29 abril, 2017

PARA CÁ DO MARÃO, MANDOU O DRAGÃO.


CHAVES-FC PORTO, 0-2

Regresso dos azuis-e-brancos a Chaves, poucos meses depois de ali ter sido atirado para fora da taça de Portugal por uma arbitragem que irá ficar registada para a posteridade.

Mas desta vez, o Dragão, de regresso a Trás-os-Montes, não permitiu que a história se repetisse, apesar do intentos “xistrenses”.


A primeira parte foi mais do mesmo em termos exibicionais da turma de NES. Equipa sem ideias, incapaz de rasgar a defesa contrária, muita circulação de bola mas sem sentido de baliza. A única coisa positiva a retirar desta parte inicial foi que o Chaves não teve qualquer situação ofensiva de registo perante a boa organização defensiva portista.

Mesmo sem Danilo, o FC Porto apresentou-se seguro defensivamente, surgindo R. Neves à frente da habitual defesa no lugar 6 com o apoio de A. André. Otávio fechou o triângulo do meio-campo. Na frente, NES colocou Corona e Diogo J. no apoio ao brasileiro Soares.

Para terminar o registo dos primeiros 45 minutos aborrecidos e enfadonhos, saliento dois livres frontais muito bem batidos por R. Neves a que António Filipe correspondeu com grandes dificuldades e um remate estrondoso de Soares à figura do mesmo guardião que defendeu de uma forma aparatosa.

De resto, acabaram por ser 45 minutos muito pobres, com muitas perdas de bola e com um futebol sem ideias e sem sentido.

Começava a ver o filme dos últimos jogos. Dar meia parte de bandeja ao adversário e depois correr atrás do prejuízo. Mas não!

Ao intervalo, houve um abanão na equipa. Os azuis-e-brancos vieram com outra postura mais aguerrida, encostaram os flavienses atrás e intensificaram o “assalto” à baliza de António Filipe.


Por isso, aos 52 minutos numa iniciativa atacante, A. André rematou forte, António Filipe defendeu para a frente e Soares surgiu oportuno a abrir o marcador no Municipal de Chaves.

Estava feito o mais difícil. O FC Porto alcançava a vantagem. Sabendo do resultado que o líder tinha alcançado alguns minutos antes, os Dragões não poderiam distanciar-se mais do que o que já permitiram nos últimos encontros.

Ora este golo, fez com que o Chaves abrisse mais o jogo e permitisse ao Dragão ter mais espaços para a exploração do seu futebol. Os portistas agradeceram e passaram a jogar de uma forma mais fluída e com o perigo a rondar mais a baliza flaviense. Pelo seu lado, os transmontanos ficaram-se pelas intenções. Casillas nem teve tempo para aquecer numa noite bastante fria e ventosa.

Otávio era empurrado na grande área à passagem dos 70 minutos mas o árbitro, mais uma vez neste campeonato, fez vista grossa e mandou seguir a jogada. Mais um penalty por assinalar para a contabilidade.

No entanto, a justiça acabaria por ser feita aos 72 minutos quando o mesmo Otávio, numa transição ofensiva, viu a desmarcação oportuna de André André e endossou-lhe a bola. O caxineiro, isolado e perante a saída de António Filipe, rematou ao canto inferior da baliza, fazendo resultado final.

Vitória alcançada, sem espinhas e mais uma barreira ultrapassada.


Antes do final, Maxi seria bem expulso por uma entrada desnecessária sobre um jogador contrário. Uma entrada que fez lembrar as entradas de Luisão em Moreira de Cónegos (bem mais grave) e as de Pizzi sobre A. André na Luz e no Algarve sobre um jogador do Moreirense que não foram sancionadas da mesma forma.

É a tal dualidade de critérios. Maxi foi prontamente expulso tal como mandam as leis. Luisão foi admoestado com um cartão amarelo e Pizzi passou incólume nas duas em que interveio, sendo que na situação do jogo do Algarve agrediu autenticamente o adversário. Isto é a verdade desportiva tantas e tantas vezes apregoada pelos candeeiros.

Nota final para o que vi e ouvi hoje na televisão. O presidente do benfica do minho veio a terreiro manifestar-se contra as arbitragens, afirmando que o seu clube tem sido vítima das arbitragens nos últimos 6 jogos.

Continuou dizendo que é fácil marcar penaltis contra a sua equipa. Como?! No jogo que fez contra o FC Porto vi três grandes penalidades cometidas por jogadores da sua equipa. Alguma foi sancionada? Sr. Salvador, sem comentários!

Terminou com esta frase: “Este campeonato é uma mentira.” Ai sim? Olha o iluminado! Chegou tarde a esta conclusão! Até ontem não disse nada. Que interessante!

Próxima paragem: Barreiros, Funchal, Madeira. Tradicionalmente complicado, o Dragão vai ter que entrar com tudo desde o minuto inicial sem ter medo de errar. Porque ao dar meia parte ao adversário, a probabilidade de acabar em asneira é grande.

Há duas opções: ganhar ou ganhar! Escolham.




DECLARAÇÕES

Nuno: “Tivemos o controlo total sobre o jogo”

Domínio absoluto
“Tivemos o controlo total sobre o jogo, ainda que com duas partes distintas, e frente a uma equipa difícil, bem orientada e com uma ideia de jogo clara, mas a realidade é que não concedemos nenhuma possibilidade de chegar à nossa baliza. Na primeira parte fomos menos eficazes e menos precisos, mas na segunda fomos dominadores, controladores e mais eficazes e precisos. Estivemos sempre bem posicionados, mas sem tirar partido disso. Na primeira parte faltou mobilidade para atacar melhor a baliza e definir melhor.”

A ausência de Danilo Pereira
“Todos sabemos que o Danilo é um jogador importante para nós, mas ao longo do ano sempre dissemos que temos um plantel amplo, que dá garantias e respostas. Nenhuma individualidade está acima do coletivo no FC Porto.”


André Silva no banco de suplentes
“Foi uma decisão. Achámos melhor a entrada do Diogo Jota e do Corona numa fase inicial. Já jogámos nesse modelo e noutros. Temos diferentes abordagens aos jogos, mas temos sempre o objetivo de ser dominadores. Temos um plantel versátil e tomámos uma decisão em prol da equipa.”

A luta pelo título
“Temos que lutar até ao fim, dedicarmo-nos até ao fim. Será uma luta até ao último dia e estamos nela. Trabalhando como equipa estaremos mais perto. Todos acreditamos e a equipa deu uma boa resposta. É menos uma jornada que falta, mas vamos competir até ao fim.”

Com e pelos adeptos
“Foi um bom jogo do FC Porto, apoiado por muitos portistas que vieram a Chaves. Os adeptos têm sido muito importantes para nós. Também é por eles que vamos competir no máximo das nossas forças até ao fim.”

Maxi Pereira de fora na Madeira
“É uma ausência importante.”



RESUMO DO JOGO

A MÚSICA OFENDE, O VERY-LIGHT MATA!


Temos assistido nos últimos dias a um ataque feroz da comunicação social portuguesa ao FC Porto e aos Super Dragões. Ao FC Porto já é constante diga-se, é como uma imagem de marca, és bom jornalista se disseres mal de Pinto da Costa e do FC Porto. Se juntares a esses ódios de estimação as gentes do Norte, e alcançares também as claques, principalmente os Super Dragões, pela sua maior dimensão e notoriedade, então és um verdadeiro herói do jornalismo. És um cãozinho bem comportado e tens uma grande carreira pela frente, sempre comandado pelo regime.

Directo ao assunto: cânticos ofensivos sempre houve e sempre haverá. Mas sempre mesmo! O que acontece é que vivemos na era das tecnologias, das selfies, das redes sociais, dos directos, e isso muda tudo no panorama pois sabe-se tudo quase instantaneamente.

Se não vejamos, desde sempre se cantaram músicas ofensivas por parte de todos os grupos ultras, principalmente quando se defrontam os maiores rivais. Mas antigamente só ouvia quem estava presente e mesmo os que estavam presentes só ouviam os interessados, os que prestam atenção, nem todos estão atentos ao que as claques cantam. Desde que me lembro que ouço esse tipo de cânticos, independentemente de serem bons ou maus. Eles existem há anos.


O que é absolutamente inacreditável é a dualidade de critérios da nossa comunicação social, um tentáculo musculado do grande polvo. A comunicação social tem uma força muito grande, manipula descaradamente e os parolos engolem tudo o que lhes dão de comer.

Sempre que há jogos com os rivais, principalmente modalidades ou equipa B (quando vamos ao Seixal!!), ouvem-se coisas inacreditáveis. Na TV do regime, há meia dúzia de anos atrás, mas sempre actual, apelou-se em directo à morte de Pinto da Costa e ao confronto com armas contra o FC Porto!!! Quando nos encontramos em pavilhões por esse Portugal fora, é perfeitamente perceptível cânticos indignos que festejam a morte de alguém (Sardoeira Pinto, Pôncio Monteiro, Pedroto), ou desejam-no, tendo sempre como alvo principal o nosso Presidente, isto sem esquecer ultras portistas que já partiram também.

