30 dezembro, 2018

O BOM HÁBITO DE SOFRER.


BELENENSES-FC PORTO, 1-2

Esta equipa parece ter ganho o terrível prazer de vencer pelo sofrimento. Depois de se habituar a entrar a perder por quatro vezes nos últimos cinco jogos, o Dragão adquiriu um novo gostinho: sofrer até ao último apito do árbitro.

Por um golo qualificou-se o FC Porto para a Final Four da Taça da Liga a disputar-se em Braga entre 22 e 26 de Janeiro. Os Dragões ficaram empatados em tudo na classificação com o Desp. Chaves, excepto num factor determinante. Fizeram sete golos contra cinco dos flavienses. De resto, igualaram-se em pontos, na diferença de golos marcados e sofridos e em número de empates.

O carimbo da qualificação para a Final Four só aconteceu mesmo no final do jogo. Os últimos quinze minutos dos jogos Chaves-Varzim e Belenenses-FC Porto foram extremamente enervantes e emocionantes. Ora o Chaves que, em Trás-os-Montes, sufocava o Varzim mas a bola não entrava na baliza varzinista, ora o FC Porto via o Guarda-Redes Mika negar um punhado de golos feitos aos Dragões.

Sérgio Conceição apostou praticamente no seu onze habitual com duas alterações. Uma já esperada na baliza com Vaná a surgir no lugar de Casillas e outra de Bruno Costa a formar o trio do meio-campo com Danilo e Herrera. O técnico portista não facilitou e por isso não poupou pedras influentes na equipa azul-e-branca.


O jogo começou com uma entrada muito má do FC Porto. Aos 4 minutos, o Belenenses, a jogar sem nove habituais titulares, logrou adiantar-se no marcador. Após uma falta cometida por Maxi, Matija cobrou o livre na esquerda entre a linha lateral e a linha da grande área, Cleyton cabeceou para defesa incompleta de Vaná e Reinildo, mais lesto que toda a gente, rematou para a baliza.

O golo afectou bastante a equipa do FC Porto. Os Dragões não conseguiam organizar uma jogada com princípio, meio e fim e até aos 20 minutos de jogo, os azuis-e-brancos estavam, no fraco relvado do Jamor, com alguma dificuldade em entrar na partida.

Depois, os Dragões encontraram-se e começou a ver-se jogo com sentido único. Surgiram quatro oportunidades de golo. Todas para a equipa portista. Bruno Costa rematou a rasar o poste e depois Corona por três vezes desperdiçou o ensejo de empatar a partida. Primeiro, num cabeceamento deficiente, com tudo para atirar à baliza, depois num remate ao poste da baliza de Mika e, por fim, bem enquadrado com a baliza, à meia volta rematou ao lado.

A seis minutos do intervalo e sem ver resultados práticos, Sérgio Conceição, irritado, nervoso e impaciente, retirou do campo Maxi e Bruno Costa e lançou Hernâni e Soares. O FC Porto passava a jogar com uma disposição mais ofensiva. Corona desceu para lateral, Hernâni colocou-se a extremo e Soares apoiou Marega no ataque. O miolo ficou entregue apenas a Danilo e Herrera.


Ao intervalo, o resultado era injusto, mas castigava a inoperância do FC Porto nos primeiros vinte minutos e o desperdício dos seus jogadores. A etapa complementar foi terrivelmente intensa. O jogo continuava com sentido único. O Belenenses a defender e a procurar o contra-golpe e o FC Porto a apostar tudo no assalto à baliza de Mika.

A equipa portista assumia riscos elevados, mas não podia actuar de outra forma. A equipa estava toda balanceada para o ataque e dava muitos metros atrás para o contra-golpe dos azuis de Belém. A sorte dos azuis-e-brancos foi que o Belenenses apenas ameaçou por uma vez em lances de transição ofensiva, com Dramé a rematar cruzado ao lado da baliza de Vaná.

Aos 53 minutos, no entanto, o empate chegou com toda a naturalidade. Soares desmarcou Brahimi na esquerda e o argelino cruzou, por alto, para o coração da área onde Marega rematou forte sem deixar pousar a bola. O FC Porto estava nesse momento apurado, mas em Chaves, a registar-se um empate na altura, tudo poderia mudar a qualquer momento. Haveria que chegar à vitória e, se possível, marcar mais golos.

O Belenenses procurou reagir e o seu treinador Silas apostou em jogadores rápidos para tentar surpreender os Dragões. Mas o FC Porto estava demasiado comprometido com o jogo para permitir qualquer veleidade ao Belenenses. Aos 63 minutos, Alex Telles bateu mais um dos seus infindáveis livres e Soares, com um excelente toque de cabeça, fez a bola entrar junto ao poste e bateu Mika.


Com vantagem de um golo no seu jogo e a verificar-se um empate em Chaves, o FC Porto passou a controlar a partida e o resultado. No entanto, acerca de vinte minutos do fim, chegam notícias de Trás-os-Montes. O Chaves acabava de marcar dois golos em quatro minutos e o apuramento dos Dragões estava preso por arames. Apenas um golo separava a linha muito ténue entre o apuramento e a eliminação.

Até ao final assistiu-se a uma franja de nervos e a mais um punhado de golos desperdiçados pelo FC Porto. Mika, guarda-redes do Belenenses, fazia três grandes defesas a remates de Hernâni por duas vezes e depois a um remate de Adrián, defendido por instinto.

Em Chaves, o sufoco à baliza do Varzim era de tal ordem que se temia que a qualquer momento, os flavienses marcassem um golo que lhes daria a qualificação para a Final Four da prova. Danilo, no Jamor, viu ainda um golo anulado por fora de jogo, mas em Chaves, a equipa local acabaria por não marcar e os Dragões acabaram por se qualificar, onde vão defrontar o Benfica, nas meias-finais, no próximo dia 22 de Janeiro.

Até lá, muitos jogos esperam o FC Porto. Jogos exigentes, intensos e desgastantes a começar já no terceiro dia do Ano Novo, na sempre difícil deslocação à Vila das Aves a contar para a 15ª Jornada da Liga NOS.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "A Taça da Liga é vivida de forma diferente"

Objetivo cumprido e o recorde
“Estamos contentes. Tal como no ano passado, chegamos à Final Four. Lembro-me que perdemos nos penáltis na meia-final, mas queremos mais, queremos vencer a competição. Houve emoção. Acredito que a Taça da Liga é aquilo que não foi no início, é vivida de uma forma diferente. A 16.ª vitória equivale a um recorde, mas é um recorde para o clube. Para mim é bom porque coincide com a passagem à meia-final da Taça da Liga”.

Reação após mau início
“Entramos mal, tivemos 20 a 25 minutos fracos. A partir do momento em que acordamos um pouco para o jogo, principalmente naquilo que foi a disponibilidade mental dos jogadores para este encontro, o jogo teve praticamente sempre um sentido. O Belenenses é uma equipa com jovens jogadores com qualidade, e o golo deu-lhes ânimo, mas falhamos dez oportunidades de golo graças a Mika, que foi o melhor jogador em campo. Por tudo isto, a vitória é merecida, e continuamos a colher o fruto que advém do nosso trabalho”.


Final Four equilibrada
“Desculpe estar aqui com a braçadeira, mas é para a Liga não me multar outra vez. Os clubes hoje dão imensa importância a esta competição, e a verdade é que os quatro primeiros clubes da Liga estão na Final Four. Acho que as meias-finais vão ser muito competitivas e isto só ajuda a dar um maior prestigio à Taça da Liga”.

A mesma ambição no virar do ano
“A conquista do campeonato foi o maior momento do ano, mas é um prazer trabalhar todos os dias nesta casa. Vivemos com uma ambição muito grande, houve momentos muito positivos em 2018, mas temos de dar continuidade em 2019. Aproveito para desejar um grande 2019, cheio de saúde, paz e de muito sucesso, que é isso que todas as pessoas procuram”.



RESUMO DO JOGO

23 dezembro, 2018

SOS – ALERTA MÁXIMO.


FC PORTO-RIO AVE, 2-1

O FC Porto está, neste momento, com urgência máxima para parar, descansar, recarregar baterias e, com isto não pode, de forma alguma, sujeitar-se a deitar por terra os principais objectivos da época. A equipa está num grande momento, em termos de resultados desportivos, mas está perigosamente à beira de perder alguns dos seus principais protagonistas devido ao grande desgaste a que se sujeitou ao longo dos últimos dois ciclos de jogos nos últimos três meses.

