30 janeiro, 2019

SEM ESPINHAS.


FC PORTO-BELENENSES, 3-0

O FC Porto regressou a casa 23 dias depois e conquistou mais três pontos na sedimentação da liderança da Liga NOS. Após a perda da Taça da Liga para o Sporting, Sérgio Conceição pediu máximo empenho e rigor para levar de vencida o Belenenses que, até ao jogo desta noite, apenas tinha perdido um jogo fora de casa no campeonato.

Os jogadores corresponderam quase na perfeição ao exigido e conseguiram um resultado bastante confortável que mantém os Dragões firmes e destacados na liderança da Liga NOS. Sérgio Conceição manteve o grosso da equipa que tinha utilizado nos dois últimos jogos. As excepções foram a troca de Vaná por Casillas na baliza e de André Pereira por Soares na frente de ataque.

Numa noite de dilúvio, com pouco mais de 20.000 adeptos no estádio, o FC Porto saberia que era importante marcar cedo para evitar ter que enfrentar um terreno que, com o tempo, iria ficar mais pesado, atendendo à chuva persistente que ia caindo na noite fria do Dragão. Além disso, o FC Porto estava alertado para o tipo de jogo que o Belenenses costuma fazer.


Insistindo na construção de jogo desde a sua linha defensiva, o Belenenses não abdicou dos seus princípios e o FC Porto fez uma pressão tão alta e tão agressiva que levou os azuis de Belém a cometer erros. Um deles originou o primeiro golo da noite. Aos cinco minutos, Corona interceptou um passe de Sasso, correu para a linha de fundo, cruzou atrasado e Brahimi, no coração da área, rematou para o fundo das malhas. Estava aberto o marcador. O Belenenses não se atormentou e não deixou de praticar o seu futebol.

Apesar de uma noite fria e bastante chuvosa, o tapete do Dragão esteve bastante razoável e assistiu-se a um jogo intenso, agressivo e com oportunidades em ambas as balizas. Soares, Marega e Corona, pelo FC Porto e Licá e Eduardo, pelo Belenenses, estiveram em evidência no capítulo da finalização, não concretizando com sucesso as suas oportunidades.

Aos 29min, o FC Porto alcançou o segundo golo da noite. Em mais uma das muitas jogadas ensaiadas pela equipa de Sérgio Conceição, Corona bateu uma falta curta, no meio-campo, para Óliver que desmarcou Alex Telles. O defesa brasileiro, sem oposição, cruzou para a área, onde Miltão cabeceou como uma bomba para o fundo das redes de Muriel. Mas que golo!!!


Na etapa complementar, as primeiras impressões que o FC Porto deixou, davam a perceber que o Belenenses iria continuar a ter um adversário terrivelmente agressivo e pressionante na saída de bola. No entanto, com o decorrer dos minutos, os azuis de Jorge Silas foram conquistando terreno e Sérgio Conceição sentiu a equipa a relaxar um pouco. Exigiu, de imediato, que os jogadores mantivessem a tónica, não baixando os índices de concentração e de agressividade.

Marega, isolado, rematou para defesa apertada de Muriel. Mais tarde, Óliver entrou, pela esquerda, na área, mas rematou contra o Guarda-redes contrário e depois o Belenenses ameaçou o FC Porto, algumas vezes, mas Casillas nunca sentiu a sua baliza verdadeiramente em perigo.

Sérgio Conceição refrescou a frente de ataque com três substituições, com as entradas de Otávio, Fernando Andrade e Manafá para os lugares de Corona, Soares e Brahimi, mas antes Soares carimbava o 3-0 com uma jogada muito bonita e um belo centro de Óliver para a cabeça do ponta-de-lança brasileiro. Estavam decorridos 70 minutos de jogo.


A partir daqui, o Belenenses decaiu drasticamente no jogo e o FC Porto poderia ter alcançado um resultado mais volumoso. Fernando Andrade e Marega tiveram boas oportunidades para fazer abanar as redes, mas Muriel correspondeu da melhor maneira às investidas portistas.

Destaques finais para nova grande exibição de Óliver Torres e para a invejável frescura física que o FC Porto apresenta, numa fase da época em que os campeões nacionais têm cumprido uma sequência alucinante de jogos terrivelmente exigentes com intervalos de 3/4 dias. A próxima paragem é na Cidade-Berço, onde no Domingo, o FC Porto vai ter outro duro teste frente ao V. Guimarães.

Uma certeza o FC Porto pode ter. Caso faça a sua parte, os Dragões vão ganhar pontos a, pelo menos, um dos candidatos ao título que se defrontam entre si duas horas e meia antes. Uma vitória em Guimarães será mais um passo importantíssimo, rumo ao bicampeonato.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Temos tudo para fazer uma época de sucesso"

Mais três pontos importantes
“Era um jogo muito importante, depois desta semana vivida com a Final Four. Era importante dar uma resposta positiva, num jogo com um tempo não muito agradável para se vir ao Dragão apoiar. O jogo também foi um bocado tarde, em minha opinião, e defrontámos uma equipa que tem feito um campeonato muito positivo. Se não estivéssemos comprometidos, envolvidos, com uma mentalidade certa, podíamos ter sofrido um dissabor. Os jogadores estão de parabéns. Foi mais um jogo que passou e foram mais três pontos importantes.”

Sem tirar o pé do acelerador
“A equipa foi muito pressionante e provocou o erro no terço defensivo do adversário. Sabíamos isso, que o Belenenses gosta de sair a jogar de trás. Fomos muito inteligentes, com movimentos muito bons dos extremos. O Brahimi fez um primeiro golo de qualidade, na sequência de um movimento de pressão. Nunca tirámos o pé do acelerador frente a um adversário que tem uma posse de bola interessante. Foi um resultado justo. Podíamos ter feito mais um golo ou outro, mas pelo que o Belenenses fez, penso que o resultado se ajusta.”


Ninguém mais forte que o FC Porto
“Depois do jogo da Luz, ainda não vi ninguém mais forte que nós. Sabemos o que queremos, temos jogadores experientes, jogadores com qualidade, e temos uma organização acima da média. A prova disso são os jogos que temos feito na Liga dos Campeões. Temos tudo para fazer uma época de sucesso, como na época passada, e se possível ainda melhor.”

Luta aberta pelo título nacional
“Olhamos principalmente para nós. Estamos atentos ao que se passa à nossa volta, temos três rivais que também lutam pelo título e não meto de maneira nenhuma o Sporting fora da luta pelo título. Depois dos próximos três ou quatro jogos já podemos ter umas contas mais conclusivas.”



RESUMO DO JOGO

26 janeiro, 2019

ENTREGA DO OURO AO “BANDIDO”.


sporting-FC PORTO, 1-1 (3-1 gp)

O FC Porto tem que ir à bruxa. Não há um jogo em que o Dragão tenha que ir ao desempate por pontapés de grande penalidade e que não esteja condenado ao fracasso. Na época passada assim foi com o rival de hoje e por duas vezes. Este ano voltou a acontecer a mesmíssima coisa. Por outro lado, os campeões nacionais continuam sem vencer esta prova, a competição que os azuis-e-brancos sempre desvalorizaram ao longo dos anos. Em três finais, os Dragões perderam outras tantas.

Sérgio Conceição apostou no mesmo onze utilizado quatro dias antes frente ao Benfica. No banco, Manafá estreou-se nas convocatórias e Soares teve que sair, devido a uma indisposição, ocupando Danilo a vaga. A expectativa era de que se pudesse assistir a uma final aberta, à semelhança do que aconteceu no jogo com o Benfica. Mas o que se viu na primeira parte foi um pouco do que se viu em Alvalade há umas semanas.


O Sporting pressionou o FC Porto na sua fase inicial de construção e os Dragões foram obrigados a fazer jogo directo com lançamentos em profundidade. No entanto, em algumas situações, a defesa portista esteve mal com passes mal medidos que poderiam ter trazido alguns dissabores.

Corona estava algo endiabrado na direita do ataque portista e colocava em água a defesa leonina. Só na hora da definição é que o mexicano pecou e daí perderem-se algumas situações de perigo iminente. No entanto, o extremo portista proporcionou a André Pereira a melhor oportunidade de toda a primeira parte. Num cruzamento com conta, peso e medida para a cabeça do atacante português, a bola saiu a rasar a trave. Na resposta, o Sporting rematou a rasar o poste de Vaná com um livre batido por Bruno Fernandes.


