31 outubro, 2016

ESTAMOS A SER GOZADOS.


Ao fim de apenas 9 jornadas, já se ultrapassou em muito o limite aceitável no que toca à atuação das equipas de arbitragem. Quem me lê habitualmente, sabe que ao longo da presente época já emiti a minha opinião sobre as vertentes táticas e técnicas da equipa, sobre o desempenho dos jogadores, treinador e até da própria SAD. Tenho falado muito de aspetos internos, ou seja, daquilo que depende apenas do FC Porto.

Hoje, porém, perante a gravidade da situação, vejo-me obrigado a falar de um aspecto externo que tem tido clara influência no desenrolar dos jogos. Um aspecto que retira grande parte da importância/carga psicológica a uma das equipas para o clássico do próximo fim-de-semana. Permite que uma das equipas vá jogar de "poltrona" sentada numa belíssima vantagem de 5 pontos, e que a outra entre com toda a pressão, literalmente com a "corda no pescoço", em que um mau resultado complica imenso as coisas. 2 pontos nesta altura, de facto, fazem toda a diferença na abordagem ao jogo do próximo domingo.

Fazendo um simples exercício de pesquisa (o universo é enorme, é tão fácil escolher!) e socorrendo-me apenas dos lances em que existiu unanimidade (por exemplo, dos 3 elementos do Tribunal do Jogo, do qual faz parte o insuspeito Jorge Coroado) em relação à forma errada como os mesmos foram ajuizados, temos que:

2ª jornada, Estoril no Dragão, penaltie claro por marcar sobre Varela aos 5 minutos de jogo, FC Porto venceu o jogo;

3ª jornada, Sporting em Alvalade, falta que originou o golo do empate mal assinalada porque Marcano nem tocou no adversário, que se "atirou para a piscina", FC Porto perdeu o jogo;

4ª jornada, Guimarães no Dragão, penaltie claro por marcar sobre Diogo Jota aos 92 minutos de jogo e golo muitíssimo mal anulado a André Silva aos 19 minutos quando o jogo ainda estava empatado, FC Porto venceu o jogo;

5ª jornada, Tondela em Tondela, fora-de-jogo mal assinalado a Adrián Lopez que seguia escandalosamente isolado em direção à baliza, FC Porto empatou o jogo;

6ª jornada, Boavista no Dragão, golo do Boavista a abrir o jogo marcado em fora-de-jogo, FC Porto venceu o jogo;

8ª jornada, Arouca no Dragão, penaltie claro por marcar sobre André Silva aos 58 minutos de jogo, FC Porto venceu o jogo;

9ª jornada, Setúbal no Bonfim, penaltie claro por marcar sobre Otávio aos 84 minutos de jogo, FC Porto empatou o jogo;

Poderia falar de outros lances, para além dos que acabo de enunciar, mas estes até dou de barato, por não ter havido total unanimidade na apreciação dos referidos lances. Mas ainda haveria mais para falar...

Posto isto, creio também que já se ultrapassou à muito o limite do bom senso, da decência e do mínimo respeito por uma instituição enorme como é o FC Porto. Isto já não são apenas "erros humanos", não são infelicidades dos homens do apito ou apenas azares devido a más condições de visibilidade dos senhores do apito.

Isto é tão simplesmente GOZAR com a nossa cara. Estamos a ser gozados à grande pelos senhores do apito, que pelos vistos tomaram o gosto à coisa e continuam a ROUBAR (sim, ROUBAR!!!!) a cada jogo que passa, quer ganhemos, quer percamos, quer empatemos, mas quase sempre temos razões de queixa, sempre mas sempre no mesmo sentido. Nenhum desses erros foi capa de jornal ou alvo de grandes parangonas pela generalidade da comunicação social, mas como num campeonato de 34 jornadas é impossível também não sermos beneficiados num ou noutro jogo, aposto com vocês tudo o que quiserem que no primeiro jogo em que ganharmos no seguimento, por exemplo, de um canto mal assinalado a nosso favor, vamos ser capa de jornais com o seguinte título: "FC Porto ganha com ajuda arbitral!!".

Meus amigos, é contra isto que também nos temos que revoltar. Tudo isto já começa a ser demais, já enoja, já cheira demasiado mal e torna-se tão repetitivo que até aborrece. Numa fase em que notoriamente a equipa está em crescimento, pois tem jogadores novos, treinador novo, modelo novo, após 3 anos de falhanços atrás de falhanços a vários níveis, parece que existe um nervosismo incrível por parte das equipas de arbitragem em apitar sempre contra nós. Em 9 jornadas, fomos clara e unanimemente prejudicados em 6 delas. A diferença de 5 pontos para o líder podia ser seguramente menor, com tudo o que isso implicava no clássico do próximo domingo.

Este post não pretende esconder, omitir ou tornar menos relevantes todos os problemas da nossa equipa (por mim já mais que esmiuçados neste blog), mas quando uma equipa jogo após jogo leva constantemente "marretadas" dos senhores de preto, com erros, erros e mais erros todos no mesmo sentido, isto já é demais.

Cabe às pessoas responsáveis agir em relação a isto, nos momentos e locais próprios, através da ferramentas mais eficazes. Ficarmos quietos, mudos e com cara de parvos a assistir a tudo isto, será o compactuar com este gozo de que estamos a ser alvo.

NOTA FINAL: Como ultimamente temos sido uns gajos porreiros muito preocupados com a marca "futebol português", proponho sinceramente que recebamos o nosso próximo rival da melhor forma possível: preparemos uma poltrona, umas bolachinhas e um chazinho para receber os dirigentes adversários. Não assobiemos, não maltratemos nenhum agente relacionado com rival, comportemo-nos como uns "santos", a quem nada possa apontar.

PS: No jogo de Setúbal, mais coisas ficaram por dizer para além do penaltie claro por marcar sobre Otávio. Desde erros na marcação de faltas, nomeadamente a falta incrivelmente inexistente que depois dá origem ao golo anulado ao Setúbal, passando por erros de apreciação em cantos, faltas e faltinhas, tudo no mesmo sentido (contra o FC Porto pois claro!). Mas o mais chocante são os 4 minutos de compensação, quando 5 minutos antes do final do tempo regulamentar, um artista setubalense finge uma lesão ficando 3 minutos deitado no chão, depois de minutos e minutos perdidos na reposição de bolas, simulação de lesões, caídas no chão, etc, etc. Todas as equipas têm direito a fazer o anti-jogo mais nojento possível, mas cabe às equipas de arbitragem penalizarem esse tipo de atitude através do tempo de compensação. Nas últimas semanas os nossos rivais diretos tiveram vários jogos com 6 minutos de compensação, jogos em que inclusivamente surgiram golos ao minuto 96. O que será preciso para o FC Porto ter direito a 6 minutos de compensação? Felizmente, não sou jogador de futebol profissional, porque garanto-vos que um dia, jogasse eu no meu FC Porto e visse um qualquer artista a simular uma lesão deitado no chão, dar-lhe-ia razões verdadeiras para ele estar deitado no chão, pontapeando-lhe a cabeça até lhe saírem os dentinhos todos... Fingir, simular, ter atitudes nojentas apenas para enervar o adversário é próprio de quem não contribui para o futebol em nada. Jogar com autocarros, em linhas baixas e com atitudes ultra-defensivas é algo completamente legítimo para quem tem armas infinitamente inferiores aos grandes, algo bem diferente é a partir dos 70 minutos (e muitas vezes até antes disso!) simular, fingir e queimar tempo das formas mais ridículas possíveis.

29 outubro, 2016

DESPERDIÇAR PARA SER ESPOLIADO.


SETÚBAL-FC PORTO, 0-0

Mais uma vez o desperdício volta-se contra o FC Porto. É por aqui que quero começar a crónica deste jogo. Os Dragões entraram no Bonfim com um registo imaculado de 18 épocas consecutivas sem deixar qualquer ponto neste estádio e com 32 épocas consecutivas sem conhecer o sabor da derrota. Ora, o jogo de hoje passou o registo para 33 épocas sem perder mas o nulo no resultado final interrompeu o ciclo longo de vitórias em Setúbal.


E porquê?

Por vários motivos. Primeiro porque o FC Porto desperdiçou oportunidades soberanas para marcar, depois porque o V. Setúbal teve um guarda-redes inspiradíssimo e em noite afortunada e, por fim, para complicar o árbitro nomeado fez a sua parte sonegando, pelo menos, uma grande penalidade clara ao FC Porto cometida sobre Otávio mesmo perto do final do jogo.

E com este resultado, este desenlace e mais uma palhaçada no futebol nacional, retirou-se a possibilidade de haver, na próxima jornada, a disputa do primeiro lugar na liga portuguesa. Assim, o FC Porto não vai ter oportunidade de alcançar o benfica no topo da tabela, fruto deste empate que colocou os Dragões a cinco pontos do clube avermelhado.


A saga das últimas épocas prossegue na presente temporada. O FC Porto não aproveita os pontos para reunir as condições para alcançar a liderança na classificação e, com isso, vai cavando cada vez mais o fosso para o vencedor das três últimas ligas. É triste dizer isto. Perdermos por erros da arbitragem é revoltante mas desperdiçar claras oportunidades de golo é lamentável. Quem quer almejar algo, não pode perder oportunidades nem pontos com os “setubais” e “tondelas” desta vida.

Defrontar o nosso maior adversário com 3 pontos de diferença é completamente diferente de o defrontar com 5 pontos de desvantagem. O estado de espírito, a pressão, a postura e a atitude de ambas as equipas que se defrontam no Dragão no próximo dia 6 de Novembro são totalmente opostas com 3 e com 5 pontos de distância.

Se estivéssemos noutros tempos em que as Antas impunham um respeito descomunal a quem as visitasse, eu não estaria preocupado. Agora, no actual Dragão, o benfica entra sem qualquer tipo de problema. E repito: é triste dizer isto mas o FC Porto presentemente não mete medo a ninguém.

Perante um V. Setúbal inofensivo, bem encostado às cordas, o FC Porto não conseguiu contrariar os sadinos. A equipa de Nuno Espírito Santo entrou com pouca dinâmica de jogo e um futebol que não conseguiu impressionar.


Foram precisos 20 minutos para os Dragões começarem a mostrar superioridade no terreno. À passagem dos 25 minutos, os portistas desperdiçaram uma oportunidade soberana para se adiantar no marcador. Diogo Jota escapou-se pela meia direita e serviu Óliver à entrada da grande área. O espanhol perdeu muito tempo no remate e permitiu a defesa do guarda-redes contrário.

De seguida, Diogo Jota cabeceou mal frente ao guardião sadino e depois Herrera e André Silva falharam a baliza em minutos seguidos. Atingia-se o intervalo sem golos, culpa exclusiva do FC Porto que poderia sair para o descanso com dois ou três golos no bornal.

