31 outubro, 2018

HALLOWEEN NO DRAGÃO.


FC PORTO-VARZIM, 4-2

Não consigo olhar para esta competição com bons olhos. Desde a sua implementação no panorama desportivo nacional que embirro com esta prova. Nasceu torta, traz jogos sem qualquer interesse, leva pouca gente aos estádios e é altamente prejudicial para o calendário de jogos que as equipas têm que cumprir entre Campeonato, Taça de Portugal e Champions League.

Muita gente poderá dizer que o Sérgio Conceição colocou em campo onze jogadores habituais suplentes. Pois colocou e rodou a equipa. Mas esses jogos com onze jogadores que pouco ou nada têm de entrosamento no próprio jogo, tornam o espectáculo chato, aborrecido e sensaborão. Preferia ter mais jogos de campeonato ou duas fases de Champions League do que jogar esta taça da “treta”. O Sérgio Conceição que me desculpe, mas não gosto desta competição. Confesso que vejo com mais interesse jogos da pré-época do que os jogos desta taça.


Vamos ao jogo.

Foi uma vitória conseguida com bastante dificuldade perante uma equipa da Ledman Liga Pro. O FC Porto, para vencer, teve que recorrer ao banco de suplentes e colocou a artilharia pesada para levar de vencida um Varzim bem organizado e estruturado por Nuno Capucho.

O FC Porto revelou níveis de agressividade e intensidade muito abaixo do esperado e os 11 jogadores iniciais revelaram uma clara estranheza a jogar entre si. O Varzim disso se aproveitou para fazer o seu jogo e, desse modo, sentiu-se algo confortável no reduto dos azuis-e-brancos. Os varzinistas pouco ou nada incomodaram Vaná, perante um FC Porto apático, lento, sem ideias e alheado, de certa forma, do próprio jogo.

No entanto, aos 20 minutos de jogo, Hernâni teve uma boa oportunidade pela esquerda para defesa do Guarda-Redes poveiro. Dez minutos depois surgiu a surpresa no Dragão. Estrela deambulou pela direita do seu ataque, a bola sobrou para a entrada da área e Toro rematou ao ângulo superior da baliza de Vaná. O FC Porto reagiu e acordou do marasmo em que estava mergulhado. André Pereira rematou ao poste da baliza dos poveiros à passagem dos 40 minutos e dois minutos volvidos, Bazoer culminou uma jogada com um golo de trivela de belo efeito. Estava reposta a igualdade.


Ao intervalo, Sérgio Conceição não estava satisfeito. Havia que mudar alguma coisa para aumentar a produtividade. Os jogadores em campo tiveram oportunidade para mostrar a sua mais-valia para o grupo, no entanto alguns não justificaram a chamada. Jorge ficou no balneário e Corona entrou em campo para fazer a diferença. Hernâni recuou para lateral esquerdo.

O FC Porto até entrou com mais intensidade no jogo e os primeiros minutos mostraram isso mesmo com Corona a dar razão à opção de Sérgio Conceição. Só que o marcador não se alterava. Foi preciso recorrer novamente ao banco para que o FC Porto tivesse mais presença na área. João Pedro, também pouco inspirado, saiu para a entrada de Soares aos 65 minutos. Corona recuou para lateral direito. Oito minutos depois, o ponta-de-lança brasileiro concretizou a reviravolta, correspondendo de cabeça a um canto batido por Sérgio Oliveira.

Ainda as bancadas do Dragão estavam a acomodar-se com o 2-1, via-se o Varzim a repor novamente a igualdade no marcador. Sérgio Oliveira aparecia de novo em destaque, mas desta vez pela negativa. O médio portista, num momento de falta de concentração, atrasou inadvertidamente a bola para Vaná, com Haman, o avançado varzinista, a interceptar a bola, ganhando o ressalto ao Guarda-redes portista. Depois só teve que empurrar a bola para as malhas.

Sérgio Conceição chamou de imediato Óliver para o lugar de Bazoer. O empate e os efeitos do Dia das Bruxas pareciam ameaçar o Dragão. No entanto, Óliver mexeu com o jogo e a bola pareceu circular com muito mais desenvoltura. O FC Porto lançou-se para os últimos 15 minutos com uma vontade indómita de vencer o jogo, condição essencial para Sérgio Conceição poder estar na Final Four da prova.


Aos 81 minutos, Adrián teve uma jogada dentro da grande área, cruzou para a zona de baliza e Payne, defesa poveiro, pressionado por Soares, colocou a bola dentro da própria baliza. Estava feito o 3-2 e sentia-se que a vitória já não escapava. O Varzim tentou ameaçar, mas os Dragões com três reforços de peso saídos do banco foram mais do que suficientes para garantir os três pontos. O jogo não terminou sem o quarto golo obtido por André Pereira. Jogada sensacional de Corona pela direita, a ultrapassar três adversários, cruzamento para a entrada da pequena área com André Pereira a cabecear para as malhas.

Com 4-2, o FC Porto arrumou a questão do jogo e com três pontos assumiu a liderança do grupo C da prova. Numa semana, o FC Porto passou a assumir liderança em três competições. Esperemos que seja para manter. Para terminar esta fase de Grupos, o FC Porto terá de vencer o Belenenses, provavelmente, no Estádio do Jamor, em fins de Dezembro. Antes disso, os Dragões terão muitos jogos para cumprir. A começar já no Sábado para a Liga NOS, com uma difícil deslocação ao reduto do Marítimo, antes de regressar aos compromissos europeus para a recepção ao Lokomotiv de Moscovo.

Destaque para a boa exibição de Bazoer, para a confirmação do bom momento de forma de Óliver e para a magia de Corona, decisivos no triunfo desta noite frente ao Varzim. Jorge, João Pedro e Sérgio Oliveira estiveram muito abaixo do expectável.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Foi uma vitória justíssima"

A revolução no onze
“Assumo aquilo que fiz e fazia exatamente igual. O discurso não é hipócrita quando dizemos que confiamos no grupo de trabalho. Se o FC Porto não conseguisse a vitória estava em risco a nossa passagem, mas assumi a opção de colocar onze jogadores que estavam a jogar praticamente pela primeira vez juntos. Sei como trabalharam durante a semana, e estou aqui para modificar algo que não corra bem durante o jogo. É para isso que me pagam. Nestes jogos, com uma equipa de um escalão inferior, combativa, era importante saber que íamos sofrer em determinados momentos, precisamente pela falta de entrosamento. É óbvio que um jogador ou outro esteve abaixo do que esperava, mas não posso ter um discurso dentro do balneário e outro fora. O que assumo dentro é também para fora.”

Aplicação, determinação e vontade
“Obviamente que não gostei da prestação de uma ou outro jogador, mas sei que não foi porque quisessem, mas a verdade é que uma coisa é treinar e bem, com dedicação e intensidade, outra diferente é ter o ritmo do jogo, sobretudo jogando numa equipa em que os 11 jogadores jogaram juntos praticamente pela primeira vez. Fico menos contente, sim, quando a aplicação, a determinação e a vontade de fazer não estão lá e é verdade que senti, em determinados momentos, que um ou outro jogador poderia ter feito mais.”


As substituições
“Tirei os laterais e meti dois alas a lateral, porque precisávamos de algo mais nos corredores laterais, precisávamos de dar mais largura, criar mais desequilíbrios. A entrada do Tiquinho teve como objetivo ter mais presença na zona de finalização.”

O festejo do quarto golo
“Sou um adepto do futebol e quando vejo lances daquele género fico feliz. O Corona é um craque, mas tem que juntar mais algumas coisas ao seu jogo. Quando consegue meter para fora o que tem dentro fico extremamente feliz, porque sou apaixonado pelo jogo. E também festejei daquela forma porque era um golo importante e que nos deu a tranquilidade para uma vitória justíssima que podia ter tido mais um ou outro golo, principalmente na segunda parte, em que tivemos mais cinco ou seis ocasiões claras para marcar.”

Consistência defensiva
“Gosto mais de ganhar por 1-0 do que por 4-2, porque quero que a minha equipa seja mais consistente defensivamente, que não permita ocasiões de golo ao adversário. É preciso não esquecer que os dois golos que sofremos nasceram de erros individuais e não por causa da nossa organização defensiva.”



RESUMO DO JOGO

SOB O SIGNO DA COMPETÊNCIA.


Em noite de Halloween, bem que podemos nos deleitar com a doce semana que passou. Na Champions cimentamos o primeiro lugar que já ocupávamos e, olhando para os jogos à nossa frente, podemos dizer sem arrogância que temos as portas escancaradas para os oitavos. Basta-nos, tão e somente, ser competentes nos jogos caseiros com dois adversários de valia inferior à nossa.

Mais saborosa ainda do que a prestação europeia - cuja realidade tem esbarrado nos Oitavos, remetendo algo mais do que isso para o domínio do sonho, ou miragem - foi a ultrapassagem ao nosso principal rival, uma jornada apenas após a termos perdido. Para além do afago à moral, que a liderança trás a qualquer equipa, temos como bónus a instabilidade que essa troca posicional no campeonato (adicionada a mais outra "excelente" campanha europeia) trouxe para os lados encarnados. Uma vez mais, nem precisamos de grandes esforços para atingir a águia. Eles próprios tratarão disso. A nós, basta-nos ser competentes e vencer já na Madeira.

