31 julho, 2009

Como não pôr no Porto uma esperança, se...

..."daqui houve nome Portugal"?

Aqui há atrasado - termo que julgo ser nortenho, relativo a um passado recente, e que gosto de usar por saber que ao fazê-lo, estarei por estas bandas da zona centro, a ser distinto - aqui há atrasado, contava eu, o amigo bLuE bOy contactava o seu plantel de colaboradores numa fase de preparação da nova época que se avizinha a passos largos, com o intuito de auscultar-nos em busca de nossa opinião sobre o que achávamos que estava bem, ou mal, que devia ser mudado ou eventualmente eliminado, que debitássemos de nossa sentença.

Tive oportunidade de lhe apresentar o que para mim deveria ser melhorado, o que entendo ser um handicap de que o nosso BiBo PoRtO, carago!! padece, o que conforme argumentava, mais não deixa de ser senão um reflexo emitido um pouco por toda a família Portista. E que Orgulho eu tenho em ser Portista! Orgulho em ser um dos milhares entre os Portistas, não precisando para isso de ter que ver com Portuense. E passa por aqui o handicap que falava, que com o bLuE bOy, faz dias, privava, e que hoje aqui alargo à tribuna azul e branca.

Chega a ser confrangedor, quando a paixão passa a clubite exacerbada, e a troco de tudo ou de nada, se mimoseia com aqueles calorosos galhardetes, tudo o que mexa do Douro para baixo. A importância dada e desrespeito que é demonstrado nessas ocasiões por pessoas ou locais chegados de muitos outos portistas, chega a ser castrante, conforme já tive oportunidade de me aperceber junto de outros adeptos mais "deslocados" azuis e brancos. E vocês sabem do que estou a falar... basicamente, de "mourarias".

Não raras vezes, lí disso por aqui, ou colegas alguns que vivem intensamente o clube mo mencionaram. O ódio espelhado, sejam textos de primeira página, ou comentários, e não obstante reconhecer a este espaço a forma sentida, vivida e desempoeirada com que se expressa a emoção que nos corre na alma, só numa cabeça pequena, fechada, carregada de teias de aranha ou quem use uns daqueles óculos que até dizem serem de aqui bem perto, de Alcanena, vulgo palas, também conhecidos por óculos de cabedal, para se referir de forma continuada a dita mouraria.

Ah e tal e o camandro, mas a malta refere-se aos galináceos e avestruzes dos clubes rivais, não à generalidade das pessoas, blá, blá, blá...

Pó caraças, pá! Não sei se se trata de alguma velha guarda, do temido tribunal das Antas, dos que estão na primeira fila da Massa Assobiativa, dos que sabendo o que foi uma travessia no deserto, desdenham dos "oportunos" novos aficcionados em tempo de vacas gordas. Não sei. Sei que o meu Porto começa mas não acaba no Porto. Sei o que é ser o único conhecido por assumidamente portista entre 300 de um recreio de escola lisboeta na década de 80.

Acordem pá! Gostem ou não, esta é a nova realidade. Faltam poucos títulos para ultrapassar o Benfica? E eu com isso? Percorremos a passos largos o caminho de vir a ser o clube com mais adeptos? Quero lá saber!

Quem é o Benfica?!

Faz dias, no serviço, enquanto preparava um conterrâneo com os apetrechos técnicos para ser entrevistado, conversava-se com terceiros para descontrair, sobre a actual fézada dos benfiquistas no menino Jesus. Eramos seis na praça, 2 que acreditavam que este ano é que é, 2 mais cépticos, e um pessimista que lamuriava: "Triste sina a nossa, meia dúzia de atrasados". Tive então de intervir para corrigir: "meia dúzia não, que alguém aqui teria de ser campeão."
- "Éna cum carago, ainda por cima portista?!", perguntou-me o entrevistado.
- "São as novas gerações...", respondi-lhe.
- "E é isso mesmo o que mais me assusta". Concluiu ele.

Eles andam de facto assustados, mas de uma coisa podem estar todos, benfiquistas ou portistas, descansados. Eu, Portista, nunca quis para o meu clube aquela bacoca popularidade. Ainda que os ultrapassemos em número de adeptos, sei, enquanto um dos adeptos do FC Porto não bairristas, que o meu clube nunca atingirá tal popularidade, mas trabalhará sim pela NOTARIEDADE, da qual goza por esse mundo fora de à três décadas a esta parte. E eis a grande diferença!

Mudando de assunto, e em jeito de conclusão, faço nota de que escrevo este post pela altura em que completo um ano de participação nesta nobre casa virtual. Tive já oportunidade de abordar variados temas, nasceram e cresceram por aqui amizades, daquelas, que estou seguro, guardamos pela vida fora.

Abrandarei, por hora, nas lides de escrita para o nosso BiBó PoRtO, pelo que por motivos puramente da ordem pessoal (e nada que ver com a minha opinião acima), passarão a ler-me aqui na primeira página, com muito menor frequência, passando a desempenhar um papel mais de bastidores, dedicando dentro dos meus conhecimentos e meios, com o mesmo gosto e empenho, as minhas aptidões, mais ou menos boas, quaisqueres que elas sejam.

Um abraço aos meus colegas do blogue, aos frequentadores e habitués desta casa, e terminar com aquele que tenho para mim, o melhor poema de todos os tempos, Porque, sim! o Porto cidade e clube misturam-se, e é nessa mistura que está a sua génese. Mas depois da génese vem o êxodo, e tudo isso transparece da forma mais esplêndida e fedidigna, no poema de Pedro Homem de Mello. «Aleluia».

Dúvida? Não, mas luz, realidade,
e sonho que na luta amadurece:
o de tornar maior esta Cidade
eis o desejo que traduz a prece.
Só quem não sente
o ardor da juventude
poderá vê-la de olhos descuidados,
Porto - palavra exacta, nunca ilude
renasce nela a ala dos namorados.
Deram tudo por nós esses atletas
seu trajo tem a cor das próprias veias
e a brancura das asas dos Poetas
ó fé de que andam nossas almas cheias
não há derrotas quando é firme o passo
ninguém fala em perder, ninguém recua
e a mocidade invicta em cada abraço,
a si mais nos estreita: a Pátria é sua!
E de hora a hora cresce o baluarte
vejo a Torre dos Clérigos às vezes,
um anjo dá sinal quando ele parte
são sempre heróis, são sempre Portugueses
e azul e branca, essa bandeira avança
azul, branca, indomável, imortal
como não pôr no Porto uma esperança
se "daqui houve nome Portugal"?

oficina do PENTA

Isla Canela: Treino e partida para Málaga

O plantel do FC Porto cumpriu esta manhã mais um treino no estágio que está a realizar na Isla Canela. A sessão não contou com os jogadores de campo titulares no encontro de ontem, com o Besiktas, que ficaram no hotel em trabalho de recuperação de banhos e massagens.

Miguel Lopes e Falcao estiveram no relvado do Hotel Vincci, mas desenvolveram apenas treino de recuperação activa, enquanto Rodríguez e Sapunaru voltaram a evoluir em regime de treino integrado condicionado.

Esta tarde, o FC Porto desloca-se para Málaga onde joga amanhã, às 20h30 locais, a meia-final da Peace Cup com o Aston Villa. Esta sexta-feira, todavia, ainda se realiza um treino matinal (11h30), junto do hotel onde o Dragão ficará instalado.

Valeri: «Estou a melhorar todos os dias»

Valeri teve de integrar-se rapidamente na realidade azul e branca e tem trabalhado intensamente para responder às exigências do Dragão. Esta quinta-feira, na superflash realizada na Isla Canela, o médio revelou o seu estado de alma na preparação do FC Porto.

FCP: Que balanço faz destes primeiros dias de azul e branco?
Valeri: Faço um bom balanço. Estou muito contente e a verdade é que o grupo me recebeu rapidamente. São todos muito agradáveis e estou muito feliz por estar no FC Porto.

FCP: Sente alguma ansiedade para estrear-se a titular no FC Porto?
Valeri: É normal que se sinta essa ansiedade, mas a verdade é que o mister está a gerir as cargas e os tempos e eu estou a treinar, tentando colocar-me ao ritmo dos meus companheiros e à altura daquilo que me trouxe ao FC Porto. Espero a oportunidade, mas sei que também há que estar bem para a ter.

FCP: A concorrência no meio-campo é muito forte...
Valeri: Há muitos jogadores e isso é normal numa equipa grande como o FC Porto, que quer ganhar tudo. Há que lutar, estar disponível e agarrar as oportunidades. Essencialmente é estar preparado. Estou a melhorar todos os dias, trabalhando a full de manhã e à tarde e com muita alegria para estar cada vez melhor.

FCP: O que está a achar da Peace Cup?
Valeri: O FC Porto tem de ganhar tudo. Tem essa necessidade e obrigação e tem de o fazer bem, a jogar bem. É isso que os adeptos esperam. Temos de nos prepararmos para isso, estar concentrados e estar à disposição para todas as provas que tenhamos de jogar.

