15 agosto, 2013

Duplo Pivot, Jackson e Castro

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1- Paulo Fonseca decidiu, e com toda a legitimidade para tal, criar uma alteração posicional no nosso meio campo, passando a posicionar-se com um duplo pivot. Ora, esta alteração parece ser o último grito de discussão táctica entre os treinadores de bancada cá do burgo, com jornaleiros pelo meio, e já a colocarem os primeiros entraves ao nosso técnico na conferência de imprensa de antevisão ao jogo da supertaça.
Para todas essas sumidades do mundo da táctica, este esquema em duplo pivot, tem um cariz mais defensivo do que o anterior, o que para uma equipa que quer ganhar tudo, é algo impensável.
Ora, não me querendo armar eu próprio em mestre da táctica, permitam-me reflectir sobre o tema.
Desde logo passamos a ter dois médios na primeira linha de construção, o que teoricamente facilitará o transporte de bola para o ataque. O que é que isto tem de defensivo?
Além disso, numa equipa com laterais ofensivos que dão muita profundidade à equipa, a existência de dois médios mais recuados sem bola, permite mais liberdade a esses laterais, e como bem sabemos, Alex Sandro e Danilo são exímios neste particular. O que é que isto tem de defensivo?
Ora, se pensarmos que os nossos extremos, conforme se viu em Aveiro, procuram diagonais para o centro, isso significa que a ála está mais livre, ou seja, esse espaço pode e deve ser ocupado pelos laterais... tal só é possível pela existência dos tais 2 médios, sem bola, mais recuados. O que é que isto tem de defensivo?
Conforme se viu por diversas vezes no sábado, especialmente na primeira parte, quando a equipa tem bola no meio campo ofensivo, o segundo médio sobe, ocorrendo por diversas vezes, que Lucho descaia mais na direita e Defour na esquerda. Ou seja, o desdobramento e dinâmica de jogo é que transforma os sistemas mais defensivos ou ofensivos.
Por tudo isto, parem de chatear o Mister com estas coisas, parem todos de colocar interrogações ao esquema por ele definido, numa altura em que ainda não percebemos a dinâmica de jogo, e essa sim é que é importante de perceber, e de elogiar ou criticar.

2- Nos últimos anos temos tido diversas novelas de Verão, com inúmeros capítulos, e promessas de amor eterno que num ápice se transformam em “estórias” de amor desfeitas.
Ora, Jackson Martinez, o tal que há um ano atrás não passava de um total desconhecido do Mundo do futebol, até há bem pouco dias atrás, nem equacionava uma potencial saída. No sábado não fechava a porta à saída. E ontem, renova ou sai.
Perdão? Renova ou sai? Como assim? Há alguma cláusula que lhe permita rescindir o contrato em caso de não aumento salarial? Ou será que o sr. Cha Cha Cha tem 40 milhões no bolso para pagar?
Bom, eu até entendo como lógico que o nosso ponta de lança passe a marcar lugar na lista dos mais bem pagos do plantel. Tem valor e qualidade para tal. Até percebo algum desencanto que o jogador possa ter, se de facto ainda ninguém lhe apresentou uma proposta de renovação, quando efectivamente há algumas semanas que se ouve e lê que essa proposta está eminente.
Agora, se tudo isso é verdade, o colombiano só tem que pegar num dos seus representantes, e estes solicitarem uma reunião com a nossa Administração. Ponto final! Não tem é que fazer este tipo de declarações públicas, quase chantageando quem manda. Comigo, o dito cujo já não renovava e ou apresentava os 40 milhões, ou se a proposta fosse de 39.999.999,99€, a resposta era NÃO!
Se entretanto voltasse a ter juízo, comportamento e rendimento adequado, em Dezembro apresentaria a proposta de renovação, para satisfação comum! Até lá... nicles batatoide!

3- Se houve jogador que nos últimos meses evolui bastante, esse alguém foi André Castro. Mesmo continuando a não ser, nem nunca será, um portento de técnica, a sua raça, atitude, determinação e ambição, levou-o a tocar patamares de rendimento muito interessantes e que o levaram a ter um papel diferente dentro da equipa. Simultaneamente, por ser fruto das nossas escolas, assumiu também ele um papel relevante nos destinos e orientações do balneário.
Mas se no ano transacto as nossas alternativas para o meio campo eram escassas, tal não sucede no ano que agora se inicia...bem pelo contrário!
Na verdade, para ocupar 3 lugares de meio campo, temos neste momento uma primeira linha constituída por 6 jogadores: Fernando, Defour, Lucho, Herrera, Josué e Quintero. Além disso, existem Carlos Eduardo, Tiago Rodrigues, e Izmaylov, pois para mim, apenas no meio campo o russo poderá ter alguma utilidade, potenciando o seu remate exterior e visão de jogo, e nunca na ála, onde falta velocidade e agressividade para tal.
Ora, neste contexto, é mais do que evidente que Castro poucas oportunidades teria. No entanto, é bom que não nos esqueçamos que Lucho e Fernando não terão contrato daqui a um ano, pelo que nessa altura, Castro poderá ser um elemento bem mais útil e importante. Até por essa importância que poderá ter na próxima época, não seria produtivo tê-lo este ano pouco utilizado. Assim, pode continuar a evoluir e crescer, jogando regularmente. Ah, e muito bem, renovou antes de sair! 100% de acordo com todo o processo! Felicidades André!

Um grande abraço... até domingo em Setúbal!

3 comentários:

  1. É pá, não posso dizer nada contra o post...

    Abraço

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  2. Apenas uma nota adicional que por lapso não referi relativamente ao meio campo: o grande óbice que vejo a esta disposição de duplo pivot, é ter alguém a jogar ao lado de Fernando, quando este rende (digo eu) muito mais a jogar sozinho, ficando com uma missão declaradamente defensiva. A forma como "varre" toda a zona central, em simultâneo com algumas dificuldades de construção de jogo que tem, e que lhe são exigidas neste nosso esquema, podem "forçar" Paulo Fonseca a ter de voltar "á primeira forma".
    Mas isso será o desenrolar dos jogos a definir!

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  3. 100 % de acordo e até Domingo...
    em Setúbal!

    Abraço

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