A etapa complementar foi completamente diferente. O FC Porto empurrou o Sporting para o seu meio-campo e dominou o jogo com quis. Os leoninos recuaram linhas, jogaram em bloco baixo e espreitavam o contra-ataque, mas a produção ofensiva tornava-se muito curta. O Dragão não permitia a subida do adversário. Apesar disso, as oportunidades de golo continuavam a escassear, ficando-se pelas ameaças. Fernando Andrade entrava em jogo para o lugar do apagado André Pereira, mas a bola não chegava à baliza de Renan Ribeiro.

Até que aos 79 minutos, Herrera ensaiou um remate de fora da área, a bola levava efeito e provocou uma defesa incompleta do Guarda-redes leonino. Na recarga, Fernando Andrade empurrou o esférico para a baliza e entregava, praticamente, a taça ao FC Porto. Festa e euforia em Braga com os Dragões a colocarem-se em vantagem a pouco mais de dez minutos de jogo.


Sentia-se no estádio que o jogo estava decidido e muito bem controlado. Só que, no melhor pano, cai a nódoa. Num lance de falta de concentração da defensiva portista, o Sporting obteve o empate caído do céu. Após tentativa de cruzamento do lado esquerdo do ataque verde-e-branco, Militão, em cima da linha de fundo e de forma a tentar evitar pontapé de canto, cabeceou para a entrada da área. A bola foi amortecida por Herrera para Óliver. O médio espanhol quando se preparava para pontapear na bola, deixou-se antecipar por Diaby e acertou na perna do seu adversário.

Com recurso ao VAR, o árbitro só tinha de assinalar grande penalidade. Bas Dost empatou o jogo e levou a decisão para as grandes penalidades. Mais uma vez a equipa portista foi derrotada desta forma. O FC Porto entregou o ouro ao “bandido” quando estava com quase duas mãos na taça. E assim se perde uma competição. Uma taça foi perdida por uma desatenção, mas agora há que arregaçar as mangas porque estão a chegar as primeiras grandes decisões da época e há que arrepiar caminho.

Próximo compromisso já na Quarta-feira, com a recepção ao Belenenses a contar para a 20ª Jornada da Liga NOS.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Queremos dar uma boa resposta frente ao Belenenses"

FC Porto foi mais forte
“Todas as derrotas são difíceis de engolir, principalmente quando sentimos que fomos mais fortes e que merecíamos ganhar. Foi uma primeira parte equilibrada, mas sempre com ascendente do nosso lado, com aquela oportunidade do André Pereira. Na segunda parte não houve nenhum remate enquadrado do Sporting, tirando a situação do penálti. Fomos superiores, com o Sporting muitas vezes a quebrar o ritmo de jogo, a intensidade do jogo, a querer arrastar o jogo para o levar para os penáltis. Custa perder desta forma, porque era um título que queríamos conquistar. Mas há que seguir em frente e pensar já no próximo objetivo, no jogo de quarta-feira. Queremos dar uma boa resposta frente ao Belenenses.”

As grandes penalidades
“Nós treinamos todos os pormenores e todas as situações que podem decidir um jogo. Treinamos os penáltis, a dinâmica ofensiva, situações defensivas também. Tudo. Depois, o jogo dita outra coisa diferente. Também treinámos os penáltis antes do jogo do Benfica, mas naquele momento, naquela hora, tudo aquilo que é fazer o golo, pode ser uma coisa diferente do que acontece nos treinos. Nestes três jogos, quem foi superior? O FC Porto. Mas no fim o que conta é o resultado, e hoje quem ganhou foi o Sporting. Se é justo? Pelo que disse, não.”


As paragens constantes do jogo
“Somos uma equipa habituada um ritmo alto, queremos sempre um jogo vivo, e muitas vezes o jogo foi quebrado por faltas. Numas vezes, justificando-se as paragens, em outras nem tanto. O árbitro, como queria segurar o jogo, como foi muito pressionado, acho que parou o jogo em demasia. Não foram apenas os jogadores da equipa adversária.”

O que disse aos jogadores na roda
“Disse-lhes para olhar em frente e olhar para o próximo jogo, para olhar também para trás, para quem nos estava a aplaudir enquanto fazíamos a roda, e para os esperam de nós uma resposta muito positiva na quarta-feira, num jogo para o campeonato, que é o próximo objetivo”.



RESUMO DO JOGO

24 janeiro, 2019

ASNEIRADAS HISTÓRICAS.


A História está repleta de grandes asneiradas. D. João II convidou Cristóvão Colombo para pregar noutra freguesia, e perdeu a hipótese de dominar a totalidade do continente Americano, Napoleão cismou que conquistaria a imensa Rússia numa única batalha, e perdeu o melhor exército do mundo na brincadeira ou, já que estamos a falar de Russos, estes lembraram-se de vender o Alaska aos States por pouco mais que umas sandes de queijo e, azar, por baixo da neve, escondiam-se toneladas e toneladas de ouro.

Pinto da Costa, e nós, portistas em geral, fizemos a asneirada de durante largos anos desvalorizar, e até mesmo gozar - como foi o episódio da viagem de comboio - com a Taça da Liga. Ela pode ser chata, inconveniente, disparatada ou apenas uma desculpa para alguns juntarem uns cobres à nossa custa. Ainda assim, É UMA COMPETIÇÃO OFICIAL a contar para o palmarés. Com a brincadeira, não só ajudamos o nosso maior rival a ultrapassar-nos na contabilização de títulos, como até sofremos a única goleada de um grande neste século (4-1 em Alvalade). É com bastante agrado que vejo Sérgio Conceição a honrar o nosso ADN e corrigir esta asneirada histórica: Entrar em todos os jogos para vencer. SEMPRE!

Esta Taça da Liga não é excepção. Insignificante ou não, é um troféu que nos falta. É para trazer o caneco!

Do jogo com vermelhos, já sabemos que a capacidade de memória daqueles seres excluirá a vergonha de arbitragem - para não dizer roubalheira - que foi o FC Porto - slb da época passada, felizmente sem consequências de maior para o título final. Bem diferente do que fizeram Carlos Xistra e Fábio Veríssimo neste clássico, onde ambos erraram para os DOIS LADOS.

O golo encarnado foi mal anulado. Ponto. Não vale a pena entrar na discussão se a unha do pé do avançado estava à frente ou não do último defensor. Temos que ser coerentes. Na altura do passe, o jogador estava em linha. Contudo, e exceptuando este lance favorável aos encarnados, a narrativa ficcionada benfiquista esquece-se convenientemente do penalty que Corona sofreu na parte inicial do jogo, ou o vermelho por acumulação de amarelos, que Seferovic deveria ter recebido na 2ª parte. Nos golos iniciais de ambos, quer no roubo de bola de Óliver, quer no domínio de Seferovic, situações difíceis, mas penso que o árbitro esteve bem em deixar seguir. Como já referi em crónicas anteriores, a diferença entre errar para dois lados, ou errar só para um lado, é a diferença entre uma má arbitragem (como o foi esta) e um Roubo, como o foi no ano passado no Dragão.

Preocupante deste jogo, foram os enormes buracos no miolo do terreno, que permitiram por várias vezes que surgissem 1, 2 e até 3 jogadores encarnados na cara de Vaná. Se a qualidade dos nossos 4 defesas não está em causa, nem a abnegação de Herrera e Óliver, monstros a cair em cima do meio-campo contrário, há que trabalhar melhor a substituição de Danilo naquela zona do terreno, bem como a adaptação de Militão à direita. Por sorte, não estávamos a defrontar matadores de top, como o vimos a semana passada no Leixões. Contudo, não convém abusar da fortuna.

CURTAS


Antes de pedir apoio à cidade, Salvador deveria preocupar-se em tornar o Sporting de Braga um clube independente e honrado, no qual os adeptos se possam identificar e orgulhar. Enquanto a costela avermelhada pairar sobre a instituição, porque deverão os Bracarenses apoiar intermediários, quando podem apoiar directamente a casa-mãe lisboeta?



