31 julho, 2008

Ficção ou realidade?

Há dias contaram-me uma história deliciosa. Metáfora dos tempos que se vivem nos futebol luso em geral e na imprensa dita séria em particular, começa como todos os contos ficcionados:

"Era uma vez...

Num quente dia de Verão, o fotógrafo aborrecia-se com o tédio da tarefa que lhe tinha sido destinada. Perdido no meio da abrasadora planície alentejana, impacientava-se com o ócio. As moscas zuniam, farejando o forte odor a suor. Da janela aberta do automóvel era possível ouvir os sons da natureza em redor. Ali, perdidos num lugarejo esquecido pelo tempo, a espera parecia interminável. Pela enésima vez o fotógrafo olhou para o relógio. Soltou novo suspiro, misto de desespero e resignação. Faltavam duas longas horas para a caravana da volta a Portugal passar por ali. Sentindo a testa perlada de gotas de transpiração, o fotógrafo abriu a última garrafa de água. Levou à sequiosa boca o líquido morno. Fez um esgar de aborrecimento. Ao seu lado, o jornalista destacado pelo jornal dormia relaxado, a boca aberta, ressonando. O fotógrafo pousou o olhar nele. Era um jovem imberbe, estagiário, recém-contratado. Não gostava dele. Subserviente, com uma personalidade untuosa, fazia da ambição o lema da vida. O Zé Delgado não era flor que se cheirasse. Procurando abstrair-se da canícula brutal, brincava com a máquina digital, quando ouviu os gritos. Cavalgando as ondas de calor, chegaram até aos ocupantes do carro abafados pela distância. Aterradores, lancinantes, eram um misto de súplica e terror profundo.

Acorrendo ao local de onde provinham os lancinantes pedidos de socorro, os dois homens depararam com uma cena de fazer gelar o sangue. Junto a uma árvore, defendendo-se desesperadamente das investidas de um enorme cão, de aspecto feroz, estava uma rapariguinha. As investidas do animal, com uma agressividade quase sobrenatural, eram debilmente sustidas pela miúda, no limite das suas forças. Siderados perante a imponência do animal, pelo seu rosnido violento, hesitaram na ajuda imediata.

Aparecendo como se transportado por uma qualquer mão divina, um rapaz, dos seus 17 anos, saltou da bicicleta onde passeava e atirou-se, destemido, ao animal, embrulhando-se numa luta titânica, com os corpos a confundirem-se, unidos num abraço mortal. Hipnotizados pela estranha coreografia, ficaram parados, incrédulos pela ferocidade do drama a que assistiam...

Num assomo de fúria, sangrando abundantemente de várias feridas, o rapaz espeta, já com as forças a esvaírem-se, um dos raios da bicicleta, partido durante a refrega, em pleno coração da fera. Com um latido pungente, o cão soçobra, estendendo-se, quase como se dormisse.

Um estranho silêncio abateu-se sobre aquele drama. Só os soluços da rapariguinha, com a cara escondida nas mãos, cortavam o ar quente. Recompondo-se rapidamente, vendo ali a possibilidade de uma reportagem que o catapultasse para outros vôos, Zé Delgado avançou, com o bloco de notas pronto a registar o acto heróico.

Pressuroso, estendeu uma mão ao rapaz deitado. Escondeu um trejeito de nojo quando este o sujou de sangue, que escorria brilhante. Engolindo o ar em grandes golfadas, respirando com dificuldade pelo esforço da luta, o rapaz parecia alheado dos fotografias disparadas consecutivamente, abarcando a dimensão total da cena. Esboçando o seu melhor sorriso, que lhe deformava o rosto, Zé Delgado proclamou, de forma pomposa:

"Parabéns, meu rapaz. Foi um acto de grande heroismo, esse teu. Arriscaste a própria vida em prol de um teu semelhante..."

O rapaz, lívido de fraqueza, apenas assentiu com a cabeça, murmurando um agradecimento inaudível. Zé Delgado continuou:

"Felizmente para ti estava aqui eu. Assim, esse teu enorme acto de coragem não passará despercebido ao grande público. Vais ser capa de jornais, garanto-te, e esse teu gesto será reconhecido nacionalmente. Serás alvo de homenagens..."

E continuou, absorto, como se declamasse para uma plateia, vendo-se a si mesmo candidato ao prémio Pullitzer.

"Até já vejo a capa de amanhã. Jovem herói, benfiquista, salva rapariguinha indefesa de cão feroz..."

Voltou-se, ao ouvir um pigarrear tímido atrás de si... o jovem, com um ar nauseado, provavelmente pelas feridas infligidas, desculpou-se educadamente:

"Mas senhor...eu não sou do Benfica...".

"Ai não?", exclamou o Zé Delgado, com o rosto circunspecto, enquanto o sorriso lhe fugia...

"Não, senhor. Sou do FC Porto", proclamou o jovem, humildemente.

"Tá bem...", finalizou o jornalista, de forma algo agressiva. Afagou por instantes os cabelos louros da rapariguinha, dirigindo-se em seguida para o carro, perante o ar atónito do fotógrafo, surpreso com a urgência da retirada.

O rapaz passou uma noite difícil. As dores que sentia, aliadas ao nervosismo que lhe corria nas veias, impediram o sono retemperador. Mal sentiu os primeiros clarões da alvorada, vestiu-se e correu, rangendo os dentes, até ao quiosque mais próximo. Queria ver a capa do jornal. A curiosidade e o orgulho aumentavam-lhe os níveis de adrenalina.

Sentiu um baque tremendo, o coração dilacerado. Ali, no expositor, em garrafais letras, logo na 1ª página, a toda a largura, hipnotizando o olhar de quem passava:

"Jovem delinquente, da claque dos SuperDragões, mutila animal indefeso". A fotografia de si, ensanguentado, olhando para a objectiva, com o cão a seus pés, ilustrava o título. As lágrimas de raiva correram livremente pelo rosto, deixando sulcos de tristeza atrás de si..."

- fim -

moral da história: mera ficção ou algo próximo da realidade?

tHE fAMOUS fIVE - oS cINCO

Há nomes que são de referência, já os homens associados, nem sempre.

Dos bons e velhos tempos idos da gERAÇÃO rASCA, tenho as duas primeiras, e mais antigas lembranças políticas que me ocorrem.

Eram as palavras de ordem dos pinantes, bradadas aos ventos para quem quisesse ouvir naquelas eleições presidenciais de Janeiro de 86: "Soares é fixe. O gajo que se lixe!" e logo havia quem ripostasse, "Freitas do Amaral - dá um peido e cheira mal!". Era assim a versão politica dos recreios da escola, dos quais sairam muitos dos deputados que hoje tendes na Assembleia da República... e a pena que tenho de eu e Ana Drago do BE não termos partilhado os mesmos cantos do recreio... ou a Joana Amaral Dias... Teriam hoje o que lhes falta para serem «verdadeiras mulheres às direitas». Enfim, as recordações são como as cerejas, e eu estou-me a desviar.

O último peido do sec. XXI do Freitas (sim peido, lembras-te: "Freitas do Amaral - dá um peido e cheira mal!" ? - vá, esquece lá as meninas do BE), foi daqueles largados a falsa fé. Pela calada, saiu uma bufa bem fedorenta, discreta, abafada, daquelas de apertar as abébias, e... aqui vai disto! Vamos lá ver se ninguem dá por nada... Só que, pior que os peidos turbulentos, este que veio de pantufas é de um cheirete que tresanda. E dura, dura... anunciando que aí vem merda.

Mas tudo bem, uns gases intestinais não significam necessariamente uma má ingestão, ou que o produto dado a saborear fosse de todo fraco. Antes, a última evacuação de Freitas do Amaral acusa pelo intenso cheiro, que se trata de uma refeição da qual se anunciava ser servido do melhor caviar, preparado pelo melhor dos mestres cozinheiros da especialidade, no entanto, e perante o mau cheiro no ar, há quem diga que o caviar servido é de qualidade duvidosa. Que se encontra facilmente melhor num qualquer restaurante da borda da Estrada Nacional 1.
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Freitas do Amaral entendeu em dar continuidade as míticas aventuras de Enid Blyton que tantas saudades nos deixaram e vaí daí, ressuscita os "The Famous Five" numa nova obra de 137 paginas intitulada Os cinco e a reunião misteriosa.

No enredo desta aventura temos um motim apresentado em forma de reunião, que se desenrola na nossa tão bem conhecida casa do País de Gales, local onde começam ou se magicam muitos dos enredos vividos pelos «Cinco». Esta casa é propriedade por direito legitimo de um Cientista tido pelos cinco por rabugento e mal humorado (qual presidente de um CJ) no entanto muito bem conceituado entre seus pares, pai da conhecida e rebelde personagem com tiques de Maria Rapaz, a Maria José (que não vai a Morgado) Mais conhecida pela "Zé", e tio de Júlio, Ana e David. Conta o ficcionista Freitas do Amaral na mais recente aventura dos famosos cinco, que o rabugento do cientista decidiu impedir a permanência na casa do quinto personagem, pois não estava para aturar mais os seus latidos e lamber de botas pela sala fora. Trata-se como é obvio, do cão, o Tim (ou Joca Abreu do raio que te parta).