Na etapa complementar, viu-se Porto nos minutos iniciais mas os Dragões continuaram a mostrar-se bastante perdulários. André Silva cabeceou ao lado e depois foi a vez de Bruno Varela, o guardião sadino, defender por instinto um golo mais do que certo negado a Diogo Jota.

A sorte não queria nada com os Dragões. Adivinhava-se o golo portista mas subitamente e, após as substituições operadas, o FC Porto quebrou de rendimento e o V. Setúbal pôde respirar e subir no terreno. Corona, Brahimi e R. Neves entraram para mudar alguma coisa mas o efeito foi precisamente o contrário. Para se poder ter a noção do que realmente se passou, o FC Porto acabou o jogo a bombear bolas para a grande área, procurando uma cabeça milagrosa. E por ironia do destino, Nuno Espírito Santo deixou Depoitre no banco de suplentes.


O V. Setúbal subiu no terreno e ainda chegou ao golo na cobrança de um livre mas Fábio Cardoso estava em situação irregular.

A terminar, o artista do apito deixou a sua marca no jogo com uma grande penalidade sobre Otávio num pontapé de um defesa sadino na canela do jogador portista e a acabar o jogo uma entrada sobre R. Neves em cima da linha de área setubalense não foi sancionada. E assim o Dragão continua a ser espoliado.

Alguém vai falar nisto? Nem pensar. Agora só se fala quando se ganha. Quando se perde ou empata da forma que se viu hoje, fica tudo bem, não há nada a reclamar. Antigamente falava-se quando nos sentíamos enganados e prejudicados. Agora deixa-se andar. Com um jogo grande à porta vai ser bonito, Sr. Presidente! Tenho saudades suas, acredite! Ninguém fazia farinha. O respeito era tão lindo!

Perante este resultado, o FC Porto perde mais dois pontos para o líder do campeonato e não aproveita a escorregadela do terceiro classificado. Assim, torna-se difícil. Não dá mesmo!

O FC Porto vai entrar numa semana algo decisiva. Quarta-feira recebe o Cub Brugge no Dragão para a 4ª Jornada da Champions League onde pode desde já eliminar o clube belga da prova, para depois receber o primeiro classificado da Liga NOS e tentar diminuir a diferença.




DECLARAÇÕES

Nuno: “Faltou eficácia”

Nuno Espírito Santo considerou que o empate do FC Porto frente ao Vitória de Setúbal, este sábado, no Estádio do Bonfim, na nona jornada da Liga NOS, se ficou à falta de eficácia no aproveitamento das várias oportunidades de golo criadas ao longo do jogo. O treinador defendeu por isso que o resultado foi injusto face ao que a equipa produziu em campo e lamentou o penálti não assinalado sobre Otávio por parte da equipa de arbitragem liderada por João Pinheiro.

A falta de pontaria
“Este foi um jogo em que não conseguimos ser a equipa que pretendíamos: faltou eficácia, tivemos demasiadas oportunidades falhadas, que se concretizássemos mudariam a história do jogo. Este não era o resultado que queríamos e que merecíamos, num jogo em que fomos quase sempre superiores e em que fizemos muito para sair com outro resultado. Só houve uma equipa que quis ganhar, que fomos nós.”

Nota negativa para o árbitro
“Os árbitros acertam umas vezes, outras não e o de hoje não acertou. Esse lance poderia ter mudado a história do jogo.”

A entrada de Rúben Neves
“Prendeu-se essencialmente com uma questão de equilíbrio no meio-campo. Estávamos a começar a perder no meio-campo, o Rúben tem características que nos garantiam maior vantagem aí e maior largura. Isso foi conseguido, mas faltou concretizar o que produzimos.”

A desilusão e o regresso ao Dragão
“Sabemos que hoje não fomos a equipa que queremos ser, desiludimos os milhares de portistas que vieram e que nos apoiaram, mas temos confiança nestes jogadores, que merecem todo o apoio e é fundamental que no Dragão sejamos a equipa que queremos ser para conquistar o que pretendemos.”

O aviso e o objetivo
“São jogadores jovens, que neste jogo quase sempre conseguiram ser jogadores à Porto, comprometidos. Houve momentos em que não foi assim e isso é um aviso para nós. Conquistar estes pontos é fundamental para o nosso objetivo final, que é sermos campeões.”

As contas da Liga e a Champions
“No que se refere ao campeonato, estamos dois mais longe do que desejávamos e seria importante estar. Vai exigir de nós mais trabalho para nos levantarmos rapidamente para quarta-feira. Vamos preparar esse jogo que é importante na, é fundamental na nossa participação na Liga dos Campeões, já que uma vitória significa estarmos muito mais perto do nosso objetivo.”



RESUMO DO JOGO

28 outubro, 2016

MY NAME IS NUNO... NUNO ESPÍRITO SANTO.


Um mês se passou desde o último amargo de boca que tivemos. Dessa derrota em terras de Sua Majestade até ao presente, 4 vitórias em outros tantos desafios. Três delas convincentes (Nacional, Gafanha e Arouca), outra mais titubeante em Bruges, muito por culpa do tropeção táctico inicial, emendado a tempo pela categórica pujança final.

Estivéssemos nós plantados numa circular da capital macrocéfala, e os nossos feitos - ou responsabilidade - luziriam bem alto no Olimpo mediático, enchendo o peito dos apreciadores dessas camisolas. Mais de ar, do que propriamente de substância. Ao invés, situando-nos nós ao lado da mais exasperante via rodoviária provinciana, todos os comentários às nossas vitórias são invariavelmente intercalados, ou finalizados, com uma inevitável nuvem de desconfiança.

Decerto se recordarão do clima de euforia, patrocinado pela comunicação social, que se gerou na época passada em torno de Jorge Jesus. Mesmo que os resultados em campo fossem modestos, com empates e vitórias pela margem mínima nos primeiros 2 meses de liga, uma participação medíocre na Liga Europa, e a não qualificação para a Champions, os adeptos leoninos impulsionados por aquela, enchiam o estádio e puxavam pela equipa com uma motivação e esperança que já não lhes víamos há muitos anos. No final, uma mão quase cheia de nada, semelhante ao pior FC Porto do séc. XXI, não fosse a Supertaça desequilibrar a balança para o lado deles.

Contudo, Nuno, "afilhado" de Jorge Mendes mas não da imprensa, mesmo que tenha ultrapassado uma equipa poderosa como a Roma no acesso à Champions, mesmo brindado com a pré-época mais "amadora" de que há memória, mesmo tendo recebido jogadores nucleares com a temporada em andamento (Óliver, Jota... e Brahimi), mesmo que tenha vindo a trabalhar com dois modelos de jogo distintos, e a conseguir resultados com eles, terá sempre colada a cruz da desconfiança, por uma óbvia culpa: a de não conseguir vencer em Outubro ou Novembro, competições que só acabam em Maio.

Até lá, a cada vitória permanecerá a suspeição e o enfoque no acaso ou demérito alheio. Como se a maior qualidade neste, ou naquele, sistema ou momento de jogo sejam obra do Espírito Santo e não de Nuno. Nos resultados menos bons, que inevitavelmente acontecem a todos os treinadores durante uma longa época, o habitual coro de impropérios de todos os quadrantes portistas, com os recorrentes decretos de incompetência e veredictos de asnice aguda.


Lembro que Nuno Espírito Santo não é André Villas-Boas, José Mourinho ou Pep Guardiola. Nuno é... Nuno. Foi esse o treinador contratado pela nossa SAD em Junho último. É esse que deve ser avaliado. Os louros, ou críticas, aos resultados que obtivermos esta época só poderão ter um destinatário: quem o contratou! A única exigência a Nuno, será que no FC Porto consiga implementar o que de melhor fez na sua (curta) carreira de treinador e que, de preferência, evolua e corrija algumas das suas lacunas.

Sendo certo que o seu reinado ainda é demasiado curto para tirar ilações definitivas, o que podemos aferir até este momento, é que Nuno tem conseguido cumprir os objectivos acima referidos, pelo que o balanço só pode ser considerado positivo. Senão vejamos:

No ponto mais forte do seu currículo, conseguiu unir e solidificar o balneário em torno de um objectivo de conquista. A intervenção de Casillas no túnel em Bruges, é prova disso mesmo.

Analisando as suas fraquezas, temos visto a equipa crescer em posse e domínio, quando comparada com um início de temporada em bloco (demasiado) baixo. Começam também a aparecer soluções ofensivas alternativas à dependência no modelo de transições rápidas. Falta porventura melhorar a sua actuação no banco, onde tem demonstrado alguma lentidão na análise e reacção às incidências dos jogos.

Estando Nuno a cumprir as melhores expectativas que teríamos para... Nuno, porque continuam os portistas a avaliá-lo como se ele fosse Villas-Boas, Mourinho ou Guardiola?


Sublinho com curiosidade uma citação de Jorge Nuno Pinto da Costa, na recente Gala dos Dragões de Ouro:

"... O FC Porto tem escrito no seu museu que aquilo que defende tem de ser suportado por quatro pilares: rigor, competição, ambição e paixão. Se uma dessas falhar pode ruir o trabalho de décadas."
Faço votos que o nosso Presidente tenha ouvido as sábias palavras de Pinto da Costa.

27 outubro, 2016

SILÊNCIO.


Mário Wilson, figura do Benfica, Académica e talvez de uns quantos mais em menor escala, desapareceu no passado dia 3 de Outubro.

Do Homem, da sua vida pessoal e familiar, nada tenho a dizer a não ser que respeito muito a dor que estes momentos representam para os mais próximos, algo que qualquer ser humano digno desse nome o deve fazer. Como todos sabemos, nem nós nem os nossos mais próximos são eternos, dai que seja incapaz de qualquer tipo de regozijo nestas situações, sendo que a excepção passaria possivelmente com a morte de um qualquer sanguinário e nunca com um rival desportivo.

Passado este paragrafo que serve como um ponto prévio para assegurar que não haja mal-entendidos nem confusões com falta de respeito por uma Vida, devo dizer que me surpreendeu bastante assistir a um minuto de silêncio no Estádio do Dragão em homenagem a Mário Wilson.

O minuto de silêncio, cerimonial que desde pequeno me recordo de assistir, tem-se banalizado ao ponto de ser por vezes desconsiderado e demasiadas vezes pontuado por palmas, tal a indiferença que produz em alguns e a necessidade de os “abafar” com esse acto algo mórbido de aplaudir em qualquer circunstância, mesmo que se tratem de mortes trágicas ocorridas num qualquer acidente ou atentado.

Não tendo presente uma estatística, sinto que cada vez mais se usa dos minutos de silêncio para homenagens que podem ou não fazer especial sentido. Dando um exemplo, a morte do sócio nº 1 ou de uma figura lendária de uma instituição não deve ser imediatamente transposta para a necessidade de todas as outras instituições serem automaticamente obrigadas a respeitarem essa homenagem, independentemente da ligação que (não) exista com o falecido.

