30 novembro, 2018

MOREIRENSE É O ADVERSÁRIO NOS "OITAVOS" DA TAÇA DE PORTUGAL.


Jogos da 5.ª eliminatória disputam-se entre 18 e 20 de dezembro

O sorteio realizado esta sexta-feira na Cidade do Futebol, em Oeiras, ditou que o FC Porto vai receber o Moreirense nos oitavos de final da Taça de Portugal. A eliminatória disputa-se entre 18 e 20 de dezembro.

A história da Taça de Portugal conta dois jogos entre as duas equipas, sendo que ambos foram ganhos pelos Dragões e disputados em Moreira de Cónegos, o último dos quais na época passada, a contar para os quartos de final, que terminou com uma vitória por 2-1. O primeiro duelo disputou-se na edição 2010/11, em que os azuis e brancos venceram por 1-0, seguiram para os “oitavos” e só pararam no Jamor, onde bateram o Vitória de Guimarães por 6-2.

O FC Porto chega a esta fase depois de ter afastado o Vila Real (6-0) e o Belenenses (2-0), enquanto o Moreirense eliminou o São Martinho (1-0) e o Sporting da Covilhã (3-0). Os Dragões já defrontaram os cónegos nesta temporada, no Estádio do Dragão, onde venceram por 3-0, em jogo a contar para a jornada 4 da Liga Portuguesa.

fonte: fcporto.pt

28 novembro, 2018

ENTRE A NATA DO FUTEBOL EUROPEU.


FC PORTO-SCHALKE04, 3-1

O FC Porto continua a prestigiar o futebol português além-fronteiras. Os Dragões continuam a pertencer à nata do futebol europeu, batendo-se por um lugar entre as melhores equipas da Europa. Ao quinto jogo da fase de grupos da Champions League, os azuis-e-brancos alcançaram o apuramento para os oitavos-de-final da prova e asseguraram o primeiro lugar do seu grupo.

Com esta performance, o FC Porto vai figurar como cabeça-de-série no próximo sorteio da Champions League. Mas antes disso, há prestígio a defender e milhões para conquistar. Para terminar a fase de grupos, os Dragões terão de cumprir mais um jogo na Turquia, diante do Galatasaray.


O jogo com o Schalke 04 iniciou-se com a certeza de que o FC Porto figuraria no próximo sorteio da UEFA. Faltaria saber se a questão do primeiro lugar ficaria ou não definida esta noite, no Estádio do Dragão. O certo é que essa questão ficou bem explícita e cabe aos azuis-e-brancos ocupar, com todo o mérito, o primeiro posto do Grupo D.

A primeira parte do jogo com os alemães foi complicada e bastante difícil de jogar. A equipa germânica montou um esquema tático de preenchimento das suas peças por todo o relvado do Dragão e pressionou o FC Porto desde o seu primeiro momento de construção. Os primeiros quinze minutos mostraram um jogo muito disputado no meio-campo portista, apesar do Schalke 04 não ter criado qualquer oportunidade de perigo para a baliza de Casillas.

Sérgio Conceição apostou no onze que venceu o Lokomotiv, na última jornada da fase de grupos. A equipa estava bastante equilibrada, mas tinha grandes dificuldades para sair para o ataque, logo no início da sua fase de construção.


Só aos 16 minutos é que o FC Porto chegou à baliza alemã com uma oportunidade de registo. Óliver e Marega combinaram na área, a bola foi aliviada por um defesa contrário e Danilo rematou fortíssimo para defesa de recurso do Guarda-redes Fahrmann. Quatro minutos depois, os Dragões tiveram a melhor oportunidade da primeira parte. Danilo rematou fortíssimo à entrada da área contra Marega. O maliano recuperou a bola e, em arco, rematou ao ângulo superior da baliza contrária. Fahrmann, com a ponta dos dedos, sacudiu para canto.

Depois o jogo voltou ao equilíbrio inicial, a ser muito disputado a meio-campo. As equipas voltaram a anular-se numa zona mais central do relvado. O intervalo chegava com algum sabor a injustiça.

A etapa complementar trouxe um FC Porto completamente transfigurado. Aos 52 minutos, o FC Porto abria o marcador, numa boa jogada pela direita. A bola sobrou para Óliver e Militão, num grande movimento de cabeça capaz de fazer manchetes nos jornais da capital se jogasse por outro clube, colocou a bola no canto inferior da baliza germânica. O mais difícil estava feito, mas os Dragões sabiam que não poderiam baixar o ritmo da partida.


Três minutos volvidos, jogada entre Corona e Brahimi pela direita colocou o mexicano na cara do golo e estava feito o 2-0. Dragão em festa e cada vez mais próximo de conquistar o primeiro lugar do Grupo. O FC Porto manteve a toada de ataque e procurou o terceiro golo, mas já sem aquela intensidade inicial da etapa complementar.

A equipa do Schalke 04 respondeu no minuto seguinte ao segundo golo com um remate à entrada da área, para Casillas defender a preceito. Um lance que criou algum susto para as hostes portistas.

No entanto, aos 60 minutos, surgiu um dos grandes momentos da noite a que só faltou o golo. Brahimi cruzou para Herrera, na grande área, e o mexicano de cabeça assistiu Felipe que, num pontapé de bicicleta, rematou com estrondo à trave. Um golo que, a concretizar-se, entraria, de certeza, para a galeria dos melhores golos da história da Champions League.

Até ao fim, o FC Porto controlou o jogo e não deu qualquer veleidade à equipa de Gelsenkirchen, excepto na parte final (88 minutos) quando Óliver Torres tocou a bola com a mão na área, na sequência de um cruzamento da esquerda do ataque germânico.


Pontapé de penalti prontamente assinalado pelo árbitro da partida. Na conversão, Bentaleb reduziu o marcador e voltou a colocar os alemães em jogo. No entanto, nos últimos minutos do tempo de compensação, Marega sentenciou a partida após um passe de Otávio que aproveitou uma má decisão de um jogador contrário.

Em cinco jogos, o FC Porto tem quatro vitórias e um empate e mais de 65 milhões contabilizados até ao momento, podendo aproximar-se dos 70 milhões em caso de vitória em Istambul na próxima jornada.

Destaques finais para as grandes exibições de Militão e de Felipe e para a grande dinâmica da equipa, principalmente na etapa complementar.

O FC Porto prepara de imediato o jogo com o Boavista, no Estádio do Bessa, no próximo Domingo, onde defende a liderança da Liga NOS. Aos Dragões não se exige mais do que a vitória no campo dos axadrezados.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Fizemos uma segunda parte fantástica"

Exibição consistente
“Criámos duas ou três ocasiões na primeira parte e não foi nada justo ir para o intervalo com o empate. Não me lembro de uma oportunidade de golo do adversário na primeira parte. Retificámos algumas coisas, os jogadores perceberam e fizemos uma segunda parte fantástica. Fizemos dois golos e podíamos ter feito mais dois ou três. Depois sofremos o golo de penálti, que podia ter abanado a equipa. Mas há um ambiente de confiança e isso nota-se dentro de campo. Fizemos uma segunda parte de grande nível, fizemos uma exibição consistente e estamos felizes com o apuramento.”

Variabilidade ofensiva
“Claro que gostava de contar com toda a gente, teria mais boas dores de cabeça, mas com os jogadores que temos à disposição, temos uma diversidade grande de soluções no processo ofensivo. Essa variabilidade no nosso processo ofensivo permite colmatar a ausência de um ou outro jogador. Mas obviamente que gostava de ter contado com o Aboubakar e o Soares nesta fase de grupos.”


O lance do golo de Militão
“Os esquemas táticos, as bolas paradas fazem parte dessa tal diversidade ofensiva. Era para o Óliver chutar de primeira, mas perdeu o timing e cruzou. Quando não rematou, ainda lhe chamei alguns nomes no banco, mas depois vi o golo e ficou tudo bem.”

Onde pode chegar o FC Porto na Champions?
“Podemos chegar amanhã ao Olival e preparar o jogo do Bessa no domingo.”



RESUMO DO JOGO

27 novembro, 2018

A BONITA HISTÓRIA DO FC PORTO NA MAIOR COMPETIÇÃO DE TODAS!


Segue já a seguir, a caminhada do FC Porto na mais importante e endinheirada competição de clubes do planeta, a milionária Champions League.

Com 10 pontos ao fim de 4 jornadas disputadas, o único clube português com verdadeira dimensão internacional, precisa apenas de 1 ponto para seguir caminho até ao grupo de 16 clubes europeus que vão disputar a fase a eliminar da competição onde estão presentes as melhores equipas, os melhores jogadores e os melhores treinadores. É assim desde há cerca de 26 anos, desde a longínqua época de 1992/1993 que a regra é o FC Porto estar presente na fase a eliminar da competição, algumas vezes até em fases muito adiantadas (venceu em 2004, meias-finais em 1994), enquanto que para os restantes clubes portugueses é tão rara a passagem da fase de grupos que os dedos de uma só mão se calhar devem ser suficientes para contar as vezes em que tal aconteceu.

