31 outubro, 2011

Eu não sei assobiar

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Na passada sexta-feira ouvi adeptos do FC Porto assobiarem um golo do FC Porto. Foi, para mim, o culminar de mais um lamentável desempenho do público do Dragão (ou melhor, de parte dele), que ao primeiro passe errado saca logo desse suposto "direito à indignação".

Eu sei que nós estamos mal habituados. Ou melhor, estamos "demasiadamente bem" habituados. Desde 1984, só por uma vez vimos o nosso clube perder dois ou mais campeonatos consecutivos. Vimo-lo ser pentacampeão, tetracampeão, várias vezes bicampeão. Vimos títulos europeus e mundiais. E naturalmente queremos manter este bom hábito, e estremecemos perante a mera hipótese de o virmos a interromper. Até aqui, todos de acordo. Mas até que ponto isso nos dá o direito moral de assobiar e insultar os nossos próprios jogadores? Eu respondo: não dá. Porque, independentemente da história do clube e do peso da responsabilidade que esta camisola acarreta, sabemos que se o treinador não está a acertar com a táctica ou os jogadores não estão a jogar melhor é porque não estão a conseguir. Eles querem jogar bem, querem ganhar e levantar taças, tanto quanto nós. Estão no campo a fazer o melhor que conseguem a cada momento e merecem o nosso respeito. Somos exigentes? Sim, somos. É uma das nossas mais valiosas características. Mas pobres de nós se o reflexo dessa exigência é assobiar e insultar os nossos próprios jogadores quando as coisas começam a correr mal.

E não, o facto de ter pago bilhete também não dá a ninguém o direito de "exigir um bom espectáculo". Vem escrito no bilhete que será um bom espectáculo de futebol? Que vamos ganhar? Que vamos marcar x golos? Se estiver, e caso não aconteça, é correr para a bilheteira e exigir o dinheiro de volta por incumprimento da organização. Mas – oh, surpresa! – não está lá nada. Quem compra um bilhete para uma partida de futebol arrisca-se a ver um mau jogo, um jogo sem golos, uma derrota. Comprou o bilhete porque quis, pagou o que lhe pediram e não tem qualquer direito de exigir nada mais do que 90 minutos de futebol.

Mas é verdade que vivemos num país onde vigora a liberdade de expressão e por isso nada proíbe o público de manifestar o seu desagrado, mesmo que para mim essa seja uma atitude desprezível. E não ignoro que às vezes os assobios possam ser "merecidos": que às vezes um jogador possa não estar a dar o melhor de si, que possa estar a fazer birra, a ter um comportamento impróprio de um profissional – e principalmente de um profissional tão bem pago. Mas, mesmo nessas situações, pergunto a quem assobia: o que pensam que o clube ganha com isso? A equipa vai jogar melhor por ouvir assobios? Os jogadores vão sentir-se melhor no clube, deixar de pensar em dar o salto para o estrangeiro? Vão estar mais tranquilos, mais confiantes para darem asas ao seu talento? O treinador vai sentir-se mais à vontade para desenvolver o seu trabalho? Os outros adeptos vão sentir-se mais motivados para apoiar a equipa? Os adversários vão sentir-se intimidados? Apontem-me, peço-vos, uma única vantagem dos assobios para a equipa ou o clube. Uma!

Eu não sei assobiar. Até gostava de aprender, mas nunca para assobiar os meus. Porque podem não acreditar, mas quando algum familiar ou amigo está a passar um mau bocado, e mesmo que até seja, em parte ou inteiramente, por culpa própria, nunca me ocorreu assobiá-lo ou vaiá-lo. A sério! Pelo contrário, procuro colocar-me à disposição para lhe dar o máximo de apoio possível, porque quero o melhor para ele. Em relação ao meu clube digo exactamente o mesmo. Mas claramente a "massa assobiativa" não deve partilhar deste tipo de postura - ou então não partilha do meu sentimento pelo clube. Um sentimento chamado amor, que segundo reza a lenda subsiste nos bons e nos maus momentos, até que a morte nos separe.

Eu entendo que fiquemos frustrados ao ver a equipa jogar mal. Queremos mais, queremos melhor, somos melhores! O Vítor Pereira e o Hulk vieram dizer que entendem os assobios, que são a nossa forma de lhes exigirmos mais – outra coisa não seria de esperar, e é de louvar este discurso desdramatizador, mesmo perante as insistentes provocações dos jornalistas. Mas serão os assobios a melhor forma de lhes exigirmos mais? E se não exteriorizarmos a nossa frustração sob a forma de assobios e vaias, temos que guardá-la na gaveta? Fazer de conta que não se passa nada, que estamos satisfeitos com o desempenho da equipa? Claro que não. Para mim, só há uma forma de exigir mais da equipa: dando mais de mim. Cantando mais e mais alto. Os jogadores não são burros, não precisam dos assobios do público para saberem que as coisas não estão a correr bem. E é nessas horas que mais olham para a bancada à procura de apoio, de um empurrão para a frente. É com assobios que lhes respondemos?

30 outubro, 2011

Apoiar os que cá estão!

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Nos últimos três jogos para o campeonato, ganhámos 3-0 à Académica, 5-0 ao Nacional e 3-0 ao Paços de Ferreira - a época passada, tínhamos empatado no Dragão 3-3 com o Paços de Ferreira. Em 3 partidas, temos um saldo de: 11 golos marcados e 0 golos sofridos. Vivemos portanto uma crise profunda que espero que continue durante mais algumas jornadas. É certo que o nosso futebol não tem sido ópera, nem sequer tem deslumbrado. Mas enquanto o nosso futebol não poder ser deslumbrante, ao menos que vamos ganhando.

Devo dizer que ainda não preciso de tomar Memorium nem de recorrer ao arquivo para me lembrar que no primeiro terço da época passada nos faziam críticas semelhantes às de hoje. "Hã, eles ganham mas não convencem!", diziam comentadores pagos com dinheiro públicos. "É o Hulk que leva a equipa às costas.", dizia alguém que meses mais tarde assinaria o prefácio de um livro intitulado O Fenómeno Villas-Boas. Não sei se todos se recordam mas, o ano passado, até aos 5-0 no Dragão eram estes os comentários que mais se ouviam.

Evidentemente, não acho que o Porto esteja a praticar o melhor futebol do mundo. Todos os que visitam este espaço de tertúlia amam o Porto e é comum o sentimento de querer ver uma equipa mais regular e com maior estabilidade de jogo para jogo. O Porto ainda não está a jogar "à Porto". Mas é um erro cair no pecadilho de colocar o ónus da culpa todo sobre o treinador. Todos sabemos que o defeso deixou marcas em alguns jogadores que demoraram a assentar a cabeça e acordaram tarde para a realidade. Sei que sou uma excepção mas continuo a acreditar, como no primeiro momento, que a escolha de Vítor Pereira foi a mais acertada e até agora ainda ninguém me conseguiu provar o contrário. Tenho confiança na equipa técnica e apoio os que cá estão. Não é por Vítor Pereira ser portista que eu o apoio, é por ser portista e um treinador competente.