Em quinze jogos, os Dragões obtiveram outras tantas vitórias, com jogos exigentes em todas as competições em que estão envolvidos. Artur Jorge foi, finalmente, igualado em vitórias consecutivas após mais de 33 anos volvidos.

Os resultados obtidos pela equipa de Sérgio Conceição traduziram-se numa quase imaculada passagem aos oitavos-de-final da Champions League, com a conquista do primeiro lugar do seu grupo, na liderança destacada na Liga NOS com quatro pontos sobre o segundo classificado e no apuramento para os quartos-de-final da Taça de Portugal.


Não, não me estou a esquecer da Taça da Liga. Já lá vamos. Para terminar o ano civil, o FC Porto tem ainda para cumprir um jogo referente a esta prova. Um jogo que vai ser realizado daqui por uma semana, no meio da quadra natalícia e em que é preciso estar em alerta máximo. Temos que pensar se valerá a pena arriscar toda uma época por um jogo que pode (ou não) colocar o FC Porto na Final Four da Taça Allianz.

Com toda a sinceridade, caso eu fosse responsável máximo desta equipa, jamais colocaria jogadores fundamentais a cumprir o jogo com o Belenenses, no Jamor para o apuramento da Final Four da Taça da Liga. Lembramo-nos, com certeza, e estamos todos cientes de que não época passada, perdemos alguns jogadores em fases cruciais da época que quase nos custaram o título de campeão nacional. Falo obviamente da lesão de Danilo, mas também das contrariedades físicas de Marega e Soares.

Por isso, no próximo dia 30 jogaria com jogadores menos utilizados diante do Belenenses sem pestanejar, porque estamos na iminência de ser obrigados a jogar com essas opções menos utilizadas em jogos mais importantes. E, caso consigamos vencer o Belenenses com um onze alternativo, muito bem, caso não consigamos, paciência.

Pois, eu sei que o Sérgio Conceição quer vencer as quatro provas nacionais! Mas para se fazer omeletes, é preciso ter ovos e, neste momento, há claras lacunas na equipa que passam por encontrar verdadeiras alternativas em certas posições. O FC Porto comporta jogadores no seu plantel que não têm sido verdadeiras opções. Não sei se é porque Sérgio Conceição não tem plena confiança neles ou se ainda não chegou a hora de se mostrarem como alternativas efectivas. Se calhar, se essas alternativas jogarem com o Belenenses, poderá ser uma forma do técnico portista passar um atestado de confiança a todos. A ver vamos!


Apesar de tudo, o FC Porto entrou muito bem no jogo com o Rio Ave. Sérgio Conceição apostou no 4x4x2, perante um Rio Ave disposto em campo num 4x5x1. Aos 3 minutos, os Dragões criaram uma oportunidade de golo flagrante. Marega escapou pela direita, cruzou na grande área, mas um defesa contrário cortou a bola quando Soares já se preparava para empurrar para as malhas. Depois, o Rio Ave equilibrou as forças e apostou na zona do miolo. Em clara superioridade no meio-campo, os vilacondenses circulavam a bola com muita qualidade.

Aos 12 minutos, Corona errou um passe na zona central do relvado e em três toques, o Rio Ave chegou à baliza portista. Vinícius, o ponta-de-lança da equipa verde-e-branca, abriu o marcador no Estádio do Dragão. Quero, apenas, fazer um parêntesis para salientar a grande qualidade deste avançado brasileiro. Possante, rápido e com um grande sentido de baliza, Vinícius é um jogador para chegar a um clube grande. À atenção do FC Porto!

O golo do Rio Ave acordou e abanou as hostes portistas. Arrepiar caminho passou a ser a palavra de ordem. Quatro minutos depois, Brahimi, numa iniciativa individual, passou por três adversários, soltou a bola em Corona na direita. O mexicano cruzou para a área onde Soares assistiu, de cabeça, Brahimi. O argelino começou e terminou uma bela jogada com um final feliz. Estava restabelecida a igualdade.

Dez minutos depois, Maxi picou a bola na direita, desmarcando Marega. O maliano protegeu a bola com o corpo e ganhou terreno dentro da grande área, rematando por entre o poste e o Guarda-redes Léo Jardim.


Depois do 2-1 só deu Rio Ave em campo. A equipa orientada por Augusto Gama controlou o jogo todo, mas sem criar, praticamente, qualquer situação de apuro para a equipa portista. A terminar o primeiro tempo, Corona desperdiçou flagrantemente o 3-1 com um remate a bater no poste esquerdo da baliza contrária.

A etapa complementar pedia mais um homem no meio-campo portista. Danilo e Herrera eram muito curtos para o trio do meio-campo vila-condense, auxiliado pelos médios-ala. Mas Sérgio Conceição manteve o mesmo onze. Só aos 72 minutos é que Óliver entrou no jogo para o lugar do desgastado e queixoso Corona. Com a entrada do médio espanhol, de quem sou um grande apreciador, o FC Porto pôde finalmente respirar um pouco e controlar o jogo.

Até aí, o Rio Ave fazia um jogo muito bom, com muita qualidade na circulação de bola e teve uma boa oportunidade de golo aos 60 minutos, mas Alex Telles, atento, sacudiu para canto. Sentia-se alguma tensão e nervosismo no Dragão, tanto no relvado como nas bancadas, mas no fim a vitória foi alcançada e o FC Porto parte para o Natal com a liderança reforçada. No entanto, os sinais de alarme estão bem visíveis.

Destaque final para a grande moldura humana, no Dragão, a comprovar que os jogos às 15:00 são e serão sempre os jogos mais apelativos para todas as famílias. Que saudades de outros tempos!




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Tenho um balneário fantástico"

A reação ao golo sofrido
“Nós entrámos bem no jogo, acho que houve uma atitude correta, que foi pedida, a circular bem a bola, no meio-campo adversário. Depois, surgiu um passe mal feito no meio-campo, o Rio Ave entrou em transição com mérito e fez o golo. Reagimos a esse golo, fizemos os dois golos, mas senti que a dez minutos do final da primeira parte baixámos um bocadinho, o Rio Ave cresceu um pouco, mas não conseguiu criar perigo. Quase a terminar a primeira parte, tivemos uma ocasião de Corona que podia ter feito o 3-1, que seria merecido.”

Resultado justo
“Entrámos na segunda parte da mesma forma, a corrigir uma coisa ou outra que não estávamos a fazer bem nos últimos dez minutos da primeira parte. O Rio Ave conseguiu dar mais uma solução no meio campo depois da substituição forçada do Gélson Dala mas nós conseguimos corrigir isso. Fizemos 20, 25 minutos da segunda parte bons, onde podíamos ter, numa ou outra ocasião, matado o jogo. Depois, na parte final, com dois avançados, o Rio Ave aproveitou as bolas paradas para colocar a bola lá em cima, que podia ter dado um golo, mas mantivemo-nos seguros. Tentámos fazer sempre o terceiro golo, não o fizemos, mas acabámos por ganhar na mesma por 2-1, o que é um resultado justo.”


Substituições a pensar no terceiro
“O Corona já tinha apresentado problemas na primeira parte e entrou o Óliver para o meio-campo, depois entrou o Hernâni, mas foi sempre conforme o jogo pedia, sempre para tentar fazer o terceiro. O Rio Ave surpreendeu-nos um bocadinho com a sua agressividade, que não demonstrou nos outros jogos, foi dos jogos que o Rio Ave fez mais faltas, mas isso vem do respeito pelo nosso jogo, é uma estratégia. De valorizar a vitória contra um bom Rio Ave”

Grupo que trabalha no limite
“Temos um grupo que, se algum jogador não joga, é porque não pode. Quando eu defino quem deve jogar, se há algum problema, eles vão até ao limite. Estão de parabéns, e naquilo que é essa vontade de jogar, tenho um balneário fantástico.”

Resumo do ano
“Foi um bom ano, podíamos ter ganho mais um ou outro título, mas ganhámos o campeonato e a Supertaça, estamos bem no campeonato, apesar de ainda faltar muito, e estamos a lutar por todas as competições.”

Mensagem de Natal
“Não só para o futebol, mas para todas as pessoas. Esta semana tive uma experiência com alguns meninos do IPO do São João, para eles um beijinho, esta vitória é dedicada a eles. A todas as crianças, a todas as pessoas, um Natal cheio de saúde, de paz e de atenção para todos aqueles mais desfavorecidos, mais desprotegidos e para aqueles que necessitam.”



RESUMO DO JOGO

21 dezembro, 2018

LEIXÕES É O ADVERSÁRIO NOS "QUARTOS" DA TAÇA DE PORTUGAL.