FCP: O futebol português é muito diferente do argentino?
Valeri: Na Argentina o público e os adeptos também exigem que se ganhe tudo. Creio que o futebol é parecido em todo o lado, apesar de ter coisas distintas e um condimento diferente em cada país.

FCP: Já pensam na final desta competição de pré-temporada?
Valeri: Pensamos apenas no jogo de amanhã. Nunca aceleramos o tempo. Sabemos que se amanhã não fizermos um bom jogo não serve para nada falar do futuro.

FCP: Porque é que lhe chamam «bibliotecário»?
Valeri: Foi um apodo colocado por comentadores, uma vez que tenho o hábito de ler. Não tem nada a ver com a profissão. Autores portugueses? Conheço o Saramago.

fonte: fcporto.pt

30 julho, 2009

Apurado para as «meias» do Torneio da Paz

assistência: --- espectadores.

árbitros: Michael Koukoulakis (Grécia), Dimitrios Saradaris e Christos Gennaios; Stefan Johannesson.

BESIKTAS: Rustu; Erhan, Sivok, Ferrari e Ismail; Fink e Ernst; Holosko, Inceman e Serdar Ozkan «cap.»; Bobo.
Substituições: Rustu por Hakan Arikan (46m), Inceman por Nobre (61m), Serdar Ozkan por Tello (62m), Holosko por Erkan Zengin (74m) e Bobo por Nihat (79m).
Não utilizados: Ibrahim, Yusuf Simsek e Korcan.
Treinador: Mustafa Denizli.

FC PORTO: Beto; Miguel Lopes, Rolando, Bruno Alves «cap.» e Alvaro Pereira; Fernando, Belluschi e Raul Meireles; Guarín, Farías e Hulk.
Substituições: Raul Meireles por Varela (67m), Farías por Falcao (67m), Miguel Lopes por Fucile (78m), Belluschi por Valeri (90m) e Guarín por Nuno André Coelho (90m).
Não utilizados: Helton, Benítez, Marino González, Maicon, Prediger e Nuno.
Treinador: Jesualdo Ferreira.

disciplina: cartão amarelo a Inceman (25m), Sivok (29m), Miguel Lopes (53m), Holosko (64m), Belluschi (65m) e Hulk (90m).

golos: ---.


A areia juntou-se ao calor na aventura andaluz e o futebol tornou-se numa espécie de praia sem direito a protectores ou mergulhos refrescantes. O péssimo relvado e a sauna do Sanchez Pizjuan desenharam um jogo do tipo missão impossível, que o Dragão, ainda assim, quis sempre descodificar. Valeu pela atitude, pela qualidade empregue em muitos lances e pela certeza de que o FC Porto é candidato a figura nesta Peace Cup.

Os contornos do encontro desta noite estão comprimidos no primeiro parágrafo, no qual não coube uma arbitragem terrivelmente condicionada pelas altas temperaturas. Talvez o suor tenha impedido o juiz de ver duas grandes penalidades flagrantes sobre Hulk que, uma vez convertidas, poupariam o Dragão a esforços prolongados.

Fale-se agora em exclusivo de futebol. Que hoje até parecia «de praia», mas mesmo assim justificou a competência e a entrega habituais. O FC Porto entrava em campo com as meias-finais da Peace Cup na mente e a certeza de que a fase de testes ganha brilho quando os resultados são favoráveis.

Os Tetracampeões estiveram sempre melhor. A solidez defensiva, a fluidez do meio-campo, com Guarín, Raul Meireles e Belluschi sempre em busca de rupturas, a pujança de Hulk e o labor de Farías consentiram um par de oportunidades nos primeiros 45 minutos. Para o Dragão, percebia-se, missões impossíveis não passam de exercícios de superação.

Com a segunda parte chegou uma eficiência que destacaria o guarda-redes contrário. Alvaro Pereira, Raul Meireles e Farías fecharam jogadas de bom entendimento com veneno, mas o golo parecia não ter reservado lugar neste filme. O empate acabaria por servir ao FC Porto, mesmo que, na prática, jamais o satisfaça. A equipa de Jesualdo Ferreira segue para a meia-final de Málaga, onde, na sexta-feira, encontrará o Aston Villa. E isso é o mais importante.

fonte: fcporto.pt

Dissertações

Com o calor, os corpos despidos e as imperiais frescas, acompanhadas por esta inimitável brisa marítima, que faz maravilhas no humor de um tipo que tem que trabalhar durante o período de canícula, é difícil arranjar algo que sirva de tema, para a crónica semanal.

A silly season é, como se sabe, repetida ad nauseum, ano após ano, com os títulos a serem repisados. A mesma euforia, o mesmo estranho e incompreensível endeusamento de jogadores desconhecidos [a Bola conseguiu descobrir, no 1º treino de Javi Garcia, que “este revelou uma maturidade impressionante”], que me fazem ter vontade de carregar num imaginário botão de fast-forward, pondo o tempo a andar para a frente, apressado, até ao início das competições oficiais. Mas, até alguém inventar essa máquina capaz de adulterar o tempo, temos que nos munir de uma paciência digna de Confúcio.

Por cá, nem o calor parece tirar a vontade a alguns de ver Bruno Alves pelas costas. Prestes a tornar-se uma espécie de obsessão dos escribas encartados, o capitão portista, por “coincidência” um dos melhores centrais do mundo, é colocado diariamente na rota de vários clubes, conforme o grau imaginativo do guru da escrita. Com predominância em terras de Sua Majestade, com o Chelsea de Ancelloti e o Manchester City, brinquedo novo do árabe endinheirado, ou passando por terras catalãs, metendo o vigente campeão europeu na corrida, o central de azul e branco vestido é mantido numa espécie de maquina centrifugadora, impedindo o normal sossego e concentração do atleta naquilo que o devia nortear: ganhar títulos pela sua entidade patronal actual.

Enquanto isso, em latitudes sulistas, a exaltação enjoativa conhece, este defeso, o seu enésimo capítulo da era Orelhas. Recebidos com total pompa e circunstância, os reforços apressadamente elogiados mantêm os adeptos encarnados numa espécie de redoma de bem-estar desportivo. Incapazes de pensarem pela própria cabeça, como demonstra o facto de aplaudirem sistematicamente o director-desportivo, capaz de negócios ruinosos como gastar 4M em Balboa ou enterrar 7M num trinco desconhecido, num afã de conseguir um mísero título, os simpatizantes da águia colocam-se invariavelmente a jeito para a depressão anual.

Até lá, aproveitam para afinar vozes gritando, mesmo que timidamente, “campeões, campeões”, com a entrega em bandeja de ouro do título de juniores. Abrindo um precedente gravíssimo, o Conselho de Disciplina decidiu atribuir um título na secretaria, beneficiando claramente a atitude provocatória, incendiária e beligerante da principal claque dos encarnados, empossados assim como vencedores de uma competição fajuta.

A comunicação social ficou, mais uma vez, a “vê-los passar”, assobiando para o alto. Depois do Verão Quente de 2008 e da rábula do Apito Dourado, com a Justiça Desportiva a contradizer as sentenças da Justiça Civil, a única que investigou as acusações, o trabalho de sapa é feito por outros, na internet, colocando a promiscuidade, as ligações perigosas, as dependências de várias espécies, visíveis e prontas a serem investigadas. Sucedendo a Ricardo Costa, o paladino pateta, presença assídua nos camarotes da Luz, temos agora o bonacheirão presidente do Conselho de Disciplina, Marques da Silva. Em comum, o amor não escondido pelo emblema da águia. E é vê-lo a decidir a atribuição de um título, nada preocupado com a sua presença anterior em festas benfiquistas, de cachecol pressurosamente colocado ao pescoço. Eles não querem um desporto digno, limpo e honesto, como demagogicamente gostam de proferir. Querem o regresso do “polvo”, que tudo permitia, uma teia enorme de interesses promíscuos, responsável pelo palmarés conquistado nas décadas longínquas de 50, 60 e 70. Não importam os meios para atingir os fins. O despudor está à vista…

Como um bom exemplo de jornalismo limitado de ideias, submisso na vontade e deferente na abordagem, assistimos ao óbito de um dos seus maiores esteios. Rui Cartaxana, à imagem de Alfredo Farinha ou Aurelio Marcio, foi um lacaio do verdadeiro sistema. Um homem minado por um ódio corrosivo, tacanho nas concepções, subjugado a interesses obscuros, incapaz de seguir o código deontológico, esquecendo as lições de sociologia, que aconselham ao distanciamento do objecto de estudo. Ao contrário do apregoado, com o politicamente correcto elogio fúnebre estampado nas páginas dos pasquins, o seu desaparecimento constitui uma esperança em todos aqueles que acreditam num jornalismo desempoeirado, profissional, sem coleira ou mordaças. A ver vamos se algo muda…

Provando, se ainda fosse preciso, que o jornalismo de investigação nacional é um nado-morto, o recente livro de Fernando Mendes passou quase despercebido nos escaparates lusitanos. Com a praia a aconselhar leituras mais suaves, o volume do ex-jogador não acrescenta nada de novo, caindo nos habituais lugares comuns, lançando suspeitas sem nada revelar, à boa maneira octaviana do “sabem do que é que eu estou a falar”. Mas, mesmo assim, alguns pormenores deliciosos vão-se sabendo, saindo da obscuridade a que alguns gostavam de os ver remetidos. Novamente na ribalta, a musa de João Botelho, essa Pinhão que gosta de se arvorar em profissional eticamente irrepreensível foi, pasme-se, a intermediária na negociação da contratação do jogador…pelo SLB. Confusa, por certo, do que a cédula profissional de jornalista obriga, a conhecida adepta benfiquista vê revelada uma faceta ainda desconhecida: a de empresária de jogadores. Ora toma!

