Uma Supertaça. Duas Finais de Taça, possibilidade de ainda vencer uma. Quartos de Final da Champions. Encaixe financeiro recorde na Champions. Espetacular! Segundo lugar no campeonato, desilusão, dureza. 85 pontos no campeonato, bem bom, já deu muitas vezes para ser campeão. Perda de vantagem de 7 pontos para o rival, péssimo. Perda dessa vantagem no Dragão em confronto direto, trágico. Pá, chover no molhado não. Vamos lá a algumas notas do que se passou, antevendo já o futuro. Sim, porque o foco deste clube tem sempre de ser… a próxima vitória!
Sobre “Os Padres”
Primeiro fomos no engodo daquela história da treta de que levávamos 10 pontos de avanço graças a erros de arbitragem. O campeonato entrou entretanto na fase das decisões, o nosso adversário tinha 4 saídas – Moreirense, Feirense, Braga e Rio Ave. Vejamos o que aconteceu: golo mal anulado ao Moreirense (aquele onde até chegaram a inventar a rábula de que a bola não entrou) e um golo mal validado ao Benfica, por fora de jogo. Tudo quando estava 0-0. Na Feira, temos aquele golo altamente duvidoso anulado ao Feirense, que seria o tal 2-0. Depois, aquele penalty digno dos melhores números do Circo Cardinali. De 2-0, o jogo passa para 1-1. Em Braga, seria diferente? Bem, já nem vou falar dos lances polémicos de Ruben Dias ou Odysseas. Mas aquele penalty sobre Félix…. E aquela expulsão perdoada…. E pronto, sabemos todos o que aconteceu, como aconteceu. Mas o pior estaria mesmo para vir. Vila do Conde. Onde toda a vergonha se perdeu. Hugo Miguel não só não vê o penalty de Florentino, como não vê sequer a falta (admitindo que é fora da área). Na sequência, golo mal validado a Félix. O chavalo nem festejou, tal era o espanto por ninguém ter levantado a bandeirola. Era óbvio que o VAR anularia o golo, pois o fora-de-jogo não deixara dúvidas, e muito provavelmente assinalaria mesmo penalty a favor dos vila-condenses. Só que não, o golo foi mesmo validado. Não fosse a coisa correr mal. Sejamos sérios, é só mesmo porque temos mau perder? São 4, 4 jogos seguidos repletos de lances duvidosos, no mínimo, todos, absolutamente todos, decididos para o mesmo lado. Uns erros que ninguém será capaz de desmentir, outros erros que muitos tentarão montar teorias alternativas, e outros que serão objeto de discussão ou dúvida para sempre. Mas todos, absolutamente todos, na mesma direção.
Foi só por isso? Não! Perdemos a vantagem que tínhamos por culpa própria, ponto final. E foi exatamente a partir do momento em que deixámos de depender de nós que ficámos sujeitos a este regabofe. Lembram-se do “Em condições anormais, também vamos ser campeões?” Pois, não há mesmo outra forma de combater isto neste momento, a não ser darmos tudo para voltarmos a ser muito melhores! Ser “só” melhor não deverá chegar.
Sobre “O Mister”
Não sei o que o treinador vai decidir depois do Jamor. Não faço mesmo a mais pequena ideia se ele vai continuar ou não. Estou eternamente grato por tudo o que ele fez, sobretudo por ter devolvido a mística e a cultura Porto numa altura desesperante e preocupante. Este ano voltou a andar lá em cima, esteve nas decisões todas, e dá-nos a clara sensação de que…com ele, o Porto vai andar sempre na luta. Foi perfeito? Não, longe disso. Não podemos perder uma vantagem de 7 pontos para o rival. E acima de tudo, não podemos recebê-los no Dragão com +1 ponto, com oportunidade de os “matar”, e perder. Mais ainda depois de lá ter perdido na 1ª volta. Sim, não é por isso que as vergonhas que descrevo em cima são menos más, mas se há momento em que temos de conquistar moral para falarmos de tudo, é nos mano-a-mano. Perdemos, foi ali que lhes demos a possibilidade de tudo o que aconteceu depois. Lembrem-se, aconteceu-nos ali (felizmente de forma menos melodramática) o que lhes tinha acontecido nos jogos do Kelvin e do Herrera. Bem, tenho quase a certeza que Sérgio Conceição sabe isso muito melhor do que eu.