FC Porto defronta a equipa de Matosinhos na próxima eliminatória da prova, no Estádio do Mar

O Leixões é o adversário do FC Porto nos quartos de final da Taça de Portugal, ditou o sorteio realizado esta sexta-feira na Cidade do Futebol, em Oeiras. O jogo, previamente agendado para janeiro, vai disputar-se no Estádio do Mar, em Matosinhos.

Caso o FC Porto ultrapasse o Leixões nos quartos de final, vai defrontar o vencedor do Desportivo das Aves-Sporting de Braga nas meias-finais da Taça de Portugal, que se disputam a duas mãos.

Quartos de final:
Leixões-FC Porto
Desportivo das Aves-Sporting de Braga
Feirense-Sporting
Vitória de Guimarães-Benfica

Meias-finais:
Leixões/FC Porto-Desportivo das Aves/Sporting de Braga
Feirense/Sporting-Vitória de Guimarães/Benfica

fonte: fcporto.pt

20 dezembro, 2018

TSUNAMIS DE EMOÇÃO.


Para fãs de thrillers, o mês de dezembro tem sido profícuo em emoções fortes para os lados do Dragão. Boavista, Portimonense, Galatasaray, Santa Clara, e agora o Moreirense, todos eles jogos em que a dado momento foi necessário puxar dos galões, alma e também fortuna para ultrapassar dificuldades que poderiam ensombrar o nosso percurso.

Foi assim com Portimonense, Santa Clara e Moreirense, onde as entradas sonolentas valeram vantagens adversárias, tendo que ser necessário empenho suplementar para levar a bom porto o resultado final. Ou nos casos de Boavista e Galatasaray, onde a fortuna foi bastante simpática, a salvar-nos miraculosamente, de empates quase certos.

Tal e qual os filmes do James Bond, estamos numa fase em que, por maiores adversidades enfrentadas, o herói consegue sair sempre por cima no final. Contudo, até quando?

São fantásticas estas reviravoltas e resultados que nos afagam a confiança e o ego. No entanto, algo está a falhar redondamente na estratégia portista. O controlo do jogo!

São absurdas a quantidade de oportunidades de golo que têm sido dadas aos nossos adversários. Ao ponto de uma equipa mais eficaz, como o foi ontem o Moreirense, chegar ao ponto de marcar 3 golos no Dragão. Sim, TRÊS Golos! Num passado bem recente, um Moreirense dificilmente teria três oportunidades manhosas.

A adicionar a este factor, uma falha que tarda em ser suprimida: a exploração dos flancos desguarnecidos. Foi esta a causa dos tentos iniciais de Portimonense, Santa Clara e Moreirense.

Mais do que a crucificação de nomes, terá que ser revista a compensação dos flancos no momento do ataque. Não raras vezes vemos Felipe ou Militão a cair nas laterais, para cobrir as costas dos colegas, deixando obviamente buracos no centro. Possivelmente, sacrificando a quantidade de unidades no ataque. Contudo, a continuar com esta vertigem e excesso de confiança, um dia, estes happy ends poderão transformar-se em filme de terror.

Votos de Boas Festas e continuação de muitas vitórias no sapatinho azul e branco.

Cumprimentos Portistas

18 dezembro, 2018

DESPERDÍCIO SUFOCANTE.


FC PORTO-MOREIRENSE, 4-3

Mais um jogo cumprido, mais uma vitória consecutiva. Já lá vão 14. Desta vez, o jogo contou para a Taça de Portugal. O recorde de André Villas-Boas em 2010-11 está igualado e falta apenas uma vitória para que a equipa de Sérgio Conceição iguale a equipa de Artur Jorge na longínqua época de 1984-85. Mas nem tudo é um mar de rosas na equipa azul-e-branca.

O FC Porto desta noite apresenta claros níveis de desgaste e de cansaço competitivo. Os azuis-e-brancos, habituados a ritmos alucinantes durante os jogos, revelam, neste momento, a incontornável fadiga de quem tem que parar para repousar e recarregar baterias. Para depois voltar à carga onde mais ciclos de jogos surgirão. Ciclos esses ainda mais terríveis do que os cumpridos até à data. Sérgio Conceição tem um plantel à disposição com claras deficiências em termos de alternativas. Senão vejamos.


Nas laterais, Maxi acusa o peso da idade e João Pedro não parece convencer o técnico portista, bem como Jorge na ala contrária. Os centrais Diogo Leite e Mbemba não parecem ser suficientes para convencer Sérgio Conceição a abdicar de Felipe e Militão. No meio-campo, Bazoer é carta fora do baralho e Sérgio Oliveira está num momento menos bom da sua carreira. No ataque, apesar da lesão de Aboubakar, o sector não parece acusar falta de soluções.

Com isto onde é que pretendo chegar? Claramente ao facto de ser urgente encontrar soluções para enfrentar o ritmo alucinante de jogos que virão aí logo a partir de Janeiro. E será necessário ter opções válidas, caso contrário, o FC Porto, para além de não poder manter o nível de exibições exigível, poderá ter dissabores, nomeadamente com lesões. Esta noite as campainhas já começaram a tocar. Otávio (lesão muscular) e Danilo (entorse) são os primeiros a dar sinais de alarme.

No jogo desta noite, o FC Porto poupou algumas das suas pedras basilares. Casillas, Corona, Óliver, Brahimi e Soares não apareceram no onze e desses cinco, apenas Brahimi foi a jogo na segunda metade. O Moreirense, a fazer uma temporada muito interessante, poupou nove jogadores habitualmente titulares, mas não deixou de se mostrar altamente competitivo frente aos Dragões.


O jogo começou, tal como se previa. Com ambas as equipas a quererem jogar futebol e marcar golos. Os portistas optaram pelo desperdício. Já o Moreirense, na primeira vez que se acercou da baliza de Fabiano, abriu o marcador. Contra-ataque rápido da equipa do Minho com Heriberto a cruzar, rasteiro e tenso, e Texeira a encostar para a baliza. Pela terceira vez em pouco tempo, o FC Porto entrava a perder nos seus jogos.

A reacção do FC Porto não se fez esperar. Aos 13 minutos, Alex Telles bateu um pontapé de canto na direita e Felipe cabeceou para a baliza de Trigueira, sem hipóteses. Estava restabelecida a igualdade. Três minutos depois, Adrián López desmarcou-se pela esquerda, assistiu Hernâni que, num pontapé fortíssimo, rematou ao ângulo superior da baliza do Guarda-redes contrário. O Moreirense despertou o Dragão e teve resposta à altura.

Os azuis-e-brancos partiram, então, para uma exibição bastante apreciável, mas o desperdício foi de tal ordem que se o resultado ao intervalo se traduzisse numa goleada, não escandalizaria ninguém.


André Pereira, Danilo e Marega estiveram em destaque na arte de bem desperdiçar. E como quem não marca, arrisca-se a sofrer, em cima do intervalo, o Moreirense beneficiou de um livre descaído na direita. Na conversão, Bruno Silva cruzou para a área e Iago Santos, num belo cabeceamento, restabeleceu a igualdade no Dragão.

Ao intervalo, o resultado manifestava-se extremamente injusto, mas castigava o desperdício da equipa portista. No regresso das cabinas, o FC Porto quis mostrar que estava ali para resolver as coisas a seu favor quanto antes.

No entanto, Marega continuava numa noite de desperdício completo. Hernâni numa arrancada pela direita, cruzou de bandeja para o avançado maliano que, frente a Trigueira, rematou para defesa do Guarda-redes moreirense. Incrível como se pode falhar golos desta forma.

Sérgio Conceição decidiu recorrer ao banco para desfazer o novelo. Brahimi entrou aos 60 minutos para fazer a diferença, num jogo que ameaçava tornar-se sufocante para os portistas. Primeiro por causa de tanto desperdício e depois pela equipa que consentiu alguma incerteza no resultado até bem perto do final.


Aos 65 minutos, Brahimi fez um passe a rasgar para Marega. O maliano, sob a pressão de um defesa contrário, soltou-se e rematou, com convicção, para o fundo das redes de Trigueira. Depois, o Moreirense criou nova oportunidade, mas Fabiano segurou a bola a remate de Chiquinho. A partir daqui, o jogo entrou numa fase de algum marasmo, mas também alguma incerteza.

Aos 89 minutos, Marega bisou no encontro. Novo passe de Brahimi, em profundidade, a isolar Marega e este, diante de Trigueira, fez um autêntico chapéu, obtendo um golo de belo efeito. No Dragão respirava-se de alívio e libertava-se algum sufoco. Mas a festa não terminou por aqui. Três minutos depois, Heriberto disparou um “míssil” à entrada da área que só parou nas redes de Fabiano. Um golo do outro mundo que sentenciou o resultado da partida em 4-3.