Mas o pormenor suculento foi a revelação da existência de doping no mundo do futebol indígena. Situação sussurrada por alguns, alvo da desconfiança de outros, a presença de anabolizantes e afins sempre foi uma espécie de tabu. Mas daí até à total ausência de umas linhas nos jornais ou de uns minutos na tv vai um grande passo. Explico melhor:

O jogador confessa que, "em determinada temporada (...) sou convocado para um encontro particular da Selecção Nacional. (...) Faço uma primeira parte fantástica, mas ao intervalo começo a sentir-me cansado e tenho medo de não aguentar o ritmo (...) O jogo realiza-se num estádio português (...) Estão lá um médico e um massagista de um clube onde jogo (...) No intervalo, peço a esse médico para me dar uma das suas injecções de doping. Saio do balneário da Selecção, sem que ninguém se aperceba, e entro numa salinha ao lado. É aí que me dão a injecção pedida por mim. Volto a frisar que ninguém da Selecção se apercebeu".

Não sendo difícil descobrir que o jogador, com 11 internacionalizações, e com passagens pelo Belenenses, Sporting, Benfica, Porto e Boavista, se estaria a referir a um destes clubes, por onde anda a averiguação? Será assim tão problemático deslindar o enigma que constitui o nome do clube envolvido? Por onde anda agora o Ministério Público, a Federação, Laurentino Dias ou o responsável nacional pelo combate ao doping, Luís Horta? E, para que não subsistam dúvidas, uns minutos perdidos no Google e fica-se a saber que a última internacionalização do jogador aconteceu antes do Euro-96, frente à Grécia, jogava ainda no Belenenses. Ou seja, o Porto, que contratou o atleta no ano seguinte, fica ilibado das acusações de uso de substâncias dopantes. Retirado um clube ao lote de potenciais suspeitos, dão-se alvíssaras a quem descobrir o nome do prevaricador…

De resto, tudo na mesma. Com Jesualdo a poder confiar no quarteto defensivo mais competente do campeonato, o Porto mostra não estar abalado com as partidas de atletas de eleição. Hulk continua a fazer, claramente, a diferença, enquanto os novos reforços se vão adaptando. Entre estes, destaque para o sentido posicional de Alvaro Pereira, seguro na lateral-esquerda, para os pormenores técnicos brilhantes de Belluschi e, para já, para a agressividade e discernimento mostrados por Falcao, nos poucos minutos que tem jogado. Mais do que a promessa, fica uma certeza: teremos uma equipa capaz de lutar por tudo, a nível interno.

29 julho, 2009

Como o aço...

Não dando muita importância aos calotes, o facto é que, fora das quatro linhas, o cenário continua sem alteração.
Quando, de bola pouco ou nada se joga, atiram-se umas quantas pedras e utiliza-se a máxima de os 'lugares da liga serem mais importantes que os bons jogadores'.
Com uma, melhor, duas diferenças.
Desta é na Federação e com imagens, a mexer e tudo.
E sairá, provavelmente, mais um troféu à 2005 (onde até as chuteiras do árbitro eram suspeitas) ou mesmo à taça da liga 2009 (onde a visão de raio x de um juiz de linha conhecido por Ferrari fez a diferença).

O que vale é que, dentro das quatro linhas, as alterações são tb. escassas.
E o Tône, talvez de habituado a tantos sucessos, pouco esforço tem de fazer para não embandeirar em arco, arriscando até um bitaite sobre a nova equipa do nosso FC Porto.

Não deslumbra, é verdade.
Mas os sinais são, por demais, positivos.
Sem grandes mudanças no estilo de jogo.
Dos novos, com mais tempo de jogo, o Álvaro Pereira parece pertencer ao lote dos poucos e bons defesas canhotos. Bom a defender e disponível para atacar.
O Beluschi joga de cabeça levantada e trata bem a bola.
O Varela parece uma encomenda bem à medida do FC Porto.

Dos antigos, continuamos com uma defesa quase intransponível (olho no Helton) e um Mariano, finalmente, desinibido.
O Fernando, continua a passar quase despercebido (alguém se lembra ainda do Assunção?) e tudo aponta para que o Meireles faça esquecer o Lucho num ápice.
E claro, o incrível que faz tremer a relva quando corre com a bola.

E embora os lacaios, do costume, não façam grandes cabeçalhos com o evidente este é de que mesmo após a saída de várias peças fundamentais, a troco de várias pequenas fortunas, a equipa demonstra estar como o aço, talvez até melhor.
Será mesmo possível?

oficina do PENTA

Isla Canela: Bom dia, intensidade!

O FC Porto voltou esta manhã aos treinos no Hotel Vincci, na Isla Canela, depois de ontem ter derrotado o Lyon, na estreia na Peace Cup. A primeira sessão desta terça-feira foi marcada por um intenso trabalho táctico, que destacou o empenho máximo de todos e as constantes indicações de Jesualdo Ferreira.

O esforço nocturno da véspera levou o treinador a «dispensar» os dez jogadores de campo titulares com o Lyon, aos quais se juntou ainda Falcao. Este grupo cumpriu treino de recuperação no mesmo relvado onde, em espaço reduzido, o restante plantel desenvolveu trabalho táctico de passe, pressão e circulação de bola.

Ao longo de cerca de uma hora, Jesualdo Ferreira fez questão de explicar o que pretendia e proceder a rectificações, registando-se a entrega generalizada e a qualidade de muitos golos e defesas e dos processos ofensivos e defensivos.

Tomás Costa não esteve no relvado e cumpriu treino específico. Na sessão vespertina, agendada para as 18h00, à porta fechada, o médio argentino já será reintegrado.

Rolando: «O FC Porto entra sempre para ganhar»

A fase é de preparação, mas o FC Porto encara os jogos com o espírito de ambição do costume. Rolando recorda que os Dragões vivem um momento de consolidação de processos, mas defende que vencer também reforça o crescimento.

FCP: Notou-se no treino de hoje que o treinador está a ser muito exigente convosco. Sente que a pressão sobe com o avançar da preparação?
Rolando: A pressão é sempre a mesma. Com esta equipa, com a equipa anterior, com todas as equipas do FC Porto. Sabemos que aqui trabalhamos sempre para ganhar, então a pressão vai ser sempre essa.

FCP: A equipa está em fase de reconstrução e os adeptos querem um FC Porto igual ao dos outros anos…
Rolando: Nós também queremos um FC Porto igual ao dos outros anos e sabemos que entrou muita gente nova, mas com o tempo e com o trabalho estão a entrosar-se com a equipa e acho que isso não é um problema. É, pelo contrário, mais uma ajuda para todos.

FCP: Qual é a vossa perspectiva para o jogo com o Besiktas?
Rolando: É ganhar. Simplesmente ganhar, para ficarmos em primeiro no grupo da Peace Cup e para ganhar entrosamento entre a equipa.

FCP: Objectivo é conquistar a prova?
Rolando: Com certeza, o FC Porto entra sempre para ganhar. Sabemos que vai ser difícil, ainda estamos em fase de crescimento, estamos na pré-época, mas vamos tentar primeiro passar esta fase, chegar às meias-finais e depois logo se verá.

FCP: Ficaram satisfeitos com aquilo que fizeram ontem com o Lyon?
Rolando: Estamos satisfeitos, porque sabemos que estamos numa fase de muito trabalho, muito exigente, e o importante agora é conseguir consolidar a equipa. Sendo com vitórias, melhor ainda.

FCP: Sente-se preparado para continuar a fazer dupla com o Bruno Alves?
Rolando: Eu quero jogar. Se for com o Bruno será bom para mim, porque é um grande jogador e ajudou-me muito no ano passado.

FCP: O que lhe parecem os outros centrais do plantel?
Rolando: O Nuno já conhecia. É um bom central e a prova disso é que foi chamado aos Sub-21 e agora à selecção B. O Maicon só conhecia de jogar contra, mas surpreendeu-me pela positiva e tem qualidades para ser um grande central do FC Porto.

FCP: O FC Porto tem sofrido poucos golos nesta pré-temporada. O facto de não ter havido grandes mudanças na defesa é uma vantagem?
Rolando: O FC Porto foi sempre a melhor defesa nos últimos anos e nós lutamos para isso. Creio que com os jogadores que temos vamos conseguir esse objectivo.

fonte: fcporto.pt

28 julho, 2009

Hulk, o suspeito do costume...

assistência: --- espectadores.

