Eliminados nas meias-finais da Taça da Liga pelo Marítimo
    Qualificados no play-off da Champions contra o Lille
    Eliminados nos Quartos de Final da Champions pelo Bayern
    Não tivemos acesso à Supertaça
Com dados estatísticos tão semelhantes entre Jesus e Lopetegui, como é possível um ser visto como a encarnação da esperança leonina, e outro como o coveiro do FC Porto?

Simples: Comunicação!

Bem ou mal, assistimos na época passada a uma cruzada de Bruno de Carvalho, Octávio Machado, Inácio, Jaime Marta Soares, paineleiros e tudo o que fosse conotado de verde e branco contra o benfica, vouchers, árbitros, conselho de arbitragem, fundos, UEFA... resumindo, a tudo o que mexesse. Este ruído, por vezes com contornos de gritaria histérica, atingiu o expoente máximo em Outubro com o caso dos vouchers (Programa Prolongamento da TVI em 06/10/2015).

Curiosamente, nos 15 dias anteriores a este programa, o Sporting atravessava uma das fases mais cinzentas da época, com os empates fora com Besiktas e Boavista, contundente derrota caseira (1-3) com o Lokomotiv de Moscovo e uma vitória arrancada a ferros nos últimos minutos a um Nacional com menos 1, em pleno estádio de Alvalade.

Ou seja, perante a onda de contestação que vinha crescendo nas hostes leoninas, face ao avultado investimento que representou a contratação de Jesus, o reforço do plantel e a gestão do caso Carrilo, Bruno de Carvalho resolveu agir. O caso dos Vouchers, e consequente mediatismo, foi claramente uma manobra de diversão que afastou a atenção do treinador e equipa, permitindo-os respirar num período mais sensível. A folgada vitória ao Guimarães na véspera do programa, foi um bem-vindo bónus, numa ação estratégica pensada antecipadamente.

E nós?

Lopetegui, abandonado e proscrito, já é passado. Nuno, não se transcendendo rapidamente, arrisca-se a seguir as pisadas do seu antecessor (sim, estou a omitir Peseiro propositadamente).

Nuno não tem o luxo de poder ser goleado por um Skenderbeu, ou apanhar 3 de um Rio Ave, porque cada espirro, cada suspiro que dê, é escrutinado ao ínfimo pormenor. A bipolaridade doentia, chega ao ponto de uma mudança tática ser louvada num fim de semana, e contestada na semana seguinte pelos mesmos que a elogiaram. Confuso?

Confesso não possuir o ilustre grau de doutoramento como treinador de futebol, que a maioria dos especialistas comentadores de blogs e redes sociais portistas têm. Na minha humilde condição de treinador de bancada e sofá, penso que, qual criança que tenta concluir um puzzle, é por demais notório que existem muitas incertezas na cabeça de Nuno Espírito Santo (NES), curiosamente agravadas no momento em que recebeu os nossos jogadores mais talentosos - Brahimi e Óliver.

Enquanto não lhe surge, com a devida brevidade, o insight mágico de como colocar o FC Porto a jogar de acordo com o emblema que traz na camisola, NES necessitava de alguém que o protegesse, a ele e à equipa. Alguém que unisse o universo portista contra uma causa comum. Alguém que lhe permitisse ter o pozinho de tempo necessário para consolidar as suas ideias com serenidade.

Motivos não faltarão decerto a esta causa. Desde a dualidade de critérios da arbitragem, sempre em nosso prejuízo, até às equipas que mudam de tática de jogo consoante o encarnado das camisolas. Contudo, essa união nunca poderá ser alcançada com tiros de pólvora seca, como são as comunicações de newsletters ou posts em redes sociais. É preciso que se dê a cara! Não (só) no periférico Porto Canal, mas sim nos principais canais televisivos, imprensa, liga. Na UEFA se necessário.

A pessoa a dar a cara, teria que ser Jorge Nuno Pinto da Costa, obviamente!

Cresci a ver as entrevistas televisivas dele como momentos prime-time, com alcance desde o clube, a rivais, e até mesmo a órgãos de decisão político. No entanto, no período em que mais precisamos da voz que nos una, o Presidente "demite-se" do seu papel. Atualmente, Pinto da Costa mais se assemelha a um qualquer ator famoso de um filme antigo, que lá vai aparecendo fugazmente de longe em longe, mais para negar a certidão de óbito, do que propriamente para fazer alguma ação digna de relevo.

Se Pinto da Costa não se sente numa plenitude de saúde para exercer esse papel, ou tiver outro tipo de pressão que o impeça, delegue-o oficialmente. Seja Luís Gonçalves, seja outra pessoa. Alguém da estrutura deve dar a cara pelo clube, protegê-lo. Proteger o clube é proteger os seus activos. Desde o nome, marca, identidade aos seus desportistas e técnicos.


Nuno deve ser avaliado pelos resultados e pela sua competência. Não pelo acumular de frustrações de várias épocas sem conquistas. Os frutos da competência de um treinador vêm-se em Maio. A sua permanência, ou não, no clube também. O futuro próximo de Nuno não pode estar condicionado por um eventual empate com o Boavista e/ou derrota com o Leicester.

Enquanto a lâmina da guilhotina pairar sobre os treinadores do Dragão, ao sabor dos resultados, muito difícil será tornarmo-nos a equipa temida e poderosa que outrora fomos.