Espero que em Maio possa voltar a correr como um miúdo para a Avenida dos Aliados para rir, chorar, gritar, saltar e agradecer aos nossos heróis mais uma época de conquistas. Na próxima terça-feira, temos um jogo decisivo com o Apoel e é importante que tomemos como exemplo o espectáculo que os Ultras cipriotas deixaram no Dragão e, tal como eles, apoiemos a nossa equipa até ao fim. Todos seremos decisivos para as vitórias. A nossa força é a força deles.

Dragão m(Ouro)

A cerimónia dos Dragões de Ouro não esteve a altura do nosso clube. A opção por convidar os tachistas do costume que só são portistas quando há croquetes e jantares grátis é uma ofensa para os verdadeiros portistas, aqueles que realmente amam o Clube. Este ano, tivemos a oportunidade de ver na televisão aquilo que todos os anos sabemos pelos jornais. A direcção continua a convidar para entrega de prémios pseudo-portistas que mal chegam à capital se envergonham de dizer que são do FC Porto.

O nosso antigo treinador recebeu o Dragão de Ouro. Um gesto bonito e altruísta do nosso presidente. Afinal, o Dragão de Ouro é o único troféu que o treinador do Chelsea ainda podia conquistar esta época.

Mas atenção: não ponho em causa o talento mundial do nosso ex-treinador. Quero que isso fique claro. Aliás, os seus resultados recentes falam por si. Senão vejamos. Há três semanas, o Dragão de Ouro treinador 2010/2011 encaixou 4 do Manchester. A semana passada, perdeu na casa do todo-poderoso Queens Parks Rangers. Hoje à tarde, o fantástico AVB enfardou 5 do Arsenal a jogar em casa. Para quem saiu do Porto com a desculpa de que "não querer levar 4 ou 5 do Barcelona", não há dúvidas que a temporada lhe está a correr de feição. Talvez isso prove que AVB deve mais ao FCP do que o contrário.

Fazer discursos bonitos também ele fez cá durante um ano inteiro e depois foi o que se viu. Palavras vãs de quem sente o clube depois da carteira. A grandeza das pessoas não se mede pelas palavras mas pelos gestos.

Nunca vi os Dragões de Ouro como prémios meramente desportivos. Para mim, um Dragão de Ouro distingue valores, personalidades, homens e mulheres que amam o FC Porto. As causas e o sentimento portista representados naquela estatueta não podem ser entregues a alguém que põe os interesses pessoais à frente do colectivo.

A gala foi, na minha opinião, um autêntico desastre. Até o merecidíssimo Dragão de Ouro atribuído a Hulk ficou manchado pela escolha do senhor Miguel Relvas para o entregar. Se já deconfiava que ele não era portista, qual foi o meu espanto quando, ontem à noite, ligo a televisão na RTP 1 e ouço esse senhor ministro dizer a Nicolau Breyner que é "um grande sportinguista". O Hulk e a massa associativa (e adepta) mereciam mais respeito.
 
Os Dragões de Ouro deste ano valeram, sem dúvida, pela homenagem ao Doutor Pôncio Monteiro um verdadeiro e orgulhoso portista, independentemente da latitude ou sítio onde estivesse. Um exemplo de vida e símbolo de dedicação na defesa incondicional do Futebol Clube do Porto. A memória do grande Doutor Pôncio merecia mais respeito da direcção na escolha dos convidados e premiados.

A comunicação social séria e a portuguesa

Ontem, as circunstâncias levaram-me a ficar em casa e optei por ver o jogo através de um canal de televisão inglês. Ver um jogo do Porto ser relato por comentadores imparciais e que não são mouros é uma experiência refrescante e que tenciono repetir. Na análise ao jogo, os comentadores ingleses foram unânimes ao considerar que, na primeira parte, apesar do auto-golo, o FC Porto produziu futebol e oportunidades mais do que suficientes para chegar ao intervalo com uma vantagem confortável. Diziam os ingleses, que de cada vez que o Porto metia uma bola pelo ar na área do Paços havia uma situação de golo. Talvez não tenha sido bem assim, mas quase.

Ainda para parafrasear os analistas da ESPN, o Porto controlou o jogo e, mesmo a fazer gestão de jogadores, conseguiu uma vitória tranquila. Pareceram-me opiniões sensatas e quais as concordo quase totalmente. Se Walter e Kléber não tivessem falhado dois golos feitos o resultado do Nacional até se podia ter repetido, diziam os jornalistas.

Como já era de esperar, hoje os jornais desportivos dominados pelas gentes mouriscas diziam exactamente o contrário. Aliás, segundo as doutas opiniões de Bruno Prata, o Porto fez uma "primeira parte miserável" e "não fez nada para merecer chegar ao intervalo a ganhar". Curiosamente, os especialistas da ESPN disseram exactamente o contrário. São as diferenças entre quem analisa um jogo sem ideias pré-concebidas e quem se deixa tolher pela cegueira da azia e dos pré-conceitos contra o FC Porto.

29 outubro, 2011

O despertar do gigante?

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FC Porto 3-0 FC Paços Ferreira

Liga 2011/12, 9ª jornada
28 de Outubro de 2011
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 30.318 espectadores.


Árbitro: Hugo Miguel (Lisboa).
Assistentes: Nuno Roque e Hernâni Fernandes.
Quarto árbitro: José Quitério Almeida.

FC PORTO: Helton «cap.»; Sapunaru, Rolando, Mangala e Alvaro; Fernando, Belluschi e Defour; Hulk, Walter e Varela.
Substituições: Defour por João Moutinho (46m), Walter por Kléber (56m) e Hulk por James (59m).
Não utilizados: Bracalli, Maicon, Guarín e Djalma.
Treinador: Vítor Pereira.

PAÇOS DE FERREIRA: Cássio; Filipe Anunciação, Cohene, Eridson e Luisinho; André Leão, Luiz Carlos e Josué; Manuel José, William e Melgarejo.
Substituições: William por Michel (54m), Josué por Caetano (74m) e Manuel José por Vítor (83m).
Não utilizados: António Filipe, Fábio Faria, Lugo e Bacar.
Treinador: Luís Miguel.

Ao intervalo: 1-0.

Marcadores: Melgarejo (45m, auto-golo), Kléber (64m) e João Moutinho (84m).

Disciplina: cartão amarelo a Kléber (62m) e Josué (62m).

No jogo inaugural da presenta ronda da I Liga, Vítor Pereira optou por manter a aposta no onze que conquistara os três pontos e uma vitória por números expressivos na passada jornada, com Mangala, Defour, Belluschi e Walter a conservarem os respectivos lugares.