árbitros: Iturralde González (Espanha), Roberto Palomar e Jon Fernández; Fernando Vitienes.

FC PORTO: Helton; Fucile, Rolando, Bruno Alves «cap.» e Alvaro Pereira; Fernando, Belluschi e Raul Meireles; Mariano González, Hulk e Varela
Substituições: Varela por Falcao (59m), Belluschi por Guarín (63m), Mariano por Valeri (85m), Hulk por Farías (86m) e Fucile por Nuno André Coelho (90m)
Não utilizados: Beto, Nuno, Benítez, Maicon, Tomás Costa, Miguel Lopes
Treinador: Jesualdo Ferreira

LYON: Vercoutre; Reveillere, Cris «cap.», Mensah e Cissokho; Toulalan e Jean Makoun; Michel Bastos, Pjanic e Mounier; Piquionne
Substituições: Piquionne por Ederson (46m), Mounier por Kallstrom (56m), Toulalan por Gouvou (56m), Pjanic por Tafer (74m) e Michel Bastos por Grenier (86m)
Não utilizados: Hartock, Clerc, Grosso, Gonalons e Bodmer
Treinador: Claude Puel

disciplina: nada a assinalar.

golos: Hulk (9 e 75m).


O jogo terminou bem para lá da meia-noite, com temperaturas ainda próximas dos 30 graus e uma impressionante torradeira andaluz, mas não se pode dizer que tenha acabado sonolento. O FC Porto fez tudo para combater o cansaço e o calor e desenhou uma exibição muito interessante tendo em conta a fase de ensaios que atravessa. Hulk foi o rosto individual de um colectivo em franco crescimento.

O tiro de Hulk, de pé esquerdo, logo aos nove minutos, depois de uma recuperação inteligente de Fernando e de um drible irrepreensível, provou que o FC Porto entrara no jogo com os melhores processos e com a firme intenção de jogar mais e melhor. A equipa de Jesualdo Ferreira partiria nesse instante para um desempenho competente e coerente com aquilo que são os seus princípios.

Este foi o adversário mais complicado que o FC Porto encontrou até ao momento na sua preparação. O Lyon foi rei de França durante sete anos consecutivos e apresenta um elenco de elite, capaz de impor respeito a qualquer oponente. O Dragão, porém, não se intimida com nada nem ninguém. Muito menos com o desgaste, ainda mais remotamente com a canícula.

A grande dinâmica e mobilidade empregues pelo meio-campo e pelo ataque do FC Porto geraram aflições repetidas na defesa do Lyon e permitiram criar ainda mais duas excelentes situações antes do descanso. Na primeira Mariano falhou por pouco o desvio para a rede, na segunda Hulk voltou a disparar um míssil, mas errou na direcção.

Após o reatamento, o FC Porto foi ainda mais dominador. Vercoutre seria mesmo a figura dos franceses, ao evitar golos de Hulk e Mariano. A qualidade de jogo atingiu momentos de excelência e que forçaram a rispidez contrária. O rótulo de «amigável» impediu que Toulalan, Mounier e Cissokho vissem cartões.

A 15 minutos do fim, e já com Falcao e Guarín em campo, Hulk bisou, após assistência do avançado contratado ao River. Se, no primeiro festejo, o brasileiro tinha apostado na potência, este foi um primor de classe. Sem hipóteses de defesa e sem discussão. O Dragão parece querer dar-se bem com as noites quentes da Peace Cup.

fonte: fcporto.pt

Dragão de Ouro 2008/09 para o BiBó PoRtO!!!

Em dia de jogo de futebol da "PEACE CUP", uma crónica mais curta, mas nem por isso menos importante. Desde o dia 2 de Setembro de 2008, até ao dia 30 de Junho de 2009 o "Lucho" elegeu, a cada semana, o JOGADOR mais valioso das 3 modalidades de alta competição que mais projecção têm logo a seguir ao futebol (andebol, basquetebol e hóquei em patins).

Foram 44 nomeações, 19 delas para jogadores de andebol, 17 para os de hóquei e apenas 8 para os de basquetebol. Kevin Martin foi o melhor do basquetebol com 3 nomeações, com Burns e Marçal (MVP 2007/08 para o BiBó PoRtO) a registarem, cada um deles, dois destaques. No hóquei, Emanuel Garcia e Reinaldo Ventura foram os mais nomeados com 4 destaques para cada um deles. No andebol, Ricardo Moreira registou 5 nomeações mas o mais galardoado foi Eduardo Filipe que obteve 7 nomeações, sagrando-se o MVP 2008/09 para o nosso blogue.

Numa época em que, numa inédita parceria entre o nosso blogue e o Portal dos Dragões, foi elaborada uma petição solicitando a continuidade de Eduardo Filipe no activo por mais uma época (pelo menos), esta é também uma forma clara de demonstrar que o Eduardo Filipe Coelho pelo que evidenciou ao longo da temporada ainda está em grande forma, aguardando-se a todo o momento a notícia da sua renovação pelo FC Porto, situação que segundo apurei está para breve... Os parabéns ao andebolista Eduardo Filipe por este "simbólico" prémio, sucedendo a Nuno Marçal (basquetebol) que venceu este trofeu na época transacta.

EDUARDO FILIPE
O nosso lateral esquerdo, Eduardo Filipe, fez mais uma brilhante época, apontando 176 golos no campeonato, sendo um dos principais responsáveis pelo triunfo do FC Porto na prova. Foi o 2º melhor marcador do campeonato e o melhor do FC Porto, logo seguido de Ricardo Moreira com 140 golos, Inácio Carmo com 98, Tiago Rocha com 93, Filipe Mota com 76, Wilson Davyes com 56 e Carlos Martingo com 26, entre outros... Eduardo Filipe ataca, defende, joga o tempo inteiro, assiste para o pivot, para os pontas, penetra aos 6 metros, remata de 9, 10 e 11 metros, em resumo, está ainda numa forma admirável e o FC Porto só tem a ganhar com a sua manutenção no plantel. Por isso aguardem porque a boa nova está a chegar. E como isso me deixará feliz!

Mas não deixo de lamentar a demora de todo este processo, até porque se trata do melhor andebolista Português no activo. Exige-se celeridade e uma conferência de imprensa à medida do que o Eduardo merece. Os dirigentes do andebol do FC Porto, que têm sido muito criticados pela mudança de treinador, não podem vacilar neste processo, porque senão, o caldo entorna mesmo...


E, já agora, acrescento só mais uma coisa, ainda bem que existe este blogue e mais 2 ou 3 espaços onde se respeita, verdadeiramente, o ecletismo do FC Porto, já que o site oficial do FC Porto, em matérias alheias ao futebol, é absolutamente inócuo! Mudou-se o grafismo, melhoraram-se alguns aspectos relacionados com a parte de multimédia, mas no essencial, está igual, ou seja, muito fraco, impróprio de um clube com a projecção que o FC Porto já atingiu!!!


Um abraço do Lucho.

27 julho, 2009

Entrevista com Américo, o «guarda-redes suicida»...

Sexta-feira passada, freguesia de São Paio de Oleiros, concelho de Santa Maria da Feira, Clínica BOA-HORA, na hora previamente agendada, encontro com o guarda-redes, Américo Ferreira Lopes, uma referência e antiga glória da história do FC Porto, na década de 60.

A ideia deste diálogo, tinha já surgido há tempos bem atrás, mais propriamente, aquando de um comentário feito por um autor que agora sinceramente não me recordo, numa das caixas de comentário deste espaço de tertúlia, quando se referia ao próprio como actualmente a residir em São Paio de Oleiros, uma das freguesias pertencentes ao concelho de Santa Maria da Feira.

De imediato, procurei saber o máximo de informações possíveis que me pudessem levar ao encontro deste, até porque São Paio de Oleiros, dista apenas «1 minuto» de distância do meu local de emprego… qual não foi o meu total e completo espanto, quanto já conhecedor da sua residência, me dirigi ao local para o abordar e propor esta entrevista, surgindo-me uma pessoa que conheço, de vista, é verdade, já há cerca de 15/16 anos, pois diariamente me cruzo com ele a caminho ou no regresso do emprego. De facto, este mundo é pequeno, muito pequeno.

Depois de um breve diálogo de circunstância, e aceite que foi o convite formulado, combinamos dia e hora para a entrevista, o que foi para mim, um prazer especial, aliás, muito especial, pelos motivos (históricos) atrás expostos, mas porque de facto, o nosso guarda-redes, Américo, para além de ter sido uma das referências do FC Porto na sua época, é um Senhor na arte de bem receber, simpático qb, e onde me deliciei durante cerca de 60 minutos a ouvir 1001 histórias da sua vida futebolística, que, como lhe disse, "dariam um livro, e que livro, carago!".