O jogo reacendeu nos dois minutos finais de compensação. O FC Porto sentiu necessidade de defender a sua baliza e, no último minuto, Texeira cabeceou para a baliza portista, com Fabiano a sacudir a bola para canto, evitando o 4-4.

O FC Porto passa com todo o mérito aos quartos-de-final da Taça de Portugal. O próximo jogo dos campeões nacionais realiza-se, no próximo Domingo frente ao Rio Ave, no Estádio do Dragão, jogo a contar para 14ª Jornada da Liga NOS.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Foi um verdadeiro jogo de Taça"

O terceiro jogo em sete dias
“Eu ganhei, não é qualquer tipo de desculpa, mas a verdade é que em 7 dias este é o nosso terceiro jogo. Foi uma 1ª parte muito interessante, sofremos um golo na primeira vez que o Moreirense chegou à baliza, numa transição defesa-ataque muito interessante. Depois, fomos à procura de virar o resultado e fizemos muito bem o 2-1. Estávamos instalados no meio-campo deles e a reagir à perda de forma muito eficaz, muito forte. Conseguimos criar 4, 5 oportunidades de golo e se ao intervalo estivesse 3-1, 4-1 ninguém se admiraria, era justo que assim fosse. No último lance da 1ª parte, eles fizeram o golo, o que lhes deu confiança. Não estamos habituados a sofrer tantos golos em casa e isso penalizou-nos um pouco. No segundo tempo, não entrámos tão bem, faltou-nos alguma intensidade, agressividade, alguma gestão, mas depois conseguimos fazer o 3-2 e o 4-2 e depois num golo fantástico o Moreirense fez o 4-3, mas é uma vitória merecida num contexto de muitos jogos em poucos dias.”

Boa oposição do Moreirense
“Nós fomos sempre à procura de virar o jogo quando estivemos em desvantagem. O Moreirense é uma boa equipa, bem orientada pelo Ivo e as mudanças que ele fez resultaram muito bem. Era natural que o Ivo passasse para cinco defesas e pusesse o Chiquinho, que é um jogador muito bom no momento de ganhar a bola e partir para ao ataque. Foi muito inteligente por parte do Ivo colocá-lo mas de qualquer forma nós sabíamos o que tínhamos de fazer, fomos sempre à procura dos golos.”

Um verdadeiro jogo de Taça
“Foi um jogo bem disputado, bem dividido, falhámos algumas ocasiões para irmos para o intervalo com um resultado mais descansado, de qualquer maneira foi um verdadeiro jogo da Taça em que a equipa se sentiu aqui e ali menos agressiva e intensa mas em que controlámos.”



RESUMO DO JOGO

17 dezembro, 2018

AS ROMA É O ADVERSÁRIO NOS “OITAVOS” DA CHAMPIONS.


A 1.ª mão realiza-se em Roma (12 de fevereiro), enquanto a 2.ª terá como palco o Estádio do Dragão (6 de março)

A AS Roma é o adversário do FC Porto nos oitavos de final da Liga dos Campeões, ditou o sorteio realizado esta segunda-feira na sede da UEFA, em Nyon, na Suíça.

Por terem sido primeiro classificado no Grupo D, os campeões nacionais disputam a 2.ª mão dos oitavos de final em casa, no Estádio do Dragão, a 6 de março de 2019. A 1.ª mão realiza-se em Roma, a 12 de fevereiro.

Em agosto de 2016, o FC Porto eliminou a AS Roma no play-off de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões: depois do 1-1 no Estádio do Dragão, na 1.ª mão, os azuis e brancos foram ao Olímpico de Roma vencer por 3-0. Em termos históricos, o FC Porto defrontou a AS Roma em quatro ocasiões e nunca perdeu: soma duas vitórias e dois empates.

“Não sei se foi um bom sorteio, pois o futebol é imprevisível e não sabemos como vai ser em março, mas vamos preparar-nos bem. Lembro-me que o play-off foi uma eliminatória muito difícil, mas muita coisa mudou, o treinador é diferente e alguns jogadores também. Tínhamos uma equipa diferente, mas pensamos da mesma forma”, afirmou o antigo goleador Fernando Gomes, que marcou presença no sorteio em representação do FC Porto.

Oitavos de final da Liga dos Campeões:

AS Roma-FC Porto
Schalke-Manchester City
Atlético de Madrid-Juventus
Manchester United-PSG
Tottenham-Borussia Dortmund
Lyon-Barcelona
Ajax-Real Madrid
Liverpool-Bayern Munique

fonte: fcporto.pt

SOBRE O SORTEIO DA CHAMPIONS.


Decorre esta 2ª feira o sorteio dos oitavos-final da Champions League em que mais uma vez, e para não variar, o FC Porto é o único representante do futebol português.

Independentemente do que possa acontecer no sorteio, a vantagem do FC Porto ter ficado em 1º lugar no seu grupo é evidente, na medida em que se evitam assim equipas como Barcelona, PSG, Manchester City, Juventus ou Real Madrid.

Numa análise preliminar àquilo que são as possibilidades do FC Porto para o adversário a defrontar na próxima fase da Champions diria que:

• Um sorteio péssimo: Liverpool! Não é pelo facto de termos sido eliminados pelos ingleses na edição passada da competição que me leva só a dizer isso, até porque depois de nos ter eliminado por 5/0 no agregado das 2 mãos, o Liverpool despachou o campeão inglês por 5/1 e depois aviou a Roma marcando 7 golos em 2 jogos. Digo que seria um sorteio péssimo porque o Liverpool de Klopp joga um futebol de enorme qualidade, dinâmica ofensiva impressionante, jogadores de topo mundial, tecnicamente muito evoluídos e rapidíssimos, como Salah ou Mané... Sem complexos, seria um sorteio com 75% de probabilidade de sucesso para os ingleses.

• Um sorteio mau: Tottenham! Assim de repente, lembro-me daquela correria louca de Mourinho em Old Trafford na caminhada do FC Porto rumo à glória europeia em 2004 mas pouco mais... O histórico do FC Porto nas últimas décadas com equipas inglesas é mau, a tradição não tem sido boa. Para além disso, o Tottenham é uma equipa com um belíssimo treinador e tem jogadores de enorme nível.

• Um sorteio desagradável: Manchester United ou Atlético Madrid! São duas equipas em momentos distintos mas duas equipas igualmente incómodas no caso de serem os adversários do FC Porto. O Manchester United está dado por muitos como "morto" mas desconfio sempre imenso de quando se fazem "funerais" a equipas de José Mourinho pois a sua capacidade de sobrevivência é algo que parece ser inesgotável. Jogar frente a uma equipa treinada por alguém que já ganhou tudo (e muito!) em termos mundiais ao serviço dos melhores clubes europeus nunca será fácil. Quanto ao Atlético Madrid, a equipa de Simeone é uma verdadeira "máquina de guerra" com excelentes executantes na frente de ataque.

• Um sorteio de que não nos podemos queixar: Roma, Lyon ou Ajax! Dadas as opções existentes, estas serão as 3 melhores alternativas para calhar em sorte ao FC Porto. Qualquer dessas equipas significará uma eliminatória equilibrada, sendo que no caso dos holandeses poderemos ter ligeiro favoritismo teórico e no caso dos italianos e franceses será uma eliminatória de 50/50.

Agora resta esperar para saber a nossa sorte. Será sempre uma eliminatória difícil mas o FC Porto tem nos habituado ao longo das últimas décadas a surpreender a Europa e dar-nos grandes alegrias nas competições europeias.

15 dezembro, 2018

AÇORES ATRIBULADOS.


SANTA CLARA-FC PORTO, 1-2

A vitória do FC Porto, esta noite, em S. Miguel valeu mais pelo resultado do que pela exibição. Os Dragões escaparam à perda de dois pontos num voo atribulado aos Açores. Primeiro porque a sorte e a confiança continuam ao lado da equipa de Sérgio Conceição e depois porque a entrega destes jogadores é inexcedível, mesmo não estando nas suas melhores noites.

O relvado mole, pesado e em mau estado, com o decorrer do jogo, pode explicar parte das dificuldades do FC Porto, mas não pode ser elemento justificativo para a exibição pouco convincente da equipa. Sérgio Conceição apostou num 4x3x3, com Casillas na baliza, com a habitual defesa Corona-Felipe-Militão-Telles, trio do meio-campo com Danilo-Herrera-Óliver e outro trio atacante Brahimi-Soares-Marega.


