14 setembro, 2018

A MALAPATA DA TAÇA DA LIGA.


FC PORTO-CHAVES, 1-1

O FC Porto tem, de facto, uma estranha relação com a Taça da Liga. Desde a sua estreia no panorama desportivo nacional, os azuis-e-brancos não se dão bem com os ares desta competição. Ano após ano, os azuis-e-brancos têm grandes dificuldades em levar de vencida os seus adversários e em chegar ao derradeiro jogo de uma prova que nunca foi vista com simpatia pelo FC Porto. Sérgio Conceição, no entanto, desde que ingressou no clube, faz questão de mostrar que a Taça da Liga é um troféu para vencer e esta noite voltou a reforçar essa ideia.


Apesar de tudo, o resultado alcançado vai obrigar o FC Porto a fazer dois resultados convincentes nos próximos dois jogos: em casa com o Varzim e, no Jamor, com o Belenenses. Os Dragões empataram em casa com o Desp. Chaves, pela primeira vez na sua história, num jogo em que os flavienses estiveram mais preocupados em promover o anti-jogo do que em contribuir para o espectáculo dentro das quatro linhas.

Sérgio Conceição operou algumas mexidas na sua equipa, com destaque para as estreias de Vaná e de João Pedro. Os azuis-e-brancos entraram com intenção de marcar cedo e Felipe revelou-se o protagonista desta fase do jogo. Primeiro com um desvio de calcanhar para defesa do Guarda-redes contrário e depois, num cabeceamento à figura do mesmo.

O Desp. Chaves alimentava as perdas de tempo, a simulação de lesões e jogava completamente com o relógio. Depois dos 5-0 com que foram brindados na 1ª Jornada da Liga NOS, Daniel Ramos preparou a equipa para fazer este jogo miserabilista. Marega ainda tentou o golo aos 22 minutos, mas a sorte nada quis com o maliano.


O árbitro, complacente com a postura da equipa transmontana, deu dois miseráveis minutos de compensação, no final da primeira parte, o que levou à reacção enérgica e intempestiva de Sérgio Conceição. Com esta reacção do treinador portista, o homem do apito, provavelmente para mostrar algo a alguém, mandou, de imediato, o timoneiro portista para as cabines.

Na segunda metade, a parte inicial continuou com a mesma toada. O FC Porto com vontade de marcar e de chegar à baliza contrária e o Desp. Chaves a contar com a aprovação do juiz de campo para explanar o seu anti-futebol a toda a largura do campo.

Brahimi e Hernâni entraram para tentar resolver o jogo e com as suas presenças, o FC Porto aproximou-se perigosamente da baliza contrária. Até que aos 74 minutos, o argelino, a passe de Herrera, entrou na grande área, pela esquerda, cruzou, a bola sobrou para Hernâni que, num remate espontâneo, bateu António Filipe. Estava feito o mais difícil.


O anti-jogo flaviense, de repente, desapareceu do relvado do Dragão. O Chaves procurou, então, modificar alguma coisa e, numa jogada pela esquerda, a bola foi cruzada para a área portista onde Eustáquio surgiu no segundo poste a bater Vaná. Uma injustiça de todo o tamanho que viria, ainda, a ser acrescentada por uma grande penalidade sobre Aboubakar sonegada, escandalosamente, pelo árbitro da partida.

A terminar o jogo, Jefferson obrigou Vaná à defesa da noite e, logo a seguir, Aboubakar colocou a bola na baliza do Chaves com a mão. O árbitro assinalou o golo, mas depois a decisão foi revertida, e bem, pelo árbitro auxiliar.

É um ensaio pouco inspirador para a estreia na UEFA Champions League, mas não há jogos iguais. O FC Porto poupou algumas peças do seu onze habitual e, com certeza, que na próxima Terça-feira dará uma resposta cabal, na Alemanha quando defrontar o Schalke 04, num saudoso estádio, em Gelsenkirchen.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "O árbitro teve pouca mão no jogo"

Tempo útil de jogo muito curto
“Tivemos entre 12 a 15 minutos de tempo útil de jogo na primeira parte. Cada reposição de jogo do guarda-redes demorava 20, 30 ou 40 segundos, por isso é que me vim embora. Ao intervalo, disse que o tempo útil de jogo era muito curto, muito curto. Obviamente que não falei neste tom, falei num tom mais exaltado, mas foi isto que disse. Vi o árbitro com pouca confiança, com pouco caráter, com algum receio até durante o jogo, pareceu-me estar pouco seguro. A minha expulsão teve a ver com isso, com a forma de estar dele. Estavam lá 12, 15 pessoas que podem testemunhar isso. Não foi por algo mais, foi exatamente isto que se passou e com testemunhas.”

Faltou maior dinâmica e velocidade
“Houve alguma ineficácia da nossa parte. Sabemos que as equipas do Daniel Ramos, quando a equipa adversária joga com dois avançados, encaixam um médio defensivo junto aos centrais. Faltou-nos alguma dinâmica, alguma velocidade na circulação também. Penso que tivemos algumas ocasiões de golo e, não fazendo um jogo espetacular, merecíamos sem dúvida ganhar este jogo.”


Ambição intacta na Taça da Liga
“Queremos ir mais longe nesta competição e eu quero ganhá-la. Vamos fazer tudo para que isso aconteça. Mas temos de meter gente competente, gente que contribua para o espetáculo. Penso que a Liga deu lucro e hoje por exemplo, se tivéssemos aqui o VAR, teríamos conseguido um resultado melhor que o empate.”

Moldura humana bastante interessante
“Esteve uma moldura humana bastante interessante, esta empatia e este envolvimento que eles conseguem criar com a equipa é importante. Da nossa parte, devíamos ter feito um pouco mais, para além daquilo tudo que falei. Um adversário com constantes perdas de tempo, com constante antijogo, foi por isso que falei ao intervalo, porque o árbitro teve pouca mão no jogo.”



RESUMO DO JOGO

1 comentário:

  1. Ninguém compara os pénaltis de que beneficiaaram Benfica e Sporting com aquele que ficou por marcar a nosso favor?

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