30 setembro, 2017

O DESESPERO DOS INFELIZES.


O FC Porto está a atravessar um bom momento e isso, alem de ser absolutamente inegável, causa desconforto e bastante azia a muita gente.

Não é por isso de admirar que a nova narrativa dos cartilheiros, aqui com destaque óbvio para Pedro Guerra, seja diminuir as vitórias do nosso clube alegando que os adversários facilitam, deixam jogadores propositadamente de fora e jogam de uma forma diferente com o FC Porto do que contra o clube deles.

É fácil perceber o objetivo desta gente, que não tem o mínimo de vergonha na cara. Desestabilizar, fazer barulho, pressionar, coagir e intimidar. É o Modus Operandi da agremiação que apoiam e à qual obedecem, por isso, não é de surpreender o discurso da Máquina de Propaganda benfiquista.

Mas não deixa de ser inacreditável como é que um clube que todos os anos tem Miguel Rosa, ou fora dos jogos contra si ou a fazer assistências para golo, e um clube que ainda esta semana vai defrontar um Marítimo desfalcado do seu pilar defensivo por uma bizarra expulsão, consegue vir apontar supostos benefícios do FC Porto relativamente às formações apresentadas pelos seus adversários no Campeonato Nacional. É preciso ter uma lata e das grandes!

O Regime está desesperado, todos percebemos. É difícil explicar como é que se fatura tanto em vendas de Jogadores e o Plantel se vai deteriorando de Época para Época, também é difícil de explicar os E-Mails e tudo aquilo que o seu conteúdo prova, também é difícil de explicar porque é que Nuno Gomes saiu do clube e Rui Costa está com as mesmas intenções, também é difícil de perceber porque é que um Ex-Vice Presidente e Ex-ídolo da Massa Adepta do Regime é agora um grande crítico da atual direcção e, para terminar, também não é fácil de explicar como é que um Clube que ainda há bem pouco tempo proclamava voltar à ribalta do Futebol Europeu consegue sair do terreno do modesto Basileia com 5 bolas sem resposta.

São muitas dúvidas sem resposta e os resultados são o reflexo do nervosismo do Regime, resultados esses que internamente não são ainda piores porque os Padres vão levando os de vermelho ao colo, numa escandaleira que a implementação do VAR apenas veio reforçar.

Quanto a nós, depois da enorme vitória no principado numa demonstração inequívoca de classe e grandeza como o nosso Treinador havia prometido na véspera, temos agora o primeiro clássico da Temporada num Estádio onde já não somos felizes há vários anos.

Estou convencido, apesar das certezas do Treinador adversário, que vamos obter um excelente resultado no Domingo e sair de Alvalade com a liderança do Campeonato reforçada, no entanto, ninguém pode esperar facilidades, pela natural valia do adversário, mas também pela dupla nomeada para dirigir a partida com Carlos Xistra no apito e Hugo Miguel no VAR.

Não é meu hábito embarcar no discurso politicamente correto e dizer que vamos esperar que a Equipa de Arbitragem tenha uma noite bem conseguida e faça um excelente jogo. Não é possível eu ter esse pensamento para com dois senhores que, num passado bem recente, prejudicaram o FC Porto de forma clara e inequívoca em jogos decisivos para o desfecho do Campeonato. Por isso, não me acredito na sua idoneidade e, como é natural, estou a contar que a sua performance seja similar há de tantas outras que têm protagonizado ao longo dos anos: Fazer tudo para que o FC Porto não vença.

Dessa forma, resta-nos fazer como é habitual e ser muito melhor do que o nosso adversário para sairmos com os 3 pontos e com uma vantagem pontual que, não sendo de todo confortável e decisiva, pode tornar-se bastante importante no desfecho do Campeonato.

Um Abraço Azul e Branco,
Pedro Ferreira

29 setembro, 2017

CARTA ABERTA AO DR. FERNANDO GOMES: DEMITA-SE DA FPF!


Caro Dr. Fernando Gomes,

Permita-me, antes de mais, dar-lhe os parabéns pela sua recente nomeação pela UEFA para a Comissão Executiva da FIFA. É sempre bom ver que lá fora reconhecem tanto ou mais o seu trabalho que a região de Lisboa e Vale do Tejo, que tão bem o adoptou e onde V. Exa se sente tão à vontade.
Mas o assunto da minha carta é outro: como você próprio reconheceu em texto escrito no jornal A Bola, nem tudo vai bem no futebol português e, cito-o, “existem sinais de alarme no futebol português”. Essa é, digo-lhe já, a única coisa em que estamos de acordo. Mas já lá vamos.

Como ponto prévio, gostaria de me oferecer para o cargo de Data Protection Officer na FPF. Como sabe (ou deveria saber), a UE publicou uma nova Directiva sobre Privacidade de Dados, mais conhecida como RGDP, que será directamente aplicável nos países europeus a partir de 25 de Maio de 2018. Entre várias novidades, as entidades públicas e privadas serão obrigadas a indicar um encarregado de protecção de dados para as suas organizações e também a comunicar pública e atempadamente um ataque aos seus dados e à segurança dos mesmos.

Ora, ao que parece, a FPF, mais que do que nunca, precisa de alguém competente nestas matérias. Depois do famoso “roubo” dos computadores da FPF, sabemos agora que os seus e-mails (sim, os emails do próprio Director da FPF!) são encaminhados por funcionários da Federação para o Benfica. Existe, portanto, um clube do nosso campeonato que teve acesso a toda a sua correspondência profissional e, quiçá, privada. Não é caso de somenos, terá que concordar comigo. Assim sendo, ofereço desde já os meus préstimos para o ajudar nessa difícil tarefa, que é de conseguir que as suas comunicações sejam invioláveis.

Posto isto, felizes de nós se os problemas fossem só estes, Dr. Fernando Gomes. Há mais, como bem sabe, muitos mais. Vamos a isso:

Gostava de saber a sua opinião, se é que a tem, sobre as lavagens de dinheiro e apostas ilegais no futebol português. Sabemos bem que os clubes pequenos vivem afogados em dificuldades, cada vez mais dependentes de receitas extraordinárias para manter as suas actividades correntes, como pagar salários, deslocações e prémios de jogo.

Outra coisa que tenho curiosidade é a sua opinião sobre os No Name Boys e Diabos Vermelhos. Sabe quem são? Nunca ouviu falar? Pois eu elucido-o: são as claques afectas ao Sport Lisboa e Benfica, existem há dezenas de anos e continuam a actuar de forma ilegal, completamente fora do enquadramento jurídico vigente. Bem sei que V. Exa. não é licenciado em Direito, mas perceber a gravidade da situação não é propriamente ciência espacial, muito menos para um membro de tão ilustre comité FIFA.

Ainda sobre esse caso, seria importante fazer-lhe a pergunta: sabe o Presidente da FPF que um adepto simpatizante do Sporting, de nacionalidade italiana, foi atropelado mortalmente nas imediações do Estádio da Luz, após um confronto entre claques rivais? Foi disso informado?

Continuamos, Dr. Fernando Gomes.

Voltemos à fragilidade dos clubes ditos pequenos. Nunca lhe mereceu nenhum comentário as actuações do clube do Restelo, em especial do seu atleta Miguel Rosa (quando lhe é permitido jogar, o que é raro) contra o Benfica? Acha tudo normal? Não vislumbra V. Exa. nenhuma dependência ou subserviência de um clube face a outro? Sabia que a Benfica SAD é, por exemplo, credor da Belenenses SAD? Isto não lhe causa desconforto?
E do jogo da mala, Sr. Fernando Gomes? Nunca lhe disseram nada sobre um certo Marítimo x Benfica?

Passemos agora para as arbitragens, o tal tema em que não se coibiu de mandar uma bicada a alguém, e cito-o: “para disfarçar insucessos próprios”. Não façamos joguinhos, Sr. Presidente da FPF: estamos carecas de saber que fala de Jorge Nuno Pinto da Costa. É verdade que o nosso Presidente tem muitas responsabilidades no que aconteceu nas 4 épocas anteriores. Dou-lhe isso de barato. Mas não é menos verdade que, se não houvesse túneis, se não existissem juristas como o Dr. Ricardo Costa, EstorilGate e Colinhos, o FC Porto teria hoje mais 2 ou 3 títulos de campeão nacional. Não menosprezando os nossos erros internos – que existiram e foram notórios – fique sabendo que é muito, mas mesmo muito difícil ganhar jogos arbitrados por padres ordenados e cartilhados.

Olhe, para lhe dar um exemplo, viu o mais recente Benfica x Braga? Viu a gravata de Samaris sobre João Carlos Teixeira? Não lhe parece verdadeiramente escandaloso que um árbitro não sancione tal conduta nem sequer com um amarelo? Não denota algo de estranho quando não se punem as condutas assassinas de Samaris, Pizzi e Eliseu, mas pelo contrário já se sanciona severamente Jorge Sousa, por pôr em ordem um jovem guarda-redes, ou um central maritimista que ia defrontar o Benfica por chamar – pasme-se, algo nunca visto! –  filho da polícia à mãe de um adversário? Não lhe parece que estamos a caminho de celebrar missas e homilías nos relvados nacionais?