As razões que sustentam o sucesso do FC Porto ao longo dos anos na mais importante competição de clubes a nível mundial não têm que ver com sorte nos sorteios, com o estado do tempo ou a temperatura ambiente (3 argumentos igualmente estúpidos), têm a ver com a única maneira de ter sucesso numa competição em que entram todos os tubarões europeus: COMPETÊNCIA!

Não, não é por acaso que o FC Porto venceu a Champions League em 2004, numa competição onde enfrentou por exemplo o Real Madrid, o Manchester United de Ferguson (bem diferente do atual Manchester...), o Lyon (que era campeão francês com a mesma frequência que o PSG o é por estes anos) ou o Deportivo da Corunha (que na altura era uma espécie de Atlético Madrid).

Não é por acaso que o FC Porto nas 26 edições da Champions League, para além da épica edição de 2004 onde se sagrou campeão europeu pela 2ª vez na sua história, atingiu as seguintes façanhas (sim, porque competiu quase sempre frente a clubes com orçamentos bem maiores, jogadores de topo, treinadores do melhor...):
  • Meias-finais em 1994, perdendo em Camp Nou frente a um Barcelona de Stoichkov e Romario, sendo que na fase de grupos o FC Porto ficou a 1 ponto do Milan, a melhor equipa europeia da altura, que nas Antas empatou a zero golos, num jogo onde o FC Porto esteve muito perto de vencer o gigante italiano e poder ter a possibilidade de defrontar não o Barcelona em Espanha, mas sim o Mónaco no estádio das Antas.

  • Quartos-final em 1997, apenas 3 anos depois de ter sido semifinalista, o FC Porto com uma fase de grupos irrepreensível (16 pontos em 18 possíveis) caiu em Old Trafford, num jogo marcado por alguns equívocos táticos de um treinador arrojado, que nunca tinha medo de nenhum adversário, mas que naquele jogo errou.

  • Quartos-final em 2000, após passar 2 fases de grupos com Real Madrid e Barcelona pelo meio, o FC Porto foi alvo de um dos maiores roubos que jamais me lembro de ter visto nas competições europeias. Não há meias palavras, nem formas de dourar a coisa, foi um roubo descarado aquele que o FC Porto foi alvo em Munique. Uma eliminatória perdida por uma unha negra, com um golo sofrido após um livre inventado por um árbitro escocês…

  • Quartos-final em 2009, mais uma edição em que o FC Porto ficou a uma “unha negra” das meias-finais, quando perdeu frente ao Manchester United por 3/2, com o golo que fez a diferença a favor dos ingleses a ser considerado anos mais tarde como um dos melhores golos de sempre das edições da Champions League.

  • Quartos-final em 2015, para a história mais do que tudo fica em termos de resultados que o FC Porto atingiu o “filtro” das 8 melhores equipas, perdendo para o Bayern Munique treinado por Guardiola (só o melhor treinador do mundo há já vários anos…) por um agregado de 7/4 na eliminatória.
Em conclusão, uma bonita história do FC Porto na Champions League. Não é para qualquer clube europeu ter na história da Champions League uma vitória, uma presença nas meias-finais, quatro presenças nos Quartos-final e diversas presenças nos oitavos-final. Temos todas as condições para este ano continuar a escrever a bonita história do FC Porto nesta competição.

24 novembro, 2018

POTÊNCIA MÁXIMA.


FC PORTO-BELENENSES, 2-0

Após uma paragem de quinze dias por causa dos compromissos das selecções nacionais, o FC Porto retomou o seu caminho e manteve a senda de vitórias. Desta vez a vítima foi o Belenenses que sentiu o poder de fogo dos Dragões. Sérgio Conceição alertou para os perigos deste jogo, nomeadamente a referência à qualidade da equipa de Belém, mas também à expectativa de ver como os jogadores se iriam apresentar após a paragem das competições.

O treinador portista fez algumas modificações no seu onze habitual. Casillas, Maxi, Danilo, Marega e Brahimi não surgiram em campo, mas os colegas que se apresentaram no relvado do Dragão deram uma excelente réplica. Fabiano, Corona (lateral direito), Otávio, André Pereira e Adrián fizeram jus à chamada de Sérgio Conceição.

O FC Porto entrou no jogo de uma forma intensa mas sem descurar o equilíbrio da equipa. A resposta da equipa foi boa e permitiu marcar cedo, dando alguma tranquilidade. A jogada que abriu o marcador na noite chuvosa do Dragão é muito bonita. Corona combinou com Adrián López, entrou na área contrária e entregou de bandeja para Soares empurrar a bola para as malhas.


O Belenenses sentiu o golo, procurou fazer o seu jogo mas o FC Porto não dava espaços aos azuis de Belém. Inclusive, a equipa portista mostrou uma frescura física e uma disposição fantástica para o jogo, numa noite em que a chuva caiu com bastante intensidade e, com o decorrer do encontro, o relvado mostrou-se gradualmente mais pesado.

Nesta primeira parte, registo apenas para um lance de perigo para a baliza de Fabiano. Numa desmarcação de Licá na grande área, o avançado belenense perdeu posição, rodou sobre si próprio e rematou sem grande convicção para defesa segura do Guarda-Redes portista. Pelo seu lado, o FC Porto perdeu três oportunidades de golo. Uma por André Pereira, outra por Corona e a terceira num centro-remate de Óliver que bateu na trave de Mika.

A etapa complementar previa, quiçá, um Belenenses mais atrevido e a arriscar um pouco mais, mas o FC Porto mantinha o acelerador a fundo, com potência máxima. Os Dragões procuravam o segundo golo para poder gerir melhor o jogo com mais conforto e alguma tranquilidade.


À passagem do minuto 55, Herrera ganhou posição na área e foi rasteirado. Otávio, chamado à conversão do castigo máximo, desperdiçou a oportunidade de ampliar o resultado. Mais uma das muitas grandes penalidades que o FC Porto desperdiça ao longo dos últimos anos. É preciso fazer um exaustivo exercício de memória para conseguirmos perceber se há alguma equipa que não concretiza tantas grandes penalidades como o FC Porto.

Otávio redimiu-se minutos depois, numa bela jogada de ataque. O médio brasileiro, em slalom, ultrapassou três adversários e rematou para a baliza, obtendo um golo muito bonito. A meia hora do fim do jogo, o FC Porto tinha praticamente a eliminatória sentenciada.

A partir daí, os azuis-e-brancos geriram o jogo e começou-se a pensar no importante compromisso da próxima Quarta-feira com o Schalke 04, sem nunca deixar de se procurar a baliza do Belenenses. Sérgio Conceição fez também a gestão dos seus activos. Otávio, André Pereira e Óliver cederam os seus lugares a Sérgio Oliveira, Marega e Mbemba.


O Belenenses dispôs de duas boas oportunidades com Fabiano em grande plano, a mostrar que está pronto para defender a baliza portista em qualquer jogo. Aos 75 minutos, Eduardo rematou fortíssimo para Fabiano voar e sacudir a bola para canto. E a dois minutos do fim, o guarda-redes brasileiro dos Dragões evitou outro golo, num desvio de Corona que se encaminhava para a baliza.

O FC Porto foi uma equipa muito competente, revelou estar bastante preparada para este jogo e apresenta-se, actualmente, num momento de forma muito bom para encarar mais um ciclo de jogos que se vai prolongar até ao fim de Dezembro.

Na Quarta-feira, os Dragões terão uma prova de fogo, na recepção ao Schalke 04, jogo a contar para a 5ª Jornada do Grupo D da Champions League. É um jogo crucial porque permite, em caso de empate, carimbar o acesso aos oitavos-de-final da competição e, em caso de vitória, assegurar o primeiro lugar no grupo.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Ganhámos com toda a justiça"

Parabéns aos jogadores
“Ultrapassámos um adversário que é sempre incómodo e difícil. Fizemos um bom jogo, com várias situações de golo. Condicionámos o Belenenses naquilo que gosta e sabe fazer, por isso os jogadores estão de parabéns. Era uma eliminatória importante, que não teve a atenção merecida, sobretudo por parte da imprensa escrita. Foi um jogo acima da média, num relvado muito difícil, principalmente na segunda parte. O relvado ficou pesado e foi difícil circular a bola. Para nós, que jogamos praticamente 60 ou 70% no meio-campo adversário, é importante o relvado estar bem, sobretudo tendo em conta a dinâmica da equipa.”

Jogo a jogo
“Pensamos jogo a jogo. Este era um jogo importante e a eliminar, e nos jogos da Taça tudo pode acontecer. Minimizámos o risco disso acontecer e fomos atrás do que queríamos: ganhar. Ganhámos com toda a justiça perante um adversário de qualidade e bem orientado, que cria muitas dificuldades quando joga contra os grandes. Se não tivéssemos preparado bem o jogo e se não fôssemos fiéis aos nossos princípios, poderíamos ter tido muitas dificuldades hoje.”