A primeira parte abriu com um lance que parecia demonstrar que os dragões vinham para o jogo com garra redobrada, com uma recuperação de bola em zona adiantada e um passe rápido de Hulk nas costas da defesa pacense a desmarcar Walter. Porém, esse primeiro cartucho provou ser de pólvora seca. Nuns 45 minutos iniciais de enorme sonolência, o FC Porto pouco fez para justificar a vantagem com que chegou ao intervalo, numa jogada de absoluta inépcia dos dois jogadores mais recuados do Paços de Ferreira. Na verdade, foi a equipa da Capital do Móvel a primeira a criar uma situação de perigo iminente, corria o quarto minuto, depois de mais uma descompensação do meio-campo azul e branco.

A manutenção de Varela no flanco esquerdo representou o apoio por que Álvaro Pereira há tanto ansiava, pois permite que o corredor fique aberto quando o extremo flecte para o meio e oferece uma possível tabela para libertar o flanco. Com efeito, tirando o lance do último minuto da primeira parte que deu origem ao golo, as poucas ocasiões de perigo criadas desenrolaram-se sempre pelo lado onde se encontrava Varela, uma vez que Hulk tinha entrado em campo com o complicador ligado e se perdia em lances individuais sem nexo aparente.

Ainda assim, houve algumas melhorias notórias, como, por exemplo, a pressão exercida no momento imediatamente após a perda de bola. Nesse seguimento, Belluschi causou aos 14 minutos um bruá de golo ao marcar um livre directo bem perto da baliza de Cássio. Aos 22', com a troca dos extremos, Varela instalou-se no flanco direito e, ao tentar cruzar para a cabeça de Walter, acertou na barra. Por outro lado, as torres da Invicta souberam sempre atacar melhor a bola nos cantos, lances em que a zona pacense era demasiado passiva e apresentava uma configuração algo duvidosa.

Não obstante essas melhorias, as dúvidas que me tinham assaltado na vitória do FC Porto sobre o Nacional não desapareceram, bem pelo contrário. A zona mais recuada permanece em constante sobressalto (o lance aos 32' em que nem Sapunaru nem Rolando conseguiram decidir em tempo útil qual deles atacava a bola numa jogada que não parecia oferecer perigo de maior é disso o maior exemplo), Fernando fica sempre desapoiado quando se desloca para o flanco em socorro da sua defesa e a organização ofensiva mantém-se lentíssima, quase sonolenta, sem ideias ou velocidade de circulação da bola.

A segunda parte trouxe consigo João Moutinho, por troca com Defour, e com ele teve início a transfiguração dos campeões nacionais. Com a sua dinâmica habitual (escondida nos jogos mais recentes), trouxe maior ligação entre sectores e uma maior ânsia de ter e recuperar a bola. Com efeito, aos 50', Álvaro Pereira fez mais um grande passe - depois de nova tabela com Varela - para Walter, com o avançado a falhar em frente a Cássio. O Paços respondeu aos 53', de bola parada, com Helton a mostrar-se à altura.

Pouco depois, as substituições que viriam terminar o que a entrada de Moutinho tinha começado. Kléber entrou para o lugar de Walter e James foi jogar para a posição do ineficaz Hulk, que demonstrou o seu desagrado ao sair directamente para os balneários. Com estas três trocas, os dragões revolucionaram a sua atitude e posicionamento, não sendo fácil compreender como podem existir diferenças tão vincadas entre uma parte e outra, parecendo que a equipa tinha (re)aprendido a defender, por exemplo, numas meras dezenas de minutos.

Com o adiantamento da equipa de Paços de Ferreira, uma circulação de bola muito mais rápida e uma maior pressão, o FC Porto mostrou-se mais alegre, mais dinâmico e muito mais efectivo. Foi como tal sem surpresa que Kléber chegou ao segundo golo, depois de uma bela iniciativa de Moutinho e consequente remate de James ao poste, com o avançado brasileiro a marcar na recarga. A partir desse momento, os jogadores mostraram-se ainda mais soltos e confiantes e foi possível ver lampejos da equipa do ano passado - pressionante na transição defensiva e mandona nas zonas mais recuadas. O terceiro golo, da autoria de João Moutinho, veio premiar um onze que não teve medo de assumir o jogo, de ter bola e sem nenhum jogador a querer agarrar-se à bola, como tem sido hábito nos últimos tempos.

Em jeito de conclusão, gostaria de elogiar Vítor Pereira, alvo de inúmeras críticas ao longo das mais recentes jornadas. Ao contrário do que tinha sido seu costume, o técnico portista teve uma óptima leitura de jogo e abriu mão dos jogadores certos a tempo e horas, sem medo de possíveis reacções do público ou de jogadores, como se pôde ver com a substituição do Hulk. James foi decisivo na criação de uma maior dinâmica, Álvaro Pereira mostrou-se a um nível muito mais próximo do seu potencial, mas gostaria de destacar Varela, um elemento que nem sempre é devidamente valorizado pelo que trabalha defensivamente e pelos espaços que abre com as incursões pelo meio e constante disponibilidade para tabelas com os seus colegas das alas.



DECLARAÇÕES

Vítor Pereira

Duas partes distintas
"Os nossos adeptos são exigentes. Nós também somos e gostamos de apresentar qualidade de jogo. Na primeira parte fizemos circulação de bola em ritmo baixo, o que permitia ajustamentos constantes do Paços de Ferreira, que é uma equipa bem organizada e posicionada, que sabe fechar os espaços e tem qualidade nas transições ofensivas. Com o decorrer do tempo precipitámo-nos um bocadinho na decisão de passe e perdemos algumas bolas pelas perdas de paciência. Acabámos por fazer um golo e, na segunda parte, entrámos com outra disposição, circulando a bola num ritmo mais alto, desposicionando o adversário e criando espaços e oportunidades. Poderíamos ter feito mais algum golo, mas penso que isso também não seria justo."

Gestão da equipa
"As substituições foram feitas em função do que o jogo pedia e do desgaste que um ou outro jogador apresentava. Treinar é gerir momentos. Pensámos no próximo jogo e tivemos que transmitir frescura neste, para aumentar a circulação de bola. Frente ao APOEL, teremos de estar na máxima força, porque é um jogo fundamental para nós."

Exigência dos adeptos
"A massa associativa é o que de mais puro e legítimo o futebol tem. Quando gosta aplaude, quando não gosta manifesta-se com assobios. Eles gostam do bom jogo e do clube. Aí, é a emoção a falar mais alto, a intranquilidade de não verem o seu clube a marcar. Como profissionais, temos de compreender isso. Se no próximo jogo fizermos uma boa exibição e apresentarmos qualidade, tenho a certeza de que os adeptos aplaudem."