Esta ordem de afastar o cão Tim, gera uma balburdia tal, que o cientista opta por dar a discussão por encerrada, até porque o bicho aparenta fortes indícios de não ter a vacina da raiva em dia, tamanho é o espumar e esticões que manda enquanto os restantes quatro o seguram pela trela em aparentes dificuldades para que não afiambre uma perna ao dono.

E quando os famosos cinco apanham o sábio cientista pelas costas, armam então o motim, e passam a engendrar numa reunião à socapa, qual o melhor meio de se verem livres do cientista rabugento, pois não só entendem que foi de uma enorme crueldade querer abafar as lambidelas e latidos de Tim, o cão, como sabem que o fiel Tim é sempre um elemento fundamental no sucesso das façanhas dos Cinco. Sem o Tim, nada feito. Como alcançar as intenções justiceiras, que são tão conhecidas características do grupo?

A forma como mantiveram o cão Tim, a revelia do que era autorizado resultou numa grande trapalhada de consequencias imprevisiveis, e eis que surge a nossa também conhecida, a carinhosa e meiga personagem da Tia (Tia Alberta Males-Mil), a dona e governanta da casa, esposa do cientista rabujento e mãe da Zé, sempre muito hábil em por panos quentes e água nas fervuras que se vivem nos letigios da casa. A Tia, Qual mediadora de sempre, consegue mais uma vez abafar as tropelias armadas pelo famoso bando dos cinco.

[a continução... cenas do último episódio]

... Mas porque andava o Cientista Rabujento qual presidente de um CJ tão mal humorado? Aquela seria a tarde do dia da indepêndencia dos Cinco, um July 4th conspirava-se pelas paredes da casa no Pais de Gales. Em pouco tempo haveria de se saber que ocorrera uma reunião misteriosa após o Pai da Maria José (que não vai a Morgado) sair da sala.

Agora o Problema do bando dos cinco passava por elaborar um plano:

"Precisamos de apoio Cientifico para lidar com está situação criada pelo Tio CJ -disse o Júlio.
Mas quem? -Perguntou a Ana.
Já sei !! - Respondeu a Zé - O Frei-Einstein-do-Cheira-Mal. O pai da bomba atómica! Querem melhor?


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Seriam imbatíveis! Conta-se, à má língua, pela blogosfera de 2008 A.D. que logo alí naquela sala houve comunicações e pareceres telefónicos de cima do joelho a Frei-Eistein-do-Cheira-Mal em vista de resolver aquele impasse. A pressão era mais que muita. Havia que decidir em menos de 48 horas e os famosos Cinco queriam ter o seu fim de semana de passeio pelo campo em busca de outras tropelias descansados. Tia Alberta Males-Mil, asseguraria aos cinco que os rabiscos tirados em cima do joelho fossem exportados em .pdf , com nunca menos de de 135 páginas. Os Cinco tinham assim a retaguarda salvaguardada.

Júlio, dá-me horas!
1:07 A.M, Zé.
Okay Primos! Assinem aqui.
Béu, Béu! -Latiu Tim, o Cão-Raio-que-te-Parta, Feliz.
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Pareceres... assim de barato, só o Pinto da Costa diz que tinha 4, o Benfica lá encomendou um ao Vital Moreira, e ui, ainda me doi a barriga de tanto rir, então não é que houve quem se lembra-se de contra-argumentar o "Freitas do Amaral - dá um peido e cheira mal" com o trinta e um de boca que Marcelo Rebelo de Sousa num programa de entretém de domingo à noite debitou. Ele há com cada uma! Polícia, Chamem a Polícia.

Resumindo, o que daqui a 135 linhas mais abaixo verão que não é facil de fazer, sendo eu o incumbido, (mas que que querem? Se até o homem precisou de tanto .pdf...) e até porque aqui o Mr. já anda farto do assunto, temos a F.P.F. que encomendou mais um Parecer ao Prof. Dr. Freitas do Amaral cujo douto, apresentou na semana passada a sua jurisprudência no assunto, atenção: "Portugueses, sou o melhor dos Portugueses, pelo menos até à data, em esmiuçar todos os argueiros legais possíveis, para que o meu cliente se possa defender perante a asneirada em que se meteu. Além do mais, comprova-se que não obstante ser o ilustre Professor Doutor em direito administrativo, que sou, fica provado minhas excelsas capacidades também matemáticas, pois que fui pragmático em demonstrar como resolver uma equação até aqui impossível de resolver. A formula passa por elaborar essa mesma equação no sentido absoluto inverso.

Repare-se como mantendo os mesmos elementos da equação podemos perfeitamente trocar a posicao das parcelas, menos uma, cuidado! sim excepto aquela que tiver identificada com valor (-) negativo. No fundo, Usando assim as regras matématicas em adição aos mandamentos dos manuscritos Bíblicos sagrados versão CDS-PP, faço então aqui jurisprudência da formula juridico-matemática para o assunto em apreciação."


Mai nada! Freitas tornou obsoleto o velho ditado Português sobre "procurar uma agulha num palheiro". A Prova provada de que tal não só é de todo possivel, bem como bem vistas as coisas, fácil. Mas para que é que foi tanta discussão.

Pá, eu não sou jurista nem nada que se pareça, Tudo bem, dou-lhes dez a zero em lábia e bitaites, mas também não sejamos ingénuos, carago!

Se eu que atropelei alguém, me dirigir a um jurista, vulgo advogado ou senhor professor doutor qualquer, e lhe pedir um parecer, visto que estou mais do que tramado vezes cinco elevado ao quadrado, o que é que eu espero desse jurista e o que é que ele me vai apresentar imediatamente antes da conta?

"- E o senhor só se safa alegando isto, isto, mais isto, e não esquecendo disto, e como há testemunhas dispostas a dizer que a vítima, e distraída que estava, até porque consta que no minimo o homem tinha bebido dois Licores Beirão, e sem gelo, e pelo visto o defunto não era habitué de copaneiras e pelo que salvo melhor parecer, o defunto ia bêbedo, e não levou em conta que apesar de se tratar de uma passadeira, deveria ter-se certificado que o sr condutor por sinal, é verdade, eu cobrei sinal?

- ah tá bem.

-E portanto, e não levou em conta que apesar da passadeira, deveria ter-se certificado que o sr condutor por sinal meu cliente, se estava em condições físicas de parar a viatura em segurança, e logicamente só se pode concluir que a vitima é que se atirou para cima da viatura.

-Então e o facto de haver quem diga que eu ia no mínimo a 110 KM/h, e numa pacata localidade, Sr. Doutor?

-E Isso agora não interessa nada. E o fundamental, o âmago, ou quiça o cerne da questão, é que:

1) -E um peão que pretende deslocar-se pelos passeios públicos,

2) -e sabendo de antemão que no decorrer do percurso terá de atravessar uma passadeira,

3) -nunca o deveria , repare-se:
deveria [ v. tr.,]
ter por obrigação;
estar obrigado a;
ser devedor de;
estar em agradecimento;
ser provável;
e portanto pode-se concluir que, 3) - e nunca o deveria PODERIA, ter feito, e logo depois de ter ingerido dois Licores Beirão, e sem gelo.

E até lhe digo mais, perante este parecer tão lúcido e sólido que aqui lhe apresento, vou editar em livro, e fazer jurisprudência, e nem imagina a probabilidade de casos como o seu, e de peões que por ai andam e a transitarem a pé, e as complicações que isso acarreta e inclusive que me quer parecer, e é isso que pretende, não é? um parecer?

- É pois.

-Muito bem, e quer-me parecer então que o código da estrada é portanto omisso no que toca ao valor máximo para a taxa de alcoolémia dos transeuntes, peões.. concluindo, e a isto chama-se Jurisprudência.

-Muito Bem! Grave-me isso tudo em suporte digital... não, não pode ser em diskette, tem de ser, pelo menos numa pen drive com 1 Gb de memória, Porque tem de desenvolver isso no mínimo para 135 páginas, ser convincente, tá a ver ? Fez jurisprudencia em 2008. Consta que um Ilustre Professor de direito administrativo defendia, ainda que subliminarmente, a vertente matemática para pareceres juridicos, e vai daí, com um famoso parecer actualmente reconhecido pelo "Parecer da independencia de july 4th" todo ele esmiuçado, deduziu-se o que o parecer tinha de mais óbvio. Fez-se então a esperada jurisprudência, como não podia deixar de ser, e em que reza lá na vossa linguagem jurídica, que: Pareceres juridicos só entram em tribunal a partir de um mínimo de 135 páginas... e o ficheiro em versão .pdf, Sr doutor. s.f.f.

O Doutor aprecia futebol? ah! Mas não é do Benfica, ou é??!! Senão procuro um segundo parecer...

-Dragão, Carago!

-Há, então deixe que lhe diga que me pediu pouco dinheiro. Porque sabe, a pergunta vem a proposito de que houve umas confusões todas malucas na Bola lá em 2008, e vai dai o Benfica Enviou o dito parecer de 135 Páginas, o July 4th para a UEFA mas, como a UEFA não ligou nenhuma aquilo, o 33º Presidente do Benfica veio a posteriori dizer que não, não tinha qualquer interese de secretaria, que apenas pretendia que a UEFA decretasse o dia 4 de Julho como o dia Europeu Para a Liberdade Desportivada, tudo a pretexto de que conseguira 6 milhões de assinaturas para formalizar tal pedido e como já era a segunda façanha que transitava em julgado no Guinness Book...