Sem poupanças
“Não poupo em nada, nem dinheiro, sou um mãos largas. Tínhamos preparado o jogo com determinados jogadores e tinha de respeitar o que trabalhámos diariamente. Achei que o onze que começou era o melhor para defrontar o Belenenses. Se tivéssemos sido mais eficazes, talvez tivéssemos construído um resultado mais robusto, mas o mais importante foi a vitória. Nos últimos 20 minutos comecei a pensar numa outra mudança tendo em vista o jogo de quarta-feira, mas antes deste jogo o nosso foco estava totalmente no Belenenses.”


Mais um ciclo exigente que aí vem
“Faz parte, mas é bom jogar. Cada vez que entramos em ciclos de jogos de três em três dias, é sempre bom. A competição ajuda a equipa a crescer, mas precisamos de um bom relvado. De qualquer forma, com as condições climatéricas dos últimos dias, era difícil ter um relvado de qualidade do início ao fim. Lembro-me muitas vezes do melhor relvado que apanhei na vida, o do Estádio das Antas.”

Oito vitórias consecutivas
“Estou agradado, temos ganho os nossos jogos e feito a nossa obrigação. Mas há sempre coisas a melhorar e um treinador e um eterno insatisfeito. Temos uma base já bastante sólida, mas vamos à procura da perfeição. Estamos num bom momento e tudo o que é pedido, está lá a intenção. Isso deixa-me muito feliz. Tudo o que é pedido, é aceite pelos jogadores. Tenho um grupo fantástico. Existe um grande respeito entre todos.”

O(s) penálti(s)
“Há mérito do guarda-redes, embora admita algumas dificuldades a bater. Ainda ontem treinámos penáltis e, quem bate, normalmente bate bem. Gostávamos de fazer sempre golo nessas situações. Na próxima vez, se estiver a jogar, vai ser o Otávio a bater outra vez.”

Adrián López
“O Adrián jogou como treina todos os dias. É um profissional sério e dedicado. Achei que era importante ele jogar hoje, até porque o Brahimi tem feito muitos jogos. O Adrián dá-me todas as garantias no dia a dia de que é uma opção válida.”



RESUMO DO JOGO

22 novembro, 2018

QUANDO VOLTAS, MÁGICO DECO?


“Que bonito é, que bonito, que bonito…! As bandeiras estão desfraldadas ao vento… Nós queremos agradecer aos Deuses do Futebol esta felicidade que nos enche a alma, que põe um país parado, um país emocionado! É golo do PORTO! Foi ele, balançou a rede, finalmente aparece o toque de génio e aparece o segundo do Porto!”
2004, na impronunciável Gelsenkirchen. Quem, de azul e branco, não sonha voltar a viver algo do género? Pois bem, hoje a crónica é para homenagear um dos que mais contribuíram para aquela glória tamanha. O número 10, que fintava com os dois pés, que era melhor que o Pelé. DECO!

Para os mais novos que não tiveram a divina oportunidade de ver jogar o Mágico: imaginem um Oliver, mas mais rápido, mais forte, com mais e melhor remate, mais incisivo, mais repentista. Mas sempre, mesmo sempre, pensador, criativo, inovador. Porque via à frente dos outros, porque fazia coisas que os outros só percebiam quando elas já estavam feitas. Polivalente, construtor, vagabundeando de uma área à outra. Deco era o cérebro da equipa, porque em cada movimento acrescentava-lhe uma ideia diferenciadora, uma iniciativa disruptiva, uma jogada fantástica, um drible fantasista, um remate espontâneo, um golo inesperado, uma assistência primorosa. Deco era o nosso Zidane, o nosso Maradona, o nosso Pelé. Era mais que isso, porque vestia de azul e branco. Deco é, pura e simplesmente, o mais brilhante jogador que tive oportunidade de acompanhar de azul e branco. Certamente um dos maiores da nossa história.

Aquele FC Porto 2004 – Barcelona 2006 em 2014 no Dragão foi a homenagem perfeita. As duas melhores equipas em que ele jogou a tentar recuperar a glória antiga, a honrar o seu legado. E aquele golo final é mesmo o melhor resumo daquilo que era a sua classe. Talvez nem sempre tenhamos sido inteiramente justos com os nossos maiores, mas com Deco creio que não podíamos ter feito a coisa de melhor forma. Não há melhor legado do que este deixado por Deco: não há um único dia em que eu não suspire por ver um “Novo Deco” a vestir de azul e branco. Alguém da tarimba dos melhores do mundo, que defenda as nossas cores e coloque quem ama este clube na sua verdadeira “cadeira de sonho”: o topo!  

Obrigado por tudo mágico Deco, aguardo ansiosamente, e esperançosamente também, pelo dia em que “voltes a jogar”.

É o número dez, finta com os dois pés, é melhor que o Pelé. É o Deco! Allez Allez
Quando voltas, Mágico?


21 novembro, 2018

REBUÇADOS.


Neste interlúdio competitivo a nível de clubes, a surpreendente boa prestação da selecção de todos nós na Liga das Nações - subtraída de alguém que se julga mais do que nós para nos representar - permitiu que a organização desta estreante competição do calendário oficial da UEFA, tenha sido entregue a Portugal.

A razão de tal privilégio, deveu-se a que os países que se candidataram a esta organização foram Portugal, Itália e Polónia, curiosamente todos do mesmo grupo. Como tal, por exclusão de hipóteses, sabia-se logo à partida, que o vencedor do grupo, traria para o seu país a primeira final desta estranha competição.

Explicadas as razões desta nossa "vitória" organizativa, o que foge absolutamente ao pensamento Tuga habitual, foi a escolha do Estádio do Dragão, e o Estádio D. Afonso Henriques, para a recepção dos 4 jogos desta fase final, em que estarão presentes Portugal, bem como Inglaterra, Holanda e Suíça. Apesar de a UEFA ainda não ter decidido o palco da final, a imperar a lógica, será previsível que o jogo decisivo seja disputado em nossa casa.

Saúda-se que, FINALMENTE, tenha sido tomada uma decisão concreta de mostrar que Portugal não se esgota na Capital do Império. A esponjosa absorção de tudo quanto é evento de projecção internacional, em favor de Lisboa, é um dos piores cancros do país, que urge ser curado. Resumir isto a uma questão de esquerdas e direitas, é uma análise coxa.

Esperemos apenas que esta iniciativa tenha muitas réplicas, em vez daquela sensação omnipresente de ser apenas um mero rebuçado de compensação.

O fantasma xenofobo de Scolari ainda paira em muitos corações portistas. Nunca mais, após esse senhor, a nossa relação com a equipa das Quinas foi a mesma. Contudo, é do nosso interesse mostrar a força e paixão do Norte no sucesso desta competição, nomeadamente no que aos jogos no nosso Estádio diz respeito. É o nosso prestigio que está em causa.

Não me surpreenderiam muitos sorrisos a sul, caso o resultado fosse um fiasco.

Cumprimentos Portistas.

17 novembro, 2018

SÉRGIO CONCEIÇÃO – LEGADO, MÍSTICA, PATRIMÓNIO GENÉTICO.


Depois de quatro anos sem ganhar, era mais ou menos consensual que o FC Porto precisava de algo que rompesse com o passado recente, algo que mudasse radicalmente a forma como as suas equipas se apresentavam em campo, a capacidade mental com que iam para jogo, o compromisso, a capacidade de abrir as defesas contrárias, a mentalidade em momentos adversos do jogo, a resposta dos jogadores perante arbitragens encomendadas. Havia que devolver às equipas do Porto a máxima pedrotiana do clube: entrar em campo, todos os jogos, para ganhar.


Lopetegui e NES eram treinadores abnegados e competentes, mas aos quais faltava claramente qualquer coisa, fosse o conhecimento detalhado daquilo que é o futebol nacional, fosse aquela coisa etérea a que os azuis-e-brancos chamam de mística. Por uma razão ou por outra ficava sempre a sensação de que as nossas equipas falhavam nos momentos decisivos e que, por outro lado, também não faziam tudo o que estava ao seu alcance para atingir os objectivos propostos.

O termo Penta travestido de vermelho corria o risco de claramente pôr fim a um ciclo de 35 anos em que o FC Porto foi claramente dominador no panorama futebolístico nacional. Seria algo com que os portistas dificilmente conseguiriam lidar, habituados que estavam a dizer, vaidosamente, que todo o mundo tenta, mas só o Porto é penta.

Sérgio Conceição, homem da casa, entra no clube no momento mais difícil dos últimos anos, mas também paradoxalmente no momento ideal. Creio seriamente que, no ano transacto, fruto do caso dos e-mails levantado em horário nobre no Porto Canal logo depois dos festejos do tetra benfiquista, o FC Porto iniciou a época 17/18 com 3 pontos de avanço sobre o seu rival directo. Do ponto de vista psicológico, o então campeão iniciou a época algo fragilizado, atormentado e acossado pelo que vinha sendo colocado na imprensa e visto na posição de se ver questionada a veracidade dos títulos conquistados nas temporadas recentes.

Por outro lado, no plano interno, Sérgio Conceição herdava um Mar Azul em crescendo, fruto de uma união surgida últimos meses do mandato de NES, como reacção às escandalosas arbitragens desse final de temporada. Pese embora não ter sido suficiente para alcançar o título, notava-se que algo estava ali a nascer, a despontar: era o tal Mar Azul, ainda envergonhado, mas claramente a salivar por alguém que o potenciasse.

