31 janeiro, 2007

7ª Aniversário da Casa do FC Porto de Espinho

Realizou-se na 2ª feira passada, dia 29 de Janeiro, a festa-jantar do 7º aniversário da Casa do FC Porto em Espinho. O ponto alto da festa foi a entrega do ‘Dragão de Espinho’ ao andebolista Rui Rocha, figura que se destacou ao serviço do FC Porto e da Casa de Espinho dos Dragões, pondo fim este ano à sua carreira neste clube.

O apresentador de serviço, como não poderia deixar de ser, o portista Júlio Magalhães.

Na entrada da sala de espectáculos do Casino, estavam já instalados uma carrada de fotógrafos e televisões, tudo à espera do momento alto da festa, a chegada do Sr. Presidente do FC Porto e restante comitiva que o acompanhavam. Mas como sempre, o nosso Presidente sendo uma pessoa imprevisível e cheia de surpresas, decidiu tramar todos os ‘abutres’ que se preparavam para a sua chegada, fazendo uma entrada de rompante, fintando-os com uma grande pinta! Surgiu na sala directamente pelo elevador porta-paletes, não se cruzando deste modo com os ‘abutres’. De imediato, todas as portas se fecharam e os ‘abutres’ não tiveram qualquer possibilidade de se infiltrar ou de conseguir uma foto, nem mesmo uma única palavra ao Sr. Presidente.

O jantar começou… entretanto iniciarem-se os espectáculos no palco, e posso-vos dizer que até foram muito interessantes.

Ao longo da noite, foram diversas as pessoas, umas mais anónimas que outras, que subiram ao palco para homenagear da melhor forma o FC Porto os seus dirigentes, assim como a Casa de Espinho dos Dragões.

Mas a esta hora, já todos esperávamos pelo momento chave da noite… a presença no palco do nosso Presidente, Sr. Jorge Nuno Pinto da Costa. Naquele momento, o salão onde nos encontrávamos, quase veio abaixo com o entusiasmo e a adrenalina que se apoderou de todos os presentes. O que seria que ele hoje teria para nos dizer?

Chegada a hora, começou a discursar, dizendo que não se iria pronunciar em demasia, pois o seu estado de espírito não estava no seu melhor, mas mesmo assim, e outra coisa não seria de esperar, surpreendeu tudo e todos com o seu vocabulário (como sempre faz!!!).

Num EXCLUSIVO deste blog, o discurso do Nosso Grande Presidente, Sr. Jorge Nuno Pinto da Costa:


"Podem contar comigo sem qualquer receio, porque sempre darei o meu apoio ao FC Porto. Não há nada, nem ninguém que faça mudar o meu caminho em prol do FC Porto.
Hoje mesmo, estive na Polícia Judiciária para o qual fui convocado para ser testemunha na semana passada em determinada questão. Estive lá muito tempo, muito tempo mesmo, 3 horas (!) porque avariaram-se as impressoras… devem ter ficado intimidadas com a minha presença. Três horas para serem escritas 2 páginas!!!
Mas como estou habituado e preparado para tudo, de lá saí como entrei; de consciência tranquila e como testemunha. Quando cheguei cá fora, apesar de toda a confidencialidade da matéria e da forma como fui solicitado e convocado para lá estar, quando saí eu julguei que era alguma manifestação, fiquei sem saber se era pelo SIM ou pelo NÃO!!!. Eram os jornalistas de todas as televisões, de todas as rádios e de todos os jornais que tinham adivinhado que eu lá estava - não há dúvida nenhuma que a nossa comunicação social é muito inteligente!
Saí e fiz questão de não faltar a esta festa, a qual tenho de me ausentar daqui a pouco, pois eu e na companhia do Sr. Reinaldo Teles temos de ir trabalhar ainda, porque amanhã, pelas 10h00 da manhã temos de entregar uma exposição para ver se aqueles que dirigem o nosso futebol me sabem explicar o porquê de que para os jogos do FC Porto fora são requisitados árbitros não internacionais, e para os outros clubes, árbitros internacionais.
Como nós não conseguimos compreender, temos de recorrer a quem sabe mais do que nós. Vão certamente ter argumentos que nos vão convencer de que de facto o Sr. Elmano Santos deve continuar a arbitrar todos os meses o FC Porto.
Podem dizer tudo o que quiserem.
Eu serei sempre o mesmo em defesa do FC Porto.
Não me incomoda nada saber, como soube hoje ao chegar ao Estádio do Dragão, que haviam faxes que diziam que eu estive na Polícia Judiciária para ser ouvido no processo Casa Pia! - esse não é o meu forte, podem ter a certeza. Que mais me vão acusar?!
Para terminar, vou transmitir tudo o que penso, tudo o que quero, tudo o que sinto através de um poema dedicado a todos vós, um poema de José Régio."

Como poderão imaginar, foi um momento muito marcante para mim, sendo a primeira vez que estive presente num acontecimento destes… deixo-vos aqui as imagens e o som recolhidos por telemóvel naquele momento. A imagem não está perfeita, mas o som está muito bom. Divirtam-se, porque eu diverti-me e muito!... não me ouvem a rir? eheheheheh

Para finalizar, aconselho vivamente a todos os BLUES a pensarem no 8º aniversário da Casa dos Dragões em Espinho… temos de marcar isso, sem falta! Um bem haja a todos,

BiChO
# e-mail recebido pelo Grande Amigo BiChO

PS1 – Ouvi dizer que; disseram-me que; contaram-me que; soou-me que ‘alguém’, terá ficado muito agradado com o espectáculo musical grego presenciado… ou afinal, terá sido com a desenvoltura das «gregas»? eheheheh

PS2 – E não é que já só faltam mais 24 horas?... e depois outras tantas para… ;-)

PS3 – Admito que não queria estragar este magnífico post, e logo o primeiro remetido pelo Grande Amigo Bicho, mas não resisto, não consegui, é mais forte do que eu: 2 jogos para o Quaresma? 2 jogos?... não vão ser muitas as vezes que me ouvirão a dizer estas coisas aqui neste espaço, mas desta vez é demais e quando é demais, é hora de chamar os BOIS pelos nomes: CAMBADA DE F***** DA P***, PREPAREM-SE PARA O QUE VOS ESPERA!! QUEREM BRINCAR? OK!! LET'S GO PARTY.

Voltaram as dores de cotovelo

'Nortada' do Miguel Sousa Tavares...

Jesualdo Ferreira fica a saber que é muito mais difícil triunfar no FC Porto do que por outras paragens. E, se já era difícil antes, agora, com o «factor Carolina», vai ser bem mais.

Sexta-feira à noite, eu estava fora e, para dizer a verdade, nem sequer me lembrei que o FC Porto jogava em Leiria. Por volta da meia-noite recebi uma mensagem de um amigo benfiquista: «Já nem à equipa B conseguem ganhar…Vá lá que perderam só por 1-0.» Foi assim que fiquei a saber do desastre de Leiria. O resto, os pormenores, só fiquei a saber três dias depois. E conclui que, manifestamente, o meu amigo benfiquista tinha feito um relato muito particular e resumido dos acontecimentos de Leiria. Por junto, a única coisa incontroversa é que o Porto tinha perdido 1-0.

Desde logo, a piada da «equipa B», reflectindo aquilo que é a atitude de vida dos benfiquistas, hoje em dia: eles desconfiam de tudo, tudo o que mexe. Treinado pela antiga glória portista Domingos Paciência (ai, que saudades!), com dois ou três jogadores emprestados pelo FC Porto, está bom de ver que outra coisa não era de esperar do que o Leiria facilitar a vida ao FC Porto. Azar o deles: o Leiria ganhou, Paulo Machado foi dos melhores em campo e Ivanildo marcou de forma perfeita o livre que ditou o resultado. Satisfeitos? Não, na próxima oportunidade voltarão a desconfiar. A semana passada, aliás, tive ocasião de ler um texto benfiquista onde, em todo o seu esplendor, se explicava como é que tudo serve para desconfiar. A propósito da expulsão do leiriense Harrison no jogo da Taça contra o Benfica, dizia-se que ele, claro, tinha sido bem expulso. Mas, ao mesmo tempo, levantava-se a suspeição: é que, tendo sido expulso, ele não iria poder jogar o jogo seguinte. E, contra quem era o jogo seguinte? Contra o Porto — estão a ver, não estão?

A mensagem do meu amigo pecava, a seguir, por deformação jornalística: «Perderam só por 1-0.» O «só» dava a entender que poderiam ter sido mais. Mas o visionamento do jogo e os comentários lidos, afinal, revelaram uma coisa bem diferente: o União de Leiria não teve mais nenhuma ocasião de golo, marcou através de um livre inexistente e o FC Porto atirou três bolas à trave, viu um penalty perdoado ao Leiria e jogou meio jogo com um a menos. Detalhes.

Enfim, faltava, obviamente, dizer o principal: o FC Porto não jogou só em inferioridade numérica toda a segunda parte, jogou o jogo inteiro, porque aos onze de Leiria juntaram-se mais duas adjacências insulares, verdadeiramente decisivas para o desfecho final. O FC Porto já tinha sido prejudicado pela arbitragem várias vezes esta época, mas sempre havia conseguido superar esse obstáculo e sair vencedor. A novidade em Leiria, é que foram coisas de mais e todas juntas fizeram o resultado. Salvo o devido respeito pelo União de Leiria, o FC Porto não foi vencido pela equipa de Domingos: foi vencido pela dupla Elmano Santos-Sérgio Lacroix.

Dos dois penalties reclamados pelos portistas, um aceito que não tenha existido ou tenha sido duvidoso. O outro foi claro, embora subtil, mas de frente para o árbitro: uma mãozinha marota que corta deliberadamente um remate com destino a golo. Há um offside arrancado a Postiga que é bem claro que não existe e, sem o qual, ele ficaria frente a frente com o guarda-redes. No livre que dá o golo único ao Leiria, pese às sentenças catedráticas do sr. Coroado e passadas e repassadas as imagens as vezes que se quiserem, não há hipótese de descortinar qualquer falta, ou sequer contacto, do Pepe sobre o avançado leiriense. E há, enfim, a expulsão do Quaresma, que é determinante para o resultado: a partir daí, o Porto não ficou apenas com um jogador a menos, ficou com o Quaresma a menos, o que faz toda a diferença.

Sobre a expulsão do Quaresma, li e ouvi todo o tipo de opiniões: que sim, que não, que talvez. Antes de dizer qual é a minha, não posso deixar de fazer notar duas coisas. Uma é que a moda da perseguição às cotoveladas, viveu-se intensamente há três anos e custou ao FC Porto um campeonato, quando o Deco e o McCarthy passaram uma infinidade de jogos de fora devido a cotoveladas, reais ou supostas. Foi uma época em que se achou absolutamente normal acreditar que só os jogadores do FC Porto é que tinham cotovelos. Passada essa moda, e depois de os jogadores portistas terem sido instruídos para evitarem tudo o que, de perto ou de longe, se pudesse assemelhar a uma cotovelada, as cotoveladas desapareceram misteriosamente do futebol português: o Costinha chegou a sair do campo em semicoma, com traumatismo craniano, o Quaresma saiu de maxilar fracturado e nada aconteceu aos cotovelos alheios. Mas eis que agora, com o FC Porto na liderança com oito pontos de avanço, regressam as cotoveladas. E pela mão do bandeirinha Sérgio Lacroix, que parece ter-se especializado em detectar cotoveladas ao Ricardo Quaresma.