-Sim, o 33º Presidente do Benfica.

- Esse mesmo que acabou preso por negócios do pó branco... dizia eu, que O conhecido por Orelhas alegou que o feriado Europeu só não foi avante Porque a ONU, não deixou. Parece que os Americanos lá mexeram os cordelinhos e como tinham um feriado parecido nesse dia... Bom! Então diga lá Doutor, quanto é que lhe devo mesmo? "
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Sou ridículo sou, e parvo, pois também perdi mais de uma hora a ler um parecer de mais 135 paginas de tão douta personalidade, para chegar a mesma conclusão sobre o .pdf em questão..

Aquilo é um Parecer Júridico, ou um Parecer Espiritual de Cristo a explicar a apóstolo Pedro, que "não são sete! Terás de perdoar o teu irmão até setenta e sete vezes."? Fiquei sem saber onde enfiar tanto Juizo de valor.

A silly season irá acabar, e este assunto tal como as eleições Americanas um dia qualquer terá de ser verdadeiramente escrutinado por quem de devido Direito, no caso Português os Tribunais Civis. A tendência desses tribunais tem mostrado qual a eficácia jurídica de tantos opinion makers... Zero, Niente! Pareceres, é só pedir e pagar, são um tentar de lavar a cara, cócegas para os ouvidos. Eu quero ouvir é a estocada final de um Martelo de verdadeiro Juiz de batina negra. Passarão os doutos aos exames na barra dos tribunais? É que alí a lei não tem clube! (*)

E Tenho dito!

E evitam de insistir, e larguem-me lá a caixa de comentários, e que coisa! Fonix, canseira. E Quero ver se não toco mais em assuntos de futebol e nos proximos oito, cinco, e dois dias.

(*) Ou fazer jurisprudência significa "colorir" alguma coisa? Mau! Querem lá ver... Atão não é que o parecer do Freitas usa linhas com letras de cor preta sobre um fundo branco!! Essas são as cores do Vitoria de Guimarães. No que eu me estou a meter... o Freitas do Amaral é do... Vitória S.C. ??!!
Ajudem-me senhores juristas, começo a andar confuso. Quantos minutos eram sem voltar a assuntos de futebol?


fonte: post integralmente gamado (com autorização) do geração rasca

30 julho, 2008

Parece justiça

Para uns um parecer, para outros um método, quiçá engenhoso, de nos convencer da legalidade de uma deliberação. Ou estava-se à espera da contratação de um ilustre para carimbar a clara ilegalidade da mesma?

Mas no meio de tanto acessório e na pressa de alcançar o oásis, que afinal não passa de uma miragem, da UEFA fica algo, que uns quantos acham de pormenor e outros tantos de 'pormaior', por esclarecer.

O acórdão do CD da LPF baseou-se numa certidão do Tribunal para validar uma testemunha que foi já dada como falsa, sob pena de eventual procedimento criminal por testemunho agravado falso e ainda numa escuta singular onde nem sequer foi possível comprovar o nexo de casualidade. Há assim quem pense que esta matéria deveria ter já sido retirada, pelo CD, da sentença que foi passada ao CJ da FPF.

Mas não, impera a fuga para a frente e baseia-se agora a justiça num parecer de A sobre uma acta de cinco, que ignora um possível erro do CD e faz ouvidos moucos a outros 4 pareceres de outros tantos Professores Catedráticos.

Parece justiça, mas não se sabe se é, diria o Tône.

Existirão alguns que se congratularão com este tipo de vitórias. Mas para nós Portistas, quando a bola recomeçar a rolar, tudo irá ficar como dantes. Queimem autocarros, bloqueiem as portagens, enviem dossiers para onde quiserem e façam filmes, muitos filmes.

Enquanto se espera pelos tribunais, o Azul e Branco continuará a imperar dentro das quatro linhas, palco de todos os pareceres que são, realmente, importantes.

A libertação dos escravos

‘Nortada' do Miguel Sousa Tavares

João Moutinho faz chantagem com o Sporting.

1. A chantagem - que não tem outro nome - que João Moutinho está a exercer sobre o Sporting é intolerável e bem andará a direcção da SAD sportinguista se não lhe ceder, sob pena de os clubes se tornarem práticamente ingovernáveis. Como dizia há dias Bobby Robson, «no meu tempo, um contrato era um contrato» e, nestes tempos de mercenarismo em que vivemos, em que o aperto de mão, a palavra de honra, a gratidão e o amor à camisola parecem ser tudo noções arrumadas no baú de alguma rara gente ainda bem educada e com princípios, se já um contrato escrito e assinado por ambas as partes também não serve de nada, então que decretem a lei da selva e venha o Sr. Blatter governar os clubes profissionais.

Moutinho nem sequer pode invocar a seu favor, ao contrário de Ricardo Quaresma e outros, o aliciante desafio profissional que o espera. O Everton é apenas o segundo clube de Liverpool, um clube mediano em Inglaterra, muito longe de aspirar a ter hipóteses no campeonato ou uma carreira na Champions. Desportivamente, Moutinho tem mais a ganhar no Sporting do que no Everton onde cairá num «buraco negro» de esquecimento do qual não sairá tão cedo porque, como irá descobrir, em Inglaterra, um contrato ainda é um contrato - e o Manchester United está a mostrá-lo com Cristiano Ronaldo. Só há uma razão para que Moutinho queira trocar o Sporting pelo Everton e essa é apenas o dinheiro. Fica muito mal a um capitão de equipa, cujo contrato foi melhorado recentemente e na vigência dele, que é acarinhado pelos sócios e pela direcção do clube, querer ir-se embora apenas por dinheiro. Já sei que, como disse Derlei, todos têm família, um futuro em que pensar, etc. Têm os jogadores de futebol e temos nós todos. A única diferença é que ninguém ganha as fortunas que eles ganham tão somente porque têm jeito para dar chutos na bola e porque, por sorte ou azar deles, não tiveram pais que os obrigaram a esquecer a bola para seguir os estudos.

O mais feio de tudo é a estratégia que o Everton e o empresário de João Moutinho, Pini Zahavi, vêm seguindo em relação ao Sporting. É a mesma estratégia do Real Madrid com Cristiano Ronaldo e, aparentemente, a do Inter em relação a Ricardo Quaresma. Podíamos chamá-la, inspirando-nos em Blatter, a estratégia da libertação dos escravos e consiste no seguinte: um clube, normalmente mais rico ou mais forte, quer comprar um jogador de outro clube, mas não quer pagar o preço justo por ele ou não pretende respeitar a vontade desse clube de não vender o jogador; logo, começam por seduzir o jogador oferecendo-lhe um ordenado milionário e dando-lhe volta à cabeça (o que não é difícil…); então e só então, abordam o clube do jogador e fazem-lhe uma proposta de compra muito abaixo da cláusula de rescisão ou do valor justo; perante a negativa do putativo vendedor, entra então em cena o próprio jogador, que começa a fazer declarações públicas de que se quer ir embora; confrontado com a situação de chantagem assim criada, o clube que tem contrato com o jogador fica encostado à parede: ou cede à chantagem e aceita vender mal, ou recusa e fica a braços com um problema interno de um jogador contrariado, que vai começar a fazer «fitas», a fingir-se lesionado e a criar um ambiente que é ofensivo para a dignidade do clube. É uma jogada perfeita, contra a qual praticamente não há defesa.

A nossa imprensa desportiva, que tão afincadamente tenta convencer a direcção portista a vender o Quaresma ao Inter a preço de saldo ou que tanto se bate pela «libertação» de Cristiano Ronaldo do Manchester, tem alguma responsabilidade na criação deste clima de «vale tudo» que parece estar a tomar conta da cabeça dos nossos jogadores, devidamente empurrados pelos respectivos empresários. Com um pouco mais de tino, a imprensa desportiva pensaria um pouco que assim, não só despovoamos o nosso futebol dos melhores intérpretes de nacionalidade lusa, como ainda se está a contribuir para a ruína financeira dos clubes. Pois se tanta gente diz e jura que a solução económica dos nossos clubes só pode ser a de formar jovens talentosos para depois os vender muito bem ao estrangeiro, se o negócio passa a ser arruinado por esta estratégia de rasga-contratos a todo o tempo, para quê investir na formação dos nossos jovens?

2. Como aqui o notei no artigo anterior, enquanto Ricardo Quaresma vai aguardando o desfecho do braço-de-ferro do Inter com o FC Porto, Jesualdo Ferreira vai tentando habituar-se a viver sem ele e a formar uma equipa que, sem Quaresma, possa continuar a assegurar o índice de capacidade ofensiva, criativa e concretizadora a que o FC Porto nos habituou em anos recentes. Não é fácil, como mais uma vez se viu contra o Celtic. Com Mariano González, não há 4x3x3 que se aguente, porque o argentino é um trapalhão completo, que entra em campo com ar de quem já está cansado e corre com a cabeça em baixo e o corpo para trás em direcção a lado nenhum, totalmente falho de ideias, de rasgo e de visão de jogo. Foi a primeira e a pior contratação do FC Porto esta época.