A entrada de Óliver, tem sido um grande passo para a equipa voltar a jogar como um grande nos relvados portugueses. A grande diferença para outras estratégias tentadas, está na assumpção do controlo do jogo, mais condigna com os nossos pergaminhos, não permitindo tanta bola ao adversário. O equilíbrio ainda não será o perfeito, nem os mecanismos devidamente oleados, como se viu no jogo da Rússia, onde a fortuna nas incidências da partida nos foram bastante favoráveis. Contudo, o caminho correcto é este. Como o será sempre para qualquer equipa que escale os seus melhores 11 jogadores no alinhamento inicial. Se inúmeras vezes critiquei a teimosia de Sérgio Conceição, desta vez deixo-lhe o elogio por saber aprender com os próprios erros. Nem sempre uma tarefa fácil, como esta semana se viu em Madrid.

Para um empresário que se fazia passar pelo arauto da moral e verdade desportiva, as ligações mais do que privilegiadas com Luís Filipe Vieira, fazem cair por terra qualquer tipo de credibilidade que esse indivíduo poderia ter nos ataques e calúnias que encenou contra o FCP. Obviamente refiro-me a César Boaventura, que a comprovar pelas revelações vindas a público, sobre uma eventual transferência de Rui Vitória para o Everton, só vem confirmar que este dito agente desportivo não é mais do que um esbirro do presidente encarnado, como muitos outros, disposto a cumprir os desígnios do querido líder. Nada que não nos surpreenda.

Cumprimentos Portistas.

28 outubro, 2018

VITÓRIA E LIDERANÇA.


FC PORTO-FEIRENSE, 2-0

Depois da liderança conquistada na fase de grupos da Champions League, o FC Porto recuperou a liderança da Liga NOS. Aproveitando da melhor forma o empate do Sp. Braga em Guimarães e a derrota do Benfica no Jamor, os Dragões receberam e venceram o Feirense no Estádio do Dragão.

Na ressaca da vitória em Moscovo, os azuis-e-brancos apresentaram-se com uma formação bastante ofensiva. Herrera ficou no banco e Soares fez parelha com Marega. De resto, os mesmos jogadores que iniciaram o jogo na Rússia.


O jogo foi complicado como era esperado. Sérgio Conceição preparou a equipa para o assalto inicial à baliza feirense. Nos primeiros minutos, o árbitro anulou um lance que deixa muitas dúvidas.

Marega interceptou uma bola na área dos forasteiros, endossou a Corona e o mexicano devolveu ao maliano que só teve que encostar para a baliza. O árbitro, entretanto, tinha interrompido o lance mas, sinceramente, não vi nenhuma falta sobre o jogador do Feirense. Vejo esse jogador chutar no chão e perder a bola.

Aos 8 minutos, começou a funcionar o VAR. Pontapé de canto com bola aliviada para a zona central do meio-campo de Santa Maria da Feira. De costas, Óliver colocou na área e Danilo atirou para a baliza. Estava aberto o marcador. No entanto, o VAR entrou em acção e anulou e bem o golo aos portistas.

O FC Porto jogava bem e rápido com boas combinações entre os seus jogadores. Óliver, em grande forma, voltou a ser o melhor jogador em campo, com a bola controlada, teve rasgos de brilhantismo, fazendo jogar a equipa.


Aos 22 minutos, os Dragões inauguraram o marcador. Livre estudado à entrada da área com Corona a tocar para Alex Telles. O brasileiro deixou para Óliver que lançou Corona na direita. O mexicano cruzou e Felipe, com uma entrada fulgurante, bateu o Guarda-redes contrário.

O golo foi anulado prontamente pelo árbitro auxiliar. O VAR, no entanto, alertou o árbitro Rui Oliveira para analisar o lance. Longos três minutos passaram até ser tomada uma decisão. A posição de Felipe deixa muitas dúvidas porque o pé do jogador do Feirense parece estar a colocar o jogador portista em jogo.

No meu ponto de vista trata-se de uma decisão controversa. É certo que o bom senso diz que na dúvida não deve ser sancionado o infractor mas por outro lado, o VAR só deve intervir em situações claras. Ora, neste lance a situação não é clara. Não consigo afirmar se é fora-de-jogo ou não. É uma questão de interpretação e de análise.


O golo valeu mas o jogo continuou a ser muito disputado. Corona perdeu uma bola junto à sua área uns minutos depois e Edinho rematou fortíssimo para defesa aparatosa de Iker Casillas. Brahimi respondeu aos 41 minutos com um remate, na pequena área, com a bola a bater estrondosamente na trave e dois minutos depois, Marega, isolado pela meia direita, rematou forte mas a bola bateu na perna do Guarda-redes Caio e saiu pela linha final.

Ao intervalo a vantagem portista aceitava-se bem. Na etapa complementar, o treinador do Feirense mandou subir a equipa no relvado. O FC Porto teve sérias dificuldades para fazer o seu jogo.

Apesar de não ter criado grandes situações de golo, a equipa da Feira teve um penalty negado pelo árbitro, num lance em que Alex Telles, de forma involuntária, tocou com o joelho na perna do adversário, provocando a sua queda. Depois, Sturgeon viu o árbitro anular-lhe um golo. Decisão acertada do juiz da partida.

Sérgio Conceição decidiu mexer na equipa. Herrera entrou para o lugar de Corona. O FC Porto voltou a equilibrar a equipa e passou a controlar o jogo. Faltavam cerca de 25 minutos para o fim do jogo. O Dragão procurava o segundo golo, mas o Feirense espreitava o empate.


No entanto, o golo da tranquilidade tardava em aparecer. Soares desperdiçou uma clara oportunidade, após excelente combinação com Brahimi. A dez minutos do fim, novamente Soares desmarcou Marega, na entrada da área e o maliano rematou para defesa incompleta de Caio. Na recarga, Marega com ângulo apertado, colocou a bola na baliza com o contributo de um defesa contrário.

Estava encontrado o vencedor do jogo. Até ao fim do jogo, registo para mais três situações de golo. Herrera e Adrián perderam o 3-0 e João Silva também viu Iker Casillas defender uma bola por duas vezes no mesmo lance, fazendo uma mancha perfeita e impedindo o golo forasteiro.

No fim do jogo, a plateia azul-e-branca estava satisfeita com o que se tinha passado no relvado. Mais de 46 mil espectadores puderam assistir ao jogo que colocou o FC Porto na liderança da Liga NOS ex-aequo com o Braga.

Os Dragões regressam à competição já na Quarta-feira, com a recepção ao Varzim a contar para a Taça da Liga. A Liga NOS regressa no Sábado com uma deslocação ao sempre difícil Estádio dos Barreiros, no Funchal.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Há muito campeonato pela frente"

Análise ao jogo
“Jogámos perante um adversário que se organiza muito bem defensivamente, em que toda a gente trabalha muito e bem, o que vem dar ainda mais valor à nossa vitória. Tivemos um golo que na minha opinião é limpo - às vezes, é melhor os árbitros deixarem a jogada andar até ao fim. Fizemos um golo, houve uma reação normal do Feirense, e tivemos mais oportunidades para dilatar a vantagem. Fomos para o intervalo com vantagem mínima e entrámos na segunda parte sempre à procura do golo que nos desse mais tranquilidade, e embora o tenhamos conseguido mais tarde do que queríamos, é de realçar o trabalho dos jogadores e a forma como interpretaram a estratégia para o jogo.”

Os lances de bola parada
“São situações que trabalhamos, os esquemas táticos são decisivos no jogo e nós trabalhamos muito essas situações.”


De volta ao primeiro lugar
“Voltamos ao lugar que normalmente estamos habituados e queremos continuar lá. Mas para já não significa nada, porque há muito campeonato pela frente, estamos na corrida, sempre estivemos, somos uma equipa competente, um balneário fantástico e vamos continuar dessa forma.”

Uma vitória para o Mar Azul
“É muito importante para a equipa sentir e estar com os seus adeptos. Dedicamos esta vitória a estas pessoas que puxam por nós. Estes jogos são complicados, fora ou em casa, porque as equipas estão cada vez mais competitivas, mas estamos preparados para aquilo que aí vem.”



RESUMO DO JOGO

26 outubro, 2018

FC PORTO-BELENENSES NA QUARTA ELIMINATÓRIA DA TAÇA DE PORTUGAL.


Resultado do sorteio realizado nesta sexta-feira

Realizou-se nesta sexta-feira o sorteio da 4.ª eliminatória da Taça de Portugal, na Cidade do Futebol, colocando o Belenenses no caminho do FC Porto, em encontro a realizar no Estádio do Dragão.

Os campeões nacionais venceram o Vila Real (6-0) na eliminatória anterior.