E essa maximização do Mar Azul dá-se com um nome: Sérgio Conceição. Qual cavaleiro salvador, vindo de França para auferir salário consideravelmente menor, regressa a casa o filho pródigo.

Sérgio Conceição não foi apenas mais um jogador do FC Porto. O clube teve vários ex-jogadores que seguiram carreiras profissionais de treinador, mas nem todos têm aquele clutch necessário para treinar o clube. Sucede que o perfil de Sérgio-treinador é exactamente igual ao perfil do Sérgio-jogador: raça, ambição, ódio pela derrota, mau feitio. No fundo, um estilo muito portista de antes quebrar que torcer, de comer a relva.

E aqui entra a importância do contexto histórico de Conceição no Porto. Sérgio carrega consigo o legado de vitória do FC Porto, a génese pedrotiana por excelência. Não é por acaso que a sua cultura de balneário e de união do grupo de trabalho tem tanta importância com SC, ela deriva do valor que António Oliveira dava a isso nas Antas. E não nos podemos esquecer de que Oliveira foi o discípulo por excelência do Mestre Pedroto.

A mentalidade que impregna nas suas equipas, o crescimento que fomenta em cada jogador, a capacidade de união do grupo de trabalho, os dotes comunicacionais agressivos e directos, sem medo da imprensa e sem papas na língua, nem necessidade de agradar a empresários, são tudo características que são dele, mas que podiam também ser de Oliveira ou de Pedroto.

Uma postura de independência, mesmo dentro do próprio clube. E isso, com o Presidente ao leme, não se pode dizer que seja fácil de conseguir. Por isso o disse, no final da época passada, que era curioso ninguém ter reparado que este foi o primeiro título azul-e-branco em que o treinador foi mais aplaudido que o próprio Presidente. E isso nunca aconteceu, nem com Mourinho, nem com Villas-Boas, que até lograram feitos maiores.

Não é por acaso que Sérgio Conceição ganha duas vezes seguidas nos Barreiros, nem é por acaso que SC se mostra tão compenetrado na Taça da Liga. Nem é por igual acaso que SC criou a tal roda no final dos jogos. Há um conhecimento profundo do clube, da sua essência, das suas guerras e dos seus infortúnios, dos seus auspícios e das suas desgraças, dos seus dramas e manias, que gera uma transcendência naquilo que SC representa para o FC Porto.

SC pode não ser o melhor treinador que já passou pelo FC Porto – e para mim não é: tem que melhorar consideravelmente na questão do controlo do jogo. As suas equipas são montadas e estruturadas de base para dominar as partidas, mas não para as controlar. Falta-lhe ainda fazer o trajecto de Sevilha até Gelsenkirschen, a tal mudança de chip que permitiu a Mourinho deixar de ter apenas uma equipa que praticava um grande futebol para uma equipa manhosa que controlava todos os momentos de um jogo de futebol. A primeira equipa ganha uma Taça UEFA, mas só a segunda consegue vencer uma competição como a Champions.

SC tem ainda um longo caminho no sentido de poder transformar a sua equipa numa máquina controladora dos adversários, mas já é desassombradamente um treinador que marca uma era.

Daí que, creio, o FC Porto tem aqui a oportunidade de ouro de perceber que os grandes treinadores se fazem com uma cultura e um berço portistas. Desenganem-se, pois, aqueles que pensam que Cruyff, Rijkaard, Guardiola e Luis Henrique tiveram sucesso no Barcelona apenas porque sim; foi ao contrário: foi o Barcelona que teve sucesso neles. Há várias formas de ganhar, é certo, tanto com Jesualdo Ferreira, como com Carlos Alberto Silva. Mas é mais fácil e mais intuitivo fazê-lo quando se contrata alguém que conhece a génese do clube, seja ele um Oliveira, um Villas-Boas ou um Sérgio Conceição.

No caso de SC, o caso é ainda mais gritante, visto que SC acabou por ser um dos substitutos do grande capitão João Pinto, tabelando com Capucho na ala direita do ataque portista. SC sabe o que eram as Antas, o seu significado e tem noção daquilo que é preciso fazer dentro de campo – muito mais que os outros! – para que o FC Porto saia vencedor.

O perfil de SC, a sua cara franzida, a sua têmpera e o seu olhar intimidador fazem parte desse património genético azul-e-branco e aproximam-no como nenhum outro da massa associativa. Daí que a média de espectadores de 45 mil pessoas por partida só possa surpreender os incautos ou distraídos.

O futebol é cada vez mais um negócio, é certo. Mas mesmo os negócios não vivem sem as pessoas, que vibram e, em última análise, pagam o negócio. E os portistas precisam como de pão para a boca de referências, de gente sua nos cargos, no fundo de gente como nós. Treinar todos treinam, treinar com mística, com cultura, com mentalidade, só alguns.

SC é o porta-estandarte da mística portista hoje em dia e seria atinado montar um projecto de futebol para o futuro em torno desta linhagem e desta mentalidade. Só assim o FC Porto pode continuar próximo dos seus adeptos e das suas gentes. E, paradoxalmente, isso significa também estar mais próximo das vitórias e dos troféus.

Rodrigo de Almada Martins

16 novembro, 2018

ESTÁDIO DO DRAGÃO: 15 ANOS, OUTRAS TANTAS MEMÓRIAS.


Desde que há 15 anos foi inaugurado, o estádio do FC Porto foi palco de conquistas várias, vitórias épicas e de múltiplas alegrias

1 – A inauguração mágica ­– FC Porto-Barcelona, 2-0 – 16/11/2003
Que era belo por fora, todos sabiam, que o era ainda mais por dentro apenas 51 mil pessoas tiveram a privilégio de o comprovar primeiro do que toda a gente. Quem lá esteve nunca mais se esquecerá daquela noite de Alegría, como canta a música que o batizou, de um espetáculo único, com a magia de Luís de Matos ao som do piano de Pedro Burmester, o hino do FC Porto cantado a capella por Isabel Silvestre e um convidado ilustre para o jogo de gala. O Barcelona estreava um menino chamado Messi, mas perdia por 2-0, com golos de Derlei e Hugo Almeida.

2 – O primeiro jogo oficial – FC Porto-União de Leiria, 2-1­ ­– 07/02/2004
Foi preciso esperar 83 dias para que o relvado, hoje um tratado, permitisse o regresso à casa nova e fosse palco do primeiro jogo oficial: FC Porto-União de Leiria para a jornada 21 do campeonato. Ao minuto 17, Maniche, o número 18, apontou o primeiro golo, inventado por Deco. O número 10 estendeu depois a passadeira para Maciel bater Helton, que uns anos mais tarde se tornaria o jogador que, até hoje, mais vezes pisou aquele relvado. Os leirienses reduziriam já no último quarto de hora, por Freddy.

3 – A estreia internacional – FC Porto-Manchester United, 2-1 – 25/02/2004
Primeira mão dos oitavos de final da Champions, a primeira noite europeia. O campeão inglês Manchester United, treinado por Sir Alex Ferguson, partia como favorito mas caiu com estrondo e estupefação só para quem não assistiu ao jogo. O sul-africano Fortune colocou, com fortuna, os devils em vantagem, mas quem brilhou foi o compatriota Benni McCarthy: ainda na primeira parte, rematou sem hipóteses para Tim Howard que, já no final da segunda, bem se esticou mas não segurou um cabeceamento fulminante do avançado que, à Jardel, voou sobre os centrais.

4 - O recorde de espectadores – FC Porto-Deportivo Corunha, 0-0 – 21/04/2004
50.818 espectadores assistiram à primeira mão da meia-final da Champions. A marca permanece e permanecerá imbatível, porque entretanto a lotação do estádio baixou para 50.033, para cumprir as normas de segurança da UEFA. Não havia espaço para mais ninguém, mas também não houve golos e por isso ficou tudo adiado para duas semanas depois. No Riazor, um penálti que Derlei transformou em golo já no prolongamento colocou o Super Porto de Mourinho a caminho de Gelsenkirchen para se sagrar campeão europeu pela segunda vez na história do clube.

5 – O jogo de abertura do Euro 2004 – Portugal-Grécia, 1-2 – 12/06/2004
Ainda não tinha cumprido o sétimo mês de vida e já tinha o mundo todo de olhos postos nele quando abriu as portas para ter a honra de receber o pontapé de saída do Euro 2004 que Portugal organizou pela primeira vez. A cerimónia de abertura inspirou-se na epopeia dos Descobrimentos e inundou o tapete verde de azul do mar para dar as boas-vindas às 16 seleções participantes. A luso-canadiana Nelly Furtado cantou “Força”, o hino do torneio, mas foi a Grécia quem a teve, ao derrotar a seleção portuguesa por 2-1, deixando o país em estado de choque.