Das restantes contratações portistas - cujo número se aproxima já do total da época passada: onze jogadores, uma equipa completa - a ideia que fica destes primeiros jogos de pré-época é que, pelo menos, não acontecerá o mesmo que na época passada, quando dos onze jogadores contratados, nenhum teve lugar na equipa principal. Felizmente, este ano, há condições para integrar dois ou três e isso é absolutamente necessário porque, para já, Bosingwa e Paulo Assunção têm de encontrar substitutos. A eventual vaga de Quaresma poderá ter de ser resolvida com uma mudança de sistema de jogo, mas as ausências de Bosingwa e Paulo Assunção têm mesmo de ser preenchidas. Sapunaru tem sido dos que melhor se têm integrado e parece-me que o lugar de defesa-direito lhe fica bem entregue. No centro da defesa, Rolando é também reforço e é natural que, na primeira ocasião em que falte Pedro Emanuel, Jesualdo lhe entregue o lugar (e não antes apenas por respeito pela antiguidade, que ali é um posto). No lugar de «trinco», as coisas estão mais complicadas: Bolati não serve, como está mais do que visto, e Guarin, ao contrário do que a crítica tem dito, a mim não me convence: muita precipitação, muito afogueamento, timings sempre errados para entrar à bola ou entregá-la, jogo muito faltoso. Resta Fernando, que ainda não teve ocasiões para se mostrar suficientemente, ou Raul Meireles, que fez a posição durante cerca de 25 minutos contra o Celtic e bem melhor do que Guarin. Cristian Rodriguéz é sem dúvida reforço e dos bons: com Quaresma, formará duas alas do tri atacante verdadeiramente notáveis; sem Quaresma e em 4x4x2, Jesualdo provávelmente dar-lhe-á o lugar de ala mais recuado, sobre o meio-campo. Enfim, só para esse sistema alternativo é que se justifica a incrível contratação do desconhecido Hulk, por números que metem medo: ou se trata de um novo Jardel, surpreendentemente descoberto nas profundezas do campeonato japonês, ou se trata do maior barrete de sempre.

A conclusão é esta: com Quaresma, o FC Porto terá este ano uma super-equipa, bem melhor do que as de anos anteriores. Sem Quaresma, o FC Porto é, para já, uma boa equipa, com futebol organizado (nada a ver com o Benfica, por exemplo), mas falha de capacidade de chegar ao golo. Se Hulk for o génio que os milhões nele investidos levam a esperar, esse problema pode ficar resolvido; se o não for e se não houver Quaresma, pode-se regressar aos tempos de Co Adriaanse: muito ataque e muito poucos golos.

n'A BOLA de 29Jul2008
fonte: "All Dragons fórum"

29 julho, 2008

Reis da Europa pela 1.ª vez

O FC Porto desde o início da década de 80 habituou os seus adeptos a um ritmo impressionante, quase avassalador, de conquistas, seja qual for a modalidade ou até o escalão. E além das diversas conquistas internas devem-se, sobretudo, destacar os troféus internacionais conseguidos em duas das modalidades, hóquei em patins e futebol (nas modalidades andebol e basquetebol o melhor que se conseguiu foi atingir os quartos de final das provas Europeias respectivas). No futebol já ganhamos 6 troféus internacionais: a Taça dos Campeões Europeus em 1987 e em 2004, a Taça Uefa em 2003, a supertaça Europeia em 1988 e a Taça Inter-Continental em 1987 e em 2004. No hóquei em patins ganhamos 7 títulos Internacionais, a saber: a Taça das Taças em 1982 e em 1983, a supertaça Europeia em 1986, a Taça Cers em 1994 e em 1996 e, finalmente, a Taça dos Campeões Europeus em 1986 e em 1990.

O Trofeu de maior importância na Europa é, indiscutivelmente, a Taça dos Campeões Europeus e hoje achei por bem recordar os heróis do nosso Clube que nos deram essa glória máxima pela 1ª vez. Das quatro «Champions» conquistadas (duas no futebol e duas no hóquei), a mais antiga data da época 1985/86 e foi obtida pela nossa equipa de hóquei em patins, um ano antes da glória Europeia (a 1ª) dos nossos futebolistas consumada em pleno relvado do Prater. Quatro anos após esta 1ª Champions no hóquei, portanto em 1990, o FC Porto, então orientado por José Fernandes, voltou a ganhar este valioso troféu batendo na final os Espanhóis do Nóia por números concludentes. Nas Antas ganhamos por 6-0 e em Espanha vencemos por 5-2. Desde aí, chegamos por várias vezes à final-four (a última vez foi em 2007) mas infelizmente não mais obtivemos sucesso máximo. Já no futebol a nossa última glória suprema Europeia (a 2ª nesta modalidade) é bem recente e data de 2004...

(em cima: Alves, Tó Neves, Domingos Carvalho, Vítor Bruno, Almas e Realista; em baixo: Vítor Hugo, Domingos, Franklim e Vale)

Vamos então recuar 22 anos:

Sábado, 21 de Junho de 1986, Pavilhão Américo de Sá repleto, é este o cenário da 1ª mão da final da Taça dos Campeões Europeus de hóquei em patins com FC Porto e Novara de Itália a lutarem pelo título mais apetecível... o FC Porto chegava a esta final pela 2ª vez na sua história e, curiosamente, pelo 2º ano consecutivo. Um ano antes, e de forma inglória, os Portistas perderam este troféu para o Barcelona por apenas um golo de diferença (o FC Porto ganhou em casa por 5-4 e perdeu depois na Catalunha por 4-6).

Nesta 1ª mão, o FC Porto ganhou por 5-3 ao Novara de Itália. Os Dragões alinharam com Domingos, Realista, Alves, Vítor Hugo e Vítor Bruno. Entraram posteriormente Franklim, Tó Neves, Domingos Carvalho, António Vale (capitão de equipa) e Almas. Os 5 golos do FC Porto foram apontados por Vítor Bruno (3) e Vítor Hugo (2). Os Dragões poderiam até ter dilatado o marcador mas o Novara de Mariotti e Bernardini deu sempre muita réplica e por isso os 2 golos de diferença deixavam, desde já, antever um jogo escaldante em Itália.

Na 2ª mão que se disputou a 28 de Junho de 1986, o Presidente Pinto da Costa fez questão de acompanhar a equipa nesta deslocação a Itália para natural regozijo de Ilídio Pinto (director) e Cristiano Pereira (treinador). Os pupilos de Cristiano acusaram o ambiente e no final da 1ª parte o Novara ganhava por 5-1 deixando algo apreensivos os poucos Portugueses presentes no ambiente escaldante de Novara. Todos se recordavam da frustração na Catalunha que o Clube viveu um ano antes mas no balneário dos Dragões todos ainda acreditavam.

Na 2ª parte o festival foi totalmente azul e branco, o FC Porto marcou 6 golos contra nenhum dos Italianos e venceu o jogo por 7-5. Um verdadeiro show de bola dos nossos mágicos hoquistas com Carlos Realista a marcar 3 golos, Vítor Hugo a picar o ponto por 2 vezes sobrando os outros 2 golos para Domingos Carvalho e Alves. Vítor Hugo (na foto) voltou a brilhar deixando os seus adversários de cabeça completamente perdida... os jogadores Italianos estavam incrédulos com o que lhe estava a acontecer enquanto o seu público (em total desespero) a poucos minutos do final tratou de arremessar para a pista todos os objectos possíveis e imaginários levando ao final da partida ainda antes do tempo regulamentar. Aliás só foi possível entregar a Taça dos Campeões Europeus ao FC Porto em pleno balneário. Jorge Nuno Pinto da Costa tinha então o seu 1º momento de glória suprema. E alguém imaginaria que um ano depois o nosso velho general estaria ao lado de João Pinto a erguer a Taça dos Campeões Europeus mas desta feita no futebol? Muito poucos, certamente.

Espero que tenham gostado, tanto como eu, desta mágica viagem ao nosso glorioso passado, aliás, nesse aspecto o nosso passado não se diferencia muito do presente. Felizmente...

ps1 - O andebol do FC Porto regressará nesta temporada (a última antes do Dragão Caixa) à Póvoa de Varzim depois de ter jogado em Santo Tirso durante os últimos 6 anos. É um regresso que me agrada até porque da minha casa à Póvoa são só 5 minutos. A 1ª jornada do campeonato de andebol (30/8) inclui um Benfica/Porto e logo na 2ª ronda temos na Póvoa de Varzim um Porto/ABC (6/9). Amanhã começam os trabalhos de pré-época.

ps2 - No hóquei em patins, Portugal perdeu a final do Europeu frente à anfitriã Espanha (1-0) mas pelo que se viu os pupilos de Luís Sénica podem acreditar que o futuro próximo poderá trazer-nos muitas alegrias, a começar já pelo Mundial 2009 em Vigo. Na Liga Europeia de hóquei em patins 2008/09, o FC Porto estará no mesmo grupo de Noia, Igualada e Quevert deslocando-se a França na 1ª ronda (18/10). Nesta competição passam os dois primeiros de cada grupo e a final em formato concentrado terá, desta feita, 8 equipas e jogar-se-á de 29/4 a 3/5. No campeonato Nacional de hóquei temos na 1ª jornada um Cambra/Porto (4/10) e na 6ª ronda (1/11) um Porto/Benfica em Fânzeres.

ps3 - No bilhar Carambola (masculinos), o FC Porto venceu a Taça de Portugal batendo na final o Sporting (os Dragões já tinham ganho a supertaça). Em Pool (femininos), o FC Porto voltou a ser Campeão Nacional.

ps4 - Na actual temporada adquiri lugar anual no Dragão ao lado de outros companheiros aqui do blog. Para estreia da nova cadeira a coisa não correu bem mas estou até muito confiante para esta nova temporada. Bem melhor decorreu o convívio de domingo no pinhal de Ovar/Maceda com o jogo no areal da praia a demonstrar a nossa excelente condição física :)


Saudações Portistas,
Lucho.

