30 junho, 2011

Nós não estamos à venda

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1. Esta é a parte do ano mais feliz para os nossos rivais. É agora que levamos humilhantes goleadas, que os nossos rivais se transformam em colossos do futebol mundial, que ficamos reduzidos à nossa imensa insignificância. É agora que o Vítor Serpa pára no peito, passa para o José Manuel Delgado que envia em profundidade para o Magalhães que faz uma triangulação com o Gomes da Silva e o António Pedro para um golo de cabeça da Leonor Pinhão.

É por esta altura que o Benfica e o Sporting contratam misturas de Maradona e Messi, que os seus treinadores são aclamados como deuses, que se passam cheques pré-datados com os proveitos dos ganhos futuros, que os Presidentes desses clubes anunciam décadas de hegemonia no futebol mundial.

Confesso, é divertidíssimo chegar ao café onde paro e ver os meus amigos a anunciar-me o fim iminente das vitórias do Porto, “este ano é que é Pedro, acabou-se a festa”. Todos os anos é a mesma coisa. Os jogadores e treinadores que até aqui há atrasado eram uma porcaria e que só ganhavam com os favores dos árbitros, da santa da Ladeira, das lentilhas com molho de gengibre, transformados em génios mal assinam por outro clube qualquer.

Coitados, divirtam-se muito, é que já só faltam meia dúzia de semanas para andarem de monco caído.

2. Ah, um tipo que se dizia portista fugiu para um clube sem um único título europeu e com dois ou três campeonatos que tem uns dirigentes convencidos que uma instituição se faz comprando tudo e todos. Não sabem que a alma, a vontade, a garra, o amor a um emblema não se vendem, nem compram. O que faz um grande clube somos nós e nós não estamos à venda. Mas eu para garotos inseguros e sem palavra não tenho tempo nem paciência. Só espero que jamais conspurque com a sua presença o nosso estádio.

Campeões iniciam a nova época esta quinta-feira

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O FC Porto inicia os trabalhos da temporada 2011/12 esta quinta-feira, no Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia, no Olival. O primeiro ensaio do novo ano desportivo está marcado para as 10h00, sendo permitida a presença dos elementos da comunicação social por um período de 15 minutos.

Para a parte da tarde estão reservados os exames médicos, habituais no arranque de cada época, que se realizam à porta fechada.

fonte: fcporto.pt

29 junho, 2011

O mais poderoso

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    Pinto da Costa é o 49º mais poderoso da economia portuguesa
    08 Junho 2011 | 00:01

    Não é uma surpresa: desde há 30 anos que FC Porto rima com vencer.

    O futebol pode ser, fora do relvado onde os golos conquistam as emoções, um jogo de xadrez. E, em Portugal, poucos pensam o futebol em termos de interacção de peças. Tudo na periferia combina para se controlar o centro do tabuleiro e preparar um ataque contra o rei do adversário. É isso que Jorge Nuno Pinto da Costa faz há mais de três décadas com resultados retumbantes. A sala de troféus do FC Porto está cheia e este ano chegaram mais três títulos para a engalanar: a Liga Europa, a Liga Portuguesa e a Taça de Portugal.

    fonte: jornal de negócios


O Jornal de Negócios incluiu Pinto da Costa na lista d’ “Os Mais Poderosos da Economia”, em 49.º lugar. Futebol é poder. E é poder económico.

“Os Mais Poderosos da Economia Portuguesa” é uma lista de 50 personalidades, reveladas uma por dia, no Verão, pelo Negócios. Não é uma lista de popularidade nem de “bons e maus”, é o conjunto de perfis das pessoas que exercem poder na economia – e da forma como o fazem. Com que amigos e aliados; com que inimigos e através de que redes de influência.

O futebol é, em si mesmo, um sector económico, em que os clubes são geridos como empresas, a maior parte dos quais com o mesmo pecado do País: excesso de endividamento, isto é, de passivo, com falta de capital e em cima de modelos de negócio que só se correrem muito bem é que dão certo. Nos últimos 30 anos, nenhum clube o fez tão bem como o Porto.

Pinto da Costa é não apenas polémico e sabe muito mais do que de futebol. Sabe de liderança, sabe reunir-se de gente leal até à morte, sabe aliar-se a outros poderosos como Joaquim Oliveira, sabe ganhar com o melhor dos agentes (Veiga antes, Jorge Mendes depois) sem se perder com o que eles têm de pior: são traidores ou traiçoeiros.

O poder do FC Porto é monumental, no desporto, na sociedade, na região Norte – e também na economia e nas empresas. E se um Pinto da Costa incomoda muita gente, este Pinto da Costa assim tão próspero incomoda muito mais.

fonte: record

Resultados finais do "Dragão ou Morcão" - Época 2010/11

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O homem do momento, motivo das piadas mais imediatas, venceu. Futre é o novo Dragão dos Dragões, sucedendo a Rui Barros, vencedor do ano passado. Vão vir charters, vão vir surpresas, vão vir "cenas", a verdade é que não foi uma escolha muito consensual, mas em democracia quando não há consenso há a maioria, e essa cifrou-se em 86 votos! Um número bem interessante, seguido bem de perto por Tarik com 82 votos, onde se inclui o meu. O berdadeiro Morcão, Paulo Assunção, é que obteve uma vitória retumbante! 122 votos! Certamente dedicados à maneira "ligeirinha" como espetou a faca na sua saída do dragão! Mais uma vez o meu voto recaiu no segundo classificado, Kralj, que recebeu "apenas" 45 cliques. O Senão deste ano foi também ele escolhido de forma maciça, 141 cliques em Diego, bem longe dos 33 de Jorginho. Bibó Porto escolheu, está escolhido!

E pronto, chegou ao fim a rubrica "Dragão ou Morcão" da época 2010/11. Regressará com o início da próxima época, tal como já referi na semana passada.

Saudações,
Dragon Soul

28 junho, 2011

Os nomes e os factos de 3 temporadas gloriosas...

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Quando a 22 de Maio de 1999, a equipa de FUTEBOL do FC Porto (treinada por Fernando Santos) festejou o pentacampeonato, ainda antes de entrar no estádio de Alvalade (1-1), o nosso clube já havia ganho nessa época os campeonatos das outras 3 modalidades principais: ANDEBOL, BASQUETEBOL e HÓQUEI EM PATINS.

No ANDEBOL, o título alcançado com José Magalhães ao leme, colocou fim a um jejum de 31 anos e foi confirmado com um jogo épico no Américo de Sá após vitória sofrida, mas muito festejada frente ao ABC de Braga (17-16).

No BASQUETEBOL, os pupilos de Alberto Babo ganharam a final do Play-off ao Illiabum (3-1), recuperando o título perdido no ano anterior, enquanto no HÓQUEI, os Portistas treinados por António Livramento, ganharam o campeonato 8 anos depois do último alcançado pela nossa 1ª geração de ouro (90/91).

A época de 1998/99 entrava na história com esse 1º pleno do Desporto Nacional (campeonatos das 4 modalidades principais) obtido pelo FC Porto, marca que o clube viria a repetir em 2004 e agora em 2011.

Um tri de plenos do FC Porto, proeza que dificilmente será alguma vez igualada em Portugal, julgo até que nenhuma equipa além do FC Porto conseguiu em toda a história do Desporto Nacional ganhar alguma vez esses 4 campeonatos juntos...