O Futebol está repleto de exemplos de fracos começos e fins vitoriosos. Basta olhar para o slb da época passada e para a nossa Seleção.

Antes da sentença, cujo esboço já começa a tomar contornos definitivos no universo portista, há que dar margem de manobra a NES.

Ou muito provavelmente, o Inferno será o nosso lar para a presente temporada.

20 setembro, 2016

INEXPLICÁVEL, MENOS PARA OS QUE ADIVINHAM SEMPRE TUDO!


Até ao jogo com o Guimarães no Dragão, onde o FC Porto até realizou uma exibição positiva, batendo clara e inequivocamente os vimaranenses, as coisas estavam longe de estar perfeitas, mas a verdade é que o cenário também estava longe de ser caótico. Basta uma rápida passagem pela bluegosfera para perceber até vários elogios aos jogadores e treinador após a concludente vitória perante o Guimarães, por sinal uma das boas equipas do campeonato, muito bem orientada.

Do meu humilde e sincero ponto de vista, não era muito previsível que em 180 minutos de futebol perante o Copenhaga, equipa de pote 4 que teve de ultrapassar 3 eliminatórias até chegar à fase de grupos, e frente a uma das mais miseráveis equipas do nosso campeonato (já o era no ano passado, este ano é ainda mais!), o Tondela, o nosso futebol apresentado FOSSE ZERO!

Não se trata de empatar 2 jogos, perder pontos perante adversários teoricamente mais fracos, começar mal a Champions ou marcar passo no campeonato, aquilo que me preocupa nos últimos 2 jogos do FC Porto é que a equipa não apresentou qualquer futebol (nem bom, nem mau, simplesmente não existiu) perante 2 equipas muito fracas. Para ser mais preciso, em Tondela, a equipa acordou nos últimos 15 minutos mas é lógico que quem deita ao lixo 75 minutos, procurando jogar apenas nos últimos minutos, não merece ser feliz.

Depois dos últimos 8 dias, onde a catástrofe parece estar próxima, onde todos parecem estar à beira de um ataque de nervos, importa, apesar de tudo, tentar manter a cabeça fria, trabalhar sobre o que não foi feito e tentar juntar os cacos após 2 jogos difíceis de compreender.


Não faltará agora gente que já tinha previsto isto, que já tinha adivinhado que não íamos ganhar ao Copenhaga e Tondela, nem jogar rigorosamente nada. Honestamente falando, reafirmo claramente e sem problema nenhum: os sinais que vinham sendo dados eram positivos, via-se futebol, dinâmica e intensidade, apesar de muitas arestas para limar. Até ao jogo do Guimarães era isto que eu via. Os 2 últimos jogos foram para mim um enorme “soco no estômago”. Em apenas uma semana, esgotei a caixa de kompensans que tenho em casa.

O grande problema de tudo isto é que 180 minutos sem futebol levantam novamente imensas dúvidas em relação a treinador, jogadores, SAD, roupeiro e quem mais aparecer pela frente. A minha azia é enorme, a minha preocupação em relação ao que vi é GIGANTE, mas é preciso que toda a gente mantenha a cabeça fria, sobretudo jogadores, treinador e responsáveis da SAD. Estamos a 19 setembro, a 3 pontos da liderança, com tudo o resto por jogar, é impensável que se perca a cabeça numa situação destas. É muito importante que até 6ª feira, seja feita uma reflexão muito séria do que se passou por parte do treinador e que depois de 180 minutos sem futebol, a equipa retome pelo menos algo que havia feito até ao jogo de Guimarães, ou seja, jogar algum futebol, com defeitos e virtudes, mas apresentar algum futebol. Só assim estaremos mais perto de ganhar!

Não sou especialista em matéria de treino e táticas, mas é muito difícil explicar estes últimos 2 jogos. Mesmo que André Silva concretizasse uma das duas claras oportunidades de golo que teve em Tondela, nada poderia desviar a analise do essencial: não jogamos nada em 180 minutos frente a duas equipas fracas, por mais que se teorize ou argumente. Porquê?

Resta-me aguardar pelas cenas dos próximos episódios, preocupado e ansioso pelo jogo de 6ª feira.

NOTA FINAL: Registei com curiosidade um comentário à crónica do jogo, que dizia o seguinte:

“O Presidente foi legitimamente re-eleito há 5 meses para um mandato de 4 anos com 79% dos votos daqueles que puderam ou se deram ao trabalho de lá ir votar. Os que se deram a esse trabalho foram uma pequena percentagem se comparados com o numero de lugares anuais no estádio. Já nem falo do numero de sócios. Diziam muitos que não valia a pena ir lá porque era lista única. E era lista única porque ninguém tem coragem de se candidatar não contra Pinto da Costa mas sim contra o "sistema" que ele tem à volta dele no Porto. Porém, se, ao contrário de 79% de votos favoráveis, ele tivesse tido 79% de votos desfavoráveis, talvez ele tivesse percebido que era altura de sair pelo próprio pé e não repetir a cena ridícula de dizer que esperou até ao ultimo dia para ver se alguém credível aparecia a candidatar-se. Se isso tivesse acontecido e ele tivesse ainda um pingo de decência, convocava novas eleições e dizia à partida que não se candidatava. Mas não foi isso que aconteceu. Os sócios demitiram-se das suas responsabilidades. Agora não se queixem. Assumam que são os primeiros responsáveis pelo actual estado do clube.”
Este é um tema sobre o qual muito se tem falado e opinado. Devo dizer que percebo perfeitamente os vários argumentos que vou lendo e ouvindo sobre isto. Mas, no sentido do comentário que acima transcrevi, coloco algumas questões para reflexão:
  1. Por que razão a afluência dos sócios à eleição não foi superior, como forma de muitos manifestarem desagrado e discordância com o atual estado de coisas?