[nota do administrador: pedimos desculpa por alguns problemas técnicos que poderão detectar durante os próximos dias na visualização das imagens alojadas neste espaço, situação que julgamos poder estar completamente ultrapassada muito em breve. Pelo facto, mais uma vez, as nossas desculpas. Obrigado.]

O dia a dia... em «super flash»

Sapunaru: «A estreia no Estádio do Dragão foi linda»

«Aborrecido» com o desfecho do jogo frente ao Celtic, sobretudo por considerá-lo injusto, Sapunaru guarda, ainda assim, boas recordações da festa de apresentação do F.C. Porto. Afinal de contas, não é todos os dias que se joga perante mais de 42 mil adeptos. A estreia no Estádio do Dragão merece, portanto, um comentário inequívoco: «linda»!

As primeiras sensações do lateral-direito em relação ao universo azul e branco foram partilhadas com a comunicação social esta segunda-feira de manhã, na «super flash» que teve lugar no relvado do Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia, no Olival.

«O F.C. Porto é um grande clube e muito profissional. Tem bons jogadores e são todos muito simpáticos. Diria mesmo que é o clube mais profissional de Portugal.»

«Os meus objectivos para esta época são ganhar o campeonato e todos os outros títulos, incluindo, se possível, o da UEFA Champions League.»

«O futebol português é um pouco diferente do romeno, pois aqui os clubes participam habitualmente na UEFA Champions League, enquanto na Roménia isso não se verifica tanto.»

«A estreia no Estádio do Dragão foi linda. É natural que estivesse ligeiramente nervoso. Joguei pela primeira vez no Porto, num grande estádio, e ainda por cima perante mais de 42 mil adeptos.»

«O meu principal objectivo é jogar cada vez melhor. Independentemente de quem o mister seleccione, todos devem entrar em campo para ganhar. O mais importante é que o F.C. Porto vença todos os jogos.»

«O mister Jesualdo Ferreira é muito bom treinador e espero que consigamos triunfar com ele esta época.»

«Ficámos aborrecidos com a derrota na festa de apresentação, sobretudo porque não merecíamos esse desfecho. Tivemos várias oportunidades para marcar e não o fizemos, e o Celtic, na única de que dispôs, marcou.»

«Do que pude observar no jogo deste domingo, penso que o Sporting e o Benfica são duas boas equipas, mas ontem o Sporting foi melhor.»

«Acho que o Sporting esteve melhor do que o Benfica, mas não melhor o suficiente para me fazer acreditar que nos pode ganhar no primeiro jogo oficial da época.»

in fcporto.pt

28 julho, 2008

A ver vamos…

O ano passado por volta desta altura escrevi um texto sobre os reforços do FC Porto. Para a maioria deles, as minhas expectativas não eram muitas. Infelizmente, a história deu-me razão. Se repararmos nas contratações do FC Porto o ano passado verificamos um denominador comum entre todos eles, isto é, nenhum se afirmou como uma alternativa realmente fiável e credível ao onze inicial! Sim, eu sei que com Lucho, Lisandro, Quaresma, Bruno Alves e outros no onze inicial não é fácil a entrada de novos jogadores, no entanto, quando se gastam alguns milhões de euros num só jogador, é porque se tem a esperança que este possa ser uma mais valia para o plantel e, consequentemente, para o onze inicial! Do que se passou no ano passado em termos de contratações, apenas Farias, e nalguns momentos da época, mostrou alguma qualidade e utilidade. Do meu humilde ponto de vista, Mariano Gonzalez não é, e muito dificilmente irá ser, um grande jogador, um jogador de rasgo individual que possa resolver um jogo. Tal como Quaresma o tem feito ao longo dos últimos anos, tal como Lisandro López tão bem sabe fazer, tal como Lucho faz com grande frequência! É a minha opinião.

Independentemente disso, o FC Porto foi campeão nacional pela 3ª vez consecutiva e apenas não foi mais longe na Liga dos Campeões por mero infortúnio de uma noite em que o GR adversário defendeu tudo o que havia para defender. Por isso, e apesar de tudo, o planeamento da temporada passada foi bem feito, não havendo nada a apontar!

Para a temporada que se segue, novamente a política de contratações direccionou-se para a América do Sul, o mercado–alvo do FC Porto nos últimos anos. Pelas minhas contas foram cerca de 22 Milhões € gastos em contratações, sendo que 89% desse montante foi destinado a jogadores oriundos da América do Sul (Uruguai, Argentina, Colômbia, Brasil). Das novas contratações não posso adiantar muito até porque o meu acompanhamento do FC Porto 08-09 tem sido muito reduzido (por razões alheias). Apenas desejo e espero que todas elas tenham muito sucesso no clube e constituam alternativas credíveis e úteis ao onze inicial.

Por tudo isto, é com redobrado interesse que espero passar a seguir mais atentamente este novo FC Porto, nomeadamente, os seus novos reforços e alguns dos “reforços” do ano transacto que, espero eu, confirmem os seus atributos na nova temporada… A ver vamos.

[nota do administrador: pedimos desculpa por alguns problemas técnicos que poderão detectar durante os próximos dias na visualização das imagens alojadas neste espaço, situação que julgamos poder estar completamente ultrapassada muito em breve. Pelo facto, mais uma vez, as nossas desculpas. Obrigado.]

27 julho, 2008

Afinal, a «surpresa» era outra...

26 de Julho de 2008
festa/jogo de apresentação aos adeptos 2008/09

Estádio do Dragão, na cidade do Porto
assistência: 42.308 espectadores


árbitros: Luciano Silva, Paulo Costa e Pedro Campos; Ricardo Moreira.

FC Porto: Helton; Sapunaru, Pedro Emanuel, Bruno Alves e Lino; Guarín, Raul Meireles e Lucho; Mariano, Lisandro e Rodríguez.
Jogaram ainda: Nuno, Benítez, Fucile, Rolando, Bolatti, Farías, Tomás Costa, Candeias e Fernando.
Treinador: Jesualdo Ferreira.

Celtic FC: Boruc; Hinkel, McManus, Caldwell e Mark Wilson; Paul Hartley, Donati, Robson e McGeady; Brown e Samaras.
Jogaram ainda: Balde, McDonald, Hesselink, O’Dea e Caddis.
Treinador: Gordon Strachan.

disciplina: ---.

golos: Hesselink (87 min).

bLuE HOT: Sapunaru, Bruno Alves, Guarín, Lucho, Mariano, Rodríguez e Candeias.
bLuE ICE: Lino, Benitez e Bolatti.


A ovação dispensada pelos adeptos logo após o apito final do árbitro é reveladora dos sinais promissores recolhidos, apesar do resultado imerecidamente desfavorável. Para a posteridade fica a imagem de um Dragão em notória evolução e com detalhes promissores para os desafios que se avizinham e de uma comunhão azul e branca que supera qualquer contratempo.

Um punhado de lances primorosamente delineados pela versão 2008/09 dos Dragões, quer na primeira metade, quer durante o segundo tempo, bastaria para elucidar os cépticos no que à imagem deixada pelos Tricampeões Nacionais diz respeito, apesar de confrontada com um desfecho injusto.

Sapuranu, Lisandro, Guarín, Rodríguez ou Farías reclamaram para si papéis de evidência ao longo da partida, mas o desfecho mais desejado pelos mais de 40 mil adeptos presentes teimou em manter-se afastado da inequívoca vontade expressa pelo Dragão.

Caprichosamente, cinco anos e meio depois a história não se repetiu, apesar dos insistentes esforços de iniciativa quase exclusiva dos anfitriões. Não é, contudo, um resultado enganador que anula uma exibição convincente, preenchida por pormenores de excelência, que promete voltar a encantar o mundo azul e branco e a conquistar outros palcos e novos cenários.

in fcporto.pt

Hulk, o herói da BD vira Dragão

Hulk: «Quero ganhar títulos no F.C. Porto»

As primeiras impressões não dão margem para equívocos: Hulk, a mais recente cara do plantel 2008/09 dos Dragões, está feliz por se juntar ao F.C. Porto e revela ambição em pleno para a temporada que se avizinha. O avançado brasileiro, que assinou um contrato válido por 4 anos com os Tricampeões Nacionais, tem apenas um desejo em mente: triunfar de azul e branco.

«Fui muito bem recebido e estou feliz por estar aqui. Venho para dar o meu melhor pelo F.C. Porto e fazer um bom campeonato».

«O meu objectivo é conquistar títulos e ter sucesso nesta equipa quer no campeonato, quer também na Liga dos Canpeões».

«Tinha uma enorme vontade de jogar numa equipa grande da Europa como é o F.C. Porto e sei que a expectativa é muita. Espero corresponder à ansiedade dos adeptos com boas exibições e muitos golos».

