06 agosto, 2013

Capítulo 6: 1951 a 1960 – Contestação a Lisboa; a “dobradinha” (Parte XXIII)

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FCPorto – Dragões de Azul Forte
Retalhos da história, conquistas e vitórias memoráveis, figuras e glórias do
F. C. do Porto

Capítulo 6: 1951 a 1960 – Contestação a Lisboa; a “dobradinha” (Parte XXIII)

Época 1955-1956 (continuação)

8 Jan. – 13.ª jornada: à beira do Mondego o FC Porto venceu com dois golos e à beira de apontar o terceiro esteve José Maria; não o conseguiu porque na marcação de um penalty, aos 52 minutos, chutou por cima da barra. Na resposta, aos 55 minutos, Faia não perdoou no penalty assinalado a favor da Académica. 1-2, resultado justo.
Académica 1 – FC Porto 2
Estádio Municipal (Coimbra)
Árbitro: Joaquim Campos (Lisboa)
FCP – Pinho; Virgílio, Osvaldo Cambalacho e Pedroto; Miguel Arcanjo e Monteiro da Costa; Hernâni, Gastão, Jaburu, António Teixeira e José Maria.
Treinador: Yustrich (brasileiro)
Marcadores: 0-1 Jaburu (4’); 0-2 José Maria (35’); 1-2 Faia (55’, gp).

15 Jan. – 14.ª jornada: nas Antas, início da 2.ª volta. Pinho, logo aos 14 minutos, defendeu um penalty e respectiva recarga de Couceiro. Pouco depois os serranos marcaram mas o FC Porto foi, paulatinamente, construindo um resultado volumoso com todos os golos marcados por jogadores diferentes. O público encheu as bancadas neste primeiro jogo da 2.ª volta. E os adeptos acreditavam cada vez mais na conquista do Campeonato. O Benfica seguia a 2 pontos e o Sporting a 6.
FC Porto 5 – Sp Covilhã 1
Estádio das Antas (Porto)
Árbitro: Raul Martins (Lisboa)
FCP – Pinho; Virgílio, Osvaldo Cambalacho e Eleutério; Miguel Arcanjo e Monteiro da Costa; Hernâni, Gastão, Jaburu, António Teixeira e Carlos Duarte.
Treinador: Yustrich (brasileiro)
Marcadores: 0-1 Suarez (22’); 1-1 Monteiro da Costa (30’); 2-1 António Teixeira (46’); 3-1 Carlos Duarte (47’); 4-1 Jaburu (70’); 5-1 Hernâni (84’, gp).

22 Jan. – 15.ª jornada: vitória sofrida em Oeiras, ante uma equipa bem organizada Por Fernando Riera e muito lutadora. Os “pastéis de Belém” foram difíceis de tragar… Até Pinho teve de defender um penalty (mais um!) marcado pelo belenense Figueiredo aos 28 minutos, tendo a recarga de Pellejero saído ao lado da baliza do excelente guardião portista.
O autor do tento portista foi Hernâni que magistralmente cobrou um livre a castigar carga (a soco!) de José Pereira sobre Jaburu.
Belenenses 0 – FC Porto 1
Estádio Nacional (Oeiras)
Árbitro: Eduardo Neves (Viseu)
FCP – Pinho; Virgílio, Osvaldo Cambalacho e Pedroto; Miguel Arcanjo e Monteiro da Costa; Hernâni, Gastão, Jaburu, António Teixeira e Perdigão.
Treinador: Yustrich (brasileiro)
Marcadores: 0-1 Hernâni (?)

29 Jan. – 16.ª jornada: triunfo difícil com todos os golos marcados na 2.ª parte. E só nos últimos 6 minutos o FC Porto “desbloqueou” o resultado.
FC Porto 3 – CUF 1
Estádio das Antas (Porto)
Árbitro: Raul Martins (Lisboa)
FCP – Pinho; Virgílio, Osvaldo Cambalacho e Pedroto; Miguel Arcanjo e Monteiro da Costa; Hernâni, Gastão, Jaburu, António Teixeira e Carlos Duarte.
Treinador: Yustrich (brasileiro)
Marcadores: 1-0 Hernâni (52’ gp); 1-1 Jesus Correia (58’); 2-1 Jaburu (84’); 3-1 Hernâni (89’ gp).