Bem, resta-me agradecer mais uma vez, a especial simpatia e cordialidade com que fui presenteado pelo Sr. Américo Ferreira Lopes, o «guarda-redes suicida» da década de 60 do FC Porto, no seu local de actividade profissional, onde dirige magnificamente a clínica Boa-Hora, em São Paio de Oleiros… não sem antes, agradecer também a preciosa ajuda dos Amigos deste espaço de tertúlia, o VilaPouca e o Jorge Aragão, que fruto da sua vivência de vida, me ajudaram e muito a elaborar a condução desta entrevista, [actualização: mas também ao Amigo, Armindo Pinto, que conhecedor deste «furo», muito simpaticamente, me fez chegar uma série de 4 fotografias de enorme valia histórica e clubistica, que foram já obviamente adicionadas a este post; a todos vocês os 3, em nome do blog, o nosso muito obrigado!!] em mais um exclusivo do blog BiBó PoRtO, carago!!. Bem, leiam e deliciem-se…

    AMÉRICO FERREIRA LOPES
    guarda-redes do FC Porto na década de 60

  • CLUBE (na época)...

  • Ainda se recorda do dia em que assinou contrato com o FC Porto? O que sentiu naquele momento?

    Eu fui para o FC Porto muito cedo, de olhos fechados, com 16 anos. Naquela altura, com aquela idade, não se podia jogar, só com 17 anos feitos ou com autorização do Ministro. Mandaram-me embora, mas pediram-me para não assinar por nenhum clube, porque logo que fosse possível, vinham buscar-me… e assim foi. A data exacta não me recorda, mas sei que foi em 1949.

    Depois, fiz 2 anos de juniores, e no mesmo ano de juniores, passei para a reserva.

    O que é que senti? Repare, naquela altura, eu só via e pensava no FC Porto, portanto, imagine, foi uma coisa fora do normal.

    Naquela altura, ao FC Porto, ganhar campeonatos, era digamos quase que uma miragem. Na sua opinião, o que é faltava de facto ao FC Porto, para os conquistar? O clube era de facto mais fraco e menos organizado do que os outros?

    Eu tenho a impressão que, e ao longo do tempo chegamos a essa conclusão, o FC Porto, embora fosse já um «grande» nessa altura, faltava-lhe um estatuto a sério de força. Depois, havia a parte, que era a pior, a politica que existia fora do clube: Federação, Arbitragem, etc etc.

    Nós sentíamos muito dificuldade em vir cá para cima, perseguidos até, e quando estávamos quase a chegar lá, e fui até muitas vezes 2º classificado, mas sempre e sempre, com muita dificuldade. Parecia que não haviam condições para sairmos daquele «buraco».

    Estou precisamente convencido que foi no 25 de Abril de 1974, que as portas se abriram definitivamente.

    Sentia que o Benfica, nessa altura, controlava as arbitragens?

    Eu não sei de onde ela vinha, o que sei é que vinha, entende?

    Agora, dizer que era do Benfica, do Sporting ou de outro lado qualquer, não sei, mas o que é certo é que ela existia e era por demais evidente.

    Aliás, até lhe recordo uma taça de Portugal que perdemos com o Benfica, julgo que em 63 ou 64, onde insultámos o árbitro do principio ao final do jogo, até mesmo o Presidente da República que estava na tribuna, e o árbitro não expulsou ninguém… fomos de tal modo «roubados» que entre tantos e tantos insultos que lançamos ao árbitro de toda a maneira e feitio, perguntávamos-lhe muitas vezes, ao árbitro, “se não tinha vergonha na cara de estar a arbitrar daquela maneira”. Agora, esta foi uma delas, mas elas eram tantas e tantas que imagine, alguma coisa tinha que se passar.

    O que esteve na origem do seu afastamento, por José Maria Pedroto, numa altura decisiva da época 68/69 – eram líderes isolados – e que nos custou um título?

    Essa é uma história que me causa muita tristeza. Hoje, e até porque já falei muito nisso, não gostaria muito de estar a falar nisso, porque o José Maria Pedroto já morreu e por isso, não tem possibilidade de a contestar, entende?

    Foi um drama muito perigoso, porque embora muitas pessoas o digam, eu, enquanto ele foi nosso treinador, não gostei dele. Depois, eu sai do clube, ele também, regressou, tendo dito que modificou, não sei se sim ou não. Agora, enquanto «meu treinador», não gostei.

    Os problemas foram assim tão graves que através de um diálogo entre pessoas de bem, não pudessem ser sanados?

    Repare, há certas e determinadas coisas que eu não divulgo a ninguém, mas como ele já faleceu, não tenho moral algum para estar a falar em coisas que não possa haver o contraditório. Para onde eu for, se o lá encontrar, haverei de lhe dizer, mas agora, não queria muito falar nos detalhes.

    No entanto, não foi nada de muito grave. Aconteceu tudo por causa de um jogo, porque ele era demasiado ditador e o plantel, entre nós, procurávamos dialogar sobre o que correu mal, o porquê, como deveríamos fazer no próximo jogo, etc, mas com ele, este discurso, era complicado.

    Recordo-me perfeitamente de um treino, numa 3ª feira, depois de termos perdido o jogo no fim-de-semana, ele reuniu-nos no pavilhão e um a um, perguntou-nos o que pensávamos do que tinha acontecido no último jogo e o que estava mal. Cada um, sem medos, respondeu o que era a sua opinião. No final da palestra, sabe o que ele nos disse? Eu digo-lhe: "O que vocês acham não me interessa. O que se tem que fazer, sou eu que mando!".

    Depois, fomos jogar com o Benfica para o campeonato e se não me falha a memória, eles tinham perdido em França, para a Taça dos Campeões por 3 ou 4 a zero. Ele, na palestra, disse-nos que era fácil o jogo, que se tinham levado 3 ou 4, também iam levar de nós, os mesmos 3 ou 4… afinal, aconteceu o contrário. A partir dali, achou que deveríamos entrar em estágio até ao final do campeonato, e foi a partir desse momento, que a «bomba» estourou, mas não foi só comigo, mas sim com todos.

    Mas há muitas e mais histórias. Já tive há uns anos atrás, um Director do clube, que queria fazer um livro sobre a minha vida, mas eu disse logo que «não», porque não estava para fazer um livro como estes que aparecem, entende?

    Para aceitar isso, teria que dizer muitas e muitas verdades e acabaria por ferir muita gente. Assim, não faço livro algum, porque eu quero andar na rua de cabeça erguida e não ter medos de ir à cidade do Porto, e até mesmo ao clube, entende?

    O que representou para si, ter vencido a taça de 68?

    Todos os títulos são inesquecíveis, porque quem tem brio nesta profissão, quer alcançar qualquer coisa, e o que vier, é sempre bom. Um campeonato, uma taça, etc etc, e nós, sentimo-nos orgulhos desses troféus. Tenho muito orgulho nos 3 títulos que conquistei no FC Porto.

    Porque razão era muitas das vezes, apelidado de “guarda-redes suicida”?Não sei de onde veio essa alcunha. Eu tive muitas. Primeiro era o suicida, depois as mãos não sei de quê, depois o homem que tinha uma vaca em casa que tirava o leite para ter a sorte que tem, etc etc.

    Se havia coisa que nunca tive, foi medo… e durante os jogos, dizia isso muitas vezes aos adversários. Actualmente, os guarda-redes jogam muito dentro da baliza e eu não, jogava dentro e fora da baliza, muito fora mesmo.

    E então, quando encontrava jogadores altos, como o Torres, o Eusébio, e outros, eu dizia-lhes que “era matar para não morrer”. Não digo que eles tivessem medo, mas era uma questão de impor respeito. O Eusébio, nunca me marcou um golo isolado e muitas das vezes, ainda falamos disso.

    Que recordações guarda dos duelos com Eusébio?

    O Eusébio foi um enorme jogador. Tinha sempre que estar com uma atenção enorme com ele, porque para além disso, tinha um pontapé muito forte e rematava de qualquer jeito e feitio. Mas foi um jogador que foi sempre leal, não tenho nada que dizer dele. Somos amigos e falamos quando nos encontramos. Tenho até a impressão que o Eusébio eram bom demais, deixando-se muitas vezes ir na onda.

    Qual o jogador que mais apreciou nos tempos em que lá jogou?

    Eu tive vários jogadores que naquela altura, sobressaíam do lote do plantel… era o Hernâni, o Carlos Duarte, o Perdigão, o Pedroto, o Miguel Arcanjo, etc. Mas para mim, os dois principais, eram o Hernâni e o Carlos Duarte.

  • SELECÇÃO NACIONAL...

  • Em 1966, sentiu que deveria ter sido o nr. 1 dos Magriços?

    Sentia, até porque nessa altura, era o guarda-redes menos batido da Europa e não me impressionavam nem um pouco, os grandes jogos. Fiquei surpreendido quando os jogos começaram, não me colocavam, depois mete o José Pereira que praticamente não tinha sido internacional, e por curiosidade, diziam-me sempre que ia jogar, o que era ainda mais estranho.

    Acha que tal não aconteceu só porque era jogador do FCP (tal como o Pinto ou o Nóbrega)?

    Sim, acho isso claramente. Se eu fosse jogador de outro clube, se calhar, era capaz de ter jogado. A Selecção era constituída por um Senhor que já faleceu, que mais tarde, me pediu muitas desculpas, até mesmo na TV, por não me ter colocado a jogar, porque foi o maior erro da vida dele, mas que tinha que ser.