Os jogos dos 16avos de final da Taça de Portugal estão agendados, provisoriamente, para o dia 25 de novembro.

fonte: fcporto.pt

VALHA-NOS O QUE SE PASSA LÁ DENTRO... NAS QUATRO LINHAS!


Obrigado Mister, Obrigado Equipa.

Obrigado Mister, por ter escolhido o mal-amado Oliver em dois jogos seguidos. E por ter experimentado soluções diferentes das que tinha tentado até aqui. Por ter privilegiado o domínio, por ter privilegiado as ideias. Acho que a vitória começou aí: num maior domínio e controlo do jogo, numa organização ofensiva mais criativa, ponderada, e numa pressão mais alta, intensa, autoritária. Não me lembrava de um jogo tão controlado da nossa parte. Sim, o Casillas faz uma grande defesa no penalty que nos colocaria em desvantagem, o árbitro viu um penalty que cá em Portugal nunca nos marcariam (o que não quer dizer que não seja penalty, não vamos confundir as coisas) e que nos lançou na frente do marcador, e o árbitro anula ainda um 2-3 num fora de jogo milimétrico de Éder. Mas não há a mínima dúvida da justiça do resultado e da nossa superioridade. Há, contudo, coisas a melhorar e/ou evitar. Telles não pode nem deve cometer aquele penalty desnecessário, Felipe não pode fazer aqueles atrasos suicidas e Militão tem de estar acordado os 90 minutos. Tem sido recorrente este rol de erros ou precipitações sempre que jogamos na Liga dos Campeões, mas será muito injusto não dizer que a prestação tem sido geralmente bastante positiva. Além disso, é o nosso próprio treinador que reconhece e aponta os aspetos a melhorar. É tão bom ter um treinador que não é um mero papagaio, que é justo e honesto nas análises que faz, que se predispõe com abertura e frontalidade a procurar melhorar de jogo para jogo.  Enfim, 3 jogos, 2 deles fora, 7 pontos e liderança isolada.  É difícil pedir mais, não é?

Dualidade de critérios

Não, não vou falar de árbitros. Vou apenas e só perguntar-vos duas coisas:
   
1 - Quem é que acredita que, daqui até ao final da época, existirá uma visita surpresa de controlo anti-doping no Seixal? Ao jeito daquela na semana passada no Olival.

2 - Quem é que não reparou naquela azia tremenda dos comentadores da TVI à vitória do Porto em Moscovo? Ena pá, de repente o Lokomotiv, campeão russo no mesmíssimo campeonato do gigantesco CSKA que venceu o SLB duas vezes o ano passado, é uma equipa fraquíssima. Já o Ajax é um tubarão do futebol Europeu. Um minuto de silêncio à equipa da TVI, e um Rennie!

Mister, dá para fazer mais 3 x 2,7 M€ nesta fase?

Se calhar, estamos a abusar de si e a pedir-lhe demasiado. Mas é só para ver se dá para renovarmos com o Herrera e com o Brahimi. Absolutamente incompreensível o que se está a passar, sobretudo depois do episódio Marcano e Reyes. Ah, e tal, pedem este mundo e o outro. Hum, eu dou a minha palavra de honra que estaria 100% com a Direção nesse posicionamento duro e inflexível perante tamanhos abusos das nossas finanças sagradas. Mas depois de ler, ouvir e constatar que tivemos um prejuízo superior a 50M€ numa época que seria supostamente de contenção, e onde não contratamos praticamente ninguém (antes que venham aí gritar o nome de Vaná), não consigo. Simplesmente não consigo. Das duas uma: ou não percebemos mesmo nada disto e temos mais é de nos focar no jogo em si e nada mais do que isso, ou então querem mesmo fazer-nos passar por parvos. Enfim, não me vou comprometer aqui, mas se alguém quiser e souber explicar…

Enfim, valha-nos o que se passa lá dentro… nas quatro linhas! (entenda-se)

24 outubro, 2018

DE LOCOMOTIVA NA LIDERANÇA.


FC LOKOMOTIV-FC PORTO, 1-3

O FC Porto deslocou-se à Rússia para defrontar o Lokomotiv e saiu de lá pela quinta vez com a vitória e com a liderança do Grupo D debaixo do braço. No outro jogo do mesmo grupo, Schalke 04 e Galatasaray anularam-se em Istambul.


O título desta crónica nada tem que ver com o jogo que os Dragões praticaram em Moscovo. Os azuis-e-brancos fizeram um jogo bem abaixo do que seria esperado e foram bafejados pela sorte desde o seu início. Como se pode perceber, o título tem a ver com o nome do adversário.

O jogo começou com ambas as equipas a tentarem o “assalto” às respectivas balizas. O Lokomotiv começou por provocar alguma mossa na estrutura defensiva dos portistas. Aproveitando os muitos espaços concedidos pelo FC Porto, a equipa moscovita cedo criou embaraços para a baliza de Casillas.

Aos 10 minutos, Alex Telles derrubou Miranchuk na área. No pontapé de penalty, Manuel Fernandes não conseguiu bater Iker Casillas, que correspondeu com uma defesa a preceito. Aos 20 minutos, Alex Telles iria estar de novo em destaque, mas desta vez pela positiva. Num lance de ataque russo, a defensiva do FC Porto permitiu a investida à sua baliza com muita facilidade e Telles salvou por duas vezes o golo em cima da linha.


Depois destes minutos passados, o FC Porto chegou ao golo. Num pontapé de canto cobrado na esquerda por Alex Telles, Felipe foi agarrado por Éder na grande área russa. Pontapé de penalty prontamente assinalado pelo árbitro da partida. Na cobrança, Marega rematou colocado ao canto da baliza defendida por Guilherme.

Dez minutos depois, Corona, numa jogada individual, colocou a bola na pequena área e Herrera cabeceou para o 0-2. Depois de 20 minutos em que o Lokomotiv teve a supremacia do jogo e as melhores oportunidades para se colocar em vantagem, foi o FC Porto que fez dois golos sem ter justificado tal vantagem. Mas o futebol é mesmo assim. Noutras alturas calhou aos Dragões terem provado o sabor da ironia do destino.

Mas três minutos depois do segundo golo portista, os irmãos Miranchuk tratariam de reduzir o marcador para 1-2, aproveitando uma infantilidade de Éder Militão que ficou muito mal na fotografia. Casillas nada poderia fazer para evitar o golo.


Sérgio Conceição apostou num claro 4x3x3, promovendo a mais que merecida titularidade de Óliver e colocando Corona na direita, no apoio a Marega. Foram duas boas apostas do treinador portista. O primeiro criou os desequilíbrios necessários na frente de ataque e o segundo esteve em bom plano com uma assistência para o golo e com um golo no início da etapa complementar.

Aos 49 minutos, numa transição rápida, Brahimi tirou um coelho da cartola, lançou Corona em profundidade e o mexicano, já dentro da grande área, rematou fortíssimo sem hipóteses de reacção de Guilherme. O FC Porto começava muito bem esta etapa, mas depois a postura e atitude dos jogadores do FC Porto deixou a desejar.

O Lokomotiv ainda voltou a criar lances de perigo perante uma defesa de manteiga e algo atarantada no campo. Contra uma equipa de outros valores, este FC Porto não teria vencido este jogo. Com muitas perdas de bola em zonas perigosas e a jogar com pouca agressividade, valeu o desacerto russo e um golo anulado pelo árbitro a Éder que me parece mal invalidado.


O FC Porto beneficiou ainda de uma expulsão de um jogador russo, criou oportunidades para fazer mais ou outro golo, mas na Champions League não se pode jogar tão exposto como o FC Porto fez. E no lado direito da defesa, Mr. Conceição, a idade já pesa demasiado para jogos destas andanças.

O FC Porto irá receber o Lokomotiv, no Estádio do Dragão, dentro de quinze dias. Em caso de vitória, os Dragões estarão com um pé e meio nos oitavos-de-final. Mas também poderá retirar dividendos do jogo da Alemanha, entre Schalke 04 e Galatasaray. Antes disso, os azuis-e-brancos recebem já, neste Domingo, o Feirense em jogo a contar para a 8ª Jornada da Liga NOS.

Destaque ainda para a entrada de 2,7 milhões de euros nos cofres portistas que bem precisam para pagar dívidas. O regresso de Óliver, a mostrar que é mais uma aposta muito válida para este FC Porto, e a exibição portentosa de Corona sobressaem numa equipa com exibições individuais, francamente, fracas.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Foi positivo, fomos melhores"

Sem margem para dúvidas
“Foi um jogo em que fomos superiores, não há menor dúvida quanto a isso. Não gostei tanto de um ou outro erro defensivo, de um ou outro erro individual. Tentámos controlar o jogo, mas de cada vez que o adversário recuperava a bola e partia para o ataque criava perigo. O golo do Lokomotiv? São falhas que podem acontecer, o erro faz parte do jogo. No geral, a equipa soube aproveitar as fragilidades do adversário e está de parabéns.”