Admitindo que Rui Pinto é efectivamente o hacker que pirateou os emails encarnados, do que se conhece até ao momento, não foram envolvidas nenhumas contrapartidas materiais e/ou financeiras pelos emails. Se assim se comprovar, as acções levadas a cabo por Rui Pinto deveriam ser motivos de elogio, e até de convite de colaboração com as autoridades. Só mesmo no Benfiquistão Tugalandês, é que a denúncia de graves crimes de corrupção é passível de ser considerada ela própria um crime... por acusação dos corruptos.

Cumprimentos Portistas.

22 janeiro, 2019

CLÁSSICO AO RUBRO.


benfica-FC PORTO, 1-3

Foi um clássico como todos os adeptos do futebol gostam: aberto, rápido, agressivo, polémico e de discussão prolongada. O FC Porto e o Benfica encontraram-se em Braga para disputar a primeira meia-final da presente edição da Taça da Liga. Saiu-se melhor o FC Porto que acabou por vencer por um resultado algo folgado.

Não faltaram motivos de interesse e quem receou assistir a um clássico fechado, táctico e bastante cauteloso de ambas as equipas, enganou-se redondamente. O FC Porto apresentou o onze do último jogo, apenas com duas alterações: Vaná apareceu na baliza e André Pereira ocupou a vaga de Soares na frente de ataque.


O FC Porto entrou fortíssimo no jogo. Ainda não estavam cumpridos os primeiro 60 segundos de jogo e já Marega desperdiçava um golo na cara de Svilar. Não contente com isto, o Benfica decidiu ripostar no minuto imediato, com a bola a sobrevoar a baliza portista mas o perigo terminou com uma bola rematada à malha lateral por João Félix.

Aos 8 minutos, Corona recebeu um passe de Marega na grande área e foi derrubado por Rúben Dias. O árbitro mandou seguir e nem sequer houve intervenção do VAR. Aos 24 minutos, os Dragões inauguraram o marcador já depois de André Pereira e Corona terem desperdiçado boas oportunidades de golo.

Marega, desmarcado na direita, rematou para defesa de Svilar e na passada, Brahimi atirou para o fundo das malhas, perante a incapacidade da defesa contrária. O Benfica respondeu sete minutos depois. Numa transição rápida, o FC Porto foi apanhado em contrapé com a defesa descompensada. Pizzi cruzou para a área, Seferovic dominou a bola e rematou para defesa de Vaná. A bola ressaltou para o pé de Rafa e encaminhou-se para a baliza.

O FC Porto reagiu de imediato. Aos 35 minutos, Brahimi desmarcou Corona na área, o mexicano amorteceu para a entrada de Marega que, de pé esquerdo, bateu Svilar. Estava reposta a vantagem no marcador.


O jogo ficou partido e havia ameaças nas duas balizas. Alguma precipitação e boas intervenções dos Guarda-Redes impediram que o resultado sofresse alterações até ao descanso.

Em cima do intervalo, o Benfica empatava o jogo, mas o golo era anulado pelo árbitro auxiliar. O VAR chamado a intervir não se pronunciou contra, uma vez que o lance não é claro. Mas já lá vamos à apreciação do momento. O FC Porto beneficiou de um livre perto da área benfiquista. Alex Telles cobrou, a bola foi cortada pela defesa vermelha e, num ápice, surgiram três jogadores do Benfica para um do FC Porto. Seferovic isolou Rafa e o avançado foi para a baliza. À saída de Vaná tocou a bola para Pizzi que empurrou para as malhas.

Ora, no momento do passe de Seferovic para Rafa, o avançado português encontrava-se numa posição milimétrica de fora-de-jogo. É um lance que suscita muita controvérsia e bastante polémica. Quer tivesse sido validado, quer tivesse sido anulado, como foi o caso. O VAR só pode intervir em lances de erros claros. Na repetição do lance com a linha da câmara de TV, é possível ver a ponta da bota do jogador benfiquista à frente dessa linha. Permite-nos dizer que estava em fora-de-jogo milimétrico.

Mas como estamos num país de pura propaganda do benfiquistão, o lance foi, é e será passado e discutido até à exaustão, sob a teoria de que foi um escândalo nacional. E o benfiquistão, com os seus acólitos bem posicionados estrategicamente nos principais órgãos de comunicação social, irá repetir permanentemente que foi um erro claro e inequívoco e que penalizou a sua equipa. Não, não há erro nenhum. Há, sim, um lance milimétrico que quer fosse validado, quer fosse anulado, seria sempre uma decisão perfeitamente aceitável. Mas como o modus-operandi de vigaristas e desonestos é o que todos sabemos, este lance vai já marcar a época toda na cabeça de gente mesquinha.


Esta gente quando foi colocada perante o lance do Benfica-Portimonense da época passada, com o VAR a anular um golo à equipa algarvia por pretenso fora-de-jogo milimétrico, foi aplaudido de pé por todo o benfiquistão. Uma decisão muito bem ajuizada e de grande competência foi o que se disse e o que se escreveu por toda a imprensa. Curiosamente e, eu acrescento, coincidentemente, o VAR desse jogo foi o mesmo que esteve esta noite em Braga. E o que disse agora o líder do benfiquistão sobre o árbitro? Não tem condições para apitar. Bendita coerência!

Esta gente que está ao serviço do benfiquistão e que dispara e propala barbaridades em tudo o que é tv/jornais/radio é a mesma que aceitou e concordou com o lance anulado a Soares na temporada passada no jogo entre o Sporting e o FC Porto a contar para as meias-finais da mesma prova. Soares estava na mesma situação que Rafa neste jogo. Ou seja, quanto muito seria um lance milimétrico.

Mas ainda há mais.

Esta gente, que não pensa pela própria cabeça e diz o que lhe mandam dizer, escamoteou e esqueceu por completo o golo que Seferovic marcou, esta época, diante do P. Ferreira. O jogador suíço encontrava-se adiantado no momento do cruzamento. Onde estão as vozes protestantes e condenatórias? Zero.

Tenham vergonha! Deveriam estar calados e lavar a boca com sabão.


Na segunda parte, o FC Porto recuou as linhas e defendeu a vantagem que dispunha. O Benfica pegou no jogo e tentou acercar-se da baliza portista. Por duas vezes, a baliza de Vaná esteve ameaçada. Os campeões nacionais tentavam sair para a contra-ofensiva e em duas situações Marega poderia ter definido melhor, não fosse o cansaço que acusou, uma vez que o maliano passou a fechar o corredor direito depois da saída de Corona.

A etapa complementar apesar de ter sido intensa e de bastante luta, foi menos interessante do que a etapa inicial. No entanto, a seis minutos da contenda, Soares recebeu uma bola perto do meio-campo, rodou e isolou Fernando Andrade que rendera Brahimi. O avançado brasileiro acelerou para a baliza e colocou a bola no canto inferior, estabelecendo o resultado final.

No final, venceu a melhor equipa, o colectivo mais sólido e mais experiente. Destaques finais para o grande jogo de Óliver Torres e para a capacidade de sacrifício de Marega que se desdobrou em várias funções em prol da equipa. Por outro lado, a grande moldura humana azul-e-branca registada na bancada nascente contrastou com as clareiras na bancada poente vermelha que nos faz perceber que, neste país, há mesmo seis milhões. São os seis milhões da treta.

O FC Porto segue para a final da prova onde vai esperar pelo vencedor da outra meia-final entre Sp. Braga e Sporting. O derradeiro jogo será disputado no próximo Sábado, no mesmo palco.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Provocámos o erro do adversário"

Maturidade e pressão alta
“Sinceramente, não me apetece muito falar do jogo. Podia falar da maturidade da minha equipa. Fizemos a nossa pressão alta e provocámos o erro do adversário, um dos nossos golos nasce dessa forma. Naturalmente demos mais campo ao Benfica na segunda parte, fizemos um golo em transição. Houve uma ou outra oportunidade do Benfica na segunda parte provocada por erros nossos, e sabíamos por onde o Benfica poderia criar perigo. Mas, sinceramente, não me apetece muito falar do jogo. Poderia falar de touradas e em como pegamos 'o touro pelos cornos', como se costuma dizer em bom português, mas também não vou falar disso porque tenho respeito pela instituição Benfica.”


Acontecimentos que falam mais alto
“O meu pensamento, neste momento, vai para a família do Emiliano Sala, que foi meu jogador no Nantes. Um miúdo fantástico. Seguramente que a família dele está a sofrer muito e a minha equipa técnica também está, tínhamos uma boa relação com todos os jogadores e recebemos hoje a notícia e deste desaparecimento. Não sabemos, neste momento, como estão as coisas, mas o meu pensamento mais forte é esse.”