A segunda coisa que queria fazer notar é a ironia da situação: o Ricardo Quaresma, justamente porque é o mais brilhante jogador do campeonato, é também o mais massacrado com faltas dos adversários. Há jogos em que chega a ser revoltante assistir à passividade dos árbitros perante o massacre estratégico a que ele é sujeito, não apenas para bloquear o seu génio, mas também para o desgastar fisicamente e intimidá-lo. Pois foi precisamente o Ricardo Quaresma que o sr. Lacroix resolveu escolher exuberantemente para exemplo de má conduta disciplinar. E, cúmulo da ironia, ele, a quem Tixier tinha fracturado o maxilar no jogo da 1.ª volta, sem sequer ter visto um amarelo, acaba expulso agora, com um vermelho directo, por suposta agressão ao mesmo Tixier. Há coincidências fantásticas!

Mas, enfim, agrediu ou foi sem querer— qual é a minha opinião? Estou no meio-termo: nem acho que tenha havido agressão, nem acho que tenha sido involuntário. Vista e revista diversas vezes a jogada, concluí isto: primeiro, que ele mandou uma braçada para trás, com intenção de atingir o adversário; segundo, que o movimento do braço, aberto, não é de cotovelada nem é com o cotovelo que atinge Tixier, mas sim com as costas da mão; terceiro, que, obviamente, tal gesto não justificou o espalhafato de Tixier, rebolando-se no chão como se tivesse sido atingido com um tiro de uma Magnum entre os olhos; quarto, que Quaresma não quer agredir o adversário, nem sequer o está a ver quando faz o gesto, quer apenas soltar-se de quem o está a agarrar pela camisola, impedindo-o de jogar; e quinto, que, de toda a gente presente no estádio, o único que não estava em situação de ver o lance de frente e desimpedido era justamente o sr. Lacroix, que tinha os dois jogadores de costas para si e engalfinhados um no outro. Mas o sr. Lacroix podia e devia ter visto o Tixier a agarrar a camisola a Quaresma e, se tivesse assinalado a falta, nada mais teria sucedido. O que se torna incompreensível é que num lance em que, no máximo, haveria lugar à mostragem de um amarelo, o árbitro aceite a indicação do seu bandeirinha e nem hesite em mostrar o vermelho directo a um jogador por uma jogada em que ele, árbitro, de frente, nada viu, e o bandeirinha, tapado, é que jura ter visto tudo. E fazê-lo, sabendo que, com isso, poderia estar a decidir o jogo, como sucedeu.

Razão teve Jesualdo Ferreira para, no final, quebrar pela primeira vez o seu absoluto silêncio sobre arbitragens (aliás, extensivo a qualquer elemento do FC Porto). Mas agora o professor ficou a saber do que a casa gasta. Irá descobrir, como tantos antes dele, que uns têm a má fama e outros o proveito. E que é muito mais difícil triunfar no FC Porto do que por outras paragens.

E, se já era difícil antes, agora, com o «factor Carolina», vai ser bem mais. Ai do árbitro que doravante se atreva a, na dúvida, não decidir contra o FC Porto: arrisca-se a passar logo a suspeito do próximo best-seller literário-processual!

# no Jornal “A BOLA”, 2007.01.30

30 janeiro, 2007

Hoje, tal como ‘sempre’…

… estávamos no dia 22 de Março de 1959, na 26ª e última jornada do campeonato de 1958/59. FC Porto e Benfica estavam empatados no cimo da tabela com 39 pontos cada. Nos jogos entre ambos, dava outro empate: 0-0 nas Antas e 1-1 na Luz. Em golos, os azuis-e-brancos tinham 78 marcados e 21 sofridos, o ‘clube do regime’ 71 marcados e 19 sofridos, o que dava uma vantagem de 5 golos para o FC Porto.

Nesta última jornada, o FC Porto deslocava-se a Torres Novas para defrontar o Torreense, enquanto que o ‘clube do regime’ recebia na Luz a CUF. Vencemos o nosso jogo em Torres Novas com um resultado final de 1-3, enquanto que o ‘clube do regime’ conquistava idêntica vitória, mas por números diferentes (7-1).

Em termos aritméticos e classificativos, o FC Porto acabou por ganhar o campeonato por 1 golo de diferença, tendo terminado ambos com 41 pontos cada, o FC Porto com 81-22 em golos marcados e sofridos, o ‘clube do regime’ com 78-20. Mas no futebol, e então no tempo do ‘antigo regime’, tamanhas são as histórias que não se apagam dos livros, há sempre mais alguma coisa a discutir para além da frieza numérica das estatísticas.

Há, pelo menos, «os árbitros». E o árbitro que interessa aqui falar é o que estava na Luz a apitar o ‘clube do regime’ - CUF, o famoso Inocêncio Calabote, que começou o jogo da Luz 5 minutos (!) depois do de Torres Novas e prolongou-o por mais 7 minutos (!!). Marcou ainda três penáltis para o ‘clube do regime’, que José Águas transformou em outros tantos golos, ultrapassando o anterior líder, Teixeira, do FC Porto, e sagrando-se o melhor marcador da prova.

Mas o ‘clube do regime’ acabou por não conseguir ser campeão com todo esse «roubo descarado», e tudo porque faltou um único golo, ou então um penálti à Calabote (!!!).

Esta é mais uma daquelas histórias que não se apagam… mais uma história de espantar!

PS – E não é que já só faltam 2 dias para... e apenas 3 para... ;-)

29 janeiro, 2007

Um ‘mito’ falso como judas...


Apitos - comer e calar
Ontem apercebi-me de um dos muitos efeitos secundários do processo Apito Dourado, para além do evidente condicionamento do trabalho das equipas de arbitragens nos jogos com os portistas. De acordo com alguns colunistas, o FC Porto não se pode queixar das arbitragens. Não alegam que não tenha razões de queixa, alegam que não se pode queixar. Tem que comer e calar. Apesar de nenhum dirigente portista ainda ter sido considerado culpado de coisa nenhuma, o FC Porto já não tem direito a reclamar justiça. E os julgamentos ainda não começaram...

# Jorge Maia no jornal 'O JOGO' de 2007.01.28


O ‘mito’ há muito que está criado, para o bem ou para o mal… pouco interessa se jornada a jornada, ficam penalties por marcar a nosso favor; pouco interessa se os nossos jogadores são massacrados com dureza excessiva, sem qualquer castigo disciplinar; pouco interessa se ‘inventam’ faltas virtuais que nunca existiram; pouco interessa se temos ou não razões de queixa, etc, etc.

Desde que começou essa história do ‘Apito Dourado’, que ao que vemos diariamente na imprensa escrita e falada, se resume única e exclusivamente a um nome: o nosso Presidente PdC; passou a vigorar a lei que diz que «em caso de dúvida, apite-se sempre em desfavor dos azuis-e-brancos»… desde o inicio desta época desportiva, parece ter sido feita uma adenda a essa regra imposta na arbitragem neste Portugal dos pequeninos e invejosos. Desde esse já longínquo mês de Agosto de 2006 que passou a vigorar uma nova lei nos relvados: «apite-se sempre em desfavor dos azuis-e-brancos».

Já não bastava ter que se suportar toda essa estratégia nojenta com origem num ‘clube com nome de bairro’, e agora, apesar de toda a tendência que vemos jornada a jornada, ainda nos querem amordaçar a nossa liberdade de expressão, o nosso direito a reclamar e a protestar, traduzindo-se, a nossa voz!

Tomem bem consciência do que vos dizemos, sua cambada de chulos, cobardes e vendidos… por muito que se esforcem, nunca conseguirão atingir o fim a que há muito e muito anos se propuseram: extinguir-nos!

Pela nossa parte, não voltaremos a permitir que brinquem connosco. É hora de ressuscitar o TRIBUNAL e porque não, amigável e cordialmente, fazer ver a todos esses ‘insuspeitos’ que nos olham de soslaio, que não voltaremos a permitir que brinquem com o nosso suor, com o nosso trabalho, com o nosso orgulho, com o nosso amor e com a nossa honra.

Portistas, mantenham-se atentos, muito atentos… por mim, o copo já transbordou!!

26 janeiro, 2007

‘Insuspeito’ Elmano & Quaresma… uma dupla eficaz

Competição: bwin 06/07 (16ª jornada)
Data: 26.01.2007
Local: Estádio Municipal Dr. Magalhães Pessoa, Leiria
FC Porto: Helton; Fucile, Pepe, Bruno Alves e Lucas Mareque; Paulo Assunção (Vieirinha), Raul Meireles (Ibson) e Lucho; Quaresma, Postiga (Bruno Moraes) e Lisandro
Golos:

E há 16ª jornada, na 1ª jornada da segunda volta, sofremos a 2ª derrota para a Liga Bwin, o que irá concerteza provocar nos próximo dias, em muitos lares, em muitos estúdios e também em muitas redacções deste 'país de invejosos', uma tal excitação, que até ao próximo jogo, não vai haver mais assunto.

E para não variar, depois da longa paragem natalícia, tão ao bom gosto do nosso Prof. Jesualdo Ferreira, ao que parece, o único que lhe deu nota ‘positiva’, os resultados e as exibições vieram aos trambolhões por uma descida acentuada, que não está a parecer agora fácil encarreirar na ‘nossa normalidade’.

Não vi os primeiros 20 minutos de jogo, mas pelo que fui ouvindo, como já é corrente, o FC Porto entrou a pressionar muito forte o meio campo adversário, não deixando a equipa do Lis sequer respirar. Ainda o jogo estava nas ‘primeiras caminhadas’, decorridos apenas 5 minutos de jogo, e já Ricardo Quaresma rematava na direcção do poste da baliza de Fernando. Logo a seguir, passado outro número de minutos, Postiga já dentro da área dispara com a bola a ser desviada por um defesa leiriense.

Pensava eu cá para mim que era apenas uma questão de tempo até ao 1º golo, o que é certo é que lentamente, fomos perdendo segurança a meio-campo, o que originou um equilíbrio no jogo. Apesar de tudo, fomos sempre os únicos a criar oportunidades de golo, com maior ou menor facilidade, mas sem conseguir atingir o objectivo final - o golo.

Até ao fim da 1ª parte, tempo ainda para entrar em cena o ‘insuspeito’ Elmano com miopia total e completa em 2 lances que poderiam ter tornado a história do jogo completamente diferente… no 1º lance, fechou os olhos ‘à carícia’ do Marcos António às pernas de Postiga… no 2º lance, piscou os olhos ao defesa Renato, como que a dizer não ter visto a defesa da bola com a ‘mãozinha marota’… nessa altura, se dúvidas ainda tinha, elas ficaram-me completamente dissipadas… o ‘insuspeito’ Elmano sabia bem ao que vinha e com que intenções.