Balanço positivo
“Estamos contentes, mas podíamos e devíamos em certos momentos ter feito mais. Há situações que temos de evitar, nomeadamente não deixar constantemente os nossos laterais expostos. De qualquer forma, no geral foi positivo, fomos melhores, fomos mais fortes, por isso parabéns aos jogadores.”


A aposta em Óliver
“Neste jogo era importante que jogasse, por isso jogou. Ele tem caraterísticas como a qualidade de posse e de circulação de bola. Era um jogo em que tínhamos de aproveitar algum espaço nas costas da defesa do Lokomitiv, com o Marega, com o Corona, por isso era importante ter um jogador com as caraterísticas do Óliver.”

Lançados para os oitavos de final?
“Estamos lançados agora para o avião para voltar e jogar contra o Feirense, que vai ser um jogo difícil, frente a uma equipa que joga bem e tem boa organização defensiva. Quando aparecer novamente o Lokomotiv falaremos da Liga dos Campeões, até porque o Galatasaray e o Schalke04 empataram, o que reforça a importância desta vitória.”



RESUMO DO JOGO

DÚVIDAS ESPANHOLAS


Neste período de um mês de intensa atividade competitiva que nos espera, o pontapé de saída não poderia ter sido mais simpático, perante um adversário que dificilmente seria equacionado para um jogo de pré-época. O Vila Real.

Se é correto afirmar que a valia do adversário não permite grandes extrapolações, ou comparações, para os desafios que nos aguardam, também não é menos verdade que o jogo foi interessante para tirar algumas ilações. Ou colocar algumas dúvidas. Como preferirem.

A maior de todas, prende-se com o homem do jogo, Adrian Lopez que, há 4 temporadas vem tendo uma acérrima luta com Bueno pelo título de Rei dos proscritos. Não porque não o tenha merecido. Até sexta, o que tinha mostrado de azul e branco vestido fora, efetivamente, muito pouco. Contudo, a exibição perante o Vila Real, mostra que o espanhol tem atributos técnicos acima dos restantes avançados do plantel. Porque não os extrapola em campo, talvez seja a questão para 1 milhão de euros. Se o motivo for desmotivação ou falta de auto-estima, Sérgio Conceição tem logo, perante o Lokomotiv, uma oportunidade de ouro para tentar ganhar um avançado antes do mercado de Janeiro. Fazemos votos que treinador, e jogador, se for o caso, correspondam.

Sem fazer gosto ao pé, mas a encher por completo o campo durante cerca de 1 hora de jogo, tivemos Óliver. A dada altura, parecia o espanhol contra a equipa do Vila Real inteira, tal a forma que à direita, ao centro ou à esquerda enchia o meio campo ofensivo portista com o seu tiki-taka. Mesmo com as fragilidades do adversário, nada que nos surpreenda no jogo de Óliver. Esta é a sua forma de jogar. Uma forma que transfigura o FC Porto de equipa aos repelões, sem controlo de jogo, para posse e domínio sobre a equipa contrária. Que Sérgio Conceição prefira um tipo de jogo musculado para abrir as defesas contrárias, estará no seu direito, e os resultados do passado dão-lhe crédito. Contudo, abdicar por completo de um sistema de jogo de posse, num momento em que o nosso 4-4-2 mostra desgaste, quer pela adaptação dos adversários, bem como pela baixa forma dos nossos avançados, quando tem ao seu dispor um dos melhores jogadores a atuar em Portugal nessa vertente, entra no campo da teimosia.

Das restantes caras novas que entraram no jogo da taça, continuo a pensar que João Pedro terá que evoluir muito para merecer a hipótese de se sentar no banco. Ideia substancialmente diferente fiquei de Jorge. Seguro, competente e interessante a atacar. Não é um Telles, mas decerto merecerá oportunidades. Já Bazoer fico-me pela neutralidade de opinião. Sem comprometer, também não deslumbrou.

O jogo de Vila Real foi um bom analgésico para esquecer a desilusão da Luz. No entanto, será nos relvados russos que veremos, ou não, a vontade do Porto de Conceição de evoluir... ou manter os biqueiros para as correrias de Marega. A ver vamos.

Cumprimentos Portistas.

23 outubro, 2018

FALEMOS SÓ DE FUTEBOL.


Não gostava de dedicar a totalidade deste post a falar de coisas que não me fazem sentido nenhum porque, sinceramente, já estou farto de repetir as mesmas coisas há já vários anos em relação à gestão da SAD do FC Porto nas suas mais variadas vertentes. Não posso, no entanto, deixar de questionar o seguinte:
  1. Pinto da Costa referiu que se o FC Porto tivesse vendido Herrera, não receberia tudo porque só tem parte do passe. Pelo que consta do Relatório e Contas da FC Porto SAD, “só” detém 80% do passe mexicano. Nas últimas décadas, desde quando não deter a totalidade do passe de determinado jogador é um fator inibidor para o FC Porto vender um ativo?

  2. Detendo o FC Porto 80% do passe do mexicano, e tendo em conta inúmeras noticias de clubes interessados no mexicano após a melhor época ao serviço do FC Porto e de ter atuado no mundial da Rússia, não seria difícil encontrar uma proposta por Herrera a rondar os 25 milhões de euros. 80% de 25 milhões de euros dá 20 milhões de euros de encaixe. É preferível ver o mexicano já a partir de janeiro assinar por qualquer outro clube, sem qualquer compensação financeira para o FC Porto? Depois de Marcano e Reyes...

  3. Finalmente, e para terminar assuntos que me azedam o estômago, Pinto da Costa disse que Herrera pediu 6 milhões para renovar, mas não especificou se os 6 milhões referem-se a prémio de assinatura, a acréscimo salarial face ao anterior contrato ou a salário anual. Em matéria de dinheiro gasto em disparates nos últimos tempos, haveria IMENSO para escrever, mas assim de repente, lembro-me de Saidy Janko, Paulinho, Ewerton, Waris. Quantos milhões de euros, por entre salários, prémios de assinaturas e custos de aquisição, estão aqui?!
Creio por isso que não é muito difícil perceber o que penso sobre tudo isso. Fica para reflexão dos meus caríssimos leitores.

Falando então de futebol propriamente dito, o que resta até ao final do mês reveste-se efetivamente de muita importância para o FC Porto, a começar já na próxima 4ª feira no reduto do Lokomotiv. São muitos milhões de euros em jogo e pontos importantes, tendo em conta um dos grandes objetivos da época, ou seja, a passagem aos oitavos-final da Champions League. No campeonato, é importante que a equipa reaja bem à derrota do último encontro, num jogo frente a um adversário que tem sido incómodo nos últimos anos.

Para que as coisas corram bem, seria importante que o nível exibicional aumentasse face ao que já se viu. A grande verdade é que o FC Porto pode fazer muito mais do que aquilo que tem feito, tanto a nível de qualidade de jogo, como a nível obviamente de resultados. Mas a verdade também é que no último jogo em casa do rival, o jogo foi fraquíssimo de parte a parte, ou seja, o rival direto a jogar em casa praticamente teve apenas uma oportunidade de golo e nada mais em 90 minutos. Os outros também estão a jogar muito pouco, essa é a verdade.

Concentremo-nos por isso em nós próprios, nos nossos problemas e na melhor forma de os resolver. Para já, é positivo pelo menos que em termos físicos as coisas se estejam a recompor, com Danilo apto e os regressos de Bazoer e Mbemba. O único jogador de fora é mesmo Aboubakar, que colocou a nu uma lacuna clara na abordagem ao mercado de transferências, ou seja, a necessidade de ir buscar mais alguém para a frente de ataque.

Resta-nos esperar que os sinais vindos de dentro do campo sejam positivos, a começar já em solo russo!

19 outubro, 2018

O POKER DE ADRIÁN.


VILA REAL-FC PORTO, 0-6

Ao longo de sete anos como colaborador deste blogue, cinco como cronista, escrevi com estados de espírito muito diferentes sobre os jogos do FC Porto. Houve crónicas fáceis e difíceis que me despertaram múltiplas sensações. Umas crónicas foram divertidas, alegres, agradáveis e eufóricas. Outras, em menor número, foram enfadonhas, melancólicas e desagradáveis.

Como vilarealense, como sócio e adepto dos dois clubes e ainda como director do SC Vila Real, não sei descrever as sensações que tive durante o jogo. Foi o único jogo que vi na minha vida em que não vibrei durante o jogo e nem senti necessidade de o fazer. Estive no meu lugar a apreciar o grande ambiente à volta do Complexo, tanto fora como dentro, e concentrei-me, sobretudo, na festa que se foi fazendo pelas bancadas.


Valeu pela festa, valeu pelo ambiente, valeu pelo convívio e valeu, sobretudo, pelo registo de uma página nova e histórica na vida de um clube quase centenário. Senti um grande orgulho por este momento. Foi muito bonito ver o FC Porto a apadrinhar a estreia do SC Vila Real com o jogo televisionado para o País e além-fronteiras.

