29 novembro, 2016

AÍ VÃO 430…


FC PORTO-BELENENSES, 0-0

Sr. Nuno Espírito Santo, há quantos minutos o FC Porto não marca um golo? Eu respondo: 430 MINUTOS. Quase 5 jogos completos. É de facto impressionante como uma equipa como o FC Porto não consegue abanar as redes. O Sr. Nuno é capaz de ficar na história do clube, batendo um record estrondoso. Mas será que tem a noção de que está a treinar um dos melhores clubes da Europa e do mundo, que venceu tudo o que há para vencer?

Sr. Nuno, isto não é o Rio Ave, nem sequer o Valência. Isto é o FC Porto, um clube que ERA respeitado e temido pelos adversários. Hoje qualquer adversário joga contra a equipa que dirige e pensa logo em vencer e dá o empate como um resultado normal. Até o Belenenses consegue empatar duas vezes consecutivas com V. Exª, mesmo com dez jogadores em campo.


Se calhar no Rio Ave empatar cinco vezes consecutivas e marcar um golo ao benfica é um brilharete. Se calhar no Valência, nem tanto mas no FC Porto, tenha lá paciência. É insustentável.

É incompreensível, inaceitável, inacreditável! Mas eu não lhe posso colocar todas as culpas. Nem sequer a maior parte delas. A culpa não é só sua. Longe de pensar uma coisa dessas! Mas é de quem o promove, de quem o contrata e de quem lhe dá as condições que V. Exª. gostaria de ter mas não tem. Além disso ainda arca com as culpas dos outros e há-de arcar com as vindouras.

Daqui por pouco tempo vamos vê-lo a sair chamuscado pela porta do Dragão e veremos outro prontinho para entrar no forno. As culpas vão continuar a recair nos mesmos. Agora em V. Exª, daqui a um tempo no seu sucessor.

Mas onde eu posso questioná-lo, é quando tento perceber porque é que o Brahimi não é opção para uns jogos importantes e já é opção para uma tacita da liga; é quando tento perceber porque é que o João Carlos Teixeira sofre do mesmo problema do Brahimi, com a agravante de se ter estreado apenas esta noite em jogos oficiais; é quando tento perceber a utilidade de Varela; é quando tento perceber a insistência em Depoitre (qualquer avançado da equipa B ou dos juniores é bem superior) mas aí o Sr. Nuno não tem culpa da sua contratação apesar de ter sido dito que foi a sua aposta; é quando tento descobrir a qualidade do Herrera.


Podemos vir falar em arbitragens, em erros grosseiros em 8, 9 ou 10 jogos em que o FC Porto foi severamente prejudicado pela equipa do apito mas o facto é que o FC Porto não joga nem produz o suficiente para contrariar um pouco esses erros de arbitragem. O FC Porto parece um pouco como as montanhas-russas. Pode fazer um bom jogo e depois passa três ou quatro a “não dar um carro de mato”.

Nulo! Mais uma nulidade deste FC Porto. E novamente contra um Belenenses em inferioridade numérica desde o minuto 40 por expulsão justa de Benny numa entrada sobre R. Neves.

A Taça da Liga, continuo a dizer como sempre disse, é uma prova dispensável mas como está no calendário e tem de ser cumprida, então dê-se oportunidade aos jogadores que pouco ou nada jogam. Foi o que o treinador do FC Porto fez e bem. Mas as opções não são verdadeiras opções. Pelo menos uma boa parte delas.

O jogo desta noite decorreu à semelhança do jogo do Restelo. O FC Porto a tomar as rédeas do encontro e o Belenenses a defender atrás, espreitando o contra-ataque que desta vez nem sequer existiu.


O FC Porto teve alguns bons apontamentos individuais com destaques para Inácio (o estilo lembra-me Alex Sandro mas mais rápido), Rui Pedro (Depoitre que estás cá a fazer?) e João Carlos Teixeira (porque não jogas?).

Na primeira parte, cerca da meia hora de jogo ainda foi anulado um golo limpo (mais um) aos Dragões por fora-de-jogo inexistente a Felipe e perto do intervalo o Belenenses ficou reduzido a 10. Esperava-se que a partir daí o FC Porto teria o jogo facilitado para a etapa complementar.

Puro engano. O FC Porto não desenvolveu futebol convincente, nem sequer ameaçou seriamente a equipa de Belém. Ficam dois registos apenas. Um remate em arco de Brahimi que Ventura defendeu para canto e uma jogada individual muito bonita de Rui Pedro que, depois de tirar dois adversários do caminho, rematou ao poste da baliza azul.

Zero, zero e mais zero! Assim vai o FC Porto na presente época. Com mais um nulo, o Dragão não sabe o que quer dizer golo, baliza, festejo, alegria… Depois de Paulo Fonseca/Luís Castro, Lopetegui/Rui Barros/José Peseiro, temos Nuno Espírito Santo. Quem se seguirá para a fogueira?

Lembram-se do cemitério de treinadores dos anos 90 para os lados de Carnide? Agora parece que há um crematório no reino do Dragão.


A banda da música, no entanto, segue o seu caminho, assobia para o lado e vai definhando até ao momento em que tudo ficar em cinzas. Quando muita gente se aperceber, será tarde demais. O pior cego não é aquele que não vê, mas sim aquele que não quer ver.

Seguem-se dois jogos na agenda do Dragão de importância elevada: recepções ao Sp. Braga (3º classificado com mais um ponto do que o FC Porto) para a Liga NOS e Leicester para a Champions League que decidirá se nos mantemos ou não na liga milionária pelo menos até princípios de Março.



DECLARAÇÕES

Nuno: “O resultado é totalmente injusto”

Falta de golos
“É algo que preocupa, que é injusto acima de tudo pelo trabalho que os jogadores fazem. Não conseguem ver materializado o trabalho, o esforço e a dedicação. Trabalhamos, insistimos e cremos que isto vai acabar e que vamos conseguir reverter a situação. É um problema que é claramente ultrapassável. O caminho é o trabalho: amanhã de manhã começamos a preparar isto para consolidar o que de bom fazemos e para melhorar claramente o que temos de melhorar. Produzimos demasiado para não conseguirmos fazer um golo.”

430 minutos sem marcar
“É a crua realidade dos números, são muitíssimos minutos, mas também são muitíssimas oportunidades criadas pela nossa equipa. Mas também diria que todos esses empates tiveram muitíssimo mais perto de serem vitórias nossas. É verdade que temos que melhorar a eficácia, mas devo sublinhar como contraponto a nossa solidez defensiva em que permitimos pouquíssimos remates aos nossos adversários.


O momento da equipa
“Reconhecemos que o momento que vivemos é difícil. E como estamos conscientes disso, sabemos o trabalho que termos que realizar. A nossa preocupação é saber controlar todos os fatores de tranquilidade e ansiedade, assim como potenciar o nosso aspeto ofensivo. Os nossos adversários sabem disso e optam por uma estratégia de desagaste colocando muitos jogadores atrás da linha da bola, como foi o caso de hoje. O resultado é totalmente injusto.”

Agradecimento aos adeptos
“Fizemos um pedido ao Dragão para nos apoiar, ele apoiou-nos e não fomos merecedores desse apoio. Agradecemos a fé e a paciência que os adeptos tiveram para connosco. No sábado queremos estar à altura do Dragão e dar-lhe a alegria dos três pontos.”

Momento encarado de frente
“Nós somos responsáveis por encontrar os caminhos para materializar a produção que temos feito. O momento é este e encaramo-lo de frente. Amanhã começamos a preparar duas competições diferentes, primeiro o jogo com o Sporting de Braga, depois o jogo com o Leicester, que nos pode dar o acesso aos oitavos da Champions. O momento só tem um caminho, que é o trabalho. Os jogadores estão tristes mas estão conscientes do que fazer.”

Nuno com força
“Se me sinto com a mesma força? Totalmente! Seria injusto pensar em mim neste momento. Penso na equipa. Tenho demasiado respeito por este clube, demasiado respeito pela massa adepta e respeito pela minha profissão, que não me faça amanhã levantar e dar tudo o que tenho.”

Condolências
“Apresentemos os sinceros sentimentos a todos os familiares das vítimas do desastre de avião com a equipa do Chapecoense e também ao Boly, pelo falecimento do seu pai.”



RESUMO DO JOGO

COBARDIAS.


Muitas referências se fazem a Nuno Espírito Santo (NES) na bluegosfera, sobre superlativos escatológicos, ou diminutivos hortícolas, no que respeita às suas abordagens aos jogos. Contudo, a minha opinião vai em sentido absolutamente contrário. NES é um Homem de coragem! Aliás, é preciso sê-lo para aceitar um cargo que tem tudo para correr mal. Primeiro pelo seu parco currículo, que o faz caminhar na corda bamba, sem qualquer rede de proteção para o fracasso. Segundo, porque no minúsculo universo futebolístico nacional, quem não obtiver sucesso ao comando de um grande (e mesmo assim...), tem a sua certidão de óbito desportivo assinada. Terceiro, porque nos últimos 30 anos, este é o pior momento para qualquer treinador pegar no FC Porto, pela margem abaixo de zero que tem ao mínimo contratempo que surja.

Posto isto, há que classificar de injustas e infundadas as críticas de cobardia a NES. Coragem é o que não lhe falta, com ou sem o apadrinhamento de Jorge Mendes.

Avancem quatro a ver se conseguimos marcar um golito...
Quanto à capacidade para desempenhar o cargo... bem, muitas linhas, reticências, dúvidas, interrogações, ou quaisquer outros eufemismos que queiram avançar. Tentando ser justo e equilibrado na análise, penso que NES trouxe uma grande mais-valia ao nosso sistema defensivo. Por sua vez, conseguiu destruir quaisquer valências ofensivas que a equipa tivesse. Lembro-me de os adeptos se queixarem do bocejo de jogo que o sistema de Lopetegui lhes inspirava. Contudo, apesar de agora os jogadores correrem o dobro ou o triplo, os golos marcados e os resultados são bem inferiores comparados com o tempo do basco.