  2. Por que razão, dos sócios que se deram ao trabalho de ir votar, quase 80% “validaram” o atual Presidente?
Se a maioria pensa que existe um problema grave e sério, essa mesma maioria deveria ter comparecido em massa à eleição, votar nulo, escrever mesmo nos boletins que não concordava com a atual direção e tentar uma solução alternativa. Porque, se dos votantes, mais de 50% tivesse manifestado intenção de não votar em Pinto da Costa, aí, o Presidente deveria colocar a mão na consciência e convocar novas eleições. Caso não o fizesse, estaríamos perante algo de grave, e aí, os sócios teriam toda a legitimidade em procurar mesmo soluções alternativas.

A grande questão que se coloca é: como resolver o problema, se a atual direção foi mandatada para mais 3 anos? Esperar apenas que passem os 3 anos até poderem aparecer alternativas em 2019?

Atenção, não estou a fazer qualquer juízo de valor sobre o que deveria ou não ser feito, sobre se o Presidente deveria estar ou não estar no clube, sobre se deveria haver ou não alternativas. Apenas estou a olhar de modo racional para as coisas, e a verdade é que 21% de votos nulos não exprime uma vontade maioritária. É nos locais próprios e nos momentos adequados que os sócios devem manifestar a sua vontade em relação ao futuro do clube. E por mais que espante ou estranhe, a verdade é que os 21% não foram 40%, 50% ou 60% de votos nulos. Porque, provavelmente, muitos do que tanto falam contra o atual estado de coisas, não saíram de casa no dia das eleições. Os que lá foram e votaram nulo (contra a reeleição), esses sim, têm todo o direito de se manifestar e com toda a razão. Todos os outros, os que votaram a favor e os que nem votar foram, também têm direito à crítica (felizmente existe desde abril de 1974) mas são também responsáveis pelo facto da atual direção estar em funções, porque nada fizeram para que tal não ocorresse.

AS NOSSAS MODALIDADES – RESUMO DO FIM DE SEMANA.


ANDEBOL

Este fim-de-semana, trouxe-nos aquele que se esperava como o primeiro grande teste à valia da nossa equipa de ANDEBOL e a resposta foi positiva, aliás, muito positiva.

Entrada forte da nossa equipa que chegou a 6-2, e só não foi maior a vantagem porque nos precipitamos na saída para 2 contra-ataques. Depois, um período de menor qualidade que trouxe o aproximar dos do sul.

Uma segunda parte de alta intensidade fez com que fosse cavado um fosso importante no marcador. Pelo meio, voltamos a assistir a uma candidatura dos senhores da Madeira para serem nomeados para o jogo da 2a volta, desde colocarem a nossa equipa reduzida a 4 atletas, passando por nenhum livre de 7m assinalado a nosso favor, foi um fartar vilanagem, mas nem com essa ajuda os do sul se aproximaram no marcador.

Se na última semana dizia que se esperava mais das prestações do nosso reforço croata Nicola Spelic, hoje, agradeço a quem lhe mostrou as minhas dúvidas e fez com que ele partisse para uma grande exibição para cima dos adversários.

Resumindo, a equipa deu uma resposta muito positiva e soma agora 3 vitórias em 3 jogos.

Esta semana, teremos mais 2 batalhas na reconquista do que foi nosso durante 7 anos.


P.S. - As equipas de BASQUETEBOL e HÓQUEI EM PATINS continuam a sua preparação, tendo estado envolvidas em dois torneios neste fim-de-semana. Entretanto, na próxima semana, o hóquei em patins inicia a época com a disputa da supertaça na Mealhada, sábado, às 20:30. Vamos encher o pavilhão no apoio aos nossos atletas.


Abraco,
Delindro

18 setembro, 2016

HOUVE JOGO?


TONDELA-FC PORTO, 0-0

Começo a crónica pelo título. Houve mesmo jogo em Tondela, neste fim de tarde? Desconheço por completo pois não me apercebi de tal. O que terei visto foi uma espécie de jogo entre solteiros e casados. E por isso, pouco ou nada haverá para relatar do que se passou dentro do relvado.

Mais uma época, mais do mesmo! Mudam-se os actores, mantém-se a saga! Quarta época a ver o mesmo filme. Vamos continuar a assistir a esta miséria, impávidos, serenos, sem esboçar qualquer reacção, deixando correr o marfim?

A época 2016-17 ainda vai no adro mas os sinais de que isto não vai terminar em bom porto são já tão evidentes que, qualquer pessoa séria por mais emocional que seja, não consegue negar o óbvio. O FC Porto que venceu durante mais de 30 anos esfumou-se há bastante tempo e não voltará.

Foi um Porto único, soberbo, que alcançou muito mais do que seria imaginável. Chegou ao topo do mundo. Foram vitórias atrás de vitórias, títulos atrás de títulos, conquistas alcançadas só possíveis em grandes clubes da Europa.