A substituição de Hulk
"O Hulk sai fundamentalmente chateado consigo próprio, por não ter contribuído com a sua qualidade de jogo para ajudar a equipa. A sua relação com os colegas e a equipa técnica é a melhor possível. Numa manifestação de frustração, quis sair logo do terreno de jogo, quis estar só. Irá dar uma grande resposta no próximo jogo e aí os adeptos irão responder-lhe com aplausos e o agradecimento profundo que têm, por quem tanto lhes tem dado."



RESUMO DO JOGO

Tribunal d'O JOGO - liga ZON Sagres 2011/12, 9ª jornada

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Tribunal O JOGO: FC Porto 3-0 FC Paços de Ferreira
Árbitro: Hugo Miguel (Lisboa) / Assistentes: Nuno Roque e Hernâni Fernandes / Quarto árbitro: José Quitério Almeida..


a aCTUALIZAR mais tarde...



fonte: ojogo.pt

28 outubro, 2011

Um Dragão para a traição

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Disseram-me e não queria acreditar - só podia ser mentira. Tive logo que ir confirmar. Li e reli a notícia duas ou três vezes para cair na triste realidade. Era mesmo verdade. Sempre me habituei a ver o Dragão de Ouro como um prémio que distingue homens, causas, valores e vitórias, mas nunca, mesmo nunca, pensei que pudesse agraciar traidores. Vocês sabem de quem estou a falar, alguém que nunca serei capaz de perdoar.

Numa época em que a equipa de andebol se sagrou tricampeã nacional, numa época em que o basquetebol regressou aos títulos tantos anos depois, numa época em que o hóquei escreveu mais uma página de história com a conquista do decacampeonato, numa época em que tantos treinadores havia para galardoar, decide-se premiar alguém que, à primeira oportunidade, por uma poltrona cheia de libras, logo daqui se pôs a andar.

Não lhe nego os méritos, porque não tenho a memória curta e recuso-me a renegar o passado. Aquele passado que algumas das maiores alegrias da vida me fez viver, que tantas lágrimas me fez verter e que jamais, jamais, será possível esquecer. E sempre que recordo aquelas imagens dos 5-0 ao 5LB, da conquista do campeonato e daquela memorável meia-final no estádio sem luz ou da gloriosa final de Dublin, ele está lá sempre, numa simbiose perfeita, que de tão perfeita deveria ser eterna: a gayengvibrar como nós vibramos, a cantar o hino com a paixão com que nós o cantamos e a festejar os golos no banco como nós os celebramos na bancada. No fundo, a sentir o Porto tal como nós o sentimos.

Ele não era o homem certo no lugar certo. Era muito mais do que isso. Era o homem perfeito no lugar perfeito: o treinador genial e, ao mesmo tempo, o adepto apaixonado. Não era aquele homem que subiu ao palanque do Coliseu do Porto para receber o Dragão de Ouro debaixo de fortes aplausos da maioria daqueles portistas desmemoriados, mas também brindado com alguns tímidos assobios. Não era assobios de ingratidão, não. Eram de paixão, contra a traição.

Assobios de quem não tem a memória curta. Assobios de quem não consegue esquecer nem, tão-pouco, perdoar que alguém que dizia querer estar 15 anos na cadeira onde sempre sonhou, que durante uma época inteira fez sucessivas juras de amor, tenha anunciado a deserção através de um mísero fax a dias de a pré-época começar, pondo em causa um projecto a ele confiado, lançando o caos no presente e, quiçá, no futuro. Quem trai, assim, desta forma vil, ignóbil, apenas ao alcance do mais reles ser humano à face da terra, não pode nunca ser perdoado.

Mais a mais quando sei, de fonte segura, que o clube que ele diz tanto amar lhe ofereceu um contrato com as mesmas libras que ele foi receber para aquele agremiação de um bairro de Londres. Mesmo assim, ele recusou, ensombrado pelos fantasmas do passado, abandonando o verdadeiro paraíso que ele quis perder e ao qual nunca lhe deveria ter sido permitido voltar. Porque este é um clube de campeões. Não pode ser nunca um clube de cornudos.

Aconteça o que acontecer... não deixem de comparecer!

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Fim-de-semana perfeito!! Quatro jogos em casa, futebol, hóquei em patins, andebol e basquetebol, e quatro presenças que culminaram com as respectivas quatro vitórias do FC Porto! Mais um fim-de-semana dedicado à nossa causa, passado inteiramente a apoiar o clube do nosso coração! É esta a nossa forma de estar. Sábado o basquetebol ganhou pela segunda vez em duas jornadas e o andebol derrotou o líder Águas Santas. No Domingo o hóquei cilindrou o Paço de Arcos antes do futebol entrar em campo. E nós sempre ao lado das nossas equipas. Registo positivo para as assistências muito boas que se verificaram no nosso pavilhão.

Falando concretamente de futebol, depois de um empate caseiro para a liga milionária, eis que regressámos às vitórias com o melhor resultado possível, uma goleada por 5-0 ao Nacional da Madeira, equipa carrasco no estádio do Dragão. Estamos em primeiro e vamos continuar em primeiro, contra tudo e contra todos.

Num Domingo verdadeiramente invernoso, depois de almoço voltámos a arrancar em direcção ao Dragão. Debaixo de uma chuva torrencial e constante, encontravam-se os adeptos à volta do estádio. Mal termina o hóquei, e sempre sem parar de chover, dirigimo-nos às entradas do estádio. Lá dentro estiveram apenas 23 135 adeptos, naquela que foi a pior assistência da época até ao momento. Infelizmente acertei nos meus prognósticos no que a esta matéria diz respeito. A equipa treme uma vez e as bancadas respondem desta forma. Não pode ser, ou pelo menos não deve ser assim. É em momentos menos bons que a nossa equipa mais precisa do nosso apoio. Cantar “campeões allez” é fácil.

Vendo as coisas pelo lado positivo, destaco com agrado não ter ouvido assobios ao longo do jogo. Talvez a chuva e o frio que se fez sentir o dia todo faça mal aos burgueses que pagam para assobiar e insultar os jogadores do FC Porto. No sítio do costume, vi o jogo e apoiei mais uma vez durante os noventa minutos. Eu e quem comigo partilha a bancada. Depois das críticas que mencionei aqui na semana passada, tenho a dizer que vi uma Superior Sul bem melhor a nível de atitude. O poder vocal, esse, não pode ser perfeito enquanto a bancada tiver apenas aquele número de elementos presentes. A rombo na assistência também se fez sentir nos sectores dos nossos ultras, embora os presentes tenham demonstrado raça e empenho em empurrar o campeão para a frente.

Algumas cadeiras vazias, tanto nos Super Dragões como no Colectivo, não impediu que os cânticos fossem audíveis durante quase todo o encontro, de parte a parte. O momento que mais me marcou foram sem dúvida os dez minutos finais na bancada Sul, uma música que pegou pouco depois dos 80 minutos e que foi entoada até ao apito final. Pelo meio, o resultado passou dos 3-0 para os 5-0. Só quem sabe do que falo consegue dar valor aquele momento. É como se aqueles dois golos finais tivessem sido marcados por nós. Nem nos segundos após o golo, durante os festejos, se deixou morrer o cântico. Um excelente momento na curva.