Vêm agora os moralistas falar, estes anos todos depois, de uma música que os Super Dragões cantaram num jogo de andebol, baseando-se na tragédia que sofreu a Chapecoense há uns meses. Os Super Dragões respeitam a Chapecoense e homenagearam a equipa mais que uma vez!! Para que fique claro, os Super Dragões não deitaram o avião abaixo e não tiveram nada a ver com o acidente. E para que fique mais claro, ao contrário de outros grupos rivais, os Super Dragões respeitaram o minuto de silêncio na luz uma semana após a morte de Eusébio, algo que é facilmente comprovável.


Coisa que não aconteceria se fosse ao contrário, ponho as minhas mãos no fogo!!

Ao contrário de um very-light e de um atropelamento, uma música insulta e ofende, mas não rouba a vida a ninguém. Em mortes já bisaram em pouco mais de 20 anos, estão com uma média de um assassinato por década e continuam a entrar todas as semanas nos estádios os escroques.

Contra essa comandita toda, eles e quem os protege a eles, continuamos nós a apoiar o nosso clube do coração. Aconteça o que acontecer nunca deixaremos o FC Porto sozinho. E é por isso que enchemos o Dragão no passado Domingo e é por isso que vamos marcar presença nos quatro jogos que faltam.

Queremos quatro vitórias. Sintam o Porto, joguem como nós vos apoiamos.

Um abraço ultra.

28 abril, 2017

É PRECISO MARCAR GOLOS.


Antes de começar o meu primeiro artigo aqui no blog, não queria deixar de agradecer o convite que me foi feito e dizer que é um privilégio poder contribuir para um projeto que já sigo há alguns anos e onde se pratica um Portismo no qual me identifico praticamente a 100%.

Chamo-me Pedro Ferreira, tenho 24 anos e sou sócio do FC Porto desde o meu segundo dia de vida porque a burocracia não permitiu que o fosse desde o primeiro. Gosto de acompanhar o FC Porto em todas as Modalidades, tanto em casa como fora, sendo que depois do Futebol a Modalidade que mais gosto é o Basquetebol.

Feita esta pequena apresentação, passo para o tema do meu primeiro texto que se prende com o momento da nossa Equipa de Futebol e aquela que, na minha opinião, tem sido a grande causa própria para termos estagnado no 2º lugar da tabela classificativa.

Sem dúvida alguma que as arbitragens têm tido um papel fundamental no desfecho de alguns jogos, e irei abordar esse tema em futuros textos, mas não é menos verdade que uma Equipa que é candidata ao Título, que anda há várias semanas taco a taco com o seu maior rival e que sabe que não pode perder pontos sob pena de deixar o adversário mais confortável no topo da tabela, não pode ter tanta dificuldade para colocar a bola dentro da baliza do adversário como nós temos.

Dir-me-ão que somos o melhor ataque, é verdade. Mas somos o melhor ataque muito por culpa de goleadas construídas contra adversários bastante frágeis ou que fruto das contingências do próprio jogo ficaram bem à nossa merecê. Ora vejamos: 0-4 na Choupana, 0-4 na Feira com o Feirense reduzido a 10 desde os 3 minutos, 7-0 ao Nacional em casa com os madeirenses com 10 desde os primeiros minutos da 2ª parte, 4-0 ao Tondela com o visitante reduzido a 10 Homens desde o final da 1ª parte e 4-0 em Arouca contra uma Equipa que na altura era Treinada pelo Homem que conseguiu a proeza de ser despedido de 2 clubes na mesma Temporada. E, só nestes 5 jogos, temos mais de 1/3 dos golos que marcámos no presente Campeonato.

O problema da finalização aparece quando, irremediavelmente, precisamos que a bola entre para ganhar os 3 pontos. Prova disso são os imensos jogos onde ficamos em branco: Tondela fora, Belém fora, Setúbal fora, Paços de Ferreira fora e Feirense em casa. Só aqui estão 10 pontos perdidos sem que sequer tenhamos conseguido introduzir a bola na baliza do adversário.

Neste aspeto, claramente, nota-se a falta de experiência da nossa Equipa. Muitos dos jogos não se resolvem cedo, ou por culpa nossa que entramos a deixar passar o tempo e a jogar devagarinho quase parado, ou também por culpa do adversário que por mérito seu consegue contrariar a ideia de jogo que trouxemos para as 4 linhas. E é nesses jogos onde o golo custa a entrar que, quase sempre, se definem os Campeões e onde nós quase nunca conseguimos marcar no último terço da partida porque temos uma Equipa que treme por todos os lados quando chega a hora de bater o Guarda-Redes adversário.

Pode parecer uma forma simplista de olhar para o problema, mas acreditem que num Campeonato onde existe um fosse qualitativo relativamente grande entre os 3 principais candidatos e as restantes Equipas, a eficácia torna-se absolutamente decisiva.

No entanto, e como não faz parte da nossa cultura nem do nosso ADN, é proibido atirar a toalha ao chão. Está muito complicado, é verdade, mas o Futebol sempre nos mostrou que quase nada é impossível. Digo quase nada porque há quem continue a não conseguir ganhar Finais Europeias.

Um abraço Azul e Branco,
Pedro Ferreira

27 abril, 2017

TESTE A UMA GERAÇÃO DE PORTISTAS.


Não há volta a dar - neste momento o objectivo reconquista está mal encaminhado, após uma sequência de empates que pode ter deitado tudo a perder.

No futebol tudo pode acontecer e até se esgotarem todas as opções cabe-nos aguardar e desejar que os nossos jogadores não atirem a toalha ao chão nas 2 difíceis deslocações que se aproximam. Quanto ao resto, está quase tudo dissecado. As forças e fraquezas de treinador e plantel são sobejamente conhecidas por todos nós. A dimensão do polvo é evidente e tem sido finalmente exposta pelo Clube, nomeadamente no excelente Universo Porto – da Bancada. As dificuldades são portanto óbvias e o caminho é tudo menos simples.

Mas mais do que focar nestas questões imediatas gostaria de tentar alargar o foco. É incontornável que não vivemos um momento fácil enquanto Portistas. Após (mais um) tricampeonato em 2013, ninguém imaginaria que a quebra seria tão rápida e acentuada mas foi isto que nos aconteceu.

Parece hoje claro que cometemos erros que facilitaram a vida aos nossos rivais. Dilacera-nos o coração recordar que tivemos a um passo de liquidar a era Vieira (provavelmente bastaria ter ganho em 2013/14) e lançar assim o clube vermelho em mais uma das suas derivas que fizeram escola nos anos 90 mas agora de pouco nos vale pensar no que poderia ter acontecido. Perdemos (para já) 3 campeonatos, e, mais do que isso, perdemos chama, crença, capacidade de luta e qualidade nas diferentes vertentes.

Mas nem tudo é mau, por mais paradoxal que possa parecer. A época 2015/16 fez-nos cair num fundo que parecia inimaginável, sendo que a presente temporada foi lançada em bases semelhantes, com a saída do Administrador para o Futebol, CEO e mais não sei quantos cargos a 1 de Setembro de 2016.

Os dados pareciam (mal) lançados mas o que é um facto é que estamos na luta até ao fim, envolvidos numa aura de apoio e espírito de missão que há muito que não se sentia no Universo FC Porto, com a honrosa excepção de 2010/11 (um ano atípico para fazer comparações, pela perfeição que representou essa temporada).

Durante 30 anos foi relativamente fácil ser Portista. Sendo já um número de anos apreciável, poderemos concluir que boa parte da massa associativa não está habituada a outra coisa que não às alegrias com o desporto. Os anos de derrotas foram poucos, espaçados entre vitórias, e mesmo durante os 3 anos de jejum no virar do século tivemos Taças de Portugal para nos salvar temporadas, aliadas ao gostinho especial de mesmo assim continuarmos a ver o grande rival pelo retrovisor. Infelizmente o tempo agora é outro e penso que estamos perante o primeiro grande teste que muitos de nós temos enquanto Portistas.

Este cenário menos feliz não simboliza contudo que o Clube tenha deixado de ser grande ou que nos devamos envergonhar com a situação actual, baixando a cabeça perante os rivais. O desporto é assim, feito de ciclos, e o que nos está a acontecer neste momento era já altamente provável há muito tempo, por mais que quiséssemos adiar este cenário.

Benfica e Sporting passaram por isto, em muito pior escala. Todos estamos recordados que de 1995 a 2013 o Benfica ganhou 2 campeonatos e que o Sporting ganhou 3 desde 1981 até aos dias de hoje. Deixaram de ter adeptos dedicados? Deixaram de ter dimensão e peso a nível nacional? Não. Diria até melhor – infelizmente não!

Pela Europa fora o mesmo cenário. Real Madrid, Barcelona, Manchester United ou mesmo o hegemónico Bayern Munique têm ou tiveram as suas quebras, sendo que até dominadores de países periféricos como o Anderlecht ou Celtic Glasgow têm os seus momentos de menor fulgor.

O importante é pois olhar para o futuro e não perder o foco e a paixão pelo FC Porto. Com toda a sinceridade sinto que neste momento estamos mais conscientes do que precisamos de fazer e mais capazes de nos reerguer do que me pareceu no final das temporadas transatas. Com uma ressalva: para que isto se confirme teremos de ser capazes de sair de cabeça erguida do campeonato, deixando uma boa imagem final que sirva de rampa de lançamento para 2017/18.

Estamos portanto num momento de teste a todos nós Portistas, quer sejamos mais ou menos velhos. Os mais velhos poderão pensar que relançar um clube com o número de troféus e de adeptos que temos hoje será muito mais fácil do que no início desta caminhada em 1976. Mesmo que tal possa ser verdade é bom que todos estejam cientes que, tal como outrora, ninguém nos dará nada e que o sonho de boa parte do país é que nos tornemos numa espécie de Liverpool: uma casa assombrada, eternamente à espera do dia em que tudo volte a ser como dantes, como que por milagre.