Mas nós conseguimos. Graças a dois grandes nomes: José Maria Pedroto e Jorge Nuno Pinto da Costa. Esse FC Porto nasceu em 1976 alicerçado numa cultura de vitória e na luta contra o centralismo instalado na capital do império. Essa cultura perdurou durante mais de longos 30 anos. Mas tal como em tudo na vida, há um fim. E é isso que muita gente não quer ver e não vê. Mas há outros a quem dá um jeito desgraçado não querer ver.

O primeiro grande obreiro do GRANDE FC PORTO partiu prematuramente, poucos anos depois do nascimento do FC Porto que todos conhecemos. O segundo grande obreiro construiu o grande clube com as bases que ambos lançaram e os resultados foram o que todos pudemos ver. Muitos anos, muitas vitórias, muitos títulos, muitas conquistas, muitos sonhos alcançados e muitos outros vencidos mas jamais ousar pensar neles.

Mas tudo tem um ciclo. Um ciclo começa e termina. É a lei da vida. E quanto maior for esse ciclo, mais difícil se torna admitir para quem está nele, dizer que chegou a hora de sair. E é aqui que reside o grande problema do FC Porto.

O FC Porto que nasceu em 1976 morreu. Ponto.

O clube não pode viver à sombra do passado. O clube não pode viver de museus. O clube não pode viver sem discurso. O Presidente do FC Porto não pode agarrar-se à cadeira, servindo-se do estatuto de 40 anos no dirigismo do futebol do clube para se manter no trono. Todos somos falíveis, todos temos o nosso tempo. E quando esse tempo termina, é o momento de sermos os primeiros a reconhecer e a admitir que a hora chegou.

Isto não é uma manifestação de ingratidão ou de falta de respeito para com o Presidente Pinto da Costa. Pelo contrário. Isto é sim uma manifestação de quem está a ver o clube a caminhar a passos largos para a ruína, para o descalabro e para o regresso aos tempos em que nada se vencia e tudo se encarava como normal.


O Presidente Pinto da Costa, por muito que custe a muita gente, não tem as mesmas faculdades, a mesma resistência, a voz que se fazia ouvir em todo o lado e a mesma capacidade de liderança de outros tempos. Lamento ter de dizer isto mas é o que eu penso e o que muita gente pensa. Tenho memória e mesmo que não tivesse memória, há registos onde se pode verificar, claramente, as diferenças entre o GRANDE PINTO DA COSTA e o actual Presidente do FC Porto. São abismais.

O estado de saúde do Presidente não é o mesmo desde que em 2011-12, no regresso do Chipre, jogámos com o Apoel para o Champions League. E desde essa altura que a voz que se fazia sentir e que nos empurrava para as vitórias e para os títulos desapareceu. Muita gente confunde isto com o Apito Dourado. É certo que o Apito Dourado, em certos momentos, fragilizou o próprio Presidente, fazendo com que se resguardasse. Mas nunca o impediu de se manifestar e de dar a cara pelo clube quando foi preciso.

Mas desde o regresso do Chipre que tudo mudou. O Presidente passou a pasta de todo o futebol e delegou-a na sua Administração. O descalabro começou aí, pese embora os 2 títulos, entretanto, vencidos na recta final de duas épocas quando andámos muito tempo em 2º lugar a uma distância de 4 e 5 pontos. A situação foi um pouco disfarçada e o barco aguentou-se.

Daí para cá, o FC Porto passou a ser uma equipa banal e em que qualquer adversário perdeu o respeito. Ausência de títulos, contentores de jogadores de duvidosa qualidade a entrar e a sair em catadupa, jogadores da cantera com qualidade emprestados sem regresso à vista e um cemitério de treinadores instalado. Faz-me lembrar o Benfica dos anos 90 e inícios deste século das gestões de Damásio até Vilarinho.

Com o GRANDE PINTO DA COSTA, jamais o FC Porto passaria pelo que tem passado, sobretudo nos últimos 3 anos. Jamais tantos treinadores se queimariam como nesta fase. Jamais tantos jogadores entrariam e sairiam. Jamais a gestão liderada por Pinto da Costa permitiria isto. Por isso, ninguém acredita que esta gestão seja feita pelo Presidente do FC Porto.

E mesmo recentemente, com a tentativa do Presidente em querer aparecer mais vezes e a chamar a si a gestão do futebol, o certo é que isso não se verifica. A vontade pode lá estar mas a capacidade desapareceu. É triste dizer mas a evidência é clara.


Porquê agora isto? Porquê agora, nesta fase da época, escrever aqui o que toda a gente fala nos cafés, no estádio, nas ruas, nas redes sociais ou em tertúlias? Porque é necessário acordar, abrir os olhos, alertar para a péssima imagem que o FC Porto tem dado e continua a dar. Porque hoje não foi apenas mais um desaire. Hoje foi a continuidade das últimas três épocas, com sinais claros visíveis na última Quarta-feira.

É tão mau que muitos adeptos achem normal e admissível perder pontos em casa com o Copenhaga; É tão mau ver muitos adeptos entender o Copenhaga como uma equipa competente e de grande qualidade na Champions League; É tão mau muitos adeptos dizer ser normal, a partir de agora, vencermos algo apenas de vez em quando.

É tão mau ver-se que o jogador com mais anos na equipa ser Herrera e ter apenas três anos de casa; É tão mau que, nestes três anos, não vemos um jogador à Porto como vimos durante 30 anos; É tão mau ver a postura dos jogadores em campo, nomeadamente, nos últimos dois jogos; É tão mau não termos uma voz forte de liderança no balneário.