Se analisarmos um jogo do FC Porto actual, é um pequeno motivo de orgulho a dificuldade que os adversários têm em criar-nos oportunidades de golo. No entanto, temos que ser bem condescendentes ao analisar as nossas próprias situações de golo. Se somarmos Chaves, Copenhaga e Restelo, creio que não será exagero dizermos que nesses 300 minutos conseguimos contabilizar uma meia dúzia de situações de golo evidentes. Meia-dúzia! Esse seria o número de oportunidades que estávamos habituados a ver num só jogo do FC Porto. Não em três, contra equipas banais, e com um prolongamento num deles. Esta crua estatística torna a argumentação de Nuno numa redonda falácia. A equipa do FC Porto não está perdulária. O problema da equipa do FC Porto é que simplesmente não consegue criar situações de real perigo para as balizas adversárias.

Chega a ser pornográfica, a quantidade de cruzamentos para a área que não encontram a melhor opção. Ou porque são feitos para a pequena área e os avançados estão na marca de penalty, ou porque são feitos atrasados para a marca de penalty e os avançados estão na pequena área. Já para não referir a enormidade de bolas bombeadas por Casillas ou pelos centrais para a terra de ninguém.

Caramba! Lembro-me dos tempos de chavalo, em que se arranjavam equipas com os rapazes que estivessem nas redondezas da bola, e em meia-hora de jogo já tínhamos o entrosamento como se nos conhecêssemos desde sempre. Como é possível em quase 6 meses de treinos, alguém não dizer aos atletas, que quando um sobe, o outro tem que ficar atrás? E vice-versa? Ou alguém explicar conceitos como tabelas, jogadas de 2x1 ou bolas paradas?

Como a maioria - para não arriscar dizer a totalidade - dos portistas, não posso escamotear a minha presente insatisfação com NES. Dou-lhe o mérito pelo espírito de grupo e equilíbrio defensivo que trouxe à equipa. Contudo é absolutamente frustrante vermos os nossos rapazes a darem tudo em campo, para no final este esforço se resumir a fugazes tiros de pólvora seca. Estando nós em época natalícia, vou recorrer à criança que há em cada um de nós, e acreditar que NES é capaz de treinar processos ofensivos. Aconteça esse feito, e o FC Porto estará recolocado no bom caminho e com uma palavra a dizer no que resta da temporada.

Critique-se, exijam-se melhorias, mas que haja bom senso em todos para não se voltar a entrar na via da guilhotina. Mesmo que, num cenário hipotético, se se fosse contratar o melhor treinador disponível no momento - esse seria sem margens para dúvidas o atual comentador da RTP - só para o último terço da época conseguiríamos ver resultados concretos, após um necessário conhecimento mútuo. Escusado dizer que por essa altura estaríamos a esgrimir uma dura luta pela Europa, ou pior. Na temporada passada bati-me para que a emoção não vencesse a razão. Infelizmente a História validou-me em pleno a argumentação. Na presente temporada, reitero a mesma opinião. Uma eventual mudança de treinador não resolverá os nossos problemas imediatos. Por muitas lacunas que tenha, não considero NES pior do que Paulo Fonseca. E vejam que aquele até já parece ter qualidade...

Decerto que se tivéssemos um filho que enveredasse por maus caminhos, não iríamos abandoná-lo à sua sorte. Tentaríamos ao limite das nossas forças ajudá-lo a ultrapassar esse o momento menos feliz. O FC Porto atual encarna cada vez mais esse filho. Perdido. Ultrajado. Abandonado. Ele precisa de nós e do nosso apoio. Não é a encher a Alameda do Dragão ou Aliados em noites de conquistas que se encontram os melhores portistas. Esses, estão lá sempre.


Fazendo uma pequena viagem no tempo a finais de Maio, numa altura em que diariamente surgiam uma miríade de nomes para substituir Peseiro, não estarei em erro ao assumir que nenhum deles reuniria tanto consenso, motivação e esperança nas hostes portistas, como o de André Villas Boas.

Apesar de nunca ter sido assumido por ninguém, não me acredito minimamente que o técnico não tenha sido sondado atempadamente por Pinto da Costa para essa função, até pelas boas relações que existem entre os dois. Especulação, ou não, a verdade é que o treinador preferiu a inação sabática, em detrimento de socorrer o clube do coração, quando mais de si precisava.

Para surpresa geral, ficamos a saber no início deste mês de Novembro, que por 12 milhões de razões é possível encontrarmos um novo romance. 12 milhões de razões... ou o medo do falhanço.

AS NOSSAS MODALIDADES – RESUMO DO FIM DE SEMANA.



JOGO DA SEMANA

A escolha para jogo da semana recai sobre o único que se realizou no nosso reduto, onde a nossa equipa de ANDEBOL recebeu os vice-campeões austríacos do Bregenz que este ano falharam a Liga dos Campeões com o abc em sua casa.

A equipa trazia do jogo na Áustria uma vantagem de 1 golo, para além dos 28 golos marcados que poderiam ajudar em caso de desempate. Entramos forte no jogo e rapidamente alcançamos uma importante vantagem, o que levou o treinador Robert Hedin, vice-campeão olímpico em 1992 e 1996, a pedir desconto de tempo aos 7 minutos de jogo. Ao intervalo, a vantagem era já de 6 golos (17-11) o que indiciava que o apuramento deveria ser uma realidade.

A segunda parte permitiu dar minutos à generalidade dos atletas para as duras batalhas que se avizinham. O melhor marcador foi António Areia com 7 golos, num resultado final de 31-29, curto para o que se passou dentro das 4 linhas, mas que permitiu alcançar o objetivo do apuramento.

O sorteio ocorrerá agora na próxima 5ª feira, dia 01/12, a (1/12), com estes potenciais adversários, fazendo fé que a sorte esteja do nosso lado e nos permita sonhar com o apuramento para a próxima fase.

Entretanto, o andebol regressa já hoje ao Dragão Caixa com a receção ao Sporting da Horta.


AS OUTRAS MODALIDADES

A equipa de BASQUETEBOL, depois de 3 derrotas consecutivas (2 europeias e na visita a Guimarães), deslocou-se a Ovar e venceu a equipa local. A entrada no jogo foi favorável aos vareiros que chegaram ao fim do 1º período a vencer por 21-18. No entanto, a nossa equipa reagiu bem e ao intervalo a liderança já era nossa por 41-34.

O 3º quarto foi novamente favorável aos campeões nacionais que lideravam por 61-46 ao fim de 30 minutos. O resultado final de 79-66 permitiu o regresso às vitórias.

A nossa equipa desloca-se à Madeira, amanhã, para acerto de calendário em jogo respeitante à 5ª jornada. No sábado, será o regresso do andebol ao Dragão Caixa com a receção à Oliveirense.

Já em relação ao HÓQUEI EM PATINS, deslocação a Bassano para a 2ª jornada da Liga Europeia, onde se pretendia demonstrar que o deslize na receção aos franceses do Mérignac (1-1) tinha sido mero acidente de percurso.

O jogo não se iniciou da melhor forma para as nossas cores, e ao intervalo perdíamos por 1-0. A 2ª parte iniciou-se em modo pesadelo, com o 2-0 a aparecer com um golo de um lampião emprestado ao Bassano. Contudo, este golo do inimigo serviu de despertador para a nossa equipa que em 10 minutos fez 3 golos e viramos o marcador a nosso favor. 5 minutos depois, um velho conhecido, Massimo Tattarani, empatou o jogo e a nossa vida parecia de novo complicar-se mas, a 4 minutos do fim da partida, Reinaldo Mallea fez o 3-4, resultado com que o jogo terminou (jogo completo AQUI).

Entretanto, a equipa volta a jogar amanhã, com a deslocação a S. João da Madeira para acerto de calendário. O regresso a casa, ocorrerá apenas no dia 10/12 com a receção à Oliveirense. Até lá, nova deslocação, no sábado, desta feita a Alverca para defrontar os violadores de regulamentos, o sporting.



Abraco,
Delindro

28 novembro, 2016

COMO SAIR DISTO?


Esta é seguramente a pergunta para um milhão de € que por estes dias deve assaltar a mente de qualquer Portista.

Sinceramente, começo a ficar farto, desgastado e de certa forma resignado, com todos os diagnósticos que têm vindo a ser feitos ao longo das últimas 3 épocas. Das centenas e centenas de teorias, argumentos, teses e dissertações que tenho lido e ouvido, provavelmente, mais de metade delas são verdadeiras e coincidentes com a realidade dos factos. O grande problema, quanto a mim, continua a não ser o diagnóstico dos problemas, mas sim, a forma mais adequada de os resolver.

Dito por outras palavras, julgo que neste momento dificílimo da época, em que dá a clara ideia de que se jogássemos amanha com uma qualquer equipa do distrital não teríamos capacidade para sequer marcar um golo, há que, como se diz na gíria popular, "chamar os bois pelos seus nomes". Há que dizer claramente as coisas, sem "paninhos quentes", nem eufemismos desnecessários. O cenário é complexo, a fase atual é delicadíssima, o futuro próximo, julgo que nem o mais otimista dos Portistas augurará algo de bom para esta equipa.

É triste e dilacerante para mim, enquanto Portista, constatar que a 27 de Novembro de 2016, o FC Porto está perigosamente próximo de chegar ao início de 2017 e não ter vivo nenhum dos objetivos a que se propôs. Mais assustador, é pensar que nas últimas 3 épocas, chegamos sempre a meados de Janeiro/Fevereiro na luta pelos objetivos, com hipóteses, por mínimas que fossem. Neste momento, olho para o calendário e temo que até ao final do ano se perca mais um objetivo (Champions) e a liderança fique a uma distância que possa já roçar o limite do vergonhoso. Sim, há limites da vergonha e do pudor que os jogadores, treinador e SAD deviam ter bem presentes, até por tudo aquilo que se tem passado ao longo desses 3 anos de seca. Parece que não, parece que ainda não vimos tudo nesse último triénio, parece que o fundo ainda pode ser mais fundo.

