Independentemente do próximo homem que se vá sentar no banco do Dragão, ao que tudo indica será Sérgio Conceição (se bem que no futebol já vi de tudo, uma reviravolta no processo não me admirava…), é tempo de uma vez por todas de estabilizar um projeto, de escolher alguém que não seja para queimar logo após dois maus resultados ou de um treinador para descartar no final da época apenas e só para procurar um "bode expiatório".
O tempo de cada um emitir opinião sobre quem deveria vir, se devia ter o perfil X ou Y deve terminar no exato momento em que o novo treinador for apresentado. Confesso que também estou um pouco farto do constante saudosismo/mito do “Sebastianismo” dos adeptos de que num belo dia de nevoeiro apareça um herói que resolva todos os problemas do clube com uma varinha de condão. É tempo de todos metermos uma coisa na cabeça, no atual contexto nem Guardiola ou Mourinho só por si resolveriam tudo aquilo que há por resolver no nosso clube.
O tempo é realmente de fazer o que tem de ser feito para não se repetirem os erros do passado recente. Não podemos estar todos os anos numa de “new beggining”, pensando que o início de cada época será um novo recomeço, apagando tudo o que de mal está para trás. E o que tem de ser feito, perguntarão vocês? Se em relação à escolha do novo treinador já emiti a minha opinião na semana passada, vamos então àquilo que do meu ponto de vista tem de ser feito, no sentido de dotar o plantel de qualidade suficiente para pelo menos ganhar algo internamente, sim porque eu já nem peço muito em termos europeus, apesar de curiosamente nos últimos 4 anos o FC Porto ter conseguido passar a fase de grupos da Champions League por duas vezes e atingido os quartos-final da Liga Europa por uma vez.
Na baliza, a minha opinião é de que não faz sentido pagar nem 2, nem 3, quanto mais 4 ou 5 milhões por um GR, havendo posições na equipa bem mais importantes num campeonato como o português. Nos últimos 4 anos, o GR menos batido do FC Porto foi o Fabiano, que não passa de um GR mediano. No campeonato português, em que 95% das equipas frente ao FC Porto se remetem desesperadamente às imediações da sua grande área, procurando mutas vezes, da forma mais nojenta e ordinária possível, queimar tempo através do fingimento de lesões ou atrasos exagerados e recorrentes na reposição de bola, até posso admitir que é importante ter um bom GR, mas é bem mais importante ter um grande médio (saudades de Lucho e Moutinho!) que faça 10 assistências por época ou um ponta-de-lança que garanta pelo menos 20 golos no campeonato.
Na defesa, seria importante manter a dupla de centrais que esteve a um bom nível na época anterior, sendo importante também manter Telles, que melhorando a sua capacidade de concentração pode atingir um nível ainda mais alto. O resto para mim é simples: faz sentido pagar 4 milhões por Maxi Pereira? NÃO! É possível cedê-lo mesmo que por 3 ou 4M€, libertando um ordenado altíssimo? SIM! É possível encaixar uns 7 ou 8 milhões com Layun? Força! Fazer regressar Ricardo Pereira, que esteve a um nível altíssimo no Nice e Rafa Soares, que fez não sei quantas assistências no Rio Ave, é mais barato e com certeza não será muito pior que ter Maxi e Layun. Ficamos claramente a ganhar na relação qualidade/preço. E tem sido a fazer péssimas contratações ao nível da relação qualidade/preço que também nos levou até aqui.
No meio-campo, há um caso que já ultrapassou a minha inteligência há muito tempo. Não se trata de querer “bater mais no ceguinho”, nem se trata de criar um “patinho feio”. A questão tem a ver com os 4 anos de Herrera no FC Porto. Não discuto as qualidades técnico-táticas do mexicano, nem a sua faceta esforçada e humilde, dando tudo o que tem em campo. Mas no futebol atual, muito mais até que há uns anos atrás, a vertente psicológica é muito importante, o que diferencia os excelentes jogadores dos outros é a capacidade de resistir à pressão e a estabilidade emocional, porque técnica e qualidade, até um jogador da II liga tem. Herrera é um evidente caso de um jogador que não tem dimensão psicológica de jogar no FC Porto. Não tem, ponto final! Até pode ter um excelente desempenho noutro campeonato, noutra realidade, mas no atual FC Porto, é mais que evidente que não é com Herrera que o FC Porto vai voltar ao sucesso de outros tempos. Não cometo a demagogia de responsabilizar Herrera pelos 4 anos sem títulos (seria estúpido obviamente!) mas é um facto que desde que Herrera assumiu protagonismo no FC Porto, o FC Porto nada ganhou. E como a minha memoria é tramada, lembro-me da expulsão de Herrera aos 6 minutos de um jogo da Champions, dizendo depois no final do jogo “A expulsão foi algo muito mau, mas também engraçado (…) pelo menos fiz história”. Se juntar a isso, o lance que permitiu o canto que deu o golo do empate no Dragão frente ao rival direto, num remate contra a linha de fundo, então a conclusão só pode ser uma: eu devo ser muito estúpido para não perceber como é possível Herrera manter-se como peça fundamental ano após ano (4 anos maravilhosos diga-se!) e como é possível não possibilitar uma transferência de 15/20 milhões (ou lá o que fosse) para o mexicano ir demonstrar a sua belíssima qualidade para outro lado, que não o FC Porto?!?! Mas não, eu devo ser muito burro e o Herrera deve ser um brilhante jogador, que até será titular indiscutível com o próximo treinador.