Não nota nenhuma diferença de tratamento quando o Benfica joga para as competições europeias? Acha normal que o campeão nacional português seja aviado com 5 golos sem resposta perante um Basileia desta vida que no campeonato suiço de 10 equipas se situa em 3º lugar? Não vislumbra V. Exa. que quando o Benfica joga fora fá-lo mal, de forma atabalhoada e sem a tranquilidade que aparenta demonstrar dentro de portas? Percebe que a bota não bate com a perdigota? Nunca se apercebeu que lá fora (e lá fora) o Benfica leva vermelhos a torto e a direito e comete penalties como quem troca de cuecas?

E continuando nas arbitragens: o que tem a dizer do VAR? Qual a sua opinião? Acha que tem estado bem? Ouviu as gravações de Bruno Veríssimo sobre o “aguenta aguenta, é fora-de-jogo”? Que comentários lhe merecem?

O que pensa do facto de haver um clube que manipula imagens a seu bel prazer em todos os jogos que disputa dentro de portas? Entende que os árbitros ordenados têm condições para continuar a apitar o FC Porto e o Benfica? Não lhe parece estranho que um padre – desculpe, um árbitro de nome João Pinheiro – chegue a internacional com 2 jogos nas pernas, nenhum deles na I Liga? Acha bem que o VAR se baseie nas imagens transmitidas pelo canal oficial de um dos clubes da I Liga que desenha conforme lhe interessa linhas imaginárias no relvado? Não vê aqui um latente conflito de interesses?

Pequena nota de rodapé: Se não souber o que é isso de latente, diga-me e eu escrevo a explicar-lhe. Se não souber o que é conflito de interesses, idem.

Ainda sobre as arbitragens, desculpe maçá-lo com este tema, mas é que temos pano para mangas: Por que é que Marco Ferreira, que foi árbitro internacional, desceu de categoria depois de ter sido o segundo melhor árbitro nacional e logo depois de – coincidência – ter apitado 2 das 3 derrotas do Benfica nessa temporada? E porque é que, depois disso, o Sr. Marco Ferreira pediu uma audiência a Luís Filipe Vieira? E porque é que, já agora, Jorge Sousa simulou uma lesão para a sua nota não baixar e assim evitar a despromoção de categoria? Tem respostas para alguma destas perguntas, Sr. Fernando Gomes?

Insisto que sou chato: porque é que Nuno Cabral, ex-árbitro e ex-delegado da Liga, envia a Paulo Gonçalves, director jurídico do Benfica, relatórios sobre as notas atribuídas ao árbitro Rui Costa? E porque é que LFV assume que é preciso “dar cabo da nota” a esse árbitro? E porque é que o mesmo Nuno Cabral pede ao mesmo Paulo Gonçalves para que lhe arranje uma nomeação para um jogo da I Liga? E porque pede também a sua intervenção para que se melhore a nota do árbitro João Pinheiro? E proque é que Adão Mendes, ex-vice-presidente do Conselho de Arbitragem da AF Braga, pede também ao mesmo personagem para melhorar as notas do seu filho e de Manuel Mota? E mais: porque é que Ferreira Nunes (ex-vice-presidente da Comissão de Arbitragem responsável pelas classificações dos árbitros) pede também ele apoio para as eleições para a Presidência da AF Coimbra? Porquê tantos pedidos, das mais diversas personagens ligadas à arbitragem, a um mero director jurídico de uma SAD?

Peço desculpa, mas ainda não acabei, Dr. Fernando Gomes. Aguente, aguente…

Chegando ao tema dos e-mails, não existindo um negação clara e inequívoca da veracidade dos mesmos, o seu conteúdo não lhe merece censura, Sr. Fernando Gomes? Ou vai apenas olhar para a forma dos mesmos, fazer como a avestruz e enfiar a cabeça na areia do sigilo da correspondência privada? Se bem se lembra, durante o Apito Dourado, o conteúdo das gravações telefónicas, estando em segredo de justiça, foi partilhado até à exaustão. Valha a verdade, e se bem nos lembramos, nunca ouvimos a sua voz, enquanto Administrador da SAD do FC Porto, levantar-se contra o que quer que fosse nesse capítulo. A sua ou de Antero Henrique, já agora. Permita-me a provocação: os Administradores da SAD que rodeavam Pinto da Costa tinham muito em comum com os administradores do BES: entravam mudos e saíam calados. V. Exa, por exemplo, nunca foi responsabilizado por nada e os insucessos foram todos culpa do Presidente.

Mas depois do FC Porto, assumamos, a sua carreira tem sido imparável. De Presidente da Liga a Presidente da FPF, com um Europeu ganho pelo meio e agora com direito a assento executivo na FIFA, diria mesmo que o Senhor só parará como novo Blatter. Calado que nem um rato, sem fazer verdadeiramente nada que se veja, o Senhor tem abusado daquela máxima de que, para se ser promovido, basta estar quieto, simular um ar inteligente e deixar o tempo correr. Nisso, você tem sido mestre, tiro-lhe o chapéu.

Manifesto ainda a minha surpresa pelo tempo e espaço da sua carta de indignação. Explico: tempo, por ter sido depois da entrevista de FJM ao Record; espaço por tê-lo feito não no site da FPF, não numa entrevista televisiva, mas sim no jornal oficial encarnado, A Bola. No fundo, você sabe quem manda e já dizia alguém: manda quem pode, obedece quem deve.

E agora passando pela Selecção Nacional, não o preocupa que a mesma esteja capturada por um empresário, havendo até quem lhe chame o Clube Mendes? Não acha estranho que Ricardo Pereira, melhor lateral de França durante 2 épocas consecutivas, nunca tenha sido chamado aos eleitos de Fernando Santos, em favor de Cancelo e outros que tais? E ao invés, não lhe parece estranho que tenham bastado 2 ou 3 jogos a titular de Bruno Varela para merecer uma convocatória?

E ainda sobre esta questão, não lhe parece estranho que o futebol português seja albergue de três clubes que são autênticas plataformas giratórias de jogadores do mesmo intermediário, vendendo qualquer perneta seja de idade for por quantias de 15 milhões? Isso não lhe suscista qualquer interrogação ou incómodo?

Confesso que, do seu texto, chamou-me a atenção o facto de referir V. Exa. referir que – palavras suas – “o Estado, Governo e AR, os diferentes responsáveis institucionais devem envolver-se cada vez mais neste objectivo colectivo de combater de forma efectiva as ameaças ao futebol, nas suas diversas vertentes”. Estará você a manifestar-se/assumir-se publicamente incompetente e incapaz de fazer seja o que for e a suscitar a investigação urgente por parte da PJ e do MP? Se sim, porquê só agora vem a terreiro manifestar tamanha preocupação? Foi preciso que FJM e o Porto Canal começassem a mostrar o que estava à vista de todos?

Confesso que o pouco respeito que ainda tinha por si, granjeado pelo facto de num passado longínquo ter defendido de forma aguerrida as cores do FC Porto nos pavilhões de basket desse país fora, se perdeu irremediavelmente com o texto que escreveu no Jornal A Bola. Com tanta coisa para se preocupar, com tanta coisa em que é necessário um trabalho de fundo no futebol português, vem a terreiro agora apelar a uma pacificação porquê? Com que intuito? Não viu acima que há temas de sobra com que se preocupar? O seu texto foi para agradar a quem? Infelizmente, temos que voltar às palavras de Carlos Queirós, que continuam hoje a fazer sentido, é preciso varrer o lixo da Federação.

Sr. Fernando Gomes, formulo um pedido: tenha vergonha na cara e demita-se da Federação Portuguesa de Futebol! Na UEFA, coutada do Senhor Platini e quejandos, é que você estará bem. O Sr. foi apenas e só o guardião que permitiu que todos os cartilheiros e padres deste País tomassem conta do futebol português. Foi você que, movido pela inveja e alimentado pelo sentimento de vingança contra o Presidente Pinto da Costa, albergou, instigou, alimentou e deu asas e tentáculos ao Polvo Encarnado. Repito com urgência: Sr. Fernando Gomes, seu cartilheiro, tenha vergonha na cara e demita-se! V. Exa. é o lixo da Federação!

Rodrigo de Almada Martins

28 setembro, 2017

UM ACORDAR DE CHAMPIONS.