    Repare, o Otto Glória, que também já faleceu, foi treinador do Benfica e do Sporting, o Manuel Rodrigues Afonso, tinha sido director do Benfica, o Gomes da Silva era o coordenador da selecção, que era do Belenenses e portanto, os jogadores entravam a jogar com entorses, com isto e aquilo, e nós no banco a assistir ao «espectáculo».

    Como viu, no banco e no mundial de 66, a participação portuguesa e as prestações do GR titular?

    A equipa em si, esteve muito bem, no entanto, quanto a mim, o grande erro, foi no jogo contra a Coreia, porque nós conhecíamos muito bem a selecção da Coreia, que era muito fácil de ultrapassar e então, dava a possibilidade de outros jogadores jogarem e recuperar os que eram titulares a 100%, que era o caso do José Graça, o Simões e muitos outros.

    É lógico que ele como estava virado para jogar com o antigos jogadores dele, esqueceu-se de que os jogadores não são máquinas e precisam descansar, e depois, teve ainda uma particularidade muito triste, ou seja, no jogo com a Inglaterra, nós estávamos prontos para esse jogo, queríamos jogar, para ver se íamos ou não à final.

    O que acontece é que ele era uma pessoa muito nervoso e que se perdia muito quando falava, e na palestra antes do jogo, disse que íamos jogar com a Inglaterra, mas que não havia muito aquela coisa de se ganhar, porque já fizemos o nosso papel, etc, ou seja, antes de incentivar os jogadores para esse jogo, os meus colegas foram para o jogo cansados… e desmoralizados.

    Foi uma pena, porque poderíamos ter ido à final e ganhá-la, mas como uma final é sempre uma final, pelo menos, tínhamos lá ido… e na minha opinião, as coisas poderiam ter sido feitas de outra forma a criar outro grau de motivação, porque repare, um treinador quando diz ainda antes do jogo que se pode perder o jogo, porque já se tinha feito um brilharete, não faz sentido.

    Lembra-se daquele Itália-Portugal, a seguir ao mundial 66, em que fez uma exibição extraordinária?

    Lembro, muito bem. Vou-lhe dizer, na selecção, modéstia à parte, joguei sempre bem. Aliás, fui sempre um jogador da média para cima, sempre na mesma bitola, sem altos e baixos, onde nos jogos com o Sporting, nunca perdi (num dos jogos, até me pediram para eu me ir embora, porque defendia tudo; noutro, até no intervalo, pedi para ser substituído, porque eu disse que não aguentava mais, porque eram constantes bolas para cima da minha baliza)… já com o Benfica, aconteceu de tudo, mas sempre jogos muito renhidos.

    Nesse jogo com a Itália, foram 90 minutos de luta permanente, sempre a defender tudo e mais alguma coisa, onde ainda antes do jogo, os jornais italianos diziam que íamos levar meia-dúzia de golos, o que a mim pouco importava.

    Defendi tudo, sempre a ser massacrado, até que um erro do José Augusto, dentro da área, que começou a driblar, e eu a pedir-lhe para ele me dar a bola, veio um atacante italiano e roubou-lhe a bola e marcou golo. Empatamos 1 a 1, mas fiz um jogo brilhante. O seleccionador deles, numa resposta a uma pergunta de um dos jornalistas, disse que com o guarda-redes de Portugal na baliza de Itália, era Campeão do Mundo.

    Nessa altura, de Itália, telefonavam-me muitas vezes a pedir entrevistas, quanto ao jogo, mas também porque sem querer, acabei por partir uma perna a um dos avançados italianos que jogava não sei onde, mas que ia para o Milão (não o Inter), onde lhe lançaram a bola metida nas costas dos nossos defesas, e quando ele a está para receber, eu saio da baliza pelo ar e sem querer, parti-lhe a perna, que foi a tristeza que tive nesse dia, onde depois o fui até visitar ao hospital.

    Foi um jogo para nunca mais esquecer, mas este, foi apenas um deles, já que tive muitos outros.

    Por falar em selecção, o que achou da novela, Baía vs Scolari?

    Eu, não teria encarado a situação como o Vítor Baia o fez, onde ainda na inauguração do Estádio do Dragão, tive oportunidade de lhe dizer pessoalmente. Disse-lhe que se fosse comigo, esse Senhor teria que me dizer porque razão não me convocava. Aliás, na minha opinião, esse Senhor não é treinador de nada, que não percebe nada e nunca disse o real motivo para não convocar o Vítor Baia.

    Este processo Vítor Baia, foi um escândalo… eu disse-lhe algumas vezes que o que lhe estava a acontecer, era o mesmo que me aconteceu em 1966. Os dirigentes não são os mesmos, mas as estruturas, são capazes de ser as mesmas.

    Eu tenho a impressão que quando ele veio para a selecção, já vinha com os nomes marcados para riscar. Não é possível que um seleccionador que tem o melhor defesa-central da Europa (Ricardo Carvalho), um Maniche numa forma fantástica, e outros, e que só os coloca a jogar porque perde com a Grécia e os jornais lhe começaram a cair em cima, e ele então, sentiu a necessidade de os colocar, porque senão, nunca os iria colocar.

    Ele não sabe meter um jogador no decorrer do jogo, ele manda-os lá para dentro e eles que se desenrasquem… é o típico treinador brasileiro.

  • CLUBE (na actualidade)...

  • O que representa para si, de facto, o FC Porto?

    O FC Porto representa uma grande parte da minha vida, já que comecei muito cedo naquela vida, mas apesar de ser Portista, não sabia o que era o clube, porque só depois de lá estar, é que me apercebi do que aquilo era.

    O que aprendi, embora tenha tido muito sorte, obrigou-me a pensar, reflectir e arranjar um rumo para a minha vida, que felizmente, soube sempre bem conduzir na minha vida.

    É certo que o FC Porto deu-me muito a ganhar, mas eu também dei muito ao clube. Eu cheguei a jogar em situações totalmente incompreensíveis pelo clube. Partiram-me o menisco e mais qualquer coisa no principio de uma época na Luz e acabei a jogar o campeonato todo com essa lesão, que eram debelados com muito descanso e tratamentos consecutivos.

    Fiz-me homem no FC Porto, tive uma excelente escola, mas também dei muito de mim ao clube.

    Hoje, ainda segue o trajecto actual do clube com paixão?

    Eu não posso ter outra, então, se eu vivi toda a minha vida no FC Porto, aliás, vivi mais no clube do que na minha própria casa, porque chegava a entrar em estágio na 5ª feira, jogava ao domingo, muitas vezes ia para a selecção em Lisboa à noite, ou seguia com o FC Porto para as competições europeias, e chegava a estar 2 a 3 semanas sem vir a casa, sempre em estágio. A minha esposa estava semanas sem me ver, muitas vezes, 15 dias consecutivos.

    Era uma vida muito, muito complicada… no Campeonato do Mundo, estive 3 meses sem ir a casa; o campeonato acabou em Maio e só cheguei a casa em Agosto. No entanto, já naquela altura, ganhava-se muito dinheiro no futebol. Imagine que o meu empregado mais bem pago, na casa Magriço no Porto, ganhava por mês, 3 contos… isso, era quanto eu ganhava num prémio de jogo, muitas vezes até mais do que isso (4 a 6 contos).

    A casa onde eu moro, esta aqui logo abaixo (São Paio de Oleiros), foi construída e paga só com o prémio do Campeonato do Mundo. O primeiro dinheiro que ganhei no futebol, investi na construção de 6 casas, portanto, naquela altura, já era bastante dinheiro, mas era preciso ter os pés bem assentes no chão, porque quantos e quantos se perderam com a «boa vida» que o futebol nos proporcionava?

    Já que fala nos ganhos do futebol, lembra-se do fantástico carro Triumph Spitfire que tinha e que atraía o olhar dos jovens, mas sobretudo, das fãs?

    Sabe o que eu fazia? Atestava o depósito do carro e andava com uma única nota de 20 escudos na carteira porque as tentações eram tantas, que assim, tinha sempre forma de as «afugentar», porque dinheiro na carteira, não as tinha.

    Quanto ao carro, esse Triumph Spitfire, ficou-me praticamente de borla, porque foi-me proposto que eu andasse com ele para publicitá-lo… quando me fizeram a proposta, porque não aceitar? Nem hesitei. Troquei o Cinca que tinha, já muito antigo, e fiquei então com esse Triumph Spitfire, que era um carro maravilhoso, quase ninguém o tinha, e por isso, está a imaginar eu a andar nas estradas, a chegar ao Porto, com aquele carro? Imagine só as tentações que nos surgiam.

    De qualquer modo, a dada altura, acredite que é verdade, cheguei a «odiar» as mulheres pelos interesses que mostravam só por eu ser quem era ou ter o carro que tinha. Recebia dezenas de cartas de fãs e até as levava para casa para mostrar à minha esposa, para nos rirmos do que me escreviam.