Em 2003/04, a equipa de HÓQUEI EM PATINS, treinada por Franklim Pais, foi a última a garantir o título depois do ANDEBOL, BASQUETEBOL e FUTEBOL já o terem conseguido.

Foi a 26 de Junho de 2004 que o FC Porto bateu o Barcelos em Fânzeres por 7-4 e ganhou o campeonato, depois de ter andado quase toda a época no 2º lugar. Ficou aí garantido o tricampeonato no HÓQUEI, numa época de renovação do plantel e perante um Barcelos muito forte, mas que não resistiu, uma vez mais, ao fogo do dragão.

No FUTEBOL, a equipa Portista treinada por Mourinho ganhou com alguma facilidade o bicampeonato (mais tarde venceu ainda a champions league), enquanto no ANDEBOL o tricampeonato com Paulo Jorge Pereira ao leme também foi alcançado com sinais de superioridade evidente.

No BASQUETEBOL, voltamos a ser campeões 5 anos depois com Luís Magalhães na liderança de um plantel que venceu por 3-1 a final do Play-off ao Queluz.

Vamos agora à história do pleno de 2011 depois destes dois breves resumos dos plenos de 1999 e 2004.

A época de 2010/11 fica também na história pelas caminhadas recheadas de êxito das nossas 4 equipas.

A de FUTEBOL, venceu o campeonato com 21 pontos de avanço (ganhando ainda a Liga Europa, a taça e a supertaça), numa época de sonho dos pupilos de André Villas-Boas, que assim recuperaram o título perdido na época anterior.

Já o ANDEBOL, com Obradovic ao leme, alcançou o tricampeonato com uma fase final que começou tremida, mas que acabou em grande estilo.

O BASQUETEBOL, com Moncho Lopéz no comando técnico, acabou com o jejum de 7 anos e foi alcançado o título na finalíssima com o Benfica que deu luta até ao último minuto do 7º jogo. Foi grande a festa no dragão caixa no dia 2 de Junho de 2011 quando essa conquista do basquetebol Portista se efectivou, uma festa que se repetiu dois dias depois com a conquista do decacampeonato de HÓQUEI EM PATINS (com Franklim ainda ao leme da equipa) depois de duelo até à última com o Benfica que acabou com os mesmos pontos do Porto, mas com desvantagem no confronto directo (o FCP venceu ambos os jogos).

Nesse último jogo do campeonato de HÓQUEI (dia 4 de Junho de 2011), o Porto bateu a Oliveirense por 5-1, conseguindo a tal vitória obrigatória que permitiu os festejos do deca e do tal 3º pleno das 4 modalidades principais que o FC Porto pratica, uma vez que as outras 3 modalidades já tinham aberto o champanhe...



No espaço de 13 épocas, os Dragões conseguem por 3 vezes ganhar os 4 campeonatos ao mesmo tempo. Três temporadas de sonho que ficam a registadas a ouro no livro de memórias da nossa nobre história.

Só uma última nota. Em 1999, no 1º pleno, os capitães de equipa do FC Porto eram Danilo Ferreira (andebol), Tó Neves (hóquei), Fernando Sá (basquetebol) e Jorge Costa (futebol).

No 2º pleno em 2004, os capitães de equipa eram Jorge Costa no futebol, Rui Rocha no andebol, Sérgio Silva no basquetebol e Filipe Santos no hóquei.

Finalmente no 3º pleno em 2011, os nossos capitães foram Ricardo Moreira (andebol), Filipe Santos (hóquei), Nuno Marçal (basquetebol) e Helton (futebol).

Fica agora o meu desejo de que 2012 seja o ano do 4º pleno!



Saudações Portistas,
Lucho.

Juniores revalidam título nacional

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HÓQUEI PATINS

A equipa júnior do FC Porto venceu este domingo o Benfica, por 7-3, e sagrou-se campeã nacional de juniores, em Castro Verde. Ao longo de todo o campeonato, os Dragões só somaram triunfos.

RESULTADOS

MEIAS-FINAIS
FC PORTO - ALENQUER E BENFICA 3-2 (Golos: Rafa, Telmo Pinto e Tomás Castanheira)
SL BENFICA - HC BRAGA 5-3

3º e 4º LUGAR
HC BRAGA - ALENQUER E BENFICA 5-4

FINAL
FC PORTO - SL BENFICA 7-3 (Rafa, 3; H. Magalhães, 3; Tomás Castanheira e João Souto)

CLASSIFICAÇÃO FINAL
1º - FC PORTO
2º - SL BENFICA
3º - HC BRAGA
4º - ALENQUER E BENFICA


FC Porto, 7-Benfica, 3
Pavilhão Municipal de Castro Verde

FC Porto – Diogo Sampaio; Henrique Magalhães (2), João Souto Silva (1), Rafa (3) e Telmo Pinto. Jogaram ainda: Tomás Castanheira (1), Pedro Costa, Manuel Pinheiro, João Guimarães, Pedro Costa e André Ferreira.
Treinador: Renato Almeida

Benfica – João Patrício; João Beja (1), Pedro Vaz, Tomás Silva e Miguel Rocha (2). Jogaram ainda: Celso Silva, Tiago Gouveia e Alexandre Silva.
Treinador: Carlos Pires

Ao intervalo: 4-0

Cartão azul: João Souto Silva e Miguel Rocha (2)

Golos.
0-1 por Henrique Magalhães
0-2 por Rafa
0-3 por Henrique Magalhães
0-4 por Tomás Castanheira
0-5 por Rafa
1-5 por João Beja
2-5 por Miguel Rocha
2-6 por João Souto
3-6 por Miguel Rocha
3-7 por Rafa.

Renato Almeida: «Foi pedido aos jogadores para garantirem a vantagem, depois era importante saber geri-la. A equipa esteve excelente defensiva e ofensivamente, excepto em algumas situações. O objectivo era vencer e não golear. Dedico este título ao meu filho de dois meses e ao César, nosso jogador que faleceu. Respondemos a algumas dúvidas que houve na nossa vitória em Bragança»

Carlos Pires: «O FC Porto conseguiu o 3-0, depois voltou a marcar e percebemos que seria complicado vencer. Parámos para pensar. O esforço dos jogadores nunca é inglório. Criámos oportunidades, não marcámos e os nossos atletas, tal como os hoquistas do FC Porto, estão de parabéns. Tivemos uma situação em que o nosso guarda-redes passou pelo hospital, mas voltou e disse que queria ser campeão. O Benfica apresentou duas equipas nas finais, como resultado do excelente trabalho coordenado por Luís Sénica, estivemos preparados para discutir a vitória até ao último segundo, e saímos de cabeça erguida. Disse aos jogadores que vão ter muitas vitórias pela frente».

Menos sorte teve a nossa equipa de iniciados que não conseguiu mostrar neste fim de semana a excelente época que vinha realizando. No entanto parabéns aos miúdos pela época que realizaram.