Pede-se ambição, exigência e inconformismo, mas também racionalidade e inteligência. O teste está aí. Vamos agarrá-lo?

26 abril, 2017

RAINHA DE INGLATERRA BY CARNIDE.


A lata e falta de vergonha na cara que existe no futebol português, continua a ser a nota dominante de um campeonato desvirtuado desde o seu início por aqueles que deviam ser o garante do equilíbrio de forças entre todos. É óbvio que temos culpas próprias, mas as mesmas seriam seguramente menores se tivéssemos assistido a 30 jornadas onde as decisões arbitrais fossem corretas. Grande parte das vezes, a diferença entre ter uma boa ou má época, é o ganhar ou não o jogo X e fazê-lo mesmo quando não se joga bem, porque ganhar quando tal acontece é o natural.
A diferença entre os campeões e os outros é ganhar quando se joga mal! E por vezes, quantos e quantos jogos estão “atados” e não é um golo que o “desata”? Basta recordar os 7-0 em casa ao Nacional, onde apenas após o 1-0, cerca da meia hora de jogo, é que as coisas engrenaram.

Mas se é verdade que o desplante tem a tradução prática nos “erros” de arbitragem, a verdade é que esses são o produto final de um Polvo com muitos e muitos tentáculos, que abrange um número enorme de áreas e atinge todos os poderes diretos ou indiretos que concorrem com o desporto rei.
Desde o conselho de disciplina à arbitragem, da federação à liga, da apaf ao sindicado dos jogadores, da comunicação social escrita à falada, em todo o lado o Polvo se instalou e dita lei num país absurdo onde se pedem penalizações para um clube cuja claque canta “quem me dera que o avião da Chapecoense fosse do benfica”, mas não se encontra nexo causal com o clube cujos adeptos MATAM adeptos de clubes adversários - 1996 e 2017.

O presidente do clube mais corrupto de Portugal, com escândalos também internacionais, o único com casos de assassinatos, o único com casos provados em tribunal em que as suas instalações serviam para traficar droga, está neste momento para o futebol como a rainha Isabel II está para Inglaterra... não faz nada, tem moços para tudo, mas nada se faz sem ela deixar!
O dumbo de benfica, continua a arvorar-se ao direito de se apresentar como pacificador, alguém que nunca fala para não criar mau estar, um verdadeiro exemplo de educação e saber estar, muito respeitador das instituições, alguém que nunca levanta a voz contra nada, mas na verdade é o verdadeiro líder da máfia, o cobarde que atira a pedra e esconde a mão, aquele que manda fazer mas nada faz, alguém que incendeia mas aparece num carro de bombeiros.

Tudo isto acontece porque tem João Gobern, André Ventura, Rui Gomes da Silva, Pedro Guerra e muitos outros que dizem tudo e mais alguma coisa, fazem todo o trabalho sujo em nome de quem lhes paga a avença, mas a Rainha de Inglaterra de nada sabe.
Nas diferentes instituições, há quem meta processos na gaveta, há quem ignore denúncias, há quem faça tudo e mais alguma coisa para agradar à Rainha de Inglaterra, mas claro que o traficante de pneus nada fez e nada sabe.
Ele tem o filho a mamar comissões do arco da velha, tem uma sociedade com Jorge Mendes para mamar em tudo, tem colombianos e um motorista a transportar droga no seu carro, mas a impoluta Rainha de Inglaterra nada sabe ou fez.
Ele programou assaltos a camiões, ele financiou-se no BES e BPN e a guita desapareceu, ele deve milhões aos cofres do estado que todos nós estamos a pagar, mas é o paladino da seriedade e o protótipo do cidadão exemplar, pois jamais a Rainha de Inglaterra iria borrar a pintura.

Mas tudo isto acontece e continuará a acontecer, porque num país onde se fazem manchetes dignas de um qualquer país subdesenvolvido, existe uma comunicação social vendida e de cócoras, onde a Rainha de Inglaterra controla os Delgados, os Guerras, os Otávios, e muitos mais, sempre prontos a servirem de mulheres da limpeza, com vassoura e balde em punho, com as calças pelos tornozelos e mangas arregaçadas para branquear tudo o que acontece.

Não, não estou eu a branquear os nossos erros ou as nossas falhas com os outros. Mas que bom é poder cometer todos os erros e todas as falhas quando se sabe que vai haver alguém que nos vai ajudar na mesma, alguém que nos vai fazer o trabalho de higienização da imagem, alguém que tudo vai branquear. Assim, é fácil errar...

Até sábado no sítio do costume!

25 abril, 2017

ESTE ANO, OS ADEPTOS DERAM TUDO E VÃO RECEBER ZERO!


Confesso com a maior das sinceridades que, mesmo depois dos últimos resultados não terem sido famosos, nunca me passou pela cabeça que o FC Porto não fosse capaz de vencer em casa o feirense.

Mesmo considerando os habituais problemas oftalmológicos dos senhores do apito, que voltaram a ocorrer no jogo do Dragão (curioso, um árbitro que apitou 40 ou 50 faltas a meio campo, mas que depois não viu duas grandes penalidades na área do feirense), mesmo considerando mais uma fantástica exibição do gr adversário, mesmo considerando tudo e mais alguma coisa, não é aceitável que nesta altura do campeonato o FC Porto tenha falhado novamente perante um adversário esforçado mas muito fraquinho. Não conseguir vencer em casa o Feirense, perdendo mais uma oportunidade de encostar ao 1º lugar e colocar pelo menos alguma pressão no nosso rival direto, é inadmissível.

Não há que ter medo das palavras, nem receio das análises, mesmo que ainda faltem 4 jogos para o final do campeonato. Os últimos jogos, sobretudo após o jogo da luz, decepcionaram-me muito. Sim, admito que cheguei a acreditar realmente que podíamos chegar a um título que já nos foge à 3 anos (e também por isso tão ambicionado pelo universo Portista), cheguei a ver sinais muito positivos nesta equipa, um fio de jogo, um modelo de jogo bem definido, até alguns aspetos tão raros nos últimos anos como por exemplo o aproveitamento dos lances de bola parada ou reviravoltas após desvantagens em vários jogos (algo inexistente na era Lopetegui).

Não é aceitável que, chegados à fase decisiva da época, com um rival direto que joga pouco e até tem perdido pontos (6 pontos perdidos no último mês e meio, era suficiente para nós, caso tivéssemos sido suficientemente competentes nos nossos jogos), o FC Porto tenha regredido assustadoramente e perdido, do meu ponto de vista, imensa qualidade de jogo. Desde o jogo com o setúbal é visível que a equipa entrou numa espiral de nervos, intranquilidade e falta de estofo, falta da chamada estaleca que foi imagem de marca do grande FC Porto ao longo dos anos. Esta é a verdade.

Não vale de muito NES vir dizer que "ainda estamos vivos" ou os jogadores balbuciarem que "ainda é matematicamente possível", nesta altura soa tudo a conversa da treta apenas para entreter os adeptos, que este ano deram tudo de si e receberam ZERO da equipa. A verdade é que mais uma vez a equipa e o treinador falharam em vários momentos decisivos e terão de ser TODOS julgados por isso em tempo adequado, sem falinhas mansas, nem paninhos quentes.

É com muita pena que digo isso mas já esgotei a minha paciência com NES. Não vou ser politicamente correto, nem polido no que vou dizer a seguir mas: estou farto do estilo de liderança de NES, dos silêncios, das preocupações com a imagem exterior, farto dos elogios a NES dos nossos maiores inimigos. Estou farto de uma atitude de pasmaceira, que nos vai levar novamente a um ano de seca. Farto, farto, estou farto. E acho que tenho todo o direito de estar assim. E atenção, não estou farto só de NES, se é que me entendem!

Nota final: Não deve faltar muito para um post meu sobre aquilo que penso em relação à escolha dos últimos treinadores, bem como àquele que deverá ser o nosso próximo treinador. Mas por uma questão matemática, ainda não o vou fazer. No entanto, de uma coisa podem todos ter a certeza, defenderei sempre aquilo que em consciência penso ser o melhor para o nosso clube, independentemente de ser mais ou menos politicamente correto. O FC Porto encontra-se numa encruzilhada, se calhar ainda paga a treinadores que despediu (Peseiro, Lopetegui...), mas há opções que têm de ser tomadas sob pena de se cavar mais o buraco em que nos encontramos. As coisas não estão nada fáceis, mas a verdade é que olho para o Relatório e Contas e vejo que o FC Porto é o que mais dinheiro gasta em salários de entre os 3 grandes. Há dinheiro e provavelmente irá continuar a haver, a questão fundamental é: o dinheiro é bem gasto? Para reflexão...

PS: Gostei de ver o esforço sobre-humano dos pupilos do sr. manta. Mal terminou o jogo, era vê-los cair no chão completamente exaustos, língua de fora, após tanto suor derramado. Gostei também de ver a exibição fantástica do gr, defendeu tudo e mais alguma coisa, sempre com a concentração a um nível máximo. E gostei de ver os defesas com cortes acertados, todos certinhos e alinhados. Sem auto-golos, nem frangalhadas do gr... gostei, a sério que gostei!