Há quase trinta anos, estive presente nos dois anteriores duelos entre as duas equipas, no mesmo estádio. Apesar de, nessa altura, ter estado mais gente, confesso que desta vez as sensações foram totalmente distintas. Na altura, com dezassete anos, olhávamos para os nossos grandes ídolos de então de uma forma espontânea. Com essa idade, não temos a capacidade de analisar tudo ou quase tudo o que nos rodeia. Nem de longe, nem de perto. A euforia de um jovem é de tal forma que lhe limita a capacidade de analisar as coisas tais como elas são. Foca-se apenas numa parte.


Desta vez, as sensações foram muito diferentes. Procurei viver o evento como se tratasse do evento do ano, aproveitei cada momento passado e de cada minuto, procurei extrair o melhor desses sessenta segundos. A cidade de Vila Real precisa destes momentos mais vezes e merece que o clube esteja numa posição mais confortável e vantajosa. Mas para isso, cidade e clube têm de se unir.

Quanto ao jogo, tal como já o disse, não o vi com aquela paixão com que vejo sempre os jogos do FC Porto, por norma. Pelos motivos óbvios. Enquanto cronista deste blogue e dos jogos do FC Porto, posso dizer que vi o SC Vila Real a fazer pela vida, a dignificar o emblema que enverga no peito e a deixar uma boa imagem dentro do relvado. E vi o FC Porto a aproveitar para dar minutos a jogadores que ainda não tinham cumprido qualquer minuto na presente época. Por outro lado, outros jogadores puderam aprimorar a forma para o terrível ciclo de seis jogos em 18 dias.

Um dos destaques vai, claramente, para Adrián López que, com um poker, decidiu, na sua quinta época ao serviço do clube, mostrar toda a inspiração que, até então, nunca se lhe tinha visto.


Da equipa habitual apenas os centrais Felipe e Militão, o médio Herrera, e o avançado Soares, se mantiveram no onze titular. E desses quatro, apenas três poderão subir ao relvado, na próxima Quarta-feira, em Moscovo.

O jogo teve sentido único. Os Dragões marcaram muito cedo e ampliaram a vantagem antes de fechado o primeiro quarto de hora, com dois golos de Adrián. A partir daí, o SC Vila Real que tinha dado um ar da sua graça, num pontapé de canto que Fabiano sacudiu com uma palmada, limitou-se a ver jogar e a tentar tapar os caminhos para a sua baliza. Os azuis-e-brancos faziam muita circulação de bola no meio-campo vilarealense, sempre com muitas movimentações. Neste capítulo, esteve em destaque Óliver Torres, para mim o melhor em campo. O jovem espanhol jogou, fez jogar, assistiu os seus companheiros e revelou-se importante no último passe.

A terminar a primeira parte, o jogo perdeu o interesse. Bazoer escapava-se isolado para a grande área e Raúl Babo travou o médio portista à margem das leis. Expulsão do jogador vilarealense e respectivo livre frontal cobrado superiormente por Adrián Lopez ditaram o 0-3 ao intervalo.


Murta, o Guarda-redes veterano do SC Vila Real, esteve particularmente inspirado. Susteve algumas investidas portistas e salvou o golo por três vezes, evitando um resultado mais volumoso ao fim de 45 minutos.

Na etapa complementar, os Dragões cavaram ainda mais a diferença. Óliver isolou Soares e o avançado brasileiro bateu Murta com um pequeno desvio para as redes. O SC Vila Real sabia que não era possível fazer melhor e com dez jogadores a tarefa tornou-se ainda mais complicada. Rui Sampaio ainda tentou a sorte com um remate de fora da área, mas Fabiano limitou-se a seguir a bola com os olhos.

O FC Porto continuou a gerir e a ensaiar ataques à baliza vilarealense, mas a velocidade do jogo baixou moderadamente. Não havia necessidade de correr riscos de possíveis lesões. André Pereira e, novamente Adrián, fecharam o resultado em 0-6, a 25 minutos do final. Pelo meio, Murta brilhava com um punhado de defesas que faziam as bancadas vibrar intensamente.


Tanto Patrick como Sérgio Conceição operaram mudanças nas suas equipas, com vista aos próximos jogos. Até ao fim, destaque ainda para uma bola no poste de Murta, após cabeceamento de Soares.

Terminado o jogo, referência para a grande moldura humana que se sentiu no Complexo Desportivo do Monte da Forca. Quase ninguém arredou pé das bancadas até o árbitro da partida soprar para o último apito. O agradecimento das equipas aos seus apaniguados e os fortes aplausos das bancadas ficam registados na minha memória.

O FC Porto prepara desde já a deslocação a Moscovo, onde na próxima Quarta-feira joga, frente ao Lokomotiv, uma importante cartada na fase de grupos da Champions League, com vista ao apuramento para os oitavos de final da prova. O SC Vila Real desloca-se a Fontelas, no próximo fim-de-semana, para cumprir mais uma jornada do Campeonato Distrital da AFVR.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição ficou satisfeito com a resposta dos jogadores em Vila Real

Respeito pelos adeptos, o jogo e a Taça
"No futebol e na vida há duas palavras essenciais: humildade e respeito. Tivemos humildade e respeito pela gente que veio ver o jogo, pelo próprio jogo e pela competição. Estou contente por isso, com mais ou menos golo, que não era importante. Importante era também a exibição dos jogadores, alguns que não têm jogado tanto, mostrando que podemos contar com eles."

Aposta em jogadores que ficaram no Olival
“Tinha de apresentar uma equipa com que eu tivesse trabalhado. A equipa que jogou passou estas duas semanas comigo, exceto o Éder Militão. Tive jogadores que chegaram em cima da hora do treino, era impossível utilizá-los hoje. Mas montei a equipa com essa noção de respeito, porque no futebol, hoje em dia, trabalha-se bem em todo o lado, as equipas técnicas são cada vez mais competentes, as coisas evoluíram e ainda bem que é assim.”

Sobre os quatro golos de Adrián López
“Não é o jogo que dita que os jogadores tenham mais oportunidades. São os treinos. Aquilo que o Adrián fez hoje é o que normalmente faz nos treinos. Por exemplo, eu tinha dito que o primeiro livre à entrada da área, seria ele que o batia, porque sei o que ele faz nos treinos.”

Sentimento igual em Vila Real ou em Moscovo
“Este ambiente é uma maravilha. Posso confidenciar que eu assisto ao vivo a mais jogos do Campeonato do Portugal e dos distritais do que propriamente da Liga. Gosto muito de ir a esses jogos, porque aprendemos muito. Jogando aqui ou jogando na quarta-feira na Rússia para a Liga dos Campeões, o sentimento tem de ser exatamente igual, só assim é que se consegue chegar a um patamar elevado e só assim é que se consegue ficar nesse patamar.”



RESUMO DO JOGO

O CENTRALISMO LISBOETA ATACOU: INFARMED, PGR, IPDJ E STJ.


PREÂMBULO
O FC Porto é um clube de dimensão internacional, mas de cariz marcadamente portuense e nortenho. Se isso é ser bairrista, sejamos pois um clube bairrista. O FC Porto é ainda, por direito próprio, uma força regional poderosa, que assenta a sua existência numa luta arreigada contra o poder central lisboeta e contra a burocrática máquina estatal, que existe para servir a oligarquia de sempre.
Os Actos enunciados abaixo são ataques à cidade do Porto, ao Norte do País e, consequentemente, ao FC Porto. Não os poderemos deixar passar sem o necessário ataque feroz e violento, tão típico das gentes da cidade Invicta, orgulhosas por direito próprio do seu passado, presente e futuro.


ACTO I - INFARMED
Conforme todos prevíamos, o INFARMED não vai transitar para a cidade do Porto. António Costa bem disse por 5 vezes que a sua decisão era para avançar e que o organismo que regula o sector farmacêutico iria mesmo rumar ao Norte do País.
Infelizmente não nascemos ontem nem anteontem e conhecemos o país que temos. Houve aliás portuenses, como Paulo Baldaia, conhecido jornalista da nossa praça, que se manifestaram muito preocupados com esta putativa mudança, dizendo que a descentralização “não se faz assim” e que “é preciso ter cuidado com os trabalhadores”. Paulo Baldaia esquece-se que pertence ao sector que, curiosamente, mais tem sido brindado com mudanças forçadas para Lisboa – o sector da comunicação social, outrora forte e pujante na cidade do Porto e que hoje apenas apresenta 2 ou 3 redacções (pequenas) para amostra.
Depois da decisão do Governo ter sido suspensa, fica muito bem bater no peito, inchar de orgulho e dizer que o Porto não precisa do INFARMED para nada. De facto não precisa, o Porto pode bem viver sem o INFARMED, mas que fazia jeito, lá isso fazia. O interesse da medida não seria albergar meia dúzia de funcionários deste regulador, mas sim atrair a poderosa indústria farmacêutica, criadora de mais-valia e com mão-de-obra altamente qualificada.
Os detractores desta medida avançam que “as coisas não se fazem assim” e que “Viseu e Beja necessitam muito mais”. Não podia estar mais de acordo. Mas se as coisas não se fazem assim, fazem-se como? E se não vão para Viseu nem para Beja e, pelos vistos, nem para o Porto, vão para onde então? A resposta é simples: não vão para lado nenhum e continua tudo em Lisboa.
A questão é política e em política não gosto de me meter, mas se com o INFARMED não se conseguiu nem mover um só departamento, alguém crê que algum dia neste país se vai colocar o Ministério da Agricultura em Évora, o Ministério da Ciência em Braga ou o Ministério da Educação em Coimbra?
O problema do centralismo em Portugal, conforme defendo há muitos anos, só se resolveria com uma medida semelhante à brasileira: retirar o estatuto de capital a Lisboa e colocar esse epíteto noutra cidade qualquer. Tudo o resto serão apenas tentativas vãs e panfletárias de “descentralizar”. O centralismo indígena é endémico e não se resolve com meias medidas: ou vai à bruta ou não vai.