RESULTADOS

MEIAS-FINAIS
FC PORTO - SL BENFICA 2-3 (Golos: Alvaro Morais e Luis Melo)
STUART CARVALHAIS - HC BRAGA 4-5

3º e 4º LUGAR
FC PORTO - STUART CARVALHAIS 3-4 (Golos: Alvaro Morais, 2 e Diogo Seixas)

FINAL
HC BRAGA - SL BENFICA 4-3

CLASSIFICAÇÃO FINAL
1º - HC BRAGA
2º - SL BENFICA
3º - STUART CARVALHAIS
4º - FC PORTO



BASQUETEBOL

FASE FINAL Sub-14 Masculinos

1ª jornada (24/06/2011)
SL Benfica - C.D.E.F. Franco 78/20
C.A.Queluz - Maia BC 40/52
FC Porto - União Sportiva 52/19

2ª jornada (24/06/2011)
C.D.E.F. Franco - C.A.Queluz 31/87
União Sportiva - S L Benfica 36/59
Maia BC - FC Porto 37/34

3ª jornada (25/06/2011)
C.A.Queluz - SL Benfica 38/43
FC Porto - C.D.E.F. Franco 69/13
União Sportiva - Maia BC 21/107

4ª jornada (25/06/2011)
SL Benfica - FC Porto 40/45
C.D.E.F. Franco - Maia BC 28/72
C.A.Queluz - União Sportiva 61/21

5ª jornada (26/06/201)
Maia BC - SL Benfica 50/44
União Sportiva - C.D.E.F. Franco 47/63
FC Porto - C.A.Queluz 51/48

Classificação
1º Maia BC
2º FC Porto
3º SL Benfica
4º C.A.Queluz
5º C.D.E.F. Franco
6º União Sportiva



Um abraço e até para a semana
Pedro Porto

27 junho, 2011

Um grande dirigente e uma excelente escolha!

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    “Artur Jorge, António Oliveira, Fernando Santos, José Mourinho, Co Adriaanse e Jesualdo Ferreira não tinham qualquer título antes de ir para o FC Porto… mas Pinto da Costa percebeu (muito perspicazmente, como sempre!) que qualquer um desses poderia ser uma aposta vencedora, e a verdade é que o resultado foi um FC Porto vencedor de muitos títulos nacionais e internacionais. Ou seja, o FC Porto faz treinadores campeões, não são os treinadores que fazem do FC Porto campeão. Numa estrutura forte, coesa e vencedora como a do FC Porto, torna-se fácil um técnico, mesmo sem muito currículo, trabalhar… e trabalhar bem.”
Escrevi isto no dia 24 de Maio de 2010 na minha habitual crónica, altura em que a saída de Jesualdo era mais que certa e um jovem promissor mas totalmente inexperiente preparava a sua entrada no cargo de treinador do melhor clube português (desde há muito tempo) com o principal objectivo de recuperar o título nacional, perdido na última época de um já desgastado Jesualdo Ferreira.

Na altura, as minhas expectativas eram muito claras: “acredito na escolha da SAD relativamente ao próximo treinador do FC Porto”. Felizmente, não me enganei, a época foi excelente, o FC Porto ganhou tudo o que era necessário ganhar, valorizou uma série de jogadores e voltou novamente à alta roda do futebol europeu, sendo um aspecto muito importante o facto de no próximo sorteio da Liga dos Campeões o FC Porto constar do pote 1, ou seja, o pote dos “tubarões europeus”. Isto quer dizer muita coisa.

Acho que o que o tema da saída do nosso ex-treinador é um tema mais que debatido e que neste momento a sua insistência de pouco vale tendo em conta o futuro próximo, recheado de desafios e obstáculos complicados. No entanto, há um aspecto, de certa forma desvalorizado pela comunicação social e com algum impacto nos espaços de debate portista, que se prende exactamente com atitude de Pinto da Costa no meio deste processo todo. Pinto da Costa a cada ano que passa, a cada dia que passa, a cada segundo que passa, demonstra ser alguém que mais parece não pertencer ao mundo dos humanos! Pinto da Costa é um dirigente GENIAL, que mais uma vez soube resolver um problema de difícil resolução caso se tivesse passado noutro clube. A euforia e excitação dos nossos adversários durou pouco tempo. Muita gente logo aguçou o apetite por uma pseudo-crise no Dragão ou algo do género. A forma brilhante e extraordinária como Pinto da Costa resolveu o problema da sucessão a 10 dias do inicio da época foi consumada na clarificadora conferencia de imprensa em que se provou mais uma vez uma coisa: a política de comunicação do FC Porto está anos-luz à frente de todos os outros! No fundo, é só mais um departamento em que somos muito melhores que os outros, para não variar.

Relativamente àquilo que escrevi no dia 24 de Maio 2010, poderia repetir neste post. Teria apenas de incluir o nome do ex-treinador à listagem de treinadores que no FC Porto ganharam o que nunca tinham ganho em lado nenhum. Não o faço por razões de higiene. É impronunciável o nome de uma pessoa que a poucas semanas da sua saída jurava amor e fidelidade ao clube. Pela enésima (e última) vez reitero que o “timing”, o “fax de saída” e a forma reles e à socapa com que este senhor tratou da saída do clube que tanto amava, cheira demasiado mal para sequer ter classificação. No fundo, todas estas questões acabam por não ser respondidas pelos portistas que tentam colocar água numa fervura inevitável. E não respondem porque não há resposta possível, porque acabou por ser tudo uma sacanice. Há um argumento tem sido repetido até à exaustão pelos que têm tentado colocar água na tal fervura, a de que o dinheiro compra tudo e que tudo tem o seu preço. Alerto apenas (e ao abrigo da minha humilde opinião) de que este argumento é extremamente perigoso e até sinistro, porque se assim fosse provavelmente haveriam muitas mais pessoas a prostituir-se ou alguém que, extremamente endividado, vendesse a mãe ou o filho para pagar as dívidas. Há situações em que o dinheiro não compra tudo.

Não tenho dúvidas que a escolha do novo treinador do FC Porto é muito boa. E também não tenho grandes dúvidas de que se não houverem mais “manifestações de portismo” do nosso ex-treinador, nomeadamente fazer a cabeça de 3 ou 4 jogadores com objectivo de irem para o clube da máfia russa, estou certo que o sucesso será uma realidade na próxima época.

Vítor Pereira é alguém com uma carreira sustentada ao longo de vários anos, sendo que a sua ascensão a técnico principal acaba por ser uma naturalidade dado o seu bom trabalho e reconhecida competência. Depois de um bom trabalho em equipas de 2ª divisão, como a Sanjoanense e o Sp. Espinho, VP teve o seu maior desafio justamente num clube que por razoes geográficas evidentes sigo com muita atenção: o Santa Clara. Na liga Orangina, e nos dois anos que esteve no clube açoriano, o que posso dizer-vos é que o trabalho desenvolvido por VP foi excelente e quase milagroso. Com parcos recursos e todas as desvantagens decorrentes da insularidade (o que infelizmente me impede de ver o meu FC Porto na minha própria terra), o trabalho de VP quase redundou em subida à principal liga. Em ambas as vezes, o Santa Clara ficou à beira da subida na última jornada, perdendo para clubes de muito maior nomeada e influencia no panorama do futebol português. Mas o trabalho e as características positivas de VP ficaram bem à vista de todos aqueles que seguiram com atenção o desempenho do clube açoriano.

VP é um técnico com vocação ofensiva, perspicaz e acima de tudo um estudioso do futebol. Se quanto à sua competência técnica e conhecimento teórico não tenho grandes dúvidas de que pouco ficamos a perder relativamente ao ex-treinador, é no entanto quanto à capacidade de liderança que surgem as minhas dúvidas. O FC Porto é um clube enorme e a gestão do grupo não se pode compadecer com dúvidas ou inseguranças. Enquanto em clubes de divisões inferiores VP conseguiu aliar bem o conhecimento técnico com a gestão de grupos, no FC Porto os desafios serão astronomicamente superiores e crescentes face a tudo aquilo que VP já liderou. Mas até aí, estou certo de que a grande perspicácia de Pinto da Costa em relação à competência de VP se irá comprovar.