    Tive até uma vez, uma senhora que num café, me disse na cara que eu não era homem, só porque recusei. Eu só lhe respondi: “olhe minha senhora, à minha beira, você, está no A, eu já estou no Z… portanto, imagine o quanto ainda tem que andar só para eu estar com a senhora!”.

    O que sentiu nas grandes vitórias internacionais do FC Porto em 1987, 2003 e 2004?

    Uma pessoa que é Portista, não pode ficar de outra forma, que não deslumbrado e alegre por essas conquistas, de certa forma até, quem como eu viveu por dentro o clube e sabe o que custou a chegar até à actualidade.

    Porque nunca aparece nos grandes momentos do FC Porto, já que foi um extraordinário guarda-redes e uma referência?

    Olhe, quando sou convidado pelo clube, dificilmente falho. Agora, o que eu não gosto, é andar a pedinchar, a mendigar para estar, onde não me convidaram. Ainda recentemente, me convidaram para estar presente na inauguração do pavilhão (Dragão Caixa) e eu fui, mas porque me convidaram, caso contrário, não teria ido. Ir por ir, para aparecer nos jornais, nas tvs ou nas rádios, não, não vou, porque não me interessa para nada esse espectáculo.

    O que me interesse de facto, é a minha vida pessoal e o meu trabalho aqui na clínica. Raramente vou ver jogos ao Porto, porque tenho as minhas obrigações profissionais, enquanto «patrão», entende? Agora, vejo os jogos todos na tv, quando não vou ao estádio, mas primeiro, está a minha vida pessoal e profissional, porque tudo isto que você vê, custou-me muito, muito a conquistar, porque se facilito, de um momento para o outro, tudo vai por água abaixo e depois, nessa altura, ninguém quer saber ou se recorda de mim.

    Quando sou convidado e entendo que devo estar presente, vou… não é por ser mais ou menos longe, ou meia-dúzia de trocos de custo de gasolina que vou morrer.

    Muitas das vezes, aqui na minha actividade profissional, sou confrontado por fornecedores que mais tarde, ao saberem quem sou, me perguntam porque é que já não tinha dito quem era. O que responde sempre é a mesma coisa: “isso interessa para o quê? se tenho dinheiro, vendem-me… se não tenho, não me vendem”. Tão simples quanto isto.

    Na actualidade, Hélton, Beto ou Nuno?

    Eu não queria falar muito nisso, porque não é justo dar a minha opinião. Na minha altura, eu jogava de uma forma. Hoje, eles jogam de outra forma e reconheço o seu valor, não é isso que está em causa. Dar a minha opinião, só poderia falar bem. Lembro-me de um antigo guarda-redes do FC Porto que costuma falar e dar algumas opiniões, mas que nem me lembra do nome dele, porque não me lembro de o ver a jogar sequer. Ele tanto falou e deu opiniões, que a uma certa altura, tive que deixar de falar com ele, entende? Eu não quero que aconteça com eles, o mesmo que fizeram comigo, entende?

    Se eles estão no FC Porto, é porque têm categoria, ponto final. Podem dar o seu frango, porque eu também os dei. Agora, falar mal deles, é o mesmo que falar mal do clube que eu adoro e por isso, não me pronuncio.

    Acredita na conquista do PENTA na próxima temporada?

    Acredito, mas já no ano passado, se dizia a mesma coisa. Portanto, eles só têm é que honrar o clube e o peso da camisola que envergam, que é a única preocupação que devem ter quando entram em campo, treinam, jogam particulares ou oficiais, torneios, etc. Aquela camisola do FC Porto, já na minha altura, tinha um peso enorme… e hoje, por tudo, tem um peso tremendo, muito maior, portanto, eles só têm é que a honrar e respeitar.

  • CONCLUSÃO...
  • Actualmente, o que faz?

    Durante a semana, estou aqui na clínica, de manhã à noite, quando fecha, só parando para almoçar das 13h às 14h. Saio pouco, mas quando saio, é para ir comprar isto ou aquilo aqui para a clínica.

    Aos fins-de-semana, tenho uma quinta, com muitas árvores de fruto e uma casa toda rústica e entretenho-me por ali nas lides da manutenção da quinta.

    Uma palavra final para os nossos leitores.

    O nome do blog, já diz tudo: “BiBó Porto, carago!!”. O que lhe digo, é que os Portistas a sério, aplaudem, apoiam, incentivam os jogadores quando eles precisam, ainda mais nas horas más, não é quando se está a ganhar e a jogar bem, que dê moral e força na transição do mau para o bom, isso é que é preciso. Todos da estrutura do FC Porto, precisam de apoio. Um abraço para todos vocês.

oficina do PENTA

Isla Canela: Miguel Lopes apto

O plantel do FC Porto cumpriu este domingo mais um treino de preparação no estágio que está a realizar na Isla Canela. A sessão decorreu no Estádio Blas Infante, situado a escassos dois quilómetros do hotel dos Dragões, e foi marcado pela integração plena de Miguel Lopes.

Do apronto deve ainda destacar-se a estreia de Sebastian Prediger, que chegou ontem a Espanha, mas apenas hoje se estreou às ordens de Jesualdo Ferreira. Rodríguez e Sapunaru mantiveram o regime de treino integrado condicionado, reforçado com trabalho específico.

Para amanhã, dia do primeiro compromisso do FC Porto na Peace Cup, está agendado mais um treino, a partir das 10h45, no Estádio Blas Infante, à porta fechada. Durante a tarde e até à saída para o encontro com o Lyon (22h30, Huelva), os Tetracampeões manter-se-ão em descanso no Hotel Vincci.

Prediger: «Tudo farei para ser campeão»

Treinou e abriu o coração. Sebastian Prediger chegou ontem à Isla Canela, pouco depois de ter firmado um contrato válido para as próximas quatro temporadas, e esta manhã já trabalhou às ordens de Jesualdo Ferreira. O internacional argentino mostrou-se encantado com o FC Porto e prometeu contribuição máxima na luta por sucessos colectivos.

FCP: Como é que se processou a sua vinda para o FC Porto?
Prediger: Estava no Colón de Santa Fé, estava a começar a pré-temporada e disseram-me que o FC Porto estava interessado em mim. Fiquei contentíssimo por vir para um clube que joga a UEFA Champions League e luta sempre por títulos importantes.

FCP: Como se define enquanto jogador?
Prediger: Sou um volante central, que trabalha muito e procura entregar sempre bem a bola.

FCP: Está há poucas horas no clube, mas o que é que já sente?
Prediger: Fui muito bem tratado desde que cheguei, tenho muitos companheiros argentinos e sul-americanos e assim também é mais fácil. Sinto-me bem.

FCP: Já conhecia o FC Porto ou procurou informar-se junto desses companheiros?
Prediger: Já sabia que é uma equipa muito grande, que joga a UEFA Champions League, que já ganhou essa competição, e que é sempre campeão. Espero também poder somar títulos.

FCP: O interesse do FC Porto surpreendeu-o?
Prediger: Um pouco, pois estava à espera de sair do Cólon, mas não imaginava chegar a uma equipa tão grande como o FC Porto.

FCP: O que pode prometer aos adeptos do clube?
Prediger: Prometo que vou dar a vida em todos os jogos, que vou treinar sempre no limite e que tudo farei para ser campeão com o FC Porto.

FCP: A posição seis do FC Porto tem sido ocupada pelo Fernando…
Prediger: Vim para o FC Porto para treinar e para uma luta sã. Se puder ganhar o lugar, tanto melhor, mas venho para trabalhar.

FCP: Acredita que o facto de estar no FC Porto pode levá-lo mais vezes à selecção da Argentina?
Prediger: Quem vem para uma equipa grande tem mais hipóteses de jogar na sua selecção, por isso não fujo à regra.

FCP: Quais são os seus objectivos nesta primeira temporada no clube?
Prediger: Tratar de ser Pentacampeão, fazer o melhor na «Champions» e encher este clube de títulos.

FCP: Como vai ser esta primeira experiência fora da Argentina?
Prediger: Vai ser fácil. Tenho apenas de adaptar-me rápido, pois fui muito bem recebido por todos.

fonte: fcporto.pt

26 julho, 2009

Quando começa o campeonato?

Estou aqui em pulgas… nunca mais começam as verdadeiras competições: superliga, champions, taças e afins… estou sedenta de adrenalina dos jogos, de picardias, de vitorias, de alegrias!

Não devo ser a única a ter esta sede de FC Porto. Bem sei que temos tido uns quantos jogos, mas como se diz na gíria portuguesa, “são jogos a feijões”, não dão aquela sensação de frio na barriga, a vontade enorme de roer as unhas, aquele nervosismo inquietante que antecedem os jogos.

Faz falta... o gozo que dá ver os adversários ruídos de inveja do nosso clube, o entusiasmo a ouvir ou a ver um jogo, o bater do pé enquanto se espera pela marcação de um penalty ou de um livre, os insultos aos jogadores, árbitros e treinadores, aquele aperto no coração quando estamos a perder e rezamos para que consigamos dar volta ao resultado, a explosão de alegria quando se marca um golo.