5 Fev. – 17.ª jornada: com o nulo em Torres Vedras, o FC Porto permitiu que o Benfica reduzisse a desvantagem para um ponto. Yustrich sem peias: “Não quero conversas com jornalistas! Não digo nada e não me queiram fazer mais bruto do que já sou...”
Torreense 0 – FC Porto 0
Campo das Covas (Torres Vedras)
Árbitro: Eduardo Neves (Viseu)
FCP – Pinho; Virgílio, Osvaldo Cambalacho e Pedroto; Miguel Arcanjo e Monteiro da Costa; Hernâni, Gastão, Jaburu, António Teixeira e Perdigão.
Treinador: Yustrich (brasileiro)

12 Fev. – 18.ª jornada: após a décima oitava jornada o FC Porto, que venceu o Vitória de Setúbal, mantinha o ponto de vantagem sobre o Benfica. Mas tão só porque em Évora o árbitro Jacques Matias permitiu que Ângelo (do “clube do regime”) apontasse o golo da vitória dois minutos depois da hora, sem que nada o justificasse, ignorando por completo os sinais do fiscal de linha a indicar o final do jogo… Os vermelhos marcaram e, então sim, deu o encontro por findo…
FC Porto 4 – Vitória de Setúbal 1
Estádio das Antas (Porto)
Árbitro: Evaristo Silva (Leiria)
FCP – Pinho; Virgílio, Osvaldo Cambalacho e Pedroto; Miguel Arcanjo e Monteiro da Costa; Hernâni, Gastão, Jaburu, António Teixeira e Carlos Duarte.
Treinador: Yustrich (brasileiro)
Marcadores: 1-0 António Teixeira (50’); 2-0 Jaburu (52’); 2-1 Corona (57’); 3-1 Jaburu (80’); 4-1 Carlos Duarte (90’).

19 Fev. – 19.ª jornada: a equipa portista desperdiçou um ponto (*) na visita à Tapadinha. O Benfica, que derrotou o Sporting (3-0), igualou o FC Porto no comando da classificação. A luta estava ao rubro!
Atlético 2 – FC Porto 2
Estádio da Tapadinha (Lisboa)
Árbitro: Mário Garcia (Aveiro)
FCP – Pinho; Virgílio, Osvaldo Cambalacho e Pedroto; Miguel Arcanjo e Monteiro da Costa; Carlos Duarte, Gastão, Jaburu, António Teixeira e Hernâni.
Treinador: Yustrich (brasileiro)
Marcadores: 1-0 Legas (35’); 1-1 António Teixeira (44’); 1-2 Gastão (75’); 2-2 Martinho (85’).
(*) Lembre-se que a vitória valia 2 pontos e o empate 1 ponto.

Pinho defende as suas redes de uma investida alcantarense

26 Fev. – 20.ª jornada: num excelente jogo disputado nas Antas, o FC Porto goleou os “arsenalistas” de Braga. Bom auspício para dali a oito dias, na Luz. Outro tanto não podiam dizer os donos daquele estádio em Lisboa; com efeito o Benfica, na sua visita a Coimbra, foi derrotado pela Académica de Cândido de Oliveira (1-0, golo de Faia) para júbilo dos estudantes em posição difícil na classificação. E também para regozijo dos portistas que viam, de novo, a sua equipa ficar isolada, com 2 pontos de avanço, no primeiro lugar do Campeonato.
FC Porto 4 – SC Braga 0
Estádio das Antas (Porto)
Árbitro: Eduardo Neves (Aveiro)
FCP – Pinho; Virgílio, Osvaldo Cambalacho e Eleutério; Miguel Arcanjo e Sá Pereira; Hernâni, Gastão, Jaburu, António Teixeira e Perdigão.
Treinador: Yustrich (brasileiro)
Marcadores: 1-0 Jaburu (25’); 2-0 Jaburu (39’); 3-0 Gastão (48’); 4-0 Perdigão (60’).