Estávamos então neste ‘roubo à mão armada’, quando mesmo em cima do intervalo, numa disputa de bola, Ricardo Quaresma tem mais uma daquelas suas atitudes do mais estúpidas e parvas que lhe reconheço, ao nível da sua qualidade técnica, mas que pensava já irradiadas da sua cabeça há muito tempo e faz o melhor favor que alguma vez poderia ter feito ao ‘insuspeito’ Elmano; dar-lhe razões para o colocar no balneário… estúpido Quaresma! estúpido Quaresma!! Chega o fim da 1ª parte, com o FC Porto com mais oportunidades de golo, bolas ao poste, 2 penalties ‘escamoteados’ e um jogador expulso.

Com menos um jogador para a 2ª parte, e ao contrário do que se calhar não era suposto, o FC Porto volta a entrar por cima no jogo, mesmo com menos um jogador em campo, mas obviamente manifestando algumas dificuldades em preencher todos os espaço do campo, o que não invalidava manter a tendência para ser a única equipe em campo a criar oportunidades de golo.

Estávamos a 20 minutos do fim do jogo, quando o União de Leiria chega ao golo e faz o 1-0 através do defesa Tixier, no seguimento de um livre marcado por Ivanildo para a molhada na entrada da pequena área. Hélton, limitou-se a olhar a bola a encaminhar-se para o fundo da sua baliza.

A partir daqui, o jogo portista não teve mais cabeça, não teve mais pulmão… a não ser, o coração e o desespero, o que facilitou e de que maneira a tarefa à equipe adversária. Admito que qualquer equipe dificilmente se voltaria a recompor a tão pouco tempo do final do jogo, depois de 2 penalties escamoteado pelo ‘insuspeito’ Elmano, pela expulsão de um colega de equipe justíssima (!!!) e ainda sofrer um golo, sem que a União de Leiria tivesse feito o que quer que fosse para tal. Se já era difícil, tornou-se quase impossível a partir daí.

Até ao final do jogo, assistiu-se apenas ao desespero, e pensei que a determinada altura, ao descontrolo total por parte de alguns dos nossos jogadores, o que admito, ainda bem que não chegou a acontecer, caso contrário, o ‘insuspeito’ Elmano esfregaria as mãos de felicidade para poder fechar o ‘trabalhinho’.

azul + : Lisandro Lopez muito esforçado; no resto, pouco mais, muito pouco mais.

azul – : arbitragem a roçar a escandaleira; estupidez mental de Ricardo Quaresma; substituições que nada trouxeram de novo à equipa; e continuação da ‘má onda’ pós-natalícia com a 2ª derrota na Liga Bwin

PS - Elucidativa a 'gaguez embriagada' do comentador da Sportv a tentar esconder o sol com a peneira no lance das grandes penalidades... parecia o Orelhas com os seus tipicos 'hummm, hummm' que nada dizem, nada esclarecem... era o Rui Águas a tentar num e noutro lance confirmar as nossas razões de queixa da arbitragem, e o tal da 'gaguez embriagada' como que a mandá-lo calar por gestos... elucidativo!! Cada vez mais me convenço que esta 'merda de país infestada de invejosos', está a saque, a saque literal. Está na hora de lhes fazermos «guerra» sem medo, sem tréguas e sem piedade; não vão a bem, vão 'ao pontapé e a estalo'. Que 'filha da putice' nesta Sportv 'vermelha', côr de merda quando foge!!

As verdades, duras como punhos…

Ontem, e cumprindo a rotina diária que é já como um vicio, ‘vagueava’ por alguns dos meus blogs de referência, quando reparo num comentário escrito pelo ‘Menphis_child’ do blog Sangue Azul, comentário esse que automaticamente me fez perguntar a mim próprio: ‘c’um carago, porque é que eu nunca me lembrei desse documento para publicar no blog?’… mas afinal, ‘que documento’ é esse, perguntam vocês?

Esse documento é tão só uma relíquia ‘original’ que guardo religiosamente desde 1992 (ou será 1993?), que fora distribuindo na entrada para um jogo no antigo Estádio das Antas (não me recordo o jogo), distribuição essa a cargo da claque ‘Super Dragões’ que davam ainda nessa altura os seus primeiros passos na conquista da mágica curva sul; o considerado ‘mítico Tribunal’. Por essa altura, já o Miguel Sousa Tavares escrevia os ‘seus artigos de opinião’ no Jornal PÚBLICO.

Juntou-se o útil ao agradável, ou seja, nesse período, já toda a ‘corja de invejosos’se espumava perante a nossa conquista da supremacia do futebol em Portugal, lugar esse que pensavam eles, além de lhes pertencer por ‘direitos adquiridos no tempo da outra senhora’, era eterno… como eles já andavam tão distraídos, digo eu!

Os ‘Super Dragões’, aproveitando uma crónica recente do Miguel Sousa Tavares que tinha sido publicada no Jornal PÚBLICO, colocaram mãos à obra e mandaram produzir milhares de fotocópias a cor azul (só podia, não é?) em papel de gramagem mínima. O resultado foi o que abaixo podem verificar… sublime este «Em defesa do FC Porto»!

(http://i101.photobucket.com/albums/m66/blogdoblueboy/blog%20-%20post%20images/mst_em_defesa_do_fcp.png)

No meio de tantos outros, descobri mais uma pérola do Miguel Sousa Tavares no mesmo jornal, mas relativa ao ano de 1998, com o título «A revolta dos medíocres».

(http://i101.photobucket.com/albums/m66/blogdoblueboy/blog%20-%20post%20images/MST-arevoltadosmediocres-1998Public.gif)


Portanto, volto a repetir: a história nunca se apaga, porque essa está nos livros!!

NOTA MUITO IMPORTANTE

Felizmente que sou PORTISTA e não informático lol... só por isso, não consigo dar fim a este 'nice problem' da visualização das imagens. Contudo, já consegui melhorar a imagem da crónica do MST em 1992 ou 1993. Têm 2 formas para visualizar a imagem: através do link que está disponivel logo abaixo da imagem ou se preferirem e para ainda lerem melhor a imagem, seguem o 1º passo e depois copiam a imagem para o vosso pc e abrem-na num qualquer programa de imagem e é só dar-lhe zoom... eu faço assim e fica mais que legivel a leitura... melhor, só mesmo o original na está no meu arquivo à 'Pôncio Monteiro' eheheheh.Se alguma dúvida ainda subsistir, é favor deixarem aqui mensagem na caixa de comentários.

25 janeiro, 2007

A "fruta" da 2ª Circular

Estou farto das ‘meninas virgens do calor da noite’, estou farto das ‘justiceiras dos tribunais’, estou farto dos ‘traficantes de pneus’, estou farto dos ‘devedores ao fisco’, estou farto do ‘canal oficial dos invejosos’ (TVI), estou farto dos ‘Lucilios Calabotes’, estou farto dos ‘Manhas’, dos ‘Cartaxanas’, das ‘oleosas de ganga roçada e por lavar’, estou farto de muitas mais «personagens nojentas».

Estou farto de assistir a toda esta orquestração que mais não é do que a maior campanha de ‘julgamento popular’ que alguma vez se viu neste triste país repleto de invejosos e ridículos, e tudo só porque há um homem a abater, custe o que custar, doa a quem doer: o nosso Presidente Pinto da Costa.

Eles querem lá saber da verdade desportiva, eles querem lá saber da justiça; o que eles querem mesmo é a ‘cabeça’ dele e não param de sonhar com o dia de o ver com as correntes de ferro nos pés e a caminhar para a forca.

Toda esta ‘novela mexicana’ é um desplante para quem tenha vivido nos tempos da ditadura e saiba como eram feitas as coisas, num período que durou décadas em Portugal e no entanto, os adeptos desse ‘clube com nome de bairro & Ca. Lda’ tenham a lata de apontar «hoje» o dedo aos outros!

Era bom que nunca se esquecessem, ao contrário do que demonstram de há muitos anos para cá, que neste Portugal houve um regime que os ‘beneficiou descaradamente’ e lhes beijou o ‘traseiro’ durante décadas. Portugal, nesse momento da história, era Lisboa e o resto que se f*******!

Infelizmente, há coisas que por muitos anos que se passem após a «revolução dos cravos», não mudam neste país, o que vale dizer que ainda hoje, todo esse ‘bajulamento e baixamento das calças’ do antigo regime, mantém-se no novo regime por parte das televisões, da imprensa escrita, dos políticos, etc.

Resta-nos apenas uma coisa, e é com ela que nos agarramos diariamente com toda a força para continuarmos a nossa luta contra o centralismo de Lisboa. Eles bem que podem apagar semanalmente todos os roubos ‘camuflados’, todas as escandaleiras ‘abafadas’, todas as tramas ‘mentirosas’, porque por muito que se esforcem, nunca apagarão a «HISTÓRIA»… essa está nos livros!!

Vai aqui um exemplo dessa ‘tal história’ que eles gostariam que se apagasse na história... azar, mas por muito que passem a «borracha» por cima, ela teima em não se apagar!!

Em Dezembro de 1995, o jornal do regime, vulgo "A Bola", reproduziu uma entrevista dada pelo ex-árbitro inglês Howard King, onde o mesmo revelava que fora aliciado com prostitutas oferecidas por Sporting e Benfica nos dias que antecederam os jogos para as competições europeias.

O primeiro caso passou-se em 1984, num jogo entre o Sporting e o Dínamo de Minsk em que os leões viriam a vencer por 2-0. Na noite anterior, afirma King, foi levado a um local "onde se encontravam muitas raparigas das mais belas e bonitas" (citação de King), tendo-lhe sido dada a possibilidade de escolher a que ele desejasse (o que veio a suceder).

No segundo caso, de regresso a Portugal em 1992, desta vez para um jogo entre o Benfica e o Sparta de Praga, mais uma vez Mr. King teve a oportunidade de confraternizar com uma jovem, desta vez supostamente encarregada para o efeito pelo clube encarnado e ainda com o bónus de receber prendas que excediam em muito o autorizado pela UEFA.

Estas afirmações, que me recorde, são verdadeiras, porque nunca!! foram contrariadas pelos clubes envolvidos… os tais clubes do antigo regime e que se auto-intitulam eternos «donos da verdade suprema».

Para lerem toda a noticia, basta clicar na imagem e poderão recordar letra a letra, palavra a palavra, frase a frase, toda a ‘tal verdade’ que eles se esforçam por apagar da história… mas como disse, a «HISTÓRIA» não se apaga nunca, porque essa está nos livros.

Amanhã, colocarei outra descoberta muito interessante nas minhas navegações pela Internet… e até é recente, muito recente mesmo. Gostava de ‘o ouvir’ agora, o que teria então para dizer, mas aposto que a «gaguez» o atraiçoaria… aguardemos então por amanhã.

24 janeiro, 2007

Segredos do apito

'Nortada' do Miguel Sousa Tavares...

A sugestão que tenho a fazer é simples: que a televisão que na altura transmitiu o tal FC Porto - Estrela da Amadora volte a transmiti-lo, em horário que permita a todos os que se interessam pelo Apito Dourado voltar a recordar o jogo. Assim, todos poderiam perceber bem a existência ou não do tal nexo de causalidade e julgar por si a dimensão da tarefa que aguarda a Dr.ª Maria José Morgado.

