20 agosto, 2016

ASSIM TAMBÉM SE VENCEM CAMPEONATOS.


FC PORTO-ESTORIL, 1-0

Mês de Agosto intenso e de grande exigência para uma equipa do FC Porto em construção mas já muito solidária, unida e crente nas suas capacidades. Perante um calendário tão apertado e perante uma fase crucial que poderá definir muito do futuro do clube para a presente época, Nuno Espírito Santo tenta gerir o plantel como pode, sabendo de antemão que tem limitações e falta de recursos que é bem visível.


Faltam peças no puzzle para dar um toque de qualidade significativa que dê garantias nas diferentes provas que o Dragão vai enfrentar. Acredita-se que essas peças irão chegar para bem da nação portista mas neste momento o mais importante é conseguir os objectivos imediatos: vencer para manter a equipa na linha da frente.

E foi o que aconteceu esta noite no Estádio do Dragão. Num jogo frente a uma equipa que veio claramente para defender, os Dragões acreditaram até ao fim que poderiam vencer um adversário que instalou um autocarro de 2 andares em frente à baliza.

A vitória é extremamente escassa para a quantidade e qualidade de jogo produzido mas o desacerto com a baliza e o facto de se estar a jogar contra um adversário que abdicou de 70 metros de relvado, dificultou e de que maneira a vitória azul e branca.

O FC Porto tinha jogado 72 horas antes para o playoff da Champions League e voltará a fazê-lo a menos de 72 horas depois do jogo desta noite. Não é fácil fazer a gestão com este plantel actual e para dificultar mais a tarefa, ter de defrontar um dos principais clubes italianos no espaço de 7 dias.

Nuno Espírito Santo tem, forçosamente, de rodar as peças da equipa e, apesar de tudo, a equipa apresentou-se aos sócios frente ao Estoril com uma dinâmica muito boa, com alguns destaques importantes. Layún é, ofensivamente, um perigo com a colocação de bolas na área contrária; Corona não parece o mesmo jogador. Muito mais solto, o mexicano está a atravessar um bom momento de forma; André Silva continua a encantar a plateia azul e branca.


A opção menos feliz foi por Varela que continua desenquadrado com a equipa, erra muitos passes e não veio acrescentar nada ao jogo, sendo substituído ao intervalo por Adrián Lopez que também pouco ou nada produziu em campo.

Desde o primeiro minuto, o FC Porto colocou o acelerador no fundo. A praticar um futebol de grande qualidade, com trocas de bola rápidas e um grande sentido colectivo, acompanhado pelo apoio das bancadas, o Estoril sentia-se asfixiado dentro dos seus primeiros 30 metros.

Moreira, o Guarda-redes contrário, negou golos certos a André Silva, Corona, Otávio e Layún, para além de ter visto um companheiro de equipa enviar, com estrondo, uma bola à trave. O intervalo chegava com um nulo mas os portistas não mostraram qualquer inquietação. As únicas coisas que preocupavam eram a frescura física e psicológica e o receio do golo não aparecer cedo.

Na segunda parte, o FC Porto continuou a assaltar a baliza contrária mas o golo não aparecia. O que tinha tudo para ser uma noite recheada de golos, tornava-se num desespero ver a avalanche de jogo de uma equipa esbarrar constantemente num muro sem efeitos práticos.

O desgaste foi-se apoderando da equipa mas os jogadores nunca desistiram. Sem perder o norte e sem abdicar dos seus princípios de jogo, o FC Porto continuava incessantemente à procura do golo que lhe desse os 3 pontos.


As oportunidades de golo surgiam em catadupa por André Silva, Corona e Sérgio Oliveira, regressado dos Jogos Olímpicos. Até que a seis minutos do fim do jogo, numa das muitas investidas do FC Porto, Layún cruzou da esquerda de forma tensa e André Silva cabeceou na área, com um toque subtil, a desviar a bola, batendo Moreira. Um golo de belo efeito que tinha sido ensaiado minutos antes com Sérgio Oliveira como protagonista.

André Silva, o homem do momento! Não fez um jogo muito conseguido, tendo perdido alguns lances mas resolveu o jogo no momento certo quando tudo parecia complicar-se. O jovem avançado fez mais uma vez jus à sua qualidade de craque, no dia em que renovou contrato com o clube até 2021, com uma cláusula de rescisão de 60 milhões de euros.

O Estoril foi apenas o primeiro de vários adversários que vão passar no Dragão para jogar apenas nos primeiros 30 metros do relvado. Ao FC Porto cabe trabalhar para desmontar estes esquemas ultra-defensivos que não promovem em nada o futebol. Mas é assim o futebol que temos. No fim, a equipa da linha só teve o castigo que mereceu.