«Estou muito feliz por assinar contrato no dia do meu aniversário e vou trabalhar para retribuir a confiança depositada no meu trabalho».

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A F.C. Porto – Futebol, SAD emitiu esta sexta-feira um comunicado, no qual anuncia a contratação do atleta Givanildo Vieira de Souza, conhecido no mundo do futebol como Hulk.

COMUNICADO

A Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD vem comunicar, nos termos e para os efeitos do art. 248º do Código dos Valores Mobiliários, ter chegado a acordo com o Club Atlético Rentistas para a aquisição dos direitos de inscrição desportiva do jogador Givanildo Vieira de Souza.

Esta aquisição foi realizada pelo preço de € 5.500.000,00 (cinco milhões e quinhentos mil euros) sendo que a F.C. Porto, SAD adquiriu 50% dos direitos económicos do jogador.

Informa-se ainda que o jogador acordou com a sociedade um contrato válido para as próximas 4 temporadas, ou seja, até 30 de Junho de 2012. A cláusula de rescisão prevista é de € 40.000.000,00 (quarenta milhões de euros).

O Conselho de Administração
Porto, 25 de Julho de 2008


in fcporto.pt

26 julho, 2008

Dos fracos não reza a história

O tema já foi aqui abordado: os rostos guerreiros – sob égide do Dragão – vão-se apresentar, finalmente, no sábado, aos associados e simpatizantes do Campeão Nacional. E, mais do que a ansiedade que nos irrompe o sentido, o sentimento crítico vai aflorar com maior veemência. A procura constante da perfeição competitiva está na nossa composição sanguínea. Temos o pleno direito de exigir aos atletas o máximo das suas capacidades técnico/tácticas e, sobretudo, intelectuais. O esteio da educação portista apresenta a particularidade de se concentrar numa pluralidade de entidades que comungam o mesmo ideal: a vitória.

Mas, nesse encandeamento educacional – direcção/corpo técnico/jogadores carismáticos/adeptos – que tutela e incute o espírito de conquista, nós, adeptos, somos os mais implacáveis e intolerantes. A mutabilidade de opiniões e a avaliar pelos fenómenos cíclicos, de antipatia generalizada, que por vezes se instalam nas bancadas, poderão ser prejudiciais na integração do chorrilho de esperanças sul-americanas que desembarcaram no Olival.

E, reparem, contra mim falo. Num paralelismo histórico, considero esta cerimónia de apresentação uma prova pública de resistência à dor psicológica e física, igual àquela que os guerreiros da antiga Grécia eram submetidos, chicoteados no altar da Deusa Ártemis. Temo, no entanto, que se possam destruir gratuitamente algumas etapas de integração dos novos jogadores. Resta-me, então, esperar que todos passem com elevada distinção e correspondam ao proverbial ditado: Dos fracos não reza a história.

Abraço,
CJ

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in fcporto.pt

Sábado, a partir das 17h30
Festa de apresentação com dois jogos e muita animação


O FC Porto – versão 2008/09 – apresenta-se este sábado a associados e adeptos no Estádio do Dragão, numa festa que promete grandes desafios e muita animação. A equipa de juniores do Valência e o Celtic, adversário de boa recordação para os azuis e brancos, para sempre ligado à conquista histórica da Taça UEFA, são os convidados de honra daquele que será certamente um acontecimento inesquecível.

Num dia de entusiasmo desmesurado para todos os que guardam no coração o clube que tantas alegrias lhes oferece, as portas do espaço de preferência dos Tricampeões abrem ao público a partir das 17h30, tendo início uma hora e um quarto depois (18h45) o primeiro espectáculo do evento, assinalado pelo confronto entre as equipas de sub-19 de FC Porto e Valência (duas partes de 30 minutos cada) e pela Dança do Dragão.

A festa prossegue com a apresentação individual do plantel sénior para a temporada 2008/09, marcada para as 20h15, e com novo encontro prometedor, sobretudo pelas características que lhe são inerentes. Os Dragões defrontam o Celtic às 21h00, num jogo que trará inevitavelmente à memória a final de 2003 da Taça UEFA, que o FC Porto venceu, erguendo assim pela primeira vez na sua história um troféu que nenhum outro clube português conquistou.

Após a partida contra o conjunto escocês, terá lugar a cerimónia de encerramento, com direito a música e fogo de artifício.

O dia a dia... em «super flash»

Raul Meireles: «O F.C. Porto está mais forte»

Em véspera de apresentação oficial a sócios e adeptos, Raul Meireles adianta que «o F.C. Porto está mais forte» para esta época e a explicação é simples: há «mais opções» para todos os lugares da equipa e os novos jogadores «chegaram com vontade de trabalhar», enquadrando-se na perfeição na filosofia do clube, assente em conquistar títulos.

Na «super flash» realizada esta sexta-feira de manhã, no relvado do CTFD PortoGaia, o médio sublinhou ainda que o facto de principiarem o campeonato com jogos grandes «é bom» e prometeu que os Dragões vão «fazer de tudo para vencerem» o Sporting na final da Supertaça.

«Temos mais opções para todos os lugares da equipa e por essa razão podemos dizer que esta época o F.C. Porto está mais forte.»

«Os reforços chegaram com vontade de trabalhar e é isso que o F.C. Porto quer: jogadores com vontade de trabalhar para alcançarmos o título.»

«Para esta temporada, pretendo realizar o maior número de jogos possível, trabalhar da mesma maneira, conseguir fazer uma época como fiz no ano passado e continuar na Selecção.»

«O facto de principiarmos o campeonato com jogos grandes é bom, pois todos gostamos desse tipo de desafios. Apenas temos de nos preparar melhor.»

«Tentamos ganhar todos os jogos. Temos tido êxito quase sempre, o Sporting é mais um adversário e vamos fazer de tudo para vencer.»

«É verdade que temos tido algum azar nos jogos frente ao Sporting, mas o mais importante são os títulos e isso está do nosso lado.»

«Começámos a trabalhar um pouco mais cedo do que o Sporting, pelo que podemos ter alguma vantagem em termos físicos. No entanto, no futebol o que conta é o que se passa dentro das quatro linhas e como funciona o jogo.»

in fcporto.pt

25 julho, 2008

O eleito

Existem alguns jogadores que admiro dentro e fora do FC Porto... mas «dentro» que encontro sempre os meus ídolos futebolísticos. Domingos Paciência foi sem dúvida o jogador que mais idolatrei. A minha adolescência foi passada a idolatrar um jogador que considerei sempre magnífico.

Não me perguntem o porquê de Domingos ser o meu ídolo. Podia ser o Vítor Baia, o Jorge Costa, qualquer um. Mas Domingos, era aquele que marcava os golos.

Era uma fã assídua das entrevistas. Comprava tudo que era jornal e revista onde se fazia referência a Domingos.

Ninguém dava grande coisa ou até mesmo nada por ele no inicio, lembro-me até de uma entrevista que deu nessa altura em que dizia que os treinadores nunca apostavam nele por ser muito magrinho e franzino... havia até um treinador que o chamava de «isca».

Mas isso fez com que mostrasse a sua garra e sempre que os treinadores apostavam nele, mostrava que era um excelente jogador. Bobby Robson não morria de amores por ele e raramente apostava nele para o ataque. No entanto, sempre que lá surgia mais uma oportunidade, lá estava ele pronto para fazer o que melhor sabia: marcar golos.

Com a aparição de Jardel, eclipsou-se um pouco, é verdade, mas também porque lhe continuaram a dar grandes oportunidades de mostrar o seu valor.

Domingos, era um exemplo de fair-play dentro e fora de campo.

Quanto a mim, Domingos José Paciência Oliveira nunca vai ser esquecido!

Saudações azuis e brancas.
Sodani

«Liga dos Últimos» em directo no BiBó PoRtO

Respondendo ao desafio do nosso leitor "Oporto", consegui contactar esse ilustre Portista de nome Álvaro Costa, locutor da Antena 3 (programa «bons rapazes») e apresentador do programa da RTP «Liga dos últimos» onde neste último beneficia dos «bitaites» do nosso bem conhecido Hernâni Gonçalves.

Álvaro Costa tem já uma carreira muito diversificada no que respeita à Rádio e TV e não só em Portugal pois chegou a trabalhar para a BBC e Music Box em Londres. Natural de Vila do Conde (até que enfim, consegui entrevistar um meu conterrâneo), onde ainda tem casa, é com muito gosto que publico esta entrevista onde este Portista convicto nos abre o seu livro de memórias.

ENTREVISTA EXCLUSIVA

- Desde quando surgiu essa sua paixão pelo F.C. Porto?

Antes de nascer, já era Portista. O meu falecido pai, levou-me às Antas, para aí com 3 anos de idade. E ainda menino conheci jogadores como o Américo, Francisco Baptista, Pavão, entre outros, que o meu pai, Artur Costa, conhecia. A maioria deles frequentava o mítico Café Mucaba, em VN Gaia, e na altura eu morava ali perto.

Nunca o revelei antes, mas o meu Tio António Frade da Costa, radicado no Lobito, era um dos responsáveis, juntamente com os irmãos Ruben, pela vinda de jogadores como o Seninho, Malagueta, Chico Gordo, Ricardo, os irmãos Helder e Rui Ernesto, Freitas entre outros... portanto, desde a mais tenra infância que fui "educado".