6 – O primeiro concerto –­­ Rolling Stones – 12/08/2006
Passavam exatos mil dias desde a inauguração quando exibiu pela primeira vez toda a sua multifuncionalidade, transformando-se numa enorme numa sala de concertos. Naquele que foi então o maior palco alguma vez montado em Portugal, uma das bandas mais bem-sucedidas deu um espetáculo de duas horas de uma energia inesgotável perante 47 mil espetadores. “É muito bom tocar nesta linda cidade pela primeira vez”, disse Mick Jagger a certa altura. Os Stones adoraram do Porto e o Porto delirou com os Stones numa noite de verão memorável.

7 - O segundo tetra – FC Porto-Nacional, 1-0 – 10/05/2009
Minuto 47: um canto cobrado por Raul Meireles termina com Bruno Alves, na zona de decisão, junto à marca de penálti, a cabecear sem levantar os pés do chão e sem hipóteses para Bracali. Foi o golo 200 no Dragão, o golo da vida do central que, em entrevista à Dragões, o distinguiu como o mais relevante de todos os que marcou, porque valeu um campeonato, o segundo tetracampeonato do FC Porto, o 24.º título do historial e o 14.º em 20 temporadas, que fez de Jesualdo Ferreira o primeiro treinador português a somar três títulos de forma consecutiva.

8 – A mão-cheia – ­FC Porto-Benfica, 5-0 – 7/11/2010
Varela marcou o primeiro, Falcao o segundo e o terceiro, e depois Hulk imitou-o: fez um e a seguir mais outro, porque só quatro era pouco: 5-0. O FC Porto vergou o Benfica a mais uma goleada histórica - igual à que tinha imposto 12 anos antes em casa do grande rival - e saiu ainda mais líder do campeonato em que foi rei e senhor, em que somou 27 vitórias, três empates e não perdeu um único jogo. A conquista matemática do título foi confirmada a cinco jornadas do fim em pleno Estádio da Luz apagada e de rega ligada.

9 – O primeiro póquer – FC Porto-Villarreal, 5-1 – 28/04/2011
Ao intervalo, a eliminatória pendia para os espanhóis, mas o FC Porto ainda foi a tempo de viver uma das mais gloriosas noites europeias. Uma segunda parte demolidora, à imagem daquela equipa de sonho de André Villas-Boas, afundou o submarino amarelo com uma manita. Falcao foi o herói: assinou um póquer, igualou o recorde de 15 golos numa edição da Liga Europa, que depois superaria, e colocou os Dragões com um pé na final de Dublin, onde 20 dias depois, venceriam o Braga por 1-0 e conquistariam o sétimo troféu internacional do palmarés.

10 – O minuto Kelvin – FC Porto-Benfica, 2-1 – 11/05/2013
Jogava-se o tempo de compensação, o empate persistia e quando começava a parecer uma fatalidade, um pé esquerdo vagabundo virou o mundo ao contrário - o pesadelo virou sonho, o impossível possível, a angústia uma alegria indescritível. Nunca o Dragão terá explodido da forma como o fez naquele minuto 92 e, talvez por isso, por ocasião do 13.º aniversário, tenha sido eleito pelos adeptos como o melhor momento que ali viveram. Com o golo de Kelvin, o FC Porto tirava o primeiro lugar ao Benfica a uma jornada do fim da Liga para, oito dias depois, se sagrar tricampeão nacional pela terceira vez no seu historial.

11 – Deco para sempre – FC Porto 2004-Barcelona 2006, 4-4 – 25/07/2014
Foi com uma homenagem digna de um campeão que Anderson Luís de Souza, ou simplesmente Deco, se despediu do futebol. O jogo que opôs o FC Porto campeão europeu em 2004 ao Barcelona que venceu a Champions em 2006 permitiu uma viagem no tempo e, no final, registou um empate a quatro golos, com o mágico a marcar pelos dois clubes que mais troféus lhe deram a conquistar. O Dragão aplaudiu Deco de pé, fez-lhe a vénia que merecia e disse adeus ao mítico número 10, que fintava com os dois pés e que dizíamos ser melhor que o Pelé.

12 – Uma lenda na baliza – FC Porto-Guimarães, 3-0 – 15/08/2015
Aboubakar bisou, Varela fechou a contagem, mas naquele dia os holofotes estavam virados para Iker Casillas que ali se estreava oficialmente pelo FC Porto e se tornava o primeiro campeão do Mundo de seleções a representar o cube. O jogo foi transmitido em Espanha e por 30 canais em várias televisões de todo o mundo e o momento que Iker garante nunca mais esquecer fez mesmo capa do jornal espanhol AS. Desde então, entrou no top 10 dos guarda-redes que mais vezes vestiram de azul e branco e juntou dois troféus a um currículo sem igual em Portugal.

13 – Em 2015 como em 1987 – FC Porto-Bayern Munique, 3-1 – 15/04/2015
Quase 28 anos depois, a reedição da final de Viena: o FC Porto vestiu o fato de gala das melhores noites europeias e voltou a bater aquela que então era para muitos a melhor equipa do planeta, com seis campeões do mundo no onze, com um dos melhores treinadores de sempre no banco. A vitória número 200 em 265 jogos em todas as competições no Dragão foi também a primeira derrota dos alemães em Portugal e a segunda frente a um emblema português, depois de a 27 de maio de 1987 ter perdido para os portistas a Taça dos Clubes Campeões Europeus.

14 – Tantos milhões – FC Porto-Leipzig, 3-1 – 02/11/2017

Mais um jogo frente a um adversário alemão que ficou marcado na história do Dragão. 41.616 pessoas assistiram à vitória do FC Porto sobre o Leipzig e permitiram que o estádio, a nove dias de completar 14 anos de vida, ultrapassasse a marca dos 12 milhões de espectadores, depois de ter superado a barreira dos 10 na receção ao Vitória de Guimarães, a 15 de agosto de 2015, no dia em que Casillas defendeu pela primeira vez a baliza portista em encontros oficiais. Em pouco mais de dois anos, portanto, foram mais de dois milhões que passaram pelo recinto.

15 – Um título que valeu por cinco – FC Porto-Feirense, 2-1 – 06/05/2018
O jogo que era para ser do título foi, afinal, o da consagração. O FC Porto entrou em campo com o campeonato no bolso desde a véspera, à custa do empate entre os rivais de Lisboa, mas nem por isso tirou o pé do acelerador. O campeão voltou, festejou mas não brincou em serviço, até porque no banco estava Sérgio Conceição, o quarto ex-futebolista do clube a ser campeão também como treinador e que colocava um ponto final no jejum de quatro anos de conquistas, o maior da era de Jorge Nuno Pinto da Costa. Foi o 24.º título da vida do Dragão.

fonte: fcporto.pt

15 novembro, 2018

MOMENTO.


Primeiro lugar no campeonato. Liga dos Campeões bem encaminhada. Bem vivos nas outras competições.

Recorde de assistências no Dragão. Um treinador e uma equipa que dão confiança a todos os Portistas.

Rivais que têm treinadores a prazo ou acabados de chegar. Envoltos em processos, descrentes nos seus.

Significa que o caminho será fácil? Não, nunca é. No entanto dificilmente poderíamos pensar num melhor cenário há relativamente pouco tempo.

Em todas as frentes, em todas as modalidades, é tempo de manter a pressão. Nos campos, nos pavilhões, no dia-a-dia. O momento é nosso, temos de manter a concentração e a união.

Usufruamos do prazer de sermos Portistas. De estarmos na frente, de estarmos a servir fria a vingança de tantos anos de humilhação. Porque é disso que se trata, de vincar que somos a Invicta e que nos podem torcer mas nunca quebrar.

O FC Porto está bem vivo e recomenda-se, digam o que disserem. Vamos aproveitar o momento!

14 novembro, 2018

NÃO HÁ FOME QUE NÃO TRAGA FARTURA.


Reza um velho provérbio popular que "não há fome que não traga fartura". O fim de semana passado, foi uma clara materialização desse ditado. A fortuna definitivamente aproveitou para assentar arraiais pelo Dragão. Esperemos que a hospitalidade seja boa, e por lá se mantenha.

Não só assistiu ao jogo no estádio, onde vibrou com duas bolas adversárias ao ferro, e um falhanço de baliza aberta de um dos melhores avançados da liga, como ainda mostrou interesse pelo hóquei, onde após um inenarrável jogo no antro da Luz, a competência portista, aliada a uma conjugação surpreendente de resultados dos rivais, nos colocou na liderança.

Obviamente, atribuir a totalidade dos louros à fortuna, seria uma difamação injuriosa para o esforço e competência dos nossos jogadores, que lutaram e procuraram sempre a vitória. Contudo, como bem sabemos por um passado recente, não há campeões sem uma pontinha de sorte.

Entrando no relvado propriamente dito, foi uma semi-surpresa a qualidade demonstrada pelo Braga, bem acima do que tenho visto nas equipas da 2ª circular. Personalizados, ambiciosos, com qualidade, valorizaram em muito a nossa vitória. Diria mesmo, que foi a equipa mais forte com que jogamos esta época. Champions inclusive.