26 junho, 2011

Villas-Boas, a Floribela do futebol nacional

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    «É verdade que os jogadores têm ambições individuais, mas não podem sobrepô-las ao objectivo colectivo. Eu já vivi experiências fora, mas o meu sentimento por este clube é fortíssimo. Não quer dizer que outros o partilhem. Eu não abdico desta cadeira por nada.»
    AVB, 12 de Novembro de 2010.

    "Até tu, Brutus, filho meu?".
    Na hora da morte, Júlio César reconheceu o filho entre os seus carrascos e proferiu esta frase, séc. I a.C
Se me permitem, queria começar esta crónica com um pedido de desculpas a todos os leitores deste blogue. Há duas semanas atrás, escrevi aqui uma crónica que se intitulava "Villas-Boas, mais um adepto portista em Dublin!". Na verdade, como hoje todos percebem, foi um excesso de linguagem da minha parte. Como é óbvio, esse título não só é mentiroso como representa um insulto para todos os leitores deste espaço de tertúlia. Estou arrependido por ter dito o que disse e só espero que me perdoem - chamem-me esquisito, mas eu ainda sou daqueles portistas que respeita a Família Azul e Branca.

Esta semana, Villas-Boas perdeu toda a sua inocência de "miúdo" e trocou a cadeira dos sonhos pela cadeira do ouro. Ao longo de toda a época, Villas-Boas foi muito atacado por ser um "miúdo", porém há muitas virtudes dos "miúdos" que devem ser perservadas, nomeadamente a honestidade e a pureza nos sentimentos.

Villas-Boas tentou, pois, ensaiar um número semelhante ao que Luciana Abreu fez há uns tempos. Diria mesmo que, neste momento, AVB é a Floribela do futebol nacional. Passo a explicar. Há cerca de dois anos, para se desligar da imagem de menina inocente, Luciana Abreu introduziu sacas de 200ml de silicone no peito e despiu-se para uma revista masculina a troco de uns euros. Na passada terça-feira, André Villas-Boas fez mais ou menos a mesma coisa: para mostrar que já não era um "miúdo", despiu a camisola do seu clube de sempre e, tal como a Floribela, esqueceu a dignidade em troca de uns patacos.

É curioso que, também à semelhança de Luciana Abreu, Villas-Boas assegure a sua estabilidade económica através de um casamento duvidoso com um homem do futebol. Vivam as coincidências! Bom, agora que penso bem nisso, as semelhanças entre a Floribela e o Villas são tantas que corro o risco de ficar entesoado da próxima vez que vir uma foto do nosso "miúdo" em fato de treino.

Usando uma analogia, aquilo que Villas-Boas fez ao FC Porto é o equivalente àquela história do namorado traiçoeiro que passa a vida a fazer juras de amor à sua companheira e depois, na hora de a levar ao altar, foge com uma galdéria qualquer só que porque esta é mais rica e tem as mamas maiores. No fundo, em ambos os casos, tudo se resume a uma questão de "mamas". Villas-Boas trocou o amor de uma vida por uma russa com "mamas" bem avantajadas. Villas-Boas esqueceu a História, a personalidade e o carácter por uma russa mamalhuda. E garanto-vos, se eu já não tivesse o meu priapisma a dar de si por causa de toda esta conversa sobre seios, poderia continuar nesta analogia com mamas pela noite fora.

Recentremos, então, a crónica.

Devo confessar que, ao princípio, desconfiei muito daqueles que comparavam Villas-Boas a José Mourinho. Achava isso um exagero e até bastante precipitado. Hoje, não tenho dúvidas: Villas-Boas é mesmo igual a José Mourinho. Não sei se tem tanta competência como José Mourinho, mas tem igual capacidade para trair o Nosso Clube. E isso é notável. Esse é talvez o maior recorde de Villas-Boas esta época. Faço, portanto, a devida vénia aos críticos que desde sempre os consideram clones um do outro.

Como calculam, estou contentíssimo com a saída de Villas-Boas. Tendo em conta esta tendência de Villas-Boas para copiar Mourinho em tudo, corríamos o risco de, na próxima época, quando ganharmos a Champions ter novamente um treinador a fazer birrinha na final - aliás, fazer birra é coisa bem típica de um "miúdo". Quanto a amuos de miúdos birrentos em finais da Champions, já chegou uma vez, em 2004.

Este caso só vem dar razão àqueles que defendem que a Escola Mourinho precisa de ter uma nova pedagogia. É urgente um Processo de Bolonha para a Academia Mourinho. Urge introduzir no curso Mourinho novas unidades curriculares com uma forte componente pedagógica, como, por exemplo, "Honestidade Para Com A Massa Adepta" e "Respeito Pela Mão Que Nos Deu De Comer". São cadeiras que me parecem essenciais e que, pelo vistos, fazem falta aos futuros caloiros da Academia Mourinho. A falta de lisura de carácter dos alunos e professores da Escola Mourinho é inadmissível.

Ao contrário da maioria, a saída de Villas-Boas não me apanhou de surpresa. Apesar de ser um ingénuo, não descobri esta semana que o amor à camisola é um sentimento quase extinto. Sou um palerma, mas este tipo de coisas básicas ainda consigo atingir.

E, antes que os sindicatos venham defender o proletário Villas-Boas, queria fazer aqui uma ressalva. Obviamente, é legítimo o direito de alguém querer trepar (principalmente se for no sentido brasileiro da palavra) na vida. Ninguém questiona isso. Passa-se, no entanto, que Villas-Boas não ganhava propriamente o salário mínimo nacional nem vivia num T1 em Ranholas. Dir-me-ão que, ainda assim, apesar de já ter um salário milionário, é igualmente legítimo que queira melhorar o seu ordenado. É verdade. Escusam de chamar o Carvalho da Silva para me explicar isso. No entanto, existe um coisa chamada ética e sinceramente não me parece correcto que um treinador passe uma época a fazer juras de amor eterno ao clube e depois bata com a porta a uma semana de começar a pré-época. Isso constitui não só uma falta de respeito pelo Clube, bem como pelos adeptos, pelos jogadores, pela direcção, mas sobretudo pelo seu sucessor - que terá assim menos tempo para planear a próxima época.

Não nego que me faz muita comichão aquelas pessoas que fazem a seguinte pergunta: "Achas o Villas-Boas um traidor?". Ora, a contradição entre os actos e as palavras é tão flagrante que torna esta questão ridícula. As evidências são tão gritantes que tornam qualquer discussão sobre o assunto inútil. Isto é, a menos que Villas-Boas tenha sido coagido a dizer frases como as acima citadas, os portistas tem todo direito de se sentirem traídos. Ele faltou à palavra dada. Logo, traiu toda a gente que confiou nele. A traição é um facto. Não há lugar para subjectividades. Agora, perante a traição que ocorreu, há aqueles que perdoam e aqueles que não toleram. Face à traição, cada um tem o direito de assumir a postura que bem entender. Ainda assim, traição está lá e é factual.

Bom, a crónica já vai longa e eu tenho uma panela de sopa ao lume. Deixo-vos, por isso, com a minha moral da história: ninguém pode querer ser Al Capone e, ao mesmo tempo, Robin dos Bosques.