23 abril, 2017

APATIA CRÓNICA.


FC PORTO-FEIRENSE, 0-0

5 jogos, 1 vitória e 4 empates. É o saldo do FC Porto que continua a lutar pelo título apesar das probabilidades terem diminuído consideravelmente. Quem quer ser campeão não pode perder 8 pontos em 5 jogos e entrar nos mesmos com uma apatia confrangedora.

Tinha acontecido na luz, em Braga e agora em casa com o Feirense. A intensidade, o crer, a vontade e a determinação andam arredadas do Dragão. O FC Porto tem dado autênticas partes dos jogos aos adversários e depois os resultados não são o que se espera.


Há uma intranquilidade enorme na equipa, os jogadores entram apáticos e psicologicamente deixam-se afectar por factores externos, nomeadamente as arbitragens e as bancadas.

Uma equipa com estofo de campeã, não pode ser tão vulnerável e tão sujeita a estas situações. A mentalidade tem que ser outra, caso contrário jamais vamos ver o FC Porto a vencer campeonatos.

Mas, tal como em Braga e em casa com o V. Setúbal, o FC Porto tem fortes e graves queixas das arbitragens. Grandes penalidades evidentes, vistas a olho nu não são sancionadas, há uma gritante dualidade de critérios, cartões por mostrar e pactos com o anti-jogo da parte dos árbitros… De tudo um pouco, acontece a este FC Porto que merece bem melhor do que o que lhe tem saído na rifa.

Sem Brahimi, castigado em Braga por um Antunes desta vida de uma forma ordinária, e sem Corona devido a lesão contraída no último treino da semana, os Dragões apresentaram-se na frente de ataque com André Silva, Soares e Diogo Jota descaído na direita. Não terá sido a melhor solução pois durante os primeiros 45 minutos, o FC Porto pouco produziu.


Com os habituais laterais a fazerem os corredores, o jogo do FC Porto não tinha continuidade. O meio-campo foi o trio habitual, mas ao FC Porto exigia-se que tivesse profundidade nas alas.

O que estava Otávio a fazer no banco?

Ao intervalo, percebeu o treinador do FC Porto que Otávio teria de ser lançado. Foram precisos 45 minutos para chegar a essa conclusão. Óliver Torres saiu e entrou o extremo brasileiro que abanou com o jogo.

Foi então que passou a haver intensidade e futebol da parte dos azuis e brancos. Otávio foi protagonista de algumas jogadas de perigo. Um penalty que Rui Costa não quis marcar, um remate que Vaná defendeu com a ponta dos dedos e um perigo constante sobre a esquerda com o apoio de Alex Telles.

O golo tardava em aparecer e NES refrescou o meio-campo e o ataque. Tirou A. André, colocando Herrera e saiu a nulidade André Silva para a entrada do agitador Rui Pedro.


Verificou-se o assalto à baliza do Feirense. Marcano foi agarrado por um defesa na área contrária, mas o árbitro voltou a recusar marcar a respectiva grande penalidade. E depois até ao fim, Maxi por duas vezes obrigou Vaná a defesas de recurso e Rui Pedro, ágil e endiabrado atirou à figura do guardião contrário.

Todas as bolas esbarraram nas pernas e troncos dos jogadores de Santa Maria da Feira e sempre que um jogador do Feirense caía, o artista da arbitragem apitava. Assim se condiciona claramente um jogo.

Incompetência e dualidade de critérios com a chancela do Polvo em grande e em força. Eis o resumo do jogo do Dragão!

Os Dragões mantêm a desvantagem de 3 pontos para o líder. Com três jogos fora e um em casa, resta aos azuis-e-brancos vencer e esperar…

Próxima paragem, em Chaves, local onde o Dragão foi, esta temporada, afastado da Taça de Portugal por uma arbitragem vergonhosa!

Haja decoro, de uma vez por todas!




DECLARAÇÕES

Nuno: “Falhámos golos, mas o árbitro também falhou”

Falta de pontaria
“Falaram golos, faltou concretizar muitas ocasiões. Assistimos a duas partes diferentes no jogo: na primeira tentámos uma circulação mais elaborada, procurámos chegar ao golo, criar situações, desequilíbrios, conseguimos situações de cruzamento e algumas situações de golo. Na segunda, com um desenho diferente, criámos ainda mais ocasiões.”

Erros graves da arbitragem
“Devemos valorizar, acima de tudo, o grande trabalho realizados pelos jogadores. O mesmo não posso dizer do árbitro. É muito difícil explicar aos jogadores e depois aos adeptos o porquê de tantas ocasiões e também de tantas falhas por parte da equipa de arbitragem. Na verdade, aconteceram erros graves por parte da arbitragem que nos penalizaram.”

Mea culpa
“Esta situação também há responsabilidade nossa, é claro, porque desperdiçámos pontos importantes para nós, embora todos os empates que tivemos tiveram sempre muito mais perto de ser vitória.”


Vivos na luta
“Perdemos uma oportunidade para encurtar distâncias, é verdade, mas temos que continuar a confiar e a acreditar nesta equipa que quer lutar, que quer ser campeã… É menos um jogo, menos uma oportunidade, mas estaremos vivos e até ao fim na luta, porque acreditamos e confiamos em nós e no nosso trabalho.”

Manter a intensidade
“Já passámos por um ciclo semelhante durante esta época e soubemos resolver e encontrar soluções para melhorar. Também somos, muitas vezes, penalizados por não conseguimos manter a intensidade durante os 90 minutos. Há ambição, há qualidade, mas que tem que ser posta em prática em muitos momentos e cabe-me a mim e a nós equipa técnica encontrar soluções para melhorar o rendimento.”

Contas no fim
“É uma luta até ao fim. Sabemos que faltam quatro jogos, temos que nos debruçar no nosso calendário, no nosso foco, que é jogo a jogo. Dizemos isto hoje e diremos na próxima semana, porque independentemente do que se passa nos outros campos, temos que cumprir o único dever que é o de ganhar para depois, no fim, fazermos as contas.”



RESUMO DO JOGO

22 abril, 2017

FOTO MÍSTICA #6 - Yuran [1994]

O FOTO-MÍSTICA é um espaço de registo e divulgação da história do FUTEBOL CLUBE DO PORTO. O objectivo é recordar os seus momentos, os seus valores, os seus princípios, a sua cultura, a sua marca, a sua dimensão, as suas gentes. Numa palavra: a sua MÍSTICA. Todos são convidados a participar nesta viagem. Se pretenderem ver divulgada uma fotografia em especial, podem enviar e-mail para rodalma@hotmail.com.



Época: 1994/1995.
Local: Estádio da luz.
Data: 02.10.1994.
Resultado: sl benfica 1x1 FC Porto.
Aparecem na fotografia: Yuran, Kulkov e jogadores do sl benfica.
Foi um dos grandes momentos que os portistas viveram nas bancadas do antigo estádio da luz. E logo protagonizado por quem.

Sergey Yuran não marcou muitos golos com a camisola do FC Porto, mas o seu papel no título de 94/95 foi importantíssimo, muito devido à impressionante capacidade física que, aliada à sua garra, lhe permitia pressionar e desgastar as defesas adversárias como poucos.

A sua transferência para as Antas, consumada a 3 de Setembro de 1994, é mais uma das muitas jogadas de mestre do Presidente Pinto da Costa junto dos rivais de Lisboa, apenas suplantada pelos episódios Futre, Deco e João Moutinho. E, para cúmulo, Yuran veio envolvido num pacote 2 em 1: com ele chegou também o centro-campista Kulkov (mais atrás na fotografia), detentor de fina técnica e de sentido táctico apuradíssimo.

Artur Jorge havia chegado a Carnide para treinar os vermelhos e decide que os russófonos não teriam lugar na equipa. Bobby Robson e o seu adjunto José Mourinho – que os conheciam do Hospital São José em Lisboa, por serem visitas assíduas de Cherbakov, que ficara paraplégico após um terrível acidente na Avenida da Liberdade – após tomarem conhecimento de que os dois futebolistas eram jogadores livres, não deixaram escapar a oportunidade e o empresário Paulo Barbosa intermediou o negócio.

A transferência dos dois soviéticos (Yuran é ucraniano e Kulkov é russo) na imagem foi alvo de forte polémica. Quando confrontado com a fama de Yuran e Kulkov gostarem demasiado de vodka e de se fazerem acompanhar de esculturais russas à bôite Maxime, o Presidente teve pronta resposta: "Não contratámos dois santos nem eu sou o abade das Antas". Também Sir Bobby Robson alinhava pelo mesmo diapasão e dizia que "Vamos dar-lhes uma nova oportunidade na vida", sabendo que ser vermelho é estar perdido na vida.

Rumaram pois à cidade Invicta para se sagrarem campeões nacionais, sendo ainda hoje os dois únicos estrangeiros campeões nacionais em épocas consecutivas por clubes diferentes. No final da temporada, os dois seguiriam para o Milwall, após breve e bem sucedida passagem pelo Spartak de Moscovo. Yuran não mais regressou a Portugal devido a um processo em tribunal após um acidente a altas horas da madrugada na Avenida da Boavista. Da colisão de 24 de Novembro de 1994 resultou a morte de Ângelo Oliveira, sendo que Yuran acabou por ser condenado a 1 ano de prisão efectiva por homícido por negligência (pena que não cumpriu, ao abrigo da Lei da Amnistia) e ao pagamento de 3 mil contos à família da vítima - a sentença, branda, não agradou aos familiares da vítima. Kulkov ainda regressou ao campeonato nacional para jogar no Alverca em 1999/2000.