Não fosse o golo, um belo, saboroso e decisivo golo, este seria mais um jogo morno de Tiquinho Soares. Lutador, mas trapalhão, continua longe da sua melhor forma, e incapaz de fornecer os apoios que a equipa necessita. Esperemos que o tento obtido o motive a melhorar. Se somarmos que ao seu lado temos Marega, com as suas características peculiares, temos uma equipa desequilibrada no seu processo de construção ofensiva, com os avançados a contribuírem (muito) pouco na sua execução, deixando todos os encargos no médio ofensivo (Óliver) e alas (Brahimi e Corona) com pontuais apoios dos laterais. É limitado para ganhar a boas equipas. Mérito de Conceição por tirar o coelho da cartola com a entrega de uma das laterais a Corona, ganhando assim mais um elemento ofensivo (Herrera).

Aguardemos se o Pai Natal trará alguma alternativa para a frente. Sérgio Conceição bem precisava. Pois um dia, a fortuna pode procurar outras vistas.

Curtas:

- Na passada 6ª feira, foi divertido ver alguns media deleitados com a palavra "Arguido" colada ao FC Porto, nomeadamente aos seus administradores, Pinto da Costa inclusive, bem como a Diogo Faria. Motivo? Ofensa à pessoa pública, mais especificamente, o slb.
Sobre o ridículo desta situação, nem valerá a pena comentar.
O que me causa mais urticária, é porque uns continuam a ser filhos, outros enteados?
Mais concretamente o porquê, de num certo clube da capital do império, enterrado em estrume até ao pescoço, a justiça continuar a usar delicadas pinças na escolha de culpados. Que o diga Luís Filipe Vieira.

- Num clube esverdeado, onde o masoquismo é quase uma religião, saúda-se a compreensão, coração e capacidade humanitária de ajuda dos portugueses, nomeadamente a franja que segura o apito. Os treinadores vão e vêm, mas o apito amigo nunca os abandona. Para uma equipa perdida desde abril último, é inacreditável a diferença de 2 pontos para a liderança. Haja cúmulo para a bondade!

- São conhecidas as paixões da imprensa nacional pelo Paulinho Fonseca, pelo Marco Silva ou pelo Leonardo Jardim.
Entretanto, longe dos holofotes, Vítor Pereira vai colecionando títulos de campeão. Mais um, neste caso aos comandos do Shanghai SIPG, quebrando um ciclo de 7 (?!) títulos consecutivos do Guangzhou Evergrande, no emergente campeonato chinês. Os meus parabéns a um grande - e injustiçado - treinador.

12 novembro, 2018

SÉTIMA CONSECUTIVA.


Não há qualquer dúvida que após a segunda derrota do FC Porto no campeonato, altura em que Sérgio Conceição afirmou que "se calhar seria a última derrota do FC Porto para o campeonato", a melhoria da equipa foi evidente, como bem revelam as 7 vitórias consecutivas.

É verdade que a equipa ainda está longe do nível elevado atingido em muitos momentos a época passada, mas há sinais bastante positivos relacionados sobretudo com a intensidade e dinâmica ofensiva da equipa, duas imagens de marca do FC Porto campeão versão Conceição.

Para além do bom comportamento coletivo, sobressai a subida exponencial de forma de vários elementos, sendo o caso mais flagrante o de Otávio. Costumo dizer que o futebol não é assim uma ciência tão oculta como isso, como alguns "especialistas de tv" querem fazer crer com teorias super-complicadas sobre táticas, posicionamentos e jogadores. Perceber que um jogador é fraco e não tem qualidade é relativamente simples, bastam ver alguns jogos para confirmar a falta de qualidade. Perceber que um jogador tem qualidade também não é muito difícil, basta por vezes apenas um jogo para perceber se estamos perante um craque ou não, claro que depois existem uma série de fatores que influenciam o desempenho de um jogador, como a capacidade física e aspeto mental, ou seja, a atitude perante o jogo, algo que hoje em dia faz toda a diferença.

Relativamente a Otávio, bastou para mim ver um célebre Braga vs Guimarães disputado na Pedreira em fevereiro de 2016, num eletrizante empate a 3 bolas, para perceber que de facto é um jogador com uma capacidade técnica acima da média, muito acima da média aliás. Naquele jogo o brasileiro sozinho praticamente detonou a Pedreira, jogando, fazendo jogar e até marcando o golo do empate. Um jogo inacreditável do jovem médio que havia sido contratado ainda muito jovem pelo FC Porto. Agora, apenas comprova o enorme jogador que é. Qualidade, intensidade, qualidade tática, não duvidem que estamos perante um jogador de altíssimo nível, que mantendo a constância pode tornar-se um caso sério não só no FC Porto mas também a nível europeu e mundial.

Certo e sabido é que após aquele amargo desfecho, o FC Porto subiu muito o nível apresentado, aproximando-se da sua melhor versão, seguiu em frente na taça de Portugal, manteve intactas as suas aspirações na taça da liga, está com um pé nos oitavos da Champions League e alargou a vantagem na liderança do campeonato. É obviamente sempre melhor trabalhar em cima de vitórias e também isso tem catapultado a equipa para um nível superior. A paragem para a brincadeira das seleções é má para o FC Porto, surge mesmo na pior altura, mas enfim.

Desengane-se quem, apesar dos sinais positivos acima referidos, pense que o caminho irá ser fácil tendo em vista o grande objetivo da época, o bicampeonato. Não, não será. E não será não só apenas por motivos desportivos, mas também por motivos extra-futebol. Sobre isso também não será preciso desenvolver muito porque todos nós sabemos bem o que a casa gasta. Não esquecerei porém o que se passou este fim-de-semana em termos de arbitragem. É que se fosse o FC Porto a beneficiar de expulsões como as que se viram nos 2 jogos dos rivais, a generalidade da comunicação social entraria num histerismo enorme, mas pelos vistos, agora está tudo na paz do senhor.

10 novembro, 2018

ESTRELINHA DE CAMPEÃO.


FC PORTO-BRAGA, 1-0

O jogo desta noite no Dragão foi, sem dúvida, o jogo mais complicado da temporada para os portistas. O campeão nacional enfrentou um adversário bastante difícil, competente e mais fresco para jogar esta partida. Além disso, o Sp. Braga fez jus às declarações de Sérgio Conceição quando este afirmou que os “arsenalistas” são candidatos ao título. No meu ponto de vista, não vou dizer se são ou se não são, o futuro próximo vai encarregar-se de dar essa resposta. Agora que foi o adversário mais complicado que os Dragões enfrentaram na presente época, isso sem dúvida nenhuma.

É notório que este FC Porto de Sérgio Conceição tem dois sistemas de jogo. O 4x4x2 e o 4x4x3, variando de jogo para jogo, conforme o adversário e mesmo durante cada jogo. O técnico portista prepara a sua equipa para as diferentes variantes visíveis em cada jogo e isso tem dado bons resultados. Em sete jogos, os azuis-e-brancos conquistaram outras tantas vitórias, ora jogando em 4x4x2, ora apresentando o 4x3x3.


No jogo com os russos, os campeões nacionais apresentaram-se com uma linha de três médios e um trio atacante. Não tendo Aboubakar, por lesão, e Soares, por não ter sido inscrito, Sérgio Conceição juntou Herrera a Danilo e Óliver, no meio campo e Corona e Brahimi formaram o tridente atacante com Marega. Com o Sp. Braga, Sérgio Conceição retirou Herrera da equação e colocou Soares ao lado de Marega. O sistema regressou ao 4x4x2. Na defesa não se verificaram alterações.

No jogo desta noite, o FC Porto teve a estrelinha de campeão. O jogo da Champions League de Terça-feira passada pesou na engrenagem azul-e-branca e o Sp. Braga esteve por cima em várias fases do jogo, criando e desperdiçando as melhores oportunidades da partida. O FC Porto foi eficaz, paciente, nunca perdeu a serenidade e foi feliz.


No entanto, o primeiro tempo mostrou um FC Porto superior no domínio de bola e no controlo de jogo. Em oportunidades de golo, o Sp. Braga criou perigo por três vezes. Paulinho, Dyego Sousa e Ricardo Horta criaram momentos de grande frisson para a baliza de Iker Casillas. O FC Porto teve dois momentos de perigo. Primeiro por Maxi Pereira para defesa incompleta do Guarda-redes bracarense e depois Brahimi desperdiçou uma grande oportunidade na etapa inicial com o mesmo Guarda-redes a estar em plano de evidência.

A etapa complementar revelou-se mais intensa e muito por culpa do Sp. Braga que fez uma pressão muito forte na saída de bola da equipa portista e na zona do miolo. Foi a partir daqui que o jogo de Terça-feira passada se fez notar nas hostes azuis-e-brancas. O desgaste acentuou-se com o decorrer da partida e Sérgio Conceição sentiu necessidade de equilibrar o meio-campo e mudou o sistema, passando para 4x3x3.


Primeiro retirou Maxi e fez entrar Otávio, fazendo recuar Corona para lateral e Marega descaiu para a direita. E depois chamou Herrera e fez sair Brahimi, permitindo que a equipa ficasse mais consistente e disfarçasse, de certa forma, a quebra física.