A Dr.ª Maria José Morgado está zangada e com razão porque o despacho que fez determinando a reabertura do processo relativo ao jogo FC Porto - Estrela da Amadora de 2004, apareceu publicado na net pouco depois de ter sido enviado a várias entidades, entre as quais os advogados dos arguidos no processo. Ela desconfia, e provavelmente também com razão, que a fuga de informação terá partido de um desses advogados. Em consequência, a Sr.ª procuradora adjunta determinou mais um daqueles inquéritos, sempre rigorosíssimos e para ontem, para determinar quem será o violador do segredo de justiça. Há, porém, dois pequenos problemas a toldar o fundamento da fúria da senhora procuradora.

Em primeiro lugar, é altamente discutível que estejamos perante uma violação do segredo de justiça. É que, face à lei, tal só existe quando o processo está em segredo e, neste caso, o processo estava já arquivado e não havia, portanto, segredo algum a resguardar. Só a partir do despacho dela é que o segredo se reinstala. Em segundo lugar, não deixa de ser curioso que só esta situação tenha enfurecido a ilustre procuradora, e não todas as outras situações de violação do segredo de justiça - e, essas sim, indiscutíveis - que têm ocorrido com os interrogatórios à pessoa da D.ª Carolina Salgado, levados a cabo por ela. De há duas semanas para cá, desde que Maria José Morgado iniciou tais interrogatórios, temos sido confrontados com a descrição detalhada dos mesmos, publicada em alguns jornais e em tais termos que, mais do que relatos dos interrogatórios a uma testemunha, parece estar-se perante o teor de uma sentença sumária e condenatória dos arguidos. Ora, correndo uma vez mais o risco de enfurecer a fúria justiceira instalada tranquilamente em tantos espíritos moralizadores da praça, faço notar o seguinte: a Dr.ª Maria José Morgado tem beneficiado do privilégio processual de interrogar livremente uma testemunha quando quer, onde quer, as vezes que quer, pelo tempo que quer. Fá-lo sem a presença de um juiz que possa impedir ou limitar formas inadmissíveis de interrogar, sem a presença dos acusados e de advogado que os represente e que possam contestar as perguntas, contra-interrogar, assegurar um princípio fundamental de direito penal, que é o do contraditório. Que estes interrogatórios, onde os arguidos não têm a menor hipótese de defesa e que se passam apenas entre gente do Ministério Público, apareçam depois publicados nos jornais, isso sim, é que é uma grave violação do segredo de justiça - que no passado e em casos semelhantes tem funcionado como uma forma de pré-condenação de suspeitos e pré-determinação da opinião pública. Que a ninguém ocorra mandar investigar essas fugas parece-me, de facto, curioso.

Mas vale a pena dizer algumas coisas mais sobre o segredo de justiça, cuja natureza e alcance, em minha opinião, tem sido totalmente deturpado. O segredo de justiça visa duas coisas: proteger a eficácia das investigações judiciais e os direitos de defesa dos arguidos. À acusação, isto é, a quem investiga, compete garantir a protecção de ambos os interesses; mas à defesa, aos arguidos, apenas é exigível, a meu ver, a protecção do segredo em benefício próprio. Se eu for chamado para ser interrogado num processo-crime, que está em segredo de justiça, não vejo que fundamento me poderá impedir, em minha defesa (e, numa fase processual em que praticamente não existem meios de defesa), de sair cá para fora e declarar: «Fui ouvido sobre isto e aquilo, coisas que não têm fundamento algum». Aliás, se algum dia me acontecer tal coisa, declaro desde já que, depois de interrogado, tratarei de dizer o que me apetecer - antes que a versão do meu interrogatório que possa convir à acusação apareça, soprada por ela, nos jornais. Assim como, se algum dia previr que me possa acontecer aquilo que aconteceu a alguns dos suspeitos do Apito Dourado, que foi o facto de, sem fundamento algum para suspeitar da fuga, terem sido mandados deter previamente para interrogatório, ficando depois presos dois ou três dias à espera que a juíza tivesse tempo para os ouvir, eu farei o mesmo que fez Pinto da Costa: vou para Vigo ou para Badajoz, e de lá telefono à juíza a perguntar-lhe o dia e a hora certa em que me quer ouvir, e só então me apresento. Porque, lá por serem juízes e magistrados, não têm o direito de ofender a liberdade das pessoas e enxovalhá-las previamente. Só não resiste aos abusos da autoridade quem está habituado a amochar habitualmente.

Em minha opinião, portanto, a suposta violação do segredo de justiça cometida por quem pôs a circular na net o despacho da Dr.ª Maria José Morgado:

- não me parece que possa ser juridicamente classificada como violação do segredo de justiça;

- a ser considerada tal e a ter sido cometida pela defesa dos arguidos, tem toda a legitimidade, face a anteriores violações - essas sim, indiscutíveis e graves;

- e, finalmente, num processo mediático como este, o conhecimento do teor do despacho da Procuradora reveste-se e revestiu-se de todo o interesse público.

Vejamos esta última afirmação. O despacho de Maria José Morgado confirma que a única razão que ela encontrou - os tais «factos novos» que permitem a reabertura de um processo já arquivado - são os depoimentos da D. Carolina Salgado. E permitiu-nos também ficar a saber que a Dr.ª Maria José Morgado não considera relevante a questão da credibilidade da testemunha, bem como a das razões que a levaram ao acto de traição e vingança pessoal que o seu livro e a sua súbita disponibilidade para colaborar com a Justiça revelam. E considera mal, obviamente: ao contrário do que ela escreveu, seja qual for o juízo final que, em tribunal, se venha a fazer sobre a credibilidade da testemunha, é evidente que tal facto não é «estranho ao processo», mas absolutamente decisivo para se chegar depois à conclusão subsequente sobre a veracidade do seu testemunho. Sustentar que Carolina Salgado é uma testemunha como outra qualquer, a quem nada de pessoal move contra Pinto da Costa, é uma crença manifestamente condenada ao fracasso em qualquer tribunal normal.

Resta depois o essencial. Pelo que li do que ela terá dito nos interrogatórios, se há coisas que ela não trouxe foram justamente «factos novos» - como aliás já se esperava. O que ela trouxe no livro e repetiu agora foi comida requentada. Disse o que já todos sabiam sobre o árbitro Jacinto Paixão, o empresário António Araújo e a fruta. Sobre isto, quero repetir o que já antes escrevi e que me parece absolutamente honesto: julgo que, de facto, o FC Porto terá proporcionado serviços, e não propriamente de fruta, ao referido árbitro e a pedido deste. Mas, reconhecido isto, restam por provar duas coisas: uma, que tal não é ou não era prática corrente em todos os clubes e em diversos jogos, incluindo os das competições europeias - onde os clubes da casa são supostos receber, instalar, oferecer as refeições e acompanhar os árbitros internacionais, satisfazendo-lhes as vontades e mordomias. Quem acha que tais coisas não sucedem em Lisboa, seguramente que imagina que em Lisboa também não existem respeitáveis estabelecimentos como o Calor da Noite. É preciso demonstrar, pois, que o tratamento dado pelo FC Porto a este árbitro foi a excepção e não a regra. Desconfio que há muita e insuspeita gente, entre a qual extremosos pais de família e dirigentes desportivos, a quem tal investigação não convirá por aí além.

A segunda coisa que será necessário provar é a tal chatice do «nexo de causalidade» entre o suposto acto de corrupção e o pagamento do favor por parte do corrompido. É, de facto, uma chatice, mas a lei assim o exige, e eu poderia explicar longamente porque é que tal exigência não é um formalismo oco, mas uma garantia essencial de que a justiça é feita, não por palpites, presunções e interesses de terceiros, mas por provas irrefutáveis. Sobre isto, e presumindo (se calhar, mal) que a Dr.ª Maria José Morgado não se interessa ou perceba de futebol, a sugestão que tenho a fazer é simples: que a televisão que na altura transmitiu o tal FC Porto - Estrela da Amadora, e que terá os direitos sobre ele, volte a transmiti-lo, com a devida publicidade e em horário que permita a todos os que se interessam pelo Apito Dourado voltar a recordar o jogo. Assim, todos poderiam perceber bem a existência ou não do tal nexo de causalidade e julgar por si a dimensão da tarefa que aguarda a Dr.ª Maria José Morgado. Seria um acto de serviço público.

# in Jornal “A BOLA”, 2007.01.23

23 janeiro, 2007

Um fantástico 'tributo' ao FC Porto

Estava eu no fim-de-semana ocupado com as ‘lides domésticas’ do blog, quando deparo com um e-mail enviado por um novo amigo desconhecido de seu nome sr_antónio (nome muito original, diga-se de passagem eheheh). Além dos enormes elogios ao blog, o que já o tendo feito por e-mail, volto a agradecer mais uma vez, convidou-me a visualizar um vídeo relativo ao FC Porto que se encontrava alojado no YouTube e que o deveria fazer de imediato, pois de certeza, iria adorar.

Admito que nunca o tinha visto, nem sequer ouvido falar dele, apesar das frequentes pesquisas que faço pelos sites de alojamentos de vídeos que se encontram pela Internet. Estava então na hora de aceitar o repto lançado pelo tal novo amigo desconhecido, e clicar no link do ‘tal vídeo’… que grande e imenso estalo que levei, admito!

Ver aquele vídeo, com todas aquelas imagens (algumas um nada fracotas…), todo aquele ritmo musical que diga-se de passagem, está excelentemente bem seleccionado, fez-me ficar ‘petrificado’ e a viajar em pensamentos numa outra qualquer constelação planetária. A primeira visualização foi quase como que um aquecimento que antecede um grande jogo de futebol… depois, foi só novamente clicar em ‘play’, não sem antes colocar o som do portátil nos “limites”, acomodar-me confortavelmente e ‘viajar’ até que as lágrimas (é verdade!) me percorressem os olhos, é que este vídeo, tributo ou como lhe queiram chamar, é arrepiante, intenso, brutal, mágico e LINDOOO!

Se «amam» o Mágico FC Porto de igual forma tal como eu o sinto, recomendo a todos vocês que o vejam e que se preparem para ‘fortes emoções’, não sem antes, colocarem o som bem alto, mas bem alto mesmo, caso contrário, muito do «efeito surpresa» perde-se pelo meio… para quem já viu, olhem, vejam novamente que não ficam a perder nada.

PS – mais uma vez, obrigado ao sr_antónio por este grande momento. Aqui está o blog dele; visitem-no.

22 janeiro, 2007

Durante o fim-de-semana…

… empate (1-1) no jogo-treino de sábado com a equipe do Tourizense, o que equivale a dizer que pelos vistos, foi bem mais difícil do que defrontar a «turma lampiona». Parece que a ‘má sina’ das equipes teoricamente mais fracas, continua a manter-se. Engraçado que ao intervalo perdíamos, apresentando um 11 maioritariamente titular. Só na 2ª parte, e com os habituais não titulares, chegamos ao empate e logo através do 50º «regresso» ao activo de Sokota. Quanto aos ‘habituais ridículos’ que brincam com estes resultados, aproveitem, digo eu, porque oportunidades ao longo da época para o fazerem, não há muitas, não é verdade?