Com menos de 7h de sono, acordei surpreendentemente bem-disposto, leve, diria mesmo que feliz. Já não me lembrava da sensação de acordar assim a meio da semana, depois de uma grande noite europeia.
  1. Apesar de ser tradição vencer o AS Mónaco por 3x0, esta não é uma vitória qualquer. É um triunfo absolutamente histórico, em casa do campeão francês, semifinalista da Champions do ano passado. Se por exercício tivéssemos que encontrar espaço para relatar o que se passou ontem no livro de ouro de histórias sem igual do FC Porto, seria sempre na página ao lado daquela saudosa noite de Bremen, em que dizimamos o campeão alemão com 5 golos sem resposta;

  2. Mas tudo não se fez sem um golpe de história: os anos 90 ligaram e Sérgio Oliveira foi o novo Costa de Manchester. Sem qualquer minuto esta temporada, foi lançado de chofre às feras de Monte Carlo e, sem ter feito um jogo brilhante, cumpriu e de que maneira, acabando o jogo como o 4º jogador com mais quilómetros percorridos em campo (10.49km). A assistência do ano na Champions poderia ter sido sua, de pé esquerdo, caso Marega tivesse desfeiteado Benaglio;

  3. CONÇAS tem o baralho, mistura as cartas, distribui, recolhe-as e volta a dá-las. Em ataque, a equipa ora parece desenhar um claro 4x3x3, ora parece evoluir em 4x4x2, com Aboubakar e Marega em cunha na frente. A defender o esquema muda rapidamente para um 4x5x1, com Marega a fechar claramente na direita e Brahimi a fazer o mesmo – de forma menos veemente – na esquerda, ficando a pressão central a cargo dos médios, em especial Herrera, que quase faz linha com Aboubakar;

  4. Já se vai notando, aqui e ali, um padrão: em contra-ataque a equipa procura preferencialmente o lado direito, de forma a fazer uso da velocidade e dos pulmões de Ricardo e Marega; em posse, de forma pensada e em apoios, a equipa sai a jogar pela esquerda, com Telles e Brahimi;

  5. Mas por vezes, lá está, surge a surpresa, o golpe de asa: quem não viu Sérgio Oliveira a fazer de Busquets e recuar para uma espécie de líbero e iniciar o ataque organizado? O médio português colocou-se entre os centrais, estes esticaram-se para as linhas e os laterais projectaram-se para a frente. Uma nuance táctica que, a este nível, não está ao alcance de todos;

  6. Dizer aliás que, dos 3 médios, aquele que menos me agradou foi Danilo, que pareceu uma e outra vez algo lento a desfazer-se da bola. Não digo que a sua presença não seja essencial, porque é, mas pode ainda melhorar;

  7. E com isto chegamos a Hector Herrera, o mal-amado, o Semedo do século XXI. Termina uma vez mais como o jogador com mais quilómetros em campo (11.51km) e está em 2 dos golos portistas. No segundo, é ele que recupera a bola junto à nossa linha final e consegue descobrir Brahimi (admito que esta relação com o golo é forçada, mas já lá vou); no terceiro é ele que está na pequena área, a atrapalhar Benaglio e a atrapalhar-se a ele próprio, descobrindo Marega, que depois endossa a Layun. Estes dois momentos caracterizam HH: tanto está na nossa linha final a recolher uma bola perdida, como está na pequena área contrária, embrulhado na bola, a chatear o GR adversário. Um box-to-box, um trapalhão crónico, mas sem dúvida o único médio do plantel capaz de chegar desta forma às duas áreas – nem Danilo, nem Olivér, nem SO, nem AA são capazes de o fazer;

  8. Um ponto obrigatório e habitual para falar de Marega, do comboio Marega, da locomotiva maliana. Já cansa ter que o dizer mas foi, uma vez mais, o MVP do jogo. Duas assistências, uma delas brilhante e muito, muito jogo pelos seus pés;

  9. O segundo golo é aquilo a que Shakira se referia quando cantava this time for Africa: magia do Magrebe lá atrás, potência física do Mali pela direita e ataque ao espaço vazio e posterior finalização dos Camarões. Mais uma edição do Porto-Afrika black magic connection;

  10. Aboubakar e Marega são o Dwight Yorke e Andy Cole reencarnados. Quem se lembra desse Manchester United de Sir Alex, sabe do que falo. A dada altura, após sofrer mais uma falta, a cara de sofrimento e de pânico do polaco Glik era inequívoca: estes dois avançados dão com a cabeça e o corpo em água a qualquer defesa;

  11. Mas talvez o momento táctico mais brilhante do desafio tenha sido mesmo a jogada do primeiro golo. Há um lançamento de linha lateral e quem vai ganhar a bola dividida de cabeça é… Marcano, que percorre um trajecto por fora da linha de fundo e vai desviar a bola para a confusão, dando origem ao remate de Danilo. Não é bonito, não é mágico, mas é nestes pequenos pormenores que mais se vê a grandeza de um treinador, como quando Costinha aparecia nos cantos e livres sempre ao segundo poste para o desvio final;

  12. Comparar CONÇAS com NES é apenas um exercício desonesto para com o primeiro. Um é um treinador, o outro era um padre ventríloquo do seu bispo;

  13. Tudo isto com Maxi, Corona, Oliver e Tiquinho no banco. Começa a ser difícil continuar a dizer que o plantel é curto – é que com este treinador todos parecem render e dar resposta cabal: Reyes entrou pelo segundo jogo consecutivo e Layun parece estar a ser lançado para outras posições do terreno;

  14. Todos terão a sua importância, mas continua a parecer-me que um Porto sem Oliver é um Porto mais perigoso, mais acutilante, mais agressivo, menos previsível. Um Porto com mais futebol de rua e com menos tiki-taka de enciclopédia. Aceito desde já a acusação de heresia qualificada;

  15. Referir apenas que este Mónaco não é uma equipa qualquer: está somente a um ponto do milionário PSG, tem o melhor marcador da Ligue 1 (Falcao), tem três óptimos jogadores no meio-campo (Fabinho, Moutinho e Lemar) e apresenta um futebol muito bem trabalhado por parte de Leonardo Jardim. Veremos se não serão capazes de mostrar aos sheiks do Qatar com quantos paus se faz uma canoa;

  16. Resumindo, são 3 pontos, 1,5 milhões de euros e a certeza de que, ao contrário do que se dizia, Sérgio Conceição não é mais um Jorge Jesus desta vida, que para ter sucesso interno, precisa de abdicar de qualquer pretensão externa. Desse miserabilismo, viu-se ontem, estamos safos!
Rodrigo de Almada Martins

PORTO-AFRICA BLACK MAGIC CONNECTION.


  1. Depois do desaire europeu, frente a um Besiktas que evidenciou maior qualidade individual, o FC Porto voltou ao seu trajecto imaculado na Liga portuguesa com vitória difícil, embora justíssima, no Estádio dos Arcos e, depois, com vitória contundente sobre o Portimonense;

  2. Bem esteve Sérgio Conceição ao chutar o caso Aboubakar/Babel para canto, não sem referir que não tinha gostado. O mister actual aplicou, portanto, a máxima pedrotiana: “No FC Porto não há contestatários maricas, nem os problemas se levantam, porque nunca chegam a existir.

  3. Vila do Conde e Portimonense confirmaram o momento fulgurante de Moussa Marega, o homem do blitzkrieg azul-e-branco. O maliano é, sem sombra de dúvidas, o melhor jogador do FC Porto nesta fase da época, calando todos os maledicentes. A prova provada de que um treinador de qualidade é de facto capaz de potenciar/exponenciar as qualidades individuais (no caso de Marega, a sua potência muscular, velocidade e capacidade de explorar a profundidade) e esconder os seus defeitos (deficiência na recepção, no passe curto e visão de jogo);

  4. Vida difícil para Corona, que é sem sombra de dúvida infinitamente mais talentoso, mas também infinitamente mais preguiçoso, desleixado e intermitente que o africano;

  5. Por falar em África, Moussa e Vincent criam, julgo eu, a primeira dupla de ataque africana do FC Porto. A magia do ponta-de-lança africano, já cantava Jorge Ben, é de facto outra coisa. Combinar a força do Corno de África com os encantos, os cheiros e a magia do Magrebe, só podia resultar num voodoo explosivo: um Porto-Africa black magic connection. Se houvesse uma banda sonora para este FC Porto 2017/18, ela passaria sempre por Ali Farka Touré, Toumani Diabaté, por aí;

  6. Antes do encontro de Alvalade, havia que superar um Portimonense bem treinado e com bons argumentos, pelo que era óbvio que o treinador nunca poderia fazer qualquer tipo de gestão;

  7. Para haver gestão seria preciso ter um farto plantel à disposição, coisa que CONÇAS não tem. Vítor Pereira foi campeão com 11 jogadores + 1 pau para toda a obra (Défour) e o treinador actual não terá muito mais por onde inventar;

  8. É verdade que ainda se poderá explorar mais a variante de Ricardo a ala-direito, entrando Maxi para lateral, que apesar de não emprestar ao jogo a mesma velocidade e projecção no ataque que o português, ainda está aí para as curvas e pode vir a ser muito útil ao longo da temporada;