A equipa minhota teve duas oportunidades estrondosas para abanar o Dragão. Primeiro, Esgaio rematou com estrondo à trave e mais tarde, numa jogada rápida pela esquerda, a bola foi cruzada por Ricardo Horta para o coração da área e Fransérgio rematou novamente à trave. Os adeptos portistas ficaram sem respiração. Mas os campeões nacionais também tiveram duas oportunidades. Uma por Marega que permitiu o corte de um defesa contrário in extremis e depois por Soares que, apertado por um adversário, não conseguiu rematar para a baliza.


Até que a estrelinha da sorte funcionou ao minuto 88. O empate parecia estar destinado mas numa jogada de Otávio (mais uma vez decisivo), o brasileiro cruzou para a área onde o seu compatriota Soares cabeceou, de forma, fulminante para a baliza bracarense. Grande festa no Dragão, três pontos importantes, liderança isolada e ciclo de sete jogos fechado com 100% de sucesso.

Não foi um jogo que tenha corrido de feição ao campeão, mas é muitas vezes nestes jogos que se decidem campeonatos e o FC Porto fez jus ao seu estatuto de campeão nacional. Os azuis-e-brancos vão cumprir mais um interregno de quinze dias devido a compromissos das selecções nacionais e regressam, posteriormente, para mais outro ciclo complicado de jogos a começar por uma eliminatória da Taça de Portugal frente ao Belenenses, seguindo-se o jogo frente ao Schalke 04 que pode ditar o apuramento para os oitavos de final e o primeiro lugar do Grupo para o FC Porto na presente edição da Champions League.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Temos espírito de campeões"

FC Porto procurou a felicidade
“Foi um jogo muito competitivo, com duas equipas muito organizadas. Houve ocasiões de parte a parte, tivemos a felicidade mas procurámos essa felicidade. Fiz mexidas sempre à procura de fazer o golo. Jogámos na terça-feira, num campo muito pesado aqui no Dragão, mas vi os jogadores hoje com grande intensidade, com ritmo alto. Quem joga na terça-feira e hoje consegue marcar nos últimos minutos, é de louvar.”

Sétima vitória consecutiva
“Houve um espírito fantástico destes jogadores e um grande estado físico e anímico dos jogadores. Tenho muito respeito pelo Sporting de Braga, uma equipa muito ambiciosa, mas nós somos o FC Porto. Quando montei a equipa pensei em ganhar, quando fiz as substituições foi a pensar em ganhar. Sofremos um dissabor grande na Luz e depois disso foram sete vitórias consecutivas. Somos um clube que está habituado a ganhar, um clube que se dá muito mal com as derrotas.”


Boa propaganda para o futebol português
“Os jogadores mostraram de que fibra são feitos e foi uma boa propaganda para o futebol português. Normalmente a felicidade cai para quem a procura.”

Aplausos para o balneário do FC Porto
“O Otávio faz parte do grupo como por exemplo o Adrián López, que hoje ficou de fora mas tem trabalhado de forma fantástica. Há tristeza mas igualmente respeito pelas decisões do treinador. Nisso o balneário do FC Porto é fantástico.”

O processo e o trabalho diário
“Tenho uma equipa de caráter, com grande personalidade, ambição e determinação. Importante é o processo e a forma como trabalhamos diariamente. Com este espírito penso que iremos ser felizes no final da época. Temos espírito de campeões.”



RESUMO DO JOGO

UM OBRIGADO A ESQUERDINHA.


A semana passada trouxe-nos uma má notícia: a morte de Esquerdinha. A maioria dos portistas, provavelmente, apenas viu Esquerdinha num campo de futebol, a partir das duras cadeiras das bancadas ou do conforto do sofá. Acontece que quando se segue um clube de futebol, afeiçoamo-nos de tal forma aos jogadores e àqueles que suam a nossa camisola, que sentimos estas perdas como se fosse alguém da Família. E no fundo é disso mesmo que se trata: Esquerdinha era alguém que pertencia – e pertencerá sempre – à grande família portista.

Daí que todos recordassem Esquerdinha com carinho e saudade, ele que também fez parte da Penta-epopeia. Era um defesa-esquerdo que marcava bem o seu opositor, mas que não se coibia de ir ao ataque assistir os companheiros. E que assistências! A dada altura, Esquerdinha + Jardel = GOLO!

O brasileiro era um jogador inconfundível e carismático, de feições amazónicas e um corte de cabelo que não deixava ninguém indiferente. Na retina, ficam grandes exibições de dragão ao peito, nomeadamente uma na qual enfiou no bolso mais pequeno o então melhor jogador do mundo: Luís Figo.

Chegou ao FC Porto vindo do Vitória da Bahia para colmatar a lacuna da lateral-esquerda, quando Fernando Mendes já acusava o peso da idade. Depois disso, enfrentou a concorrência de Rubens Júnior, atleta mais dado à noite do que propriamente a actividades diurnas. Quando foi transferido para o Saragoça, o FC Porto foi buscar Mário Silva ao Boavista para o substituir.

Esquerdinha deu continuidade e incentivou a tradição portista de recrutar laterais-esquerdos em terras de Vera-Cruz, senão vejamos: Branco, Esquerdinha, Alex Sandro e Alex Telles. Desde cedo, encantou a massa associativa azul-e-branca, que sempre apreciou jogadores combativos e atleticamente possantes. Daí à titularidade absoluta e incontestada foi um pequeno passo, com grandes golos de bola parada pelo meio. Em três épocas realizou 87 jogos e fez o gosto ao pé por 9 ocasiões. Conquistou um Campeonato, duas Taças de Portugal e uma Supertaça.

O FC Porto fica mais pobre e o Penta vê partir mais um dos seus intérpretes, depois de Rui Filipe, Victór Nóvoa e Miklós Féher.

No Céu teremos mais um portista a torcer por nós. Obrigado, Esquerdinha!

Rodrigo de Almada Martins

09 novembro, 2018

COMPLACÊNCIA, NUNCA!


Por vezes é preciso um susto para acordar! Não quero com isto dizer que alguém estava a dormir até lá, mas é um facto de que a equipa do FC Porto deu um salto qualitativo enorme a partir do jogo na Luz. E, ironia das ironias, o adversário mais direto no campeonato tem tido o percurso diametralmente oposto.

Num grupo equilibrado e perigoso, com campeão Russo, com vice-campeão Alemão e com campeão Turco, 1 empate fora no (teoricamente) adversário mais difícil e 3 vitórias consecutivas. Liderança do grupo, vitórias com segurança, com golos, com justiça, com futebol. E o apuramento quase, quase garantido! (da versão Nunca festejar antes da hora).

A equipa tem estado muito competente. Tem jogado mais e melhor à bola, com mais ideias, mais rutura, mais propósito, mais solidez e mais eficácia. Menos pontapé para a frente e fé em deus. Revela ainda dores de crescimento neste novo approach, mas enquanto existir um Conceição destemido e a querer ganhar no banco como existiu na recente visita à Madeira, isso é perfeitamente resolúvel.    

O caminho é este, o treinador sabe-o, até porque foi ele que o escolheu. Os jogadores também e isso nota-se no que se vê em campo. Os adeptos também gostam mais assim. Mas calma que não passamos a ser os maiores, e há que continuar a ter a humildade para percebermos o que melhorar. Maxi tem de recuperar níveis anteriores, porventura Telles também. Só para dar dois exemplos. A transição defensiva tem de ser mais eficaz e não podemos conceder tantas oportunidades aos adversários. Reparem naquela bola do Éder que saiu tipo corte para fora da área. Quando lá estiver um Firmino qualquer, provavelmente sofreremos golo. Isto para antecipar desafios, perceber o que melhorar, numa lógica de subir o patamar competitivo da equipa.

Não podemos ser complacentes com o sucesso que temos tido nos últimos jogos. Temos qualidade, potencial, capacidade. Mas temos de maturar tudo isso, temos de nos tornar inconscientemente competentes em campo. Só o podemos fazer reconhecendo positivamente como e por onde crescer. O caminho é este.

No próximo sábado, temos já um importante desafio para mais uma vez provarmos a nossa não complacência. Vamos discutir a liderança com uma equipa que é coletivamente muito competente em todos os momentos do jogo, que joga com critério e organização. Uma equipa que aposta mais do que nunca em dar o salto competitivo que lhes tem faltado, gerida por um técnico inteligente e competente, que sabe como nos pode ferir, como nos pode limitar. Sim, somos melhores que eles e acho que o podemos provar de forma convincente, mas precisamos ao máximo de querer continuar a evoluir e crescer dentro do sucesso mais recente. Isso é matar a complacência, a mãe de muitos males… sobretudo quando o sucesso não é sustentado. É só olhar para baixo, atualmente, para o perceber! Mister, sei que mesmo sem ler isto, é exatamente isso que tem estado a fazer. Obrigado, obrigado, obrigado! Não se esqueça por favor: Complacência, nunca!

Seguimos juntos!

08 novembro, 2018

RAROS ELOGIOS.