Bem vistas as coisas, Villas-Boas tinha razão quando dizia que não era nenhum "miúdo" - infelizmente! Um grande bem-haja para os miúdos que não trocam o seu clube por nenhum chocolate oferecido por um estranho.

Capítulo 4: 1931 a 1940 – À conquista do futuro; Bicampeão! (Parte XVIII)

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FCPorto – Dragões de Azul Forte
Retalhos da história, conquistas e vitórias memoráveis, figuras e glórias do
F. C. do Porto


Capítulo 4: 1931 a 1940 – À conquista do futuro; Bicampeão! (Parte XVIII)

A Taça que ainda faltava
Só faltava, para que a festa fosse total, a vitória na Taça de Portugal, afinal o único título nacional de futebol que o FC Porto ainda não detinha. Depois de copiosas derrotas impostas ao Leixões e ao Boavits, todavia a infelicidade adiou as esperanças dos portistas que se quedaram pelas meias-finais na 2.ª edição da prova, eliminados pelo Belenenses, após terceiro jogo. Empate na Constituição (1-1), empate nas Salésias (4-4), derrota em Coimbra, no Arnado (0-2).

Kordnya – Slavkoo Kordnya ou Slavko Kordnja (n. Zagreb, Croácia, ex-Jugoslávia, 1911 – m. 1971) jogou no Concordia Zagreb, antes de emigrar para a Suiça onde representou o Young Boys, de Berna, em 1936-37. Depois, em França, jogou no Saint-Etienne (1937-38) e no FC Antibes (1938-39).
• O temível avançado da ex-Jugoslávia chegou a Portugal e ao FC Porto, na época 1939-40, juntamente com o seu compatriota Franjo Petrak, e foi fundamental na conquista do bicampeonato sob o comando de Mihaly Siska.
• Kordnya teve estreia auspiciosa em jogo da 1.ª jornada do Nacional da I Divisão (14 Jan.1940) com o Vitória de Setúbal, na Constituição. O FC Porto esmagou os sadinos por 11-0! O jugoslavo abriu o activo, logo aos dois minutos, com um pontapé de mais de 20 metros.
• A dupla croata marcou 44 (!) dos golos do FC Porto na prova. Apesar de nessa altura Pinga continuar a chamar a si as atenções do público que assistia aos jogos, Kordnya e Petrak foram decisivos para a vitória no campeonato. Aliás, Kordnya partilhou o primeiro lugar da lista dos melhores marcadores com o sportinguista Peyroteo (29 golos para ambos). Fez 42 jogos e marcou 51 golos (!) ao serviço do FC Porto, em apenas duas épocas. Notável!
• No final da época 1940-41 deixou a "Invicta Cidade" e regressou às origens: à Croácia e ao Concordia onde alinhou até 1945 quando deu por finda a carreira de futebolista.
• Foi internacional jugoslavo 4 vezes, marcando 4 golos.
Carreira no FC Porto
1939-40 e 1940-41
Palmarés no FC Porto
1 Campeonato Nacional (1939-40)
1 Campeonato do Porto

Petrak – Franjo Petrak (n. Croácia, ex-Jugoslávia, 19 Nov.1911 – m.??), alinhou no HASK Zagreb, jogou na Itália, na Suíça e em França no FC Sete (1936-37), AS Cannes (1937-38) e Excelsior Athlétic Club de Roubaix (1938-39).
• Com o eclodir da guerra, o avançado jugoslavo veio para Portugal, contratado pelo Presidente Ângelo César do FC Porto e foi apresentado num jogo particular com o Sporting, evidenciando logo qualidades de grande futebolista.
• Na época 1939-40 marcou, à sua conta, 15 dos 76 golos da equipa portista comandada pelo treinador e ex-guarda-redes Miguel Siska. Com o compatriota Kordnya (29 golos) contribuiu decisivamente para a conquista do primeiro Bicampeonato do FC Porto.
• Fez 33 jogos e marcou 28 golos ao serviço do FC Porto. Em etapa algo conturbada do clube, deixou-o no fim da época 1940-41. Assinou, então, pelo Estoril (II Divisão) onde permaneceu até 1944.
• Foi internacional pela Jugoslávia em 6 vezes.
• Consta que casou com uma portuguesa abastada e ficou a viver na região de Cascais depois de terminar a carreira de futebolista.
Carreira no FC Porto
1939-40 e 1940-41
Palmarés no FC Porto
1 Campeonato Nacional (1939-40)
1 Campeonato do Porto

Andrasik – Béla Andrasik (n. Hungria, 1914 – m.??), dono da baliza portista no início dos anos 40, foi um excelente, um portentoso guarda-redes que veio de leste. De grande envergadura física, tinha tanto de agilidade como de sobriedade. Deu contributo decisivo para a conquista do título na época 1939-40.
• Contratado há já algum tempo, em Fev.1940 finalmente chegou ao Porto. Tinha 26 anos. De nacionalidade húngara, jogava na Checoslováquia, no SK Zidenice (actual FC Zbrojovka Brno) onde alinhou entre 1936 e 1939.
• Já na Cidade Invicta, esteve um mês sem poder alinhar pela sua nova equipa devido a questões burocráticas e entraves colocados pela FPF – Federação Portuguesa de Futebol. Os "poderes" da capital…!!! Só depois do jogo com o Benfica no reduto portista, no fim da primeira volta do Campeonato, Andrasik viu autorizada a sua utilização.
• Em 1943 (corria a época 1942-43) deu-se o súbito e misterioso desaparecimento do guarda-redes. Porém, mais tarde, viria a desvendar-se o intrigante mistério: o húngaro estava ligado a organizações anti-fascistas e, perante as pressões da PIDE, instada pela Gestapo alemã, o FC Porto foi obrigado a "convidar" Andrasik a sair para o estrangeiro.
• A maquinação pidesca retirava ao FC Porto, onde fez 51 jogos, o seu baluarte na baliza. Para o lugar de Andrasik chegou… Barrigana.
Carreira no FC Porto
1939-40 (Fev.1940) a 1943
Palmarés no FC Porto
1 Campeonato Nacional (1939-40)
2 Campeonatos do Porto

António Santos – António da Costa Santos (n. Porto, 22 Fev.1915 – 3 Jul.2000), jogador, engenheiro, começou nos infantis do FC Porto e ingressou na equipa principal na época 1933-34. Logo na seguinte (1934-35) teve o ensejo de ser Campeão Nacional (Liga).
• Interior/avançado, tinha uma grande apetência pelo golo e jogos houve em que marcou 3, 4 ou 5. Ainda jogou com Waldemar Mota e Acácio Mesquita, glórias do Clube.
• Foi um dos Bicampeões pelo FC Porto nas épocas 1938-39 e 1939-40. Eis trechos de uma entrevista publicada em “O Livro de Ouro – História do FC Porto” do Diário de Notícias:
António Santos era, em 1998, com 84 anos, o único sobrevivente da fabulosa equipa Bicampeã Nacional em 1938/1940. Recorda as tardes em que jogava ao lado de Pinga, os treinos que tinham início às sete da matina, o amor à camisola que estava acima dos amores aos cifrões, o dia em que de pequeno recebeu das mãos do pai uma prenda maravilhosa que lhe vestiu o destino: o equipamento do FC Porto.