  9. Os três médios habitualmente suplentes – Herrera, André André e Otávio – é que terão que dar mais, agora que Danilo começa finalmente a subir de forma e que Oliver será sempre fulcral, não tanto pelo que está a jogar (a meu ver continua a ser pouco, demasiado afastado do último terço e com ainda pouca influência no jogo da equipa), mas sim pelas suas características que são únicas e imprescindíveis no plantel. O capitão mexicano já começa, aliás, a dar um ar da sua graça e tolo será quem pensar que Hector Herrera não será pedra fulcral nos esquemas de Sérgio Conceição;

  10. E por falar em médios, ao contrário do que esperava, João Carlos Teixeira tem aberto o livro em Braga. É cedo para tecer algum tipo de conclusão, até porque a concorrência que vai enfrentar é forte (Danilo, Fábio Martins, Horta, …), mas JCT parece estar a sair-se bem num clube onde a pressão é obviamente muito menor. Sendo um jogador com chancela Mendes, não podemos dizer que o empréstimo é apenas um passo para o regresso ao FC Porto;

  11. Soares precisa de trabalhar a sua condição física rapidamente, caso contrário arrisca-se a perder em definitivo o comboio da titularidade para Vicent e Moussa;

  12. Ainda por avaliar estão Reyes e Layun. O primeiro porque ainda não teve minutos dignos de se ver – quem sabe se não os poderá ter mais a médio do que a central – , o segundo porque é prematuro avaliar o seu desempenho com apenas uma amostra. Mas certo é que o mexicano tem que dar muito ao pedal, pois nem Ricardo nem Alex parecem estar para abébias. E, assumamos, Layun tem estado muito, muito longe do nível que chegou a exibir quando chegou ao FC Porto;

  13. O discurso de Sérgio Conceição depois do jogo é igual a si próprio e à Porto: agressivo, indomável, sem medo e sem manias, sim imitar ninguém, sem nada a dever, sem nada a temer. Um discurso de cabeça levantada, ao contrário do seu antecessor, que mais não era do que a voz do dono. Esteve muito bem ao pôr em sentido a comunicação social desprezível que nos desinforma;

  14. Palavra final, em contraponto, para Fernando Gomes, Presidente da FPF: faz lembrar um daqueles tradicionais personagens portugueses que, para escapar à miséria e à pobreza dos tempos da outra senhora, se muda de armas e bagagens para Lisboa, tendo que aí estabelecer vida, trabalho e família, adoptando à força e à pressa, de forma saloia e tacanha, os hábitos das elites e da burguesia da capital. Fernando Gomes é um desses homens, que chega à capital do império, deixa para trás todas as suas velhas roupagens e abraça por completo tudo o que a “grande cidade” lhe oferece. A pose institucional, os fatos de boa marca, as novas amizades, a vaidade que não cabe num mero gabinete, os almoços no Ritz e no Gambrinus, tudo em Lisboa o fascina e o seduz, de Lisboa tudo ele espera e acalenta. Longe vão os tempos em que para o fazer feliz lhe bastava uma camisola azul e branca vestida e uma bola de basket a saltitar. Quem com cães se deita…
Rodrigo de Almada Martins

124 ANOS DE HISTÓRIA.


No dia 28 de Setembro de 1893, um comerciante de vinho do Porto descobriu o futebol numa viagem a Inglaterra e decidiu fundar por cá um clube. O seu nome foi António Nicolau d'Almeida e hoje, esteja onde estiver, certamente estará orgulhoso por ver como o "seu" clube cresceu e se tornou um dos maiores do mundo.

Ao longo destes anos todos nem tudo foi fácil, porque em 122 anos é óbvio que as coisas nem sempre correm bem. E é também verdade que a muitos não convém que as coisas nos corram da melhor maneira. Mas contra tudo e contra todos este clube continuou a crescer, e as dificuldades nunca hão-de deixar de existir, mas ainda bem que assim é. Quem ganha mete medo, quem ganha é importuno, quem ganha chateia os outros e quem ganha é o FC Porto.

Podemos bem dizer que somos um clube ecléctico. Temos títulos em tudo quanto é modalidade. Futebol, andebol, hóquei em patins, hóquei de campo, ginástica, natação, boxe, bilhar... é um sem fim de modalidades que já puderam presenciar ou que ainda vão presenciando a infindável grandeza do nosso clube.

Cada dia que passa o nosso orgulho em fazer parte deste grande clube vai aumentando. Todos os dias mais uma vitória, mais uma adversidade passada, mais uma volta dada por cima.

PARABÉNS FC PORTO
A VENCER DESDE 1893.

26 setembro, 2017

NOITE PRINCIPESCA.


MÓNACO-FC PORTO, 0-3

O regresso à prova milionária da UEFA não poderia ter corrido melhor ao FC Porto. Depois da estreia em casa com uma derrota pesada frente aos turcos do Besiktas, os Dragões sabiam da importância decisiva do jogo desta noite no Estádio Louis II. O certo é que os azuis-e-brancos fizeram jus ao seu historial na Europa, reviveram o jogo com o mesmo adversário de há 13 anos e impuseram uma estrondosa derrota ao Mónaco no seu reduto, por sinal, a maior derrota em casa do clube monegasco.

Sérgio Conceição é claramente o grande reforço do FC Porto da presente época. Chegado ao Dragão a troco de uma indemnização e da cedência de Kayembé ao Nantes, o treinador portista começou a deitar mãos à obra e quase que se poderia dizer que anda a fazer omeletes sem ovos.


O clube portista, muito limitado financeiramente, apenas pôde facultar ao seu técnico os jogadores da época passada e fazer regressar um bom número de emprestados. E Sérgio não se tem feito rogado. Esmiúça e aproveita o que cada um dos jogadores pode dar até ao seu limite. Para além disso, o plantel é curto com apenas 19 jogadores de campo mas o técnico mostrou, até ao momento, ser capaz de estar na liderança do campeonato português e manter-se na luta pelo apuramento da Champions League.

Sérgio Conceição tem-me trazido à memória um treinador que passou pelo FC Porto e que, curiosamente, treinou o actual técnico portista: António Oliveira. E porquê? Porque António Oliveira era isto mesmo. Um treinador com uma capacidade enorme de motivar jogadores, incutir em cada um deles uma grande confiança, manter o grupo unido em prol do grupo e de um objectivo comum.

Mas sobretudo, Oliveira dava oportunidades a todos os jogadores de jogar. E é aqui que vejo muito de Oliveira em Sérgio Conceição. É capaz de surpreender o adversário e o comum adepto de jogo para jogo. De que forma?

Quem é que esperava a titularidade de Sérgio Oliveira no jogo desta noite? Ninguém. Quem é que esperava ver duas/três trocas no onze em alguns jogos, saindo jogadores com bastantes minutos nas pernas e entrando jogadores que pouco ou nada jogaram esta época? Ninguém claramente.


Oliveira fazia muito isto no seu tempo, principalmente na sua primeira época como técnico portista. Recordo-me bastante bem do lançamento de um jovem promissor num jogo no Estádio de Alvalade a contar para o campeonato nacional. O seu nome: Hilário. O Guarda-redes em estreia num jogo de grande responsabilidade fez uma grande exibição e o FC Porto venceu o jogo por 1-0.

Tal como este caso, houve outros lançados por Oliveira. Até um que, infelizmente, correu bastante mal. Foi o caso de Costa, um trinco que se estreou na Champions League em Manchester. Mas isto é como tudo. Há treinadores que são muito conservadores e calculistas. Há outros que são líricos e não têm medo de ser felizes.

Sérgio Conceição é um treinador corajoso, aventureiro mas não é à toa que faz as suas apostas em cada jogo. É um técnico que tem uma filosofia, bem sustentada e depois acrescenta algo mais para vencer os seus jogos. Desta forma, acaba por ganhar, motivar e valorizar os seus jogadores. E quem beneficia com tudo isso é a própria equipa.

Sérgio Oliveira foi, então, a grande surpresa para este jogo. O jogador português esteve em bom plano no meio-campo portista, formando com Danilo e Herrera uma muralha intransponível. De resto, o onze habitual apresentou-se frente ao Mónaco.


A equipa portista foi pressionada pelo Mónaco, como seria de esperar. Jogando em casa, a equipa do principado tentou marcar posição no jogo. O FC Porto, depois de acertar com as marcações, começou gradualmente a controlar o jogo e a subir no terreno. O jogo não mostrou oportunidades de relevo mas os Dragões circulavam bem a bola e mantinham o Mónaco controlado.

Não foi com surpresa que os Dragões inauguraram o marcador aos 31 minutos por Aboubakar. Num lançamento longo de Alex Telles para a área do Mónaco, Marcano cabeceou dentro da área, a bola sobrou para Danilo que rematou fortíssimo para a defesa de Benaglio. A bola rechachada foi para Aboubakar que rematou para nova grande defesa do guarda-redes monegasco e depois na recarga “fuzilou” as redes contrárias. Estava aberto marcador e traduzida a superioridade em campo da parte da equipa portista.

Na segunda parte, o FC Porto regressou tal como se tinha apresentado no primeiro tempo: forte, personalizado, com atitude e atrevido. Deu, como não podia deixar de ser, a iniciativa ao adversário mas explorou bem os espaços dados pelo Mónaco.