Os Dragões até começaram muito bem o jogo. Nos primeiros dez minutos, os azuis-e-brancos criaram três oportunidades soberanas de golo, duas delas por Marega, mas o Guarda-redes Marco estava inspirado. A equipa portista não deixava respirar o Santa Clara e reagia muito rapidamente à perda de bola em zonas avançadas do terreno. Vimos um Santa Clara completamente manietado na teia portista.

Depois, a equipa açoriana soltou-se das amarras azuis-e-brancas e conseguiu esticar o seu jogo. No entanto, aos 22 minutos surge o primeiro lance de VAR. Herrera cabeceia na pequena área e é atingido pelo Guarda-redes contrário, ficando um penalti por marcar. O árbitro pára o jogo e vai visualizar o lance. A jogada, no entanto, inicia-se com uma falta de Brahimi e, por esse motivo, o penalti já não conta para a análise.

Quatro minutos volvidos, a equipa da casa criava a sua grande oportunidade de golo, para além do golo. Jogada de contra-ataque, com Patrick a desviar-se de Casillas e a rematar para a baliza. Éder Militão, na passada, corta a bola “in extremis”. Três minutos depois, o FC Porto marcava por Soares mas o golo era anulado por fora de jogo do avançado portista.

Aos 38 minutos, os açorianos adiantam-se no marcador. Chrien, desmarcado na direita, no limite do fora-de-jogo, cruza e Zé Manuel bate Casillas de cabeça. O lance é legal, mas exigia a ida ao VAR. O FC Porto acusou, positivamente, o golo do Santa Clara. Investiu ainda mais na baliza ocupada por Serginho que entrou para o lugar de Marco, entretanto lesionado.


Em tempo de compensação da primeira parte, Óliver rematou fortíssimo ao ângulo inferior da baliza do Santa Clara, mas o Guarda-redes encarnado sacudiu a bola. Marega recuperou de costas para a baliza e cruzou para Soares. O brasileiro fez o resto, empatando a partida. Um golo importante e muito festejado no banco portista.

Ao intervalo, Sérgio Conceição quis atacar logo o problema do empate e operou uma substituição. Óliver ficou no banco e Otávio entrou para abrir a frente de ataque. Foi por aqui que o FC Porto chegou ao 2-1, mas também por aqui perdeu o domínio e o controlo da partida.

Danilo e Herrera tiveram que batalhar contra quatro jogadores contrários na zona do miolo. Os Dragões marcaram aos 56 minutos de jogo por Marega, na recarga a um remate de Soares, mas só aos 80 minutos é que Sérgio Conceição equilibrou a zona do meio-campo com a entrada de Sérgio Oliveira. Durante mais de meia hora, o FC Porto desgastou-se completamente e esteve por diversas vezes sobre a ameaça do empate. O jogo estava permanentemente a desenrolar-se no meio-campo portista.


Voltando ao golo dos azuis-e-brancos, o árbitro voltou ao VAR para analisar o lance por possível falta de Soares. No entanto, depois de visto e revisto o lance, Soares e Patrick agarraram-se mutuamente e o lance prosseguiu de uma forma natural e legal. A haver falta teria que ser sancionada primeiro ao jogador do Santa Clara. Ora, isso iria beneficiar o infractor.

Até ao fim do jogo, o Santa Clara “apertou” o FC Porto junto à sua área, fez uma forte pressão sobre a equipa de Sérgio Conceição que não conseguiu sair a jogar. A única excepção foi um contra-ataque de Marega, perto do fim, com o maliano a perder o controlo da bola junto à grande área. Os açorianos, pelo seu lado, obrigaram Casillas a duas defesas apertadas.

No fim salvaram-se os três pontos, num jogo em que Felipe e Casillas estiveram em grande destaque. O central brasileiro esteve imperial a defender e nas dobras a Corona. O Guarda-redes espanhol foi, mais uma vez, determinante em certos momentos com defesas de grande nível.

O FC Porto regressa de imediato ao trabalho pois na próxima Terça-feira recebe o Moreirense para a Taça de Portugal. A Liga NOS regressa no próximo Domingo, com o FC Porto a defrontar o Rio Ave também no Estádio do Dragão.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "A equipa não se cansa de vencer"

Mudanças para procurar a vitória
“Sabíamos do poderio desta equipa, apesar de não estar a fazer resultados condizentes com a sua qualidade. Os primeiros 15 minutos foram bons mas não fizemos golo e acabámos por sofrer, num campo pesado, difícil de se jogar. Fomos à procura do golo, conseguimos fazê-lo antes do intervalo e as mudanças foram no sentido de procurar a vitória. Não por o Óliver estar a jogar mal, mas porque precisávamos de coisas diferentes.”

Triunfo justo contra um bom adversário
“É uma vitória justa contra uma equipa difícil, que nos criou sempre dificuldades, que nos fez estar sempre alerta. Dou os parabéns aos jogadores, merecemos esta vitória. A nossa equipa não sabe gerir o jogo, ter posse de bola passiva e deixar o jogo correr. Somos uma equipa que está sempre a olhar para a baliza adversária.”


Equipa com caráter e personalidade
“Dou os parabéns pela entrega às duas equipas. Conseguimos uma vitória importante, faz parte da nossa caminhada no objetivo mais importante, que é o campeonato. Esta é uma equipa com caráter, com personalidade e também com uma maturidade muito interessante. Ninguém está acima de nós nas competições internas.”

Sempre à procura de mais e melhor
“A equipa não se cansa de vencer, estamos sempre à procura de mais e melhor. Isso demonstra o caráter do grupo. A meta era hoje ganhar o jogo e já na viagem começar a pensar no jogo de terça-feira, um jogo para a Taça de Portugal, que também é um objetivo importante para nós.”



RESUMO DO JOGO

14 dezembro, 2018

INGRATIDÃO.


Reza um velho provérbio que "de mal agradecidos está o Inferno cheio".

Sem querer entrar em questiúnculas religiosas, ou filosóficas, sobre a vida depois da morte, a existir tal local, prevê-se boa procura por metro quadrado de lava quentinho, com acesso VIP aos tratamentos de tortura mais sórdidos, tais os caminhos tortuosos seguidos por certo clube lisboeta.

Não se percebe como é possível, que um árbitro como o Sr. Manuel Mota, que temporada após temporada tem demonstrado ser um exímio assoprador na técnica do apito vermelho, venha ser alvo de tão ignóbil ingratidão por parte da comunicação avermelhada, e sua chusma de seguidores nos media. Aliás, o coitado do juíz, fiel às suas convicções, no jogo da passada 6a feira apitou tudo o que podia, e não podia, para os algarvios, fazendo vista grossa a qualquer infracção sobre jogadores azuis e brancos. E mesmo assim é acusado de favorecimento? Porque num lance na grande área portista, a unha mal cortada do dedo grande pé do Nakajima roçou na bota do Felipe?

Pobre Manuel Mota!

Já na passada semana, abordei esta estratégia benfiquista de criar nuvens de fumaça, para afastar as atenções do que se passa pelas bandas da Luz. Mas são fáceis de compreender os porquês de tais actos.

Não bastam todos os crimes desportivos, judiciais e económicos cometidos pelo slb, como ainda recentemente, soube-se que um alto dirigente encarnado, aproveitou-se do clube para pagar o casamento da filha. Para variar, nada há de ilegal nesta acção. Por uma vez, acreditamos também que Luís Filipe Vieira não tenha conhecimento do facto. Contudo, são explícitas quais as motivações de quem se encontra à frente daquele clube (e infelizmente não só). Aproveitar-se da corrente contínua de dinheiro que passa por um clube de futebol, e encher os bolsos ao máximo.

Que o façam, os deixem fazer, ou não, é um problema de benfiquistas, para benfiquistas.

Passar atestados de estupidez ao povo português, para encobrir estes actos, alegando enfabulações, miragens e outro tipo de visões sobre adversários, é que dispensamos.

Como nos diziam nos tempos em que o FC Porto era desonesta, corruptamente e sistematicamente vilipendiado pelas arbitragens, joguem à bola!


Entretanto, por muita ginástica desonesta que façam, por muito que nos desvalorizem, por muita saliva que espumem, isto é o FC Porto!

Cumprimentos Portistas!

11 dezembro, 2018

FORTUNA E EFICÁCIA.


GALATASARAY-FC PORTO, 2-3

O Dragão vai em velocidade de cruzeiro nas diferentes provas onde está inserido. Seja qual for a prova, varrem tudo e saem dos jogos com a vitória no bornal. É assim há 12 jogos consecutivos e a tendência ameaça não ficar por aqui.