• Daquela equipa, clave devida ao "sexteto de cordas", assim chamado, os executantes ainda hoje lhe passeiam nos interstícios da memória: Bela Andrasik, Kordnya, Gomes da Costa, ele próprio, Petrak e Pinga.
Dos infantis aos seniores, recorda os desgostos e os aplausos, o povo a esculpir mitos, a querer tocar na sua pele, apertar-lhe as mãos. Recorda os dirigentes que lhe punham carro à porta da Constituição "para eu não faltar aos treinos nem às aulas". Formado em engenharia técnica no Instituto Industrial do Porto, lembra o seu primeiro ordenado de jogador, 950 escudos, quando na época uma vitória em casa valia 100 escudos e o dobro se alcançada no campo adversário.
• Cobiçado por Sporting e Académica de Coimbra, convencido da antiga e eterna disputa face ao Benfica, "o clube do anterior regime", diz, já na altura “os jogadores portistas redobravam de esforço para levar de vencida os protegidos do outro lado da ponte”.
• António Santos, um homem bem formado, um admirável companheiro entre os colegas da equipa, um excelente jogador que honrou as cores do FC Porto. Uma glória do Clube!
Carreira no FC Porto
1933-34 a 1941-42
Palmarés
3 Campeonatos Nacionais (1934-35, 1938-39, 1939-40)
1 Campeonato de Portugal (1936-37)
7 Campeonatos do Porto

Pinga – Artur de Sousa "Pinga" (n. Funchal, Madeira, 30 Set.1909 – m. Porto, 12 Jul.1963). O primeiro grande génio do futebol português e, talvez, a primeira grande "lenda" do FC Porto onde chegou no Natal de 1930.
• Interior esquerdo e esquerdino de excepcional talento, aos 18 anos já era titular do Marítimo.
• O FC Porto fez, por várias vezes, tentativas frustradas para trazer Pinga para o Continente. Em finais de 1930 eram presidente do Clube Dumont Villares e treinador Joseph Szabo. Conhecedores profundos da “fantasia” e “ouro de lei”, os dois líderes que sempre tiveram o jogador debaixo de olho, entenderam que estava no momento certo para o tudo ou nada, a hora exacta para um ataque decisivo. O parto foi difícil, mas desta vez com êxito. Estava escrito que as cores da sua camisola de glória seriam o azul-e-branco do FC Porto.
• Pinga assinou a 23 de Dezembro de 1930 e a 25, dia de Natal, estreava-se no Campo da Constituição, frente ao Salgueiros, contribuindo para uma copiosa vitória (10-2), bem mais fácil do que aquela que, três dias depois seria conseguida, no mesmo palco, frente ao Eirinãs FC de Pontevedra (3-2). Estava dado o pontapé de saída para uma carreira de sucesso que o haveria de guindar a um plano ímpar no futebol nacional.
• Saiu da escola do Marítimo por tanto encantar o seu "drible" curto. Fazia o que queria da bola como verdadeiro virtuoso do esférico, hábil em malabarices, chutador potentíssimo. O seu extraordinário pé esquerdo era letal. Com ele desfeiteava guarda-redes, estonteava adversários, libertava companheiros de equipa e alegrava o público que corria aos estádios para o ver. Era o estratega e "patrão" da equipa.
• Com o seu estilo de jogo apaixonante e cativante, Pinga tornou-se, rapidamente, numa das mais queridas personagens do FC Porto, num dos jogadores que mais profundamente entrou no coração dos adeptos azuis-e-brancos. Os golos ajudavam: nos primeiros 50 jogos pelo FC Porto, para a então denominada I Liga, fez 50 golos!
• Pinga que jogou no FC Porto de Dezembro de 1930 a Julho de 1946, tinha reunidas em si todas as características dos maiores jogadores de futebol: atacava e defendia, era dotado de fantástico domínio de bola, exímio na finta, de passes “mortais”, remate certeiro e forte, golos inolvidáveis. Pinga encantava portistas, pasmou os adversários durante 16 anos, ao longo dos quais no FC Porto embelezou tardes memoráveis de fintas e remates, com actuações movidas pela intuição dum prodígio e em que marcou 394 golos em 400 jogos!
• Foi, pelo FC Porto, 3 vezes Campeão Nacional e 2 vezes Campeão de Portugal. Ganhou ainda 14 Campeonatos do Porto, por 25 vezes representou a Associação de Futebol do Porto, por outras tantas representara a Associação de Futebol da Madeira, e por 3 vezes foi Campeão do Funchal pelo Marítimo.
• Dele escrevia Cândido de Oliveira, no jornal "A Bola", em Abril de 1945: “Talvez o maior talento de jogador do nosso futebol, um jogador fulgurantíssimo, verdadeiramente genial”.
• E um cronista da "Stadium": “Saliente-se como exemplo e motivo de louvor, a forma de Pinga actuar. É o homem que nunca pára. Que está na defesa e sempre no ataque. Que dribla, intercepta e passa... nunca cometendo violências. Pinga representa o jogador completo: à mestria da técnica, alia a maneira mais elegante de jogar”.
• Craque de excepção, referência dos anos 30 e 40 e encantador das plateias da Constituição e do Lima, Artur de Sousa “Pinga” foi um de “Os três diabos do meio-dia”. Sim, a Pinga, Waldemar Mota e Acácio Mesquita o povo chamaria "Os três diabos do meio-dia" que fizeram furor entre portas e além-fronteiras. O madeirense foi também protagonista no filme sobre o universo futebolístico, "Bola ao Centro", diálogos de Alves Redol.
• Nascido na Madeira, foi ainda como jogador do Marítimo do Funchal, que se estreou com a camisola da Selecção Nacional em 30 Nov.1930, no Amial, Porto, frente à Espanha (0-1). Para que se registe, eis o nome dos eleitos pela dupla técnica da Federação Portuguesa de Futebol, Laurindo Grijó e Augusto Pedrosa: Artur Augusto (V. Setúbal); Carlos Alves (Carcavelinhos), Avelino Martins (FC Porto), Raul Alexandre (V. Setúbal), Álvaro Pina (Barreirense), Álvaro Pereira (FC Porto), Waldemar Mota (FC Porto), João dos Santos (V. Setúbal), “Pinga” (Marítimo), Armando Martins (V. Setúbal) e Francisco Castro (FC Porto).
Pinga foi o herói do empate (3-3) noutro jogo com a Espanha, em 5 Mai.1935, em Lisboa, marcando dois golos.
• 21 vezes internacional (um feito para a época), era um dos esteios da "equipa de todos nós” e o favorito dos seleccionadores durante 12 anos. Nos 21 jogos em que envergou a “camisola das quinas” (Espanha 9, Suíça 4, Alemanha e Hungria 2, Itália, Bélgica, Áustria e Jugoslávia 1), marcou 9 golos (5 à Espanha, 1 à Jugoslávia, Alemanha, Bélgica e Hungria).
No seu último jogo pela Selecção, a 1 Jan.1942, em Lisboa, defrontou e venceu a Suíça por 3-0. O seleccionador de então, Cândido de Oliveira, entregou-lhe a braçadeira de capitão e, curiosamente, não teve a companhia de nenhum dos seus padrinhos do baptismo internacional doze anos antes – era ele o único sobrevivente.