ACTO II - PGR
Os argumentos de ambos os lados são poderosos e, de um ponto de vista meramente formal, o meu entendimento é de que o mandato do PGR não deve ser renovável, sob pena de estar dependente de vontades políticas e de o mesmo se ver pressionado a agradar a uns e a outros com vista à renovação do seu mandato. No entanto, resulta claro que a lei não é taxativa e de facto, deixa ao PR e ao PM a decisão de renovar ou não o mandato. Marcelo e Costa teriam pois actuado dentro da lei se tivessem reconduzido Joana Marques Vidal.
Falei acima de um ponto de vista meramente formal. Ora, sucede que estas avaliações carecem sempre da necessária avaliação factual dos acontecimentos. E aqui discordo frontalmente de Pedro Bragança, conhecido portista da nossa praça que se manifestou a favor da substituição da Procuradora. É que essa avaliação prática é arrasadora no sentido de que foi um erro não reconduzir a ex-PGR Joana Marques Vidal no cargo. É óbvio que se os anteriores Procuradores Souto de Moura e Pinto Monteiro tivessem realizado trabalhos meritórios, esta questão não se colocava. Mas sabemos que o historial dos anteriores PGR’s envolve almoçaradas com ex Primeiros-Ministros alvos de investigações por parte do MP, assim como presenças em apresentações de livros desses mesmos ex-PM’s. O cadastro não é, assim sendo, recomendável.
Daí que entenda que o mandato de Joana Marques Vidal muda por completo o paradigma da justiça portuguesa e estabelece mesmo novos standards para os seguintes titulares do cargo. A ex-PGR aproximou os cidadãos da justiça e mostrou que os intocáveis passaram a ser finalmente alvo da actuação do Ministério Público. Muito mais poderia Joana Marques Vidal ter feito – e Tancos, mesmo no crepúsculo do seu mandato é prova disso mesmo – assim lhe tivessem dado mais tempo – leia-se outro mandato.
Como disse, por princípio, sou contra a renovação dos mandatos dos PGR’s. Mas o Direito ensina a tratar igual o que é igual e diferente o que é diferente. E Joana Marques Vidal rompeu com a anterior prática dos PGR’s, que era a de deixar os poderosos sossegados, fossem eles políticos, banqueiros, militares ou clubes de futebol.
Dizendo isto, a não prorrogação do mandato da anterior PGR é uma derrota para o FC Porto e para todos aqueles que acreditam na democracia em Portugal. É, outrossim, mais uma vitória do centralismo indígena, mestre na arte de bater, misturar e deixar tudo como está. E não deixa de ser curioso que PS e PSD, que normalmente não se entendem em nada, tenham desta vez estado de acordo (quanto mais não seja tácito) quanto à substituição da Procuradora. Quando se toca na oligarquia, os oligarcas unem-se a uma só voz, indepentemente das cores.

ACTO III – IPDJ
Lê-se e não se acredita. O processo explica-se em poucas linhas e de forma resumida: Augusto Baganha era o Presidente do IPDJ e tanto se cansou de esperar que o seu Vice-Presidente Vítor Pataco finalmente se resolvesse a aplicar a necessária sanção ao SLB pelo apoio às suas claques ilegais, que decidiu avocar o processo e avançar ele mesmo com os trâmites processuais necessários e conducentes à aplicação da coima de um jogo à porta fechada ao clube lisboeta. Vai daí, o Presidente do IPDJ é demitido pelo Governo, nomeadamente pelo Secretário de Estado da Juventude e Desporto João Paulo Rebelo e, no seu lugar, por despacho, é nomeado o Vice-Presidente, tal Pataco.
Augusto Baganha explicou isto timtim por timtim, alto e bom som, para quem quis ouvir. A comunicação social escreveu pouco sobre o caso, a oposição não ligou e o circo que é o IPDJ continua a ter os seus palhaços e os seus cães amestrados.
Esta é mais uma demonstração do centralismo no seu melhor. O inédito neste caso a existência de um titular de um órgão público demitido por, imaginem só, ter aplicado a Lei. Deixo aqui, ipsis verbis, as palavras de Augusto Baganha. Para bom entendedor…

"Quando se dá a interdição do campo, eu tive de avocar o processo. Tive necessidade disso. É algo que está na competência do meu ex-colega que agora vai ser presidente, mas fui eu que tive de avocar. Ele estava retido incompreensivelmente. Havia algo a ver com o cumprimento da lei. É que não pode haver aqui entidades beneficiadas... O que é facto é que eu tive de o fazer, tive de avocar o processo, pois a lei não estava a ser aplicada"
ACTO IV – STJ
Ricardo Costa, jurista que foi Presidente da Comissão Disciplinar da Liga de Clubes durante a altura do Apito Dourado, somou asneiras atrás de asneiras no direito desportivo, do qual devia ser um dos maiores entendidos.
Não precisamos aqui de referir em que é que estes processos desportivos resultaram, primeiro na jurisdição da FPF e depois nos tribunais civis, nomeadamante o Caso do Túnel (Hulk e Sapunaru), o Apito Final, o Túnel do Sporting de Braga (Vandinho e Mossoró) e o Caso do Boavista.
Saber que este jurista é cogitado para o mais importante Tribunal em solo nacional arrepia qualquer um. Saber que este jurista pode vir a ter um voto no STJ relativo a matérias que possam envolver a Benfica SAD, é de levantar os cabelos a qualquer um. Mais uma vez, a oligarquia mexe-se e, desta vez, sem qualquer vergonha.

Rodrigo de Almada Martins

18 outubro, 2018

TIRO AOS PATOS.


Num fim de semana em que o interesse noticioso se centrou, com o já habitual histerismo, na tempestade Leslie, outros pequenos mini-furacões aconteceram para os lados do Dragão, com consequências incertas no futuro.

O menor, será a derrota com o slb. Num jogo em que ambas as equipas jogaram (?) mais para não perder, do que para se superiorizar ao adversário, acabaram por ser mais felizes os da casa no, porventura, único lance de golo legal que tiveram na partida inteira. Perder um jogo com o maior rival, em casa dele, de quatro em quatro anos, não é nenhuma calamidade. Mais anormal foi a reação eufórica daquela tribo, presenteando-nos com banda sonora especial por nos terem conseguido ganhar com o credo na mão. É um pequeno consolo quando vemos os mais maiores do mundo, universo e arredores, a equipararem-se a um qualquer Tondela ou Arouca por nos conseguirem vencer.

Bem mais grave do que o percalço competitivo, foram os resultados económicos entretanto divulgados. Num período em que estamos sob escrutínio da UEFA, o que motivou austeridade no investimento, e vendas sonantes é, no mínimo, incompreensível que o passivo tenha atingido os valores pornográficos a que chegou. Como? Porquê?

Pior, em vez de um mea culpa, o que verificamos mais uma vez, a exemplo do que já aconteceu com Lopetegui, foi a procura fácil de bodes expiatórios, entre os alvos mais visados pelos adeptos, com a Herrera a servir desta vez para cordeiro a ser imolado.

Herrera está longe de ser um dos meus jogadores preferidos no plantel. Provavelmente, estará longe de ser um dos jogadores preferidos de todos os adeptos portistas, novos e velhos. Contudo, é conveniente não esquecer, que apesar do mexicano falhar demasiados passes fáceis, e ter uma atração especial pelo erro, não é ele que contrata jogadores de qualidade duvidosa para o clube, não é ele o responsável pela sumptuosa distribuição de comissões obscuras, não é ele que recusa propostas de dezenas de milhões para depois deixarem sair jogadores a custo zero, não é ele que gere as renovações dos jogadores, nem sequer é ele que estipula cláusulas ou percentagens de aquisição.

O mexicano pode ser culpado de muitas coisas em campo, mas algo que deve ser dito em sua defesa, é que enquanto muitos quiseram sair do clube ao fim de 1 ou 2 anos de contrato, ele sempre quis ficar. Aspirar a dar um passo maior no auge (?) da carreira, é algo que todos os jogadores - sem excepção - pretendem. Aproveitarem-se disto para sacudir culpas próprias, e desviar injustamente o foco para um jogador contestado, mas leal, é um golpe baixo.

Nem Herrera, nem nós portistas, merecíamos isto. 