RESUMO DO JOGO

18 janeiro, 2019

PASSEIO POR TRÁS-OS-MONTES.


CHAVES-FC PORTO, 1-4

O FC Porto iniciou a segunda volta da Liga NOS com uma vitória concludente em Trás-os-Montes. A equipa de Sérgio Conceição jogou em Chaves, com o último classificado, e levou o desafio a sério, com grande concentração e empenho de todos os jogadores. O resultado foi expressivo, evidenciando claramente a diferença de qualidade entre as equipas, tal como já se tinha verificado na primeira volta.

Sérgio Conceição apostou no habitual 4x4x2, com um quarteto defensivo já muito desejado, desde a chegada de Pepe. Militão ocupou a faixa direita e Felipe e Pepe formaram a dupla de centrais, com Telles na esquerda. No meio-campo, Óliver preencheu a vaga de Danilo (lesionado) e formou uma dupla com Herrera bastante dinâmica. Aliás, o médio espanhol fez uma exibição fantástica. De resto, jogaram os habituais do costume, com Brahimi e Corona nas alas e Soares e Marega na frente de ataque.


O FC Porto pegou no jogo desde o minuto inicial, sem dar quaisquer hipóteses à equipa flaviense. No entanto, o Chaves chegou com perigo à baliza de Casillas, em transições ofensivas, quer antes, quer depois do primeiro golo portista.

Aos 24 minutos, Alex Telles cobrou um pontapé de canto na esquerda, Marega desviou de cabeça e Soares, oportuno, rematou para as malhas da baliza contrária. O Chaves esboçou uma reacção e Casillas teve que se aplicar para evitar um golo certo da equipa flaviense.

Depois de algum abrandamento, o FC Porto voltou a acercar-se da baliza do Desp. Chaves. A três minutos do intervalo, Corona desmarcou Marega na área e o maliano cruzou atrasado para entrada fulminante de Soares. O bis do avançado brasileiro fazia com que o FC Porto chegasse ao intervalo com uma boa vantagem.


Na etapa complementar, o FC Porto cumpriu o que Sérgio Conceição pretendia que os seus pupilos concretizassem no Estádio do Mar. Controlo absoluto da partida. Não o fez na plenitude, mas foi um controlo e gestão quase perfeitos do jogo. A zona do meio campo portista estava autenticamente sem utilização dado que os campeões nacionais dominavam o jogo e a bola no meio campo adversário.

Aos 68 minutos, Soares ampliou o resultado para 0-3, já depois de ter desperdiçado uma soberana oportunidade minutos antes. O Desp. Chaves rendia-se completamente mas oito minutos volvidos, a equipa da casa foi presenteada com uma grande penalidade cometida por Pepe que me deixa dúvidas. Bruno Gallo converteu o castigo máximo e reduziu o marcador para 1-3.

Sérgio Conceição começava a fazer a gestão dos seus activos. Retirou Felipe e fez entrar Mbemba, passando Militão para o centro da defesa e depois entrou Fernando para a vaga de Brahimi e, mais tarde, Adrián rendeu Corona.


Fernando desperdiçou uma bela oportunidade para fazer o quarto golo, mas redimiu-se bem perto do final quando isolado, antecipou-se a Nuno André Coelho, picou a bola sobre António Filipe e sobre a linha de baliza pressionou o central do Chaves a cortar a bola para o interior da própria baliza. O jogo terminou pouco depois com os Dragões a somarem mais três pontos. A Liga NOS regressa dentro de semana e meia com o FC Porto a receber o Belenenses.

Entretanto, os campeões nacionais vão disputar a Final Four da Taça da Liga na próxima Terça-feira, no Estádio Municipal de Braga. Os azuis-e-brancos defrontam o Benfica e, em caso de vitória, vão disputar a final, no próximo Sábado, diante do vencedor da outra meia-final que vai ser disputada entre o Braga e o Sporting.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Coletivo muito forte em praticamente todos os momentos do jogo"

Eficácia da defesa ao ataque
“A eficácia está ligada ao nosso processo ofensivo, mas associado ao equilíbrio defensivo que tivemos ao longo do jogo. Foi um jogo muito consistente da minha equipa, no que é atacar a baliza e criar oportunidades de golo. Tivemos ainda mais ocasiões para fazer mais do que os quatro golos. Fizemos um bom jogo, onde fomos inteligentes para chegar a situações de cruzamento. O Chaves apresentou-se com um bloco baixo, com os dois setores mais recuados muito juntos, o que deixou pouco espaço por dentro. Isso implicaria que a equipa tivesse que circular a bola de uma forma rápida, com largura e com eficácia, e aproveitar o curto espaço que tínhamos atrás da linha defensiva, principalmente nas movimentações de fora para dentro, tal como o Corona fez no nosso terceiro golo, após o passe do Herrera. Soubemos dar a volta às dificuldades que o Chaves nos impos, fizemos um bom jogo a todos os níveis, mesmo a nível defensivo, nunca deixamos o Chaves sair para o ataque com perigo, estivemos sempre de uma forma equilibrada no jogo. Parabéns aos jogadores, porque conseguiram depois de dois dias, e quando digo dois dias é porque só saímos de Matosinhos depois da meia-noite, darem esta resposta e conseguirem não ter nenhuma quebra na segunda parte. Sofremos aquele grupo, mas queríamos vencer de forma limpa. Analisarão o penalti, mas para mim não existe grande penalidade. Teríamos saído daqui com uma exibição praticamente perfeita. Paciência, para a próxima temos de estar um pouco mais atentos”.

Sem desacelerar
“A minha equipa está trabalhada para procurar sempre a baliza adversária, para não fazer uma gestão de jogo de uma forma passiva, que eu não gosto. Não quero que deixem as coisas andar. Quando aconteceu o 3-1, volto a frisar, daquilo que vi não me pareceu penalti, tivemos de correr mais e procurar mais algum conforto no marcador. Não foi o caso, mas eles sabem que eu não gosto dessa forma passiva de estar em campo. No entanto, temos de olhar para aquilo que foram os últimos jogos e o acumular de alguma fadiga. Os jogadores sabiam que estávamos a vencer por 3-0 e o jogo estava praticamente controlado.”


Gestão de Felipe
“Estava muito cansado, mas não é só o cansaço, também é a fadiga física e mental. Notei em dois ou três lances que ele perdeu um bocadinho a concentração e era melhor tirá-lo para não arriscar.”

O desgaste do calendário
“No futebol, correr cansa. É normal que eles estejam mais cansados, mas faz parte daquilo que são este acumular de jogos. Estamos preparados para isso, temos um excelente departamento médico, onde temos tudo à disposição. Iremos trabalhar para que os jogadores estejam na melhor forma para a próxima partida.”

Golos de Soares enaltecem o coletivo
“As oportunidades surgem quando o coletivo é forte. Vemos um coletivo muito forte em praticamente todos os momentos do jogo. Os jogadores que estão na frente fazem golos, a linha defensiva demonstrou uma eficácia incrível, tirando aquele lance duvidoso do penalti. O Óliver e o Herrera fizeram um jogo monstruoso naquilo que é o sentido posicional, com e sem bola, foi fantástico. A equipa esteve muito bem, e isso faz com que haja jogadores que sobressaiam. Normalmente, fazem golos, mas eu dou tanta importância aos jogadores que defendem como aqueles que atacam. Está tudo associado.”



RESUMO DO JOGO

AGORA É QUE É.


Apertar o cinto, acelerar, não travar. É o que se espera dos próximos 10 embates. Uma sequência desafiante: Chaves (fora), Benfica (neutro), Final Taça da Liga? (neutro), Belenenses (casa), Vitória SC (fora), Moreirense (fora), Roma (fora), Vitória FC (casa), Tondela (fora), Benfica (casa).
Da série “Não há jogos fáceis”.