Apoiantes do Nacional da Madeira não se vislumbraram na nossa casa.

Saímos bem molhados (a cobertura com chuva e vento de pouco serve) mas satisfeitos pela nossa prestação, e da nossa equipa claro. Agora toca a aparecer no estádio hoje à noite que temos mais uma batalha pela frente.

Estejam sempre com o FC Porto! RUMO AO BI!

Um abraço ultra.

"Atenção máxima no próximo jogo"

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Vítor Pereira quer a equipa concentrada para o jogo desta sexta-feira, frente ao Paços de Ferreira, uma equipa "a crescer", mas que o técnico do FC Porto espera vencer, consequência do trabalho e da qualidade da equipa que dirige.

Paços de Ferreira, um adversário organizado e a ganhar espírito de equipa
"Um adversário que já tive o cuidado de observar mais do que uma vez. Um adversário organizado e que com os últimos resultados ganhou espírito de equipa, vem a crescer, mas estamos preparados para ultrapassar as dificuldades".

Um plantel de grande qualidade
"Fiquei com mais certezas do que dúvidas, o que a equipa deu foi uma resposta à altura do jogo e fiquei com a certeza que tenho um plantel com grande qualidade e com a certeza que tenho um grande plantel e só tenho que gerir em função do momento de cada um".

Rotatividade na equipa irá manter-se?
"Temos de esperar para ver, mas estou satisfeito com o trabalho, ainda hoje fizemos grande trabalho, mesmo debaixo desta intempérie".

Focados no Paços de Ferreira
"O FC Porto está totalmente focado no jogo com o Paços de Ferreira, queremos vencer. Não estamos a pensar no APOEL, não estamos a pensar nos jogos que vêm a seguir, nem em qualquer outra competição. Temos de estar preparados para as dificuldades para o Paços de Ferreira. Atenção máxima para este próximo jogo".

Os laços familiares com Luís Miguel, treinador adversário
"Uma amizade muito grande que nos une, é meu cunhado. Um que defende o FC Porto com o máximo de profissionalismo, outro que defende o Paços de Ferreira com o máximo profissionalismo, eu vou querer ganhar, ele vai querer ganhar. No final do jogo virá ao de cima a relação de amizade, entre dois cunhados".

Dragão de ouro para André Villas-Boas
"Revi um amigo, revi um profissional muito competente, que nos liderou no ano passado para muitos sucessos. Fique orgulhoso pela atribuição do Dragão de Ouro ao André, porque é também o reconhecimento individual de um trabalho colectivo que se fez e resultou num grande sucesso. Foi um ano de facto histórico. Eu e os jogadores ficamos orgulhosos pelo reconhecimento ao nosso líder".

Regularidade vai ditar o campeão
"O que este campeonato tem evidenciado é que ao contrário do campeonato passado em que rapidamente, no primeiro terço, houve equipas que se deixaram atrasar, este campeonato vai ser um campeonato competitivo, difícil, em que a regularidade e a consistência vão ditar o vencedor, de certeza absoluta".

fonte: fcporto.pt



LISTA OFICIAL DE CONVOCADOS

Guarda-redes: Helton e Bracali;
Defesas: Maicon, Alvaro Pereira, Rolando, Sapunaru e Mangala;
Médios: Guarín, Belluschi, João Moutinho, Defour e Fernando;
Avançados: Kléber, Varela, Hulk, Walter, James e Djalma.

27 outubro, 2011

ASSEMBLEIA GERAL

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É já hoje, dia 27/10/2011, que se realiza a nossa assembleia geral onde será discutido o relatório econtas bem como assuntos de interesse do clube.

Quem parece não ter muito interesse no tema, parece ser o próprio clube, pois uma reunião magna deste género devia ser antecipadamente muito mais publicitada e anunciada, promovendo a presença do maior número possível de associados, pois é lá que o verdadeiro Portismo se reflecte e não em galas todas pomposas onde apenas estão os profissionais e não os que amam o clube.

A não divulgação atempada, por forma a permitir que qualquer associado se organize para poder marcar presença, deixa uma nuvem negra a sobrevoar este evento, como que parecendo que não há muito interesse na sua divulgação... ou será que alguém se esqueceu de a anunciar???

Dada esta nota prévia, quero desde já adiantar que não estarei presente por razões familiares (antecipando uns anónimos que depois vêm dizer que eu apelo à presença e depois não apareço), ao contrário do que tem acontecido ao longo da última década, onde poucas terão sido as AG que falhei. É nessa sede que os problemas devem ser expostos, é lá que as questões devem ser colocadas. Em família, à porta fechada, sem os olhos e ouvidos indiscretos da comunicação social, sem sair nos jornais e televisões aquilo que lá se diga, é lá que tudo deve ficar devidamente esclarecido.

Não deve existir portanto qualquer espécie de pudor ou temor em abordar os temas mais desconfortáveis para com aqueles que lideram os nossos destinos. É isso que tenho feito ao longo das minhas presenças nessas reuniões, tornando-me em determinadas alturas até algo desconfortável para com alguns poderes instituídos e aparentemente acima de qualquer crítica.

Estou portanto absolutamente à vontade para interpelar a direcção, cobrar promessas anteriores, confrontar com o que de pior temos no nosso dia a dia, mas também agradecer e dar parabéns quando algo é digno de tal atitude. É lá e não no café, nos blog's ou na bancada, que se deve querer perceber um pouco melhor o funcionamento do clube. Por isto mesmo, apelo não só à forte presença como também à intervenção.

À intervenção de todos, daqueles que de outra forma não têm voz, daqueles que pensam o clube, mas que pelas mais diferentes razões têm “receio” de expor as suas ideias. Ninguém é “comido” por falar! O Futebol Clube do Porto, ao contrário daquilo que se possa dizer nos meandros mais rebuscados, é um clube democrata e plural, onde todos podem emitir a sua opinião. Podem ser rotulados como contestatários... mas ninguém manda calar ninguém!

Mais, ir para lá, estar sentado a ouvir os outros a falar, bater umas palmas de quando em vez, aprovar o relatório e contas, e no fim aplaudir o Dr. Sardoeira Pinto não é um bom serviço que prestamos ao clube.

Para tudo é preciso sangue novo, e também nas intervenções nas assembleias gerais tal é necessário, com novas caras a apresentar os seus pontos de vista e questões, caras diferentes a transmitir o que sentem e o que lhes vai na alma. É no pluralismo que as instituições crescem e melhoram!