É tão mau ver o silêncio sepulcral da estrutura do FC Porto ao longo dos últimos anos; É tão mau ver falta de atitude e falta de reacções quando somos prejudicados (e elas acontecem quase semanalmente); É tão mau ver reacções do clube, quase exclusivamente, pelo Dragões Diário; É tão mau deixarmo-nos comer e aceitarmos isso tanto no campo como fora dele; É tão mau vermos o Presidente falar e tentar reagir, de uma forma extemporânea, apenas na hora das vitórias. É tão mau ver o Presidente não aparecer nos maus momentos, coisa impensável noutros tempos.

Senhor Presidente Pinto da Costa, admiro-o por tudo o que fez pelo clube. Eu e todos os portistas estamos gratos pelo que fez pelo clube, cientes de que jamais haverá um presidente como o senhor. A gratidão e o reconhecimento serão eternos, mas chegou a hora de sair, o seu ciclo terminou. Muito obrigado, Senhor Presidente.

O clube precisa de mudar de rumo, URGENTEMENTE!

Em Tondela, continuámos a viver momentos de sofrimento, de angústia dos três anos passados. Com o Copenhaga começou, com o Tondela continuou. Onde vai para isto?


Perante um adversário que só defendeu, e defendeu mal, não fomos capazes de marcar. Criámos três oportunidades de golo (duas por André Silva e outra por Adrián Lopez), sendo que a primeira surgiu apenas aos 83 minutos, frente a um adversário que teve apenas um lance de golo oferecido pelo estreante Boly.

Com nova mudança táctica para 4x4x2 e com quatro alterações no onze, Nuno Espírito Santo andará à procura de um onze ou estará a promover a rotatividade “Lopeteguiana”?

Os jogadores em campo mostraram falta de raça, de ambição, de querer e de motivação. Vi um FC Porto amorfo, sem ideias e a mastigar o jogo, frente a um adversário de segunda categoria. Em 3 jogos com o Tondela no seu historial, o FC Porto venceu um, empatou um e perdeu outro (em casa). E na vitória que obteve, foi alcançada em terreno neutro pela margem mínima, num jogo em que no último lance do mesmo, Casillas evitou o empate, defendendo uma grande penalidade.

Isto é o FC Porto dos últimos anos. Uma equipa sem norte, derrotada e desrespeitada pelos adversários. A actual equipa do FC Porto tem um nível médio/baixo, do nível das equipas que lutam pelo acesso à Liga Europa.

5 pontos perdidos em 5 jogos.

É preocupante, muito preocupante! Mas sou eu que me vou preocupar seriamente quando quem tem responsabilidades, passeia e assobia para o lado como se estivesse tudo bem?

Sei que vão aparecer os que não querem ver e os “cegos”, com argumentos ridículos, defender que o Sporting perdeu nesta jornada, de forma convincente, em Vila do Conde. Que com isso, recuperámos um ponto e que continuaremos no mínimo a três pontos da liderança, mesmo que os outros vençam o Braga. Continuem com as ilusões e a vender sonhos que vão no bom caminho! Volto a dizer o que disse em cima. Hoje não foi apenas um desaire.

Com o mal dos outros, posso eu bem. Temos que olhar para a nossa casa. E não é isso que temos feito. A nossa casa está a arder e nós preferimos dizer que a casa dos outros está chamuscada.

Notas positivas deste jogo: nada a registar.

Próxima jogo, frente ao Boavista na Sexta-feira às 19h. Um jogo que antecede a visita a Leicester.




DECLARAÇÕES

Nuno: “A equipa não foi efetiva”

Nuno Espírito Santo admitiu sair “preocupado” do Estádio João Cardoso, onde o FC Porto empatou este domingo (0-0) com o Tondela, para a quinta jornada da Liga NOS. Apesar de considerar que a produção ofensiva foi “suficiente” para justificar a vitória, o treinador sublinhou que a equipa tem de ser mais “efetiva” e que vai “procurar soluções” para aumentar a eficácia na concretização. Já na sala de imprensa, reforçou não ter “absolutamente nada” a apontar aos seus jogadores, que “dão o máximo”.

Falta de efetividade
“Faltou-nos marcar um golo. Acho que equipa competiu, entregou-se e trabalhou, mas não foi efetiva. Isso preocupa-me. Temos de ganhar este tipo de jogos, que definem as grandes equipas, que têm de chegar, ganhar, produzir, ser efetivas e marcar.”

Procura de soluções
“Tivemos uma produção mais do que suficiente para ganhar, ocasiões claras. Isso preocupa-me, a falta de efetividade, e temos de procurar alguns critérios. Vamos encontrar soluções e trabalhar nos erros. O resultado não agrada, merecíamos mais, mas é preocupante. Temos de ganhar estes jogos.”

Necessidade de vencer
“Vínhamos com a intenção de conseguir três pontos, que eram fundamentais. Vamos levantar-nos e encontrar soluções mas não podemos sair daqui com este empate, que não merecemos. Quando se quer ser campeão e se assume esta candidatura tem de se ganhar estes jogos. A nossa ideia de jogo está clara, os jogadores cada vez mais a entendem, temos de nos levantar rapidamente porque sexta já há jogo e temos de o ganhar.”