Acelerar… no rendimento da equipa. Devemos começar por reconhecer e agradecer a brilhante série de vitórias consecutivas que terminou em Alvalade. Mas quem quer discutir tudo para “ganhar tudo”, tem também de ter humildade, exigência e auto-conhecimento. Empatar em Alvalade não é, de todo, negativo, mas já não podemos dizer o mesmo da falta de soluções para magoar o Sporting em construção ofensiva. Da falta de ideias, do abuso das bolas longas, da profundidade, da falta de ligação e paciência no jogo. Em suma, do facto de termos sido a primeira equipa na Liga que não marcou ao Sporting de Keizer. Sim, é justo também dizer que foi a primeira vez que o Sporting de Keizer jogou a medo, abdicando de tentar verdadeiramente ganhar.

Seguiu-se outro jogo sofrido com o Leixões. Cansaço, relvado (ou será areado?), alterações na equipa e Capelices explicam parte do problema, mas não todo. A nossa equipa precisa de mais cérebro, de mais ideias, de maior ligação, de mais finesse. Não pode ser só músculo, vontade, sprint e rasgo. Sem querer ser demasiado injusto para com a equipa e o mister, que têm feito um percurso praticamente brilhante até aqui, é nítido que há arestas críticas a serem limadas rapidamente. Só assim sairemos vivos e vencedores desta autêntica montanha-russa de embates que vamos enfrentar. Tudo dito em relação ao que estamos a jogar, e ao que podemos ou precisamos de fazer.

Em relação ao plantel, destacar que estamos agora com um plantel mais completo. Mbemba parece ser uma alternativa realmente válida. Pepe é um reforço a sério. Fernando Andrade poderá também ser bastante útil se tiver uma boa adaptação. E depois há um Hernâni que vai sendo decisivo em momentos importantes, Adrian também tem vindo a mostrar mais. Não fossem as baixas de Danilo, Aboubakar e Otávio, e diria convictamente que não precisávamos de mais ninguém para atacar todas as frentes. Assim, não será fácil. Se quisermos usar a relatividade para sermos mais positivos, podemos afirmar que estamos mais fortes e completos hoje do que estávamos há precisamente um ano atrás. Ou pelo menos parecemos. A confirmar nos próximos jogos.

E agora parem de respirar, apertem o cinto, acelerem, não travem. A todo o lado eu vou… o Porto vai…. O Porto tem de ir…. para ganhar! Mesmo que para acelerar como queremos, seja preciso mais pausa, mais critério, mais ideias. Menos vertigem, menos pressa. Já vi esta equipa fazer e jogar assim, portanto não há como não acreditar que estaremos prontos. Tem de ser com tudo, para “matar”. Agora é que é!

17 janeiro, 2019

ODORES NATALÍCIOS.


Nesta primeira incursão bloguística de 2019, inflacionada por umas saborosas férias natalícias, tenho a declarar que a publicação de hoje será mais destinada a apreciadores de um Roquefort ou Gorgonzola, tal a quantidade de bolor e odor, que nela estará incluída.

Perdoem-me os detractores destas iguarias queijísticas - como eu - mas temas há, que não dá para olhar para o lado e esquecer.

O principal deles, a decisão da Juíza Ana Peres em não levar a SAD Benfiquista a julgamento, no que respeita ao processo E-Toupeira.
Numa época do ano, em que as atenções se concentram na azáfama de prendas, repastos e viagens, a atenção mediática e popular para esta decisão foi deveras ligeira, roçando o residual. Muito haveria a debater sobre ela, a começar pelo conveniente adiamento da decisão para esta data. Da própria decisão instrutória, bastaria a seguinte frase, e passo a citar "Os factos atribuídos a Paulo Gonçalves não podem ser imputados directamente à SAD do Benfica...[pois] não faz parte dos órgãos sociais da pessoa colectiva, nem representa a pessoa colectiva", para acusar a dita juíza de impreparação, ou incompetência, acreditando na boa fé e imparcialidade da Justiça. Pois é público e conhecido, que Paulo Gonçalves representava a SAD benfiquista nas reuniões da Liga de Clubes

Contudo, o mais chocante disto tudo, não é a incompetência, cobardia ou interesse da Juíza Ana Peres em não levar a SAD benfiquista a julgamento. Chocante mesmo, foi o ensurdecedor silêncio da SAD Azul e Branca, resumida a uns amorfos e insignificantes comentários de FJ Marques.

Que porra é esta? Onde está o homem capaz de marchar sobre a Capital do Império por causa de uma simples sanita? Onde está um administrador pago a peso de ouro, que em tempos até já foi Ministro da Administração Interna? Onde está alguém que há mais de 20, ou 30, anos parece estar no FCP apenas para assinar a declaração de rendimentos anual? Onde está o responsável jurídico da SAD?

Ninguém?


Outro interessante evento que ocorreu em período de paz e amor festivo, foi o jogo que opôs encarnados do sul a encarnados do norte, saldado por um 6-2 final.
Rejuvenescendo uns bons 30 anos, para um período de inocência e ingenuidade há muito perdido, vou acreditar que tudo correu magnificamente bem a sulistas, mesmo estando na altura mergulhados em severa crise exibicional e de finalização, e tudo correu mal a nortenhos, mesmo tendo na altura uma defesa quase inexpugnável.
Ao contrário do que podem ser levados a crer por esta insinuação, não me acredito que o slb tenha cometido qualquer irregularidade, ou acto de corrupção, para este jogo em concreto. A minha incredulidade e desconfiança na veracidade do resultado, deve-se à subserviência por parte de presidente, treinador e alguns atletas bracarenses, que não colocaram o empenho necessário - dentro e fora do campo - à importância do desafio em causa. É incompreensível ver, no final da partida, um treinador acomodado e resignado, por ter apanhado meia-dúzia e ser ultrapassado na tabela pelo adversário desse dia. Não há desculpas? Vergonha? Frustração? Se nos lembrarmos do mau estar deste mesmo treinador quando, por números mínimos, perde connosco, dá muito que pensar e perguntar...


Dos recentes jogos azuis e brancos, é notório que a chama tem vindo a esmorecer. Para o jogo do Estádio do Mar, Sérgio Conceição esteve bem em fazer descansar vários jogadores nucleares. Só assim poderemos recuperar algum fôlego físico e exibicional. Melhor esteve ainda, na atitude que incutiu para o início da contenda, com vontade de resolver o jogo cedo. Inadmissível foi o que se viu depois de atingido o golo. Uma equipa apática, errante, a deixar passar os minutos, atitude agravada pelo experimentalismo de pré-época que o treinador decidiu fazer na 2ª parte. Estando o resultado na margem mínima, correr este tipo de riscos num jogo a eliminar, é de uma loucura injustificável. Ontem acabou por correr bem, mas espera-se outro tipo de inteligência num treinador do FC Porto. Faço votos que Sérgio Conceição tenha aprendido a lição... e não a repita!


Para finalizar, não podia deixar de referir Pepe. Um excelente jogador, dos melhores centrais do mundo. Infelizmente, veio reforçar a zona do terreno que menos reforços necessitava. Não só Felipe e Militão têm constituído uma dupla que ombreia com as melhores da história portista, como até o próprio Mbemba parece ser uma alternativa bem credível. Com a sua qualidade e nome, Pepe não vem para ficar no banco. Provavelmente a fava recaíra em Maxi, com a mais do que provável adaptação de Militão ao flanco direito. Contudo, enquanto tentamos criar uma defesa de nível mundial, a nossa frente de ataque continua ao nível de uma equipa do meio da tabela. Se Hernâni tem vindo a crescer na época, e justificando ser uma boa alternativa de banco, André Pereira desperdiçou (mais) outra oportunidade e Fernando Andrade esteve longe de convencer como reforço. De Adrian já nem falo, mesmo estando na sua melhor época de azul e branco. Duvidando que o perdulário Aboubakar venha a conseguir atingir um mínimo de forma esta temporada, o nosso ataque resume-se a Tiquinho Soares e Marega. Avançados interessantes, com estilos diferentes, mas muito longe da qualidade exigível para uma equipa de topo. Para quando um reforço VÁLIDO para a frente de ataque? Sérgio Conceição e o FC Porto bem que agradeciam!

Cumprimentos Portistas.

15 janeiro, 2019

CAPELA A SURGIR E HERNÂNI A DECIDIR.


LEIXÕES-FC PORTO, 1-2 (ap)

O FC Porto está nas meias-finais da Taça de Portugal mas não foi uma qualificação fácil. Não porque o adversário desta noite tenha criado grandes oportunidades, mas sim porque o FC Porto não sentenciou a partida em várias fases do jogo e também porque o regresso da capela tentou influenciar o desfecho da eliminatória. Há dois anos, o artista conseguiu em Chaves, hoje o campeão não permitiu em Matosinhos.