O disparo de Yuran, aos 66 minutos, simboliza a conversão de um infiel. Kulkov acompanha o lance de perto, também em busca de purificação espiritual. Na fotografia podemos ver que Yuran parece gritar no momento do disparo, tal é a fé que deposita naquele remate. Paulo Madeira bem se esforça para efectuar o corte, mas a sua facies denuncia que corre para uma missão impossível. A bola já passou o crivo defensivo e vai perfurar as redes de Preud’homme. Um tiro de pé esquerdo, à queima-roupa, indefensável. Abel Xavier, aqui ainda católico e de cabelo preto, apenas esboça uma reacção. Depois do golo, Yuran corre para o banco de suplentes para abraçar o jovem Bicho, que não se inibe de lhe dar uns bons cachaços.

Isaías havia de empatar a contenda já na segunda parte, mas o golo de Yuran é inesquecível, por representar a redenção de um pecador. O ucraniano seria expulso aos 74 minutos, juntando-se nos balneários a Paulinho Santos, que havia recebido ordem de expusão ainda durante a primeira parte.

No final do jogo, as opiniões contrastavam. Enquanto que Filipovic afirmava que o clube da 2ª circular havia jogado contra uma das melhores equipas do mundo a controlar o seu espaço defensivo, Inácio referia que o Sr. Bento Marques, juiz da partida, tinha ajudado o clube da casa a conseguir o empate, não marcando faltas a favor dos azuis e brancos.

Quando perguntaram a Yuran qual era a melhor recordação dessa temporada, a resposta é pronta:

“Ahhhh, claro que é aquele golo na luz. Marquei o 1-0 aos 65 minutos, fui expulso por dois amarelos aos 75” e o Isaías empatou aos 90”. Acabou 1-1, mas marcar aquele golo foi muito bom, libertador. A caminho do balneário, o José Mourinho, naquele estilo que ainda hoje lhe é característico, agarrou-se a mim e gritava para o ar ”és o maior”, ”estás aqui é para marcar”, ”mostraste aos gajos que és bom”, ”deste-lhes uma lição”. Eu só me ria, enquanto os jogadores do Benfica seguiam cabisbaixos, como o treinador [Artur Jorge] e até o presidente [Manuel Damásio]. O Mourinho deixou a porta do balneário aberta e continuou a falar altíssimo, para os do Benfica ouvirem.”
A redenção e consequente libertação de Sergey Yuran, pelas palavras do próprio, estava assim consumada. Também Kulkov, anos mais tarde, tinha noção do significado daquele golo. Tal como na parábola da ovelha perdida, parece perceber que há mais júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por 99 justos, que não precisam de arrependimento.

“Que momento! Marcou de pé esquerdo, festejou à doido e foi expulso. Um momento à Yuran”
Yuran soube resumir na perfeição o que significou o FC Porto na sua vida, dando razão a Bobby Robson quando este adivinhava uma nova oportunidade na vida:

“O FC Porto era uma família, o benfica… uma brincadeira”
Yuran tem actualmente 47 anos e é treinador do FC Mika da Arménia. Kulkov conta 50 primaveras e treina os sub-21 do Spartak de Moscovo.

FONTES UTILIZADAS, A QUEM AGRADECEMOS:
  • Mais Futebol
  • Zero Zero
  • FC Porto Notícias
  • Jornal de Notícias
Rodrigo de Almada Martins

21 abril, 2017

NÓS NÃO PARAMOS DE CANTAR… POR TI!


Aproxima-se a grande passo os momentos das grandes decisões em todas as modalidades. E juntos com as nossas equipas estão os seus adeptos! Em fim-de-semana de Páscoa, uns encolhem as férias, outros prolongam-nas e outros ainda interrompem-nas. Objectivo é comparecer em Braga e 6 mil disseram “presente”. Sim, 6 mil Dragões invadiram Braga!!!

Num passado recente não há memória de tamanha deslocação à capital do Minho. Todos os caminhos foram dar ao estádio AXA. Para cerca de meia centena de adeptos, ainda houve outros caminhos antes. O caminho para o centro da cidade. Às 14h um grupo de ultras do FC Porto (SD e C95) almoçou num restaurante no centro da cidade. De seguida, juntos seguiram para a praça do município e andaram pelas ruas de Braga em pleno Sábado à tarde.

Hora de beber uns finos juntos à Sé, antes de rumar ao estádio. Chegámos ao estádio ainda faltam cerca de três horas para o jogo começar. Junto à roulotte “estádio bar”, mesmo junto à entrada para o recinto, estavam os ultras do Braga escoltados pela polícia. Mais de três horas antes da partida, aqueles que supostamente jogaram em casa, estão retidos pela polícia sem que possam sair daquela zona. Na prática jogaram fora, a invasão foi-se consumando. Era adeptos do FC Porto por todo o lado, e concentraram-se nas roulottes que nos são destinadas.


Picardias entre adeptos e a polícia sempre com um tom provocatório e ameaçador, o ambiente era claramente de jogo grande.

Fora das quatro linhas vencemos por goleada, se cá fora andávamos à vontade e os ultras do Braga é que estavam “presos” na sua própria casa, isto depois de termos passado o dia no centro da cidade (só faltou ir às compras!), dentro do estádio um piso superior era todo nosso, de uma ponta à outra!!!

Um apoio enorme à equipa e só foi pena o resultado, porque a nossa deslocação fica para história. Parabéns a todos os presentes, aos que vão sempre, aos que vão quase sempre e aos que vão de vez em quando. Na minha opinião, relativamente à prestação na bancada, houve momentos muito bons, arrepiantes mesmo, com a bancada toda a cantar! Pena que os adeptos só acompanhem a claque durante alguns segundos e de forma espaçada. Principalmente quando jogamos fora, quem está ali tem de aguentar os 90 minutos, de pé e a incentivar. Os jogadores sentem esse apoio e precisam dele para ganhar os jogos!!

Vamos ter fé que ainda é possível, vamos acreditar até ao fim, vamos apoiar nos cinco jogos que faltam!

Um abraço ultra.

20 abril, 2017

RAQUETADAS.


Mais um set point desperdiçado.

Por inépcia própria, forças alheias ou simplesmente porque os deuses não estão para aí virados, a verdade é que Setúbal, benfica e Braga foram todas elas ocasiões privilegiadas para nos colocarmos na liderança por mérito próprio, ou forçar essa liderança por desgraça alheia.

Do jogo de sábado podemo-nos escudar em razões da lógica para justificar o resultado. Quer sejam os índices motivacionais que o técnico bracarense incutiu à equipa, bem diferentes da equipa amorfa que por 3 vezes esta época defrontou o clube mãe. Ou, como tem vindo a ser recorrente desde Agosto, os problemas de visão do Senhor do Apito, sempre com olhos de águia para as infrações cometidas por jogadores azuis e brancos, contudo, acossado por repentinos e fulminantes ataques de cegueira aguda, sempre que estavam em causa o julgamento das várias tentativas de partir pernas, que os homens da pedr(eir)a perpetraram sobre os nossos jogadores.

Estando absolutamente fora de hipótese qualquer abordagem no sentido da corrupção, compadrios e tráfico de influências entre os membros da nossa honrada classe da arbitragem, penso que cientistas e investigadores deveriam-se empenhar profundamente no estudo das causas de tão grave maleita, tão penalizadora para a saúde de tantos pobres e justos juízes, sempre que alguém trajando o emblema do Dragão é ceifado por um adversário dentro das 4 linhas. Uma verdadeira pandemia.

No entanto, sem detrimento das razões enunciadas nos parágrafos anteriores, haverá uma que de certa forma as tem ofuscado nos jogos mais recentes: A exacerbada falta de confiança de Nuno Espírito Santo (NES).

Desde o empate da equipa vermelha em Paços de Ferreira, que abriu o topo da classificação ao nosso alcance, NES (e a equipa) têm acumulado asneiras, incoerências e um medo gritante de perder. São incompreensíveis as apáticas entradas que tivemos nos últimos 4 jogos. É incompreensível o falhanço táctico que nos custou 2 pontos contra Setúbal, a falta de ambição após o golo do empate na Luz, ou as absurdas substituições Brahimi e A. André em Braga, muito mais próximas de um treinador que quer perder tempo e trancar o resultado, do que procurar os louros do Olimpo.

É inegável o bom trabalho que NES tem feito esta época. Graças a ele, a equipa do Futebol Clube do Porto voltou a ser respeitada nos relvados onde entra. Mas para ganhar títulos é preciso algo mais do que o simples q.b.. É preciso ambição. Coragem para correr riscos. Estofo de campeão. Algo que  urge a NES compreender. A entrada directa na Champions, que o 2º lugar (ainda) confere, não é consolo para nenhum portista.

O mapa classificativo diz-nos que nada está perdido. Sábado passado foi teoricamente o nosso jogo mais difícil. A equipa da Luz também terá que enfrentar o seu. Há (ainda) boas probabilidades de no próximo fim de semana virmos a ocupar essa tão almejada primeira posição, se confiarmos na boa forma leonina e no cumprimento obrigatório da nossa função no Dragão.

Que os deuses da fortuna nos pisquem finalmente o olho e que Nuno consiga meter na cabeça que "SOMOS PORTO" é NÃO TER MEDO de nada, nem ninguém!