Voltando a Mário Wilson, certamente que se trata de um antigo seleccionador nacional, dai a tentativa de justificação de uma homenagem transversal. Não me recordo no entanto se tem sido algo seguido escrupulosamente com todos os antigos selecionadores ou mesmo com figuras do dirigismo, naturalmente mais ligadas a um determinado clube, mas com cargos exercidos na FPF como Pôncio Monteiro. O que sei é que quando morre uma figura ligada ao Benfica há sempre esta tentativa de “nacionalizar” a dor, de se escreverem obituários onde apenas se exaltam os feitos e se escondem as sombras, procurando criar imagens desportivamente imaculadas de personalidades que ao longo do seu percurso defenderam simplesmente a sua dama e não foram nem de perto nem de longe figuras consensuais e admiradas transversalmente como certa inteligência lisboeta procura impor.

Mario Wilson, como figura do desporto e do futebol, não merece a homenagem do FC Porto e das suas gentes. Incapaz de ser imparcial no tratamento ao nosso clube enquanto seleccionador, foi uma das figuras mais marcantes da tentativa de por todos os meios impedir a afirmação do FC Porto. Uma figura do velho futebol, tristemente revisitado nos últimos anos, defensor de um status quo da eterna manutenção do poder em Lisboa, como pode algum Portista se curvar perante a memória desportiva de alguém com o percurso de Mário Wilson?

E no topo disto tudo, esta recordação:

"Detestado por Mário Wilson, que dois dias antes da morte de Pedroto, ainda disparou: "Os lacaios que me fazem guerra são maus discípulos de um grande mestre, que procurou sempre guerras, mas quando o fez, avançou sempre na primeira linha, nunca buscou a rectaguarda, nunca deu homem por si. Pedroto é um sá-carneirista, um verdadeiro mestre na arte da actuação em conflito".
Pinto da Costa é que não gostou do que ouviu, e após a morte de Pedroto, em Assembleia Geral do clube das Antas, decretou a proibição de entrada nas instalações do clube de Wilson, ainda acrescentando:

"Pedroto, para o fim, não era mais do que um leão moribundo. Pena foi que tenha levado um coice de um burro, que se aproveitou da sua incapacidade definitiva. Mas Pedroto, mesmo longe de nós, era grande de mais para ser atingindo por um coice de um burro qualquer".
Acredito que o Clube tenha sido obrigado a aceitar este minuto de homenagem, em honra de alguém proscrito de entrar nas nossas instalações. Estou também convicto que o não respeito desta imposição traria ondas de choque e uma utilização facciosa desse facto para criar ruído perfeitamente evitável, daí que não houvesse outra possibilidade que não respeitar a decisão superior.

Mas, não posso deixar de sentir a minha estupefação por ter sido obrigado a homenagear uma personalidade desportiva que representa o absoluto contrário daquilo que é o FC Porto, esperando para ver se em circunstâncias semelhantes poderemos encontrar o mesmo comportamento para com figuras não gratas ao universo vermelho.

26 outubro, 2016

QUANDO ALGUÉM SE ATREVER A SUFOCAR...


A Gala dos Dragões de Ouro ia decorrendo com normalidade e caminhava para o seu final, quando tivemos o momento negro da noite. Mas já lá vamos!

Com os mesmos defeitos e virtudes de sempre (porque razão tantos lugares vagos no Coliseu, com tantos portistas anónimos que gostavam de lá estar?), lá foram desfilando os nossos atletas e suas mulheres em cima de saltos em que até eu me dava melhor, lá foram subindo ao palco os dragonados, felizmente desta vez com 30 segundos para dizerem qualquer coisa, e também por lá foram passando alguns artistas cuja escolha poderá ser mais ou menos discutível.

Não vivo na ilusão de que apenas portistas estão presentes no nossa Gala, não vivo na ilusão de que apenas artistas que têm o mágico Porto no coração sobem ao palco. Ainda assim, julgo que independentemente do brilhantismo da atuação de Sofia Escobar, tê-la na nossa gala quando são públicas as suas fotos de exaltação ao clube de carnide, bem como ter sido a mentora de uma peça relativa a Eusébio, ou os Deolinda que têm em uma das suas músicas o nome desse mesmo clube, são opções discutíveis e que podem não colher muita simpatia junto do Portismo mais convicto, e para quem os Dragões de Ouro são isso mesmo... um local onde só estão Dragões de corpo inteiro e cujo seu valor é premiado com Ouro.

A verdade é que, tal como referi no início, o momento negro estava guardado para o fim.
Se há momento solene, momento que deve ser respeitado, momento que exige de nós toda a Paixão, esse momento é o do Hino do Futebol Clube do Porto.
Júlio Magalhães, o mestre de cerimónia, com toda a razão e propósito, pede que todos se levantem para em uníssono podermos cantar aquela melodia que nos enche a alma e nos emociona, independentemente do número de vezes que se ouça ou cante.
E aí foi o descalabro...

Como é possível que a senhora que cantou o nosso hino, simplesmente não soubesse a letra?
Como é possível que a senhora que cantou o nosso hino, no início da segunda parte da música, tivesse trocado “Quando alguém se atrever a sufocar"...” por um “Hummmm... Hummmm...”??
Como é possível que a senhora que cantou o nosso hino, tivesse a dado passo cantado “... o teu pendão abençoado...” quando deveria ter cantado “... o teu brasão abençoado...”???
Como é possível que a senhora que cantou o nosso hino, não tivesse sido digna do momento mais solene desta cerimónia?
Perdoe-lhe Sr.ª D.ª Maria Amélia Canossa... ela não sabe o que fez...!!!

Nada agrada a gregos e a troianos, nunca ninguém fica satisfeito com tudo o que vê ou ouve, com as escolhas que são feitas ou com o alinhamento da Gala.
Mas todos seguramente concordarão comigo, que o momento do Hino é um momento onde nada pode falhar, pois é provavelmente o momento onde o coração bate mais forte.

Não chamo aqui o tema à colação para menorizar todo o evento ou quem o organizou.
São imprevistos, são coisas que ninguém controla, são coisas impossíveis de contornar.
Mas não, por favor não repitam, por favor sejam mais cautelosos com este “pormaior”, por favor salvaguardem este momento de uma outra forma.
Chamem-me a mim para cantar, chamem um portista para cantar, chamem um apaixonado pelo nosso clube a cantar, chamem qualquer um... mas chamem alguém que saiba, compreenda e sinta o Futebol Clube do Porto e o seu Hino.

Um forte abraço, até sábado no sítio do costume!

25 outubro, 2016

AS NOSSAS MODALIDADES – RESUMO DO FIM DE SEMANA.


JOGO DA SEMANA

Desta vez, a escolha para jogo da semana, recai no ANDEBOL. O Dragãozinho era o palco do duelo de líderes, ambos com 8 vitórias, mas o FC Porto já tinha recebido o finalista vencido da época passada e já havia ganho na casa do, por mero acaso, campeão nacional.

Num jogo que se esperava muito disputado, a vitória foi decidida sobre a buzina para não defraudar as expectativas, num jogo que mostrou sempre um FC Porto mais forte e mais capaz de controlar o rival.

O FC Porto apenas foi incapaz de matar o jogo quando o descontrolo emocional tomou conta do banco lisboeta e a equipa ficou a jogar com apenas 2 elementos. Recompostos, os lisboetas, conseguiram refazer o seu jogo e chegaram mesmo ao empate já na parte final da 2ª parte, depois de um período de menor acerto ofensivo e defensivo.

No último lance, e com o sporting a marcar individualmente Cuni Morales, o nosso treinador sacou uma jogada de mestre ao retirar o guarda-redes para colocar o 7º jogador de campo, o que “obrigou” os de verde a retirar a marcação individual e atacarmos 7 para 6, conseguindo libertar o António Areia para marcar o golo decisivo.

Se há responsáveis pelas vitórias, esta tem que ser atribuída a Ricardo Costa pela capacidade de leitura do jogo que teve quando o marcador e o cronómetro pressionavam.

Na próxima jornada (4ª feira), segue-se uma curta deslocação a São Mamede Infesta para defrontar a Académica local.


AS OUTRAS MODALIDADES

A nossa equipa de BASQUETEBOL deslocou-se à ilha Terceira e venceu o Lusitânia, num jogo onde os 4 parciais foram vencidos pela nossa equipa. Já para as competições europeias, recebemos os belgas do Port of Antwerp Giants e o menor andamento provocado por um campeonato pouco competitivo não permitiu um bom resultado. No próximo sábado, recebemos o Sampaense.

A equipa de HÓQUEI EM PATINS recebeu e bateu o Turquel por 9-2, num jogo de sentido único e onde a vitória nunca esteve em causa. Assim, conta por vitórias os 5 jogos disputados esta época. No próximo fim de semana, deslocação a Tomar para defrontar o sporting local.



Abraco,
Delindro

24 outubro, 2016

BONS SINAIS DENTRO DE CAMPO... MAS, E FORA DELE?


Após um início de época bastante acima das expetativas da maioria dos Portistas, cujo epicentro foi a eliminação da Roma, equipa que neste momento discute taco a taco o “scudetto” com a Juventus, a verdade é que o FC Porto regrediu surpreendentemente com vários deslizes no mês de setembro, nomeadamente, empates frente a equipas fraquitas, tais como os "sarrafeiros de tondela" e os dinamarqueses de Copenhaga. O final do mês trouxe a "cereja no topo do bolo", com uma derrota em Leicester, num jogo que apesar de inglório por algumas oportunidades desperdiçadas nos últimos minutos, colocou o cenário na Champions nada simpático, 1 ponto em 2 jogos e obrigatoriedade de ganhar os dois jogos ao Brugges sob pena do apuramento se tornar uma miragem.

Felizmente, o mês de outubro tem sido frutuoso e aliviou as nuvens negras que já pairavam no Dragão, um clube habituado a ganhar muito e com grande à vontade nas últimas décadas. O 2º lugar foi recuperado, o 1º lugar mantém-se a uma distância recuperável (por distância recuperável numa liga como a portuguesa, entenda-se uma desvantagem de no máximo 5 ou 6 pontos), o cenário da Champions ficou desanuviado e na minha modesta opinião a equipa voltou a demonstrar futebol de boa qualidade, boa consistência tática e sobretudo, voltou a demonstrar um rumo que, critique-se ou não, começa a ter um desenho mais claro e evidente.