- Qual a personagem do futebol Português que classificaria ao nível do «Capitão Moura»?

Honesto, justo, "coirente" e leal? Só ele, o herói de todos nós, o agora promovido a Coronel, pelo prof. Hernâni, Coronel Moura!

- O Álvaro vê-se de alguma forma a desempenhar no futuro um cargo no FC Porto?

Boa pergunta... e a resposta é sim.

- Qual a sua opinião sobre a frieza e indiferença com que Rui Rio trata o FC Porto? Sendo o FC Porto um dos maiores vectores de afirmação da Cidade Invicta não há aqui uma ingratidão absoluta?

Em 2009, talvez seja possível entender a estratégia num contexto mais amplo. Mas recordo que essa postura não se iniciou com a sua (legitima), embora triste vitória eleitoral. Tenho dúvidas que o Sr. Dr. Rui Rio goste sequer da cidade que dirige. Possivelmente, gostaria de a transferir por completo para Viana do Castelo.

- Como são as horas seguintes do Álvaro Costa depois de uma derrota num jogo importante? E durante os seus compromissos na Rádio e na TV, como procura seguir as novidades dos jogos do FC Porto?

Já fui pior, mas era do género de dar pontapés em tudo o que me aparecia pela frente, ou não falar com ninguém vários dias. Uma das derrotas mais marcantes foi a que ocorreu nos anos 70 com o famigerado Schalke 04. Depois do 2-2 na Luz (as Antas tinham sido interditadas devido a incidentes com outra besta negra, o Hamburgo), o FC Porto de Pedroto a ganhar por 2-0 a 15 minutos do fim, acabou por perder por 3-2... ainda me lembro onde e como escutei o relato: num velho BASF, que creio ainda tenho na minha casa de Vila do Conde.

Em 1979, numa noite de Outubro, viajava num comboio nocturno entre Genebra e Paris. E apesar das boas companhias, mal cheguei a Gare du Nord, corri Seca e Meca, para encontrar o L' Equipe, para saber o resultado do Milan 0-1 FC Porto. Uma outra vez, percorri dezenas de milhas para encontrar um exemplar de A Bola em Los Angeles. Curiosamente, um outro Milan-FC Porto, desta vez com o resultado de 3-0 para os Italianos...

- Concorda comigo quando digo que a Comunicação Social tem encetado nos últimos tempos uma perseguição ao FC Porto e ao seu Presidente como nunca havíamos assistido? Quais os verdadeiros interesses desta gente?

As vitórias incomodam e colocam em causa o antigo clube do País, o que ia às finais europeias em 60. E basta ver, e aliás muito bem, uma série como o «Conta-me como foi», para o entender, tal como eu, que tenho agora 48 anos, posso confirmar, o que eram os campos inclinados, o Eusébio, a inventar livres e um pouco mais tarde o Humberto Coelho, ao estilo árbitro internacional sempre de braços levantados... por outro lado, criou-se a verdade mentirosa que o FC Porto apenas ganhava fora das quatro linhas, e uma espécie de obsessão nacional em o provar...

- Qual a vitória do FC Porto que mais o entusiasmou ?

Maio, 1978. A 8 minutos do fim, Ademir empata. 80.000 gargantas soltaram um grito de alegria e revolta, contido durante 18 anos de frustrações e tristezas, um poderoso trovão colectivo, que nem os 6 concertos juntos dos Rolling Stones que já vi conseguiriam gerar, tal foi a sua dimensão humana. O futebol português mudou nessa tarde única. A vitória de Viena, não seria possível sem esse momento litúrgico.

- Escreva-nos o seu onze ideal da história do Porto.

Vítor Baía, João Pinto, Eurico, Lima Pereira, Branco, Rodolfo, Madjer, Oliveira, Gomes, Cubillas e Futre.
Sobre este onze devem-se algumas explicações:
a) Eurico e Lima Pereira eram colectivamente inseparáveis. O que um não tinha o outro tinha e vice versa. Aqui a escolha não é individual...
b) Imagino apenas o que Branco faria com as novas bolas...
c) Rodolfo, pela dedicação...
d) Cubillas porque foi o maior artista que algum dia vi num relvado...

- Dê-nos a sua opinião sobre estes 6 nomes da nossa história: Pinto Costa, Pedroto, Vítor Baía, Jorge Costa, Jesualdo Ferreira e José Mourinho.

Se Pinto da Costa , é o Príncipe, José Maria Pedroto é Maquíavel. Juntos criaram, ali para os lados da Júlio Diniz, a estratégia palaciana que fez do complexado e trágico FC Porto de 60 e 70, um dos maiores clubes do mundo.

Basta dizer, Vítor e Jorge, para que os Portistas entendam. Não existe mais nenhum "Vítor" ou "Jorge" na nossa história. E espero vê-los juntos muito em breve, noutras "posições" no terreno ...

Foi no FC Porto que Jesualdo Ferreira conseguiu os primeiros títulos da sua carreira. Mérito ao prof. porque assumiu o leme em momento difícil, e foi capaz de introduzir o ADN azul branco, no seu modelo pessoal. Foi no FC Porto que Mourinho construiu os alicerces para hoje falar italiano, e vestir Prada. Um dos piores jogadores que pude ver ao vivo (era ele o Mourinho jr. do Rio Ave) transformou-se num dos mais ricos desportistas do mundo. Há quem diga que se Costinha não estivesse em seu sitio, e se a linha lateral de Old Trafford fosse menos mediática, a história seria outra e paralela. Mas o futebol é um jogo e nesse jogo, Mourinho é um ás. Por (alguma) culpa própria, deixou o FC Porto pela porta pequena. Nem ele, nem nós merecíamos, uma redução tão grande da escala. Mas, e independentemente das feridas estarem ou não saradas, o FC Porto do século XXI, não seria o mesmo sem o José Mário...

- Um comentário a este tricampeonato ganho esta época.

Será possível, numa Europa Global, pedir a adesão à Real Federação Espanhola?

- Acha que toda esta envolvência do apito dourado tem condicionado as arbitragens dos jogos do FC Porto?

Para se ganhar, dizia-me o meu falecido pai, é preciso jogar muito mais do que eles. Respondi à pergunta.

- Costuma visitar blogs desportivos? Já conhecia o nosso? Uma palavra para os nossos leitores.

Sim. Existe paixão, que é sinónimo de futebol. A palavra é: FC Porto!

Um abraço,
Álvaro Costa.

24 julho, 2008

Dissecando o plantel - parte II

continuação da semana passada...

- meio-campo

A zona nevrálgica do terreno, o meio-campo tradicionalmente pisado por homens de barba rija, viu partir uma das suas pedras basilares. O agora renegado Paulo Assunção, resgatado a clubes menores e alcandorado aos grandes palcos de Dragão ao peito, travestiu-se de Judas, cuspindo ofensivamente no prato onde se alimentava. Trabalhador incansável, personificação da formiga trabalhadora, dono e senhor de um lugar facilmente colmatado. O lugar de trinco, no Porto, sempre foi ocupado por jogadores indómitos, verdadeiros guerreiros personificando a mística do clube, porta-estandartes da flâmula do Dragão. Por isso, "rei morto, rei posto". Paulo Assunção será esquecido, substituído no coração de adeptos que nunca regatearão aplausos a quem orgulha o emblema. Não é o caso do agora ostracizado brasileiro.

Para a vaga aberta, vários candidatos. A qualquer deles se pede o mesmo que o brasileiro que partiu, para outras paragens. Futebol consistente e geométrico, abnegação na luta pela posse de bola e, claro, muitos quilómetros de esforço nas pernas, em cada partida. É, quanto a mim, uma das zonas fulcrais no esquema táctico dos tricampeões nacionais.

Fernando, após um ano de rodagem no modesto Estrela, pretende ser um dos eleitos de Jesualdo. A seu favor tem a juventude, a temporada consistente realizada nos tricolores sulistas e uma invulgar clarividência. Armas jogadas no estágio na Alemanha, com indicações positivas e meritórias. Opção válida e a ter em conta, para a luta titânica pelo lugar.

Bolatti foi uma das contratações da época transacta, vendo agora surgir a grande oportunidade de afirmação no futebol europeu. Eternamente relegado para fora dos titulares, o argentino loiro mostrou fugazmente alguns dos seus predicados, nos parcos minutos jogados: técnica apurada, robustez física e frequentes aparições nas zonas de finalização. A ele pede-se uma tarefa hercúlea. Ser o pêndulo da equipa. Sinceramente, parece-me demais, apesar das evidentes qualidades…

Guarín, colombiano, com experiência no futebol europeu [e sabe-se o quão importante esse facto representa, muitas vezes], a última contratação dos Dragões, aparece com um estatuto algo indefinido. Assume-se como um médio defensivo. Naquele estilo gingão, transporta toneladas de técnica e habilidades. Tem mostrado predicados para a função, fazendo renascer o espírito de Emerson, brasileiro idolatrado por estas paragens.