Caso contrário, em vez de um set a nosso favor, teremos um match point contra!

19 abril, 2017

O SÉRIO PRESIDENTE DO CONSELHO DE DISCIPLINA.


Desde Junho passado que José Manuel Meirim é o presidente do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, numa escolha que se tem vindo a revelar uma verdadeira falácia, pois o professor de direito desportivo tem por repetidas vezes deixado na gaveta a imparcialidade que se exige a quem desempenha tais funções.

O último episódio, e talvez o mais chocante até à presente data, prende-se com o castigo a Brahimi e Luís Gonçalves após as suas expulsões no sábado passado em Braga.
Em relação a Brahimi, depois de termos assistido a uma série de casos em que nada aconteceu como na semana passada Samaris ter dado um murro num adversário, o mesmo Samaris ter agredido Alex Telles na semana imediatamente anterior, e Luisão (um clássico!) ter encostado a cabeça ao árbitro Nuno Almeida (ok, ficou tudo em família!) no slb-chaves, agora vemos o argelino castigado em dois jogos por alegadamente ter encostado a cabeça ao 4.º árbitro (já alguém viu essas imagens?) e de ter proferido palavras impercetíveis (bandido, não lhe chamou filho da p... pois isso ele já percebia!). Fantástico!
Relativamente a Luís Gonçalves, não sabemos se o descrito como justificação para a sua expulsão é verdade ou não, pois quem mente uma vez, mente quatro ou cinco vezes. O que sabemos é que os casos não são todos tratados da mesma forma, bastando para isso recordar os comportamentos de Rui Costa ontem recordados no Porto Canal e as diversas ocasiões em que o banco do slb (não confundir com Novo Banco, apesar de servir como banco do presidente do slb) pressiona, intimida, insulta e ameaça adversários e equipas de arbitragem.

Mas não é de hoje que José Manuel Meirim tem uma relação difícil com a imparcialidade.
O Sr. Dr., após ser indicado como candidato a CD da FPF, proferiu declarações fantásticas sobre o caso dos vouchers e do caso do atraso do FC Porto num jogo da taça da Liga em 2013/14. Para além de considerar os vouchers algo impoluto (que justiça esperar de quem pensa desta forma?), atente-se ao que diz sobre o atraso do nosso clube: “O ónus da prova está do lado da acusação....”. Ora pergunto eu: Então, que provas factuais existem relativamente aos comportamentos de Brahimi no passado sábado? Basta o 4.º árbitro dizer que este lhe encostou a cabeça quando mais ninguém viu tal coisa? A relação entre coerência e José Manuel Meirim pelos vistos também não passam os melhores dias.

Mas vamos à cereja no topo do bolo!
Em 2014, aquando das eleições para a Liga Portuguesa de Futebol Profissional, a sumidade do direito desportivo cá do burgo, mostrou-se muito indignado com a recusa da candidatura de Fernando Seara à presidência da Liga por parte do presidente da Assembleia Geral da Liga.
E o que tem isto de problemático? É que José Manuel Meirim era, à data, advogado de uma Sociedade chamada CSA – Correia, Seara, Caldas, Simões e Associados.
Conseguem adivinhar a quem se refere o nome Seara? Precisamente Fernando Seara, o tal candidato à Liga. Ou seja, Meirim emitiu parecer sobre o colega do mesmo escritório de advogados... ser juiz em causa própria é, de facto, de uma imparcialidade notável. Mas calma, que isto ainda não acabou!
Quem será que também fazia parte desta Sociedade? O dr. João Correia! Este ilustre advogado, entre muitas e muitas coisas, advogado do slb na disputa com Jorge Jesus, chegou a ser o representante do slb na UEFA enquanto era Vogal do Conselho Superior do Ministério Público, eleito pela Assembleia da República. Chega? Não...
Quem também fazia parte desta Sociedade era Nuno Lobo, presidente da Associação de Futebol de Lisboa, o tal que em Setembro de 2013, após um incidente com Pinto da Costa e Adelino Caldeira, afirmou que “Lisboa vai liderar o futebol em Portugal, custe o que custar”.

Em conclusão, o presidente do CD da FPF denota comportamentos não de alguém equidistante dos poderes existentes no futebol, mas sim, alguém que pelo seu passado, percurso e relações, parece não ter condições para desempenhar tais funções. Tem a palavra a direção da FPF.
Até lá, cabe a todos os portistas não se desunirem. Cabe a todos nós continuarmos esta luta com um objetivo comum. Todos remam para o mesmo lado, todos lutam com a mesma orientação. Para desconforto de muitos como Pedro Guerra que criticam Luís Gonçalves e suspiram por Antero Henrique, este clube está diferente. Está lutador, está mais fiel à sua identidade, está mais PORTO. Pode e deve ainda fazer melhor, pode e dever ainda ser mais agressivo e letal como algumas máquinas de propaganda que por aí existem. Mas, ando farto de dizer isto, o caminho que já se percorreu e recuperou esta época, é um ganho que nunca mais poderemos desperdiçar, pois tem que ser um verdadeiro caminho sem retorno.

Um abraço, até domingo no sítio do costume!

18 abril, 2017

AS NOSSAS MODALIDADES – RESUMO DO FIM DE SEMANA.



JOGO DA SEMANA

O fim-de-semana de Páscoa, trouxe-nos 2 compromissos do campeonato nacional de ANDEBOL.

Na quarta-feira, a receção aos de carnide era o prato ideal para manter o pavilhão ativo e unido em torno da equipa rumo ao resgate. Uma primeira parte onde nem sempre conseguimos impor o nosso jogo, levava a uma desvantagem de 1 golo ao intervalo. Não só a menor qualidade do nosso andebol nesse período era justificação, mas também os habituais artistas apitadores pretendiam recuperar o “equilíbrio” no campeonato.

Na 2ª parte, a palestra de Ricardo Costa fez efeito e foi já dentro dos últimos 20 minutos que o nosso FC Porto passou para a liderança e foi construindo a marcha do marcador rumo à vitória final. Mais um jogo em que o nosso adversário teve muito menos minutos de exclusão que a nossa equipa. Neste caso, foram 25% das exclusões.

No sábado, foi a vez da deslocação a Águas Santas, onde os locais tentaram fazer encaixe financeiro para o resto da época ao colocarem os bilhetes a 8€ e a impedirem a transmissão do Porto Canal. Na realidade, o que pretendiam, era afastar do pavilhão tudo o que se relacionasse com o azul e branco para assim os lisboetas António Trinca e Tiago Monteiro tentarem “devolver a emoção” ao campeonato. O último jogo após a condenação do Alexis Borges, não começou da melhor forma para a nossa equipa e a 1ª parte foi favorável aos maiatos, que aos 15 minutos lideravam o marcador com 4 golos de vantagem.

A 2ª metade da primeira parte foi favorável à nossa equipa e o intervalo chegava apenas com desvantagem de 1 golo. A 2ª parte manteve o ritmo e alargamos a vantagem até aos 21-17 a 12 minutos do fim do jogo. Em 4 minutos, desperdiçamos essa vantagem e permitimos o empate aos maiatos. Os últimos 8 minutos trouxeram melhor performance da nossa equipa e a vitória final surgiu por 2 golos de vantagem.

O próximo jogo trata-se da deslocação à Madeira, no próximo sábado, pelas 15h00.


AS OUTRAS MODALIDADES

A equipa de BASQUETEBOL deslocou-se a lisboa para defrontar o carnide, e em sexta-feira santa, resolvemos dar uma pálida imagem do basquetebol que somos capazes de apresentar. O primeiro período foi claramente favorável aos visitados que chegaram ao fim de 10 minutos a vencer por 22-6. Um 2º período favorável à nossa equipa permitiu minimizar a pálida imagem e chegar ao intervalo com o jogo em discussão e uma desvantagem de 7 pontos.

O 3º período voltou a ser favorável aos locais que aumentaram a vantagem para 8 pontos. Como não há 2 sem 3, o último período voltou a ser favorável aos locais que terminaram o jogo com uma vantagem de 17 pontos. Restam 3 jogos até ao final da 2ª fase e necessitamos de vitórias para alcançarmos os play-off em 1º lugar e assim garantirmos o fator-casa em todas as eliminatórias do play-off.

No próximo fim de semana, teremos jornada dupla com a deslocação a Ílhavo (6ª feira, 21h30) e receção ao Guimarães (domingo, 17h45).

A equipa de HÓQUEI EM PATINS regressa à competição no próximo domingo, após pausa para o torneio de Montreux de seleções, com a deslocação a Paço d’Arcos (domingo, 17h).



Abraco,
Delindro

17 abril, 2017

PRECISAMOS DO ESPÍRITO SANTO, DE JESUS, E MESMO ASSIM...


Infelizmente, aconteceu o que mais temia neste fim-de-semana: acordar no domingo e constatar o destaque garrafal do FC Porto nas capas dos três jornais desportivos! Tal significa obviamente que as coisas correram mal ao FC Porto porque em caso de vitória, o FC Porto apenas tem direito ao seu habitual e envergonhado cantinho pequenino. Os anti-Portistas ficaram histéricos com o empate do FC Porto e alargamento da desvantagem para o 1º classificado, foi vê-los a sair da toca, de onde se encontravam quando a liderança estava presa por apenas um ponto.