No ataque, julgo que há apenas um jogador que deve ser considerado intocável, aquele que para mim é melhor jogador de ataque do FC Porto: Jesus Corona. Podem crer que o mexicano é um craque, tem é sido também prejudicado com tanta instabilidade que se tem vivido no clube. Saiba o novo treinador retirar todo o potencial do mexicano e não tenho dúvidas que Corona pode fazer parte de um FC Porto de sucesso. De resto, creio que é inevitável transferir por avultada quantia ou Brahimi ou André Silva (ou os dois!), restando uma enorme necessidade, algo pelo qual me tenho batido há 3 anos: a contratação de um grande ponta-de-lança. Obviamente um grande ponta-de-lança, com créditos firmados, custa pelo menos 10 milhões de € (de relembrar que no ano que passou gastamos 12 milhões em Depoitre+Soares), tal como custou Falcao, Jackson ou McCarthy, só para citar alguns exemplos. Enquanto não se perceber que a posição de ponta-de-lança é a mais importante numa equipa, podemos continuar a gastar milhões e milhões de € com GR e laterais-direitos, enquanto os outros têm avançados que marcam 30 ou 40 golos por época!
Manter os mesmos erros, teimosias e megalomanias (24 jogadores emprestados por exemplo!!!!) que se têm visto ultimamente, mudando só o treinador até pode dar certo. Mas depois não se queixem do resultado no final ser igual aos anteriores. Há muito para fazer, o tempo urge... E não é assim tão difícil fazer algumas das coisas que falei no post, acho eu.
O tempo de cada um emitir opinião sobre quem deveria vir, se devia ter o perfil X ou Y deve terminar no exato momento em que o novo treinador for apresentado. Confesso que também estou um pouco farto do constante saudosismo/mito do “Sebastianismo” dos adeptos de que num belo dia de nevoeiro apareça um herói que resolva todos os problemas do clube com uma varinha de condão. É tempo de todos metermos uma coisa na cabeça, no atual contexto nem Guardiola ou Mourinho só por si resolveriam tudo aquilo que há por resolver no nosso clube.
O tempo é realmente de fazer o que tem de ser feito para não se repetirem os erros do passado recente. Não podemos estar todos os anos numa de “new beggining”, pensando que o início de cada época será um novo recomeço, apagando tudo o que de mal está para trás. E o que tem de ser feito, perguntarão vocês? Se em relação à escolha do novo treinador já emiti a minha opinião na semana passada, vamos então àquilo que do meu ponto de vista tem de ser feito, no sentido de dotar o plantel de qualidade suficiente para pelo menos ganhar algo internamente, sim porque eu já nem peço muito em termos europeus, apesar de curiosamente nos últimos 4 anos o FC Porto ter conseguido passar a fase de grupos da Champions League por duas vezes e atingido os quartos-final da Liga Europa por uma vez.
Na baliza, a minha opinião é de que não faz sentido pagar nem 2, nem 3, quanto mais 4 ou 5 milhões por um GR, havendo posições na equipa bem mais importantes num campeonato como o português. Nos últimos 4 anos, o GR menos batido do FC Porto foi o Fabiano, que não passa de um GR mediano. No campeonato português, em que 95% das equipas frente ao FC Porto se remetem desesperadamente às imediações da sua grande área, procurando mutas vezes, da forma mais nojenta e ordinária possível, queimar tempo através do fingimento de lesões ou atrasos exagerados e recorrentes na reposição de bola, até posso admitir que é importante ter um bom GR, mas é bem mais importante ter um grande médio (saudades de Lucho e Moutinho!) que faça 10 assistências por época ou um ponta-de-lança que garanta pelo menos 20 golos no campeonato.