Não estou a dizer que o Leixões nada fez para justificar a difícil qualificação do FC Porto, mas não foi, com certeza, o principal adversário dos Dragões. A equipa leixonense apresentou-se bem defensivamente e tentou remar contra a maré. Fez três remates durante 120 minutos, no qual um deles deu um golo. Mas os grandes adversários dos campeões nacionais foram a própria equipa portista e o senhor que anda lá dentro a tomar decisões incompetentes e de intenção duvidosa.


Sérgio Conceição poupou sete unidades da equipa azul-e-branca em relação ao último jogo, em Alvalade. Mantiveram-se Felipe, Alex Telles, Herrera e Corona. Depois jogaram jogadores com poucos minutos e os dois reforços de inverno: Pepe e Fernando. Destaque para a exibição fantástica e segura de Pepe que, estou convicto, irá ser uma grande opção para a segunda metade da época. O luso-brasileiro apresenta-se numa forma física invejável e joga com uma autoridade ímpar na sua zona de jurisdição.

O primeiro tempo foi bastante positivo da parte do campeão nacional. A equipa portista pegou no jogo e procurou marcar cedo, de forma a resolver cedo a questão da eliminatória. Aos 11 minutos, desmarcação perfeita de Óliver Torres a isolar Herrera na área. O mexicano fez a recepção perfeita de pé direito e rematou colocadíssimo de pé esquerdo ao ângulo inferior esquerdo da baliza de Luís Ribeiro.

Logo a seguir, aos 18 minutos, os azuis-e-brancos podiam ter aumentado a vantagem. Numa jogada de entendimento, Fernando Andrade roda sobre si próprio na grande área e rematou de pé esquerdo às malhas laterais. O avançado ex-Santa Clara não se ficou por aqui. Cerca de vinte minutos depois, apareceu novamente na área, solto, a rematar ao lado quando tinha tudo para acertar na baliza.


A etapa inicial estava completamente controlada pelos Dragões. De regresso das cabines, os campeões nacionais baixaram um pouco a intensidade e permitiram ao Leixões pegar um pouco no jogo. No entanto, a equipa de Matosinhos, com muitos adeptos benfiq…, perdão, leixonenses nas bancadas, não conseguia chegar à baliza de Fabiano.

Foi o FC Porto a criar a primeira oportunidade de golo da etapa complementar. Com 70 minutos de jogo, Adrián isolou Corona na área, mas o extremo mexicano perdeu ângulo e rematou ao lado da baliza contrária. Não marcou o FC Porto, marcou o Leixões, num lance fortuito. Zé Paulo recebeu a bola na zona central do meio-campo portista e rematou com força ao canto da baliza de Fabiano. Um empate inesperado e que alterava os planos de Sérgio Conceição.

Militão tinha entrado minutos antes para o lugar de Corona, para apoiar Herrera no miolo, mas com o golo do empate, Sérgio Conceição teve que recorrer ao banco e meter a artilharia pesada para desfazer o empate. Primeiro Soares e depois Marega entraram para os lugares de André Pereira e Mbemba. O Dragão voltou a carregar no acelerador, mas Soares não foi feliz num cabeceamento.

Os leixonenses dispuseram de um remate de Zé Paulo para defesa atenta de Fabiano e depois só deu FC Porto. Os 90 minutos chegavam com um empate, mas que castigava um pouco da apatia da equipa na segunda parte e o desacerto na hora da finalização.


Depois veio o prolongamento e a oportunidade do artista do costume tentar meter “a mão na massa”. Aos 94 minutos, Fernando cabeceou uma bola e Dasse, deliberadamente, jogou a mesma com o braço. Grande penalidade que ficou por assinalar e, como não há VAR, nesta fase da prova, lá se foi uma oportunidade de corrigir a incompetência (ou não) do artista.

Aos 100 minutos, nova actuação da “equipa de circo” presente em Matosinhos. Alex Telles cobrou um livre na esquerda, Marega cabeceou, na área, para defesa sensacional de Luís Ribeiro e Soares, na recarga, introduziu a bola na baliza. Um golo limpo, prontamente, anulado pelo árbitro auxiliar que acompanhou a jogada. Mais uma decisão para o VAR que mais uma vez não existiu para ajudar a corrigir a incapacidade de ajuizar bem os lances capitais da partida.

O FC Porto continuou a fazer uma pressão altíssima e a reagir rapidamente à perda de bola. Hernâni entrou no FC Porto para o lugar de Fernando Andrade. A quarta substituição, permitida no prolongamento, foi a chave da eliminatória. Primeiro fez o ensaio quando, isolado por Adrián, rematou, incrivelmente, contra Luís Ribeiro. Depois, a dois minutos do fim do prolongamento, apareceu à boca da baliza a corresponder, com sucesso, a uma solicitação, novamente, de Adrián. Tal como no Bessa, Hernâni voltou a ser o abre-latas da equipa de Sérgio Conceição.


Os campeões nacionais avançam assim para as meias-finais da prova, cujo o adversário será o Sp. Braga, numa eliminatória a ser disputada a duas mãos.



DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "A Taça é um objetivo nosso"

Vitória num terreno difícil
“Nós analisámos a equipa do Leixões e hoje foi uma equipa verdadeiramente competitiva. Estamos num terreno difícil que torna o jogo tecnicamente mais fraco e onde por vezes é difícil aparecer algumas situações do processo ofensivo. Para quem ataca e vai à procura do resultado é mais difícil. Fizemos uma primeira parte, na segunda parte baixámos um bocadinho, também era normal uma reação do Leixões, que tem uma boa equipa. Deixámos de ter bola, quisemos esticar muitas vezes o jogo quando devíamos ficar em posse. Fez um bom golo numa das poucas situações que criou e depois no prolongamento era a nossa obrigação dar esta resposta e ganhar o jogo.”


Rodagem da equipa
“O André Pereira não jogava há algum tempo, tal como o Fernando. Mudei alguns jogadores, é normal que com este terreno que cansa que houvesse uma gestão inconsciente do esforço. Mas não deixámos correr o tempo. Sempre que pudemos, fomos à procura da baliza adversária. É verdade que também jogámos contra um adversário de valor que nos criou algumas dificuldades. É uma equipa aguerrida, determinada que esteve muito bem naquilo que foi a ocupação do espaço. Foi um bom espetáculo dentro do possível com todas as condicionantes que frisei. Não demos a volta porque os que jogaram têm menos qualidade do que os que entraram. Tem a ver com a frescura dos jogadores que entraram.”

Taça é objetivo claro
"Foi importante seguir para as meias-finais. A Taça é um objetivo nosso.”



RESUMO DO JOGO

12 janeiro, 2019

UM MAL MENOR.


SPORTING-FC PORTO, 0-0

O jogo desta tarde no Estádio de Alvalade foi, de certa forma, uma cópia fiel do jogo que os Dragões disputaram no Estádio da Luz. Mal jogado, com poucos motivos de interesse, com as equipas a anularem-se persistentemente e com o Sporting a jogar em casa, bastante receoso e com o bloco muito baixo. O FC Porto, à espera de um Sporting aberto e a explorar bem o ataque, sentiu-se defraudado e não conseguiu encontrar espaços para a baliza leonina.

Curiosamente, o jogo desta tarde e o jogo que os portistas fizeram com o Benfica têm outro ponto em comum. Em ambos, os azuis-e-brancos perderam pontos. Desta vez, o FC Porto ainda levou um ponto para casa, mas não deixa de sentir um sabor amargo porque percebeu que tem uma equipa superior aos verdes-e-brancos.

Por outro lado, os Dragões quebraram ao fim de 18 vitórias consecutivas. O recorde de jogos a vencer iguala o recorde nacional obtido pelo Benfica. Tinha sido, precisamente, com os vermelhos que os Dragões haviam perdido pontos pela última vez, no mês de Outubro.


A primeira parte foi muito fraca em termos de jogo exigido para um clássico. Nenhuma oportunidade de golo para a amostra, numa partida em que o Sporting jogou muito fechado e com pouca iniciativa. Por outro lado, o FC Porto, com mais posse de bola e iniciativa de jogo, não foi capaz de criar oportunidades e situações de golo. Diria que o FC Porto foi surpreendido pela postura receosa do Sporting e não foi capaz de tornear as dificuldades que a equipa de Alvalade colocou desde o início da partida. Ao mesmo tempo revelou-se incapaz de arranjar estratégias para furar a muralha defensiva leonina.