No dia 12 de Abril deste ano, após o Presidente ter decretado o "bater no fundo", na sequência de mais uma vergonhosa derrota, dessa vez em pleno Dragão com o Tondela, escrevi neste blog um post que, INFELIZMENTE, está mais atual que nunca. Infelizmente, poderia repeti-lo neste momento, porque é exatamente o que penso de tudo isto. Nesse post, apresentava algumas soluções que, quanto a mim, poderiam tornar o futuro do FC Porto mais risonho. Mais do que repetir os argumentos por mim utilizados naquele post, gostaria de fazer agora uma espécie de acompanhamento/controlo do que foi ou não feito. O objetivo não é dizer que o presente acabou por me dar razão, o facto de eu ter razão num assunto relacionado com o FC Porto não me traz qualquer tipo de felicidade, trocaria mil razões dessas pelas vitórias do FC Porto.

Ainda assim, o cansaço de andar a repetir argumentos até à exaustão nos últimos 3 anos, não me impedem de voltar a relembrar algumas das coisas que na altura escrevi:
  • Sobre o plantel? Escrevia eu na altura: "já se ultrapassaram todos os limites possíveis e imaginários na presente época, têm-se passado coisas demasiado graves em várias esferas com impacto significativo dentro de campo. Com toda a frontalidade possível e porque o tempo agora é de chamar mesmo os "bois pelos seus nomes" (já chega de "paninhos quentes" e desculpas) a verdade é que o desempenho de alguns elementos na presente época tem sido abaixo de miserável... Ángel, Herrera, Brahimi, Varela e Marega, que me desculpem, mas são casos totalmente perdidos."

    Pois, é verdade que Ángel saiu, mas Herrera, Brahimi e Varela continuaram. A ser verdade que foi recusada uma proposta por Herrera, apenas digo o seguinte: recusar uma proposta por Herrera por mais de 10/15 milhões de € não é um bom ou mau ato de gestão, simplesmente não é sequer um ato de gestão, é um ato de outra coisa qualquer que não pode nunca ser enquadrado com gestão desportiva ou de outro qualquer tipo. Reafirmo hoje, ter num plantel jogadores como Varela (que já foi em tempos um grande jogador, como Fernando Gomes que hoje tem 60 anos e seguramente não seria grande ajuda dentro de campo ao pé de André Silva), Brahimi ou Herrera, é persistir em erros mais do que identificados. Era fundamental vender esses jogadores, mesmo que por valores abaixo do expetável. Porque pensando apenas na questão do valorização de ativos, no diheiro que se ganhou perde com a transferência de jogadores, mais vale encerrarmos o futebol e passarmos a ser uma corretora financeira, em que a única coisa importante é a valorização dos ativos.
  • Sobre o orçamento? Escrevia eu na altura... "... numa liga como a portuguesa, ter um ponta-de-lança de grande qualidade é meio-caminho andado. Por menos de 10 milhões de € é difícil ir buscar um grande avançado. Ora aí está, a qualidade do investimento é um fator fundamental no sucesso de uma equipa."

    Esta questão acaba por estar intimamente relacionada com o parágrafo de cima. Não se fez qualquer € com Brahimi e Herrera. Neste momento, Brahimi e Herrera acrescentam ZERO, aliás, o mexicano até é capaz de acrescentar menos que zero ainda. E não me venham com a conversa que o argelino seria o salvador da pátria caso entrasse na equipa, faria exatamente o mesmo que os outros, ou seja ZERO. Se calhar, fazendo alguns milhões de € com a venda de Herrera e Brahimi, em vez de 6 milhões por Depoitre, que até agora tem sido um desastre, seria possível ir um pouco mais além na contratação de um parceiro ideal para André Silva. E se calhar, grande parte dos nossos problemas estariam resolvidos. Por exemplo, Bas Dost que custou 10 milhões a um dos nossos rivais (e que já marcava muitos golos na Holanda e Alemanha), quantos problemas já não resolveu ao seu clube? Ainda este fim-de-semana resolveu um e bem complicado. Pois, custou 10 milhões de €, foi caro, mas, resolve problemas. Nós, gastamos 6 milhões num jogador que nem era o melhor marcador do campeonato belga. É só tirar as conclusões, e não, não é querer arranjar bodes expiatórios, é perceber que um jogador não pode dar mais do que aquilo que realmente vale. E Depoitre, por mais boa vontade que tenha, muito dificilmente poderá ir além de 10/12 golos por época, o que já seria ótimo (e neste momento, algo que parece inatingível pelo que temos visto do belga!).
  • Sobre o treinador? Escrevia eu na altura: "Com toda a sinceridade, Lopetegui foi um erro, foi um erro mantê-lo porque para sair devia ter saído no final da época passada. Mas despedi-lo a meio da época para fazer a vontade aos adeptos e à comunicação social, depois do "circo estar montado" foi um erro ainda maior. Que me desculpem a frontalidade, mas um erro ainda maior foi tentar remediar a situação com Peseiro. Nada tenho contra o homem que com certeza tem as suas qualidades e competências para a profissão mas para o FC Porto não chega. Em janeiro quando ainda não tínhamos novo treinador, escrevi claramente neste blog que para lutar por títulos apenas 3 nomes seriam apropriados, independentemente dos gostos pessoais ou embirrações de cada um. Não vindo nenhum desses 3 nomes, já eu na altura antevia grandes dificuldades para o resto da época. Muito abertamente, apenas resta uma solução: contratar um treinador para a próxima época e aconteça o que acontecer dar-lhe estabilidade, proteger-lhe, não deixar-lhe só perante os ataques da comunicação social, ou seja, estabilizar um projeto com cabeça, tronco e membros. Inventar novamente seria trágico, optar por uma solução lógica seria a solução com menos riscos, ainda que qualquer opção tenha riscos. Não parece que haja grandes alternativas sem inventar e que o novo treinador dificilmente pode não ser alguém que neste momento treina na Grécia."

    Pois, a mais delicada e polémica de todas as questões: o treinador! Não posso ser acusado de "acertar no totobola à 2ª-feira", pois há mais de 7 meses já defendia que a hipótese para o cargo de treinador só podia ser uma. E só podia ser uma, porque as outras 2 estavam obviamente inacessíveis. E a escolha mais lógica, a que mais poderia unir os adeptos, aquela que menos riscos teóricos comportaria (o risco zero em futebol não existe...) e que ao mesmo tempo poderia criar também instabilidade nos rivais (como por exemplo, quando contratamos Mourinho e Robson, bons velhos tempos) chamava-se Marco Silva. Como posteriormente o próprio afirmou, não haveria qualquer obstáculo na sua saída da Grécia. Basicamente, o FC Porto escolhe livremente o seu destino, sem qualquer tipo de obstáculo pelo menos em relação a Marco Silva. Infelizmente, NES não fazia parte desse lote de 3 nomes que considerava em Abril serem os únicos com capacidade de darem a volta ao texto.
Perguntarão vocês e legitimamente, mas toda esta conversa de ir buscar arquivo de há 7 meses para quê? Qual a utilidade disso? Resumindo as coisas de um modo muito simples, porque os problemas são complexos e de difícil resolução, diria que:
  1. Sem um bom treinador, nada se constrói e nada se ganha. Em 2002, após 3 anos muito maus em que muitos já pediam a cabeça do Presidente e da SAD, veio Mourinho e depois foi o que foi. De quem é a responsabilidade de escolher o treinador?!?!?!?!

  2. Sem um grande ponta-de-lança é difícil ganhar um campeonato, mesmo tratando-se da fraca liga portuguesa, em que as equipas passam a maior parte do tempo animalescamente a defender. O problema não está em André Silva, que tem uma média de golos bastante apreciável dadas as circunstâncias. O problema é não haver um parceiro que tenha sido contratado com palmarés e créditos firmados, como por exemplo, Jonas, Bas Dost ou Mitroglu. De quem é a responsabilidade na escolha do plantel?
Conclusão: Com imensa pena minha, creio que NES não é solução para o FC Porto. Com imensa pena minha, creio que despedir NES a meio da época, levará a equipa a um fosso ainda maior. Ou seja, em toda e qualquer circunstância, o futuro não é risonho. A resposta à pergunta que titula este post, tem vários pontos de vista, sendo que alguns deles podem ser: não inventar na escolha de treinador e inventou-se (das dezenas de nomes, NES nem sequer era falado na CS). Contratar pelo menos uma alminha que tenha historial de golos que se apresente, não um jogador belga que não marcava assim no fraquíssimo campeonato belga. Como vamos sair do fundo em que novamente estamos? Assumindo as responsabilidades e consequências da escolha de um treinador que não caiu de paraquedas no Dragão, nem tomou o lugar de assalto. Haver coragem de quem tomou a decisão para levar a decisão até ao fim da época, altura em que TODOS terão de ser homenzinhos e assumir as suas responsabilidades, mesmo que tal implique sair sem "mamar" uma choruda indemnização. O fim das épocas é a altura ideal para se tomar este tipo de decisões. Pela milionésima vez digo, por mais assustadoras que estejam as coisa e estão (não marcar um golo que seja a chaves, tondela, belenenses, copenhaga e setúbal, é simplesmente assustador para mim enquanto Portista), sinceramente, começo a ficar farto das revoluções a meio da época não darem em nada. O cenário é neste momento simplesmente assustador!!!!

26 novembro, 2016

JOGAR SEM BALIZAS... PORQUE NÃO?


BELENENSES-FC PORTO, 0-0

Começo a ficar resignado. Começo a ter falta de argumentos para classificar ou caracterizar o actual FC Porto. Começo a entrar numa espiral sem saber onde vamos acabar. Isto é mais do mesmo. Mais derrotas, mais desilusões, mais resignação, mais comodismo…

Não marcar qualquer golo a adversários como o Tondela, o V. Setúbal, o Desp. Chaves, o Copenhaga e o Belenenses em pouco menos de dois meses, é grave. É incompreensível como se pode chegar a este ponto e não haver reacções contundentes. Descarregar tudo ou quase tudo nas arbitragens é manifestamente mostrar pouca argumentação para a situação actual da equipa e do clube. É atirar areia para os olhos dos adeptos e associados e tapar claramente o sol com a peneira.