O título a um passo e a loucura pela ida a Lisboa…
Com o FC Porto isolado na liderança do Campeonato e a uma semana do jogo em Lisboa com o Benfica, uma onda de entusiasmo inundou portuenses e portistas do Norte.
• Era tal a euforia que até um dirigente foi movido a organizar uma "excursão marítima" a Lisboa, um autêntico cruzeiro para 800 pessoas a bordo do paquete "Uíge". Por um camarote de luxo pagou-se 1000 escudos, por um bilhete de primeira classe 850, por um de terceira 400. Mas o aluguer do barco para aquela “viagem de sonho” não se fez para ganhar dinheiro: foi para “ajudar o FC Porto a vencer em Lisboa”…
• Um avião “Dakota” foi igualmente fretado pata transportar adeptos a Lisboa!
• Milhares de portistas fizeram a viagem por caminho-de-ferro em comboios especiais com catorze carruagens cada! Um recorde ferroviário! Tudo pelo sonho de ganhar em Lisboa e conquistar o Campeonato Nacional!

4 Mar. – 21.ª jornada: no Estádio da Luz com lotação esgotada e milhares de portistas a apoiar a sua equipa, o FC Porto arrancou um precioso empate que o manteve em vantagem na corrida ao título.
O FC Porto esteve a vencer em grande parte do encontro, graças a um golo de António Teixeira aos 31 minutos. Pelo que fez, a equipa merecia a vitória. Virgílio foi o porta-voz do desconsolo portista: “Poderíamos ter chegado ao final do primeiro tempo a vencer por 3-0, mas o Benfica foi feliz".
Por proposta de Yustrich, aceite pelo Presidente Cesário Bonito, cada jogador azul-e-branco recebeu 1500 escudos de prémio pelo valioso resultado obtido.

O golo de António Teixeira na Luz, que pode ter valido um Campeonato

Na Luz, Pinho em apuros mas a conjurar o perigo observado por Osvaldo Cambalacho

11 Mar. – 22.ª jornada: de regresso às Antas (estádio cheio!) após o brilhante comportamento ante os vermelhos da capital, a equipa azul-e-branca, mesmo privada do concurso de Hernâni mas arrebatada pelo momento que vivia, sufocou o Barreirense com um resultado que já não se usava: 10-1!
No fim do jogo o público rejubilava pela esmagadora vitória e pelo facto de o Benfica ter empatado com o Belenenses (2-2). Meio resignado, Otto Glória, treinador dos encarnados, afirmou: “A minha equipa jogou muito mal; o Campeonato está praticamente perdido”.
Assim o FC Porto (38) aumentava para três pontos a vantagem sobre o rival da capital (35).

18 Mar. – 23.ª jornada: O Caldas, orientado pelo húngaro Joseph Szabo (que havia revolucionado o futebol portista na década de 30), foi das poucas equipas do Campeonato que logrou bater o pé ao FC Porto. Num jogo muito disputado, o resultado foi alternando entre a vantagem mínima para cada um dos contendores e o empate. O 3-3 final espelha e premeia o empenho de ambas as equipas. E um ponto ficava nas Caldas…
Caldas 3 – FC Porto 3
Campo da Mata (Caldas)
Árbitro: Mário Garcia (Aveiro)
FCP – Pinho; Virgílio, Osvaldo Cambalacho e Pedroto; Miguel Arcanjo e Monteiro da Costa; Carlos Duarte, Gastão, Jaburu, António Teixeira e José Maria.
Treinador: Yustrich (brasileiro)
Marcadores: 1-0 Bispo (15’); 1-1 Gastão (30’); 2-1 Orlando (?); 2-2 Jaburu (58’); 2-3 Carlos Duarte (65’); 3-3 Romeu (81’).
Nota: aos 57 minutos de jogo foram expulsos Fragateiro (Caldas) e Monteiro da Costa (FC Porto).