… e ainda no sábado, será verdade que se apresentou o seu mais recente reforço de Inverno? Apesar de eu próprio já não depositar muita confiança neste regresso, e com a sorte do ‘caraças’ que o homem tem, não tarda nada que daqui a 2 semanas esteja novamente no estaleiro e para mais uns bons meses. Oxalá desta vez, e para satisfação de toda a gente (jogador, direcção e adeptos), tenha voltado de vez para ficar em ‘full’. Pela parte que me toca, saúdo o regresso de Sokota e desejo-lhe a melhor sorte para de hoje em diante, porque apesar de todos os azares, sempre mostrou força de vontade, manifestando-se um jogador bastante lutador e que nunca desiste. Boa sorte!

… e para não variar, ainda no mesmo dia, estreou-se o até agora único reforço de Inverno, o lateral esquerdo Mareque. Integrou a equipe titular e manteve-se em jogo até meio da 2ª parte. Pelo que li na imprensa escrita, ter-se-á integrado muito bem, tendo até confirmado alguns dos seus atributos que o fizeram ser contratado: boa técnica individual, acrescentada por uma enorme propensão ofensiva. Será que se perfila a titularidade para Leiria na próxima 6ª feira, em virtude do desvio de Fucile para o lado direito defensivo, dado o impedimento por castigo de Bosingwa? A ver vamos.

… mas no domingo, saiu na imprensa o potencial interesse do FC Porto na aquisição do avançado do Rennes (França) e já internacional sub-21: Jimmy Briand. Admito que nunca ouvi falar do rapazinho, mas se levarmos em conta a excelente aptidão natural das camadas jovens em França para fabricarem ‘grandes promessas’ do futebol, talvez não seja uma oportunidade a descurar. É verdade que a sua folha de serviço enquanto avançado não é ‘por ai além’ (desde 2002/03, já marcou 7 golos, 3 deles esta temporada), mas como sempre digo, os jogadores são como os melões; só depois de contratados é que se vê a sua qualidade. Será sinal que Adriano estará mesmo de partida?

… ainda no mesmo dia, ao que parece, também corre por aí um zum-zum qualquer sobre um potencial interesse no central norte-americano Oguchi Onyewu, de 24 anos e a actuar no Standard Liège (Bélgica), com contrato a terminar no final da época. Outro tal que sinceramente, nunca ouvi falar nem bem, nem mal. Talvez se justifique esta ou uma outra contratação para esta zona especifica do terreno dado o retrocesso no regresso de Pedro Emanuel que para esta época desportiva, ‘já era’, e depois porque Ricardo Costa nunca foi (nem será) alternativa aos habituais titulares. Como cartão de visita, muito forte na marcação e jogo aéreo, mas ao que consta, o FC Porto tem a concorrência de Chelsea e Fulham, o que diga-se de passagem, não traz muitas boas perspectivas para a concretização desta operação, mas aguardemos por desenvolvimentos futuros.

20 janeiro, 2007

Grande PdC… e os eternos ‘invejosos’!!

Mais uma pérola do nosso Presidente. Está tudo na Revista ‘Dragões’ deste mês. Deixo-vos aqui mais um testemunho actual, muito actual:


“Sem que esse facto notável constitua qualquer motivo de interesse jornalístico, como se tem visto pelos pasquins de sempre, a verdade é que o FC Porto continua a vencer e acima de tudo a convencer, a dar espectáculos desportivos e a contribuir decisivamente para o aumento do PIB nacional ao provocar uma procura fora do comum nas farmácias de pastilhas contra a azia. Parece sina, mas não é... As vitórias do FC Porto serão sempre secundarizadas hoje, como o foram no passado, e sê-lo-ão no futuro, completamente ultrapassadas pelos êxitos fantasmas dos clubes da toda poderosa Lisboa que nos tenta sufocar, nos persegue em permanência e se esforça para nos calar a alma! Valha à pena, ao menos isso, que no momento presente não nos encontramos sós neste abandono por parte da comunicação social... Curiosamente, ou não, o Caso Casa Pia queixa-se do mesmo, da mesma falta de atenção jornalística. Mas, como contra factos não há argumentos, aí vai o "pouco" que já fizemos esta época:

- Vencedor da Supertaça.
- Qualificação para os oitavos-de-final da Champions.
- Líder convincente no Campeonato Nacional.
- Melhor ataque.
- Melhor defesa.
- Melhor goleador

Não chega, nós sabemos bem! No FC Porto já nos habituamos à ideia de que tudo o que for menos do que vencer os marcianos, e se possível por 15-0, é pouco. Paciência! Porém é o que temos para dar a este Portugal doente, com tanto esquizofrénico à solta e com uma plêia de estúpidos que gostam de tratar os outros como eles são: isso mesmo, estúpidos!

19 janeiro, 2007

Últimas do Dragão

Pedro Emanuel – o nosso capitão voltou ao bloco operatório, logo agora que se prestava para entrar na última fase de recuperação. Pelos visto, o tendão de Aquiles voltou a dar de si. Espero que regresses bem rápido, porque o ‘nosso capitão’, faz sempre falta. Rápidas melhoras Grande Capitão.

Cláudio Pitbull – a «fera» está de volta, ao que parece, apenas para fazer número nos treinos, até novo despacho por DHL. Desde quando, é muito pior do que Tarik ou Alain? Não brinquem comigo e tratem mas é de ‘aproveitar’ os nossos recursos humanos e se for para fazer número, de certeza que melhor cumprirá do que Tarik ou Alain (juntos!).

Ricardo Costa – Maiorca? Será desta que a «eterna promessa» vai de vez? Nada de pessoal me move contra o ‘homem’, mas sim unicamente contra o ‘fraquíssimo jogador’. Se as palavras da SAD há uns dias atrás a confirmar que este era um elemento fulcral no plantel, se é verdade, eu vou ali e venho já. Por isso, a confirmar-se esta saída, resta-me desejar-te ‘boa viagem’, porque na minha óptica, o João Paulo jogando ou não, é mais que ‘jogador’ para te fazer esquecer em 3 tempos.

Leandro do Bonfim – não há Anderson? não há Jorginho? Há Leandro do Bonfim. Continuo a confiar nas capacidades deste jovem de 22 anos que prometeu muito nos 6 meses que por cá passou, antes de ter servido de moeda de troca para «recompensas comissionistas». É verdade que nunca se conseguiu afirmar totalmente (a equipa dessa altura também pouco ou nada ajudava), mas das poucas e breves aparições, deu para ver ali um atleta tecnicamente dotado, mas com falta de confiança. Mais uma vez, vamos lá a apostar no que temos dentro de portas, em vez de andar a fazer daqueles negócios que ninguém percebe para que servem, senão, acredito!, para encher os bolsos de alguns ‘habitués’.

Bruno Moraes – nem quero pensar numa reedição da novela ‘Diego-Pai-Empresário’. Rapazinho, espero bem que tenhas juízo na cabeça e que te lembres de todo o tempo, excessivamente longo, lembras?, que o FC Porto cumpriu com a sua parte no final do mês, sem tirar qualquer proveito financeiro ou desportivo. Portanto, agora, vê lá se pedes ao teu paizinho (ou será empresário?) que não é preciso andar a mandar recados pelos jornais, que isso fica-lhe muito mal. Espero bem que desde pequenino te tenham ensinado o significado correcto das palavras ‘gratidão’ e ‘respeito’. Preocupa-te é em lutar dentro de campo como um Puro Dragão e deixa que o futuro se encarregue do resto.

Mareque – tanto tempo para ‘finalizar’ a inscrição? Mas o certificado internacional vem de bicicleta? daqui a pouco, estamos no final da época, não tarda nada. Vamos lá a despachar isso rapidamente para termos então mais uma opção para a linha defensiva e podermos começar a emitir a nossa opinião das suas boas ou fracas qualidades. Falo por mim, porque estou praticamente a zero com este jogador e por isso estou curioso com o que dali vai sair.

Hugo Almeida – ao que se ouve e lê, o Werder Bremen vai accionar a opção de compra, pelo que este, já não voltará em troca de uns bons 4 milhões de euros para as finanças do clube. Caso se confirme, terei pena tão só porque se trata de um produto das escolhas e que sempre procurou agregar a simpatia de (quase) todos os adeptos portistas. Contudo, se me permitem a minha opinião mais directa, acho um bom negócio quer desportivo, quer financeiro, o que é o mesmo que dizer, todas as partes ficam satisfeitas (FC Porto, Hugo Almeida e Werder Bremen).

Adriano – parece estar a ser ostracizado e completamente encostado às boxes. Depois de prioritário na época passada, até com direito a renovação, agora passou a perfeitamente dispensável depois do que temos visto e lido nos últimos tempos. As ‘sokatas’ permanecem, mês após mês, ano após ano, a facturar ‘mensalmente’. Os outros, vão para a bancada, servindo apenas para número nos treinos. Realmente, há coisas que não entendo, e até admito, parece tão confuso, que nem quero entender para não me incomodar mais.

18 janeiro, 2007

‘El Comandante’ de regresso?

Agora que estão à porta mais uns dias de férias para os nossos ‘players’, neste caso, tudo obra e graça do espírito de um grupo excursionista chamado lá para os lados da Tapadinha, de seu nome ‘Atlético’, há que abordar uma ou outra situação pontual no nosso plantel que por um ou outro motivo, tenho adiado a sua discussão.

Por hoje, vou centrar-me no ‘El Comandante’, que é o mesmo que falar em Lucho González, o nosso nr. 8, o nosso pêndulo no meio campo. E aproveito este momento, depois de o ver regressado aos golos na última jornada na Vila das Aves, como que a fazer-me lembrar muitos dos bons golos marcados na ‘extraordinária’ época passada.

Esta época e até este momento, quiçá talvez fruto do enormíssimo protagonismo que teve na época passada, onde cumpriu senão 100% dos jogos possíveis, andou lá muito perto, talvez pela falta de descanso por ter terminado a época na Argentina, ingressado de imediato no FC Porto, fazer toda uma época, de seguida acompanhar a selecção Argentina no Mundial da Alemanha, e novo inicio de época no clube, na minha opinião, as suas exibições têm variado entre o bom e muitas mais como satisfatório, apesar de se notar uma subida de forma gradual, ainda que volto a dizer, e na minha opinião, esteja a ser lenta..

É caso para perguntar, mas de um modo apenas como curiosidade e não tentar encontrar bodes expiatórios onde eles nem sequer alguma vez chegaram a existir, onde pára o verdadeiro Lucho que fazia e de que maneira, a diferença a meio-campo? Estará a acusar o peso da braçadeira de capitão? É apenas falta de descanso? É apenas uma acalmia no momento de forma? Quem sabe?

Sei perfeitamente que o esquema táctico de Adriaanse favorecia em muito a forma de jogar de Lucho, porque Raul Meireles e Paulo Assunção serviam ‘defensivamente’ o meio campo, libertando-o para outras zona de terreno mais avançadas, onde este brilhava ao nível da finalização.

Apesar d’uma forma mais nivelada por baixo relativamente à época passada em que não tem sido ‘aquele’ Lucho que muito mal nos habituou, há um facto indesmentível… continua a fazer a diferença em muitos jogos e a marcar golos de ‘levantar qualquer estádio’, o que é caso para dizer que para o bem ou para o mal, ‘Lucho Gonzalez’ será sempre o nosso ‘El Comandante’.