Mais incompreensível se torna, falar de arbitragens por newsletter ou por redes sociais, quando tal se justifica. Querem falar, berrem aos microfones, levantem a voz, façam “guerra” se for preciso.

Esta noite em Belém poderia o FC Porto voltar a queixar-se de arbitragem. Principalmente no lance de Camará e Felipe mas o jogo que o FC Porto produz, é lamentável e a eficácia é terrivelmente penosa. Porque não retiram as balizas quando o FC Porto entra em campo? Pelo menos a baliza contrária.

Tinha dito aqui na última crónica que é preciso dar tempo aos 5 jogadores do meio-campo para a frente. E mantenho! Só que sem orientação, sem timoneiro e sem a estabilidade do clube, pode vir o melhor treinador do planeta que pouco melhor fará do que o que se tem visto. Quando não são visíveis uma política, uma estratégia, um rumo, uma voz e uma direcção objectiva, pouco se poderá fazer. Não há quem aguente esta situação.


Foi-se a taça de Portugal, está a champions league em aberto mas já nem digo nada e começa a ficar longe o campeonato. Vamos contentar-nos com um brilharete na taça da cerveja ou dos correios ou lá como lhe querem chamar? Ou este ano será outra vez uma época a ver navios?

Acham que se deve continuar a apoiar quem lá está a fazer de corpo presente? Acham que se deve manter o rumo e deixar correr o marfim, esperando, ingenuamente, chegar a bom porto? Pois há gente que ainda acredita no Pai Natal. E vão continuar a fazê-lo. Vão continuar a condenar, a criticar, a insultar e a denegrir quem realmente vê o abismo.

Que mais se pode dizer?

Quarto empate consecutivo, terceiro sem qualquer abanar de redes. O problema do FC Porto vai muito para além das quatro linhas e vai continuar a sê-lo.

Nuno Espírito Santo voltou a apostar no onze dos últimos jogos mas o jogo não flui. Continua a assumir as despesas do jogo mas os efeitos práticos são nulos. O Belenenses respondeu bem e não foi com surpresa que os Dragões viram o poste salvarem-lhes um golo. Na resposta foi Corona que, com um passe magistral, isolou Óliver. Este na cara do golo, com tudo para bater Joel Pereira, tentou servir André Silva. O lance perdeu-se.


O jogo continuava na mesma toada. Com o FC Porto a ter iniciativa mas sem qualquer efeito prático e o Belenenses respondendo e ameaçando os Dragões sempre que podia.

Depois veio o carimbo habitual do homem do apito. Camará dá uma cabeçada em Felipe e este atira-se para o chão. Um amarelo para cada um. Fantástico. Justiça feita. Depois Maxi, noutro lance, ganha posição, abre os braços e um adversário lança-se para o chão, simulando agressão. Amarelo para o portista. Claro! Para quem havia de ser?

Alguém falou nisto no fim do jogo na conferência de imprensa, na zona mista ou noutro lado qualquer? Nada. Ninguém defende a equipa e o clube. Saia mais um comunicado do DD que da próxima vez os árbitros fazem pior.

A etapa complementar começa com o FC Porto no comando das operações mas o golo continua a não aparecer. Surge a grande oportunidade do jogo. Marcano cabeceia para a baliza na sequência de um pontapé de canto e em cima da linha de baliza um defesa contrário sacode para fora.


NES lança Depoitre, A. André e Varela mas o jogo não ata nem desata. O campo mostra-se bastante pesado mas a equipa não é capaz de traduzir em golo as tentativas que faz. Muita fragilidade muita falta de qualidade na abordagem dos lances. Danilo lança Depoitre mas o belga falha o remate e a oportunidade de atirar ao golo.

Até ao final ainda houve uma oportunidade para cada lado. Camará atirou para defesa de Casillas e André Silva para a mancha de Joel Pereira. O nulo manteve-se e contabiliza-se mais um jogo sem um golo azul e branco (ou amarelo como preferirem já agora…).

A liderança começará nesta tarde de Domingo a ficar a 7 pontos e os Dragões poderão quedar-se pela quinta posição, feito não visível desde os tempos em que um certo palmelão gravitava pelas Antas.

Não vou dizer mais nada. Estou cansado, muito cansado.

Próxima paragem no Dragão para jogar a enorme e prestigiada prova da taça dos correios frente ao mesmo adversário desta noite.




DECLARAÇÕES

Nuno: “A nossa obrigação era ganhar este jogo”

O que falta para chegar ao golo
“Quando a necessidade é a de ganhar é difícil jogar bem e neste campo era difícil jogar com estas condições. A nossa obrigação era ganhar este jogo. Não conseguimos, mais uma vez não fizemos golo, temos este problema, preocupa-nos e temos que continuar a trabalhar, porque o caminho é o trabalho. São demasiados empates e estamos mais longe de onde queremos estar.”

O motivo da falta de golos
“Há questões que nós enquanto equipa técnica temos tentado trabalhar e temos de controlar esses aspetos. Também há mérito do adversário porque há ocasiões que foram criadas. Há muitas coisas para melhorar, sem dúvida, são demasiados empates e só o trabalho nos vai fazer sair disto.”

Mensagem para os adeptos
“Quero agradecer-lhes o apoio e a presença. É uma desilusão não lhes termos oferecido a vitória, mas temos que continuar a acreditar e humildemente pedir-lhes o apoio. Nós vamos levantar-nos e vamos sair disto.”

A diferença para a liderança
“É a posição que nós não queremos. Temos de somar pontos para sair dela e chegar o mais rapidamente possível ao topo da tabela. Continuamos, enquanto grupo unido, a acreditar que é possível melhorar a nossa situação.”

A ausência de Brahimi
“Não individualizamos as questões. Não há nenhum problema com nenhum jogador do FC Porto. Nós tomamos decisões e enquanto equipa técnica escolhemos aquilo que achamos que é melhor para a equipa.”



RESUMO DO JOGO

2800 KM SÓ PARA TE VER.


Mais uma pausa para as seleções mas ainda assim um fim-de-semana onde o FC Porto continua a jogar nas restantes modalidades e formações. O apoio, embora menor do que no jogos grandes e decisivos, está sempre presente onde quer que jogue o hóquei em patins, o andebol ou o basquetebol.

O futebol regressou à competição para mais um ciclo infernal até ao Natal. No passado dia 18, uma sexta-feira, a saída do trabalho foi à pressa e sem tempo de vir a casa arrancou todo para Trás-os-Montes. Há nove anos que o FC Porto não jogava na bela província do Norte de Portugal, curiosamente também numa sexta-feira, também contra o Chaves e também para a taça de Portugal. Lembro-me de ter ido com o meu pai ver esse jogo em 2007.

Desta vez lá estivemos novamente e enchemos o sector que nos foi destinado. Aliás, houve adeptos que mesmo sem bilhete se deslocaram a Chaves e não conseguiram entrar, pois nem na bilheteira vendiam: estádio lotado! Bilhete a um excelente preço (5 euros) o que certamente ajudou a convocar adeptos para o jogo. Pelo menos o Chaves percebeu que mais vale esgotar o estádio com bilhetes a 5 euros do que meter 500 pessoas com bilhetes a 20 euros.

Os Super Dragões e o Colectivo prestaram o devido apoio à equipa, juntamente com os restantes sócios e adeptos do FC Porto presentes. A equipa porém não retribuiu da melhor forma e foi afastada da taça de Portugal.

Seguimos juntos pelo Clube, sem qualquer ídolo, idolatramos meramente o símbolo, o emblema, aquilo que nos faz realmente cometer as maiores loucuras nesta vida.


Exemplo disse é que horas depois de fazer 300 quilómetros num dia de semana, já estávamos de malas aviadas para a Dinamarca!! Uns no Domingo, outros na segunda e ainda outros no dia do jogo, todos os caminhos foram dar a Copenhaga!! Uns a sair do Porto, outros de Lisboa, fazendo escala em Madrid, em Barcelona, em Berlim, em Bruxelas ou em Londres, o que interessa é que à hora do apito inicial estávamos quase a 3 mil quilómetros de casa a apoiar o Porto!!

Independentemente do resultado, agradeço ao Porto a oportunidade de puder viver estas aventuras juntos de amigos que fiz para a vida. Foram horas muito bem passadas, sempre com o Porto no coração. Noitadas, copos, amigos, cânticos pelo nosso Clube e claro, algum turismo também foi feito. Sempre de cachecol ao pescoço a levar o nome do Clube aos quatro cantos do mundo.

Destaque especial para recepção estrondosa dos ultras do Copenhaga ao autocarro da sua equipa. Um verdadeiro festim de S. João, fumos, tochas, fogo-de-artifício, petardos, strobs, tudo aberto ao mesmo tempo em plena rua e com autorização da polícia. Outras culturas, outras mentalidades.

Cerca de 500 adeptos do FC Porto marcaram presença num jogo em que o bilhete custou a módica quantia de 67 euros como eu já aqui tinha referido. O apoio foi bom, os núcleos do estrangeiro juntaram aos ultras que viajaram de Portugal. Ainda não alcançámos a qualificação, fica tudo adiado para a última jornada no dia 7/12 e acredito que nos vamos qualificar para a próxima fase.

Nota: Uma nota final para os anónimos que me decidem escrever. Anónima só mesmo a assinatura porque de anónimos não têm nada. Está mais uma vez provada que a cobardia não tem nome. Quem me conhece sabe perfeitamente que nunca me escondi, as pessoas conhecem-me e sabem que me podem encontrar todas as semanas onde o FC Porto jogar, às vezes duas ou três vezes por semana. Portanto, aos “anónimos” desta vida, parem lá com as “netices”, mando-vos a todos um enorme abraço e para a próxima se nos virem venham ter com a malta ou então numa próxima noite por aí tomamos um copo e pomos a conversa em dia.

Um abraço ultra.