Percebo que o Sporting receou perder o jogo e o caminho do título. O facto de ver a possibilidade de ficar a 11 pontos do primeiro lugar, condicionou e de que maneira a actuação dos leoninos. Mas o empate comprometeu também em muito essas aspirações. Quiçá, o treinador Kaizel pensou primeiro em não perder e depois, em caso de não vencerem o jogo, sempre deixariam o segundo lugar à distância de uma vitória frente aos seus vizinhos.

Contudo, a segunda parte foi melhor. O Sporting entendeu arriscar um pouco mais e o FC Porto percebeu que teria mais espaços para jogar e explanar o seu futebol. Foi neste período que surgiram as poucas, mas boas oportunidades de golo do jogo.


A primeira foi para a equipa de Sérgio Conceição. Brahimi desmarcou, na direita, Herrera que combinou com Corona. O mexicano cruzou com conta, peso e medida para Soares que ficou com todas as condições para fazer o golo. O avançado brasileiro rematou contra a perna esquerda, a bola foi para a baliza mas sem a força desejada. Renan Ribeiro sacudiu a bola em cima da linha.

A segunda oportunidade também foi para os Dragões. Cruzamento da esquerda para a área e Marega apareceu a rematar com o pé esquerdo a rasar a esquina da trave. Os Dragões desperdiçavam duas oportunidades claras de se adiantar no marcador e de resolver o jogo a seu favor.

Depois, o Sporting teve dois lances de perigo. Sem conseguir chegar à baliza portista, os leões tentaram a sorte de longe. Primeiro, Bruno Fernandes rematou para defesa apertada de Casillas e depois o Guarda-redes espanhol fez a defesa da tarde com um desvio por cima da barra, numa “bomba” do meio da rua de Gudelj.

Depois disto, os treinadores fizeram algumas mexidas, mas em termos de efeitos práticos, não resultou em nada. O FC Porto ainda teve duas situações em que poderia ter definido melhor no último passe, mas o cansaço e o desgaste não permitiram tomar as melhores decisões.


No fundo, foi um clássico fraco em que a moldura humana, as condições climatéricas, a hora do jogo e o relvado mereceriam um jogo de muito melhor qualidade do que aquele a que foi possível assistir.

Notas finais para saudar mais uma vez o regresso às tardes de futebol, com casa cheia e famílias inteiras no estádio. Pelo lado negativo, destaco as lesões de Danilo e Maxi Pereira, num momento terrivelmente complicado, dado o ciclo de jogos alucinante que o FC Porto terá para cumprir.

O árbitro da partida foi mais do mesmo. Tendencioso e incompetente, perdoou o segundo amarelo a Bruno Fernandes e mostrou-se completamente desenquadrado do jogo. Um desastre!

Os Dragões regressam à competição já na Terça-feira, em Matosinhos, onde vão defrontar o Leixões para os quartos-de-final da Taça de Portugal. A Liga NOS virá logo a seguir, na Sexta-feira, com uma deslocação dos azuis-e-brancos a Chaves, jogo que marca o início da 2ª volta do campeonato.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "A haver um vencedor seríamos nós"

Melhorias no segundo tempo
“Nós queríamos vir aqui para ganhar o jogo, tínhamos preparado a equipa para isso, como fizemos nos últimos 18 jogos. Penso que foi um jogo não muito bem jogado, mas muito competitivo e com muitas faltas. Uma primeira parte equilibrada, praticamente sem ocasiões de golo para as duas equipas. O Sporting a dar-nos o incentivo de jogo, com receio de dar espaço nas costas da sua linha defensiva. Nós podíamos e devíamos ter tido mais paciência com a bola, mas foi uma primeira parte com as equipas muito encaixadas. A segunda parte foi diferente. Estivemos por cima do jogo, tivemos dois lances em que podíamos ter feito golo, o Sporting teve um ou outro remate de fora que causou pouco perigo. A haver um vencedor seríamos nós, não tenho a menor dúvida. Notava-se e sabia-se que o Sporting podia estar com um bocadinho mais de pressão do que nós para este jogo, podíamos ter aproveitado melhor, principalmente na primeira parte.”

Combater estratégias do adversário
“Nós preparamos o jogo naquilo que foi este percurso deste novo treinador, mas depois chegámos aqui e deparámo-nos com uma situação completamente diferente. Isso faz parte da estratégia. Como uma equipa grande, como primeiro classificado e como campeões, temos de encontrar uma solução de forma de ultrapassar essas dificuldades. Na primeira parte, não o conseguimos fazer, ainda que sempre seguros defensivamente, mas na segunda parte conseguimos, criando oportunidades. Muitas das vezes, se tivéssemos definido melhor os lances, podíamos ter saído daqui vencedores.”


Empatar depois das 18 vitórias consecutivas
“Teve um sabor amargo, queríamos ganhar. Sentimos que somos mais fortes, mas às vezes não se consegue. Tivemos agora na parte final duas ou três oportunidades para definir melhor para uma situação de finalização e não conseguimos fazer. Há jogos assim, mas agora temos de pensar já no encontro da próxima terça-feira frente ao Leixões para a Taça de Portugal e recuperar ao máximo os jogadores, porque temos um acumular de jogos grande, e queremos continuar em todas as competições. Depois jogamos logo a seguir, na sexta-feira, frente ao Chaves para o campeonato, que será um jogo muito complicado também.”

Lesão de Danilo
“Tem o pé bastante inchado, sei que foi uma entorse. Vamos amanhã analisar melhor aquilo que ele tem.”



RESUMO DO JOGO

07 janeiro, 2019

O DRAGÃO SÓ SABE GANHAR.


FC PORTO-NACIONAL, 3-1

Aí está o Dragão de vento em popa. Há quase três meses que só conhece uma palavra: GANHAR. Seja qual for o adversário, seja qual for a prova, o FC Porto acaba os jogos com mais golos do que os seus oponentes. Não há volta a dar. A equipa de Sérgio Conceição é uma equipa terrivelmente poderosa e atinge os seus objectivos com maior ou menor dificuldade.

Depois de batidos o recorde da equipa de Artur Jorge da época de 1984-85 e do recorde da equipa do Sporting de Robert Kelly de 1946-47, os Dragões de Sérgio Conceição igualaram o recorde do Benfica de Jorge Jesus de 2010-11. Já lá vão 18 vitórias consecutivas que se traduzem no recorde nacional partilhado pelos dois clubes. Cabe ao FC Porto quebrar esse recorde já no próximo sábado, na visita a Alvalade.

Mas à equipa azul-e-branca não interessa quebrar recordes. Como diz Sérgio Conceição, os recordes não dão títulos. Interessa, sim, continuar a vencer os seus adversários e vencer o Sporting na próxima jornada terá um significado muito importante para as contas do título, manterá, pelo menos, boa parte da concorrência à distância e deixará os leoninos mais longe do primeiro lugar. Isto é que é importante.

Mas para lá chegar, o FC Porto teve que vencer esta noite o Nacional. Depois de conhecer os resultados dos seus concorrentes directos, a equipa de Sérgio Conceição, que alargou a vantagem nas últimas duas jornadas, entrou no relvado do Dragão com a consciência de que poderia aumentar essa vantagem para os seus perseguidores em três jornadas consecutivas.


Para isso, seria imperioso levar de vencida uma equipa do Nacional, muito bem orientada por Costinha que se apresentou no Dragão exclusivamente para jogar futebol. E fê-lo com muita qualidade e sapiência. A vitória do FC Porto teve bastante significado, atendendo à excelente réplica dada pela equipa madeirense.

Não foi nada fácil para o campeão nacional encontrar o caminho da vitória. Sérgio Conceição voltou a apostar no 4x4x2 utilizado na Vila das Aves, apenas com uma alteração de força maior. Felipe, castigado, cedeu o lugar a Mbemba. O defesa central portista revelou bons pormenores e mostrou bom jogo de pés, saindo a jogar com bastante qualidade. A defender, cumpriu sem comprometer.