Parece-me pois claro que a melhor notícia que este mês nos poderia ter dado é mesmo a sociedade Jota & Silva. Uma dupla que se estreou na Choupana e a partir daí tem demonstrado bom entrosamento, características complementares e mais importante que tudo, uma boa ligação com o resto da equipa. Também me parece óbvio que NES privilegia cada vez mais um 4x1x3x2, sendo que no jogo frente ao Arouca, à frente de Danilo, jogaram Corona e Óliver descaídos e Herrera como o elo de ligação com os dois avançados, André Silva e Jota. A ideia terá de passar sempre por um sistema preferencial, e depois, obviamente quando as coisas não correrem bem, terá de haver alternativas. Aproveitar a dupla Jota & Silva é neste momento um factor a ser potenciado, sendo que Jota não é um extremo, mas sim um avançado móvel que aparece muito bem em zonas de finalização, fica claro que o sistema a ser utilizado tem de ser o 4x1x3x2.

Ainda assim, o caminho a ser percorrido ainda é longo, nem mesmo os próximos jogos no caso de correr bem garantem o que quer que seja, da mesma forma que um percalço neste momento não esfuma as hipóteses de sucesso para o resto da época. Há que ter equilíbrio e não ir do 8 ao 80 e vice-versa num ápice.

Se dentro do campo as coisas até vão correndo dentro da normalidade, fora dele não consigo deixar de comentar as declarações mais recentes do Presidente. Em primeiro lugar, devo dizer que não faz muito sentido o Presidente apenas aparecer para falar aquando de vitórias da equipa. Nos momentos menos bons é que se torna importante a voz do Presidente, porque quando se ganha tudo parece cor-de-rosa. Em segundo lugar, uma das declarações do Presidente revela um problema que há já muito tempo a bluegosfera tem vindo a alertar. Falo no adormecimento, na atitude passiva e mesmo aburguesada da estrutura, uma espécie de "deixa andar", enquanto os outros têm as suas sirenes de alerta alto e bom som, falando, quer tenham ou não tenham razão.

Questionado sobre o polémico caso dos "vouchers", Pinto da Costa referiu que isso não lhe dizia respeito, que apenas falava no FC Porto e daquilo que interessa ao clube. É verdade que o FC Porto para resolver os seus problemas tem de olhar sobretudo para si próprio, porque não é olhando só para os outros que as coisas vão lá. Mas o FC Porto clube, principalmente o seu Presidente e os seus principais quadros dirigentes, têm de perceber muito bem o contexto em que se movem, a realidade muda todos os dias, não é algo imutável, os problemas/desafios de há 10 anos atrás não são os mesmos de hoje em dia. Por exemplo, o campeonato perdido por 2 pontos no 1º ano de Lopetegui é bem o exemplo do que estou a referir, nomeadamente, a falta de comunicação assertiva, falta de defesa do treinador em momentos importantes, numa época onde o principal rival beneficiou de 7 ou 8 pontos decorrentes de erros graves de arbitragem, e onde os primeiros pontos perdidos pelo FC Porto ocorreram numa roubalheira em Guimarães onde nos anularam um golo limpíssimo a Brahimi...

Pinto da Costa não quis comentar o caso dos "vouchers", mas durante os anos em que decorreu os apitos, todo e qualquer palerma dizia e lançava para o ar as mais variadas mentiras, insultos e pasquinadas sobre o FC Porto e os seus profissionais. Pinto da Costa podia ter dito, mas não disse, que esperava do Ministério Público exatamente o mesmo que há uns anos aquando do apito dourado, ou seja, a mesma vontade, os mesmos meios utilizados e a mesma perícia em investigar o FC Porto ao mais ínfimo pormenor. Não deve ter havido Presidente e Clube mais investigado na história do futebol português que o FC Porto e Pinto da Costa. A justiça civil ilibou o clube e Presidente de todas as acusações que lhe eram apontadas. E agora, quando o clube que mais patrocinou e ajudou a que o apito dourado se tornasse naquilo que se tornou, foi apanhado a oferecer jantares a árbitros (que não os utilizavam, vá lá saber-se porquê?), os responsáveis do FC Porto calam-se e não dizem nada sobre a investigação?!?!

Não ganhamos rigorosamente nada há 3 anos, há que refletir muito bem sobre a atitude passiva e aburguesada que tem ocorrido nesse período. Não é com as mesmas ações que os resultados irão ser diferentes. Há que mudar de atitude e voltarmos a ser incómodos!

22 outubro, 2016

IMPLACÁVEL.


FC PORTO-AROUCA, 3-0

Disse e defendi na última crónica que o FC Porto deve jogar em 4x3x3. E mantenho o que disse. A escola do FC Porto ao longo de mais de 3 décadas assentou neste sistema, salvo excepções. É uma cultura enraizada no clube. Qualquer mudança, seja ela qual for, terá de funcionar como alternativa e não como o modelo a seguir.

Para se mudar um sistema tático, terá de se passar por um processo longo e construído de uma forma sustentada. Quando não se tem uma equipa formada no sistema habitual e quer-se colocar em prática um sistema alternativo, variando de um para o outro persistentemente, torna mais difícil a consolidação de processos e as rotinas de jogo numa equipa em formação.


Não sou defensor do 4x3x3, nem de nenhum sistema. Sou defensor do bom senso. Nem estou sequer a criticar as opções de Nuno Espírito Santo. Nem sequer me atreveria a isso. Simplesmente estou a querer dizer que o FC Porto não pode jogar em 4x4x2 em jogos de dificuldade acrescida ou numa prova como a champions league, quando os processos da equipa ainda estão muito por trabalhar. A sensatez diz que se deve aproveitar o que a equipa já tem assimilado para se chegar à vitória.

A título de exemplo, vou falar em dois nomes: Tomislav Ivic e Co Adriaanse. Descaracterizaram por completo uma doutrina de um momento para o outro e tiveram os seus reveses.

Na sua primeira passagem, o croata tinha uma equipa quase perfeita, com anos de clube, que jogava de olhos fechados e acabada de ser campeã europeia. Fazendo as mudanças que fizesse, as coisas até lhe corriam bem, mas na segunda passagem pelo clube, tudo se complicou.

Apesar da passagem à fase de grupos da champions league, não lembra a ninguém apresentar o onze que Ivic apresentou em Roterdão. Lembram-se? Ainda hoje muita gente fala nesse episódio e ri-se mas se tivéssemos falhado o acesso à liga milionária, tinha caído o carmo e a trindade.

No caso de Co Adriaanse, verificou-se uma revolução. Grande parte dos adeptos chamavam-lhe doido e as suas opções deixaram os mesmos à beira de um ataque de nervos. Para consumo interno o 3x4x3 que, por norma, utilizava foi suficiente mas na Champions League revelou-se um desastre onde nem sequer foi capaz de derrotar um desconhecido e estreante Artmedia. Nos quatro jogos com os dois adversários directos a contar para o campeonato, ganhou apenas um.


Isto para dizer que se se quer implementar uma ideia nova de jogo para a equipa, o processo não pode passar pelo corte radical com todo um passado longínquo enraizado, quanto mais com uma equipa que está em formação e em construção. O Brugge é uma das equipas mais fracas na Champions League. É indesmentível! Mas não é o Nacional da Madeira. E uma coisa é jogar na Champions League, outra é jogar na Liga NOS com adversários menores.

Podemos até fazer um jogo brilhante em 4x4x2 com uma equipa de menor gabarito nas provas internas mas na Champions League não há que andar com experiências porque a margem de erro é curta e a exigência dos jogos é terrivelmente superior.

Por outro lado, podemos até jogar mal como foi o caso do jogo contra o Copenhaga mas o 4x3x3 é o nosso sistema de jogo. Não quero com isto dizer que o FC Porto irá jogar sempre bem com o 4x3x3 mas também não vai jogar sempre mal. Não é por termos feito um ou dois bons jogos em 4x4x2 e um ou dois jogos maus em 4x3x3 que se vai mudar tudo de um momento para o outro.

Abri esta excepção para responder a comentários que vi escritos em relação à minha última crónica. Leio sempre os comentários, mas desta vez vi insinuações de incoerência da minha parte. Não há incoerência nenhuma. Posso até não estar certo mas sei muito bem aquilo que defendo e aquilo que penso é o que escrevo. Agora cada um que pense e escreva o que entender.

Não escrevo aqui para debater com ninguém as crónicas que coloco e nem sequer voltarei a fazê-lo. Debato o clube, o futebol e os jogos mas aqui não. Aqui apenas estou para relatar o que se passa em cada jogo, visto pelos meus olhos. Mas respeito, claro, a opinião de cada um.

Passando ao que realmente interessa. Esta noite, no Dragão, vimos o FC Porto regressar ao 4x3x3 com Corona, Diogo Jota e André Silva na frente de ataque. A entrada no jogo foi de forma determinada, intensa e implacável. Não via o FC Porto com uma entrada no jogo tão forte como a de ontem há já algum tempo.

O resultado no marcador é justo mas peca por tardio. A avalanche do FC Porto justificava golos mais cedo do que surgiram e o resultado ao intervalo é bastante escasso. Mas o mais importante foi a vitória.


O Arouca, difícil adversário que venceu neste mesmo estádio há alguns meses, foi uma equipa muito curta para este FC Porto. Limitou-se a defender e as tentativas de chegar à baliza portista não existiram na primeira parte.

Nos primeiros minutos, o FC Porto poderia ter inaugurado o marcador mas Corona, numa jogada sensacional, não teve a melhor sorte. A bola bateu estrondosamente no poste. A avalanche ofensiva dos portistas era estonteante mas só em cima do intervalo é que o golo chegou e pelo quase inevitável André Silva.

Layún cruzou na direita, há um corte deficiente de Gégé, a bola sobrou para Diogo Jota que cruzou da esquerda para a entrada da pequena área onde André Silva recebeu e rematou de pé esquerdo para o fundo das malhas.

Na segunda parte, o Arouca soltou-se mais no ataque mas sem criar oportunidades de golo ou qualquer espécie de perigo para a baliza de Iker Casillas. O jogo continuou com a mesma toada. O FC Porto a atacar para chegar ao segundo golo e o Arouca preocupado mais em não sofrer novo golo do que em tentar o empate.

Apesar disso, os Dragões tiveram o cuidado de ser rigorosos defensivamente. Numa equipa claramente em construção, com muito caminho pela frente e com jogadores talentosos mas ainda com muito para crescer e amadurecer, ainda não é visível neste FC Porto uma equipa forte, que defina bem os momentos do jogo e que saiba sentenciar uma partida no momento certo.

Foi apenas aos 78 minutos de jogo que o FC Porto chegou ao segundo golo. Numa jogada que envolveu os mesmos protagonistas, os Dragões puderam finalmente dar a vitória como garantida. Diogo Jota recebeu na esquerda, cruzou para a entrada da pequena área e André Silva, desta vez de cabeça, colocou a bola dentro da baliza. André Silva a crescer de jogo para jogo, vai-se afirmando claramente como o ponta-de-lança de futuro e começa a criar rotinas de jogo muito interessante com Diogo Jota.

0 3-0 chegou em cima do apito final do árbitro. Em mais uma das muitas investidas individuais de Brahimi que entrara para o lugar de Corona, o argelino fez um grande golo. Brahimi teve, para mim, o destaque negativo da partida.