25 novembro, 2016

DOIS PECADOS CAPITAIS?


Copo meio cheio ou meio vazio é a dúvida que nos assalta nos dias que correm.

Uma equipa sólida, que parece finalmente afinada em termos defensivos e que permite poucos lances de perigo aos adversários? Certo, mas com uma incapacidade quase patológica para fazer golos, o que não nos permite sequer vencer os últimos jogos. Um plantel que genericamente parece bastante unido e com vontade de lutar? Sim, mas que segue a 5 pontos da liderança do campeonato, eliminado da Taça de Portugal e cuja qualificação para os oitavos da Champions ainda não está garantida num grupo sem história, já ganho por um Leicester que em solo britânico está muito longe do brilhantismo da temporada passada. Uma equipa com mais armas que na temporada passada, onde pontificam jovens com uma margem de progressão assinalável? Certo, mas no futebol actual e com um passivo que urge corrigir seremos capazes de manter titulares como Danilo, André Silva, Otávio, Oliver ou Diogo Jota durante o tempo suficiente para os vermos atingir uma maturidade competitiva que nos permita voltar a ter uma equipa campeã?

Admito no entanto que mais do que pensar sobre esta época ou onde ela ainda nos poderá ainda levar, tenho dado por mim a refletir no que nos terá colocado no ponto actual, que, por mais que queiramos adornar, está bem longe do normal em 35 anos de FC Porto. Mesmo sendo daqueles que faz sempre questão de frisar que a lenda do FC Porto sempre na mó de cima neste período é uma mera ficção, devemos ser honestos e referir que nem no período 2000-2002 tivemos tantos pontos baixos como neste triénio com poucas luzes e muitas sombras.

Sem pretender ser dono da verdade e fazendo desde já uma ressalva de que nem tudo eram rosas em 2013 (como tive oportunidade de AQUI e AQUI escrever), acho que o nosso presente pouco risonho se deve em muito a 2 decisões muito concretas, cuja influência está longe de se extinguir no momento em que foram tomadas:

1- A não renovação com Vitor Pereira

Mesmo tendo-se sagrado por duas vezes campeão, nunca foi propriamente um bem-amado, com todos nos lembramos. Mesmo com esse enquadramento, a sua saída, mais ainda no timing em questão, permanecerá para mim como um mistério quase indecifrável, principalmente quando a sua substituição foi feita com um homem com apenas 1 ano de 1ª Divisão, sem percurso relevante como jogador ou treinador-adjunto em grandes clubes para poder ser considerado logo numa fase tão prematura da carreira como um predestinado pronto para assumir um barco tão complexo de dirigir.

Nos dois posts que recordo em cima, tenho uma análise completa ao percurso do Vítor Pereira enquanto técnico do FC Porto, escrita ainda com as memórias bem frescas, à qual não altero uma vírgula. Depois da sua saída, justificada à posteriori pelo Presidente com a necessidade de oferecer outros estímulos futebolísticos às bancadas, chegamos à conclusão definitiva que o que parecia fácil afinal não o er, e que o banco do FC Porto não faz de qualquer um campeão, menos ainda nestes tempos pós apito dourado, onde túneis, capelas e novos artistas aparecem semanalmente para nos mostrar o quão melhores temos de ser para vencermos em palcos cada vez mais tortos.

Nunca saberemos se Pinto da Costa estará ou não arrependido de não lhe ter oferecido a renovação logo naquela noite infeliz em Málaga, imitando outros episódios passados. Não faço sequer ideia se o Vítor Pereira estaria motivado para continuar, depois de tanta “porrada” que apanhou. Mas, tenho a certeza que pegar num treinador adjunto sem experiência de relevo, dar-lhe tempo e espaço para sobreviver à difícil tarefa de pegar naquele FC Porto e suceder a quem sucedeu e depois quando o temos no ponto de rebuçado deixá-lo partir foi um acto de má gestão, cujas repercussões rapidamente foram sentidas no desnorte que foi a época 2013/14.

2- Tudo pela reconquista em 2014/15 ou como trocar o futuro por um presente que saiu furado

Perder tudo em 2014, depois de um final apoteótico em 2012/13, fez-nos com certeza muito mal. Normalmente nestes casos queremos sempre atacar com tudo o ano seguinte, sendo que em 2014 o pensamento geral era repetir 2010: voltar a ganhar rapidamente e com o máximo de força possível.

Um novo treinador chegou, numa aposta cuja lógica se percebia bem melhor do que a do ano transacto. Lopetegui vinha do poderoso edifício da Federação Espanhola de Futebol, estava referenciado como um dos possíveis sucessores de Vicente Del Bosque (o que veio a acontecer), algo que atesta a sua valia enquanto aposta de futuro. Homem de bons contactos, antigo jogador de Barcelona e Real Madrid, onde tinha sido orientado por alguns dos melhores treinadores do Mundo, Lopetegui chegou envolvido numa aposta mais abrangente, que reformulou em grande medida o quadro de atletas da nossa equipa.

Até aí tudo seria natural, no entanto, o que se revelou uma jogada demasiado arriscada foi a própria composição do plantel. Manter jogadores como Danilo, Jackson Martinez e Alex Sandro, aos quais foram adicionados Casemiro, Oliver e Tello significava que o risco de se formar um onze base sem garantias de mais do que 1 ano de FC Porto pela frente era uma possibilidade demasiado real.

Como todos sabemos essa foi a realidade que vivemos no defeso seguinte, com a excepção Tello, mas à qual se juntou ainda as saídas de Quaresma e Fabiano, isto para falarmos de habituais titulares.

Se tivéssemos ganho e esvaziado assim o balão vermelho, esta aposta arriscadíssima poderia ter sido justificada. Como perdemos o campeonato e tivemos obrigatoriamente de começar tudo de novo com uma pressão acrescida, posso considerar que esta decisão foi o segundo pecado capital deste triénio, mais ainda pela falta de critério na reconstrução do plantel, onde apenas as mediáticas contratações de Casillas ou Maxi conseguiram disfarçar o que a partir de Dezembro se tornou demasiado óbvio: o plantel tinha sido demasiado enfraquecido para ambicionarmos vencer em 2016.



O passado já passou e nunca poderei ter a certeza que sem estas opções a realidade actual seria menos cinzenta e mais azul.

Deixo no entanto aqui esta reflexão, na expectativa de que a breve trecho possamos virar definitivamente a página deste momento pouco feliz na vida do FC Porto.

24 novembro, 2016

O ESTRANHO CASO BRAHIMI.


Um treinador é livre de fazer as suas escolhas e ter as suas preferências.
A história está recheada de jogadores idolatrados pelas massas e cujos treinadores não se iludiam com as suas capacidades, bem como jogadores criticados até à exaustão por aqueles que vêm 90m ao fim de semana, mas de quem os treinadores nunca abdicam.
No entanto, com a constituição das SAD's e respetivos imperativos da mais diferente ordem, em particular o do cumprimento de exigentes regulamentações financeiras, o paradigma da gestão desportiva alterou substancialmente, pois os jogadores não são só elementos que constituem uma equipa mas também ativos de uma Sociedade Anónima Desportiva devidamente cotada em bolsa.

Yacine Brahimi chegou ao Porto há duas épocas e meia como um desconhecido para a maioria dos portistas, e desde logo apresentou as suas credenciais: perfume de futebol nos pés, muita técnica, mas uma grande dificuldade em soltar a bola no tempo devido, seja para o passe ou para o remate. Com características absolutamente distintas, os seus defeitos e virtude faziam lembrar Hulk quando por cá também aterrou. Só que o incrível teve o prof. Jesualdo Ferreira para o fazer crescer e melhorar, e Brahimi não tem tido a mesma sorte.

Nuno Espírito Santo desde cedo mostrou que não morria de amores por Brahimi, não o tendo feito sair do banco para sequer aquecer no jogo de apresentação, nem o tendo convocado para o play-off da Champions e primeiras jornadas da Liga. Entretanto, fecha o mercado, e Brahimi não sai! A sua não saída parece-me óbvia pois as propostas que terão chegado não terão satisfeito as nossas exigências, o que é natural... o FC Porto queria vendê-lo pelo seu real valor (convém não esquecer que em 31-08-2015 recusámos uma proposta de 50 milhões da Juventus), mas os compradores não estavam disponíveis para pagar por um dispensável o mesmo que pagavam por um indiscutível.

O fecho de mercado coincide igualmente com a entrada de Luís Gonçalves, e já se ouviu pelas tv's, que terá existido uma conversa do novo homem forte do futebol com o jogador, que terá agradado bastante ao mesmo, mostrando-se este absolutamente envolvido e disponível para o grupo.
Começou a ser convocado aqui e acolá, e a jogar sem grande seguimento que lhe permitisse de facto recuperar a confiança. Pasme-se, na Champions League, a melhor de todas as montras para quem quer vender um jogador e indiscutivelmente uma competição onde a experiência pode fazer a diferença, nos 5 jogos realizados até ao momento, Brahimi acumulada 50 minutos jogados (20m em casa frente ao Copenhaga e 30m em Brugge).

O expoente máximo do absurdo atingiu-se em Chaves.
Varela havia “desaparecido” das convocatórias desde a 2ª jornada do campeonato frente ao Estoril.
De repente, qual D. Sebastião aparecido no meio do nevoeiro, passa a titular num jogo a eliminar em casa do 6.º classificado... e Brahimi no banco. Com todo o respeito que o “Drogba da Caparica” me merece, pensar naquilo que um e outro podem dar à equipa, é como comparar água e vinho. Entretanto, o argelino aquece durante 40 minutos, enquanto Layun via o jogo sentado. Terminam os 90 minutos e Nuno Espírito Santo esgota as substituições com a entrada de Layun e Evandro (outro reaparecido das cinzas!) voltando a esquecer Brahimi.
O mais extraordinário, é que depois do magnífico golo apontado pelo jogador em casa frente ao Arouca, e que poderia ser o tónico que o mesmo precisava para arrancar para uma época ao seu nível, só voltou a jogar 16 minutos em Setúbal na semana seguinte e não mais apareceu... hilariante!