Muitas são as vezes - a esmagadora maioria delas - que a escrita bloguística incide na crítica a pessoas, situações ou opções feitas no clube. Por uma (esperemos que não rara) vez, é justo e merecido elogiar o bom trabalho que Sérgio Conceição tem vindo a desenvolver, nomeadamente desde o mau final de tarde no Estádio da Luz, que coincidiu igualmente com a paragem para os trabalhos da selecção.

De lá para cá, novas apostas, a principal delas a inclusão de Óliver no alinhamento inicial, bem como um maior enfoque e qualidade no controlo do jogo. A fórmula do sucesso, bem simples. Bastou abdicar da opção quase única da procura da profundidade, vulgo biqueiro para a frente na procura de Marega, para um jogo onde ter a bola nos pés, voltou a ser prato do dia no cardápio do FC Porto. A tal, não são estranhos a crescente influência de Óliver, e até mesmo Otávio, na circulação portista.

Contudo, por muitos elogios que o treinador mereça pelo claro upgrade pessoal e colectivo que introduziu no último mês, convém o adepto portista ter a noção de que a equipa estará, porventura, no máximo das suas capacidades. É óptimo Marega parecer um Fórmula 1 contra uma bicicleta ou Maxi poder controlar o seu flanco sem ter que abusar de sprints. Mas sabemos que nem todos os adversários são tão lentos como um Lokomotiv, ou com falta de virtuosismo como em muitas equipas da nossa liga. Contra equipas mais dotadas, não haverá esse espaço. É fantástico liderar todas as competições onde nos encontramos, mas não entremos em euforias desnecessárias. O maior passo para o sucesso, será tratarmos por tu as nossas fraquezas.

Entretanto, neste período em que nossos adversários internos recorrerem ao Hara-Kiri como filosofia de vida, ao passo que a confiança abunda no Reino do Dragão, é aproveitar ao máximo para amealhar pontos. Decerto serão úteis no futuro.

Curtas:
  • 200 jogos do FC Porto na Champions. Só Barcelona e Real Madrid partilham este (muito) restrito grupo. Contudo, ainda há alguns neste cantinho à beira mar plantado, que atiram sonhos húmidos de títulos europeus para o ar. Antes das conquistas, que tal conseguirem manterem-se na Champions, hein?

  • A julgar pela emoção, e empenho, dos comentadores da TVI em jogos encarnados na Champions, aconselho perspicácia e atenção a Hélder Conduto. Candidatos ao seu lugar não faltam!

  • O que é feito de jogos da Selecção no Dragão? Nos últimos 6 anos (?!?!) apenas 1 único jogo no nosso estádio. Foi a 29 de maio de 2016 com a Noruega. Até quando? Que se saiba, "empréstimos" de estádios não são de borla...
Cumprimentos Portistas.

06 novembro, 2018

A NOITE DE TORRES E JESUS.


FC PORTO-FC LOKOMOTIV, 4-1

O Dragão viveu mais uma história de Champions League. Foi uma noite de dilúvio mas também carregada de golos azuis-e-brancos. Óliver Torres e Jesus Corona foram os homens da noite com exibições soberbas. Passou por estes dois homens a vitória do FC Porto, mas não posso ser injusto para com Marega que, na frente de ataque jogou, fez jogar, marcou e assistiu para o golo.


Sérgio Conceição manteve o onze do jogo frente ao Marítimo, apenas com uma alteração: Soares, não-inscrito na Champions League, cedeu o lugar a Herrera. O FC Porto passou de 4x4x2 para um 4x3x3, reforçando a linha intermédia para um jogo mais exigente e musculado, acrescendo ainda um dilúvio como já não se via há algum tempo no Porto.

O jogo começou da melhor forma possível para o FC Porto. Ainda não se tinha cumprido o segundo minuto de jogo e já o FC Porto se colocava na frente do marcador. Passe de Maxi Pereira a desmarcar Marega e o maliano, perto da linha de fundo, antecipou-se ao Guarda-redes e ao defesa contrários e cruzou para a entrada fulgurante de Herrera a rematar para a baliza. Um golo madrugador que terá sido muito importante para o desenrolar da partida e que se veio a revelar complicada e desgastante.


O FC Porto galvanizou-se com o golo e Óliver Torres começou a abrir o livro com jogadas só ao alcance de jogadores de grande classe. Passes a rasgar a defesa contrária e visão de jogo incrível a proporcionar aos avançados oportunidades de golo quase feitas. Corona, pelo seu lado, esteve inspiradíssimo e a bola nos pés do mexicano é arte, música...

A chuva e o vento começaram a fazer o seu papel, tornando o excelente relvado do Estádio do Dragão bastante pesado e penoso para quem quer praticar bom futebol.

Antes do intervalo, num contra-ataque, Herrera isolou Marega e o maliano correu até à grande área. Com um remate forte, colocou a bola por entre as pernas de Guilherme e fez o 2-0. Estavam decorridos 42 minutos de jogo. Os Dragões atingiam o intervalo com uma boa vantagem, algo confortável mas, de maneira nenhuma, permitia descansar à sombra do resultado.


As condições climatéricas pioraram drasticamente na segunda metade. Choveu copiosamente, o vento tornou-se mais forte e o Lokomotiv adaptou-se melhor às condições adversas. Os Dragões tiveram algumas dificuldades em suster a entrada inicial da equipa russa e Casillas passou por alguns apuros com a defesa do FC Porto a meter água. A falta de pontaria da equipa de Moscovo e a experiência do Guarda-Redes portista foram determinantes para que os Dragões não tivessem amargos de boca durante a primeira metade da etapa complementar.

Os moscovitas conseguiram reduzir o marcador à passagem dos 60 minutos, na cobrança de um pontapé de canto. Miranchuk cruzou para a área e Farfán saltou como quis e cabeceou para a baliza de Casillas sem qualquer marcação. A equipa portista estava bastante desconcentrada. Durante os minutos imediatos, os Dragões tremeram de frio mas também do receio do empate. Sete minutos volvidos, Guilherme aliviou mal uma bola, Óliver interceptou de peito, desmarcou Corona em profundidade e o mexicano fez o resto. Simulou o remate com o pé direito, puxou para o esquerdo e bateu o Guarda-redes do Lokomotiv. Respirou-se de alívio no banco e no estádio.


As substituições seguiram-se com destaque para nova grande entrada de Otávio para mais um golo de antologia. Num pontapé de canto batido, no período de descontos, a bola foi aliviada por um defesa moscovita para a entrada da área e Otávio, com um remate com muito efeito e bem colocado, atirou fortíssimo para o fundo da baliza. 4-1 não ditava a história do jogo, mas que foi saboroso, foi com toda a certeza.

Com o fim da partida, os Dragões sentiram o dever de missão cumprida, com mais milhões a entrarem nos cofres azuis-e-brancos, o aumento do prestígio do clube na Europa e um ponto a separar o FC Porto dos oitavos-de-final e três da conquista do primeiro lugar do grupo.

Na próxima jornada, o adversário é o Schalke 04, da Alemanha, jogo que se realizará no fim do mês, no Estádio do Dragão. As atenções, no entanto, viram-se de imediato para a Liga NOS, onde o FC Porto vai atacar a liderança isolada da Liga NOS, recebendo nada mais, nada menos de que o outro líder da prova: O Sp. Braga.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "É importante dar esta demonstração de força"

Jogo difícil como esperado
“Previa que este jogo fosse difícil, como tive a oportunidade de referir na antevisão, frente a uma equipa que vinha cá com o intuito de ganhar o jogo, porque era uma das últimas esperanças que tinha de se manter na luta para passar a fase de grupos.”

Entrada forte em campo
“Entrámos bem no jogo, fizemos o golo logo no início, frente a um Lokomotiv que teve mais receio de sofrer do que vontade de atacar. Apesar das condições climatéricas muito difíceis, tentámos de certa forma impor o nosso jogo e estar no meio-campo ofensivo, criámos situações e fizemos o 2-0. Penso que foi uma boa primeira parte, permitindo aqui e acolá uma ou outra transição do adversário, onde o nosso equilíbrio defensivo não esteve tão bem como costuma estar. Alertei para isso ao intervalo.”


Vitória consistente do FC Porto
“O Lokomotiv ficou a ganhar com a entrada do Farfán ao intervalo, passando a ter mais poder ofensivo. Antes do golo deles, tivemos a bola ao poste do Corona, mas fizeram o 2-1 no melhor período deles. Ainda assim, tivemos o jogo sempre controlado e a partir do 3-1, controlámos totalmente. Não sendo um jogo brilhantemente bem jogado, até pelas condições climatéricas, foi uma vitória boa e consistente da nossa equipa.”

Aplauso do treinador aos jogadores
“É importante dar esta demonstração de força na Liga dos Campeões. Não é fácil, estando a jogar frente ao campeão russo. Temos dez pontos e ainda nos falta um para carimbar a passagem aos oitavos de final. Quando empatámos o primeiro jogo, até ouvi comentadores dizer que o Schalke era mais frágil que o Qarabag, o que é uma estupidez total. Há que dar os parabéns a estes jogadores, não só pelo campeonato, onde conseguimos voltar ao nosso nível, mas também dando esta imagem de força na Liga dos Campeões.”



RESUMO DO JOGO