Por dois motivos!

Primeiro por insistir em jogar só para si persistentemente. E depois pelos insultos e impropérios enviados para as bancadas após o golo que marcou. Sou contra os assobiadores e os insultos dirigidos aos jogadores e equipa durante os jogos. É certo que Brahimi foi apupado não só ontem mas sempre que entra em jogo pela sua atitude e postura em campo e terá reagido a isso. Mas também condeno as atitudes deste jogador que se vê como a vedeta. Não aprecio de forma alguma jogadores com ares de vedeta.

Para mim pode Brahimi marcar golos como desta noite em todos os jogos, mas com estas atitudes e posturas, este jogador nunca será lembrado pelo que de bom poderá eventualmente fazer no clube. Se é que vai fazer algo de bom digno de registo na história do clube. E além disso, não é nem de longe, nem de perto o jogador que ele próprio pensa ser. Talento e habilidade não chegam para fazer um grande jogador.

Prefiro debruçar-me sobre as notas positivas do jogo. Destaco a dinâmica empregue pelo FC Porto durante todo o jogo, com maior incidência na primeira parte, as boas combinações entre Diogo Jota e André Silva, o bis do jovem ponta-de-lança e as boas actuações de toda a equipa em geral, com os focos em Danilo, Marcano e Alex Telles.

Com este resultado o FC Porto alcançou 3 pontos, distanciou-se do sporting que empatou em casa com o Tondela e alcançou provisoriamente o benfica no topo da tabela, aguardando pelo resultado destes em Belém.

Os Dragões partem agora para dois dias de folga, regressando ao trabalho na Terça-feira para preparar o jogo do próximo Sábado em Setúbal frente ao Vitória local, antes de dois compromissos importantes em casa: Club Brugge para a 4ª Jornada da Champions League e benfica para a 10ª Jornada da Liga NOS.




DECLARAÇÕES

Nuno: “O caminho é este”

Nuno Espírito Santo considerou que o FC Porto conseguiu uma “boa exibição” frente ao Arouca, acompanhada de um resultado gordo (3-0). O treinador elogiou o apoio das bancadas e, apesar de insistir que não gosta de “individualizar”, sublinhou o trabalho da dupla André Silva-Diogo Jota, o “grande golo” de Brahimi e o “equilíbrio” dado por Rúben Neves à equipa.

Jogo sem sobressaltos
“É fundamental ganhar no Dragão. Foi um bom jogo, o Dragão ajudou bastante e retribuímos com uma boa exibição e resultado. Foi um jogo dinâmico, sem passar sobressaltos, porque o Arouca não conseguiu chegar à nossa baliza com perigo. Hoje demos mais um passo no crescimento da equipa, que é jovem.”

Dinâmica de Jota e André Silva
“É importante que toda a equipa reconheça o trabalho deles e que estes dois jovens sintam que, dentro da dinâmica da equipa, podem pôr em campo a sua irreverência e versatilidade. Hoje fizeram um bom trabalho, mas não gosto de individualizar, porque a equipa esteve toda muito bem.”

A alegria de Brahimi no golo
“Temos 26 jogadores bastante empenhados. Foi mais um jogador que teve a sua oportunidade e fez um bom trabalho, futuramente serão outros. A equipa não são onze, é um plantel, e é bom ter opções e jogadores com esta alegria e empenho.”

A entrada de Rúben Neves
“Vimos de um ciclo muito complicado, de três jogos intensos em oito dias, daí que seja importante fazer a gestão. O Rúben é um belíssimo jogador, dá muito equilíbrio, posse e consegue empurrar a equipa. Foi uma opção para equilibrar a equipa e continuar a dinâmica ofensiva, o que se confirmou, porque chegámos ao golo.”

Quatro vitórias consecutivas
“Estamos com uma dinâmica boa, com quatro vitórias consecutivas em provas diferentes, o demonstra que estamos no caminho certo. O caminho é este.”

“Palestra” aos jornalistas
Já na sala de imprensa, Nuno recorreu a uma folha em branco num quadro para explicar um pouco melhor a sua filosofia para a equipa. Desenhou um jogador com três pilares, compromisso, cooperação e comunicação, o que se transforma em união. E com isso tem-se “o que é fundamental”, “a base”, o “primeiro passo”.

“Se à união acresce a determinação de fazer as coisas, temos a atitude. A partir do momento em que isto se constrói, podemos dar tudo o que pretendemos para o crescimento da equipa e dinâmicas de treino. Independentemente do sistema, esta é a base”, explicou. Os resultados “ajudam”, claro, a clarificar a visão de como a equipa quer jogar, tendo Nuno dado um cheirinho de uma perspetiva mais técnica: “Queremos reduzir o campo a 65 metros, porque estaremos mais perto da baliza contrária”. O plantel tem como grande objetivo “acabar com o ciclo de três anos sem ganhar”, reforçou Nuno, que deseja que na gala dos Dragões de Ouro de 2017 (a de 2016 é esta segunda-feira, às 21h30, no Coliseu do Porto) se festeje o título.

Na resposta final, o técnico revelou que Corona tem um “traumatismo na coxa” que o impediu de continuar em jogo e, a propósito de Brahimi, falou mais uma vez da sua filosofia: “O erro faz parte do que queremos, o jogador tem de arriscar. É importante sair erro e ser melhor, não ficar no lamento, mas sim voltar a tentar. O um contra um é fundamental para criar desequilíbrios”.



RESUMO DO JOGO

67 EUROS POR 90 MINUTOS?!?!


Nas últimas duas semanas acrescentámos mais uns capítulos ao nosso “livro ultra”. No segundo fim-de-semana do mês não jogámos em futebol, o que não significa que os dois dias tenham passado sem apoio ao mágico Porto. Foram “apenas” três jogos em quarenta e oito horas. Sábado apoiámos o andebol no Dragão Caixa para a taça EHF e de seguida arrancámos para Viana do Castelo para apoiar o hóquei em patins. Como nem só de vitórias sobre os rivais se conquistam campeonatos, continuamos a apoiar, como todas as épocas, jogo a jogo, do início ao fim. O bilhete em Viana do Castelo é sempre um problema (7,5 euros, quando não se paga mesmo 10 euros) mas nem isso nos proibiu de comparecer no pavilhão do clube minhoto.

Duas vitórias conquistadas e o Sábado estava feito. Domingo foi dia de clássico em basquetebol, supertaça com o nosso inimigo. Uma super deslocação dos ultras do FC Porto à capital transmontana!! Depois de demonstrada a superioridade nos mais recentes jogos em pavilhão e em campo neutro (Almada e Ponta de Lima o ano passado, e Mealhada já este ano) as nossas claques voltaram a ser superiores, sendo que desta vez a força e a atitude demonstradas foram maiores ainda que nos últimos embates.


Todos de carro até Vila Real, a cidade foi tomada de azul e branco. Se dentro do pavilhão levantámos a taça, nas bancadas e fora do recinto a vitória foi completamente azul e branca. Só os mais fortes sobrevivem, nós seremos eternos!!

Pena o pavilhão em que o jogo se disputou não ter capacidade suficiente para um jogo desta envergadura, o que fez com que mais de meia centena de ultras do FC Porto tenham ficado do lado da fora!!! Nenhuma palavra de conforto para com esses adeptos foi ouvida por parte de alguém do Clube. Fica o registo.

Passam sete dias e chega novamente o fim-de-semana! O coração volta a bater e vamos para o Dragão no Sábado às 17h apoiar o basquetebol contra os encornados novamente. Depois da vitória na final do play-off em maio último e da recente conquista da Supertaça, desta vez a coisa não correu bem e perdemos o jogo. Embora grande parte dos presentes na bancada Sul tenha saído na segunda parte para arrancar de camioneta rumo a Aveiro, os que se deslocariam de carro asseguraram o apoio até ao último segundo da partida e só depois arrancaram.


A Aveiro chegámos a vinte minutos do início da partida e ainda a tempo de abastecer na roulotte. Ganhámos 0-3 ao Gafanha da Nazaré numa verdadeira festa da taça. A jovem claque do Gafanha entoou cânticos com os nossos adeptos durante o jogo e no final foi acarinhada com fotos e um vídeo com os ultras dos Super Dragões. Com a faixa da claque do Gafanha erguida, os jovens do distrito de Aveiro juntamente com alguns SD entoaram cânticos e tiraram umas fotografias em conjunto para mais tarde recordar.

Pena que a comunicação social não tenha assistido ao momento ou se tenha apercebido mas simplesmente não tenha interesse em partilhar com o público do futebol. Tal seria diferente se ambos os grupos tivessem andado aos pontapés uns aos outros, ou tivessem parado as camionetas numa bomba de gasolina. Adiante.

Regresso à Invicta e Domingo novamente no Dragão, desta vez para apoiar o hóquei em patins. Mais um fim-de-semana com três jogos no pelo.


Inicia-se uma semana de Champions. Aos poucos os ultras do FC Porto vão chegando, de toda a Europa, a Bruges. Uns logo no fim-de-semana, outros na segunda-feira mas a grande maioria viajou mesmo no dia de jogo. Um dia de férias e aí vamos nós rumo à Bélgica!!

Aterrámos em Bruxelas pela hora de almoço e deslocá-mo-nos para o ponto de encontro. Ambiente familiar e um agradecimento especial aos amigos SD BRUXELAS pela recepção calorosa. Almoço em conjunto e partida para a “Veneza do Norte”. Uns de carro e outros de autocarro, connosco viajaram também alguns ultras do Anderlecht que juntaram uma amizade que têm com alguns elementos dos SD Bruxelas com o facto de não gostarem de Club Brugge.

Cerca de 2 mil Dragões apoderaram-se daquela linda cidade. Mais um cortejo digno dos nossos adeptos e do nosso clube. Um cortejo que me fez recordar o que tivemos em Basileia em 2015. Estrondoso!!


O apoio foi muito bom e a recompensa chegou em cima do apito final dos pés do nosso menino André Silva. Festa total no sector visitante e nas horas seguintes, nas ruas belgas até ao aeroporto! “Dormiu-se” como se pode nestas ocasiões, deitados no chão ou sentados numa cadeira, voo às 5h30 de regresso à Invicta, aterragem ás 8h da manhã e às 10h já se trabalhava! Vida de ultra!

Daqui a um mês há mais. E esta semana soube-se que o preço do bilhete em Copenhaga terá a módica quantia de SESSENTA E SETE EUROS!!!!! Espero sentando uma posição do clube sobre esta situação. A questão não é para que eles que eventualmente dão esse valor uma ou duas vezes por ano. A questão é mesmo aqueles que “vão a todas” e que terão de suportar esses custos. Termino só para informar que os dinamarqueses pagaram no estádio do Dragão... 35 euros!

Um abraço ultra.

21 outubro, 2016

NEM SEMPRE FOI ASSIM.