Não estão aqui em causa os defeitos e virtudes de Yacine Brahimi. Eu não estou no treino, não sei como se comporta, qual o seu nível de comprometimento com o grupo, etc. Mas, uma coisa sei: se ele falhasse em tudo isto, então, nem sequer convocado poderia ser, logo, há aqui muita, muita, muita incoerência de NES e inabilidade na gestão do jogador e do homem.

A questão é que temos aqui um grande problema para resolver, similar ao ocorrido no final do mercado de Verão. Brahimi é neste momento um jogador desvalorizado, com muito menos mercado do que seria expectável, e com poucas ofertas para sair. A Administração da SAD não quererá abrir mão a preço de saldo de um ativo do qual conhece o seu real valor e do qual ainda por cima só detém 50% do seu passe. O treinador insiste em não lhe dar os minutos de jogo suficientes para que o jogador possa readquirir os níveis de confiança capazes de o catapultar para as performances que todos conhecemos, mesmo com os erros que lhe reconhecemos à mistura. Mais, o treinador está a fazer uma gestão emocional do jogador que só o pode estar a afetar ainda mais. E neste entretanto, quem perde? Perde o Futebol Clube do Porto em toda as suas dimensões: perde na financeira e perde na desportiva, porque como infelizmente temos tido oportunidade de comprovar, um Brahimi a nível médio, poderia trazer muita coisa boa à nossa equipa.

Finalizo, dizendo que quem lidera o nosso clube não se pode arredar do tema nem refugiar-se por trás de uma mera opção técnica do treinador. Com Imbula, era um Ferrari que estava na garagem... mas, só depois do treinador sair! E agora, com Brahimi, é o quê?
Uma SAD cotada em bolsa não pode ter um ativo a desvalorizar-se de dia para dia e a sua Administração nada fazer.

Até sábado, no sítio do costume...

22 novembro, 2016

UM MAL MENOR.


FC COPENHAGA-FC PORTO, 0-0

O FC Porto cumpriu a 5ª Jornada da fase de grupos da maior prova de clubes. Saiu mais uma vez sem golos, desta vez em Copenhaga, mas deixou tudo para decidir na última jornada quando receber os campeões ingleses no Estádio do Dragão.

A boa notícia é que os portistas dependem de si próprios para carimbarem o passaporte para os oitavos-de-final da prova. Apesar dos Dragões terem estado em bom plano a nível defensivo, no ataque os portistas continuam com bastantes lacunas e com falta de golos.


Nuno Espírito Santo colocou o melhor onze do momento, o onze que defrontou o benfica e com o qual obteve a melhor exibição da época. No entanto, a este FC Porto falta-lhe construir e pôr a carburar e a render metade do processo.

Ou seja, os portistas defensivamente estão irrepreensíveis com uma defesa de betão e um trinco (Danilo) que tapam muito bem os caminhos para a sua baliza. No ataque é que há muito trabalho a ser feito, principalmente na finalização.

Se formos ver a média de idades do meio-campo para a frente, verificamos que há que dar tempo a 5 jogadores com um potencial incrível. Óliver, Otávio, Corona, Jota e André Silva precisam de tempo mas também de quem os oriente no caminho certo. E é aqui que começa o problema. Com um treinador seguro, taticamente evoluído e um condutor nato de homens, este onze portista poderá fazer um brilharete.

Mas o que se tem visto é que o FC Porto é muito inconsequente nas exibições e costuma dar meio tempo de avanço aos adversários em termos de jogo jogado. Vê-se um treinador algo perdido e algo inseguro na hora de mexer. Estes jogadores mereciam melhor timoneiro.


Os regressos de Óliver Torres e Jesus Corona, depois do jogo de Chaves vieram dar alguma normalidade à equipa. Mas o jogo não foi bom para os portistas, tirando os minutos iniciais em que Jota e André Silva tentaram a sua sorte mas sem êxito.

O Copenhaga apresentou-se muito veloz nas saídas para o ataque e sempre com quatro/cinco homens junto da grande área portista. O FC Porto sentiu essa avalanche e teve que se reorganizar. Ora isso tirou algum caudal ofensivo aos portistas e fez recuar a equipa no campo.

O Copenhaga criou duas oportunidades de muito perigo perto do intervalo. Na primeira Casillas teve que se aplicar a fundo. E na segunda o central dinamarquês rematou ao lado da baliza com tudo para fazer o golo.

A etapa complementar começou muito bem para o FC Porto que conseguiu dar uma resposta aos dinamarqueses. Nos minutos iniciais, André Silva teve uma ocasião soberana para fazer o golo mas a falta de sorte e o guarda-redes contrário impediram o golo.


O FC Porto teve o ascendente na segunda metade com algumas incursões à área, fazendo recuar o Copenhaga. Procurou manter a segurança da sua baliza e perto do final, os Dragões tiveram nova oportunidade mas o nulo manteve-se.

Terminado o jogo, o FC Porto mantém o segundo lugar do grupo mas já sem a possibilidade de alcançar o primeiro. Embora dependa só de si para alcançar o objectivo mínimo que são os oitavos-de-final da prova, o FC Porto terá que vencer o Leicester na próxima jornada no Dragão para não depender do jogo Brugge-Copenhaga.

A terminar, notas finais para a excelente prestação defensiva dos Dragões, cada vez mais entrosados e afinados. Pelo contrário, a insegurança de Nuno Espírito Santo no banco, as substituições tardias e a ineficácia do poder ofensivo azul e branco, são as notas menos da noite. Já lá vão 5 jogos e 250 minutos com apenas dois golos concretizados.

Próxima paragem será em Belém, no próximo Sábado. Um estádio que nos foi talismã entre 2003 e 2013, tem sido nas últimas épocas uma má recordação.




DECLARAÇÕES

Nuno: “Foi evidente o controlo que tivemos do jogo”

Superioridade e domínio do jogo
“Vínhamos com a intenção de vencer e fechar já as contas. Foi isso que os jogadores procuraram, num jogo que teve duas partes diferentes. A segunda parte tivemos um controlo e um domínio total de jogo, muitas ocasiões, muita produção, controlando totalmente o adversário, o que nos faz acreditar que este é o caminho. O jogo da segunda parte assemelha-se muito ao que queremos para a equipa. Há qualidade e talento…vamos trabalhá-lo e naturalmente os golos vão aparecer naturalmente.”

Falta de eficácia e confiança
“O trabalho da equipa técnica também é fazer com que os jogadores nunca deixem de acreditar nas suas capacidades, e isso não acontece, não há falta de confiança. Sabíamos da importância que tinha o jogo, os jogadores interpretaram bem o nosso plano e fizeram a plenitude do trabalho. Há que dar os parabéns e converter esta juventude em virtude. Estamos a construir uma equipa que se baseia no espírito coletivo e há muita confiança no que temos.”

Retardamento das substituições
“Quando jogamos como jogámos na segunda parte não há problema em não fazer substituições. Os 11 que estavam em campo estavam a fazer bem. Foi por demais evidente o controlo que tivemos da segunda parte.”

Entrada de Varela e Evandro
“São opções. Temos que tomar decisões com base no que vemos, tendo confiança em todo o plantel. Neste jogo optámos por estas duas substituições, como poderiam ter sido outras em outras circunstâncias.”



RESUMO DO JOGO

CARO NES: NÓS NÃO ESTAMOS FERIDOS NEM NOS SENTIMOS PREJUDICADOS.


Anda aí uma corrente de opinião que sustenta que as arbitragens não são decisivas nem têm influência na classificação final do campeonato. Uma teoria geral que defende que, a bem ou a mal, os grandes são sempre os mais beneficiados. Um pensamento que refere que, mesmo prejudicado, o FC Porto tem que conseguir ganhar os seus jogos. Que a arbitragem nunca é capaz de ter uma influência decisiva num resultado. Basicamente usam e abusam dos livros de autoconfiança: se quisermos muito ganhar, mesmo sendo muito prejudicados, vamos na mesma conseguir ganhar.

Decidimos então lembrar aos mais distraídos 3 jogos decisivos disputados pelo FC Porto esta temporada, nos quais a equipa de arbitragem teve uma influência directa no desenrolar das partidas:
  • FC Porto 1 x 1 AS Roma (1ª Mão Play-Off Champions League)
    O FC Porto perdia em casa por 0x1, após autogolo de Felipe aos 21 minutos. A Roma sufocava o FC Porto. A maioria dos portistas no Dragão pensava, e bem, que a passagem à fase de grupos seria tão só uma missão quase impossível, tamanha a supremacia romana. No entanto, aos 28 minutos, Vermaelen é amarelado. Aos 41 minutos, o mesmo Vermaelen atinge André Silva no rosto. O holandês Bjorn Kuipers não se amedronta e mostra o segundo amarelo e consequente vermelho ao central belga. O jogo muda e, com ele, a inclinação da eliminatória.
  • AS Roma 0 x 3 FC Porto (2ª Mão Play-Off Champions League)
    O 1x0 bastava para a Roma de Dzeko, Salah, Strootman, Perotti e Nainggolan passar a eliminatória no emblemático Stadio Olimpico. O FC Porto aguenta bem a pressão romana, mas a expulsão do capitão De Rossi, antes do intervalo, por agressão, facilita e de que maneira o trabalho dos azuis e brancos. A abrir a 2ª parte, é a vez de Emerson Palmieri receber ordem de expulsão do juiz polaco Szymon Marciniak. O destino da Roma estava traçado e não passava pela Liga dos Campeões.
  • Club Brugge 1 x 2 FC Porto (3ª Jornada Grupo G Champions League)
    Já passava dos 90 minutos quando Paolo Tagliavento, árbitro italiano, assinala grande penalidade a favor do FC Porto. André Silva não perdoa e carimba a primeira vitória fora de portas do FC Porto nesta edição da Champions, deixando o clube muito mais confortável e confiante para os restantes 3 jogos da fase de grupos. Três pontos preciosos para quem tem como objectivo atingir os oitavos-de-final da prova milionária.
O que têm em comum estas três partidas de futebol? Simplesmente o facto de serem dirigidas por árbitros estrangeiros e por contarem para competições europeias. Além disso, têm em comum uma novidade e algo raro de ver nos dias que correm: os árbitros assinalarem penalties a favor do FC Porto e expulsarem adversários do nosso clube. Em comum têm também o facto de terem tomado decisões correctas, com natural influência no resultado. Ainda são capazes de defender que as arbitragens não têm influência directa nos resultados e nas classificações finais?