E foi este o filme desta etapa complementar. Passes longos a rasgar a defesa monegasca condicionaram, em certa medida, a lucidez ofensiva da equipa do principado. Sérgio Oliveira (uma bela actuação) lançou Marega e este isolado rematou à figura do guardião do campeão francês. Aos 69 minutos foi a vez de Brahimi lançar em profundidade o mesmo Marega sobre a direita do ataque portista. O avançado portista serviu Aboubakar na área que fez, praticamente, o xeque-mate da partida.


Com vinte minutos para jogar, o FC Porto dava um passo quase decisivo para alcançar os três pontos. Sérgio Conceição operou duas substituições de uma assentada. Retirou Brahimi e Aboubakar e fez entrar Layún e Corona. Marega colocou-se como único avançado em campo para explorar os adiantamentos monegascos.

Falcao, em resposta ao 2-0, atirou uma bola à barra mas depois disso a equipa do Mónaco ficou-se apenas pelas ameaças. Aos 89 minutos, Layún sentenciou a partida com um claro 3-0. Num cruzamento de Corona, Marega rematou à figura de Benaglio, a bola sobrou para Herrera e depois novamente para Marega, gerou-se uma pequena jogada confusa na grande área monegasca e, por fim, Layún atirou forte e colocado, sem cerimónias, para a baliza da equipa da casa.

Os Dragões ganharam claramente um jogo que se previa muito complicado, vingaram a derrota da 1ª Jornada frente ao Besiktas e estão motivadíssimos para o jogo com o Sporting do próximo domingo, em Alvalade, onde vão defender a liderança da Liga NOS.

Destaques finais para as soberbas exibições de Marega e dos centrais da defesa portista, para a exibição muito positiva de Sérgio Conceição, para os desequilíbrios de Brahimi e para a veia goleadora de Aboubakar.

Um destaque especial para o treinador Sérgio Conceição. O técnico português está a fazer um grande trabalho no Olival, tornando jogadores, que há poucos meses seriam dispensáveis, em mais-valias e construindo um plantel com escassos recursos numa equipa competitiva capaz de vencer e de se suplantar em qualquer estádio da Europa. A melhor contratação da presente época é, claramente, o treinador portista.

HABEMUS MISTER!





DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: “Os jogadores fizeram um trabalho excelente”

Elogios à exibição e ao grupo
“Tenho que dar os parabéns aos jogadores pela exibição que fizeram e por terem conseguido pôr em campo todo o trabalho que fizemos. Tenho um grupo fantástico, que acredita no trabalho, no que se diz e na mensagem que é passada. Isso deixa-me orgulhoso. No que diz respeito à Liga dos Campeões, nem eramos os piores depois de perder com o Besiktas, nem somos os melhores porque ganhámos hoje aqui ao Mónaco. Foi uma demonstração de força, não só dos nossos jogadores, mas também dos nossos adeptos. Por momentos, se fechasse os olhos, poderia pensar que estávamos a jogar em casa.”

A resposta “europeia”
“Ganhamos 3-0 em casa da equipa que teoricamente era a mais forte do grupo. O FC Porto vai lutar sempre pelos três pontos num grupo muito equilibrado. Agora é pensar no jogo como Sporting e deixar as provas europeias para depois. Mas ficou provado que este clube tem uma grandeza e uma história muito importante nas competições europeias e nós não a deixaremos cair.”

A opção por Sérgio Oliveira
“Eu tenho todos os jogadores à minha disposição e sei que estão todos preparados para jogos. E digo isto não para ser simpático, mas porque todos trabalham no máximo e aqueles que não estão a ser os mais utilizados trabalham de uma forma fantástica para estarem bem quando são chamados. No caso do Sérgio achei que ele ia encaixar bem no corredor central para aquilo que eu tinha pensado para o jogo e foi aquilo que aconteceu. Fico feliz por ele, mas o mais importante é sempre a equipa.”

As mudanças face ao jogo com o Besiktas
“Como treinador assumo sempre a responsabilidade nas derrotas. Obviamente que eu não vou para dentro do campo, mas a estratégia é preparada por mim e quando se perde nenhuma estratégia é boa. Não vou entrar em pormenores. Penso que hoje fomos um pouco mais expectantes na fase construção do Mónaco, metendo mais um jogador na zona central nesse início de construção, porque sabíamos que os alas do Mónaco jogam muito por dentro. Sabíamos que tínhamos que sair com critério e o que fazer para ferir o Mónaco…e foi isso que fizemos. Mesmo no início, nos primeiros 10, 15 minutos, tive a certeza que seria difícil nós irmos perder este jogo porque estávamos muito bem.”

A saída de Aboubakar e Brahimi
“Para nós era mais importante refrescar as alas do que ficar com menos um jogador no corredor central. Em alguns momentos, as situações dificeis que poderíamos ter eram de cruzamentos e era por aì que teriamos que condicionar o Mónaco. E foi por essa razão que decidi tirar o Aboubakar e Brahimi, passando o Marega para a frente, com movimentos diferentes do Aboubakar. E assim ganhámos consistência nas laterias, correu bem e foi importante.”



RESUMO DO JOGO

ÓDIO AO DISCURSO.


Pessoa regrada e pouco dada a mediatismos, Fernando Gomes, Presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), surpreendeu na passada sexta-feira, com um artigo institucional apelando, em linhas gerais, à pacificação do clima de crispação, bem como ao fim das críticas à arbitragem, no sentido de proteger e valorizar o produto Futebol Nacional.

De um ponto de vista puramente formal, sociológico e comercial, nada a opor às palavras do máximo dirigente do futebol nacional. Efectivamente, todos nós, adeptos, gostaríamos de um país onde o mérito, o espectáculo, a verdade desportiva, o desportivismo e fair play fossem pilares inexoravéis.

Qual então a celeuma aqui? Na verdade, o timming e a envolvência não poderiam ser os mais inoportunos possíveis para abordar este assunto.

Numa semana em que os ventos para os lados de Carnide não corriam de feição, quer pela crescente onda de insatisfação dos adeptos aos maus resultados da equipa, bem como ao mostrar de garras de uma importante figura do universo encarnado, como o é Rui Gomes da Silva, o Dr. Fernando Gomes achou a altura conveniente para "subscrever" os desesperados apelos benfiquistas ao silenciamento das diversas polémicas em torno do clube, que o caso dos emails tem levantado. Porque não esta tomada de posição numa altura de compromissos das selecções? Ou numa semana banal de resultados positivos para os grandes? Ou seja, porque não estas palavras numa altura neutra?

Ao contrário de muitos agentes desportivos da nossa praça, todos reconhecemos ao Dr. Fernando Gomes o dom da inteligência. Se juntarmos a isso a experiência como atleta e dirigente desportivo (Basquetebol), bem como a de um homem há muito ligado aos meandros do futebol, mesmo que em cargos financeiros e de gestão, qualquer desculpa ou protecção no manto de ingenuidade e da moral, serão demasiado hipócritas para serem levadas a sério. Correndo o risco de injustiça, a que por muitas vezes a especulação nos guia, toda esta situação tem o hediondo aroma de frete encarnado.

Porquê?


Não só as palavras do presidente da FPF reforçam os apelos do slb, dando força à direcção num momento mais conturbado, como também funcionaram como uma pequena cortina de areia para apagar fogachos de contestação crescentes, apenas acalmadas - momentaneamente... - pela vitória de sábado.

Quanto à envolvência, Fernando Gomes faz-me lembrar um Pôncio Pilatos, versão 2017. Deste artigo do Presidente da FPF, um diário desportivo lisboeta destacou em letras garrafais a palavra "Basta!". Ao contrário do que é hábito neste jornal execrável, por uma vez tenho que concordar com a escolha da manchete. Pois na verdade...

Basta! de outorgar a todos os portugueses um claro um atestado de burrice, ao permitir que bandos ilegais possam vandalizar, insultar, maltratar e até assassinar adeptos de outros clubes, fazendo da obrigação de registo e controlo destes "adeptos organizados" um mero fait-divers.

Basta! de permitir o feito inédito a nível mundial, de um clube poder transmitir os seus próprios jogos caseiros, numa altura em que a emissão (ou não) de imagens televisivas pode decidir jogos a favor de quem controla a transmissão.

Basta! o mais alto dirigente do futebol nacional ter conhecimento que mensagens privadas suas foram acedidas indevidamente por elementos afectos a determinado clube, sem proferir um BASTA! de indignação... ou, no mínimo, um mero sussurro.

Basta! vermos todas as semanas serem denunciadas prácticas obscuras e promiscuas entre agentes a soldo de determinado clube, e terceiros em lugares de influência e decisão, sem que haja uma simples reprovação por parte dos organismos que tutelam o desporto em Portugal.