Na defesa, seria importante manter a dupla de centrais que esteve a um bom nível na época anterior, sendo importante também manter Telles, que melhorando a sua capacidade de concentração pode atingir um nível ainda mais alto. O resto para mim é simples: faz sentido pagar 4 milhões por Maxi Pereira? NÃO! É possível cedê-lo mesmo que por 3 ou 4M€, libertando um ordenado altíssimo? SIM! É possível encaixar uns 7 ou 8 milhões com Layun? Força! Fazer regressar Ricardo Pereira, que esteve a um nível altíssimo no Nice e Rafa Soares, que fez não sei quantas assistências no Rio Ave, é mais barato e com certeza não será muito pior que ter Maxi e Layun. Ficamos claramente a ganhar na relação qualidade/preço. E tem sido a fazer péssimas contratações ao nível da relação qualidade/preço que também nos levou até aqui.
No meio-campo, há um caso que já ultrapassou a minha inteligência há muito tempo. Não se trata de querer “bater mais no ceguinho”, nem se trata de criar um “patinho feio”. A questão tem a ver com os 4 anos de Herrera no FC Porto. Não discuto as qualidades técnico-táticas do mexicano, nem a sua faceta esforçada e humilde, dando tudo o que tem em campo. Mas no futebol atual, muito mais até que há uns anos atrás, a vertente psicológica é muito importante, o que diferencia os excelentes jogadores dos outros é a capacidade de resistir à pressão e a estabilidade emocional, porque técnica e qualidade, até um jogador da II liga tem. Herrera é um evidente caso de um jogador que não tem dimensão psicológica de jogar no FC Porto. Não tem, ponto final! Até pode ter um excelente desempenho noutro campeonato, noutra realidade, mas no atual FC Porto, é mais que evidente que não é com Herrera que o FC Porto vai voltar ao sucesso de outros tempos. Não cometo a demagogia de responsabilizar Herrera pelos 4 anos sem títulos (seria estúpido obviamente!) mas é um facto que desde que Herrera assumiu protagonismo no FC Porto, o FC Porto nada ganhou. E como a minha memoria é tramada, lembro-me da expulsão de Herrera aos 6 minutos de um jogo da Champions, dizendo depois no final do jogo “A expulsão foi algo muito mau, mas também engraçado (…) pelo menos fiz história”. Se juntar a isso, o lance que permitiu o canto que deu o golo do empate no Dragão frente ao rival direto, num remate contra a linha de fundo, então a conclusão só pode ser uma: eu devo ser muito estúpido para não perceber como é possível Herrera manter-se como peça fundamental ano após ano (4 anos maravilhosos diga-se!) e como é possível não possibilitar uma transferência de 15/20 milhões (ou lá o que fosse) para o mexicano ir demonstrar a sua belíssima qualidade para outro lado, que não o FC Porto?!?! Mas não, eu devo ser muito burro e o Herrera deve ser um brilhante jogador, que até será titular indiscutível com o próximo treinador.
No ataque, julgo que há apenas um jogador que deve ser considerado intocável, aquele que para mim é melhor jogador de ataque do FC Porto: Jesus Corona. Podem crer que o mexicano é um craque, tem é sido também prejudicado com tanta instabilidade que se tem vivido no clube. Saiba o novo treinador retirar todo o potencial do mexicano e não tenho dúvidas que Corona pode fazer parte de um FC Porto de sucesso. De resto, creio que é inevitável transferir por avultada quantia ou Brahimi ou André Silva (ou os dois!), restando uma enorme necessidade, algo pelo qual me tenho batido há 3 anos: a contratação de um grande ponta-de-lança. Obviamente um grande ponta-de-lança, com créditos firmados, custa pelo menos 10 milhões de € (de relembrar que no ano que passou gastamos 12 milhões em Depoitre+Soares), tal como custou Falcao, Jackson ou McCarthy, só para citar alguns exemplos. Enquanto não se perceber que a posição de ponta-de-lança é a mais importante numa equipa, podemos continuar a gastar milhões e milhões de € com GR e laterais-direitos, enquanto os outros têm avançados que marcam 30 ou 40 golos por época!
Manter os mesmos erros, teimosias e megalomanias (24 jogadores emprestados por exemplo!!!!) que se têm visto ultimamente, mudando só o treinador até pode dar certo. Mas depois não se queixem do resultado no final ser igual aos anteriores. Há muito para fazer, o tempo urge... E não é assim tão difícil fazer algumas das coisas que falei no post, acho eu.