• Aos 36 anos, Artur de Sousa “Pinga” foi pioneiro nas operações ao menisco em Portugal. Ao contrário do que hoje acontece, a intervenção era complicada e a recuperação lenta e cheia de sacrifícios. Foi operado em Outubro de 1945 e, ao fim de meses de tormento regressaria, sob apertada vigilância médica, aos campos de futebol, em Maio de 1946. Mas o destino ser-lhe-ia traiçoeiro: vítima de carga mais dura de um adversário, acabaria por concluir que tinha, inabalavelmente, de abandonar os relvados e terminar prematuramente a sua fulgurante carreira. O FC Porto sentia-se órfão de um dos maiores talentos que vestiram a sua camisola.
• A 7 de Julho de 1946, com um nó na garganta, os adeptos assistiram à sua retirada do futebol, numa festa de despedida no Estádio do Lima superlotado. Mais de 550 atletas de dezenas de colectividades desfilaram saudando Pinga, seguindo-se um jogo em que o FC Porto venceu um “Misto Nacional” por 5-4. Sporting, Benfica, Belenenses e Académica estavam ali na homenagem a Pinga, todos eles também envolvidos numa emoção colectiva. A “Selecção Mista” era assim constituída: Azevedo; Cardoso e Feliciano; Amaro, Francisco Ferreira e Serafim; Espírito Santo, Alberto Gomes, Peyroteo, José Pedro e João Cruz.
A cerimónia teve como ponto alto a condecoração do jogador, pelo Governador Civil do Porto, com a Medalha de Ouro da Federação Portuguesa de Futebol. Pinga afirmou, numa atitude reveladora da paixão e devoção que nutria pelo FC Porto e pela cidade: "Fraquejaram os músculos, mas o meu coração continua a lutar pelo Clube, pelo Desporto e pelo Porto." Pinga tinha servido o FC Porto durante 16 anos!
• Depois tornou-se treinador, orientando a Sanjoanense, o Tirsense e o Gouveia. No Tirsense viveu mais um momento de glória quando a sua equipa obteve uma estrondosa vitória eliminando o Sporting, dos “Cinco Violinos”, para a Taça de Portugal (1948-49). Regressou ao FC Porto, em 1950, para orientar interinamente a equipa, depois para ser treinador adjunto de Cândido de Oliveira e, mais tarde, tomou conta dos jogadores jovens, quiçá para ensinar aquilo que tão bem tinha feito enquanto futebolista.
• Quando iria passar a coadjuvar mestre Artur Baeta na equipa júnior do FC Porto, a morte levou-o, dia 12 de Julho de 1963. Internado três dias antes, sucumbiu de cirrose e úlcera gástrica. Indelevelmente repousa no panteão das glórias do FC Porto no cemitério de Agramonte.
• Pinga, um dos melhores senão o melhor futebolista português de todos os tempos, um enorme ídolo, uma velha glória do FC Porto e do desporto nacional!
Carreira no FC Porto
23 Dez.1930 a 7 Jul.1946
Jogos: 400
Golos: 394
Palmarés
3 Campeonatos Nacionais (1934-35, 1938-39, 1939-40)
2 Campeonatos de Portugal (1931-32, 1936-37)
14 Campeonatos do Porto
3 Campeonatos do Funchal (pelo Marítimo)

(Fontes: várias com realce para o artigo de Luís César, “Pinga nasceu há um século”, revista “Dragões”, Fev.2008)
  • No próximo post.: Capítulo 4, 1931 a 1940 – À conquista do futuro; Bicampeão! (Parte XIX) – Como calar César…; biografia do Dr. Ângelo César; o Dr. Augusto Pires de Lima na presidência; fundada a Secção de Pesca Desportiva; jogos disputados pelo FC Porto com equipas estrangeiras entre 1926 e 1939; equipamentos da década 1931/1940; efeméride da década 1931-1940: Abel Salazar é afastado do ensino por motivos políticos.

25 junho, 2011

Uma traição sem perdão

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Pelos vistos, era um sonho demasiado perfeito para ser realidade. Um treinador à Porto, uma equipa à Porto depois de uma época memorável levava-me a acreditar que se seguiria outro ano inesquecível para provar, mais uma vez, que o anterior não seria irrepetível. Confesso que o fabuloso ano de 2004 me assaltava constantemente a memória. É verdade que a história raramente se repete, é verdade que os tempos são outros, mas também é verdade que este clube ensinou-nos sempre a sonhar com o improvável. Mas de repente, de um dia para o outro, ele roubou-nos o sonho.

A facada que levei a sangue frio ainda dói. É um misto de raiva, de ódio, de rancor e revolta, potenciado pela maior desilusão que alguma vez alguém me provocou no futebol. Esse alguém que dizia estar na cadeira de sonho, que garantia não a trocar “por nada”, que dizia poder estar 15 anos no clube do coração, esse alguém que me fez acreditar que era diferente de todos os outros, não pode trair-nos assim, daquela forma vil, ignóbil, miserável, só ao alcance do mais reles ser humano à face da Terra. Injusto. Imerecido. Imperdoável.

Não consigo aceitar, ainda menos compreender, que não podia recusar uma proposta cheia de milhões. Não se me atrevam a dizer que era uma oportunidade única da vida dele, não me queiram fazer acreditar que, aos 33 anos, depois deste brilhante início de carreira, ela nunca mais lhe poderia chegar. Porque a verdade é que se são grandes os riscos de um jogador se poder desvalorizar de uma época para a outra, eles são muito menores – ou quase inexistentes – quando se trata de um treinador.

Sejamos claros: se no final da época ele viesse dizer que ia embora, porque tinha em mãos uma proposta impossível de recusar, apresentado um merecido pedido de desculpas depois de todas aquelas juras de amor eterno, provavelmente teria conseguido sair em ombros, aplaudido e agradecido por todos. Mas não. Esperou que o início da época se aproximasse, esperou que o seu primeiro dia de trabalho chegasse, para, sem ponta de honra, despedir-se através de um mísero fax, traindo o único clube onde ele alguma vez podia ter ganho tudo aquilo que ganhou no primeiro ano como treinador a sério.

E assim, levianamente, sem qualquer tipo de escrúpulos, à boa maneira de um verdadeiro criminoso, comprometeu um projecto a ele confiado, ao qual a palavra tinha dado, e que se trata, imaginem, do clube de que ele, sem qualquer ponta de vergonha, ainda diz ser adepto. Ouvir isto, para mim, é tão grave como me chamarem benfiquista. É um insulto, daqueles que eu não tolero, em que deixo de saber responder pela razão.

A verdade é que os responsáveis do nosso clube, iludidos pela palavra do miserável, admitiam sempre que haveria algum clube disposto a pagar a cláusula de rescisão, mas que haveria do outro lado um rotundo não. A ilusão terá durado, pelos vistos, até ao momento em que se soube que o mercenário foi passar um belo fim-de-semana a Londres, certamente para fazer umas compras de Verão nos famosos “Harrods”. Já se percebem, portanto, as nebulosas declarações do nosso presidente, na véspera de cair a “bomba”, sobre o futuro do treinador. Desta vez, a resposta não se encheu do portismo do treinador, mas resvalou, estranhamente ou talvez não, para a vontade ou não de ele sair. “Se pagarem os 15 milhões e ele quiser ir…”

E ele assim quis. Fugiu, cobardemente, sem dignidade, sem um indispensável pedido de desculpas e um exigível acto de contrição. Para piorar, na primeira entrevista que dá como treinador daquele clube grande em dinheiro, minúsculo em grandeza, admite que haja um sentimento de traição, mas não tem a nobreza de falar aos adeptos que traiu.