Pior do que tudo isto, BASTA! existirem 17 clubes na I Liga Portuguesa, sujeitos ao cumprimento das regras e leis estipuladas, e constatar-se a existência de um clube específico que, não só beneficia de uma total impunidade perante a violação das leis vigentes, como se necessário, as próprias são moldadas ao interesse dessa agremiação, como se verificou recentemente no inenarrável caso Eliseu.

Caro Dr. Fernando Gomes, verdade que nem todos estes tópicos dependem directamente de si. Mas pela influência e importância do cargo que ocupa, tinha a OBRIGAÇÃO de lutar para que em Portugal existisse Justiça e Igualdade no futebol.

Infelizmente tem preferido fazer o que todos os responsáveis políticos, judiciais ou desportivos melhor sabem... lavar as mãos!

25 setembro, 2017

MANTER A IDEIA, MAS ADAPTÁ-LA AOS ADVERSÁRIOS.


Contrariamente a algumas análises que tenho visto em relação ao novo figurino tático do FC Porto, não concordo que o FC Porto de Sérgio Conceição jogue em 4x1x3x2 ou em 4x4x2, aquilo que vejo na esmagadora maioria do tempo é o FC Porto num esquema tático com uma linha tradicional de 4 defesas, 2 elementos no meio-campo e 4 avançados, 2 extremos e 2 avançados-centro.

Ou seja, o FC Porto de Conceição joga praticamente em 4x2x4, com dois elementos no meio-campo, um de construção e outro de contenção, 2 extremos que obviamente e quando necessário também ajudam nas tarefas defensivas e baixam para o meio-campo, e 2 avançados-centro com mobilidade para movimentos de deslocação para as alas ou para o meio-campo. A palavra que melhor define o modelo de jogo preconizado por Sérgio Conceição nestes primeiros meses ao leme do Dragão é DINÂMICA. Dinâmica dos extremos que tanto têm de dar profundidade ofensiva à equipa, como têm de ajudar nas tarefas defensivas, dinâmica dos avançados que tanto têm de dar presença na área como têm de ser os primeiros elementos no processo defensivo da equipa, dinâmica dos defesas-laterais e dinâmica dos 2 elementos de meio-campo, cuja tarefa de equilíbrio da equipa é fundamental.

Na minha modesta opinião, este figurino tático pode funcionar bem frente à maioria das equipas do campeonato português, tal como aconteceu nas primeiras 7 jornadas, na medida em que a grande maioria das equipas tem uma mentalidade obsessiva e “pequenina” que apenas se resume em defender com “autocarros de 2 andares”, deixar passar o tempo e também simular e tentar enganar tudo e todos na maior parte do tempo (lembram-se do jogo no Dragão no ano passado em que a equipa médica setubalense entrou 10 vezes em campo?).

Mas não tenho também grandes dúvidas de que, e isto é também uma das características das grandes equipas, o FC Porto terá de adaptar o seu sistema tático quando o nível de dificuldade aumentar muito. E o próximo ciclo de 3 jogos elevará muito o grau de dificuldade que encontramos até aqui. Jogaremos com o campeão francês, atualmente em 2º lugar a apenas 1 ponto do super-PSG, equipa fortíssima e habituada a seguir até fases avançadas da Champions que conta nas suas fileiras com um dos melhores pontas-de-lança mundiais, a seguir deslocação a Alvalade, claramente o estádio nacional onde temos tido maiores dificuldades nos últimos 10/15 anos e depois visita ao vice-campeão alemão, apenas atrás do super-Bayern.

Acredito que é possível a Sérgio Conceição continuar a defender os princípios gerais da sua ideia de jogo nos próximos 3 jogos e até ao fim da época, agora parece-me também evidente que quando o grau de dificuldade se elevar a um nível superior, será necessário adaptar o sistema tático e os jogadores às necessidades da equipa tendo em conta as especificidades de cada adversário.

Dito por outras palavras e de uma forma mais direta, não acredito que seja possível termos grandes hipóteses de sucesso enfrentando por exemplo o Mónaco no Principado apenas com 2 elementos no meio-campo e com 2 extremos eminentemente ofensivos. Não se trata de mudar por medo do adversário ou de alterar a identidade, é sim uma questão de inteligência. Se calhar não estarei muito longe da verdade se disser que uma alteração tática com 3 médios, 1 de contenção e outros 2 de construção, e 3 avançados, 2 extremos e 1 ponta-de-lança, será mais apropriada para os próximos jogos. Tudo isto, claro está não mudando uma virgula à atitude e ideia de jogo que temos visto no FC Porto de Conceição.

NOTAS FINAIS: O comunicado de Fernando Gomes é um conjunto de lugares-comuns e frases feitas cujo conteúdo é coisa nenhuma. Curiosamente, quando foi denunciado, e nunca negado por NINGUÉM, que o antigo presidente da assembleia geral da Liga Carlos Deus Pereira enviava a Pedro Guerra ficheiros com centenas de mensagens pessoais extraídas do seu telemóvel, aí Fernando Gomes ficou caladinho que nem um rato, nem piou...

22 setembro, 2017

DRAGÃO MORTÍFERO.


FC PORTO-PORTIMONENSE, 5-2

Na Liga NOS, o FC Porto vai de vento em popa. Os Dragões continuam na liderança da prova e têm um registo imaculado de vitórias. Desta vez, a vítima foi o Portimonense, a quarta equipa a ser goleada no anfiteatro azul-e-branco esta época.

Sérgio Conceição voltou a apostar em Herrera ao lado de Danilo e com isso o meio-campo portista perde criatividade (Óliver) mas ganha músculo. O facto de jogar apenas com dois homens no miolo, pode estar aí a justificação para as opções do técnico portista.


De resto, o mesmo onze com a habitual defesa, os dois extremos e os dois avançados possantes e pressionantes na saída de jogo do adversário.

O jogo começou com os portistas a carburarem muito o seu futebol sobre a área contrária. Aboubakar teve uma soberana oportunidade de abrir o marcador nos minutos iniciais. O Portimonense procurou segurar e suster o ímpeto portista e partir no contra-ataque que é a sua principal marca.

Mas os Dragões estavam irresistíveis. Entre os 20 e os 30 minutos, o FC Porto foi mortífero. Foram sete minutos de “terror” para os algarvios que viram as redes abanar três vezes.

Aos 20 minutos, Marcano correspondeu bem a um canto cobrado por Alex Telles e abriu o marcador. Aos 23 minutos, Corona entrou na área pela direita, cruzou para Aboubakar que cabeceou contra um adversário. Na recarga, o camaronês encheu o pé esquerdo e fuzilou as redes adversárias. Quatro minutos depois, numa transição ofensiva, Corona isolou Marega que, à saída do Guarda-redes portimonense, picou a bola por cima e fez um golo de belo efeito. Antes da meia hora, o jogo parecia estar resolvido.


O FC Porto pareceu relaxar à sombra do resultado e talvez o jogo do Mónaco na próxima Terça-feira começasse a pesar no subconsciente dos jogadores. A equipa de Portimão aproveitou-se disso e começou a fazer mais investidas à área portista. Sérgio Conceição irritou-se e mostrou o desagrado à equipa por esta baixar a guarda.

Os algarvios cresceram e aos 36 minutos, num contra-ataque, reduziram o marcador. Foi o melhor período do Portimonense. Nakajima, um japonês de grande qualidade técnica, foi desmarcado na área, tirou Felipe do caminho e rematou ao poste da baliza portista. A bola acabou por entrar junto ao outro poste.

Ao intervalo, Sérgio Conceição terá dado um valente puxão de orelhas aos jogadores. O FC Porto não pode ter relaxamentos durante o jogo, sob pena de ter alguns dissabores. Na entrada para a parte complementar, os azuis-e-brancos quiseram mostrar que o jogo ainda não tinha terminado.

Por isso, aos 48 minutos, Brahimi fez o 4-1 num remate que sofreu um desvio nas costas de um defesa contrário. O jogo continuou aberto e o Portimonense, apesar de sofrer mais um golo, sentiu que nada tinha a perder. Continuou a fazer incursões à área contrária e intensificou o seu ataque. Ora, esta decisão tem as suas consequências.


Aos 66 minutos, o melhor golo da noite surge no Dragão. E para os Dragões. Jogada de entendimento portista com Brahimi a dar para Aboubakar à entrada da área. O camaronês recebeu e de calcanhar endossou para Herrera. O mexicano deixou passar e a bola foi novamente para Brahimi que tirou um adversário do caminho e rematou cruzado para o 5-1.

Seis minutos depois, o FC Porto sofreu um golo. Numa jogada pela direita algarvia, o cruzamento foi feito para a grande área onde Rúben Fernandes encostou, não dando hipóteses a Casillas.

Até ao final, o FC Porto poderia ter marcado mais um ou dois golos com Herrera a desperdiçar um lance prometedor com uma bola no poste mas os Dragões também evitaram o terceiro golo dos algarvios com uma bela defesa de Casillas para a linha de fundo.

Um grande espectáculo de futebol no Estádio do Dragão. Fossem os jogos todos assim e teríamos uma Liga muito mais apetecível e de maior qualidade.