Queres vender André Silva e depois dizes que temos de contratar um ponta de lança????? Aonde está a lógica? O André é para manter se não , não vale a pena sonhar com sucesso.
ResponderEliminarNo geral estou de acordo.
ResponderEliminarDe facto, não se percebe a insistência em manter Herrera, um dos jogadores que até mais mercado tem. Contudo, a vender, será de esperar pela Taça das Confederações, pois como é sabido, Herrera tem a tendência de brilhar muito mais na selecção do que no clube.
O caso de Casillas é um dilema. 4 ou 5 milhões fazem muita falta. Mas Casillas não é um mero guarda-redes. É também um líder, um vencedor e uma das vozes mais respeitadas no balneário. Se sair, simplesmente não temos ninguém com esse perfil. O que faz muita falta. Para construir casas, são necessários alguns pilares.
Bem menos dúvidas oferece a situação dos laterais. A única dúvida mesmo, é porque não se avançou para Rafa já na última temporada. Ricardo Pereira é uma certeza de qualidade. Não o aproveitar seria uma grande surpresa.
No ataque, a grande questão vai-se prender com as saídas. Se só Brahimi, se Brahimi e André Silva. Em qualquer dos casos, não será barato arranjar alternativas com qualidade similar.
O mais preocupante, é que a contagem decrescente para o Fair-play financeiro aperta, e ainda falta tudo para fazer...
DRAGONSLAIR1968
ResponderEliminarEstou perfeitamente à vontade porque defendi muito André Silva durante a época, mesmo quando muitos o criticavam duramente. Reforço que os números de A. Silva foram bons e superaram as expetativas para um jogador que fez o seu 1º ano como sénior.
Agora, tendo em conta a evidente necessidade de encaixar dinheiro, porque nos últimos anos temos persistido em viver acima das nossas possibilidades, é lógico que alguém tem de sair porque se tem de fazer €€€.
Realisticamente, aparecendo uma boa proposta por A. Silva, e por boa proposta obviamente entendo algo que nunca pode ser inferior a 20 M€ (se o ano passado o Manchester pagou mais de 100M€ por Pogba, as referencias de mercado atuais têm de estar elevadas para TODOS!), creio que as hipóteses do FC Porto dizer não são muito reduzidas.
O ideal seria vender a porcaria toda, fazendo bom dinheiro, manter os melhores jogadores e ainda contratar jogadores que acrescentassem qualidade ao plantel. Mas isso, caro amigo, é o mundo perfeito, um mundo que está muito longe dos atuais tempos que se vivem no reino do Dragão.
Depois, há que contratar alguém para marcar golos, se não for pedir muito. Tipo aqueles rapazes que os nossos rivais têm contratado ultimamente, nomeadamente Bas Dost, Mitroglu ou o porco jonas… E nenhum desses rapazes custou mais de 10M€, nem ganha mais que Casillas ou Maxi Pereira, por exemplo. A isto chama-se gestão de prioridades, algo que ultimamente no FC Porto tem sido feito de forma, no mínimo, desastrosa...
Caro Hugo Mota
ResponderEliminarÉ verdade o que dizes em relação a Casillas, mas não é menos verdade que a nossa situação financeira não é boa e tende a piorar muito se não forem tomadas medidas.
Estou farto de dizê-lo porque me parece algo tão evidente, e ainda mais claro numa liga como a portuguesa cheia de “autocarros” e “máquinas de anti-jogo”, entre gastar 4/5M€ em Casillas ou gastar 4/5M€ num ponta-de-lança que esteja habituado a marcar mais de 20 golos num campeonato europeu (excluindo obviamente as bélgicas e escócias…), não tenho dúvidas de qual a melhor solução.
Precisamos, mais do que experiência e currículos com títulos, é de jogadores com qualidade. E a qualidade obviamente paga-se e tem custos. Continuar a gastar muito dinheiro com investimentos em jogadores que marcavam 15 golos na fortíssima liga belga, ou continuar a ter uma folha salarial de 70M€/ano é que nos vai levar rapidamente a uma situação insustentável, com consequências ainda mais complicadas no plano desportivo.
Não se pode é continuar com a inação que neste momento vivemos. Passam os dias, nem decisões sobre o plantel, nem oficialização do novo treinador. E qual tal despacharem-se e darem "corda aos sapatos" ?!?!?
Continuo a ter a minha opinião!Que grandes treinadores temos nas bancadas em portugal vou falar com o governo :O NOSSO DÉFICE ESTÁ MAIS QUE PAGO.
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