E vocês, o que pensam desta meia época já percorrida por Lucho no nosso meio-campo?

17 janeiro, 2007

Ai Carolina, ó i ó ai!

'Nortada' do Miguel Sousa Tavares...

Ah, houvesse alguém que conseguisse estabelecer, por sentença judicial ou por decreto-lei, que o FC Porto joga pior e não pode, não deve absolutamente, ser campeão!

1 - Pergunta meramente retórica: o que se sucederá se vier a concluir-se que as acusações despejadas em cascata pela D. Carolina Salgado se comprovarem, afinal, serem: a) falsas, b) incapazes de servirem de prova; c) repetição de suspeitas já constantes do processo Apito Dourado e, entretanto, arquivadas por ausência de fundamento; d) um pouco de tudo isso?

O que sucederá, então? A opinião pública ficará convencida? Concluirá que ela afinal não fez mais do que mentir para garantir as luzes da ribalta e o sucesso dessa obra-prima da literatura, do bom-gosto e das boas-maneiras, que dá pelo nome de Eu, Carolina, ou para se vingar de situações amorosas do foro íntimo, que em nada nos deveriam interessar? Não, obviamente que não. A opinião pública, desde que Carolina Salgado veio à praça e o Dr. Pinto Monteiro mandou avançar a Dr.ª Maria José Morgado, já só espera, já só se contentará, com uma e uma única coisa: a acusação, julgamento e condenação de Pinto da Costa e do FC Porto. Qual presunção de inocência, qual ónus da prova de quem acusa, qual princípio do contraditório, qual regra do nexo de causalidade entre os cafézinhos e os resultados no estádio! Se for preciso, crucifica-se também a Dr.ª Maria José Morgado e faz-se um levantamento nacional contra o Estado de Direito. A bem da nação, claro.

Se quiserem saber o que pensa a opinião pública, basta atentar no que diz o presidente do Benfica. Aliás, é sempre útil escutá-lo quando ele vai em romaria às casas do Benfica, ocasiões essas em que garantidamente o coração lhe sai pela boca. Disse ele, de visita a Gândaras: «Começamos a ver as caras do polvo. Todo o país irá saber a verdade sobre a viciação da classificação dos árbitros e dos resultados desportivos. O Benfica já sofreu muito por isso.» Estaria ele a referir-se ao seu ex-aliado e sócio na Liga de Clubes, Valentim Loureiro? Podem crer que não… Da mesma forma que, com a referência aos padecimentos do Benfica, não estava seguramente a pensar no campeonato ganho pelo Sr. Trapattoni…

2 - A pergunta que faço tem a sua razão de ser fortalecida à luz das informações que vêm sendo publicadas no semanário Sol pela conhecida jornalista Felícia Cabrita. Se ela está bem informada e se o que diz é verdade, prevejo um horizonte nada dourado para o apito. Escreve Felícia Cabrita: «Quanto aos documentos que Carolina dizia ter e que sustentariam as suas acusações, o seu depoimento foi vago e inconsistente, o que levou a DCICCEF (Direcção Central de Investigação da Criminalidade e Corrupção Económica e Financeira, da PJ) a fazer uma busca a sua casa. «Nada foi encontrado. Apenas documentos antigos, nomeadamente extractos de contas bancárias» — conta a mesma fonte, acrescentando que em pouco tempo as revelações «revelaram-se um flop». Mais interessante ainda teria sido ouvir o presidente do Benfica comentar a seguinte passagem do artigo de Felícia Cabrita no Sol (e recordo que ela foi a primeira jornalista a registar as acusações de Carolina Salgado, antes mesmo da saída do livro): «Segundo o Sol apurou, o primeiro encontro entre os agentes da DCICCEF e Carolina Salgado ocorreu num hotel da Praça de Espanha, em Lisboa, e teve como intermediário o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira. Com Carolina, estava a redactora do livro, Maria Fernanda Freitas, e a jornalista Leonor Pinhão. Duas semanas antes, o presidente do Benfica entregara na DCICCEF um dossier com documentação que, segundo afirmou, iria provocar um abanão no mundo do futebol, contendo provas de corrupção. Mas, segundo a mesma fonte judicial, Luís Filipe Vieira comprou gato por lebre: «os documentos não passavam de fotocópias de peças processuais do processo Apito Dourado que já foram arquivadas».

Curioso tudo isto… Muito, muito curioso. Os agentes da PJ encontram-se com uma pessoa que, aparentemente, lhes quer fazer uma denúncia, num hotel? E o presidente do Benfica serve de intermediário entre as partes? Se isto é verdade, a que título se terão encontrado todos, visto que a título processual não foi, nem podia ser? Seria um encontro de velhos amigos, de benfiquistas, de fundadores do clube A Verdadeira Investigação que Interessa ao Apito Dourado?

Em verdade vos digo, parafraseando o Hamlet: «Há mais coisas entre o céu e a terra do que a nossa vã sabedoria supõe.» Eu, por mim, enquanto vou assistindo, deliciado, ao progresso das investigações, mantenho o que disse: no lugar de Pinto da Costa, tinha-me demitido quando saiu o livro de Carolina Salgado. Não porque acredite numa palavra do que ela ditou ou porque me sejam indiferentes coisas como a presunção de inocência e a verdade da prova feita em juízo. Mas porque ele lhe atribuiu um papel e uma importância no clube que lhe permitiu ficar em posição de arrastar pela lama, não apenas o nome dele, mas o do próprio clube. Por razões internas, e não externas, portanto.

3 - Quanto ao resto, quanto à substância das coisas, vou vendo futebol. E o que vejo (mesmo com o inqualificável acidente de percurso do Atlético, à parte), chega-me para perceber as diferenças e quão desesperada é, consequentemente, a esperança sem fim posta aos ombros da Dr.ª Maria José Morgado. Ah, houvesse alguém que conseguisse estabelecer, por sentença judicial ou por decreto-lei, que o FC Porto joga pior e não pode, não deve absolutamente ser campeão! Se houvesse alguém que, nem que fosse por golpe de Estado, pusesse termo a esta monotonia de, ao fim da primeira volta do campeonato, o FC Porto já ter sete pontos de avanço!

4 - Vale e Azevedo prepara-se para voltar à cadeia, para cumprir longas penas. Na altura em que alguns, poucos, ousavam questionar os seus métodos e a moralidade que se auto-atribuía para, também ele, regenerar o futebol português, a multidão da opinião pública caía-nos em cima, defendendo o seu herói, o seu D. Quixote, em cruzada santa contra Pinto da Costa e os bandidos do Norte. Mas, agora, onde estão os seguidores de ontem de Vale e Azevedo? Quem chora por ele uma lágrima, quem se detém a pensar «fomos nós que lhe demos força para todas as malfeitorias que fez, fomos nós que fechámos os olhos e os ouvidos e que fingimos não dar por nada, mesmo quando os próprios opositores internos eram silenciados à força»? Onde está ele agora, o exército dedicado que Vale e Azevedo tinha ontem? Eu digo-vos: está com a D. Carolina Salgado, em nova cruzada. Felizmente, não são e não foram todos: há benfiquistas cuja coragem de então nunca me esquecerei de admirar.

# in Jornal “A BOLA”, 2007.01.16

14 janeiro, 2007

E no fim da 1ª volta, uma resposta bem ‘atlética’

Competição: bwin 06/07 (15ª jornada)
Data: 14.01.2007
Local: Estádio do Clube Desportivo das Aves, na Vila das Aves
FC Porto: Helton; Bosingwa (Marek Cech), Pepe, Bruno Alves e Jorge Fucile; Paulo Assunção, Raul Meireles (Ibson) e Lucho Gonzalez; Quaresma, Lisandro Lopez (Vieirinha) e Hélder Postiga
Golos: Lucho Gonzalez (9m) e Quaresma (90m)

Para quem esperava ver mais ‘atlético’, enganou-se redondamente… depois do tal ‘mini-terramoto’ que fez rejubilar de orgásmica alegria (quase…) todo este pobre país de invejosos e ridículos, nada como aproveitar para lhes responder de ‘luva branca’ e aumentar a vantagem para o 2º classificado que é agora de 7 pontos (!).

O Prof. Jesualdo Ferreira resolver devolver o esqueleto do onze base em campo e nada melhor do que logo aos 9 minutos, no seguimento de um pressing inicial, onde se tentava jogar a toda a largura do terreno, com muita e rápida circulação de bola, Raul Meireles serve Lucho a caminho da grande área, tira um adversário do caminho com um bonito gesto técnico e remata colocado para a baliza do desamparado guarda-redes adversário, que mais não fez do que olhar para a bola a aninhar-se no fundo das redes. E vão já 5 golos neste campeonato para ‘El Comandante’…

Incompreensivelmente, ou talvez não, a partir desse momento, o jogo começou a tornar-se lento, com muita pouca troca de bola, o que trocado por miúdos, quer dizer, sem motivos de grande interesse… e para isso muito contribuiu a equipe do Aves que mais não fazia do que ‘não deixar jogar’, em vez de procurar ‘jogar’. O FC Porto estava a fazer o seu papel, tentando jogar, mas sem criar grandes oportunidades de golo, mas vencia que era o que mais interessava depois de 1 mês de férias (!) e do ‘mini-terramoto’. Eis então que chega o intervalo.

A 2ª parte inicia-se no mesmo ritmo sonolento, sempre com o FC Porto a comandar as operações e as despesas do jogo, mas sem nunca conseguir ‘matar’ o jogo. E foi-se desenrolando, cada vez menos atractivo, mais lento e complicativo, quando em cima dos 90 minutos, Ricardo Quaresma, em mais uma jogada individual, cruza em movimento toda a grande área adversária e dispara um forte remate colocado ao poste mais próximo, com o guarda-redes a não poder fazer mais do que sacudir a bola... estava feito o 0-2 e a sentença final no jogo.

Fechou-se hoje com este jogo a 1ª volta do bwin Liga, com a 8ª vitória consecutiva, distância de 7 pontos para o 2º classificado e apenas 5 pontos perdidos (derrota em Braga e empate em Alvalade).

Digamos que é um registo notável e uma bofetada de ‘luva branca’ que o mágico Campeão FC Porto dá a todos os ‘imensos e desconhecidos até há uma semana adeptos do Atlético’, ‘vacas carol’ e ‘orelhudos’ deste pobre país que com a sua já habitual inveja e pequenez, não nos merece.

azul + : excelente atitude após o ‘mini-terramoto’ e fecho da 1ª volta como ‘campeão’
azul – : 2ª parte, o new-look do Quaresma e alguma (já habitual...) dureza excessiva dos adversários

13 janeiro, 2007

O regresso dos 'bravos do pelotão'

A Liga Bwin está de regresso depois de uma paragem mais que prolongada para férias natalícias, o que mais faz parecer estarmos num qualquer país magrebino… mas adiante.

O último jogo realizado saldou-se por uma vitória caseira perante a equipa do Paços de Ferreira por 4 golos sem resposta, o que equivale a dizer que fechamos o ano futebolístico em beleza, senão, vejamos: 7ª vitória consecutiva, 1º lugar isolado com 37 pontos, melhor ataque, melhor defesa e com passagem aos 1/8 final da Champions League.