Tomás Costa, outro dos novos reforços, impressiona. Desde logo, pelo corpo franzino, à primeira vista, mas suficientemente robusto, após uma análise mais detalhada. É um corpo de atleta. Daqueles habituados a sofrer, dentro de campo. Como carta de apresentação, mostrou personalidade. Sem medos de comparações, assumiu-se “igual a Deco”. Poderia ser uma mera incontinência verbal, um impulso jovial típico de quem quer agradar. A mim pareceu-me mais uma prova de confiança. Nele mesmo. E, convenhamos, quem tem um Dragão tatuado na perna, desde a adolescência, merece rasgados elogios pela escolha. Só falta mesmo o óbvio: provar dentro das quatro linhas que merece envergar aquela camisola. A tal que “vence desde 1893”.

Para o fim, dois veteranos de inúmeras batalhas. Raúl Meireles, internacional luso, médio centro que, ironicamente, até começou a dar nas vistas como trinco, é garante de estabilidade no sector intermediário. Sereno, trabalhador infatigável, temível na meia distância, será novamente um dos pilares da equipa.

E depois, temos O jogador. Menção especial a Lucho Gonzalez; El Comandante, nome de guerrilheiro que traduz a importância acrescida do argentino no jogo dos portistas. Parecendo omnipresente, flutua com leveza e encanto sobre o relvado, aparecendo como que por artes mágicas em todos os lugares onde a bola se encontra. Virtuoso, coloca o esférico com argúcia em passes longos, como se as botas tivesses gps incrustado. É, indubitavelmente, a grande contratação de Pinto da Costa, para a nova temporada, resistindo ao assédio de clubes mais endinheirados.

- ataque

E na frente, mais umas incógnitas a adicionar à equação. De pedra e cal, voraz na procura das redes alheias, Lisandro Lopez continua a ser o farol ofensivo da equipa. Raçudo, nunca virando a cara à luta, transformou-se num finalizador letal, inimigo número 1 das defesas nacionais.

Também com sotaque das pampas, marcando ao ritmo do tango, Farías procurará fazer desta nova temporada o ano da sua definitiva afirmação. Afectado por problemas vários, nunca se conseguiu impor definitivamente no 11 principal, apenas mostrando a espaços a sua veia goleadora. Agora, com maior regularidade, estou convicto que a “Tecla” funcionará na perfeição, criando uma parceria profícua com o seu compatriota do ataque.

A pré-temporada serviu ainda para arrumar a casa. Adriano, mal-amado por Jesualdo, recebeu a guia de marcha para novo destino, longe do Dragão. A ele juntou-se uma promessa, eternamente adiada. Postiga, de divórcio consumado com o azul e branco, mudou-se de armas e bagagens para latitudes mais sulistas, elitistas e…habitualmente candidatos aos lugares mais baixos do pódio. Sobraria, para gáudio do Estilhaço, espaço para Rentería.

Mais maduro, depois do tirocínio em terras gauleses, poderia aportar ao futebol portista características únicas: imprevisibilidade, velocidade desconcertante e força física. Jesualdo, convencional nas suas abordagens táctica, não se deixou encantar. Rentería, sabe-se agora, não terá oportunidades neste Porto versão 2008/09. E, de quem tira alguns, sobram poucos.

Muito poucos. Já se sabe e a SAD portista não tem feito segredo disso mesmo, que o sector receberá um reforço. Nomes não faltam. Especulação também não. Resta aguardar, pacientemente, pelo nome do predestinado.

- extremos

Municiadores dos homens mais adiantados, os extremos costumam desempenhar um papel fulcral no esquema táctico engendrado por Jesualdo, num rotinado 4-3-3. A pergunta que paira na mente de todos tem um nome em comum: Quaresma. Que Quaresma teremos, se o Porto não ceder às negociações com o Inter? Bem, será uma pergunta retórica, pois com as declarações do Mustang, afirmando peremptoriamente querer sair do Dragão, as ilusões estilhaçadas seriam uma contrariedade difícil de sanar num espírito rebelde, egoísta e narcisista. Seria um Quaresma a roçar a mediania aquele que nos seria servido. Se ficar. Mas existem opções, para além das trivelas.

Tarik, marroquino dotado de velocidade estonteante, disposto a ficar na história como o seguidor do Alcorão com os mais belos golos marcados, é claramente uma mais-valia, oferecendo cruzamentos açucarados aos homens da frente.

Eufórico com a 2ª oportunidade, como um prisioneiro a quem fosse concedido um indulto, aparece Mariano, pertencente ao contingente sul-americano. Renascido das cinzas, após meses a suportar críticas à sua qualidade de jogo, cerrou os dentes e mostrou… personalidade. Lutou, sacrificou-se em prol do colectivo, jogando bastas vezes fora da sua zona de eleição, sendo premiado com o bónus da confiança do treinador. Terá a oportunidade de se redimir, mostrando o que vale, numa época inteira que se pretende de vitórias.

Apanhado no meio do fogo cruzado da guerra surda mantida com os vimaranenses, Alan poderia ser o principal beneficiado dos danos colaterais pela disputa da Champions. Jogador fundamental na época positiva do Guimarães regressou, por momentos, a uma casa onde já residiu. Tecnicista, generoso, tem em entrega o que perde em clarividência. Algo trapalhão, pouco clarividente na finalização, não correspondeu aos anseios de Jesualdo, recebendo a carta de alforria em direcção ao Minho.

Sobra ainda Candeias, mais um produto com o rótulo “made in Porto”. Época de novas sensações, de tirocínio, fará parte do plantel, tal como o colega Tengarrinha. A sua utilização é que já entra no domínio da ficção, sabendo-se do conservadorismo do treinador dos campeões nacionais.

Foi nas posições mais flanqueadas do meio-campo que o Porto viu chegar um dos reforços de peso. Carinhosamente etiquetado de "Cebola", Cristian Rodriguez colocou em míseros 5 minutos 6 milhões de aberrações a chorar. Compreende-se o porquê. Na mediania da Luz, Cristian Rodriguez brilhou intensamente. Da mediocridade que por lá imperava saiu ileso, nas suas vastas qualidades. É ambicioso. E quer títulos. Como num 2+2 de soma fácil, o Porto foi o destino escolhido. Clube que colecciona de forma compulsiva troféus, será aqui que o "Cebola" poderá explanar todo o seu futebol. E ele tem muito para dar. Explosivo, detonador de defesas, dentes cerrados, à boa maneira sul americana, apresenta um futebol geométrico, misto de raiva e poder. Potencial titular, tem tudo para realizar uma temporada de sonho.

Também aqui, analisando os extremos, fica-se com uma sensação latente de que falta algo. Ou alguém. Sem Alan, com o marroquino Tarik a recuperar de uma lesão e Quaresma de malas feitas, as opções são escassas, quase obrigando o Porto a ir ao mercado, nos próximos dias, para uma solução viável.

Em suma, é o Porto de sempre. Ávido por novas vitórias, com um plantel equilibrado, permitindo a adopção por parte do corpo técnico das variantes e cambiantes necessárias às várias situações de jogo. Em 4-3-3 ou no 4-2-2, o caminho para o Tetra terá o nome de novos heróis. E nós cá estaremos, para os apoiar. Como sempre. Todo o ano. Sem regatear esforços.

- fim -

O dia a dia... em «super flash»

Tomás Costa: «A integração tem sido muito boa»

«Contente» por representar um «clube grande» como o F.C. Porto e entusiasmado com a possibilidade de jogar «competições importantes», Tomás Costa revela que a sua integração e a de todos os outros novos jogadores no plantel tem sido «muito boa» e acredita que na festa de apresentação a equipa estará ainda mais «ordenada e compacta».

As declarações do médio, que assim fez o seu primeiro balanço das semanas iniciais de trabalho dos Tricampeões Nacionais, foram proferidas esta quarta-feira de manhã, na «super flash» que teve lugar no relvado do Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia, no Olival.

«A integração no F.C. Porto tem sido muito boa. Encontrei um grupo bastante divertido, positivo e trabalhador e gosto muito de estar aqui.»

«A saída da Argentina para Portugal foi uma mudança significativa, mas estou muito contente, uma vez que vim para um clube muito grande, no qual posso jogar competições importantes, como a UEFA Champions League.»

«O plantel tem bons jogadores e uma base formada que conseguiu muitas coisas importantes. Não obstante, vou dar o meu melhor para conquistar um lugar na equipa e, acima de tudo, demonstrar que quero jogar no F.C. Porto e triunfar na Europa.»

«A minha posição de origem é médio direito. Costumo actuar como número 8, mas a verdade é que gosto de fazer qualquer posição do meio-campo. Nesta pré-temporada, já joguei a extremo e também me senti cómodo. Ainda assim, prefiro fixar-me no triângulo do meio-campo.»

«Os jogadores novos integraram-se rapidamente no plantel, já entenderam as ideias do técnico e estão a trabalhar ao mesmo nível que os outros. Temos realizado uma boa pré-época e acredito que isso nos pode trazer alguma vantagem no início da competição oficial.»

«O mister tem tido um papel importante no que concerne à adaptação dos jogadores. Fala muito connosco, explica-nos o que quer de nós e, tanto ele como toda a estrutura do clube, nos dão condições para nos concentrarmos exclusivamente em jogar.»

«Temos treinado todos os dias na pré-temporada, pelo que é natural que a equipa se haja revelado um pouco mais cansada nestes primeiros jogos de preparação. No entanto, estou seguro de que no jogo de apresentação seremos uma equipa mais ordenada e compacta.»

in fcporto.pt