Não estando presente, e desejando ardentemente que estas tais “caras novas” possam surgir, deixo aqui alguns dos temas que caso estivesse presente, não deixaria de colocar:
  • O que se passa com o pagamento das transferências de Defour e Mangala?

    Quem está afinal a falhar e porquê? Já pagamos ou não pagamos? E se não o fizemos, porque razão tal acontece? É que andamos a ser enxovalhados na praça pública por um clubezeco da Bélgica, em que se dão inclusivamente ao luxo de nos compararem aos carneiros, e alguém tem que ter responsabilidade.

  • O que se passa com as modalidades amadoras e respectivo pagamento de salários aos seus atletas?

    Ninguém coloca certamente em causa a seriedade da instituição, mas há muito que aquilo que poderiam ser consideradas “pontuais dificuldades de tesouraria” ultrapassou os limites do admissível, tendo-se tornado regra e não excepção, o atraso no pagamento. Mais, a situação está pior do que nunca, pois os atletas ainda só receberam o mês de Julho, ainda por cima numa altura em que as quotas de associado aumentaram, logo as receitas tiveram que crescer.

  • Quais os critérios para a atribuição dos prémios Dragões de Ouro?

    É que quando penso num galardão deste género, não penso apenas em alguém que vence mais do que os outros... penso também num conjunto de outras características (dedicação, coragem, garra, determinação, amor ao clube, serviço prestado) que manifestamente não vejo em alguns galardoados. Alguém que tem medo de perder, alguém que tem medo de não manter o sucesso, é alguém que merece um tão alto galardão? O que fez Paulo Teixeira Pinto para merecer um galardão deste género. Porque não o clube indicar 5 nomes para cada uma das categorias, e depois os associados votarem no site, com validação de BI e n.º de sócio (tal como acontece no pagamento de quotas)?
Muitos mais poderiam ser os temas abordados, mas julgo que estes são mesmo os principais da nossa actualidade. Bater no treinador, nos jogadores ou por tudo em causa em relação ao futebol, não me parece adequado.

Espero que todos marquem presença e intervenham, fazendo a tal festa do Portismo, ao contrário daquilo que vem no nosso site, indicando que na passada 2ª feira no Coliseu, foi a festa do Portismo... não, O PORTO SOMOS NÓS!!!!!

Manto Azul e Branco - 1933-1936 – Camisola insólita para derrotar a “equipa-maravilha” da Europa

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1933 – Entretanto e esporadicamente apareceu no dorso dos atletas uma camiseta algo insólita: tinha ainda três faixas azuis mas a faixa do meio não era centrada, situando-se mais à direita do vértice do V do colarinho! Trata-se de um equipamento alternativo e, como o principal (antes descrito), usado até 1936.

Com este equipamento, em 4 Jan.1934, o FC Porto deslumbrou ao bater por 3-0 a equipa-maravilha da Europa, o “First Vienna FC”, num jogo realizado à hora do almoço.

Jogo com o First Vienna FC, às 12 horas: entre Waldemar Mota, Acácio Mesquita e Pinga foi tal o entendimento e a exibição, que ficaram para sempre os “três diabos do meio-dia”.

Rui Saraiva – Design e edição
Fernando Moreira – Pesquisa e textos

26 outubro, 2011

Virtudes

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Uns gostaram, muito. O Tône incluído.
Outros não gostaram, nada. O Rato incluído.
Foi como os cinco a zero de Domingo.
Difícil de encontrar defeitos para uns.
Escasso em qualidade para outros.

Já que todos gostaram foi do Helton, do Sr. Ilídio, do Reinaldo, das Taças.
E já o que o Bino estranhou foi a abundância da actual trupe do Palácio de S. Bento.
Por andariam os seus pares nos tempos da lei da rolha, onde o Mr. Jesualdo era o único a dar o peito às balas dos canalhas?

Uns gostaram, muito.
Outros não gostaram, nada.
Razão terão aqueles que nas auto-estradas teimam em conduzir pela via do meio, a da virtude.
Que se tivessem então ficado pela mesma.
Dragão de Ouro pelo mérito?
Sem dúvida.
Mas que o tivessem enviado por fax!!!

Capítulo 5: 1941 a 1950 – O centralismo da capital e o jejum (Parte VIII)

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FCPorto – Dragões de Azul Forte
Retalhos da história, conquistas e vitórias memoráveis, figuras e glórias do
F. C. do Porto


Capítulo 5: 1941 a 1950 – O centralismo da capital e o jejum (Parte VIII)

Época 1947-48 (Continuação)

6 de Maio de 1948 - Um jogo deslumbrante do FC Porto, vitória que assombrou o mundo!
• A 6 de Maio de 1948, o futebol portista conheceu uma jornada histórica com cenário no Estádio do Lima. Vitória do FC Porto sobre a melhor equipa do Mundo, o Arsenal de Londres (campeão de Inglaterra), que, dias antes, no Estádio Nacional, tinha massacrado o Benfica com um contundente 4-0. Consta que na capital disseram a membros do Arsenal: "se aqui venceram por 4-0, no Porto vencerão por mais. O FC Porto só tem um jogador importante, o Araújo".
• Para o jogo, rodeado de enorme expectativa, os bilhetes custavam 80 escudos. Para irem ao Estádio do Lima os portuenses vestiram os seus melhores fatos e muitas senhoras sentaram-se nas bancadas como se estivessem na ópera.
Os londrinos, claramente favoritos, eram considerados os magos da bola, a melhor equipa do planeta, treinada por Tom Whittaker e capitaneada por Joe Mercer. Vinham de uma digressão totalmente vitoriosa na Europa. Além disso, ainda estava na memória de todos a goleada de 10-0 imposta pela selecção inglesa à portuguesa, em Maio do ano anterior. Assinale-se que os jogadores do Arsenal eram a “espinha dorsal” do seleccionado britânico. …E os 4-0 com que o Arsenal despachou o Benfica.
Quando se esperava que os azuis-e-brancos tivessem o mesmo destino do SLB, presentearam os seus adeptos com uma exibição memorável.
• Comandada pelo argentino Eladio Vaschetto, a equipa portista alinhou com:
Frederico Barrigana; Alfredo Pais, Francisco, Virgílio, Romão, Joaquim, Lourenço, Araújo (9’), Correia Dias (18’ e 20’), Gastão e Catolino.