A equipa portista atravessa um excelente momento de confiança e os resultados ajudam a que a equipa ultrapasse as adversidades com maior ou menor dificuldade. E depois, a sorte ajuda também um bocadinho nestas situações, principalmente nos momentos de maior aperto durante os jogos. Quem não se lembra dos jogos com o Braga e o Boavista? Aconteceu hoje também em Istambul.


Sérgio Conceição escalonou uma equipa com algumas poupanças e seis mexidas em relação ao último onze. Militão, Otávio, Soares e Corona não viajaram para a Turquia por motivos diferentes e Óliver e Brahimi não saíram do banco de suplentes. Destaque para os regressos de Maxi, Diogo Leite, Sérgio Oliveira, Hernâni e Adrián López que, com maior ou menor produtividade, contribuíram para a 12ª vitória consecutiva dos Dragões.

O Galatasaray sabia que tinha um forte opositor pela frente, mas também estava ciente de que teria que fazer pela vida para não se arriscar a ficar de fora das competições europeias. E não fosse o golo da vitória do Schalke 04 frente ao Lokomotiv obtido em tempo de compensação, a equipa turca teria ficado no último lugar do grupo e, consequentemente, seria arredada da Liga Europa.

Por isso, a formação de Fatih Terim entrou com bastante intensidade e agressividade, impulsionada por um público fervoroso. Os primeiros quinze minutos foram um autêntico sufoco para a equipa azul-e-branca que sobreviveu às investidas do Galatasaray.


Numa dessas investidas, a equipa turca reclamou uma grande penalidade cometida por Diogo Leite que, em cima da linha de baliza, cortou a bola com o braço. No entanto, depois de alguma morosidade na avaliação do lance, foi detectado um fora-de-jogo do jogador turco que iniciou a mesma jogada. Decisão acertadíssima. Menos para uma certa personagem que debita cartilhas e asneiras diariamente numa estação de televisão que está ao serviço de um clube a contas com a justiça.

Aos 17 minutos, o FC Porto chegou ao golo. Num livre descaído sobre a direita, a bola foi enviada por Alex Telles para o coração da área, onde Felipe, com uma entrada fulminante, cabeceou para a baliza. Contra a corrente do jogo, os Dragões adiantavam-se no marcador.

A partir daqui, os portistas tornaram-se a equipa mais perigosa e objectiva no relvado. O Galatasaray dominava o jogo, mas era o FC Porto que controlava e colocava a equipa da casa em sobressalto. O golo de Felipe intranquilizou a equipa de Istambul.


A terminar a primeira parte, surgiram duas situações polémicas por parte do árbitro bielorrusso. Duas grandes penalidades assinaladas que deixam muitas dúvidas. No meu entender, não existe motivo para castigo máximo em ambas. O certo é que através destes lances, o FC Porto aumentou para 2-0 por Marega e logo a seguir, Feghouli reduziu para 2-1 a terminar o primeiro tempo.

Fatih Terim decidiu arriscar tudo na etapa complementar. O Galatasaray atacou a baliza de Casillas, de uma forma muito intensa, expondo a sua defensiva ao contra-ataque. Mas de outra forma não poderia ser porque o resultado não lhe interessava nada para as contas do grupo. Disso se aproveitou o FC Porto.

Aos 57 minutos, Marega pressionou um defesa contrário, lançou Hernâni na direita, este entrou na grande área, entregou de bandeja para Sérgio Oliveira que rematou de pronto para a baliza. 3-1 em Istambul deixavam o Galatasaray completamente resignado. Até então, os turcos tinham desperdiçado duas flagrantes oportunidades de golo, mas a pontaria estava completamente desafinada. No entanto, oito minutos depois do terceiro tento portista, Derdiyok reduziu para 3-2 e relançou novamente o jogo.


Um minuto volvido, os Dragões acusaram o golo e estiveram mesmo à beira de consentir o empate. Garry Rodrigues foi derrubado por Maxi Pereira na área azul e branca, mas, desta vez, Feghouli acertou na trave. A sorte estava com os Dragões.

Nos últimos 20 minutos, o FC Porto teve que abdicar, de certa forma, dos seus princípios de jogo e reforçar o seu sector defensivo. Chidozie e Jorge entraram em jogo, bem como André Pereira que teve como missão tentar segurar a bola. A equipa turca fez de tudo para, pelo menos, justificar o empate. No entanto, a sorte costuma sorrir aos campeões e, neste momento, a equipa do FC Porto é uma colectividade altamente confiante.

Com este desfecho, o FC Porto igualou um feito com 21 anos, ao atingir a marca dos 16 pontos em 18 possíveis, na fase de grupos da Champions League. Para além disso, bateu um recorde de 5 vitórias consecutivas na prova e amealhou mais 2,7 milhões de euros para os seus cofres, totalizando quase 70 milhões de euros até ao momento.


Destaque final para toda a equipa que, sem algumas peças importantes, conseguiu o mais importante e deu minutos a jogadores que serão opções válidas para o que resta da época.

Os Dragões visitam a ilha de S. Miguel, nos Açores, no próximo Sábado, onde vão medir forças com o Santa Clara, jogo a contar para a Liga NOS. Três pontos são importantes para manter o FC Porto isolado na liderança da prova.



DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Temos de ir à procura da 13.ª vitória consecutiva"

Atitude fantástica da equipa
“Sabíamos da entrada forte do Galatasaray, que ia pressionar muito no início do jogo e que criou duas ou três situações em que podia ter feito golo. Nós, de forma muito inteligente, a sair para o ataque com perigo, conseguimos fazer o primeiro golo e conseguimos fazer o segundo. A acabar o primeiro tempo, o penálti para o Galatasaray veio dar uma vitamina extra à equipa turca. No segundo tempo, penso que a entrada não foi má, conseguimos fazer o 3-1 mas a partir daí penso que queríamos que o jogo acabasse depressa. Faltou um pouco de discernimento e qualidade posicional à equipa, frente a um Galatasaray que apostou tudo para fazer golos. Foi um jogo com uma atitude fantástica. Não podemos esquecer também que foi o primeiro jogo que o Galatasaray perdeu em casa. Acabámos com chave de ouro esta nossa fase de grupos e parabéns aos jogadores, que foram fantásticos naquilo que eu achava que era essencial neste jogo: a atitude.”


Atenções viradas para o Santa Clara
“Era um jogo bastante equilibrado e demos uma resposta fabulosa. Agora a Liga dos Campeões vai parar e já estamos a pensar no campeonato e num jogo difícil que teremos nos Açores.”

As marcas de Casillas e Marega
“Dentro do grande coletivo que temos, houve dois jogadores que atingiram marcas interessantes: o Casillas com as 100 vitórias e o Marega com as cinco jornadas consecutivas a marcar. Quando o coletivo é forte, saem estes dados fantásticos e únicos. Mas a equipa é sempre o mais importante.”

O que significam as 12 vitórias consecutivos?
“Significa que temos de ir à procura da 13.ª vitória consecutiva, no sábado.”



RESUMO DO JOGO

17 ANOS DEPOIS.


Faz este mês precisamente 17 anos desde a última vez que eu tive a possibilidade de ver “in loco” ao vivo e a cores o meu clube do coração num jogo a contar para o campeonato português.

Foi a 22 de dezembro de 2001 que o FC Porto foi derrotado por 2-1 pelo Santa Clara, em jogo disputado na ilha de São Miguel, a ilha onde resido desde que nasci. Cerca de um ano depois, o FC Porto de José Mourinho venceria no mesmo estádio São Miguel o Santa Clara por 1-3 numa caminhada que terminaria em glória para o clube mas nesse dia compromissos inadiáveis não me permitiram assistir à vitória do FC Porto ao vivo e a cores.

Antes disso, no dia 15 de abril de 2000 assisti ao vivo ao primeiro jogo oficial do FC Porto no arquipélago dos Açores. Foi uma vitória por 0-2 com golos de Nuno Capucho e do inevitável Mário Jardel numa época em que o FC Porto falharia o hexacampeonato, permitindo ao Sporting quebrar um jejum de 18 anos sem conquistar o título de campeão nacional. Dessa visita do FC Porto aos Açores recordo, apesar dos 18 anos de distância, a forma verdadeiramente triunfal e eufórica com que a equipa foi recebida no aeroporto João Paulo II. Recordo-me como se fosse hoje da forma incrível como Pinto da Costa foi recebido pelos muitos Portistas que o esperavam, o presidente do FC Porto foi levado em ombros até ao autocarro da equipa, num momento de euforia que jamais me esquecerei.