Aqui chegados, não adianta aos adeptos do FC Porto mostrarem-se indignados e berrar que a Direcção e o seu Presidente não se manifestam nem dizem um BASTA! Se não o fizeram nos últimos 5 anos, não é agora que o vão fazer. A Direcção é composta por um Presidente que há muito se demitiu do papel que em tempos representou: o de líder nortenho de uma guerra contra os poderes sulistas instalados; por um Advogado que nunca se lhe ouviu uma palavra que seja acerca dos destinos futebolísticos do clube; por um político/gestor que de futebol percebe muito pouco (e de contas, pelo andar da carruagem, também); por um funcionário de longos anos do clube, que nunca se distinguiu pelo discurso externo e capacidades de comunicação para fora de portas; e por um novo Director para o futebol, que ainda não teve tempo ou não foi capaz de mostrar algo que valha.

E não adianta também aos portistas esperar que NES seja o vulcão de contestação que todos gostavam de ver no banco do FC Porto. Se não percebeu até agora o que se lhe pede/exige, seria ingénuo pensarmos que vai percebê-lo até ao final do seu contrato (isto se tiver tempo de o cumprir). Estamos a falar de um homem que foi treinado por Jesualdo Ferreira e que conviveu no balneário com grandes símbolos do FC Porto. Se, com este CV, NES não é capaz de dar um murro na mesa e chamar os bois pelos nomes, é porque de facto não é talhado para o actual momento que o clube atravessa.

NES pede aos árbitros “que sejam justos”.
NES diz que “tem sido evidente e, não creio que haja nada premeditado, mas há erros evidentes e sentimo-nos prejudicados”.
NES diz que “estamos feridos”.

Está totalmente errado e alheado do que se passa à sua volta.

Caro Nuno, vê lá se percebes uma coisa, nós não estamos feridos coisa nenhuma. Nem nos sentimos prejudicados. Nós estamos é na m*!d&, estamos f*di#&s, sentimo-nos espezinhados, humilhados, roubados. Sentimos que cospem, jornada sim, jornada sim, na história deste emblema.

Sentimos que nos desrespeitam todos os fins-de-semana, seja em casa, seja em terreno alheio. Sentimos que gozam com a nossa cara, que se riem de nós, que nos ROUBAM PREMEDITADAMENTE. E tanto faz que seja em Alvalade frente a um grande, como em casa do modesto Chaves. O clube assiste impávido e sereno a roubalheiras dignas de Butch Cassidy e Sundance Kid e tu, Nuno, que conheces o clube como a palma das tuas mãos, vens dizer que nos sentimos “prejudicados e feridos” ?!

Não, Nuno. Eu e todos os portistas sentimo-nos fod&d%#, humilhados, desprezados, insultados. Sentimos que a camisola do FC Porto já não é respeitada em relvado nenhum do luso-futebol. E a História e o Mestre Pedroto ensinaram-nos que não é com falinhas mansas e com educação de salão que se mudam as coisas. E se tu, esta Direcção e este Presidente não percebem (ou já se esqueceram) como é que se ganham títulos contra os clubes da capital, o melhor é que SAIAM JÁ e dêem lugar a outros. Com estes, assim, já não vamos lá. É chão que já deu uvas.

Rodrigo de Almada Martins

AS NOSSAS MODALIDADES – RESUMO DO FIM DE SEMANA.


JOGO DA SEMANA

O jogo da semana será obrigatoriamente o de ANDEBOL, já que se trata do último degrau antes da fase de grupos da EHF Cup.

Deslocação ao pavilhão dos austríacos do Bregenz, que este ano foram eliminados da Liga dos Campeões numa fase de apuramento por eles organizada, o que indiciava desde logo a dificuldade que a nossa equipa iria enfrentar. Por isso, não se poderia esperar resolver a eliminatória logo na 1ª mão. E assim foi.

A nossa equipa conseguiu manter-se sempre no jogo, vencendo no final por 1 golo de diferença, demonstrando que a qualidade do nosso andebol cresce ano após ano e sobretudo graças às participações europeias. Só defrontando os melhores jogadores com armas similares, número de estrangeiros por exemplo, os nossos atletas poderão evoluir e mostrar-se competitivos perante estes adversários.

E porquê abordar agora este tema agora?

Porque ao olhar para os regulamentos que são impostos à nossa equipa de basquetebol, não compreendo como se pode querer ser competitivo na Europa com metade dos estrangeiros dos outros países e com ilegalidades como limitação ao nível dos atletas comunitários. Sim, ILEGALIDADES. Os tratados europeus impõem livre circulação de pessoas, bens e capitais, e depois a nossa federação de Basquetebol resolve limitar o número de atletas comunitários com possibilidade de serem inscritos. Como poderão os nossos atletas evoluir a jogar contra alguns atletas que têm defrontado?

Se houvesse respeito pelas leis, iriam encontrar jogadores com mais qualidade e não venham com o argumento dos parcos recursos financeiros de muitas equipas, porque se o campeonato tivesse mais qualidade, certamente melhores patrocínios apareceriam. Com mais e melhores atletas, não era só o campeonato que melhorava, mas os jogadores selecionáveis teriam mais qualidade e as seleções teriam melhores resultados, mas a federação parece apenas preocupada em manter a capacidade competitiva de um certo clube cujos recursos financeiros não têm fim em detrimento de competições mais competitivas e seleções mais fortes.

Mas isto, daria texto para uma reflexão muito mais profunda e não é este o espaço, porque seria sempre olhado como uma tentativa de desculpar as derrotas europeias desta época com estes argumentos.


AS OUTRAS MODALIDADES

Nas outras modalidades, começando pelo BASQUETEBOL, pagou o esforço dos jogos europeus e com uma primeira parte pouco conseguida, foi batida pelo vitória em Guimarães. A equipa soma agora 4 vitórias e 2 derrotas, deslocando-se no próximo sábado ao complicado terreno da Ovarense, mas entretanto, lugar ainda à recepção ao Sopron na última jornada da FIBA Europe Cup.

Por fim, no HÓQUEI EM PATINS, recepção e vitória clara perante o Paço d’Arcos por 12-1, num jogo em que o vencedor nunca esteve em sequer em causa. A equipa parece ter aprendido a lição do resultado perante o Merignac, onde nenhum jogo está ganho à partida e temos sempre que entrar concentrados e a lutar pela vitória desde o apito inicial.



Abraco,
Delindro

21 novembro, 2016

UM REGABOFE!


Tudo aquilo que pudesse escrever aqui relativamente ao que se passou na passada sexta-feira em Chaves, seria redundante. Do visionamento de imagens daqueles 120 minutos, ressalta conclusões demasiado evidentes aos olhos de toda a gente que, “chover no molhado”, mais uma vez creio não vá acrescentar grande coisa a esta análise.

Uma dúzia de penalties e mais não sei quantos lances contra o FC Porto depois, Jorge Nuno Pinto da Costa veio a terreiro afirmar ao jornal o Jogo:

“O que ao início surpreendeu, passou a ser normal aos olhos de Pinto da Costa que se fartou entretanto de ver tantos lances em que o FC Porto sai prejudicado. Por isso, em Chaves deu um murro na mesa. Mas não acredita que isso baste para mudar o que quer que seja”.

O problema é exatamente esse. Neste momento, a normalidade passou a ser gozar com o FC Porto e gozar à tripa forra num regabofe tal, que chega ao ponto dos árbitros gozarem connosco, rirem-se da nossa cara e seguirem alegremente a sua vida. Não sei se fui o único a reparar em tal, mas a "capelinha" em Chaves para além de gozar com a nossa cara, parecia uma "bicha louca", de um lado para o outro, abanando-se e rebolando pelo relvado que nem uma "maluca". Sinceramente, já começamos a passar da fase do gozo para a fase do regabofe total, tudo isto tem enorme piada, e nós, "tolinhos", ainda nos estamos para aqui a chatear e perder tempo em ver uma competição que cada vez mais parece estar inquinada num único lado.

O grande problema de tudo isto é aquilo que já digo há anos e anos e não me canso de o dizer: as queixas em relação aos árbitros fazem-se desde muito cedo, se possível logo na primeira vez em que somos prejudicados. Pinto da Costa falou tarde demais e numa altura péssima. Após quatro jogos, em que já ficou pelo caminho a taça e a liderança ficou bem mais longe, a equipa já entrou numa fase de desespero. É evidente!

Quando as equipas estão mais intranquilas no seu momento desportivo, como o atual FC Porto, é justamente quando devem ser mais protegidas. Porque falar de arbitragens quando se está mal desportivamente, soa sempre a desculpa de mau perdedor e é sempre enquadrado pelos rivais como forma de desviar as atenções. Depois, há aquilo que não é novidade nenhuma para qualquer Portista, a habitual mistura entre a dimensão desportiva e a dimensão é arbitral, ou seja, pode roubar-se à descarada o FC Porto, mas depois como se falham golos, como o treinador erra nas substituições ou como o jogador A ou B falham num ou noutro lance, já não se pode falar de arbitragem.

Que fique bem claro, uma coisa não tem nada a ver com a outra. Uma coisa é a análise desportiva ao atual momento do FC Porto, que obviamente tem muitos aspetos negativos. Outra coisa completamente diferente é a análise às arbitragens nos jogos do FC Porto. Porém, tudo isto está relacionado entre si, a equipa não ganha, intranquiliza-se, aumentam os nervos, os árbitros sentem-se cada vez mais confortáveis em roubar o FC Porto, roubam uma vez, duas vezes, três vezes, roubam até à exaustão porque se sentem confortáveis nessa posição. Sim, dada a dimensão a que se chegou, não se pode falar apenas em erros humanos, o FC Porto tem sido literalmente alvo de extorsão, pura e dura. Podemos é filosofar se a extorsão é premeditada ou não. Inventemos então um novo conceito, o conceito da extorsão não premeditada. É extorsão, mas sem querer...