Não, nem sempre foi assim. E quem disser o contrário mente. Houve um tempo em que o Estádio das Antas (e do Dragão) era uma fortaleza inexpugnável.

“Aqui nas Antas ninguém passa, acabamos com a vossa raça”
Era o lema. Lembro-me bem, não li em lado nenhum nem ninguém me contou.

Era o tempo em que os adversários tremiam só de pensar em vir a nossa casa. Bastava olhar para a cara deles, o olhar amedrontado dentro das camionetas a chegar à Torre das Antas, para perceber que já estavam derrotados. Já subiam ao relvado a perder 1x0. Como se diz na gíria, os tipos já entravam borrados.

Eram abanões às camionetas, petardos, isqueiros. Voava tudo o que aparecesse. Quem sabia assobiar, assobiava. Quem só sabia urrar, como eu, urrava. Berros por todo o lado, confusão a rodos, gritos, cânticos, o nosso papel estava feito. Lá dentro, o ambiente não era melhor. Os balneários dos visitantes não eram limpos de forma propositada, era proibido ao adversário colar cartazes e autocolantes de motivação no seu balneário, não havia cumprimentos nem palavras amigas a quem chegava. O ambiente era, por assim dizer, de guerra. No túnel circulavam miúdos e graúdos a arreliar os rivais, a intimidá-los, a amedrontá-los. Aos jogadores do FC Porto só lhes restava cumprir o seu papel: suar a camisola.


Hoje, como sabemos, as coisas não são assim. Os portistas trocam acusações: uns responsabilizam a Direcção pela perda da mística; outros trocam agressões na internet medindo portismos e atitudes. Há muito que já não somos um. Andamos dispersos e distraídos, apontando caminhos, mas sem descobrir o Norte.

A bluegosfera, para já, é a trincheira do descontentamento, que ainda não se mostra tão visível no estádio. Esse descontentamento, no fundo, tornou os sócios e apoiantes do FC Porto mais apáticos, mais alheados, mais desgostosos, mais desinspirados – tudo aquilo que nunca fomos. Muitos afastaram-se, cancelaram lugares anuais, deixaram de ir ao estádio, já não acompanham a equipa. Dirão alguns que um portista deve sê-lo nas horas boas e nas horas más. Concordo.

No entanto, quando se olha lá para dentro e se vê que o querer de ganhar já não é como antes, como não sentir alguma repulsa e algum desinteresse?

Quando vemos o clube sem estratégia definida, manietado por jogadas menos transparentes, quando por vezes parece que os melhores não jogam, como pedir aos adeptos do FC Porto que continuem a fazer do Dragão a fortaleza que em tempos foi?

Quando o próprio clube se envolve numa querela com um seu antigo Capitão, como pedir aos adeptos que mantenham a mística?

Quando vemos uma formação de grande nível com prata da casa raras ou nenhumas vezes utilizadas e nos apercebemos que o buraco nas contas do clube é exatamente devido a uma aposta excessiva em passes pertencentes a empresários, como querem pedir casa cheia aos adeptos?

Infelizmente, face ao atual panorama do FC Porto, temos todos perguntas a mais e respostas a menos...

Rodrigo de Almada Martins

20 outubro, 2016

AZUL E BRANCO EM VIAS DE EXTINÇÃO.


“O céu é azul e tem nuvens brancas, é da cor do clube do estádio das Antas. O azul e branco, minha cor preferida, é a cor do Porto é a minha vida!”
Crescemos todos, sem exceção, a ter o azul e branco como marca de identidade do nosso clube. Aquela conjugação de cores, a entrar no relvado aos domingos à tarde sempre foi um momento mítico para todos quantos amam e sofrem pela instituição fundada por António Nicolau d' Almeida. Tudo o que fugisse a estes tons, não eram associados ao nosso Porto. Tudo o que não fosse azul e branco, não era nosso!

Os tempos evoluíram, a indústria do futebol evoluiu, os resultados financeiros como bem sabemos passaram a ter uma maior importância, a visão mercantilista do desporto apoderou-se dos clubes.
Tudo isto arrasta consigo a perda de identidade e de valores intrínsecos ao próprio clube, e faz-nos perceber que os donos disto tudo não são os sócios, os que verdadeira e desinteressadamente amam o seu clube, mas sim o poder económico.

No nosso caso, e é esse que nos interessa, cabe a cada um de nós lutar pela manutenção das nossas próprias raízes, das nossas próprias características distintivas, da nossa própria identidade. E se há coisa que nos marca a todos, julgo eu que são as nossas cores: o azul e branco!

Não quero entrar aqui em grandes divagações. Quero ser conciso e direto.
Percebo a importância do Marketing e do Branding, e inerentemente os interesses comerciais e/ou financeiros associados.
Não perceberei nunca que, em 13 jogos oficiais, apenas tenhamos jogado em 7 ocasiões de azul e branco! É pouco mais de metade das vezes... são quase tantas as vezes que jogamos de azul e branco como aquelas em que jogamos de amarelo!!!
E é isto que eu já não posso entender e jamais aceitar...

Não me interessa quem são os responsáveis ou quem se quer desresponsabilizar do tema.
Pouco me importa se a Liga propôs, indicou ou influenciou o que quer que fosse.
Basta ir ver o histórico de confronto com as equipas contra quem vestimos de Amarelo, para perceber que noutras ocasiões vestimos de azul e branco... a não ser que agora estejam todos preocupados que possamos ser daltónicos.

Isto pode parecer uma bacoquice, uma lamechice ou até mesmo uma parolice.
Mas não, é uma questão de cultura... cultura que existiu e está a desvanecer-se!
Não podemos depois ficar surpreendidos por ir ver os sub-17 e ver o Leandro Campos de chuteiras vermelhas (como é possível isto acontecer até na formação????) ou, um jogador de andebol, formado na casa, jogar de sapatilhas dessa mesma cor.
Pergunto: de quem é a culpa? Dos atletas que demonstram falta de respeito para com a instituição e associados, que demonstram falta de identificação com os valores do clube e sua cultura, ou culpa de quem manda por aparentemente negligenciarem temas tão simples mas tão castradores da nossa identidade?

Hoje e sempre, Contra o Futebol Moderno.
Hoje e sempre, defensor das Velhas Maneiras.
Hoje e sempre, defensor do Porto Bairrista e de identidade Tripeira!


Até sábado, no sítio do costume!

18 outubro, 2016

SALVA A HONRA DO CONVENTO.


CLUB BRUGGE-FC PORTO, 1-2

Mais uma noite de sofrimento. Mais uma noite de uma equipa que dá longos minutos de avanço ao adversário e depois corre atrás do prejuízo. Só que desta vez os astros estavam com os Dragões e a vitória surgiu ao cair do pano, salvando a honra do convento.

Depois dos erros cometidos em Leicester com a escolha de um 4x4x2 que não resulta, Nuno Espírito Santo insiste no mesmo e faz lembrar Julen Lopetegui. A teimosia pode sair caro e esta noite não saiu porque 30 minutos chegaram para dar a volta ao resultado frente a uma das piores equipas desta edição da champions league.


O FC Porto entrou muito mal no jogo desta noite em Brugges. Aliás, nos primeiros 25 minutos de jogo, o FC Porto viveu momentos para esquecer. A equipa foi de uma banalidade atroz. Num 4x4x2 muito afunilado, os Dragões começaram o jogo praticamente a perder. Não conseguiam sair a jogar e sofreram o golo muito cedo, logo aos 12 minutos pelo inevitável Vossen.

Por outro lado, há outra coisa que parece não se ter percebido ainda. É que jogar na Choupana ou noutro local qualquer semelhante para a Liga NOS é completamente diferente de se jogar na Champions League.

O FC Porto tem uma escola num sistema 4x3x3 enraizado há décadas. Ter um sistema alternativo é útil mas é muito pouco para uma equipa que quer conquistar algo esta época.

O Brugges fez o que lhe competia. Defender bem e impedir que o FC Porto saísse a jogar. E, neste capítulo, nem foi preciso muito pois o futebol portista desgarrado, sem ideias e sem rumo, não foi problema para os belgas na primeira hora de jogo.


Nos últimos vinte minutos da primeira parte, o FC Porto subiu um pouco de produção. Criou duas oportunidades de golo mas não seria, com toda a certeza, com este sistema sem extremos que iria dar a volta ao marcador.

Regressados do intervalo, Nuno Espírito Santo mantém tudo como no início e começa a ver aos 60 minutos, o que muita gente já via desde a primeira parte.

O episódio de Leicester iluminou-se na cabeça do treinador portista. As entradas de Jesus Corona e Brahimi para os lugares de Herrera e Diogo Jota mudaram o jogo. O FC Porto passou a jogar futebol e a chegar com relativo perigo à baliza contrária.

Não foi um sufoco como em Leicester. Mas perante uma equipa fraca – vamos dizer as coisas como elas são – que tinha tão só perdido em casa por 0-3 com o Leicester e 4-0 em Copenhaga, os Dragões tentaram a baliza contrária com mais intensidade do que na primeira parte.

Com o regresso ao 4x3x3 que caracteriza a equipa e dá sentido ao futebol azul e branco, os Dragões acabaram por chegar ao golo do empate numa transição rápida. Layún desmarcado sobre a meia direita do ataque portista, correu até perto da entrada da área e rematou colocado, obtendo um golo de belo efeito sem hipóteses para o guarda-redes belga.

A partir daí, só se viu PORTO. A equipa portuguesa abafou o Brugges que passou os últimos vinte minutos a perder tempo e a jogar para trás e para o lado.


E quando toda a gente esperava um empate que deixaria as coisas algo tremidas para os azuis e brancos, Corona tira um coelho da cartola. Na direita, entrou na grande área e foi rasteirado por um defesa contrário.

André Silva, chamado a marcar a grande penalidade, marcou com classe o 1-2 para o FC Porto. Estava a decorrer o mágico minuto 92.

Tanto sofrimento, tanta balbúrdia, tanta invenção, demasiados erros estratégicos e incompetência durante 2/3 do jogo poderiam ter custado muito caro ao FC Porto.

Para quê inventar? Para quê querer alterar o que se sabe que é o caminho a seguir? Ah e tal, na Choupana jogámos assim… E depois? Leicester não chegou? Isto é a Champions League. Aqui há que ser competente, bastante rigoroso e revelar maturidade e experiência.
Numa prova tão curta a pontos, qualquer ponto perdido, pode fazer a diferença. Sr. NES faça favor de não inventar.

Destaques finais para o imperial Marcano que esteve soberbo na defesa, para as entradas de Brahimi e Corona que vieram mudar o jogo, com relevância para o mexicano e para a grande classe de André Silva no momento da grande penalidade.

Pela negativa, registo as opções de Nuno Espírito Santo e o jogo portista durante 60 minutos.