Terça-feira, os Dragões deslocam-se a Monte Carlo para defrontar o Mónaco para a 2ª Jornada do Grupo G da Champions League. Pontos precisam-se e por isso, o FC Porto vai jogar uma importante cartada na prova, antes da deslocação a Alvalade para a discussão da liderança da Liga NOS.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: “Não estou aqui para criar polémica”

A passagem pela sala de imprensa
“Ontem, na antevisão que fiz a este jogo, em dez perguntas tive oito sobre o Benfica. Nas redes sociais e nos jornais online, tiraram uma frase e puseram num contexto completamente diferente do que veio a público. Não quero saber dos rivais, no sentido de que tenho muito com que me preocupar. O que estava à ‘vista de todos’ é o que é o Campeonato Nacional e não a crise do Benfica. Há jornalistas que gostam de polémica, mas não estou aqui para criar polémica. Tenho muito trabalho, estes jogadores desafiam-me diariamente para os melhorar individual e coletivamente. Tenho muito respeito pelo Benfica, pelo Rui Vitória, pelo Sporting, pelo Jorge Jesus, não tenho de falar dos outros. Aquilo vem hoje na imprensa não é correto. Tive oportunidade de dizer, porque foi a Sport TV que me fez essa pergunta, que não respondia e falava do jogo, porque só me perguntaram do Benfica, quando tínhamos um jogo extremamente difícil hoje.”

Jogo desbloqueado por lance de bola parada
“As bolas paradas fazem parte de todos os esquemas táticos, para desbloquear um jogo que possa ser complicado. Entrámos muito bem, creio que fizemos a melhor primeira meia hora desde o início do Campeonato, com uma dinâmica muito interessante, muita mobilidade e jogo em largura e interior. Sabíamos que o Portimonense tem algumas dificuldades nos cruzamentos e explorámos isso, fizemos o 2-0 e depois o 3-0, numa jogada fantástica que espelha os princípios da equipa, muito vertical e objetiva."


A segunda parte
“Entrámos muito bem, percebemos o que tínhamos de fazer, conseguimos o 4-1 e o 5-1, pena que tenhamos sofrido um golo depois de uma bola parada, numa segunda bola, o que não me deixa nada contente. De qualquer forma, batemos uma equipa com qualidade individual e coletiva, que não conseguiu mostrar mais isso por culpa do FC Porto, que foi muito forte ofensivamente, com aquele senão da defesa, mas isso faz parte daquilo que é o jogo e a nossa exigência.”

O jogo de terça-feira no Mónaco
“É muito bom trabalhar sobre vitórias e agora já posso falar da Liga dos Campeões. Vamos dar uma resposta muito positiva, vamos fazer um bom jogo e queremos pontos. Vamos preparar-nos da melhor forma, para dar uma ideia daquilo que é o FC Porto, que não é a do jogo com o Besiktas.”

O mar azul
“Não somos de ondas, somos de mar e temos um ambiente fantástico, com toda a gente a acreditar no nosso trabalho. Nem sempre vamos ganhar por cinco, vamos ter ciclos menos bom, mas a maneira apaixonada como nos apoiam é maravilhosa para nós. Não digo nada daquilo que não sinto mas tenho de agradecer sempre, porque nos apoiam e quando tivemos de sofrer uma derrota vi toda a gente de braço dado com a equipa e isso é fabuloso. Eles sabem que o grupo trabalha de uma maneira incrível, com uma ambição e determinação muito grandes.”



RESUMO DO JOGO

20 setembro, 2017

SÉRGIO CONCEIÇÃO... 6 VITÓRIAS DEPOIS!!!


No passado dia 9 de Junho, escrevi aqui um post sobre Sérgio Conceição. Mais de 3 meses depois, como me reconheço mais do que nunca naquilo que escrevi. Que bom é sentir que estava correto! Que bom é sentir que o nosso Mister é tudo aquilo que eu escrevi e muito mais!

Com franqueza, hoje apetecia-me “abrir o livro” e escrever algumas coisas que não escrevi naquele dia... mas, vou continuar sem o fazer! Vou continuar a engolir para dentro e a tentar encontrar explicações factuais para as razões de alguém se ter oposto à sua entrada no FC Porto para substituir Lopetegui com ameaças como: “ou ele ou eu!”. Algo não podia estar bem!

No entanto, 3 meses depois, é preferível continuar sem acrescentar nada. Apenas me apetece pedir a todos que leiam novamente aquele post. Não, não era uma mera profissão de fé, era isso sim, um conjunto de ideias e convicções bem claras que se estão a mostrar verdadeiras.
O Sérgio confirmou tudo o que se esperava dele, confirmou aquilo que prometeu na sua apresentação, reforçou na prática as suas ideias chave, mas seguramente superou as expectativas até dos mais confiantes. Felizmente, como este sempre foi o meu nome preferencial, é com enorme orgulho que ao cabo de muitos anos, sinto novamente os adeptos a identificarem-se com o homem do leme, o homem que fala a sua linguagem, o homem que diz aquilo que os portistas pensam.

E não, isto não tem apenas que ver com vitórias. Claro que as mesmas fazem aumentar a confiança e auto-estima, claro que as mesmas potenciam os elogios e o reconhecimento mútuo. Mas o Mister é muito mais do que isso. É um estado de alma, é um reflexo do nosso estado de espírito, é aquilo que designamos de “Ser Porto”, seja lá o que isso significa verdadeiramente.

Mas o caminho faz-se caminhado e ninguém ganha nada nesta altura. Setembro está para uma época como o leitão está para o porco no espeto!
O caminho da união e do passo assertivo ainda agora começou, e seguramente vai ter que ser firme perante a turbulência que vai enfrentar!
Já percebemos que o Sérgio não está preocupado com os elogios pessoais, nem com as críticas que lhe possam ser apontadas. Continua frontal como sempre, sincero como todos esperávamos, de dragão no coração e verdadeiro espírito Porto em cada um dos momentos.

Como portista apenas lhe peço que não recue! Que prossiga a caminhada sempre norteada pelos valores do clube, o seu passado brilhante e o seu futuro auspicioso e ambicioso.
No final das contas, as vitórias e títulos é que o vão julgar. Mas para mim, Sérgio Conceição já deu passos seguros para entrar na galeria dos que mais se distinguiram na bela arte de reconstrução deste clube, recuperação da sua identidade e reforço da sua capacidade de olhar de frente os desafios futuros.

Um abraço, e até sexta-feira no sítio do costume!

19 setembro, 2017

UMA VEZ MAIS... MAREGA! E NÃO SÓ…


Com mais uma monstruosa exibição de Marega, o FC Porto lá acabou por arrecadar o 18º ponto em 18 possíveis. Não esperava eu, e provavelmente a maioria dos Portistas, uma entrada destas no campeonato, tendo em conta tudo aquilo que se tem passado ao longo dos últimos 4 anos, com as conhecidas consequências no último mercado de transferências.

Confesso que para além da consistência demonstrada mais uma vez pela equipa, a qual deve ser atribuída ao treinador, não posso deixar de referir que, mais uma vez, fiquei impressionado com a exibição do maliano. A velocidade aliada à força, conjugada com uma garra e capacidade física impressionantes têm feito do maliano o melhor jogador da equipa nos últimos jogos do FC Porto.

O objetivo deste post não é focalizar em apenas um jogador, neste caso Marega, porque o mérito deve ser associado ao coletivo (porque é esse que ganha campeonatos!), mas insisto que o exemplo de Marega é paradigmático das boas coisas que o trabalho de Conceição tem revelado nos primeiros meses ao comando do Dragão.

É indesmentível que o maliano não é um prodígio de técnica, nem de recorte técnico, tal como é indesmentível que o plantel do FC Porto não tem a profundidade que se exigiria a uma época tão longa com varias competições por disputar. Mas não deixa de ser indesmentível que o maliano tem sabido compensar isso com as características em que ele é melhor, como a força, velocidade e raça. Tal como o trabalho feito até aqui por Conceição, baseado no compromisso total dos jogadores, na entrega, na raça, na resistência e na simplicidade de resolução dos vários problemas que vão surgindo.

E esta será provavelmente a única forma do FC Porto ter sucesso este ano, ou seja, esconder ao máximo os seus pontos fracos e potenciar os seus pontos fortes. Estamos muito longe de ter um plantel com a qualidade da época 2010/2011 ou mesmo das épocas de Jesualdo Ferreira (que tinha Hulks, Falcões, Lisandros, Bruno Alves, Pepes, Luchos, etc, etc), isto para não falarmos do fantástico plantel campeão europeu em 1987, mas os sinais dados até agora são positivos. Dá a ideia que se trabalha mais do que se fala, que não se apregoa o “Somos Porto” mas sim pratica-se dentro de campo. É muito importante falar pouco, porque de palavras os últimos 4 anos estão cheios. É preciso sim recuperar aos poucos, porque os problemas não desaparecem de um momento para o outro como por magia, várias coisas boas que o FC Porto foi esbanjando ao longo dos últimos 4 anos, como por exemplo, a incapacidade desesperante quer na época de Lopetegui, quer na época de NES, de aproveitar as escorregadelas dos rivais. Pelo menos este ano, e vale muito pouco porque ainda estamos muito no início do campeonato, conseguimos aproveitar alguns deslizes de um dos rivais.