Somos FC Porto dependentes. Temos sede de vitórias.

Que começem os jogos... e deixem-nos vibrar com o FC Porto.

Saudações azuis e brancas
Sodani

Andebol e basquetebol, duas épocas bem distintas!

Depois de Vítor Hugo e Pedro Antunes terem deixado aqui a sua opinião sobre a época da nossa equipa de hóquei em patins que fez o pleno a nível Nacional, pedimos agora ao Prof. António Cunha (ex-jogador e ex-treinador de andebol do FC Porto) e ao Nuno Quidiongo (ex-jogador de basquetebol do FC Porto) para analisarem a época 2008/09 nas modalidades que lhes são mais queridas, andebol e basquetebol, respectivamente.

A época do andebol, terminou em glória para o FC Porto com o título Nacional alcançado 5 anos depois, enquanto a temporada do nosso basquetebol, foi verdadeiramente decepcionante com o 8º lugar do campeonato e nenhum troféu conquistado. Vamos então dar "voz" a dois entendidos na matéria, em mais um exclusivo do BiBó PoRtO:

    Prof. António Cunha
    (análise ao título Nacional conquistado pelo FCP no andebol)

    Após dois anos em que não conseguiu o título, mas com boa prestação e algumas vitórias noutras competições, eis que o jovem mas credenciado treinador Carlos Resende, com um grupo de jovens de elevado valor técnico e táctico, para além das características evidentes para a prática do Andebol, conseguiram ganhar a primeira fase e logo aí um primeira vitória sobre os principais rivais, ABC e SLB.

    O FC Porto chegou à final com alguma facilidade, levando de vencida os adversários no play-off, consumando-se então a final esperada com o SL Benfica, com um orçamento muito superior ao nosso Clube, para além da entrada do credenciado técnico Prof. José António Silva nos quadros técnicos do Clube e mais 2 aquisições qualificadas.

    Os jogos foram atípicos com resultados pouco normais e grandes diferenças de golos por parte dos jogos em casa do visitado, e tudo ficou para ser resolvido no 5º jogo, e logo no novíssimo Pavilhão Dragão Caixa que quero aproveitar para dar os meus parabéns ao Presidente, Jorge Nuno, que nunca deixou de pensar nessa possibilidade, mas o que mais me surpreendeu é como o Arqt. Manuel Salgado conseguiu entre duas ruas desniveladas, meter um pavilhão de excelente qualidade, quer para quem joga, quer para quem assiste. A dimensão do mesmo serve perfeitamente para os adeptos das modalidades e vai ser no futuro um local de reunião e confraternização dos adeptos Portistas.

    Grande jogo, casa cheia e os Dragões do futebol estavam no pavilhão como sempre devem estar ou seja a apoiar a equipa desportivamente. O FC Porto foi um vencedor merecido pela época regular que fez, e no play-off, sobressaíram 3 atletas, Laurentino, Eduardo Filipe e Inácio Carmo, que quando as coisas estavam a ficar perigosas, pegaram no jogo e decidiram o título nacional. Festa bonita e na presença da massa adepta que mais sabe apreciar os grandes acontecimentos desportivos em varias modalidades como é a do FC Porto.

    Parabéns a todos os que contribuíram para o êxito desde dirigentes a todo o staff técnico e médico do Clube, assim como a todo o plantel sem excepções e colaboradores do Carlos Resende. Uma festa muito bonita, com um final muito triste, passados alguns dias quando se consumou a despedida do treinador campeão, Carlos Resende, e o melhor jogador de sempre do Andebol Portista. Situações como esta podem resultar em decisões precipitadas e sem sentido de quem acha que, ter o poder é mandar de qualquer modo! De todo modo, parabéns a todos os Portistas presentes e que gostam verdadeiramente de andebol.

    Abraço,
    António Cunha
    .

    Nuno Quidiongo
    (análise à decepcionante época do basquetebol do FCPorto)

    Quanto à época do basquetebol do FC Porto, sem querer ser repetitivo, continuo a opinar que a qualidade do basquetebol em Portugal é deprimente. O FC Porto foi apenas mais uma equipa "afogada" na falta de profissionalismo e humildade de todos os principais actores envolvidos no desporto (dirigentes, treinadores, jogadores e árbitros).
    Talvez agora com o formato competitivo de origem, de volta, todos os que parasitavam o basquetebol português "rastejem para outra maçã podre"!
    A primeira equipa a colocar os "pés no chão" e a reconduzir o basquetebol para o contexto certo, vai dominar a sua prática na próxima década!

    Cumprimentos,
    Nuno Quidiongo
    .

Um abraço do Lucho e até terça feira!

oficina do PENTA

Isla Canela: Boletim Clínico

Depois de um treino matinal bastante intenso, o plantel do FC Porto cumpriu esta tarde mais uma sessão de trabalho neste estágio na Isla Canela. À imagem do que sucedera no arranque do dia, Rodríguez, Sapunaru e Miguel Lopes voltaram a desenvolver treino integrado condicionado, complementado com trabalho específico.

Para amanhã, Jesualdo Ferreira agendou novamente dois preparos. O treino matinal realiza-se no Estádio Blas Infante, a partir das 9h30, e decorre à porta fechada. Cerca das 11h00, também neste recinto vizinho do hotel, decorre mais uma superflash. A sessão vespertina principia às 18h00, igualmente à porta fechada.

Prediger já se juntou aos Tetracampeões

Sebastian Prediger, médio contratado ao Colón, já se encontra integrado no plantel do FC Porto. O internacional argentino, de 22 anos, chegou à Isla Canela durante a tarde de hoje, depois de já ter conhecido a Invicta e o Estádio do Dragão. Prediger será o número 26 do plantel comandado por Jesualdo Ferreira.

Falcao: «Estou feliz por estar aqui»

A chegada ao FC Porto apenas confirmou aquilo que Falcao já desconfiava: o FC Porto é um clube de top. Esta manhã, após o primeiro treino na Isla Canela, o avançado falou aos jornalistas e mostrou-se entusiasmado e disposto a trabalhar com afinco para crescer no clube.

FCP: Como se sente nestes primeiros dias de FC Porto?
Falcao: Sinto-me muito bem, os jogadores e o corpo técnico receberam-me da melhor maneira e fizeram-me sentir em casa, muito confortável. O trabalho também começou rapidamente, sinto-me cada vez melhor e vou-me soltando a nível futebolístico.

FCP: Acredita que necessita de mais tempo para a integração plena?
Falcao: Creio que não, porque a qualidade humana das pessoas do FC Porto tem sido muito importante para que me sinta bem. Estou feliz por estar aqui e aproveito cada treino e a estadia com esta gente para desfrutar.

FCP: Tem consciência de que os adeptos esperam golos do Falcao?
Falcao: Eu também espero. Estou com muitas ganas de poder ajudar a equipa e, se puder marcar golos para o FC Porto e contribuir ganhar jogos, tanto melhor.

FCP: O trabalho aqui é mais duro do que na Argentina?
Falcao: São preparações diferentes. O bom aqui é que usamos a bola em todos os treinos e que as mudanças não são tão bruscas, por isso estamos mais adaptados quando temos de ir ao campo para jogar.

FCP: A presença de vários sul-americanos no plantel é favorável para si?
Falcao: É algo bom, porque temos a mesma cultura, mas também os outros jogadores de Portugal e de outros países me receberam muito bem e estou muito agradecido pelo apoio que me deram desde o primeiro minuto para que possa adaptar-me ao clube.

FCP: Na Argentina jogava num sistema diferente daquele utilizado pelo FC Porto…
Falcao: Os treinos resolvem tudo e, com o tempo, o conhecimento dos jogadores e os movimentos vão permitir-me crescer. Com a prática habituo-me facilmente.

FCP: Tinha outros clubes interessados, mas escolheu o FC Porto. Porquê?
Falcao: Desde o princípio transmiti ao meu representante a minha vontade de jogar no FC Porto, porque é um clube grande, o melhor de Portugal, e porque, a nível europeu, também disputa os melhores torneios. É por isso que gostava do FC Porto.

FCP: Falou com algum dos jogadores do plantel para obter referências?
Falcao: Conhecia o Guarín e o Tecla [Farías]… Disseram-me que é uma grande instituição, mas eu já sabia, pelo mediatismo que tem. Mas quando cheguei dei conta que a infra-estrutura é excelente e é tudo muito organizado.

FCP: Jogar no FC Porto dá-lhe mais possibilidades na selecção da Colômbia?
Falcao: Trabalho para ganhar um lugar na minha equipa, para melhorar e para crescer. Sei que se fizer bons jogos no FC Porto fico com as portas da minha selecção abertas.

FCP: É verdade que chegou a estudar jornalismo?
Falcao: Sim, estudei um ano, enquanto estava na Argentina. Tive de deixar, porque comecei a ter mais compromissos com o River e com a selecção que não me permitiram continuar, pois perdia muitas aulas. Interessava-me, porque era algo que me dava conhecimentos importantes.

fonte: fcporto.pt