DECLARAÇÕES

Nuno: “Demonstração de uma equipa que não se rende”

O FC Porto venceu o Clube Brugge (2-1), na Bélgica, e relançou-se na luta pelo apuramento no Grupo G da Liga dos Campeões, somando agora quatro pontos. Para Nuno Espírito Santo, foi a força do coletivo portista que permitiu a importante reviravolta diante dos belgas, que no dia 2 de novembro (19h45) visitam o Estádio do Dragão, na quarta jornada da prova milionária.

Força e crença
“Acima de tudo, foi uma demonstração de uma equipa que não se rende e que acredita até ao fim. Não entrámos como pretendíamos e sofremos o golo um pouco por demérito nosso, numa situação que devíamos ter evitado. O golo sofrido teve como efeito uma boa reação, a equipa reagiu bem, empurrou o adversário para meio-campo e tomámos conta do jogo. Na segunda parte demos uma ideia mais perto do que pretendemos, de uma equipa dominadora, que quer continuar procurar o ataque e os jogadores acreditaram que era possível chegar ao empate e depois à vitória. A equipa mostrou que sabe como procurar os resultados.”

Banco a render
“Os jogadores que entraram, entraram bem e ajudaram a equipa a manter uma grande intensidade ofensiva. Fizeram um bom trabalho e foram importantes para alcançarmos o nosso objetivo, que era a vitória.”

Vitória do coletivo
“O André Silva tem marcado os penáltis e está de parabéns por isso, mas realço o trabalho de toda a equipa. Não foi a primeira vez em que estivemos numa situação complicada e demos a volta. Isso diz muito sobre o caráter da equipa.”

Matemática
“Temos mais três pontos e esse era o grande objetivo. Sabíamos que não tínhamos margem de erro. É de congratular a equipa pelo crescimento e progresso que tem tido ao longo da época.”



RESUMO DO JOGO

O ESTRANHO CASO DO TEXTO QUE NÃO DEVERIA TER SIDO.


Esta crónica não deveria existir. Não deveria ter de existir.
Só existe porque:

I) Estou pr’aqui a debitar caracteres à bruta tracção dos dedos e o espaço que branco era se vai preenchendo;
II) Era triste e lamentavelmente a minha vez de escrever, segundo o calendário bibóportiano;
III) O dono do blogue me obrigou e chamou nomes de jogadores argelinos aparentemente redundantes que evoluem no plantel portista e eu tenho – se não medo – no mínimo imenso respeito por ele (ainda que não saiba bem porquê).
Cria-me desespero ter de escrever, cria-me revolta ter de escrever, cria-me náusea ter de novamente abordar um assunto que me choca, me fere e revolve as entranhas. Que tira o meu mundo dos eixos em que evolve. Que me tira – pasmem! – brilho e qualidade de vida e muita da vontade de enfrentar os novos dias que Alguém diariamente me traz numa bandeja. O meu Clube, um dos meus Amores Maiores, está doente, ferido de morte, arrastando-se em agonia demasiado lenta enquanto atravessa as mais longas e infindáveis ruas (avenidas, vias de cintura interna!) da Amargura, do Horror e do Grande Ocaso do(s) Deus(es).

Não quero escrever, não quero ter de escrever, quando o que eu só quero mesmo é enterrar a cabeça na areia, a metros e quilómetros de profundidade. A atitude zen e construtiva que eu afirmava AQUI ir adoptar em legítima auto-defesa e auto-preservação, é para mim impraticável. Tento, juro que tento, mas zen e FC Porto para mim não são compatíveis, não agora, não neste momento, não assim. É demasiada paixão, demasiado feeling, loucura, omnipresença, o amar desalmadamente um emblema que simboliza a nossa religião e política e cor e credo e que em nada apela ao racional.
  • Não quero escrever para não ter de reconhecer que as coisas continuam a não estar bem, nada bem, mesmo, mesmo nada bem no seio do nosso clube depois daquela que foi a maior das pré-épocas do mundo e com direito a figurar destacada no Guinness Book of World Records;

  • Não quero escrever sobre a frustração que isso acarreta: esperar que os responsáveis (depois de épocas deploráveis e com resultados ZERO) estivessem a trabalhar com zelo, método e dedicação, preparando com rigor, ao pormenor e com toda a calma uma temporada e uma equipa capaz de voltar a dar alegrias aos adeptos e deparar com… isto, este vazio, esta miséria, estas lacunas, estas sucessivas mentiras e tiros de bazuca no pé;

  • Não quero escrever sobre o que está à vista depois de afastadas para o lado as doces e diáfanas cortininhas de seda e renda que adornavam até há pouco tempo as nossas janelas e disfarçavam o depauperado interior da delapidada casa;

  • Não quero escrever sobre o autêntico colapso dos nossos mais altos valores assentes na Fé, na Mística, no Portismo, no Orgulho, na Garra, na Raça, na Bandeira e das nossas mais do que comprovadas filosofias de vida e de acção;

  • Não quero escrever que dentro, lá em cima, nas mais altas instâncias, tudo parece dar a entender que o pessoal anda aparentemente satisfeito e na mais perfeita e sacrossanta paz em relação ao amorfismo e a abulia generalizados que já vão a caminho dos 4 intermináveis anos. Reacções, Portismo, murros na mesa, real, abalizado reforço do plantel e defesa genuína e pura dos interesses do Clube vão no Batalha. Como que brincam com o fogo. Que arde. E que se vê.

  • Não quero de novo escrever sobre a estranheza e a repugnância que sinto por assistirmos à consolidação de um patético (porque inocente, porque ineficiente, porque insuficiente!) FCPdRS.* **

  • Não quero escrever que o estado de extrema Graça de que beneficiava o nosso NES já acabou e com todo o estrondo na semana negra que foi a dos jogos frente ao Intratável Copenhaga e ao Mighty Tondela, confirmada depois no bacocozinho jogo com o Leicester;

  • Não quero escrever -- porque não tenho coragem e porque ainda subsiste uma ínfima réstiazinha de esperança -- que duvido seriamente que seja este ano que voltaremos a usar as quinas de campeões na Mágica Camisola, por muito que a procissão ainda vá no adro;

  • Não quero escrever sobre a apreensão que me assiste por ver que a equipa que actualmente temos e somos e formamos possa ser sobejamente incapaz, frágil e pequenina para ambicionar a todas as provas em disputa por muito talento que nela pulule;

  • Não quero escrever sobre o facto de estarmos a assistir à reposição de um filme de terror de nós bem conhecido (eu já me limito a fechar, a fechar muito os olhos, à espera do cravar da faca);

  • Não quero escrever sobre a perspectiva do medo bem plausível e presente de mais uma travessia do deserto para as nossas cores;

  • Não quero de todo escrever sobre o enjoo, o nervosismo, receio e preocupação que sinto quando vejo os nossos arqui-rivais alfacinhas a escalar: em títulos, em resultados, em manobras, em truques, em manha, em domínio, em imitação, em influência… no regresso do seu centralismo tão querido e entretanto perdido;

  • Não quero escrever sobre a sensação que fica quando vemos e sentimos que somos gozados e ridicularizados à força toda e em todos os campos pelos mais diversos agentes e todo o género de coincidências;

  • Não quero escrever sobre o ridículo e a vergonha que cobrem os discursos de épocas zero, e -1, e -2 e -3 e o raio que os parta e épocas de transição, numa autêntica tentativa de atroz desresponsabilização e simultaneamente de fazer de todos os adeptos azuis e brancos verdadeiros asnos e asininos;

  • Não quero escrever sobre o tapete vermelho que se está a começar a estender e a cama fofa a fazer ao nosso treinador;

  • Não quero escrever ou tecer comentários relativamente ao Presidente e à tristeza, desencanto, desilusão e total nostalgia que me invadem a alma quando o vejo pontualmente -- e misteriosamente apenas nas horas um pouco mais alegres da vida -- cada vez mais pequenino, ele que TÃO GRANDE E IMENSO E ORGULHOSO era e estava.
Não quero escrever e pronto!
Mas, já que estou a escrever, ao menos que diga algo, que deixe testemunho, que registe linhas, que lavre mensagem:

Nunca nos rendemos.
Não nos rendemos.
Não nos renderemos, venha o que vier ao nosso encontro. Da adversidade, preconceito e desigualdade viemos e prosperamos. Não serão pois os dirigentes, os rores de empre$ário$, os carneiros, os boys, os treinadores, nem tão pouco os jogadores, a nossa garantia de progresso, de futuro, de crescimento e eternização do sentimento. São os nossos sócios, os nossos adeptos, as nossas gentes. Os que usam o emblema junto ao peito porque gravado na própria pele, os que riem e choram, os que se mantêm e manterão through thick and thin enquanto o clube se renova, se reinventa, se cicatriza, se cauteriza. Se regenera. Os que estiverem e souberem passar o testemunho, passar a chama (labareda!) do Ideal Azul e Branco, honrar o passado e preparar o futuro de nós.

Este é só mais um túnel e eu vou ter novamente vontade de escrever.
Um dia.

* Era eu mais jovem e inocente.
** FCPdRS – Futebol Clube do Porto das Redes Sociais.

NOTA: Escrevi sem vontade e sob protesto este texto na semana a seguir ao jogo com o Leicester, essa equipa campeã inglesa, com excelso bom gosto a vestir e o orgulho de uma cidade que nos soube receber como ninguém.
Segue-se o Brugges.
Mas não quero escrever sobre isso.

AS NOSSAS MODALIDADES – RESUMO DO FIM DE SEMANA.


JOGO DA SEMANA
BASQUETEBOL

A escolha para jogo da semana voltou a recair sobre o basquetebol. No passado sábado, pudemos assistir a um jogo entre as duas principais equipas do nosso campeonato. Por um lado, os campeões nacionais e por outro lado, os de carnide.

Desta vez, a nossa defesa não foi capaz de estar à mesma altura do jogo de Vila Real e o resultado foi oposto e não a desejada vitória. Uma das justificações para a derrota poderá estar na baixa eficácia dos lançamentos de 3 pontos, mas a verdade é que 2 lances-livres nos últimos segundos poderiam ter ditado outro resultado no jogo com a mesmíssima baixa performance de 3 pontos. Estatísticas são isso mesmo e 2 pessoas a olharem para os mesmos números chegam a conclusões diferentes.

Ao ver o jogo, causou-me uma enorme desconfiança quando desde o 1º período era sempre o mesmo árbitro a tomar as decisões que maioritariamente, por coincidência certamente, eram contra o FC Porto, árbitro esse que se filiou na AB Viseu, mas que tem uma ligação sentimental aos remendados de Ramalde que como todos sabemos, trata-se apenas do 2º clube dessa malta.

Não quero dizer que foi pela arbitragem que perdemos, mas foi com esta arbitragem que perdemos. Se não é para os principais jogos que ficam os árbitros menos maus, quando os veremos em ação?