Se um ponto de diferença para o 1º classificado já tornava o cenário complexo, 3 pontos tornam realisticamente o cenário MUITO complexo. Digamos que antes de braga as coisas estavam difíceis, depois de braga ficaram muito difíceis, continuamos a depender de terceiros, sendo que na próxima jornada em caso algum ficaremos completamente isolados na liderança, o que obviamente complica muito.

Relativamente ao jogo, creio que não há muito mais a dizer face ao que já foi dito neste e noutros espaços da blogosfera azul e branca. É verdade que os primeiros 45 minutos do FC Porto foram maus, tal como por exemplo os 90 minutos do líder em moreira de cónegos na semana passada foram miseráveis (não são palavras minhas, mas sim de muitos ilustres adeptos encarnados), é verdade que na 2ª parte o FC Porto fez mais do que suficiente para fazer a reviravolta (perdidas inacreditáveis de Brahimi e Danilo com a baliza escancarada), é verdade que Brahimi foi expulso por um 4º árbitro que nem percebeu bem o que o argelino disse, ao contrário do que aconteceu a luisao (com entrada violentíssima para vermelho) e samaris (com um murro no estomago do adversário) na semana passada e é verdade também que o árbitro teve alterações oftalmológicas e de interpretação das leis do futebol ao longo dos 90 minutos. Segundo esses mesmos 3 jornais de que vos falava no início (em que 2 deles são assumidamente anti-Portistas), há um penaltie claro por marcar a favor do FC Porto e uma expulsão perdoada a cartabia aos 58 minutos, mas aos 45 minutos o sr. árbitro não teve qualquer dúvida e apitou imediatamente penaltie contra o FC Porto. Tinha prometido a mim mesmo que não iria falar mais de arbitragens, mas parece que o nível ainda pode descer mais baixo no que toca às arbitragens dos jogos do FC Porto. Acho que já se passou de uma situação grave para uma situação patética e caricata, que muito provavelmente só irá parar quando o desígnio nacional se concretizar definitivamente.


Muito sinceramente, a última oportunidade do FC Porto almejar alguma, mesmo que reduzida, esperança de ainda atingir o título de campeão nacional reside no próximo fim-de-semana. Com uma agravante, mesmo que as coisas corram muito bem ao FC Porto na próxima jornada, seguem-se duas difíceis deslocações à Madeira e a Chaves, e olhando para os 4 pontos perdidos ultimamente com setúbal e braga (equipas que jogam bem menos que marítimo e chaves) então as perspectivas não são as melhores. Ou seja, depois do tropeção em braga, em nenhuma situação sairemos confortáveis da próxima jornada, o que ainda faltando 4 jornadas difíceis torna tudo muito mais complexo. Pelo contrário, com imenso desgosto meu, uma não-derrota do nosso rival direto em alvalade, tornará o título deles uma quase-realidade.

Neste momento, não considero muito relevante dissertar sobre a minha confiança na equipa para as últimas 5 jornadas, cabe aos jogadores, treinadores e principais responsáveis do clube fazer o seu trabalho da melhor forma possível até à última pinga de suor. O tempo de balanços, decisões, reflexões e preparação da próxima época far-se-á apenas em maio quando o campeonato estiver acabado. Aí sim, terão que haver reflexões muito sérias e importantes para o futuro próximo do clube, doa a quem doer, tomem-se as decisões que se tiverem de tomar. Até lá, temos todos de apoiar, como aliás, têm feito os adeptos ao longo de toda esta época. Arrisco em dizer que nunca vi, mesmo em épocas brilhantes, um apoio tão constante dos adeptos, mesmo com as coisas a correrem menos bem, mesmo sem o FC Porto ainda nada ter ganho e nunca ter estado em 1º lugar.

Uma nota final para NES. Não vou falar de táticas, se é melhor jogar com 4 médios do que com 3, se Corona faz mais sentido que André Silva ou se Óliver encaixa melhor neste ou naquele sistema tático. Mas digo apenas o seguinte: a história do FC Porto não se fez de treinadores que estavam mais preocupados com a sua imagem exterior ou com o facto de serem uns gajos porreiros e pacíficos. Um treinador do FC Porto, seja ele qual for em que altura for, apenas tem de se preocupar com o FC Porto, em defender os seus, em contribuir unica e exclusivamente para levar o clube aos títulos (sim, aos títulos, porque sem títulos, não há ninguém que fique para a história!), não pode estar preocupado se em algum momento vai dizer algo que irá ferir suscetibilidades ou abrir inimizades. Apenas três de muitos exemplos que poderia dar, Vítor Pereira foi gozado e achincalhado por muita comunicação social, mas nunca teve medo de defender o clube e os seus alto e bom som seja em que sítio fosse, António Oliveira nunca teve medo de dizer as verdades inconvenientes mesmo nos sítios mais polémicos e Villas-Boas calou um a um os meios de comunicação social que desconsideraram no início da época. NES não pode querer ser um gajo porreiro, elogiado pela generalidade da comunicação social perante tudo aquilo que se tem passado neste campeonato ao nível das arbitragens nos jogos do FC Porto. No final, não serão apenas os resultados a ditar o desempenho do treinador, mas toda a sua atitude, nomeadamente a forma como defende o clube das poucas-vergonhas quase diárias das quais o nosso clube é alvo. A fase é terrível, porque cresce uma hegemonia que determinado clube nem nos tempos da ditadura teve, por isso é preciso um treinador do FC Porto que não tenho medo de chamar os bois pelos nomes. E por aqui me fico...

15 abril, 2017

TROPEÇAR SEM COMPROMETER.


SC BRAGA-FC PORTO, 1-1

O FC Porto escreveu esta noite na pedreira mais um episódio da presente edição da Liga NOS com mais uns casos polémicos a juntar à extensa lista de situações decorridas ao longo da época.

Somando um ponto e perdendo dois, os Dragões viram o líder distanciar-se, havendo agora uma diferença entre eles de 3 pontos. Tudo isto quando faltam 15 pontos por disputar.

A entrada em jogo dos azuis-e-brancos voltou, tal como em várias jornadas, a não ser a melhor. Dar avanço de 45 minutos ao adversário tem sido a sina da equipa de NES. E isso costuma pagar-se caro! Com esta postura, o FC Porto vai no 8º empate na prova. Aguardemos pelo fim da competição para fazermos uma avaliação, sem nunca esquecer as habilidosas e polémicas arbitragens verificadas.

Aos 6 minutos já se festejava o golo no Estádio Municipal de Braga. Os dragões, trôpegos, presos e sem ideias, não conseguiam explanar o seu futebol e viram o Sp. Braga a pressionar bem na frente, jogando futebol de régua e esquadro. Por isso, Pedro Santos inaugurou o marcador bastante cedo, o que tornou a tarefa portista mais difícil do que o que se esperava.


Sabendo que o líder tinha vencido no dia anterior, os azuis-e-brancos acusaram a responsabilidade de vencer este jogo e o golo sofrido veio complicar ainda mais o cenário. Os Dragões não conseguiam reagir e durante a primeira parte pouco ou nada fizeram de significativo. A excepção foi a grande penalidade que ficou por assinalar sobre Soares à passagem dos 25 minutos (mais uma para a conta).

Grande penalidade que já foi vista contra o FC Porto a fechar a primeira parte. Aqui já sem quaisquer dúvidas da parte do árbitro que viu uma bola no braço de Óliver. Pedro Santo tirou as medidas à baliza, mas acertou estrondosamente no poste. Com este lance, terminou a primeira parte e o FC Porto evitava o xeque-mate no campeonato.

As tentativas do FC Porto, no primeiro tempo, terminavam facilmente na defensiva arsenalista que apostava nas transições rápidas para surpreender o Dragão. Na primeira fase de construção, Danilo esteve muito trapalhão e não foram raras as vezes em que perdeu bolas em zonas perigosas. Esta intranquilidade reflectiu-se nos companheiros do meio-campo, mais concretamente em A. André e Óliver.

E para terminar a análise da primeira parte, tempo ainda para falar sobre a excessiva agressividade da parte dos minhotos, pactuado pela equipa da arbitragem que permitiu aos minhotos fazerem faltas atrás de faltas sem qualquer admoestação.

Ora muitas vezes é assim que se condicionam os jogos e se inclina o campo conforme as conveniências. Se as cartolinas fossem mostradas quando tiveram que ser exibidas, o Sp. Braga teria tido mais cuidado na abordagem aos lances e o FC Porto, quiçá, teria construído o seu jogo de forma mais produtiva.

A dualidade de critérios, no entanto, esteve presente no relvado, não fosse o árbitro tão lesto a exibir o primeiro cartão amarelo a Felipe ainda decorria o 2º minuto de jogo. Depois disso, deixou as cartolinas sempre guardadas no bolso para a equipa da casa. “Façam o que tiverem que fazer, estejam à vontade que eu não vejo nada.”


De regresso dos balneários, esperavam-se mudanças na equipa portista. Mas NES resolveu manter o onze. A equipa pouco conseguia produzir. Por isso, o treinador colocou Corona em campo e retirou Óliver aos 55 minutos. Foi então que os Dragões começaram a carburar e encostaram os arsenalistas às cordas.

O mexicano fez-se logo notar. Mal entrou, fez um cruzamento milimétrico para a cabeça de Brahimi mas este rematou muito mal frente a Matheus. Depois a dinâmica de jogo da equipa subiu de produção. A ala direita ganhou profundidade, ao contrário da primeira parte em que se via única e exclusivamente Maxi a fazer todo o corredor.