Jogadores dão o máximo
“Temos de nos afirmar, assumir que queremos ser dominadores mas marcando golos. Não posso apontar absolutamente nada aos jogadores, que tentaram, trabalham até à exaustão e dão o máximo. Cabe-me encontrar soluções para um crescimento sustentado e mantido no tempo.”



RESUMO DO JOGO

O MEU CORAÇÃO VOLTA A BATER!


Depois da pausa para as selecções, dois jogos no estádio do Dragão em cinco dias, um para o campeonato e outro para a Liga dos Campeões. Duas boas assistências na nossa casa e bom apoio prestado à equipa durante os jogos.

Começando pelo jogo contra o Vitória de Guimarães, um Sábado à noite que levou mais de 40 mil ao estádio. Boa prestação das nossas claques, curvas bem compostas e animadas. No sector visitante uma boa falange de apoio aos minhotos. Das melhores deslocações dos últimos anos do Vitória ao Dragão, sem qualquer dúvida. Esgotaram os bilhetes que lhe foram destinados e se não eram mil, andavam lá perto. A nível de apoio raramente se ouviram e foram quase sempre abafados pelos Super Dragões e pelo Colectivo. Ainda assim de registar. Depois de anos e anos a trazerem 200 ou 300 adeptos, finalmente uma boa deslocação deles. Veremos se é para manter.

O FC Porto ganhou confortavelmente depois do roubo de Alvalade. Seguimos juntos com a equipa, jogo após jogo.


Dois dias de trabalho e ao terceiro o coração voltou a bater. O FC Porto estreava-se na edição deste ano da Liga dos Campeões. Num grupo aparentemente acessível, há que ter cautelas e não dar por garantida a vitória antes de irmos a jogo. O Copenhaga saiu do Dragão com um ponto e agora temos de ir recuperar os dois pontos perdidos a outro lado. De preferência a Leicester na próxima jornada da fase de grupos!

Mais uma boa casa, acima dos 30 mil espectadores e um bom apoio vocal. Bom apoio deram também os dinamarqueses, embora poucos, eram fortes nos cânticos e ouviram-se a espaços, principalmente aproveitando quando as nossas claques tinham momentos mais mortos.

Próxima jornada como disse é em Leicester, um dia antes do nosso clube fazer 123 anos, prevê-se uma invasão de adeptos do Porto, a juntar aos emigrantes lá residentes. E que seja a primeira vitória do FC Porto em jogos oficiais, em terra de sua majestade!

Este fim-de-semana já goleámos em andebol as galinhas e hoje vamos todos a Tondela buscar os 3 pontos!

Um abraço ultra.

16 setembro, 2016

“PODEMOS E DEVEMOS FAZER MELHOR”


A frase título desta crónica foi proferida pelo técnico do FC Porto depois da fraquíssima exibição frente ao Copenhaga.

Época nova, treinador novo, novos métodos, manda a razão dar tempo ao tempo e é o que tem que se dar.

Ao contrário da maioria dos adeptos, que viu na passagem à fase de grupo da Liga dos Campeões e na vitória gorda frente ao Vitória (de Guimarães) o caminho aberto para as vitórias constantes e boas exibições, eu não vi nada disso.

O êxito perante os romanos foi obra não do acaso, mas muito contribuiu a anormalidade de 3 expulsões do adversário nas duas mãos. Que me lembre, o FC Porto nunca beneficiou dessa situação em competições europeias. Teve um grande peso na decisão da eliminatória. Ainda bem, mas escondeu muita coisa.

Depois do jogo menos conseguido em Alvalade, com o estouro físico na segunda parte, veio o jogo em casa com o Guimarães.

Muito melhor o resultado do que a exibição e a consistência de jogo. Um 4-4-2 inédito, talvez necessidade de ajustes, devido a muitos jogadores terem estado nas seleções, que não trouxe um grande brilho frente a uma equipa muito bem organizada e que quis ocupar bem o campo. Até ao golo de Marcano, poucas oportunidades de perigo e o início da segunda parte, como um golo, como o seu quê de sorte veio acalmar um pouco a exibição esforçada do FC Porto. A partir do terceiro golo, a história do jogo em termos de resultado acabou, mas ficou a faltar uma consistência maior nas transições e nas definições das jogadas.

Claro que um resultado com aqueles números esconde muita coisa e fez pensar muita gente que a partir dali, era tudo ou quase tudo um mar de rosas. Já viram que se enganaram.


Bastou uma equipa mais robusta, a correr mais, para colocar a nu as deficiências táticas do jogo do Nuno Espírito Santo.

O jogo desta última quarta-feira no Dragão, mostrou uma confusão enorme a meio campo com Oliver a ocupar o lugar de Herrera e vice-versa. O mexicano esteve perdido, pois Oliver está com o gás todo e vai para todo o lado, indo ocupar espaços que não eram dele. Octávio também ajudou à confusão e as incursões para o meio do Corona veio compor o ramalhete do desastre tático.

As linhas estão muito separadas e não vejo jogadas pensadas nas transições... é cada um por si a ver o que dá. Passes longos sem nexo, mal medidos... não gostei nada.

O futebol, naturalmente, não é um jogo estático, mas tem que haver definições de funções e não foi aquilo que se viu na estreia da fase de grupos da Liga dos Campeões.

Nuno, não é com palavras calmas e pensadas que se vão convencer os mais exigentes como eu.

Antes do jogo, as declarações do técnico do FC Porto, foram no sentido de que a equipa ia mostrar a evolução no jogo evidenciada nas partidas anteriores... nada mais contrário!