A equipa B deslocou-se ao parque das camélias e venceu num jogo em que os da batalha estavam bem reforçados com rui yuran na vassoura, se calhar um cargo onde terá grande futuro já que no de treinador a sua carreira fala por si.


AS OUTRAS MODALIDADES

A nossa equipa de ANDEBOL seguiu as boas exibições apresentadas desde o início da época e, desta vez, no apuramento da EHF Cup, em visita à Eslovénia, despachou o Koper por 4 golos de diferença e qualificou-se para a 3ª eliminatória que será sorteada esta semana.

No campeonato, a próxima semana traz 2 jogos de elevado grau de exigência, com a deslocação a Braga e a receção aos novos ricos do campo grande.

Já em relação à nossa equipa B, recebeu o Ginásio de Santo Tirso e foi derrotada por 33-28, com muito trabalho pela frente para Nuno Farelo de modo a conseguir uma equipa competitiva para a 2ª divisão.

Por fim, a equipa de HÓQUEI EM PATINS, que em jogo antecipado recebeu e bateu o Valença por 6-0 num jogo de sentido único e onde a vitória nunca esteve em causa. Assim, conta por vitórias os 4 jogos disputados esta época. No próximo fim de semana, novo jogo em casa ante o Turquel.

A estreia da equipa B foi na receção ao Académico, clube que conta nos seus associados com o asqueroso silvio cervan, e a vitória foi tranquila para os jogadores de João Lapo.



Abraco,
Delindro

15 outubro, 2016

ENSAIO PARA A CHAMPIONS.


GAFANHA-FC PORTO, 0-3

O FC Porto venceu o Gafanha na 3ª eliminatória da Taça de Portugal e carimbou a passagem para a próxima eliminatória. Os Dragões não fizeram mais do que a sua obrigação. Tal como a selecção portuguesa tinha obrigação de levar de vencida Andorra e Ilhas de Faroé, ao FC Porto cabia a mesmíssima responsabilidade perante o Gafanha.

Hoje em dia temos por hábito dizer que não há jogos fáceis e que as diferenças entre os mais fortes e os mais fracos é curta mas não vamos exagerar nas comparações.

Se o FC Porto não levasse de vencida o Gafanha, seria vergonhoso. No entanto, vimos nos dois dias anteriores os nossos adversários diretos levar de vencida os seus adversários pela margem mínima. Um deles utilizou boa parte dos habituais titulares e só obteve a vitória aos 90+6 minutos de jogo com mais um brinde do homem do apito a esticar o tempo de jogo de uma forma descarada e sem qualquer tipo de pudor.


O FC Porto utilizou grande parte dos titulares com que tem iniciado a época. Li antes, durante e depois do jogo, muita gente crítica com as opções de Nuno Espírito Santo. São opiniões que respeito mesmo que possa não estar de acordo com elas. Não faço é o que alguma boa gente faz: se criticamos, somos maus portistas. Se elogiamos, somo grandes dragões, portistas de gema e conversas da treta.

Não! A crítica construtiva é precisa, necessária e faz com que muitas vezes funcione a favor como uma alavanca para a própria equipa. Todos nós somos treinadores de bancada, damos as nossas opiniões, dizemos os nossos “bitaites” e pensamos pelas nossas cabeças.

Mau é não ter opinião e seguir a carneirada, estilo “Yes, man”! A esses digo que só empurram a equipa. Mas não é para a frente! É para o buraco, para o abismo. É importante ter opinião, quer desagrade a alguns, quer desagrade a muitos. Desde que seja com coerência, a opinião é válida. É isso que aqui faço sem insultar ninguém e sem faltar ao respeito a quem quer que seja. De outra forma, jamais escreveria neste espaço.

Feito o esclarecimento, quero continuar a dizer que concordei na generalidade com as opções iniciais de Nuno Espírito Santo.

E porquê?

Porque depois de uma paragem de 15 dias que, na prática, serão 18 ou 19 dias, pois o Gafanha, com todo o respeito, não é um adversário a “doer”, é importante utilizar os considerados melhores jogadores para manter o ritmo, melhorar as rotinas e a qualidade de jogo. E como calhou na rifa defrontar uma equipa de um escalão bastante inferior, havia que fazer um bom treino para o teste de Terça-feira que se vai revelar decisivo na prova milionária da UEFA.


Eu percebo que os sócios queiram ver João Carlos Teixeira, Rúben Neves, Evandro, Depoitre, Sérgio Oliveira e outros menos utilizados mas o momento não pede poupanças, nem oportunidades para os menos utilizados. O momento exige concentração, rotinas, qualidade de jogo e aumento da carga de competição.

Estar 15 dias sem competição (mesmo que alguns tenham jogado nas selecções nacionais) e estar em início da época, torna completamente descabido e desajustado utilizar jogadores com poucos minutos nas pernas. Não foi por receio de perder o jogo ou de passar por dificuldades frente ao Gafanha que o técnico fez as opções que fez. Se calhar se tivesse feito outras opções, o jogo até poderia ter sido mais fácil. Até a equipa B teria obrigação de vencer este jogo. O objectivo passou por preparar a equipa em competição.

Passando ao jogo propriamente jogado, posso dizer que o adversário deu boa réplica. Defendeu bem, fechou bem as linhas de passe e procurou discutir o jogo e o resultado até perto da hora de jogo. Mesmo assim, não foi nem teria de ser um FC Porto forte para resolver o assunto.

Os Dragões assumiram as despesas do jogo mas foi só à passagem da meia hora que os portistas inauguram o marcador. Num bom lance individual de Otávio, o brasileiro progrediu dentro da grande área, ultrapassou dois adversários e quando o guarda-redes e um defesa contrário procuravam tapar o caminho para a baliza, o jovem portista rematou rasteiro e colocado.

Otávio criou novamente perigo na baliza contrária pouco tempo depois, proporcionando a Diogo Jota uma bela oportunidade mas este desaproveitou. O Gafanha tentou a sua sorte num livre frontal mas a bola subiu muito.

O FC Porto regressou do intervalo com a mesma atitude. Um domínio natural mas sem forçar muito perante um Gafanha, já sem a frescura física da primeira parte.


Aos 65 minutos, dá-se o que, na minha opinião, nenhum técnico deve fazer. Mas como eu não sou ninguém ao pé do técnico portista, a minha opinião vale zero ou quase zero. No entanto, não vou deixar de dizer o que penso.

Com o resultado de 0-1, Nuno Espírito Santo mexeu na equipa, com três alterações de uma assentada. A frente de ataque portista foi toda substituída por outros três jogadores. Ou seja, Otávio, André Silva e Diogo Jota deram os lugares a Corona, Brahimi e Depoitre.

O problema não está nas substituições operadas mas sim em fazer as três substituições de uma só vez com o resultado de 0-1 e com 25 minutos ainda por cumprir. Qual é aqui a questão?

Simples!

Apesar de não ser provável, pela forma como o jogo estava a decorrer, um golo fortuito do Gafanha poderia acontecer como aconteceu no Estoril no dia anterior. E então se a isso acrescentarmos uma possível lesão de algum jogador? Seria 1 jogador a menos, equivalente a jogar 10 contra 11…

Não havia necessidade!

Todavia, pouco depois das três alterações, o FC Porto, felizmente, carimbou o resultado. Na sequência de um pontapé de canto, Marcano desvia a bola para o segundo poste para Corona obter o segundo golo.


O resultado estava mais do que feito mas ainda antes de terminar, o mesmo Corona, numa jogada individual, serviu o belga Depoitre que, de cabeça, fez o resultado final da partida.

Cumprida a eliminatória da Taça de Portugal, o FC Porto vira as atenções para a Bélgica. Os Dragões jogam uma cartada decisiva na Champions League frente ao Brugges, definindo muito do seu futuro próximo na prova. A vitória é o único resultado que interessa.



DECLARAÇÕES

Nuno: “Cumprimos com a nossa obrigação”

No final do jogo em que o FC Porto bateu o Gafanha (3-0), no Municipal de Aveiro, e que lhe permitiu apurar-se para a próxima eliminatória da Taça de Portugal, Nuno Espírito Santo era um treinador satisfeito com o resultado, que considerou justo mas escasso, com a exibição e com a seriedade, o profissionalismo e o empenho que os jogadores colocaram em campo. O técnico portista deu ainda os parabéns ao adversário pela forma como se apresentou e lutou por cada bola neste encontro.

Um “jogo armadilha”
“Cumprimos com a nossa obrigação e o nosso objetivo, e fizemo-lo de uma forma contundente. Foi importante a seriedade e o profissionalismo com que os jogadores encararam o desafio. Desde o primeiro momento que os eles sabiam que este era um jogo armadilha, em que havia pouco a ganhar e muito a perder; não quiseram correr esse risco e cumpriram o seu dever. Sabíamos que era importante jogar de uma forma intensa, equilibrada e no meio-campo defensivo do adversário. Os golos foram aparecendo naturalmente e diria que tivemos oportunidades excelentes para fazermos mais.”


Vitória justa e contundente
“Creio que a vitória é totalmente justa e contundente, dentro do que procurámos. Parabéns ao Gafanha, porque foi uma equipa que enquanto pôde, complicou e tem muito mérito na forma como joga e luta a cada momento.”

Oportunidades de crescimento
“Todos os jogos são importantes, são oportunidades de crescimento, tal como os treinos o são. São dois jogos sem sofrer golos, o equilíbrio defensivo é importante, assim como marcar sete golos é importante. Tudo é mais fácil quando as ideias que pretendemos são postas em prática de forma eficaz.”

Mudanças no onze
“Considerámos as várias opções que tínhamos e entendemos que esta era a melhor atendendo a vários fatores. Um deles tem a ver com o facto de termos jogado pela última vez no dia 1 de outubro, frente ao Nacional, pelo que era importante os jogadores jogarem juntos e consolidar o crescimento que queremos para a equipa objetivo também foi conseguido. Devo dizer que não há um onze base, há uma equipa que joga e representa o FC Porto. Sou um treinador feliz, porque todos os jogadores estão disponíveis e são opção, trabalham de forma muito empenhada no seu dia-a-dia e considerámos que era a melhor equipa a apresentar.

As soluções do plantel
“Temos excelentes opções. Os 26 jogadores que temos são todos importantes e a intensidade e a competitividade que têm internamente é fundamental não só para o crescimento da equipa como individual. O Depoitre marcou e é importante, porque é um jogador que nos pode dar muitas coisas. O André Silva também já marcou, tal como o Jota; todos têm sido importantes, mas ainda falta muito caminho para percorrer para atingirmos o nível que pretendemos.

A Champions
“Agora é o momento de pensar no Club Brugge. Sabemos da importância do jogo e voltaremos a apresentar a equipa que considerarmos melhor e com todas as opções possíveis. Queremos continuar o nosso crescimento e estamos preparados para encarar o jogo.”



RESUMO DO JOGO