Se muitos portistas não perdoam a Mourinho por não ter festejado uma “Champions”, espero eu também que não perdoem esta traição, este crime, que aos meus olhos - mas também, confesso, ao meu coração - fica sem justa punição. Um portista que pense o contrário deixa de me merecer qualquer tipo de crédito, tal como me deixou de merecer o traidor mercenário, a cuja história deste clube, forçosa e infelizmente, continuará eternamente ligado.

“Há apenas dois tipos de portistas, o presidente e os adeptos. O resto vai e vem”. Estas palavras, que li em algum lado, nunca fizeram tanto sentido em mim como hoje.

Morreu Tomislav Ivic

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Aos 77 anos, Tomislav Ivic não resistiu a uma doença cardíaca. Percorreu meio mundo do futebol, numa carreira que durou 36 anos. Em 2004 decidiu deixar de treinar, mas nunca desligou totalmente da modalidade.

Quando, em 1987, Ivic foi contratado por Pinto da Costa para treinar o FC Porto, já trazia no currículo 10 aventuras diferentes como treinador. Nessa época, a estreia do croata foi perfeita: conquistou quatro títulos, incluindo uma Supertaça Europeia e uma Taça Intercontinental.

Antes já tinha vencido a Liga holandesa com o Ajax, o campeonato belga com o Anderlecht e o campeonato grego com o Panathinaikos. Em 1988, porém, deixou o Porto para integrar o quadro técnico da selecção da Croácia, mas voltaria a Portugal.

Foi em 1992 e desta vez para orientar o Benfica. O percurso, porém, foi bem diferente do vivido no Norte e, sem títulos nem glória, Ivic deixaria a Luz para rumar... às Antas, novamente. Na segunda aventura no FC Porto, de resto, esteve muito longe do brilharete da primeira e sairia a meio da época, em Janeiro de 1995.

Ainda percorreu mais um conjunto de países - e ainda voltou ao "seu" Hajduk Split, pela quarta vez, em 1997 - para terminar a carreira de treinador na Arábia Saudita. No final, conquistara títulos em sete países diferentes. E orientara quatro selecções. Um currículo ao alcance de poucos.

fonte: notícia "Público"

Um grande treinador, um "gentleman", um grande amigo do FC Porto. Obrigado, Ivic.
Paz à sua alma.

24 junho, 2011

São João da cidade... o adepto de verdade!

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O sol pela água se entranha,
As gaitas ouvem-se cedo.
O miúdo fala com manha,
Sai-se à rua sem medo!

A noite, há muito, é aguardada
Esperam-se beijos e confusão.
A garganta fica molhada,
Bebe-se, bom, vinho a tostão!

O balão está cheio e quente,
Vai seguro naquela mão.
D’alma lavada e contente,
Nem se repara no lampião!

A avenida parece louca,
Dão-se martelos e manjericos.
Cedo, a voz fica rouca,
A festa é de pobres e ricos!

Recordam-se feitos e glórias,
Que o alho-porro abençoa.
Arraiais na baixa, nas vitórias,
O Porto é cidade/clube e não pessoa!

Com quatro sardinhas no pão
Se farta o miúdo traquina.
Vende um “sonho” e uma ilusão,
Mas foge pela esquina londrina!

Quem ao Santinho pecar,
É porque não tem bom tino.
Até o amor pode enganar,
Mas não muda o nosso Destino!

Oh meu rico São João,
É a tua noite de vaidade.
Com humildade e razão
És tu o Porto, de Verdade!

Abraço e fiquem por aí... que eu fico!

23 junho, 2011

Tributo a quem merece

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Nos dias que vamos atravessando, é difícil fugir ao tema que domina todas as conversas onde há um portista: André Libras-Boas.
Pois bem, desenganem-se, pois eu não vou falar dele.
Aliás, lanço o repto a todos os portistas para que não voltem a falar do nosso ex-treinador. No desporto, há um velho ditado sempre actual: rei morto, rei posto!
Já temos um novo técnico, o meu técnico... o melhor do Mundo, pois é o nosso!!!

Mas numa altura onde tanto se fala de amor, paixão e valores, apetece-me falar das nossas modalidades amadoras.
Sim, apetece-me falar de quem merece, apetece-me falar de quem não se vende, apetece-me falar de quem não troca o clube por dois tostões, apetece-me falar de grandes campeões que honram o clube a toda a hora.

Ás vezes, dou por mim a pensar naquilo que fariam certos e determinados profissionais do nosso clube se estivessem meses sem receber os seus salários, se não tivessem dinheiro para honrar os seus compromissos no final do mês, se fossem sendo alimentados por promessas que nunca se cumprem, se simultaneamente fossem assediados por outros clubes, apresentando-lhes melhores propostas, se partissem de férias sem contratos assinados para a época seguinte, e se no final disto tudo ainda tivessem que ganhar, representar o clube com toda a dignidade, e essencialmente terem muito “juizinho” nas palavras e atitudes.

Pois é, muitos deles partiriam para outras paragens sem por um momento vacilar, comunicariam via fax as suas decisões, colocariam a “boca no trombone” e iriam fazer-nos corar de vergonha.
O que é facto é que os nossos atletas das modalidades fazem diferente.
Honram a camisola e suam-na como se não houvesse amanhã.
Respeitam o clube, remetendo-se ao silêncio para não molestar adeptos e só adeptos, porque se tratassem a instituição com o mesmo respeito que esta por vezes os trata, por ventura poderiam surgir situações desagradáveis..
Ganham o que há para ganhar e não lhe viram costas.

É por tudo isto e muito mais, que tenho um orgulho imenso nos atletas que vestem as nossas cores.
É por tudo isto e muito mais, que me revolta o constante “assobiar para o ar” que grande parte dos sócios do FCP assume perante o desrespeito que o clube tem para com estes atletas.
É por tudo isto e muito mais, que me indigna o silêncio cúmplice do nosso grande Presidente quando confrontado com esta realidade.

Todos acabamos de levar uma facada de onde menos esperávamos.
Espero que ela sirva para aprendermos qualquer coisa, mas que essencialmente nos leve a ter orgulho e preocupação com aqueles que honram de forma diferente as nossas cores.
Que ela nos sirva para valorizarmos quem temos!

Acabamos de ser alvo do comportamento de um garoto.
Como tal, espero que não tratemos estes atletas como garotos por forma a que depois eles não se comportem como tal.
São homens sérios e de família, e merecem ser tratados como tal.

As minhas cores, o meu clube, o meu brasão e a minha cidade são o meu orgulho, são a par da minha família, o meu grande amor.
Quando alguém o desrespeita, sinto-o como se o fizessem a mim.
Mas atenção: tão importante como ser respeitado, é respeitar quem merece.
Portanto, se não queremos ser surpreendidos, se não queremos ter dissabores, saibamos respeitar e honrar quem merece, saibamos cuidar quem tal justifica, saibamos mostrar o porquê de termos uma história centenária e onde se vence desde 1893.

Deixo aqui ficar um forte abraço a todos os atletas que após um ano tão complicado fora dos pavilhões, para além de terem sido campeões, ainda foram verdadeiros Homens, nunca cedendo à fácil tentação de apontar o dedo à instituição.
Obrigado!

Sempre e apenas Porto!

PS – Acho que é preciso ter alguma “coragem” para, depois de tantas dificuldades ao longo do ano, chegar-se a esta fase e exigir reduções salariais a duas das três modalidades, enquanto que noutra, os seus atletas, apesar de igualmente terem salários em atraso, estão a ver os seus contratos melhorados nas renovações, bem como as aquisições para essa modalidade prometem ser milionárias... enfim, critérios!