Entretanto, só no passado fim-de-semana voltamos ao ‘activo’ para o primeiro jogo da edição deste ano da Taça de Portugal, quando estávamos já na 4ª eliminatória. O resultado de tal ‘descanso em demasia’ ficou à vista de todos… perdemos o jogo perante o Atlético da 2ª Divisão B na nossa própria casa, fomos eliminados (e bem!) e agora que estão já carpidas todas as lágrimas, resta aguardar o que o futuro imediato nos reserva, depois deste ‘mini-terramoto’.

O próximo jogo é já amanhã na Vila das Aves, pelas 19h45… não espero mais que ver em campo e ao longo dos 90 minutos de jogo, uma atitude e uma vontade ‘à campeão’, ou ‘à Dragão’ como lhe queiram chamar, mas uma raça na disputa de cada lance, como que mostrando todo o nosso orgulho ferido… não faço por menos.

Portanto, resta-me deixar-vos o meu desejo para amanhã: “que atitudes em campo como do jogo da semana passada, que não se voltem a repetir!”… esta, mais que outra, é a hora de voltarem a conquistar o nosso respeito e a nossa dedicação. Não nos desiludam!!

12 janeiro, 2007

Ao que parece, não somos os únicos...

Andava eu a navegar sem rumo certo pela internet, quando dou de caras com este artigo de opinião escrito por um ‘lagarto’ (!) no site ‘zerozero’ ... vou transcrever aqui apenas parte dele, para que todos possam entender que, ao que parece, nem todos os ‘invejosos ridículos’ deste país comem tudo o que lhe colocam no prato... sempre há gente, tal como nós, com gostos mais requintados.

Lendo o teor deste artigo de opinião, é caso para dizer: bendito lagarto!

Carolina no país das Maravilhas

1 - Quanto o campeonato caminhava para a pausa de Inverno, quando as competições europeias se tinham despedido até Fevereiro, quando o FC Porto ameaçava acabar de vez com a competitividade da nossa Liga, de repente o país futebolístico acordou para a uma nova realidade. Uma apaixonante realidade, que foi capa de jornais de referência, que mereceu crónicas apaixonadas dos mais diversos quadrantes, que até teve honras de figurar nos Gato Fedorento. E o que de tão especial aconteceu, que fez acordar os portugueses amantes da bola, mas também os jornalistas de referência e até os nossos políticos e governantes para essa realidade? Foi a Carolina e o seu bombástico livro que se denomina singelamente: “Eu, Carolina”. E o que tem este inusitado Best-Seller de Natal de tão bombástico e revelador, que ponha meio país a falar dele? Ora bem, tem tudo que um grande argumento de Hollywood pode ter: sedução, sexo, traição, humor, violência, corrupção... Diz quem o leu que fala de um leque de temas tão prosaicos que vão da higiene pessoal de uma pessoa, aos problemas gástricos de flatulência, passando por bares de alterne e indo ainda mais longe, abordando teorias da conspiração, dinheiro sujo, ameaças, agressões, tráfico de influências...

2 - Carolina, nome de princesa e que me faz lembrar a cantilena infantil, não é nova no futebol português. Quem se esquece da lição de boas maneiras e savoir-faire que Carolina, rodeada de “gentis” gorilas (a colocação do entre-aspas, não é lapso) demonstrou no Estádio da Luz para os anfitriões. O cartaz, a “linguagem gestual”, a pose principesca, são uma marca histórica, da forma de agir de uma primeira-dama de um qualquer clube em qualquer estádio deste país. Aquela guarda de honra, que rodeava a princesa no Estádio da Luz, era a mesma que acompanhou Pinto da Costa ao tribunal de Gondomar e era também a mesma que transformou o centro de estágio do Olival na “Faixa de Gaia”, como tão bem lhe chamou o meu colega de crónicas, ao triste incidente que envolveu Co Adriaanse e os Super Dragões. Todas essas histórias parece que ficam para trás, mas estão por certo interligadas, convém não esquecer. Não me esqueci por exemplo de Veiga e Vieira a dizerem que não pagavam “copos de champanhe” e outros mimos do género, não me esqueci também dos jornalistas afectos ao SL Benfica, que tomam o comportamento da dita Senhora a peito e durante semanas e semanas, se divertiram a atacar e espezinhar o FC Porto por causa do comportamento de Carolina Salgado. O que me espanta é ver essas mesmas pessoas, após a publicação de um livro acharem de repente que uma pessoa que até aqui era uma sem-vergonha, que não sabia se comportar e era isto e aquilo, de um momento para o outro se torna numa Senhora muito digna e merecedora da maior credibilidade. Aonde está a vergonha ou a falta dela? Coerência, não faz mal a ninguém. Talvez isso queira dizer que o Calor da Noite já seja um lugar aconselhável e de boa sociedade. Quem sabe? Em Portugal as coisas mudam com facilidade, como as aventuras de Carolina neste país de maravilhas, nos parecem demonstrar.

3 - O caso é tão importante, que o próprio Governo resolveu agir e tentar por cobro a esta situação, nomeando Maria José Morgado (MJM), como uma espécie de Super-Investigadora que irá “ressuscitar” o tão apagado “apito dourado”. MJM é um caso curioso, de como são os estados de alma deste país. Para muitos é uma “Cruzada” da luta contra a corrupção, pronta para expurgar todos os males e que quando terminar a sua obra no processo irá por certo pôr atrás das grades, uma cambada de malfeitores, que na opinião de muitos desvirtuam a verdade no futebol português. Já por outro lado, no lado dos que não acreditam em cruzadas e que acham que nada deve ser mudado, MJM é vista com desdém, lê-se aqui e ali crónicas de escárnio e mal dizer, maldizendo esta escolha e denegrindo a magistrada. O que realmente me surpreende é como num país como Portugal, as pessoas adoram saltar para um lado da barricada, e apoiam ou atacam enfurecidamente a opiniões contrárias. MJM divide opiniões, tem enfáticos apoiantes, como também tem acérrimos opositores. Serei eu que estou errado, ou não me lembro de ter visto em lado algum, em sociedade alguma, além da portuguesa, posições de apoio ou contra a justiça? Que eu saiba a Justiça supostamente deve ser neutra, e aqui não se trata obviamente de ter alguém a julgar em causa própria, que eu saiba, o papel de MJM é coordenar a acção da justiça, não mais que isso. Só se espera que se faça justiça, doa a quem doer, pois não é só Pinto da Costa que é apanhado em escutas, ou porventura já se esquecem dos “beijinhos” do Veiga, ou da escolha de árbitros por parte de Vieira, só para citar dois casos? Então porquê MJM tem apoiantes e opositores? Será que os primeiros acham que ela irá fazer justiça, mesmo que ela não exista e não esperam nada menos que a confirmação das suas suspeitas? E os segundos são do contra, porque acham que o sistema está bem e MJM não é mais do que um rosto de um outro sistema, que quer substituir este? Simplesmente não entendo. Mas também não deve ser para eu entender. Só espero que com MJM ou sem ela, se faça justiça. Que os culpados paguem por isso e de uma vez por todas a suspeição seja corrida do futebol português. Isso é que me interessa, que não haja mais sombras a pairar sobre vitórias, sobre golos marcados com a mão, ou bolas que entraram ou não. Trabalhe-se rápido e com justiça, dê-se os meios necessários a justiça para poder actuar de forma eficaz e termine-se este processo de uma vez por todas, pois vergonhosamente ele já se arrasta desde 2004. No fim fazemos as contas e vemos quem tem razão. Mas por certo, nem o nosso futebol e muito menos a justiça portuguesa, sairão de cara limpa de todo este processo.

Publicado por: João Pedro Silveira
Opinião de um sportinguista 2006-12-20

11 janeiro, 2007

Eles querem lá saber de politica!

Goeses preferem presidente do FC Porto
Pinto da Costa supera Cavaco Silva

O principal responsável pela casa do FC Porto em Goa, a primeira de um clube português na Índia, disse esta terça-feira à Agência Lusa que os goeses preferiam ser visitados por Pinto da Costa do que pelo Presidente da República, Cavaco Silva.

De acordo com Jorge Fialho, portista convicto e principal impulsionador da criação de uma casa dos dragões na Índia, os habitantes da antiga colónia portuguesa "vibram e sofrem" com os jogos de Portugal e da Liga portuguesa, principalmente com o FC Porto, numa altura em que Cavaco Silva iniciou uma visita de Estado de oito dias ao país asiático.

"Lêem nos jornais que o Cavaco Silva vai lá e perguntam o que vem cá fazer, comprar, vender. Não querem palestras. O que eles querem mesmo e perguntam é pelo Pinto da Costa e querem fazer uma grande festa se isso vier a acontecer", disse o realizador e encenador de peças de teatro à Lusa.

A nova delegação do FC Porto, situada numa casa do século XVI pintada de azul e branco, foi inaugurada a 29 de Dezembro do ano passado e tem como núcleo responsável o antigo capitão da selecção de futebol da Índia, Bruno Coutinho, o empresário Paulo Mendes e Lavino Rebelo, presidente do clube goês FC de Anjuna, equipa que, curiosamente, alinha de azul e branco.

"Eles lá falam do Mourinho e do Cristiano Ronaldo como nós falamos aqui. Conversam diariamente sobre isso e assistem aos jogos pela Internet", revelou Jorge Fialho, adiantando que existe em Goa um "saudosismo pelos portugueses enorme e fora de vulgar".

O grande ídolo dos adeptos de futebol é mesmo Ricardo Quaresma, jogador que os goeses anseiam por ver ao vivo e até já prepararam um sítio próprio para ficar hospedado caso o número "7" decida um dia visitar a Índia.

"Querem também ter lá o Quaresma no melhor hotel que existe na Índia, onde já estiveram actores de Hollywood como Nicole Kidman e Richard Gere, mas o que eles falam mais é no Pinto da Costa e seria bonito o presidente visitar Goa no seu último mandato", referiu.

Segundo Jorge Fialho, o aumento do número de adeptos do FC Porto em Goa cresceu devido às vitórias recentes dos "dragões" no futebol europeu e ao período dos anos 90, em que o FC Porto ganhou cinco campeonatos consecutivos.

"Os indianos novos, que não se lembram do Benfica e do Sporting ganhar grandes competições. Têm memória do FC Porto ganhar aqueles campeonatos, a Taça UEFA e a Liga dos Campeões", disse.

# In ‘Sportugal’ de 09.01.2007

10 janeiro, 2007

O julgamento

'Nortada' do Miguel Sousa Tavares...

Ao sexto dia de sessões, finalmente, o Tribunal de Monsanto começou a animar-se. O motivo era a comparência, naquela sessão, da testemunha-chave de todo o processo Apito Dourado, a D. Carolina Salgado. Ela chegou pontualmente às 9.30 da manhã, toda vestida de branco, numa limusine branca, e escoltada por um carro preto, carregado de GOE todos vestidos de preto, de óculos Ray-ban e mão discretamente metida no interior dos casacos, que tomaram posições estratégicas de protecção à testemunha, assim que ela desembarcou da limusine e parou por breves instantes, para sorrir e posar para os fotógrafos e acenar à pequena multidão de curiosos que a saudaram com gritos de «Força Carolina d'Arc, dá cabo do gajo!» À sua espera estava o relações públicas da PGR, que logo a conduziu para a sala das testemunhas VIP, onde a aguardava um ramo de flores e um rol de telegramas de incitamento: um do gabinete de imprensa do SL Benfica, 23 de Casas do Benfica espalhadas pelo Mundo, incluindo a de Ontário, 4 do conhecido cidadão Barbas, uma da escritora Inês Pedrosa em nome «das mulheres seviciadas deste país», e três da Leonor Pinhão.