Merecemos uma direcção competente, preocupada com os interesses do FC Porto, e não com o bolso próprio. 

Por todo o seu passado, Pinto da Costa não merecerá o insulto de qualquer tentativa de rebelião, motim ou revolução. Contudo, é importante preparar-se um futuro do FC Porto democrático, e não uma transição semi-monárquica. Pois para as caras do presente, já não há qualquer futuro no clube.

Cumprimentos Portistas

11 outubro, 2018

VILA REAL É O ADVERSÁRIO NA TAÇA DE PORTUGAL.


Sorteio da 3.ª eliminatória foi realizado ao final da manhã desta quarta-feira

O FC Porto ficou a conhecer nesta quarta-feira o nome do adversário para a estreia na edição 2018/19 da Taça de Portugal, na sequência do sorteio realizado ao final da manhã na Cidade do Futebol.

Os Dragões jogam como visitantes frente ao SC Vila Real na 3.ª eliminatória, em data e hora a anunciar. O Sport Clube Vila Real compete atualmente na Divisão de Honra da Associação de Futebol de Vila Real.

FC Porto e SC Vila Real já se defrontaram por seis vezes. O primeiro duelo remonta a 1926, para o Campeonato de Portugal: 10-0 no Campo do Covelo, com 8 golos de Normal Hall e 2 de Balbino Silva. No confronto mais recente, para a 4.ª eliminatória da Taça de Portugal 1991/92, a equipa portista foi ao Complexo Desportivo Monte da Forca vencer por 4-0, com golos de Petar Mihtarski (2), Jorge Andrade e Toni.

Os jogos desta eliminatória da Taça de Portugal estão agendados, provisoriamente, para 21 de outubro.

fonte: fcporto.pt

10 outubro, 2018

PARA ONTEM MISTER, ANTES QUE SEJA TARDE!


Somos assim tão diferentes do ano passado? Nem por isso. Temos sido assim tão diferentes do ano passado? Acho que sim. Vejamos então porquê:

O que ganhámos em relação ao ano passado?

1:  Militão. Um central espetacular, alguém que dificilmente ficará por cá mais do que uma ou duas épocas, tal é a sua qualidade. E tem apenas 20 anos.

2: Hum, pois. Não sei o que dizer mais. Mandem daí sugestões.

O que perdemos em relação ao ano passado?

1: Ricardo, um lateral direito que nos dava praticamente a mesma qualidade ofensiva que temos do lado esquerdo. Maxi é competente e confiável, sobretudo defensivamente, mas sabemos todos que não é o vaivém de drible e progressão que era Ricardo. Como resultado, temos menos variabilidade de soluções, e sobretudo muito menos imprevisibilidade e desequilíbrio, sobretudo porque os recursos técnicos e físicos de Ricardo são de nível superior aos de Maxi.

2: Homem-golo! Cadê? Aboubakar, melhor marcador da passada época, esteve até agora numa forma lastimável. Para piorar, lesionou-se gravemente. Soares lesionou-se no primeiro jogo oficial da época e só agora está a voltar. Naturalmente, ainda em busca da melhor forma. Marega voltou também a ter números normalíssimos. Continua a ser um jogador muito útil e perigoso, sobretudo neste futebol que usa e abusa do choque e da profundidade, mas os seus números têm sido bem mais modestos e, sejamos honestos uns com os outros, “realistas”.

3: Brahimi e Herrera, jogadores absolutamente fulcrais, ainda não renovaram. Não faço a mínima ideia se existe relação entre esse facto e o rendimento de ambos em campo, mas parece-o mesmo. O argelino tem estado desinspirado e com pouco fôlego, embora continue a ser o único a acrescentar valor (e perigo) com a bola no pé. O mexicano, capitão, tem sido uma sombra de si próprio. Desacertado, desconcentrado, ausente. Aguardamos ansiosamente por provas em contrário.  

4: Danilo voltou, o que é uma notícia muito boa! Mas ainda está longe da sua forma física habitual. E, sem isso, torna-se um jogador bem inferior ao seu real valor. Que recupere rápido aquela força e pujança!

5: De uma forma geral, a maioria dos jogadores aparenta estar numa forma física inferior ao que vimos em grande parte da época passada. E isso numa fórmula que pede velocidade, que pede choque, que pede duelos, que pede luta, nota-se ainda mais. O modelo que conhecemos de Sérgio Conceição exige todos os jogadores a top! Consensual de que não têm estado assim. Ou então é só uma falsa aparência provocada por uma maior desorganização e uma menor proximidade.
Enfim, problemas há muitos e quem estiver atento percebe-os bem. Mas já há por aí muitos blogues pseudointelectuais que só procuram o “bota-abaixo”, quiçá, porém com outro tipo de interesses camuflados.

Foquemos então nas Soluções que temos para dar a volta ao momento e recuperarmos o nosso lugar:

1: Recuperar fisicamente e animicamente (se for preciso) os jogadores. Os jogadores têm de voltar a comer a relva, a ganhar os duelos no limite, a chegar à bola primeiro, a ganhar no “in extremis”. Se o modelo é físico, de choque, de correria, então há que garantir o power necessário. A ganhar no grito. Mas se até Sérgio Conceição reconheceu que não se ganha só no grito, estará claro de que esta não é a solução ideal. Pelo menos não será a solução completa.

2: Aumentar a variabilidade no nosso jogo. Não Mister, não é preciso abandonar a força nas bolas paradas, a procura da profundidade, a coragem nos duelos. É preciso, isso sim, que isso não seja a nossa única estratégia ofensiva. É preciso mais combinações, mais bola no pé, mais ideias, mais cérebro, mais tentativas de quebrar linhas a partir de jogo interior. Mais variabilidade, mais imprevisibilidade. E, porventura, intérpretes diferentes. Mister, já lhe falei do Oliver? Aqueles vinte minutos contra o Galatasaray não foram suficientes para se perceber a ideia?

Para terminar, o Mar Azul tem de continuar a acreditar e a fazer as grandes exibições do costume. Os "Baluartes", os "Portos Lúcidos", os "Batalhas", e todas as demais fortalezas azuis e brancas, também devem continuar a fazer o seu excelente trabalho. Mas lá dentro, as coisas também têm de começar a ser diferentes. Percebermos e reconhecermos isso sem medo é o primeiro passo para darmos a volta! Sérgio Conceição foi o principal responsável da nossa alegria no ano passado. É também com ele que contamos para inverter a situação. Para ontem Mister, antes que seja tarde!

Contigo até ao fim!

07 outubro, 2018

PORTO IRRECONHECÍVEL.


sl benfica-FC PORTO, 1-0

Num jogo pouco interessante e muito mastigado, venceu a equipa mais bafejada pela fortuna. O jogo foi bastante disputado no meio-campo, intenso mas com poucos pontos de apreciação para quem gosta de futebol. Muito físico, muito musculado, bastante viril mas mau para quem quis ir ao estádio e para quem viu pela tv.


O FC Porto, na primeira parte, teve dois remates relativamente ameaçadores para Vlachodimos, ambos protagonizados por Soares. O Benfica incomodou Casillas mas em lances que precederam irregularidades nas suas jogadas e que foram assinaladas pelo árbitro à posteriori. Uma primeira parte muito tática, bastante cautelosa de ambos os conjuntos, com um ligeiro domínio pela posse de bola por parte da equipa da casa.

Na segunda parte esperava-se uma maior presença do Benfica no ataque e um FC Porto a jogar em contra-ataque. Mas não se viu isso. Muitas bolas perdidas entre as duas equipas, com outras divididas, tornaram o jogo muito confuso. Depois vieram as substituições. O FC Porto colocou Sérgio Oliveira e Corona em campo, mas pouco ou nada surtiram efeito. O Benfica chegou ao golo pouco depois dos 60 minutos, numa jogada atabalhoada.


Gabriel despachou uma bola para a entrada da área portista, apanhando a defesa portista adiantada. Pizzi tocou de cabeça para a zona frontal da área e Seferovic chegou mais rápido à bola que Éder Militão e Casillas. O FC Porto sentiu bastante o golo. Não conseguiu reagir e viu as coisas ficarem mais complicadas.

Sérgio Conceição lançou André Pereira para o lugar de Soares. Alguns minutos volvidos, Lema carregou o avançado portista e foi admoestado com o segundo cartão amarelo. Faltavam cerca de 10 minutos para o fim da partida. O FC Porto aproveitou para carregar só que não teve calma, nem cabeça para chegar à baliza contrária. O jogo aéreo foi privilegiado, mas as ocasiões de golo foram poucas.


Brahimi, numa jogada individual, atirou a rasar o poste e Danilo cabeceou com perigo em cima do apito final. O jogo terminou com um Benfica muito fechado atrás, a tapar todos os caminhos para a baliza e com um FC Porto irreconhecível, sem norte a atacar a baliza dos lisboetas sem critério.