Uma última apreciação ao jogo da Champions. Sinceramente, pareceram-me exageradas algumas das críticas que li ao jogo do FC Porto perante o Besiktas. Até pode acontecer (espero muito bem que não!!!!), mas ler alguns comentários de que muito provavelmente o FC Porto nem um ponto faz nesta fase de grupos é manifestamente exagerado. Não temos um plantel com muita profundidade, mas temos qualidade suficiente para lutarmos em cada um dos jogos por pontos. Não creio até que o FC Porto tenha feito um jogo assim tão mau com o Besiktas, a verdade sim é que Casillas, sofreu um golo (determinante para o resultado final, numa altura em que tínhamos acabado de empatar o jogo) que nunca poderia ter sofrido, não só pela sua reconhecida qualidade e estatuto, mas pelo elevado ordenado que aufere. O FC Porto não paga tantos milhões a um GR para ele depois asneirar em pleno jogo de Champions League. Espero que a dose de golos perfeitamente defensáveis tenha terminado por aqui. Senão era preferível ter apostado em José Sá ou Vaná ou num qualquer jovem da equipa b.

É verdade que o jogo não se resume à péssima abordagem de Casillas no 2º golo dos turcos, o FC Porto possivelmente abordou mal o jogo (se bem que depois de comer não faltam pratos) e falhou as poucas oportunidades que criou sobretudo na 2ª parte. É importante já na próxima visita ao principado do Mónaco obter um bom resultado. A ver vamos...

AS NOSSAS MODALIDADES – RESUMO DO FIM DE SEMANA.



JOGO DA SEMANA

Mais uma semana em que apenas tivemos o ANDEBOL em ação, e uma vez mais, nada positiva. Deslocação a lisboa para defrontar os de carnide, não tendo entrado nada bem no jogo, já que entrou logo a perder por 1-0, apesar de ter tido a 1ª posse de bola do jogo. Depois do 1-1 por Cuni Morales, a nossa equipa passou para a liderança do marcador através de Rui Silva. Foi esta uma das duas únicas vezes que lideramos o marcador, sendo a outra no 3-2.

Depois da igualdade a 3, andamos sempre atrás no marcador, e excluindo o 4-3, nunca mais com hipóteses de empate. Os mais de 46% de falhas técnicas (19 vs 13) acima do nosso adversário, poderá ser uma das explicações para o sucedido.

A próxima jornada traz o regresso a casa com a receção ao S. Bernardo, que esperamos, a vitória que se perspetiva para esse jogo seja um novo começo no trilho do sucesso.


AS OUTRAS MODALIDADES

A nossa equipa de HÓQUEI EM PATINS prossegue a preparação para a nova época, com um plantel ainda com muitas ausências, colmatadas por atletas da equipa B, tendo-se deslocado à cidade da Maia para defrontar os locais do Hóquei Clube da Maia, e depois uma das equipas do encontro entre Braga e Juventude de Viana. Sábado vencemos por 6-3, e domingo por 4-3.

No próximo fim de semana, iremos participar no torneio Solverde com o Lleida, Académica de Espinho e Oliveirense. O jogo de sexta será com o Lleida às 22h00, no sábado o 3º/4º lugar às 16h00, sendo que a final joga-se às 17h30.

A equipa de BASQUETEBOL defrontou a ovarense, tendo vencido por 77-73.

Dia 20 e 21, deslocação a Cáceres para defrontar os locais do Cáceres CB e o Club Melilla Baloncesto, duas equipas da Leb Oro. No sábado, será a vez de viagem até Palma de Maiorca para defrontarmos o Palma Air Europa também da Leb Oro.



Abraco,
Delindro













17 setembro, 2017

A VITÓRIA DA UNIÃO.


RIO AVE-FC PORTO, 1-2

O FC Porto foi a Vila do Conde consolidar a liderança e não deixou o Sporting fugir. Em seis jogos, outras tantas vitórias. Desta forma, os portistas conseguem ultrapassar mais um obstáculo, num campo onde um dos seus adversários directos escorregou.

Com o plantel com todos os jogadores disponíveis, Sérgio Conceição operou uma pequena revolução no onze e mudou o sistema táctico de 4x4x2 para 4x1x3x2.Herrera, Otávio e Aboubakar entraram para os lugares de Óliver, Corona e Soares Marega apareceu muitas vezes descaído para a direita e Aboubakar foi bem apoiado nas costas por Otávio.


Apesar de tudo não foi um bom jogo dos Dragões. Foi uma boa vitória, importante e que pode vir a ser determinante nas contas do campeonato. Apesar disso, os azuis-e-brancos conseguiram estancar a construção ofensiva do adversário e criaram uma oportunidade bem cedo por Brahimi.

O Rio Ave sentiu essa pressão mas foi-se soltando aos poucos. A equipa da casa foi subindo no terreno e incomodou de alguma forma Casillas.

Na etapa complementar, os portistas tiveram uma entrada mais forte e isso fez a diferença. Depois de Marcano e Aboubakar estarem na cara do golo, Danilo fez o primeiro tento da partida correspondendo a um canto batido por Alex Telles. O Rio Ave sentiu o golo e permitiu aos Dragões maior ascendência no jogo. Aos 67 minutos, Brahimi numa bela jogada pela direita, assistiu Marega que fez o golo que viria a ser determinante para o desfecho da partida.


Depois os portistas relaxaram e isso teve as suas consequências. Numa displicência da defensiva portista, aos 79 minutos, o Rio Ave reduziu o marcador e manteve o jogo em aberto.

Foram dez minutos de alguma incerteza e inquietação. O jogo ficou partido. Enquanto o Rio Ave tentava o empate, o FC Porto procurava suster as ofensivas vilacondenses e aplicar o golpe em contra-ataque. O jogo terminou com a expulsão de Marcão numa entrada às margens da lei sobre Marega.

O FC Porto recebe o Portimonense na próxima sexta-feira, num jogo a contar para a 7ª Jornada do campeonato. Uma vitória é essencial para depois visitar Alvalade na luta pela liderança, com uma viagem ao Mónaco pelo meio.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: “A justiça da nossa vitória é inequívoca”

Vitória importante num campo difícil
“Todos os adversários são difíceis, mas o mais importante foi a vitória, a conquista dos três pontos. A justiça da nossa vitória é inequívoca. Na primeira parte, o Rio Ave manteve-se fiel aos seus princípios e construiu jogo a partir de trás, com qualidade. Tentámos e conseguimos, em alguns momentos, bloquear essa construção. Roubámos 15 bolas no meio-campo contrário, pelo que fomos eficazes na pressão alta. Tivemos oportunidades para ir para o intervalo em vantagem, mas não fomos eficazes.”

Segunda parte aberta e com golos
“Na segunda parte o jogo foi mais aberto e acabámos por merecer os dois golos que fizemos. Sofremos um golo numa altura em que estávamos a ajustar coisas na nossa defesa em virtude da saída do Alex Telles, mas há que dar mérito ao Rio Ave, que é uma equipa audaz e competitiva. Joga com muita qualidade e valorizou a nossa vitória. Vai ser muito difícil para qualquer adversário passar em Vila do Conde.”

Ajustes importantes
“Na primeira parte, sobretudo nos últimos 10/15 minutos, o Marega começou a jogar mais na frente e o Otávio mais descaído para a direita, mas são ajustes que se fazem. Vamos vendo como podemos provocar mais situações de golo. Todos os ajustes que são feitos durante o jogo são importantes.”


A escolha do onze
“Tenho um plantel não muito vasto em soluções, mas é muito competente e com jogadores de grande nível e qualidade. Tento sempre ajustar da melhor maneira e estrategicamente estamos preparados para os desafios. Nenhum treinador pensa nos jogos futuros pois o mais importante é o presente. Hoje entraram os 11 que achei que me davam mais garantis para ganhar.”

Seis jogos, seis vitórias
“Estamos no bom caminho e demos continuidade ao que de bom temos feito no campeonato. Não olhamos para os nossos rivais e para aquilo que fazem, só olhamos para nós e para o nosso trabalho, que é chegar ao fim de semana e ganhar. O campeonato é muito longo, é uma maratona com muitas etapas. Não estamos em bicos de pés e temos consciência do muito trabalho que ainda temos pela frente.”

O mar azul
“O apoio que os nossos adeptos nos têm dado é fantástico. Existe uma simbiose perfeita entre a equipa e os adeptos e vice-versa. Fico extremamente contente. O meu obrigado a todos os que vieram aqui apoiar-nos. Que este mar azul continue pois é sempre uma grande força para nós.”



RESUMO DO JOGO