• Aos oito minutos, instantes antes de Araújo marcar o 1.º golo, Quádrio Raposo, locutor da Emissora Nacional, anunciava: “Araújo tem nada menos de três ingleses à sua volta!”.
9 minutos, 1-0 por Araújo – Solto, Gastão abriu para Joaquim que endossou a bola a Araújo. Este, a cerca de 30 metros da baliza adversária, disparou fazendo a bola entrar no ângulo superior esquerdo depois de tabelar no poste. Um extraordinário golo!
• Aos 30 minutos, e para espanto de todos, o FC Porto vencia por 3-0, com mais dois golos do possante Correia Dias (um avançado-centro que pesava mais de 100 quilos), a passes de Araújo.
18 minutos, 2-0 por Correia Dias – Joaquim fez um passe em profundidade para Lourenço que encaminhou a bola para Araújo. Com um leve toque, Araújo colocou a bola em Correia Dias. Num ápice o possante avançado rematou a meia altura sem possibilidades de defesa para o guardião inglês.
20 minutos, 3-0 por Correia Dias – Com uma triangulação esmerada entre Gastão, Joaquim e Araújo, a defesa britânica é ludibriada. No momento preciso o passe e uma recepção perfeita de Correia Dias que, inapelavelmente, marca o golo.

• Os arsenalistas tentaram, com denodo, inverter a resultado. Até ao término do jogo, a resistência foi heróica perante a avalanche britânica e os jogadores portistas recompensados com uma sensacional vitória final por 3-2!

• Araújo, com mais uma extraordinária exibição, um grande golo, o melhor jogador em campo, tinha deslumbrado os ingleses e o futebol do "Velho Continente".
• Outro dos heróis do jogo foi o guarda-redes do FC Porto, Frederico Barrigana.
• Em “A BOLA” escreveu-se: “Meia hora de futebol diabólico destroçou a equipa londrina”.

Troféu Arsenal – Um dos mais valiosos troféus da Sala-Museu do FC Porto
Concebido na Ourivesaria Aliança, após traço dos escultores Marinho Brito e Albano França, foi oferecido ao clube pelos adeptos para comemorar a vitória do FC Porto sobre o Arsenal de Londres, campeão de Inglaterra, cuja equipa era tida como a melhor do mundo. É justo que se destaquem os nomes dos homens que desencadearam a subscrição pública para compra do magnífico troféu: Eduardo Soares, José Moreira, Ivo Araújo, Manuel Ferreira, Elói da Silva e Torcato Plácido.
O troféu pesa cerca de 300 quilos, 130 dos quais de prata maciça, e na sua concepção foram utilizados - além da prata - ouro, esmalte, cristal, madeira fina e veludo. Terá custado mais de 200 contos. Uma fortuna imensa para a época! Um troféu imponente a condizer com uma imponente vitória!
Do troféu faz parte um relicário, pesando 120 quilos e com 2,80 metros de altura. Espécie de caixa assente em quatro dragões de prata e com quatro portas de cristal, o relicário é rematado com um grupo escultório que inclui uma figura de atleta, de joelho em terra, dominando um leão, que tem uma bola junto dele. Na mão direita, o atleta ergue um facho, no espaço. Na mão esquerda segura a bandeira do FC Porto. Por detrás, dominando toda a peça, a figura da vitória.
Dentro do relicário, o troféu propriamente dito totalmente em prata e constituído por três figuras esculturais de mulher, erguendo-se nas pontas dos pés, segurando a taça, circundada por três dragões dominados por três atletas que procuram alcançá-la para beberem dela o vinho da vitória.
Um belo e monumental troféu!

Mai.1948 – Júlio Ribeiro Campos sucede a Cesário Bonito na presidência do FC Porto. Cesário ainda assistiu, como presidente, à vitória sobre o Arsenal. Pouco depois, nessa mesma condição, Ribeiro de Campos viu o FC Porto ser eliminado da Taça de Portugal. Mas com ele o basquetebol conquistou o seu primeiro título (2.ª divisão nacional) e a equipa de ciclismo venceu com brilhantismo, individual e colectivamente, a Volta a Portugal em bicicleta. Ainda durante o ano de 1948 contratou o treinador argentino Alejandro Scopelli e assinou a escritura de aquisição dos terrenos das Antas.
Júlio Campos cessou o seu mandato em Mai.1949, contudo iria cumprir outro em 1950.

Nota: há publicações que aludem ao facto de Ribeiro Campos não ter tomado posse para cumprimento deste seu primeiro mandato. Talvez tenha a ver com uma demissão abortada que conheceremos logo a seguir. O sítio do FC Porto confirma-o como sucessor do Dr. Cesário Bonito, pelo que validamos a presidência de Júlio Ribeiro Campos neste período.

Exclusão à 2.ª eliminatória e demissão do Presidente
A 19 de Maio de 1948, o presidente da Direcção do FC Porto, Júlio Ribeiro de Campos, demitiu-se. A equipa de futebol acabara de se quedar pela 2.ª eliminatória da Taça de Portugal, arredada pelo Barreirense, mercê de um golo de Martins.
Na 1.ª eliminatória, os barreirenses protagonizaram um dos casos mais insólitos da história da Taça: ao fim dos 90 minutos estava o Barreirense empatado com o Vitória de Setúbal, a zero, e o árbitro, ignorando que em caso de empate tinha de haver prolongamento, deu o jogo por terminado. Quando atentou no lapso, ou alguém lhe chamou a atenção para a gafe, resolveu recomeçar a partida, mas para isso foi preciso ir buscar à estação da CP os jogadores do Barreiro! Após o prolongamento ainda o 0-0 e, em jogo de desempate, vitória (1-0) para os barreirenses. Que destruiriam, mais uma vez, o sonho portista...

Denúncia de manobras contra o FC Porto
A demissão de Ribeiro de Campos não passou de jogada estratégica para reforço de confiança. E serviu também para, uma vez mais, denunciar as manobras contra o FC Porto em que se empenhavam, mais ou menos discretamente, alguns dos poderes do futebol português. Os sócios reconduziram-no e ele continuou a remar contra a maré...

Fotografia do plantel do FC Porto, em Junho de 1948, numa deslocação à Corunha, Galiza, para disputa do Troféu Teresa Herrera. Na equipa estava o novo “recruta”, Carlos Vieira, integrado para a preparação da época seguinte (1948-49).
Da esquerda para a direita, à frente: Virgílio, Ângelo Faria, Sanfins, Lourenço, Araújo, Correia Dias, Gastão e Catolino; Atrás: Francisco Gonçalves (massagista), Guilhar, Joaquim Machado, Romão, Ângelo Carvalho, Eladio Vaschetto (treinador), Chico, Alfredo, Carlos Vieira, Marques e Barrigana.