Nesse hiato de tempo todos os jogos que vi do FC Porto ao vivo e a cores foram disputados fora do meu local de residência, com especial recordação para as duas taças de Portugal conquistadas a Leiria (2003) e Guimarães (2011) e vários jogos da fase a eliminar da Champions League, todos no lindíssimo estádio do Dragão. É por isso com enorme expetativa e alegria que aguardo o jogo do próximo fim-de-semana a disputar no estádio de São Miguel, um jogo importantíssimo para as aspirações do FC Porto que apenas dispõe de 2 pontos em relação ao 2º classificado, ou seja, uma escorregadela pode significar automaticamente a perda da liderança.

Lá estarei nas bancadas do estádio de São Miguel a apoiar o meu amado clube, e ver uma equipa de verdadeiros Homens treinados por um grande Homem. Os campeões nacionais em título! FORÇA FC PORTO!!

07 dezembro, 2018

“CHIP” REPARADO AO INTERVALO.


FC PORTO-PORTIMONENSE, 4-1

O FC Porto regressou ao seu estádio para cumprir mais uma jornada da Liga NOS e para dar sequência aos bons resultados na presente temporada. Os Dragões apresentaram-se com um onze bastante ofensivo. Herrera ficou no banco e Soares fez companhia a Marega na frente de ataque. Corona manteve a função de fechar a lateral, relegando Maxi Pereira para o banco e Otávio descaiu na direita do ataque.

O Portimonense, como boa equipa e com bons valores individuais, apresentou-se no Dragão completamente solto e a querer jogar o jogo pelo jogo. Não fez o papel de equipa “caceteira” como outras. Os Dragões criaram a primeira oportunidade por Marega aos 4 minutos, mas o Guarda-redes contrário segurou a bola.


Bem orientados por António Folha, os algarvios entraram muito fortes no jogo, bastantes rápidos nas transições e colocaram-se em vantagem no marcador aos 9 minutos quando Nakajima centrou para a grande área portista e Tormena cabeceou sem hipóteses para Casillas. Quem ficou mal na fotografia foi a defensiva portista que mostrou uma passividade gritante no lance.

O FC Porto tentou reagir, mas, para além de ter acusado o golo madrugador da equipa algarvia, os azuis-e-brancos demoraram a acordar do marasmo que assolou a equipa desde o apito inicial. O meio-campo portista estava a perder nos duelos e disso se aproveitava o Portimonense para jogar rápido, com trocas de bola entre os seus jogadores para chegar à baliza portista.

Aos 17 minutos de jogo, Brahimi empatava a partida num belo remate fora da área, mas o lance foi prontamente anulado pelo árbitro auxiliar porque Soares, em posição de fora-de-jogo, estorvou a acção do Guarda-redes algarvio. O FC Porto começava a subir de rendimento, apesar de não estar a jogar bem e, seis minutos depois, então sim, os Dragões empatavam o jogo na sequência de um pontapé de canto.


Alex Telles cobrou o canto do lado direito e Marega, num desvio subtil de cabeça, encaminhou a bola para a baliza de Ricardo Ferreira. Estava restabelecida a igualdade. O jogo continuava muito repartido e, apesar do FC Porto ter tido algumas oportunidades até ao intervalo, o Portimonense mantinha-se como uma verdadeira ameaça para Iker Casillas. Os algarvios jogavam a seu bel-prazer e chegavam facilmente à baliza portista.

Pelo seu lado, o FC Porto desperdiçava oportunidades soberanas de se adiantar no marcador. Soares, por duas vezes, Otávio e Brahimi perdiam o ensejo de colocar os Dragões em vantagem ao intervalo. Jackson Martínez, num regresso muito aplaudido à invicta, rematava de ângulo apertado para defesa complicada de Casillas, mesmo à beira do intervalo.

Sérgio Conceição não gostava do que via e necessitou de acrescentar músculo ao meio-campo em detrimento de criatividade. Herrera substituía Óliver ainda antes do intervalo para que o FC Porto sustivesse a avalanche da equipa de António Folha.



O certo é que, regressado do intervalo, o FC Porto teria que mudar o “chip” avariado. Apesar disso, não conseguiu virar o jogo de imediato. O Portimonense continuava a espalhar classe e bom futebol no relvado do Dragão.

Só perto dos 60 minutos é que o FC Porto virou o jogo. Aos 58 minutos, Marega, na direita da área contrária, cruzou rasteiro e Soares só teve que encostar para a baliza. No minuto seguinte, numa transição rápida, Danilo passou por um defesa contrário e o FC Porto foi para a baliza algarvia, em superioridade numérica de 4 para 2. O centrocampista dos Dragões desmarcou Brahimi na esquerda e o argelino rematou para o fundo das malhas. Em dois minutos, os Dragões arrumavam a questão e a incerteza do resultado.

Com meia hora por cumprir, o FC Porto tinha a vida completamente facilitada. A partir daí, os Dragões deram um festival de futebol e perderam uma série de oportunidades para colocar o marcador em números exagerados. Hernâni e Marega destacam-se neste aspecto. O Portimonense quebrou animicamente e jamais voltou a ser a mesma equipa.


No entanto, antes disso, Dener viu Casillas evitar o 3-2 e, logo a seguir, aos 66 minutos, Marega bisou na partida com um remate à meia volta na pequena área, após assistência de cabeça de Militão.

Este jogo foi um sério aviso à navegação portista. Não é por o FC Porto estar há 10 jogos consecutivos a conhecer apenas o sabor da vitória que a equipa pode relaxar e entrar nos jogos como entrou frente ao Portimonense. Em todos eles, tem que entrar de forma intensa e concentrada.

Com a 11ª vitória consecutiva, o FC Porto vira agora atenções para a última jornada da fase de grupos da Champions League, onde vai cumprir calendário, mas não só. Os azuis-e-brancos, para além do prestígio, têm, em caso de vitória, a possibilidade de amealhar mais 2,7 milhões de euros nos seus cofres. O jogo realiza-se na Turquia, frente ao Galatasaray. A Liga NOS regressa no próximo fim-de-semana com uma deslocação dos Dragões a S. Miguel para defrontar o Santa Clara dos Açores.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Ganhámos naturalmente"

As dificuldades esperadas
“Sabíamos que ia ser um jogo difícil, frente a uma equipa que se torna mais perigosa quando defronta adversários mais fortes. Sabíamos que o Portimonense ia tentar explorar as transições rápidas e estávamos precavidos para isso. Conhecendo quem trabalha do outro lado, era uma possibilidade preparar o jogo desta forma. Trabalhámos para defrontar uma equipa com essa estrutura. Sabia que ia ser um jogo difícil, pois há muita qualidade individual no Portimonense, uma equipa bem orientada e organizada. Sentimos algumas dificuldades por mérito do Portimonense, mas também por demérito nosso, pois houve muita passividade, sobretudo na primeira parte. Mudámos o que tínhamos a mudar na segunda parte, sobretudo em termos de mentalidade. Aquilo que eu pedi ao intervalo foi essencialmente uma mudança de atitude. Fizemos uma segunda parte perto daquilo que queremos para a equipa e ganhámos naturalmente.”

Óliver por Herrera
“Há uma grande variabilidade de movimentos no nosso ataque, mas não pode ir toda a gente para a frente sem sentido, pois o nosso equilíbrio defensivo é fundamental. Na altura dessa substituição senti que precisávamos de controlar mais o corredor central.”


11 vitórias consecutivas
“Somos um grupo de grandes profissionais e de grandes jogadores, com uma qualidade humana acima da média. Os jogadores sentiram que não entrámos bem no jogo, pois também sentem o que é representar o FC Porto. A 11.ª vitória consecutiva representa pouco para nós, pois pensamos jogo a jogo e damos pouco valor às estatísticas. Foi, isso sim, uma vitória importante, que nos permitiu conquistar três pontos frente a uma equipa difícil. Agora queremos deixar uma boa imagem na Turquia, mesmo já tendo o primeiro lugar do grupo garantido.”

O regresso de Jackson Marínez ao Dragão
“Foi uma ovação e uma homenagem merecida. O Jackson é um grande profissional e uma grandíssima pessoa. Tem passado por momentos difíceis e, em Portugal, é de louvar uma pessoa como o Jackson, que é um grandíssimo jogador. Na altura em que estava a representar o meu clube, aplaudi-o muitas vezes. É um excelente homem e toda a gente reconhece isso.”



RESUMO DO JOGO

OS LUSÍADAS DO BESSA.