Antes desse dia, que tudo iria mudar, o tribunal tinha-se arrastado em chatíssimos depoimentos de especialistas em arbitragem, que tentaram demonstrar como o FC Porto havia sido beneficiado com evidentes favores dos árbitros em jogos decisivos, tais como os desafios contra o Estrela da Amadora e o Beira-Mar para o Campeonato, ou os desafios contra o Maia e o Rio Ave, para a Taça. Só o depoimento do especialista Jorge Coroado havia requerido uma sessão inteira, devido à necessidade do uso de tradução simultânea, em especial nas partes que envolviam a «percepção da problemática das condicionantes psicotácticas que podem obstruir o ângulo de visão do árbitro». Visivelmente adormecido com tudo aquilo, o juiz lembrou-se às tantas de fazer a mais estúpida das perguntas:

— Ó Senhora Delegada, o réu FC Porto não era treinado à época dos factos pelo Sr. José Mourinho?
— Era sim, Sr. Dr. Juiz.
— Então e ele não é, como todos dizem, o melhor treinador português?
— E então, Sr. Dr. Juiz?
— Então... é que... não estou a ver bem... bom, adiante!

Também o advogado de defesa, defensor oficioso nomeado pela Ordem, se arriscou, a certa altura, a fazer uma pergunta:

— Ó Sr. Dr. Juiz, aqui, neste jogo entre o FC Porto e o Estrela da Amadora, parece que houve um golo mal anulado ao FC Porto, quando o resultado ainda estava em 0-0. E, no jogo com o Rio Ave, também parece que há um penalty que ficou por marcar... Por que é que esses lances não constam do vídeo nem foram objecto de análise pelos peritos?
— Porque não são matéria que envolva os factos em julgamento: quem está a ser julgado é o FC Porto e o seu presidente, não o Estrela da Amadora ou o Rio Ave, atalhou de imediato a delegada do Ministério Público.
— É isso mesmo, Sr. Dr., sentenciou o juiz, e passou adiante.

Na verdade, a única emoção registada fora logo na primeira sessão, quando se tratou de aprovar a constituição do júri popular requerido pelo Ministério Público. O advogado de defesa pretendeu que os oito jurados populares revelassem a sua filiação clubística antes de serem aprovados. A delegada opôs-se, invocando a inconstitucionalidade de tal pretensão e o que ela significava de devassa da intimidade dos jurados. Mas, tendo o advogado de defesa feito notar que a questão era relevante para apurar da sua isenção a julgar, o juiz não teve outro remédio senão dar-lhe razão. Sob juramento, cinco dos jurados confessaram ser adeptos do Benfica, dois do Sporting, um da Académica e a D. Cândida Modesto declarou não ter filiação clubística.

— Atendendo ao que antecede — ditou o juiz para a acta — considero regularmente constituído o júri. De facto, conforme é público e notório, há seis milhões de benfiquistas em Portugal, três milhões de sportinguistas, um milhão de vários outros clubes, sobrando um milhão que não se interessa pelo assunto. A esta luz, a composição do júri reflecte fielmente o sentir da opinião pública portuguesa.

Fez-se então entrar a testemunha Carolina Salgado, que tomou lugar na barra.

— Nome? Estado civil? — perguntou o juiz.
— Carolina Salgado. Divorciada.
— Morada?
— Por razões de segurança, devo omiti-la: o Sr. Dr. Juiz sabe o que aconteceu ao Dr. Ricardo Bexiga, não sabe?
— Sim, sim, claro, desculpe. Profissão?
— Escritora.
— Peço desculpa, Sr. Dr. Juiz — interveio, meio embaraçado, o advogado de defesa. Um escritor é alguém que escreve e a testemunha declarou publicamente que foi uma amiga que lhe escreveu o livro. Por outro lado, nesse mesmo livro, a testemunha declara que ganhou muito dinheiro como profissional do bar de alterne No calor da noite. Pelo que...
— Protesto, Sr. Dr. Juiz! — interveio a delegada, quase gritando. Eu já estava à espera deste golpe baixo! Pretende-se diminuir a credibilidade da testemunha, chamando-a de alternadeira, quando o que ela é é uma mulher de coragem e um exemplo cívico!
— Não fui eu que chamei, foi a própria testemunha no seu livro...
— Bem, bem, senhores advogados, vamos chegar a um consenso: proponho que a profissão da testemunha fique registada como mulher de coragem. De acordo?
— Nada a opor — declarou a delegada.
— E essa profissão paga impostos? — perguntou o defensor oficioso.
— Se paga impostos? — saltou a delegada, de dedo em riste, apontado ao adversário. Fique sabendo que as mulheres de coragem deste país (que, aliás, são todas), pagam todos os dias na pele e na sua tripla condição de mulheres, mães e trabalhadoras, vítimas que são do mais sórdido machismo de que V.ª Ex.ª acaba de dar mostras...
— Sr.ª Dr.ª...? — interrompeu o juiz, que estava a braços com uma terrível dor de cabeça. Vamos adiante, está bem?

Ouvida, a testemunha confirmou todos os factos arrolados no seu livro e prometeu até novas revelações para futura obra. Na apreciação do juiz e do júri, esclareceu consistentemente todas as questões em causa — incluindo a passagem do seu livro em que refere ter destruído previamente as câmaras de vigilância do parque de estacionamento onde se deu a agressão ao Dr. Ricardo Bexiga, e as quais, afinal, nunca tinham existido em tal parque. Esclareceu ainda um suposto encontro prévio à publicação do livro que terá tido com o senhor presidente do Benfica, bem como uma fantasiosa tentativa de extorsão que terá ensaiado junto do réu Pinto da Costa, pedindo 500.000 euros para não publicar a sua relevante obra sobre as profundezas da vida conjugal, intitulada Eu, Carolina. Saiu da sala sob aplausos do júri, perdão, do público presente, e embarcou de volta na sua limusine branca, rodeada de GOE vestidos de preto, rumo a um futuro cor-de-rosa.

As alegações finais foram rápidas, pouco restando por esclarecer. O defensor oficioso pediu «justiça» e sentou-se. A delegada espraiou-se, sobretudo, na desmontagem da «armadilha jurídica do nexo de causalidade» — essa relação que a lei penal exige que exista entre o acto de corrupção e os seus resultados práticos. Na sua brilhante argumentação, a delegada explicou que era totalmente irrelevante que os jogos em que os réus estavam acusados de corromper os árbitros fossem de menor ou de diminuta importância, e que era até mesmo irrelevante verificar que, afinal, nesses jogos sob suspeita, fosse impossível demonstrar que os réus haviam sido beneficiados pelos árbitros. O que interessava era o princípio: uma vez apalavrado, com cafezinhos e chocolatinhos, um árbitro estaria sempre disponível para o serviço dos réus — assim como um jornalista, que aceita um almoço ou uma viagem pagos por um clube, está sempre disponível para o servir. E, para responder à pergunta insidiosa se os ditos árbitros corruptos apenas se venderiam aos réus deste processo e não também a outros clubes, ela respondeu que, se a justiça se fosse deter a apurar isso, nunca mais ninguém chegaria a julgamento. «Estão aqui réus, factos, provas: resta condená-los» — rematou ela.

O júri conclui rapidamente também pela condenação, depois de afastadas umas hesitações inciais da D. Cândida Modesto, finalmente persuadida sob a ameaça de não poder voltar para casa a tempo de dar o jantar aos gatos. Chegou-se, então, ao momento da leitura da sentença, por parte do Meritíssimo.

— Levantem-se os réus!

Levantou-se o senhor Pinto da Costa e o dragão de peluche que simbolizava o FC Porto. O juiz, tossiu, pôs os óculos e começou a ler:

— O crime de homicídio qualificado de que vêm acusados os réus... O juiz deteve-se, confuso, e chamou o escrivão, falando-lhe em voz baixa:
— Ó Sr. Serafim, não é esta a sentença, caramba! Onde é que está a sentença deste caso?
— Eu não sei, Sr. Dr. Juiz, já foi escrita há tanto tempo!

O juiz começou a remexer freneticamente nos papéis.

— Ah, aqui está! Eu bem me parecia que a tinha escrito a encarnado, para não me enganar! Fez uma pausa e começou a ler:
— Tendo todos os factos da acusação sido dados como provados, condeno o réu Pinto da Costa a três anos e oito meses de prisão em estabelecimento prisional adequado. E condeno o réu F C Porto:
— a ser despojado de todos os títulos nacionais conquistados entre 1994 e 2004, revertendo seis deles a favor do Sport Lisboa e Benfica, três a favor do Sporting Clube de Portugal e um a favor do Sporting Clube de Braga;
— a ser despromovido à I Divisão dos campeonatos distritais do Porto;
— a não poder usar o equipamento com cores azuis e brancas nos próximos dez anos.
Acessoriamente determino:
— que os instrumentos utilizados na consumação dos crimes sejam declarados perdidos a favor da comunidade. Assim, o local conhecido por Estádio do Dragão será entregue ao Dr. Rui Rio, presidente da Câmara do Porto. O património constituído pelos seus profissionais de futebol será posto à disposição, a custo zero, dos clubes prejudicados pela actuação do réu e na proporção dos títulos que lhes foram esbulhados, cabendo a escolha dos três primeiros à Instituição Sport Lisboa e Benfica.

Aqui, houve uma súbita interrupção do porta-voz dos jurados:

— Sr. Dr. Juiz, nós escolhemos o Pepe, o Quaresma e o Anderson.
— Schiu, silêncio! Não lhes compete a vocês escolher, mas sim ao assistente, aqui representado pelo Sr. José Veiga.

E prosseguiu na leitura da sentença:

— que se oficie a UEFA e a FIFA no sentido de serem retirados ao réu os títulos internacionais conquistados neste período, designadamente Taça UEFA, Liga dos Campeões e Taça Intercontinental, sendo os mesmos atribuídos ao Sport Lisboa e Benfica, que deveria ter sido, e não foi, o representante português nas referidas competições, só por esse motivo não as tendo vencido.

Fez outra pausa e bateu com o martelo na mesa.

— Assim se faz justiça e se põe termo a essa vergonha conhecida por Apito Dourado, que permitiu que, ao longo dos anos, todos os portugueses e todos os adeptos de futebol do mundo inteiro pudessem ver como a verdade desportiva era roubada, domingo após domingo, com prejuízo das equipas que todos viam ser bem melhores do que as do réu! Declaro encerrada a audiência.

NOTA: o presente texto não visa, como é óbvio, desconsiderar a justiça portuguesa ou os seus agentes ou retirar qualquer credibilidade às investigações judiciais em curso. Visa apenas ilustrar o que seria a paródia de justiça se ela se consumasse como alguns justiceiros civis a pretendem.

# in Jornal “A BOLA”, 2007.01.09