Próxima paragem: Roma, Terça-feira, 19:45 no Olímpico de Roma. Tudo é possível. Estão 14 milhões de euros e a entrada na fase de grupos da Champions League em jogo. Só um grande FC Porto poderá vencer esta eliminatória.

Boa sorte, Dragão!




DECLARAÇÕES

Nuno Espírito Santo: “Foi uma vitória boa e merecida”

Nuno Espírito Santo não poupou nos elogios à equipa no fim do jogo em que o FC Porto recebeu e derrotou o Estoril (1-0)​ na segunda jornada da Liga NOS. O treinador realçou a atitude “inexcedível” da equipa na procura do golo, que acabou por surgir apenas aos 84 minutos e com a ajuda do apoio do Estádio do Dragão, sublinhou. Foi “uma vitória justa e merecida” e que podia ter tido outros números, caso as muitas oportunidades criadas tivessem sido concretizadas, acrescentou ainda Nuno na conferência de imprensa após a partida deste sábado.

Em busca do golo do primeiro ao último minuto
“A equipa fez tudo o que estava ao alcance, foi inexcedível. Procurou intensamente o golo do primeiro ao último minuto, teve imensas ocasiões, pressionou, esteve alta, sempre à procura do golo. Fiquei muito satisfeito com a atitude dos jogadores e com o apoio do Estádio do Dragão, que mais uma vez respondeu à altura. A verdade é que estava difícil, mas o golo acabou chegar e dar uma vitória boa e merecida. Uma equipa para conseguir êxitos passa sobretudo pela sua fortaleza em casa e nós temos de ser muito fortes no Dragão.”

Vitória escassa
“A motivação está sempre presente no jogador do FC Porto, e ele sabe que é esse o espírito, o de nunca dar uma bola por perdida. Vencemos com lógica, mas era merecido que tivesse sido por outros números.”


A força é o coletivo
“O onze foi escolhido na perspetiva de procurar consolidar a equipa. Mantivemos o equilíbrio defensivo, o Estoril apenas chegou à nossa área, raramente rematou, porque nós recuperávamos a bola rapidamente. Houve um momento de jogo que isso se foi perdendo na segunda parte e a entrada dos dois médios, do Sérgio e do André André, foi no sentido de contrariar essa tendência. O André Silva é mais um, é jovem, está em crescimento e é importante para nós, assim como todos os outros. A força do FC Porto é a sua equipa.”

A eficácia e os remates
“Chegar ao golo é a tarefa mais difícil do futebol. Creio que sendo ela tão difícil tem que ser trabalhada e a equipa trabalhou, jogou por dentro por fora, rematou, fez 25 remates à baliza. Chegámos ao golo com toda a justiça, porque tivemos imensas oportunidades. A equipa continua no seu crescimento sustentado. A falta de eficácia é um motivo de análise, não de preocupação. Estaria preocupado, sim, se não tivéssemos produzido tanto. Mas exijo e desejo mais eficácia.”

A Champions na mira
“Continuo a dizer que o campeonato é a melhor maneira de preparar o play-off da Champions era conseguir uma vitória no campeonato. Agora sim, temos a segunda mão, é momento de recuperar jogadores, que nesta semana foram sujeitos a um esforço tremendo e estarmos preparados para o jogo, porque estamos vivos.”



RESUMO DO JOGO

1 comentário:

  1. Quem com este jogo asfixia e não mata, tende-se a ficar desesperado.
    Mas isto já não se via à muito tempo, dantes pressionava-se durante 70/75 minutos e depois a equipa abatia-se com as oportunidades perdidas.
    Ontem foi de principio a fim e assim é que deve ser, sempre até ao fim do campeonato, pois que para outros lados as derrotas só aparecem quando os árbitros estiverem sóbrios, e bem sei que os jogadores não são capazes de andarem sempre neste ritmo louco por toda a época.
    O mais importante agora é conseguir fazer um jogo deste tipo no Olímpico de Roma para que haja proveito económico para que o plantel não se desgaste tão rapidamente.
    É muito difícil, mas é neste tipo de jogos que a crença sobe ao de cima.

    Acerca do post discordar da opinião sobre Adrian. Sim não teve aproveito em golos, mas tem estado bem, só crescendo no entrosamento se consegue algo.

    Uma nota para os adeptos que souberam apoiar até se conseguir o golo, e não haver tantos assobios que só prejudicam.

    Agora é hora de sermos Troianos ou Dragões.

    Abraços.

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