As armas e os barões assinalados
Que, do jogo xadrez de canela e osso,
Por relvados nunca dantes jogados,
Passaram além do Hugo Miguel e do fosso,
Em perigos e vale-tudo esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre um jogo violento edificaram
Nova Vitória, que tanto sublimaram;

E também as memórias vitoriosas
Daqueles jogos difíceis que foram vencendo
De Dragão ao peito, era das mais saborosas
Vitórias que hoje na décima vão acontecendo;
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei do Polvo libertando:
Cantando espalharemos por toda a parte,
Dragão eu sou, se me ajudar o engenho e arte.

Cessem dos ressabiados Record e Bola
As manchetes grandes que fizeram;
Calem-se esses Guerras de pedir esmola
E a corada vergonha que tiveram;
Que eu canto Dragões desde a altura da escola,
A quem Conceição e Hernâni obedeceram.
Voz alta na curva azul e branca que canta,
Que um valor mais alto se alevanta.

Só os mais fortes sobrevivem.
Adaptação do Canto I d´Os Lusíadas em honra ao grande momento do passado Domingo. Um momento “Herrera aos 90”.

05 dezembro, 2018

ENGODOS.


Após meses de humilhação por parte de Francisco J. Marques, à conta da rábula dos apelos à denúncia de atividades ilícitas do FC Porto, ou mesmo da conivência com a infame e inventada listagem dos clubes mais corruptos (subtraída da grandeza do slb neste campo), Luís Bernardo e seus muchachos do departamento de comunicação benfiquista, têm-se divertido nos últimos tempos a ocuparem os lugares que estarão mais de acordo com as suas reais capacidades. O de meros adeptos de tasca. Só assim se pode entender o comunicado benfiquista sobre o recente dérbi entre Boavista e Porto, com enfoque num lance entre Brahimi e Rochinha, onde os axadrezados alegadamente reclamam lance para grande penalidade.

Confesso que, como porventura muitos, à falta da presença no estádio do Bessa, seguiram as incidências do jogo através da oferta da Internet. Neste caso concreto, de uma transmissão de um canal em língua inglesa. Desta experiência, só posso dizer o quanto é fresco e revigorante ouvir da boca de comentadores estrangeiros, completamente a leste das vicissitudes, jogos de interesses e compadrio que existem neste cantinho à beira mar plantado, que é Portugal, que o lance em causa foi um claro aproveitamento do jogador boavisteiro, que simplesmente se atirou para chão, procurando o contacto com o adversário a meio do caminho. Isto foi o que eu vi, o que comentadores ISENTOS viram.

Fantástico como cá no burgo, temos uma suposta autoridade em arbitragem num canal privado, a credibilizar um lance T-U-G-A com todas as letras.

Despindo-me de clubismos, facciosismos e afins, um árbitro que comete um erro, ou se engana para as duas partes, merece a minha total confiança. Quem de nós não errou no seu local de trabalho, ou teve dias menos bons? Incompreensível, do meu ponto de vista, é o que se passou nas épocas de 2015/16 ou 2016/17 em que todas - T-O-D-A-S - as decisões duvidosas e não duvidosas em jornada sim, jornada sim, foram sistematicamente contra o mesmo emblema. Isso sim, já não se enquadra num dia mau. Provavelmente o processo e-toupeira dará, um dia, o devido enquadramento a essa situação. Coincidentemente, "estranha-se" o barulhento silencio do departamento de comunicação encarnado nessas temporadas. Provavelmente lamentáveis desatenções, ou fuga de verbas para vouchers, bilhetes e sucedâneos.

Contudo, e por muito que me custe, tenho que finalmente dar os meus parabéns a Luís Bernardo, por lentamente estar a conseguir fazer vingar a sua estratégia. Tantas vezes repete mentiras, que no cérebro de muitos, elas tornam-se verdades. Incluindo-se, lamentavelmente, muitos portistas.

Senti-me chocado, com a quantidade de adeptos azuis e brancos que engoliram a patranha de que fomos beneficiados no Bessa, calando-se, ou tentando contra-argumentar com o golo anulado em fora de jogo de Herrera. A crítica mais rigorosa sobre arbitragem pode, eventualmente e na pior das hipóteses, equacionar que possa ter existido um lance duvidoso para ambos os lados. Contudo, a única certeza concreta e analítica, é que o Sr. Hugo Miguel aplicou um critério inglês, quando uma das equipas em campo não sabia minimamente soletrar a palavra fair-play. A ser uma arbitragem justa, muitos mais cartões amarelos deveriam ter sido exibidos para um dos lados.

Este ano, fomos escandalosamente beneficiados num lance. O golo de André Pereira contra o Vitória de Guimarães. Jogo que perdemos. Tudo o resto, não passam de táticas de diversão de um clube onde Presidente e Treinador são detestados pela maioria dos próprios adeptos.

O apelo que faço, principalmente às novas gerações de portistas, é de que se vacinem! Para dar cobertura às visões proféticas do líder, preveem-se tempos bem criativos para os lados comunicacionais de Carnide.

Cumprimentos Portistas.

04 dezembro, 2018

MILITÃO – CENTRAL PARA MARCAR UMA DÉCADA.


Chegou e pegou de estaca. Chama-se Éder Militão e é do FC Porto. Com apenas 20 anos, já fez com que um comentador da nossa praça dissesse “Militão a cavar a falta, com toda a sua experiência”, rindo-se depois e explicando que o jogador era jovem, mas parecia um veterano. Parece brincadeira, mas não é: o brasileiro é de facto um central experiente, manhoso, com muitos jogos nas pernas.

Militão é, para mim, o melhor reforço do FC Porto dos últimos 7 anos, ao nível de jogadores como Hulk, James ou Falcao. Representa o regresso do clube ao modelo de contratações que o fez dominador  depois dos anos 90: contratar promessas sul-americanas a despontar e vendê-los em ponto de rebuçado, por muitos milhões, aos gigantes da velha Europa.


O modelo, não isento de riscos – vide casos de Reyes e Quintero – permite dotar a equipa de jogadores claramente diferenciados do ponto de vista de qualidade individual e garantir vendas profícuas. O problema está no risco associado a este tipo de contratações, cada vez mais dispendiosas, o que implica uma alavancagem maior e uma margem de lucro necessariamente inferior.

Com Militão pode dizer-se que o FC Porto acertou em cheio. A sua experiência, posicionamento, capacidade no jogo aéreo, velocidade para ir buscar bolas nas costas e agressividade nos duelos individuais quase já fizeram esquecer Iván Marcano, o outrora patrão da defesa que continua a aquecer os bancos de suplentes italianos.

É verdade que Militão teve o caminho facilitado para o sucesso: por um lado, Diogo Leite, bastante jovem, tem ainda um longo caminho a percorrer para se afirmar como titular de uma equipa principal como o FC Porto, visto que a diferença de andamento dos escalões jovens portugueses para o primeiro ano de sénior é verdadeiramente abissal; por outro, a lesão de Mbemba impediu o congolês de confirmar as credenciais com que chegou de Inglaterra. Assim, o brasileiro aproveitou a luz verde que o destino lhe concedeu e agarrou a oportunidade de forma aparentemente fácil e sem complexos, apenas ao alcance dos predestinados.

Militão não é apenas um bom central ou um grande central, entendamo-nos. Militão é “o” central brasileiro que o Brasil espera há vários anos, depois dos relativos fracassos que foram David Luiz, Thiago Silva e Marquinhos e da distracção histórica que foi deixar Pepe adquirir a nacionalidade portuguesa. Militão é um diamante não apenas pelo que joga, mas porque efectivamente pode ser o melhor central brasileiro dos últimos anos, com o necessário reflexo na sua cotação de mercado. Acredito mesmo que Militão pode ser o central da canarinha para a próxima década. E todos sabemos a força da chancela escrete no mercado europeu. Numa outra perspectiva, o seu companheiro de zaga, Felipe, apenas teve que apanhar a carruagem e pode muito bem alcançar um lugar no 11 brasileiro à boleia do seu compatriota.

O FC Porto só tem a ganhar com a vinda de Militão. Pode assegurar 1 ou 2 anos de uma defesa com um patrão inequívoco, pode permitir um grande encaixe financeiro, pode voltar a trazer para o FC Porto o epíteto de celeiro de centrais da Europa ou fábrica de centrais do Velho Continente. Não podemos prever quanto tempo Militão vai ficar no FC Porto, mas podemos estar certos de que, enquanto aqui estiver, teremos um patrão à moda antiga. Aproveitemos Militão, pois então!

Saravá!

Rodrigo de Almada Martins