Porque tudo isto é verdade e muito bonito de dizer, mas um mau resultado na 3ª feira tornam completamente ineficazes todas estas queixas em relação à arbitragem, algo que já devia ter sido feito há mais tempo por quem de direito. E caso aconteça, lá voltaremos nós à fase do fuzilamento em tudo e todos, desde o treinador, aos jogadores, acabando na SAD. Estou triste com tudo isto. Triste, preocupado e muito pouco crente. Mas sempre, sempre a sofrer, apoiar e desejar que o meu clube ganhe! Sempre ao lado do meu FC Porto!!!

18 novembro, 2016

O CAPELA E O MANSO.


CHAVES-FC PORTO, 0-0 (3-2 após GP)

Hoje não pretendo falar muito do jogo jogado dentro das quatro linhas. Apesar deste tópico servir para escrever o que vejo em cada jogo, hoje tenho que escrever muito para lá do que se passa dentro do rectângulo do jogo.

Estive “in loco” a acompanhar este jogo, no meio dos nossos que é o lugar onde devemos ver e acompanhar a equipa. Seja em que modalidade for. Há coisas que me ficaram na retina e que, aos poucos, vão contribuindo para mudar a minha maneira de pensar, de ver e de viver o clube.

O título escolhido para esta crónica incidirá em dois personagens que acabam por estar interligados. Não é à toa que as coisas acontecem. Não é por acaso que o actual FC Porto está como está. Não é por graça do Espírito Santo que o clube anda à deriva. Tudo tem uma explicação. A solução é saber encontrá-la.

Fui habituado, desde que me lembro, a ver no meu clube uma postura dinâmica, interventiva e com uma voz activa sempre nos superiores interesses do clube. Nada nem ninguém nos fazia o caldo na cabeça porque a voz do líder e a sua postura mantinham em sentido quem de direito. Mas hoje de há uns anos a esta parte isso não se verifica.


Voltamos aos idos anos 50, 60 e 70 onde éramos bons rapazes e comidos de todas as formas e feitios. Nesses anos e nos que se seguiram, o presidente em exercício era o maior crítico, a par do Mestre José Maria Pedroto, das posturas dos MANSOS. Tão crítico e tão feroz nos ataques e agora faz o mesmo que outrora outro dirigentes faziam?!

Somos e temos sido constantemente prejudicados escandalosamente pelas arbitragens e ninguém do clube intervém e nada se faz para mudar o cenário. Continua tudo muito tranquilo, na paz do senhor e do Espírito Santo. Limitámo-nos a uns comunicados por imagens no facebook e a uns “gritinhos de donzela” no Dragões Diário. Aqui está descrito O MANSO.

Depois têm que ser os MST´s, os Guedes, os Serrões, os Angelinos e outros adeptos com alguma voz na comunicação social a denunciar as situações na praça pública. Mas quando estes senhores falam e criticam situações internas do clube, é O MANSO que surge tão depressa a atacar quem quer o bem do clube e não tem qualquer interesse para além da paixão e do amor que nutre pelo mesmo. Mas O MANSO já não ataca os órgãos de comunicação social, as arbitragens e os que nos atacam e nos prejudicam. Além disso pretende passar a mensagem de que os nossos inimigos estão dentro de portas.

Não sou muito de ir ao futebol. Não sou muito de acompanhar a equipa para todo o lado por questões pessoais. Bem gostaria de o poder fazer. Mas ontem pude estar perto daqueles que acompanham religiosamente a equipa. Semana após semana, jogo após jogo, eles estão lá, eles nunca abandonam o clube, fazem milhares de quilómetros para poderem apoiar a equipa, muitos deles com grandes sacrifícios pessoais e financeiros. E, confesso, que me entristece e causa-me pena ver que não há respeito por estes fiéis adeptos.


Ontem senti-me assim. Ontem senti um pouco do que esses adeptos sentem semana após semana. E não é fácil. Não é nada fácil chegar ao fim do jogo, ver mais uma das muitas capeladas e assistir a um silêncio sepulcral da parte de quem manda e dirige o clube. Não concebo uma postura destas. Não venham com comunicados do DD ou imagens na página oficial do facebook. Isso é atirar areia para os olhos dos adeptos.

No lugar dos fiéis adeptos, sentir-me-ia desrespeitado e gozado porque o FC Porto merece ter nos seus quadros alguém que o defenda como teve quem o defendesse durante 30 anos. Sei que não irá ter, no futuro, alguém com a mesma competência, com a mesma sabedoria, com a mesma sagacidade como teve nestas últimas décadas. Mas c´os diabos! Todos sabemos dar uns berros. Todos sabemo-nos revoltar quando somos prejudicados ou injustiçados. Estamos à espera de quê?!

Esta época já contabilizei 12 penalties claros a nosso favor sonegados pelas equipas da arbitragem. E ninguém faz nada?! Ninguém acaba com esta vergonha?! Ninguém põe mão nisto?!

Como nada fazemos, como não reagimos e como parece que gostam de ser masoquistas, surge então neste enredo O CAPELA. O pensamento é simples: “eles deixam fazer, nós vamos continuar”.

Até quando vamos assistir ao mesmo?

Para fazer a crónica do jogo jogado, confesso que tive que rever o jogo quando cheguei a casa por volta da 01:00 da madrugada. Isto porque a visibilidade no estádio não era a melhor para analisar o jogo.


O FC Porto, sem fazer um jogo bem conseguido, dominou toda a partida, inclusive o prolongamento. Foi a única equipa que quis vencer. O Chaves pretendeu desde o minuto inicial adiar ao máximo o golo portista. A toada do jogo foi sempre morna mas o FC Porto foi sempre superior no terreno.

O Chaves incomodou apenas uma vez José Sá com William a cabecear ao lado da baliza portista. Depois disso foi sempre do mesmo. O Chaves a jogar com bloco baixo e o FC Porto pacientemente mas sem velocidade a tentar acercar-se da baliza flaviense.

Até que em cima do intervalo, surge a primeira capelada. André Silva recebe uma “mochila cor-de-rosa nas costas” e é impedido de cabecear para a baliza. Capela, “o voucher-man”, fecha os olhos e o nulo mantém-se.

Regressados do intervalo, o FC Porto criou uma situação de golo aos 53 minutos mas André Silva rematou fraco para as mãos do guardião contrário. Dez minutos volvidos surgiu a oportunidade da noite com André André, regressado ao onze, a rematar com estrondo à barra da baliza flaviense.

Em cima dos 90 minutos, outra oportunidade flagrante dos portistas com Danilo a atirar para defesa apertada do guarda-redes contrário e na sequência, Diogo Jota rematou com estrondo mas um defesa do Chaves de cabeça salva um golo certo.


O prolongamento começa como acabou o primeiro tempo do jogo. Capelada x2. Estavam decorridos 94 minutos de jogo, a bola na grande área é jogada pelo braço de Freire. Já é normal. Siga a banda da capela! No minuto seguinte jogada brilhante de Diogo Jota e Depoitre falha o golo.

Aos 104 minutos, dá-se a capelada – parte 3. Evandro (porque nunca é opção???) remata com violência à entrada da área e Assis faz uma defesa, dentro da área, como se tratasse de um guarda-redes. Volta o árbitro a mandar jogar. Não há falta nenhuma, claro!!!

Segunda metade do prolongamento, o FC Porto continua a carregar para evitar a lotaria dos penalties mas o jogo foi mesmo para as grandes penalidades. Neste capítulo, o FC Porto esteve mal com Layún, Depoitre e André Silva a desperdiçarem as suas grandes penalidades. O Chaves desperdiçou apenas duas e segue para os oitavos-de-final da Taça de Portugal com um resultado de 3-2 no desempate por castigos máximos.

Para terminar, quero dizer que gosto da actual equipa do FC Porto. Da sua atitude, do seu empenho, da sua postura, da sua irreverência e da sua juventude mas merecia ser melhor orientada e merecia ter uma direcção mais capaz. Mais interventiva e mais competente.

Próxima paragem: Copenhaga, Terça-feira, 22 de Novembro. Confirmará o FC Porto a passagem aos oitavos-de-final da Champions league? Vamos esperar para ver.




DECLARAÇÕES

Nuno: “Sentimo-nos muito prejudicados com a arbitragem”

O que falhou no jogo
“Deixámos cair um dos objetivos, claramente, mas já alcançámos outros. Hoje falhou muita coisa. Fazer golos, não deixar o jogo chegar à sorte dos penáltis. Fomos uma equipa que quis, produziu, mas temos de concretizar as nossas oportunidades. Quando queremos atingir os objetivos temos de ser mais contundentes, mais eficazes. Somos uma equipa equilibrada, não nos criam ocasiões, mas há que pensar e retificar esse aspeto.”

Análise à arbitragem
“Hoje só houve uma equipa que procurou o jogo e foi a nossa. Estamos magoados e revoltados pelo que aconteceu. Não creio que haja alguma coisa premeditada, mas hoje o árbitro claramente não viu o que devia ter visto, um penálti claro. Não é justificação, mas são incidências do jogo que nos deixam revoltados. Hoje os erros foram evidentes, claros e sentimo-nos muito prejudicados com a arbitragem de hoje. Se o árbitro tivesse visto o que todos viram não seria necessário ter chegado aos penaltis.”

O jogo de terça-feira frente ao Copenhaga
“Agora temos de nos levantar muito rápido, pois na terça-feira temos já um jogo muito importante. É um momento importante para nós, como era este também. Esta eliminação foi um passo atrás no nosso objetivo, que era ganhar tudo. Esta Taça já não a podemos ganhar, mas seguimos confiantes para os próximos objetivos, a começar já por terça-feira.”



RESUMO DO JOGO