Catolino – Adelino Augusto Catolino Monteiro (n. ??), avançado e extremo-esquerdo português, chegou ao FC Porto em tempo de crise de resultados nas competições nacionais. Vinha para ombrear com Correia Dias, o extraordinário ponta-de-lança da equipa. E, com este lesionado, marcou num só jogo 5 golos! Foi na vitória de 9-0, sobre o Salgueiros, na época 1944-45.
• Mas a carreira de Catolino não se revelou tão venturosa como fazia prever. Lesionado durante grande parte da temporada seguinte, quando dado como apto cedo se verificou que a gravidade da lesão havia de condicionar-lhe o desempenho no futuro.
• Todavia esteve em dois momentos brilhantes protagonizados pela equipa azul-e-branca: em 20 Out.1947, o FC Porto bateu espectacularmente o Valência, campeão de Espanha, no seu próprio terreno, por 1-0, graças a golo dele próprio; a 6 Mai.1948, jornada histórica com cenário no Estádio do Lima e vitória do FC Porto (3-2) sobre a melhor equipa do Mundo, o Arsenal de Londres (campeão de Inglaterra), que, dias antes, tinha massacrado o Benfica com um contundente 4-0. Catolino alinhou num conjunto assim formado: Barrigana; Alfredo Pais, Francisco, Virgílio, Romão, Joaquim, Lourenço, Araújo, Correia Dias, Gastão e Catolino. Era treinador o argentino Vaschetto e os golos portistas foram marcados por Araújo e Correia Dias (2).
• Saiu do FC Porto no final da época de 1947-48 e nada se sabe sobre o resto da sua carreira de futebolista.
Carreira no FC Porto
1944-45 a 1947-48
Palmarés
3 Campeonatos do Porto
  • No próximo post.: Capítulo 5, 1941 a 1950 – O centralismo da capital e o jejum (Parte IX) – Biografias de Correia Dias, Araújo e Vaschetto; 1947-48: basquetebol portista triunfa.

25 outubro, 2011

O Tricampeão apagou a chama do líder Águas Santas!

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Grande jogo no Dragão Caixa, com mais de 1.400 espectadores (eu incluído) a presenciarem um belo espectáculo de andebol entre o, até aí líder isolado da tabela classificativa, Águas Santas e o tricampeão Nacional, FC Porto.

Com a vitória alcançada na tarde de sábado, o FC Porto colou-se aos Maiatos e ao Benfica com um ponto a separarem estes 2 líderes de Porto e Sporting. Até final da 1ª volta da fase regular, ainda vão jogar-se um Madeira/Águas e um Sporting/Benfica, pelo que os dragões não demorarão muito a alcançar o topo da tabela rumo ao tetra.

O ambiente no Dragão Caixa foi fantástico, com o público a reagir efusivamente a 3 ou 4 decisões absurdas de uma dupla de arbitragem que a determinada altura parecia interessada em não deixar o Dragão descolar do marcador. Vitória sem espinhas dos azuis e brancos e final da invencibilidade dos Maiatos que até então, haviam ganho a ABC de Braga e Sporting, e empatado com o Benfica!



ANDEBOL
  • Madeira SAD 28-32 FC Porto
  • FC Porto 26-23 Águas Santas
Na quarta-feira passada, o FC Porto passou por algumas dificuldades na Madeira, mas ao intervalo já vencia por 16-18. Na 2ª metade, os locais reagiram e chegaram a estar na frente com 23-22 aos 43 minutos. O Porto nunca desistiu, com Quintana em grande estilo, defendendo bolas “impossíveis”, com o FC Porto a consumar definitivamente a vitória a 3 minutos do fim aos 27-31.

Neste jogo, destaque para os 9 golos de Spínola, 6 de Ricardo Moreira e de Tiago Rocha e 4 de Gilberto Duarte e Filipe Mota. Vitória muito importante dos Dragões diante de um adversário que havia ganho na Luz.

No Dragão Caixa, o FC Porto ganhou avanço de 2 golos ao intervalo (13-11), depois de um 7m defendido brilhantemente por Hugo Laurentino (15 defesas em 31 remates à baliza!) no último segundo. Na 2ª metade, o Porto entrou muito bem e chegou aos 17-12, mas só conseguiu 4 golos de vantagem aos 45 minutos (20-16), e foi nessa altura que se começou a desenhar definitivamente esta bela vitória consumada aos 52m, com o 24-17.

Grande jogo de Gilberto Duarte com 8 golos, seguido de Spínola com 4 e depois Tiago, Moreira e Dario com 3 cada um. O pivot cubano, Daymaro (2 golos), mostrou ser muito bom defensor, e até Malencic (2 golos) apareceu em jogo, tal como o ainda júnior Hugo Santos, com um belo golo na ponta esquerda.

No próximo sábado (22h do Continente), temos um Sp.Horta/FC Porto, último jogo em que Obradovic ainda terá que cumprir castigo.



HÓQUEI EM PATINS
  • FC Porto 6-3 Paço de Arcos
Bom início de campeonato para os pupilos de Tó Neves com uma vitória tranquila diante do Paço de Arcos, numa 1ª jornada marcada pelo regresso da RTP2 ao hóquei nacional (a televisão Pública transmitiu o Braga-Benfica que acabou empatado 1-1, com o clube do Regime a escorregar logo ao 1º duelo).

No jogo do Dragão Caixa, o FC Porto ao intervalo já vencia por 5-2, e na 2ª metade foi só gerir tranquilamente a vantagem que acabou em 6-3. Reinaldo Ventura (Dragão de Ouro 2010/11 como atleta de alta competição) e Pedro Gil bisaram, sobrando os outros golos para Suissas e Caio.

No próximo domingo, o Porto recebe os Tigres (16h/Porto Canal).

Ainda sobre o jogo desta jornada, realce para um dos golos de Pedro Gil, uma autêntica obra de arte num pavilhão bem composto (cerca de 1100 espectadores no Dragão Caixa), num horário “inteligente” que antecedeu o jogo de futebol.



BASQUETEBOL
  • FC Porto 81-66 Barcelos
No Dragão Caixa, com cerca de 830 espectadores, o Barcelos deu a luta possível, mas os Dragões, com um 3º período arrasador (28-12), conseguiram 15 pontos de avanço (59-44), e nunca mais existiram dúvidas sobre mais esta vitória azul e branca.

Carlos Andrade, foi o MVP Global e Nacional da 2ª jornada da Liga Portuguesa de Basquetebol com 15 pontos e 17 ressaltos. Stempin com 20 pontos, também esteve em excelente nível, seguido de Miguel Miranda (12) e João Santos (10).

O FC Porto de Moncho Lopéz só volta a jogar no fim-de-semana de 5 e 6 de Novembro (onde já deverá contar com o seu novo Americano, o poste Rob Johnson) com dupla jornada nos Açores.

Este fim-de-semana, fica manchado pela obscura vitória do Benfica na Madeira à custa de uma falta imaginária, seguida de uma técnica, que o árbitro de Lisboa, Alvarinhas, concedeu ao clube do seu coração, quando a derrota já parecia inevitável.

Este tipo de fretes, só acontecem mesmo com esta equipa. A única coisa que varia, é a modalidade...



Fim-de-semana 100% vitorioso em todas as modalidades (futebol incluído), situação que também sucedeu nos escalões de formação do nosso futebol (Nacionais de Juniores A e C). Diga-se que já é o 2º fim-de-semana consecutivo com 100% de sucesso para as cores azuis e brancas.

Saudações Portistas,
Lucho.