24 Mar. – Dorival Yustrich renegociou o contrato com o FC Porto ficando a ganhar a “astronómica” verba de 480 contos por ano (40 contos/mês). Para se aquilatar da valia deste ordenado, refira-se que o primeiro prémio da lotaria da Páscoa era de 2000 contos e o terceiro de 50 contos…

15 Abr. – 24.ª jornada: Jaburu marcou mais três golos nos quatro (ou melhor… cinco) com que o FC Porto brindou o visitante eborense. Por quê cinco “brindes”? Porque Osvaldo Cambalacho também apontou um tento… na própria baliza!
FC Porto 4 – Lusitano de Évora 1
Estádio das Antas (Porto)
Árbitro: Eduardo Gouveia (Lisboa)
FCP – Pinho; Virgílio, Osvaldo Cambalacho e Pedroto; Miguel Arcanjo e Monteiro da Costa; Gastão, Jaburu, António Teixeira, Perdigão e José Maria.
Treinador: Yustrich (brasileiro)
Marcadores: 1-0 Jaburu (3’); 2-0 Jaburu (28’); 3-0 José Maria (62’); 3-1 Osvaldo Cambalacho (79’ auto-golo); 4-1 Jaburu (81’).

22 Abr. – 25.ª jornada: O FC Porto foi jogar com o Sporting em Lisboa. A capital voltou a ser invadida pelos adeptos nortenhos. Grande apoio! No Jamor, os leões ganharam por 1-0, naquela que seria a única derrota dos portistas no Campeonato. Yustrich, que protegia os seus pupilos nos momentos menos bons, impediu-os de falar aos jornalistas após o jogo. Até mandou correr as persianas do autocarro à saída do estádio em Oeiras!
Apenas a uma jornada do final do Campeonato, FC Porto e Benfica tinham 41 pontos com vantagem da equipa portista no “goal-average” (12 golos). O Sporting, a 5 pontos, estava arredado do título.

29 Abr. – 26.ª jornada: na derradeira jornada o FC Porto recebia a Académica num estádio a abarrotar de adeptos entusiasmados, como não poderia deixar de ser, não estivesse a equipa portista a um passo de fechar um ciclo de 16 anos sem um título de Campeão. Para se conseguir o intento e presumindo que o rival de Lisboa (Benfica) obteria os dois pontos (a vitória valia 2 pontos) no seu último jogo, ao FC Porto não restava opção: tinha de vencer os estudantes.
Foi difícil desbloquear o jogo; o FC Porto precisava de ganhar, mas a Académica também precisava de não perder dada a situação complicada na classificação. Os minutos passavam e o público desesperava; a defesa da Académica chegava para as encomendas e Ramin defendia o indefensável. A pouco mais de meia hora do final, o empate persistia. Até que o génio de Hernâni resolveu encaminhar o FC Porto rumo à vitória. Aos 64 minutos as bancadas do estádio quase que abatiam tal a euforia dos espectadores. Depois António Teixeira, por duas vezes (68 e 80 minutos), carimbou a vitória do FC Porto e o regresso aos títulos.
A alegria incontida trespassou todos os portistas e portuenses. O FC Porto era Campeão è frente do Benfica. Ambos somaram 43 pontos mas o novo Campeão levou vantagem no “goal-average” (12 golos à melhor). O Belenenses, batendo o Sporting por 2-1, conquistou, in-extremis, o terceiro lugar, com 37 pontos, mais um do que os sportinguistas.

Hernâni (1 golo) e António Teixeira (2 golos), os marcadores de serviço no jogo do título, nas Antas

As provocações de Wilson ao seu amigo Hernâni

Hernâni (FC Porto) e Mário Wilson (Académica) eram amigos. Mas no calor da luta há sentimentos que se apagam. Foi o que aconteceu naquela tarde em que os deuses pareciam querer evitar que Hernâni ganhasse o seu primeiro título de Campeão Nacional da I Divisão, durante o dramático jogo com a Académica. Hernâni contou:

“Ramin defendia tudo e quando o árbitro assinalou a grande penalidade a nosso favor, os meus companheiros, já perturbados pelo teimoso nulo, viraram as costas, não quiseram, sequer, ver-me apontar a falta. Mas esse foi o penalty mais fácil de marcar da minha vida. Há mais de uma hora que estávamos sem marcar. A Académica não podia perder, era uma dificuldade tremenda para nós, Mário Wilson e Torres mandavam na defesa, Ramin defendia tudo. Quando o penalty surgiu apoderou-se imediatamente de mim a ideia de que tinha chegado a hora de fazer o que não conseguíramos durante uma hora, quando já muita gente descria. Tive concentração, bati a bola, foi uma enorme explosão no estádio, uma alegria extraordinária. Sempre tive o melhor relacionamento com Mário Wilson, amizade que tinha ficado consolidada nessa famosa digressão que o Sporting fez ao Brasil e para a qual os dois fomos convidados. Quando o árbitro assinalou a grande penalidade, gerou-se a habitual confusão, eu fugi do barulho, com o intuito de não me enervar e não perder a concentração. O Mário Wilson, com aquela habitual calma, veio junto de mim e, em tom de chalaça, tratou-me por... Ferreira da Silva. Disse-me que eu iria chutar a bola para fora! Repetiu a frase e quando se preparava para a lançar pela terceira vez, respondi-lhe com meia dúzia de asneiras, agastado com ele. Retirou-se. No final do jogo, naquele momento emocionante da festa indescritível do título, abeirou-se de mim, abraçou-me e ainda comovido disse-me que não sabia que eu era tão… malcriado”.
[As provocações… - In “História de 50 anos do desporto português” - Adaptação]

A festa do FC Porto nas Antas!

Yustrich, o grande responsável pelo título de Campeão Nacional do FC Porto, rodeado e aclamado pelos seus pupilos!

Pedroto, jogador de classe, admirado e idolatrado, titular indiscutível durante oito épocas, no final do jogo com a Académica, nas Antas, no meio da euforia e levado pelo braço do então dirigente do futebol Pinto de Magalhães

Os adeptos portistas, os portuenses, o povo, festejaram efusivamente um título que o FC Porto merecia há 16 anos!
BIBÓ PORTO, CARAGO!

FC PORTO - Os Campeões Nacionais 1955/1956 e vencedores da Taça de Portugal (a “dobradinha”):
No primeiro plano – Hernâni, Gastão, Jaburu, António Teixeira e Perdigão;
De pé – Virgílio, Miguel Arcanjo, Monteiro da Costa, Osvaldo Cambalacho, Pedroto e Pinho.

Uma excelente ilustração do “Glorioso Campeão Nacional”, FC Porto. Há uma dúzia de anos eu, Fernando Moreira, vi um cartaz, com esta ilustração, afixado numa parede de um tasquinho numa recôndita aldeia de Trás-os-Montes! Chorei de emoção!

O título de Campeão e… a primeira “dobradinha”!
O FC Porto vinha de um prolongado “jejum” de 16 anos. Equipas formadas com jogadores de grande nível, perseguiam, época após época, os títulos e a glória. Parecia sina: o infortúnio, algum conformismo e o poder de Lisboa a enredar, tolhiam o êxito e a conquista. Dorival Yustrich chegou do Brasil com a missão de inverter a sorte. Mas não foi por sorte que o FC Porto alcançou os resultados desportivos há tanto esperados. O “Homão” era disciplinador nato e impôs rígidas regras de conduta à equipa. A voz de comando e o talento em campo foram os ingredientes fundamentais para se cozinhar a primeira “dobradinha” da história do Clube. Em luta renhida com o Benfica até à última jornada, os portistas foram Campeões brilhantes: apenas uma derrota (em Lisboa, com o Sporting por 0-1), mais golos marcados (70), menos golos sofridos (20), 3-0 e 1-1 nos jogos com o 2.º classificado!
A conquista da Taça de Portugal, no Jamor, foi outro feito inédito. Virgílio (participou em todos os jogos das duas competições!), José Pedroto, Hernâni e Jaburu (melhor marcador da equipa com 29 golos nas duas competições) destacaram-se entre os obreiros da memorável “dobradinha”. Os adeptos portistas, finalmente, festejaram. E logo a “dobrar”!

  • No próximo post.: Capítulo 6, 1951 a 1960 – Contestação a Lisboa; a “dobradinha” (Parte XXIV) – Época 1955-56 (continuação); primeira vitória na Taça de Portugal; a dobradinha! Troféu Martini; digressão ao Brasil e Venezuela; incidentes protagonizados por Yustrich; a saída do treinador brasileiro.

2 comentários:

  1. Mais um... e em grande! Agora vamos lá a mais!

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  2. Grande época de um resgate de um título que já não sucedia há 17 anos...

    abraço

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