Foi sem qualquer surpresa que o FC Porto alcançou o empate aos 61 minutos. Na cobrança de um canto sobre a direita, A. Telles colocou a bola no coração da área onde apareceu Soares a repor alguma justiça no jogo.

O Sp. Braga, completamente asfixiado na sua defensiva, usava e abusava do jogo faltoso. Cartolinas amarelas para a equipa da casa viram-se apenas as flagrantes e uma delas foi mostrada a Cartabia por entrada assassina sobre A. Telles, quando a vermelha teria sido a adequada. Mas siga a música e o jogo porque o árbitro não vê nada.

Tanto que não vê que exibiu a cartolina vermelha a Brahimi no banco (não se percebeu a sua substituição de NES), perto do fim da partida por algo que não viu. No entanto, ela foi exibida porque o 4º árbitro deu a sinalética, dizendo que o argelino terá dito algo em francês, mas que não percebeu o que terá dito! Uau!

Vamos ver que castigo virá aí para Brahimi mas suspeito de um bom par de jogos. Desta forma, retiram de cena o jogador mais desequilibrador da equipa azul-e-branca da ponta final do campeonato. Isto faz-me lembrar a época 2009-10 quando Hulk foi afastado da equipa até o campeonato dessa época estar sentenciado.

E já nem vou abordar a grande penalidade sobre Felipe durante a segunda parte. Porque se para a Taça de Portugal em Chaves, ao FC Porto foram sonegadas duas iguais a esta, porque seria a de Felipe assinalada?


Danilo perdeu a última grande oportunidade da noite num lance ensaiado aos 86 minutos, cabeceando para a bandeirola de canto quando estava em frente à baliza. E a terminar, André Silva (apagadíssimo) lançado nas costas da defensiva do Minho, perdeu a oportunidade de rematar à baliza.

Com este empate, os Dragões somam 68 pontos, menos três do que o líder da classificação. Na próxima jornada, Domingo, os portistas recebem o Feirense no Dragão já conhecedores do resultado do jogo em que o líder vai cumprir no Sábado em Alvalade.

O FC Porto está, claramente, dependente do que o Sporting conseguir fazer frente ao líder. Em caso de derrota do líder, os Dragões saltam para a liderança ex-aequo com o rival se vencerem o Feirense. Os outros dois resultados do líder, deixarão as contas do campeonato praticamente resolvidas a favor do rival.

Notas finais.

Em primeiro lugar, dizer que o FC Porto empatou o jogo de ontem por culpa própria. Não foi capaz de entrar bem no jogo e sofreu um golo madrugador que condicionou e comprometeu o desenrolar do jogo. Mas isto não é inédito na equipa de NES. Além disso, os seus jogadores perderam oportunidades soberanas para desfazer o empate. Mas a incompetência e a falta de sorte não permitiram o golo da vitória.

Nesta fase da temporada, não há margem para erros e o FC Porto tem dado alguns “tiros nos pés” que podem comprometer irremediavelmente a conquista do campeonato.

Em segundo lugar, uma palavra para a equipa de arbitragem. Se o FC Porto perdeu dois pontos por culpa própria, a equipa de arbitragem teve também a sua cota de responsabilidade. Há uma clara intenção de ver um novo tetracampeão no futebol e por isso vale tudo. Desde beneficiar de auto-golos constantes, contratos celebrados com jogadores de equipas adversárias antes dos jogos, passando por árbitros com decisões escandalosas durante os encontros, até à influência em jogos de terceiros.


E ontem houve mãozinha, de forma a que o jogo fosse conduzido a preceito. E quando o árbitro quer condicionar uma equipa, é muito fácil. Se a quiser condicionar defensivamente, basta começar a mostrar cartões amarelos a torto e a direito. Se a quiser condicionar ofensivamente, o caminho é pactuar fortemente com o jogo faltoso e com o anti-jogo da equipa adversária.

Ontem verificou-se o segundo caso. Tirem as vossas ilações.

Por último, quero fazer aqui uma apreciação a certos adeptos do FC Porto. Passam da depressão à euforia e vice-versa num ápice.

Quando estava o FC Porto com a possibilidade de desalojar o líder do primeiro lugar há um par de jornadas, eram só frases como “vamos ser campeões”, “somos os maiores”, vamos para a frente e de lá já ninguém nos tira”, blá, blá… Veio o jogo com o V. Setúbal que em caso de vitória colocaria os Dragões na liderança. Correu mal, foi ver insultos, palavrões que aqui não posso reproduzir, já eram todos os nabos, etc, etc…

Ontem antes do jogo, o optimismo exacerbado estava patente e visível nestes adeptos bipolares. No fim do jogo, lá regressou de novo a depressão e um chorrilho de insultos e de impropérios. Vou aguardar pelo próximo Sábado, primeiro, e pelo dia seguinte, depois, para ver se a bipolaridade vai regressar em força. Faço votos para que não aconteça, mas prefiro esperar para ver.

Faço também aqui um forte apelo a todos. Não se precipitem. Continuem a apoiar a equipa até ao fim do campeonato. Nessa altura, critiquem, insultem, elogiem, soltem loas, façam o que quiserem. Mas, neste momento, do que a equipa precisa é de apoio constante mesmo quando as coisas correm mal ou quando jogam de forma, se quiserem, confrangedora.

Estão vivos, estão na luta, estão a 3 pontos da liderança mesmo contra todas as contrariedades. Faltam 5 jogos, vamos TODOS dar o nosso apoio para vencer esses jogos. Até lá, contenham-se. É um favor que fazem à equipa e a toda a navegação.




DECLARAÇÕES

Nuno: “Não nos rendemos”

O mau início e a boa resposta
“O início do jogo foi algo que nos preocupou. Sabíamos que ia ser um jogo difícil, com um SC Braga muito pressionante. Foi uma boa reação da equipa, mas sofrer o golo cedo condicionou-nos. Soubemos jogar, produzir, chegar à igualdade e procurar a vantagem, que era o que todos queríamos. Eles fizerem uma boa pressão, mas recorreram muitas vezes à falta. O início do jogo é mau, mas também ajustamos rápido e a segunda parte é toda nossa. Foi um bom trabalho dos jogadores, faltou um melhor critério. Estamos tristes, mas não acabou.”

A mudança estratégica durante o jogo
“Desde o princípio vamos analisando e vendo o rendimento dos jogadores. Todas as decisões são sempre muito pensadas e na procura do melhor. Já apresentámos várias vezes este modelo e mudámos durante o jogo. Com a entrada de Corona tivemos largura, mas quero destacar o grande jogo e grande capacidade de luta de todos.”

Luta pelo título continua
“​Os nossos adeptos que vieram hoje aqui fizeram-nos sentir como no Dragão. Nós estamos tristes também por eles, mas quero dizer-lhes que não acabou. Três pontos é uma derrota do nosso adversário e estamos na luta. Vamos lutar todos os dias. Como grupo não nos rendemos nunca. Temos que fazer o nosso trabalho, pois faltam cinco jogos e são muitos pontos.”



RESUMO DO JOGO

13 abril, 2017

TODOS A BRAGA!!!


Vão continuar a sentir o bafo do Dragão até não aguentarem mais, vamos com todas as forças continuar em cima deles até caírem, e quando caírem, estaremos lá para de uma vez por todas chegarmos ao primeiro lugar. Vamos fazer a nossa parte, cada um fazer a sua parte para que seja possível estarmos efetivamente todos juntos daqui a um mês a festejar o campeonato. Eu acredito!

Os jogadores têm de ganhar todos os jogos até ao fim do campeonato. Ponto final. E dessa forma, acredito que vamos ser campeões. Mas os jogadores são apenas uma parte do jogo. A outra somos nós todos, sócios, adeptos, simpatizantes, ultras, todos os Dragões são necessários nestas batalhas que faltam até ao final.

Como fizemos até aqui, vamos continuar a gritar “num grito só de todos nós.” Para onde fores, nós também vamos!! De Norte a Sul, à ilha incluído! Próxima paragem: Braga!!!

A pedreira é por tradição um local onde levamos sempre muito adeptos. 5% da lotação, que é o que tem obrigatoriamente de nos ser cedido, corresponde a menos de 2000 mil bilhetes, o que é muito mas muito pouco para uma deslocação destas. Por norma, estão no mínimo o dobro no estádio AXA e esta temporada ainda estarão mais.


Presumo que pelo menos 5 mil Dragões se façam à estrada rumo ao Minho. Larga o sofá e a TV, diz à namorada que combinam antes sexta-feira que é feriado, diz aos pais e ao familiares que estão juntos no Domingo de Páscoa e Sábado ajuda-nos a invadir Braga!!

Vamos cantar do primeiro ao último minuto e não só, vamos dar tudo o que temos em busca de três pontos importantíssimos, talvez os mais importantes até final da competição! Vemo-nos lá!

Último fim-de-semana... um Super Sábado! À moda antiga, do almoço para o hóquei, do hóquei para o futebol e do futebol para o andebol, cerca de 9h fora de casa, um dia de praia para uns, mais um dia de apoio ao mágico para outros. Três vitórias importantíssimas, com destaque natural para o andebol.

Acredito não só no título do futebol, acredito que seja possível conquistar os quatro campeonatos das quatro principais modalidades!

Força Porto, vence por nós!

Um abraço ultra.