Sei que não é fácil pegar numa equipa, com um planeamento muito pouco abonatório face ao histórico do clube para a presente época, e apresentar um futebol vistoso e massacrar os adversários, mas... na minha opinião, eu poderia ter sido apanhado de surpresa pelo tipo de jogo e postura em campo do Copenhaga, mas a equipa técnica do FC Porto não. E mais, não houve melhoria da primeira para a segunda parte.

Este resultado é muito perigoso face ao calendário, vamos a Inglaterra a seguir (e nunca lá ganhamos) e lembremo-nos, não vencemos em casa a equipa do pote 4.

Em suma, Nuno, de acordo: “podemos e devemos fazer melhor”.

14 setembro, 2016

DRAGÃO FRACO.


FC PORTO-FC COPENHAGA, 1-1

O FC Porto iniciou a fase de grupos da Champions League em casa frente a um adversário bastante inferior. Os Dragões estiveram irreconhecíveis. Voltaram a claudicar e acordaram os fantasmas do passado recente. Um empate a uma bola é, na minha opinião, um resultado mais que justo pelo que se viu no relvado.

E porquê? Por vários motivos.

Primeiro, pela apatia evidenciada ao longo de grande parte do jogo. Segundo, pela incapacidade de criar situações de perigo iminente. Terceiro, pela lentidão com que a equipa jogou ao longo do jogo. Quarto, pela incapacidade em se impor, mesmo após a expulsão de um jogador do Copenhaga. Quinto, pelas opções de Nuno Espírito Santo.


Se nada mais escrevesse sobre o jogo, aqui estava resumido o jogo desta noite. Mas seria muito pouco para dizer o que se passou e o que deve mudar para não cairmos nos velhos hábitos e nos maus vícios que nos levaram à situação do passado recente.

Depois do sistema táctico apresentado no Sábado passado, Nuno Espírito Santo voltou ao habitual 4-3-3. Fez regressar o incompreensível Herrera, que nada fez, como é norma, e deixou A. André no banco de suplentes. Depoitre deu o lugar a Corona.

Até ao golo, o FC Porto mostrou ser uma equipa que queria vencer e chegar ao golo. Inaugurou o marcador bastante cedo (13 minutos) num lance interessante entre André Silva e Otávio que culminou com uma bomba do jogador brasileiro.

Depois disso, o FC Porto não criou mais nenhuma situação de verdadeiro perigo, apesar de procurar o segundo golo. No entanto, com o decorrer da partida, os Dragões foram recuando no terreno e permitiram que o Copenhaga aos poucos começasse a subir de produção, fazendo uma circulação de bola bastante interessante.


O resultado e o cenário ao intervalo adivinhavam uma segunda parte complicada. Nuno Espírito Santo manteve Herrera em campo, uma nulidade absoluta. Com sete minutos decorridos na etapa complementar, o Copenhaga alcança o empate. Num cruzamento da esquerda de Toutouh, a bola chegou a Cornelius que passou Alex Telles. Este conseguiu cortar a bola mas colocou novamente o esférico à mercê de Cornelius que, de cabeça, bateu Casillas.

Perante o que se estava a passar, aguardava-se uma substituição imediata porque o FC Porto estava a perder o controlo do jogo e a empatar. Nuno Espírito Santo não mexe de imediato e discute com o adjunto no banco as soluções para virar o resultado. Não deveriam estar todos os cenários previstos? Esta noite, lembrei-me de Paulo Fonseca e o seu “bitaiteiro” por trás a dar instruções.

O jogo decorria e aos 66 minutos, o Copenhaga fica reduzido a dez unidades com a expulsão de Gregus por simulação de Otávio. Contra 10, o FC Porto não foi capaz de fazer notar a diferença em campo. É certo que atacou mais e procurou os flancos mas não conseguiu nada de concreto. Mesmo depois das entradas de Brahimi e de Diogo Jota para os lugares de Herrera e de Otávio. Depoitre tinha entrado antes para o lugar do apagado Corona.


Excepção feita aos últimos dez minutos, o FC Porto nunca conseguiu furar a muralha defensiva dinamarquesa. Registo apenas para uma jogada de Brahimi perto do final em que fiquei com sérias dúvidas se o jogador dinamarquês cortou ou não a bola com o braço mas não serve de desculpa para a má noite europeia dos Dragões.

O FC Porto tem de jogar e fazer muito mais do que fez esta noite para ter algum sucesso na Europa. Com o desempenho desta noite, os Dragões mostraram uma triste e pálida imagem à Europa do futebol perante um adversário que é muito inferior e que não tem nenhuma história nas competições europeias. Temos que dizer as coisas sem rodeios.

Começámos mal a prova mas continuamos com boas probabilidades de inverter a situação já na próxima jornada. Se fomos vencer a Roma com atitude, raça, querer e determinação, podemos voltar a mostrar o que valemos em Inglaterra e retomar o bom caminho. Certo?

O FC Porto joga no próximo Domingo em Tondela, num jogo a contar para a 5ª Jornada da Liga NOS.




DECLARAÇÕES

Nuno: “Não fomos eficazes”

Nuno Espírito Santo terminou a partida frente ao Copenhaga com uma sensação amarga, após o empate (1-1) na primeira jornada do grupo G da Liga dos Campeões, esta quarta-feira. “Não fomos eficazes, permitimos demasiados momentos ao Copenhaga. Não fomos o que queremos ser”, admitiu o técnico, na entrevista rápida após o encontro. Porém, restam ainda cinco jogos nesta fase: “Temos margem, vamos jogo a jogo e temos tempo”.Já na sala de imprensa, considerou o resultado injusto.