Os insulares apresentaram-se bastante bem no relvado do Dragão, com a equipa a explanar bom futebol, não permitindo que os azuis-e-brancos sufocassem o seu adversário como é seu timbre, na maioria dos jogos. O equilíbrio foi a nota dominante na primeira meia hora de jogo.

No entanto, aos 7 minutos, Corona desmarcou Marega na área, mas o maliano permitiu a defesa de Daniel por instinto, quando estavam todas as condições para se assistir à inauguração do marcador. O Nacional correspondeu com dois lances de perigo. Primeiro num canto em que Rosic cabeceou a rasar o poste da baliza de Casillas e logo a seguir, Camacho, num remate de fora da área, obrigou o Guarda-Redes espanhol a uma estirada difícil.


O FC Porto passou então a ter maior predominância ofensiva, mas as oportunidades não surgiam como seria expectável. Até que aos 32 minutos, numa iniciativa atacante, Marega foi travado por Rosic, a bola ficou na posse de Maxi que, numa desmarcação perfeita, serviu Brahimi. O argelino não se fez rogado e abriu a contenda no Dragão.

O jogo abriu mais e foi então que o FC Porto aproveitou os espaços para alcançar o segundo golo da partida. Corona teve uma jogada magistral na direita, partindo os rins a Camacho, cruzou para o coração da área, onde Soares, num cabeceamento perfeito, atirou para a baliza defendida, desta vez, por Lucas França.

Quando tudo se encaminhava para uma vitória fácil e tranquila antes de terminado o primeiro tempo, o Nacional reagiu de pronto. Dois minutos depois, numa desatenção e desconcentração dos Dragões, a equipa madeirense bateu um livre rapidamente por Nuno Campos, a bola sobrou para Palocevic que, num ressalto, teve a sorte de colocar a bola em Róchez. O avançado insular, dentro da área, bateu Casillas e relançou o jogo.

A etapa complementar prometia bom futebol e alguma incerteza no resultado. No entanto, nos minutos iniciais, num choque entre Rosic e Lucas França, o defesa madeirense apareceu estatelado no chão, perdendo os sentidos. O jogo esteve parado longos minutos e gerou-se alguma preocupação. Rosic teve que ser retirado de ambulância e, consequentemente, substituído.


Retomada a partida, o FC Porto voltava a ampliar o resultado. Brahimi correspondia a uma grande desmarcação de Corona e, frente a Lucas França, fazia o resultado do jogo. 3-1 aos 57 minutos traduziam a supremacia do Dragão e deixavam a equipa com mais folga para gerir o jogo.

Apesar disso, o Nacional procurou dignificar a modalidade até ao fim do encontro. Não se verificaram verdadeiras oportunidades, mas o golo andou perto quer numa, quer noutra baliza. Destaque para a estreia de Fernando Andrade que logrou rematar com algum perigo à baliza nacionalista após solicitação de Óliver Torres.

Com esta vitória, o FC Porto aumentou a sua vantagem para o 2º classificado (desta vez, o Sp. Braga) para seis pontos e aproveitou da melhor forma a derrota do Sporting em Tondela. Registos finais para a grande exibição de Jesús Corona, para a boa actuação de Mbemba e para a estreia de Fernando Andrade.

Os Dragões regressam à competição no próximo Sábado, com um jogo em Alvalade, diante do Sporting. Com este jogo, os portistas terminarão a primeira volta da presente edição da Liga NOS.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Temos um grupo muito competitivo"

Ganhar a um adversário confiante
“Sabíamos que o Nacional ia ser um adversário que gosta de jogar, foi assim em Alvalade, onde criou muitas dificuldades no início do jogo, mas estávamos prevenidos para isso. Fizemos o primeiro e o segundo golo mas entretanto fomos algo surpreendidos pela marcação de um livre de forma rápida que deu algum alento ao Nacional. Na segunda parte, entrámos para fazer o terceiro, o que acabou por acontecer. Não fizemos um jogo espetacular, mas acho que a vitória foi justíssima.”

A gestão de Brahimi
“Sabíamos da condição de Brahimi antes do jogo. Estava a 100 por cento para jogar, por isso é que jogou. Quando fizemos o 3-1, fizemos a gestão que era necessária, não a pensar no próximo jogo, mas sim para não agravar a sua situação, apenas isso.”


Vantagem não é suficiente
“Estamos atentos ao que se passa à nossa volta, mas, principalmente, damos valor ao que é o nosso trabalho, o nosso foco diário e damos uma resposta muito positiva na preparação para os jogos. As coisas têm corrido bem e é para continuar. Nem sempre se pode ganhar de uma forma espetacular, mas continuamos a ganhar. Esta vitória foi ainda mais valorizada graças ao bom jogo do nosso adversário.”

A estreia de Fernando
“Ainda há muitas coisas que tem de perceber, até porque pode jogar em mais do que uma posição. Tentámos nestes poucos dias passar a informação necessária para este jogo, mas vamos continuar a trabalhar e vai de certeza assimilar de uma forma diferente, num futuro próximo, aquilo que queremos para o jogo.”

Competitividade do plantel
“Temos um grupo muito competitivo, eles sabem disso. Essa competição que existe internamente é saudável e esse também tem sido um dos segredos deste FC Porto.”



RESUMO DO JOGO

SÉRGIO CONCEIÇÃO MERECE UM REFORÇO DO PLANTEL.


17 vitórias consecutivas é de facto, e sob todo e qualquer ponto de vista, notável para Sérgio Conceição e os seus jogadores. Depois do recorde de pontos do clube num campeonato com 34 equipas a 3 pontos, conquistado no ano passado, agora mais um recorde pulverizado, o de vitórias consecutivas em jogos oficiais.

Não, os recordes não dão troféus para o lindíssimo museu do clube, nem permitem propriamente que se vão fazer festas para os aliados, mas não resta qualquer dúvida que os vários recordes pulverizados desde o momento em que Sérgio assumiu o comando do FC Porto comprovam que o trabalho realizado pelo técnico português, que é sempre bom lembrar herdou um clube que não ganhava rigorosamente nada há 4 épocas consecutivas, tem sido de elevadíssimo nível.

No ano e meio que leva de trabalho no FC Porto, começam a faltar adjetivos para classificar aquilo que Sérgio tem feito pelo clube. Não falo só do saboroso e justíssimo título de campeão nacional e supertaça conquistados em apenas ano e meio, falo sobretudo do facto de ter devolvido ao clube a sua identidade, que nos 4 anos anteriores andou permanentemente pelas “ruas da amargura”. Depois também poderia falar na qualidade de jogo que o FC Porto de Conceição tem tido ao longo deste ano e meio, infinitamente melhor que em quase todo o período de seca (2013-2017).

Dito isto, vou ser claro e conciso no que vou dizer: Sérgio Conceição, mais do que ninguém, merecia um reforço efetivo do plantel neste mercado de inverno, não daqui a 5 meses nem daqui a 1 ano, mas já.

Sérgio Conceição merece efetivamente que o FC Porto faça um esforço para poder contar no seu plantel com um central de top como Pepe. Sim, é um central de top mesmo com 35 anos, ainda pode perfeitamente jogar ao mais alto nível mais 2/3 anos. Seria a uma distância larga o melhor central do campeonato português. Permitiria que outro enorme jogador, Éder Militão pudesse fazer a lateral direita, sendo uma alternativa a Maxi e Corona. Casillas na baliza, Militão na direita, Felipe e Pepe como centrais e Telles na esquerda é uma defesa de nível Champions League.

Sérgio Conceição merece efetivamente um reforço para o sector ofensivo da equipa, tentando equiparar este à qualidade que existe no sector defensivo. Acho que era preciso arriscar neste mercado de inverno e quando digo arriscar é se calhar transferir algum dos habituais titulares para tentar reforçar efetivamente o plantel. Porque não, tentar impedir que Herrera saia a custo zero no final da época, transferindo-o nesta janela de transferências e ir buscar um jogador que jorra qualidade dos pés à cabeça de seu nome Nakajima?!?!

Veremos como vai decorrer então este mercado de transferências, sendo que sinceramente não tenho grandes esperanças que haja um reforço efetivo do plantel. Se depois no final da época mesmo sem reforço do plantel e provavelmente com risco de mais saídas importantes a custo zero, as coisas correrem ainda melhor quer no campeonato, quer na Champions, é encomendar os moldes do corpo de Conceição para ir preparando uma estátua sua no museu do clube.