Gostava que ele continuasse, porque ele já provou no ano passado que “é capaz de construir equipas de raiz”, porque ele gosta de ganhar tanto como nós, porque já provou que o sabe, e por muitas outras razões que não importa agora explanar. Mas também gostava de ver a equipa jogar outro futebol, a abusar menos da profundidade, dos duelos e do choque. A controlar melhor o jogo, a demonstrar maior variabilidade de soluções em ataque posicional, a mostrar maior solidez coletiva nas transições defensivas, e por aí fora. Esta avalanche de saídas que se prevê será também uma oportunidade para isso, e para percebermos se o estilo até agora demonstrado é o possível e aquele que melhor potencia o que tem, ou se é também o estilo em que o treinador mais se revê, independentemente dos jogadores que tem à disposição. Queria tanto, tanto acreditar na primeira. Conseguem imaginar uma equipa com melhores princípios e qualidade jogo, com a alma e a raça que Sérgio incute?
Sobre “A Equipa”
Obrigado a todos os que suaram a nossa camisola, em especial aos que lhe adicionaram qualidade e ambição em cada jogo. Analisando o que o plantel deu, é mais ou menos óbvio reconhecer que temos um grupo muito curto de jogadores “prontos para jogar qualquer jogo”. Ficará ainda muito mais curto nos próximos dias. Certo que virão outros. Não sabendo quem, é a maior incógnita que temos neste momento. E é também essa mesma incógnita que se calhar justifica o tamanho do parágrafo de cima.
Sobre “A Estrutura”
Tem a palavra o Presidente, a SAD. Sim, não se enganem. Vai ser preciso reforçar a equipa a sério. Menos Jankos, mais Militões. Vai também ser preciso apostar de vez e a sério na Formação. Apostar é metê-los a jogar a sério, ver o que valem verdadeiramente, deixá-los crescer. Parece-me que esse complemento Reforços + Formação é inevitável se quisermos voltar a ter uma equipa para ser campeã. Ah, faltam os “retornados”. Galeno? Sérgio Oliveira? Há mais algum em condições de voltar?
Sobre “A Final do Jamor”
Os últimos dias têm sido duros, difíceis, sofríveis, pesados. A vitória no Jamor daria um novo alento, e ajudaria a limpar de certeza absoluta. Dito isto, deem tudo. Os que vão embora, mais ainda! É a última e derradeira oportunidade de gritarem alto e a bom som: uma vez Porto, Porto para sempre! Preparem o jogo o melhor que puderem, concentrem-se, e entrem para “matar”…
LEVANTEM A CABEÇA E DEVOLVAM-NOS O PORTO!
PS: Um muito obrigado ao BiBó PoRtO, carago! Esta é a última vez que aqui escrevo, neste blogue de referência do universo azul e branco. Foi um prazer, muito agradeço a quem me deu essa possibilidade. De dragão para dragões, what else? Parabéns pelo projeto e até um dia destes malta. PORTO, PORTO, PORTO!
O comentário mais lúcido, ponderado e realista que li e que resume na perfeição esta época. Reflete também o meu estado de espírito e creio que também a maioria dos adeptos Portistas. Pena que não continue porque é este espírito crítico, construtivo e ponderado que fazem de nós o MELHOR CLUBE DO MUNDO. Bem haja PORTO! PORTO! PORTO!
ResponderEliminarFantástica análise.
ResponderEliminarParabéns. E obrigado. Por tudo.