O jogo terminou com o FC Porto a cair para o 3º lugar a dois pontos do duo Benfica e Sp. Braga. Segue-se nova paragem no calendário das competições nacionais para novo compromisso das selecções nacionais. Os Dragões regressam à competição no fim do mês, com mais um lote de jogos que vai exigir à equipa muito mais do que tem mostrado.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Vamos ser uma equipa muito competitiva até final"

Empate seria o resultado mais justo
“Foi um jogo extremamente competitivo, como esperado. As equipas, conhecendo-se bem, anularam os pontos fortes da outra. Na primeira parte, houve um jogo equilibrado e algumas situações que podíamos ter definido de outra forma, faltando aqui ou acolá alguma ousadia. Na segunda parte, a entrada do Benfica foi forte, houve um pendor mais forte por parte do Benfica. Na parte final do jogo, já antes da expulsão, chegámos com algum perigo à baliza contrária. Depois da expulsão, que faz parte do jogo, criámos várias situações para o empate. Creio que seria o resultado mais justo.”


Equipa competitiva até final
“Somos os campeões nacionais com muito mérito, depois de termos feito um campeonato extraordinário. Vamos lutar muito pelo bicampeonato. Não gostamos de perder. Como disse antes do jogo, isto momentaneamente cria algum impacto, porque estamos habituados a vitórias. Não conseguimos hoje mas o campeonato é longo e vamos ser uma equipa muito competitiva até final. Sabemos que podíamos ter feito mais hoje para conseguir os três pontos.”

Segunda derrota no campeonato
“Não olho para isso com satisfação, claro, mas talvez esta seja a última derrota do campeonato. Conheço bem o grupo que tenho. Neste momento, estamos desiludidos por não ter dado uma resposta de acordo com o que queríamos, mas vamos lutar até ao final. Os meus jogadores são muito sérios no trabalho diário e estou completamente confiante em relação ao futuro. Uma palavra final para o árbitro: num jogo difícil, num ambiente difícil, merece os meus parabéns. Não foi pelo árbitro que perdemos.”



RESUMO DO JOGO

03 outubro, 2018

VITÓRIA DETERMINANTE.


FC PORTO-GALATASARAY, 1-0

O jogo desta noite, no Estádio do Dragão foi um jogo determinante para o FC Porto encarar o resto da fase de grupos da Champions League com optimismo redobrado. Em termos teóricos, os Dragões defrontaram o adversário mais difícil do Grupo D. O Galatasaray, composto por bons jogadores e com experiência nos palcos europeus, apresentaram-se no Dragão com o propósito de levar os três pontos. Só um FC Porto capaz e concentrado poderia vencer este jogo.

Depois de um empate na Alemanha, diante do Schalke 04, na ronda inaugural da Champions League, o FC Porto recebeu os campeões turcos e venceu, num jogo extremamente difícil e desgastante. Com 4 pontos ao fim de duas jornadas, os campeões nacionais poderão definir da forma mais desejável o seu futuro na Liga dos Campeões.



O jogo desta noite foi bastante equilibrado e a vitória poderia, perfeitamente, cair para qualquer um dos lados. Caiu, felizmente, para o FC Porto que foi mais eficaz, mais determinado e teve em Iker Casillas uma das principais peças-chave deste jogo. A primeira parte ficou marcada por dois lances em que o Guarda-Redes espanhol foi crucial para manter o FC Porto na luta pelo resultado.

Mas as primeiras oportunidades foram do FC Porto. Depois de 15 minutos iniciais muito disputados e equilibrados com muita luta a meio-campo, os azuis-e-brancos criaram a primeira oportunidade de golo na partida. Aos 26 minutos de jogo, Corona teve uma excelente jogada na direita, cruzou para a área para Brahimi, que de forma acrobática, rematou fortíssimo para grande defesa do Guarda-Redes Muslera, quase em cima da linha de baliza. Logo a seguir, Marega isolou-se na meia direita e depois centrou para o coração da área quando poderia ter ido para a baliza. O lance perdeu-se na defensiva turca.


Em cima do intervalo, os turcos tiveram duas grandíssimas oportunidades de abrir o marcador. Primeiro numa jogada de combinação na esquerda de ataque que deixou Nagatomo na cara de Casillas. O Guarda-Redes portista defendeu com o pé esquerdo. Depois, numa perda de bola de Otávio a meio-campo para Sinan Gumus. O jogador da equipa turca cavalgou metros até entrar na área e rematar forte para nova grande defesa de Iker Casillas com o pé esquerdo.

O intervalo serviu para acalmar os homens de azul e branco e para acertar pormenores. A etapa complementar não poderia começar melhor para o FC Porto. Estavam decorridos quatro minutos de jogo quando Alex Telles bateu um pontapé de canto na esquerda do ataque portista. A bola foi ter à cabeça de Marega que, solto de marcação, cabeceou para a baliza turca. A vantagem no jogo estava alcançada. Era preciso manter os índices de concentração e procurar “matar” o jogo.


A partida voltou a ser equilibrada com muita disputa pela bola, com as equipas muito equilibradas quer a atacar, quer a defender. O Galatasaray voltou a criar uma oportunidade pela esquerda do seu ataque, com um cruzamento para a grande área onde Garry Rodrigues surgiu em frente à baliza a rematar por cima, muito torto.

Faith Terim, treinador do Galatasaray, arriscou tudo na parte final do desafio. Sérgio Conceição apostou na segurança do resultado e refrescou a equipa com alguns elementos. Óliver, André Pereira e Sérgio Oliveira entraram para os lugares de Corona, Otávio e Herrera. A equipa portista foi capaz de se tornar mais sólida e acabou o jogo com duas clamorosas oportunidades.

Primeiro por Marega a cinco minutos do fim. O maliano não conseguiu bater o Guarda-Redes turco, permitindo a defesa. E depois, André Pereira, desmarcado brilhantemente por Brahimi, picou a bola sobre Muslera, mas o lance perdeu-se pela linha final.


O jogo terminou logo a seguir com o Dragão a respirar de alívio, feliz com os três pontos e com 2,7 milhões de euros nos cofres do clube. O FC Porto terá proximamente dois jogos com o Lokomotiv de Moscovo, nesta prova e poderá definir nesses dois jogos o seu destino nas competições europeias da forma que todos pretendemos.

Destaques finais para a grande exibição de Casillas, sobretudo na primeira parte com intervenções só ao alcance dos predestinados, e para o regresso de Óliver Torres, com uma exibição cheia de excelentes pormenores.

Os azuis-e-brancos defrontam o Benfica, já no próximo Domingo para a Liga NOS, no Estádio da Luz. Aos nossos jogadores pede-se que tragam um bom resultado para nos mantermos na dianteira do campeonato.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Resultado justo num jogo difícil"

Segunda parte melhor do que a primeira
“Entrámos no jogo com um avançado com características diferentes daquelas a que estamos habituados, e por vezes podíamos e devíamos ter mais bola na frente. Tivemos uma ou outra situação em que podíamos ter definido melhor, mas eles também criaram duas situações de perigo nas quais o Iker esteve muito bem. Na segunda parte estivemos muito acima da média no que diz respeito à posse e circulação de bola, e tivemos duas ou três vezes na cara do golo. Foi um resultado justo num jogo difícil.”

Grupo equilibrado
“O grupo é extremamente equilibrado e o Schalke ainda hoje ganhou em Moscovo. Os jogos fora também serão muito importantes, e não apenas os jogos em casa. Agora vamos ter um jogo em Moscovo que pode ou não ser decisivo. Fizemos um bom jogo na Alemanha, frente ao Schalke, e creio que merecíamos ter ganho. Hoje defrontámos uma equipa turca que tem jogadores com maturidade e experiência, e que sabem que nestes momentos da Liga dos Campeões isso pode ser fundamental.”

Conhecimento sobre o adversário
“Sabíamos das características individuais dos jogadores do Galatasaray, e sabíamos que os centrais deles poderiam ter dificuldades perante o nosso jogo em profundidade. A realidade é que tivemos duas ou três situações para fazer golo, mas faltou termos mais bola. O canto que originou o golo é uma jogada que começa no Iker. Temos qualidade para controlar o jogo com bola de forma ativa. Gosto de uma equipa objetiva e que olha para a baliza.”


O apoio dos adeptos
“O apoio dos nossos adeptos é fundamental e os jogadores sentem isso. A sintonia e a empatia que existe entre a equipa e os adeptos foi crucial no ano passado, e continua a ser este ano. Temos tido uma caminhada difícil, mas eles estão sempre do nosso lado.”

Vitória com dedicatória especial
“Disse antes deste jogo que queríamos muito dedicar esta vitória ao Aboubakar. O grupo queria muito dedicar-lhe esta vitória, por isso esta vitória é para ele.”

O FC Porto na Liga dos Campeões
“Sinto orgulho e responsabilidade por trabalhar aqui e por orientar um clube tão histórico como o FC Porto. Historicamente somos os favoritos neste grupo, mas não há que esconder isso ou estar com meias palavras. O grupo é muito equilibrado, como já tive oportunidade de dizer. Vamos fazer tudo para trazermos um bom resultado da Rússia. Os dois jogos com o Lokomotiv podem ser decisivos para a qualificação.”



RESUMO DO JOGO