Plano de jogo
“O fundamental na equipa é que temos um plano de jogo que temos que manter. Quando temos problemas temos que alterá-lo e encontrar soluções. O Copenhaga marcou e nós tivemos de mudar, mas o nosso objetivo era chegar ao segundo e ao terceiro golo.”

O regresso de Brahimi
“Todos os jogadores são opção. O rendimento, tanto no treino como no jogo, é que vai determinar quem joga. Os jogadores estão contentes, trabalham bem e vamos continuar assim.”


Falta de eficácia
“Faltou acima de tudo a eficácia que temos de ter, materializar a produção ofensiva consistente, constante e dominadora. Isso dá tranquilidade e conseguimos mesmo chegar à vantagem. Continuámos, tivemos oportunidades claras, mas não fomos a equipa que queremos ser e já costumamos ser. Faltou-nos algo. Apesar do resultado ter sido injusto, poderíamos e deveríamos ter feito mais.”

A segunda parte
“Fomos uma equipa dominante, totalmente balanceada no ataque, com muitos homens na frente, com critério a tentar jogar por fora. O Copenhaga remeteu-se à sua área, conseguimos meter a bola na área com critério e faltou eficácia para a vitória que o Dragão merecia.”

Concentração na Liga
“Vamo-nos levantar, mas agora não é o momento. É altura de concentrar forças e focar a atenção na Liga, e quando o próximo jogo da Champions chegar vamos competir. Sem metas e sem limites.”



RESUMO DO JOGO

DIA DE CHAMPIONS... É DIA DE CHAMPIONS!!!


Escrever sobre o que quer que seja em dia de jogo de Liga dos Campeões, é como servir de entrada a um prato principal que há muito ansiamos... por muito boa que a entrada seja, nós só queremos é comer o prato principal! Hoje, poderia aqui escrever sobre as coisas mais importantes do Mundo que ninguém me ligaria nenhuma.

Ora, como antecipadamente já o sei, prefiro apenas fazer a antevisão daquilo que possa ser a nossa participação nesta competição e guardar outros temas muito importantes para uma próxima ocasião.

Antes de mais, dizer que temos todas as condições para poder fazer desta Liga dos Campeões uma verdadeira “ponte” financeira entre as dificuldades e a serenidade. Com a participação no play-off, eventuais pontos conquistados nesta fase de grupos (500mil por empate e 1,5milhões por vitória) e ainda um eventual apuramento para os oitavos-de-final, podemos, com facilidade, chegar aos 25 milhões de euros, o que nesta fase representaria um encaixe importante e muito significativo.

Para isso acontecer, é preciso ser sério, lutar em cada jogo como se fosse o último, perceber que vestir a nossa camisola é ter de ser fiel a quase 125 anos de uma história gloriosa. Se a isto adicionarmos o apoio incondicional de todos os portistas, então, temos todas as condições para podermos cumprir um dos objetivos traçados no início da época.


Verdade seja dita que depois de nos ter saído a “fava” no play-off, o grupo que temos pela frente pode ser considerado acessível face a outros, mas convém não descurar um milímetro que seja, pois ainda temos bem presente a campanha da época passada onde a duas jornadas do fim tínhamos tudo na mão e acabamos com uma mão cheia de nada.

Leicester, Brugge e Copenhaga não são tubarões do futebol europeu, mas cada uma delas pretenderá seguramente o apuramento, jogando com o relaxe de não terem a responsabilidade de ganhar. Já nós, mesmo com um treinador e plantel muito recente, somos a equipa com mais responsabilidade do grupo, aquela que mais pergaminhos europeus tem a defender, aquela cuja história nos força a ter de jogar sempre com a responsabilidade de ganhar.

Mas não nos deixemos iludir, pois ao contrário de quase todos os outros grupos, estamos perante 3 campeões nacionais dos seus países, o que desde logo obriga a existir uma mentalidade vencedora, uma dinâmica positiva e uma coa-habitação constante com a pressão e exigência. Significa portanto que as facilidades vão ficar em casa, e quem estiver a contar com elas que se desengane.

Iniciar com uma vitória no dia de hoje frente ao Copenhaga será absolutamente essencial, mas temos que perceber que há 90 minutos para o conseguir... não há 10, 20 ou 30 minutos para isso... há 90 minutos, e tanto a equipa como os adeptos têm que perceber isso. E já agora perceber outra coisa: é que nenhuma equipa que joga esta competição é constituída por “matrecos”, portanto, goleadas e espetáculos de Ópera são mais para o Tivoli.

Termino como comecei: temos uma oportunidade tremenda de aproveitar esta Champions para contribuir para a estabilidade financeira do clube, valorizando jogadores, potenciando eventuais vendas e assegurando acima de tudo que a marca Futebol Clube do Porto continua a ser uma das mais fortes a nível futebolístico de toda a Europa.

"Porto, tenho a certeza de que vais lutar até ao fim... quando sobes a escada da ribalta, sinto o orgulho que às vezes me falta... quero ver-te sempre de cabeça erguida sem ter medo de ninguém, e a fazer pela via!"
Até logo, no sítio do costume!