11 dezembro, 2018

FORTUNA E EFICÁCIA.


GALATASARAY-FC PORTO, 2-3

O Dragão vai em velocidade de cruzeiro nas diferentes provas onde está inserido. Seja qual for a prova, varrem tudo e saem dos jogos com a vitória no bornal. É assim há 12 jogos consecutivos e a tendência ameaça não ficar por aqui.

A equipa portista atravessa um excelente momento de confiança e os resultados ajudam a que a equipa ultrapasse as adversidades com maior ou menor dificuldade. E depois, a sorte ajuda também um bocadinho nestas situações, principalmente nos momentos de maior aperto durante os jogos. Quem não se lembra dos jogos com o Braga e o Boavista? Aconteceu hoje também em Istambul.


Sérgio Conceição escalonou uma equipa com algumas poupanças e seis mexidas em relação ao último onze. Militão, Otávio, Soares e Corona não viajaram para a Turquia por motivos diferentes e Óliver e Brahimi não saíram do banco de suplentes. Destaque para os regressos de Maxi, Diogo Leite, Sérgio Oliveira, Hernâni e Adrián López que, com maior ou menor produtividade, contribuíram para a 12ª vitória consecutiva dos Dragões.

O Galatasaray sabia que tinha um forte opositor pela frente, mas também estava ciente de que teria que fazer pela vida para não se arriscar a ficar de fora das competições europeias. E não fosse o golo da vitória do Schalke 04 frente ao Lokomotiv obtido em tempo de compensação, a equipa turca teria ficado no último lugar do grupo e, consequentemente, seria arredada da Liga Europa.

Por isso, a formação de Fatih Terim entrou com bastante intensidade e agressividade, impulsionada por um público fervoroso. Os primeiros quinze minutos foram um autêntico sufoco para a equipa azul-e-branca que sobreviveu às investidas do Galatasaray.


Numa dessas investidas, a equipa turca reclamou uma grande penalidade cometida por Diogo Leite que, em cima da linha de baliza, cortou a bola com o braço. No entanto, depois de alguma morosidade na avaliação do lance, foi detectado um fora-de-jogo do jogador turco que iniciou a mesma jogada. Decisão acertadíssima. Menos para uma certa personagem que debita cartilhas e asneiras diariamente numa estação de televisão que está ao serviço de um clube a contas com a justiça.

Aos 17 minutos, o FC Porto chegou ao golo. Num livre descaído sobre a direita, a bola foi enviada por Alex Telles para o coração da área, onde Felipe, com uma entrada fulminante, cabeceou para a baliza. Contra a corrente do jogo, os Dragões adiantavam-se no marcador.

A partir daqui, os portistas tornaram-se a equipa mais perigosa e objectiva no relvado. O Galatasaray dominava o jogo, mas era o FC Porto que controlava e colocava a equipa da casa em sobressalto. O golo de Felipe intranquilizou a equipa de Istambul.


A terminar a primeira parte, surgiram duas situações polémicas por parte do árbitro bielorrusso. Duas grandes penalidades assinaladas que deixam muitas dúvidas. No meu entender, não existe motivo para castigo máximo em ambas. O certo é que através destes lances, o FC Porto aumentou para 2-0 por Marega e logo a seguir, Feghouli reduziu para 2-1 a terminar o primeiro tempo.

Fatih Terim decidiu arriscar tudo na etapa complementar. O Galatasaray atacou a baliza de Casillas, de uma forma muito intensa, expondo a sua defensiva ao contra-ataque. Mas de outra forma não poderia ser porque o resultado não lhe interessava nada para as contas do grupo. Disso se aproveitou o FC Porto.

Aos 57 minutos, Marega pressionou um defesa contrário, lançou Hernâni na direita, este entrou na grande área, entregou de bandeja para Sérgio Oliveira que rematou de pronto para a baliza. 3-1 em Istambul deixavam o Galatasaray completamente resignado. Até então, os turcos tinham desperdiçado duas flagrantes oportunidades de golo, mas a pontaria estava completamente desafinada. No entanto, oito minutos depois do terceiro tento portista, Derdiyok reduziu para 3-2 e relançou novamente o jogo.


Um minuto volvido, os Dragões acusaram o golo e estiveram mesmo à beira de consentir o empate. Garry Rodrigues foi derrubado por Maxi Pereira na área azul e branca, mas, desta vez, Feghouli acertou na trave. A sorte estava com os Dragões.

Nos últimos 20 minutos, o FC Porto teve que abdicar, de certa forma, dos seus princípios de jogo e reforçar o seu sector defensivo. Chidozie e Jorge entraram em jogo, bem como André Pereira que teve como missão tentar segurar a bola. A equipa turca fez de tudo para, pelo menos, justificar o empate. No entanto, a sorte costuma sorrir aos campeões e, neste momento, a equipa do FC Porto é uma colectividade altamente confiante.

Com este desfecho, o FC Porto igualou um feito com 21 anos, ao atingir a marca dos 16 pontos em 18 possíveis, na fase de grupos da Champions League. Para além disso, bateu um recorde de 5 vitórias consecutivas na prova e amealhou mais 2,7 milhões de euros para os seus cofres, totalizando quase 70 milhões de euros até ao momento.


Destaque final para toda a equipa que, sem algumas peças importantes, conseguiu o mais importante e deu minutos a jogadores que serão opções válidas para o que resta da época.

Os Dragões visitam a ilha de S. Miguel, nos Açores, no próximo Sábado, onde vão medir forças com o Santa Clara, jogo a contar para a Liga NOS. Três pontos são importantes para manter o FC Porto isolado na liderança da prova.



DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Temos de ir à procura da 13.ª vitória consecutiva"

Atitude fantástica da equipa
“Sabíamos da entrada forte do Galatasaray, que ia pressionar muito no início do jogo e que criou duas ou três situações em que podia ter feito golo. Nós, de forma muito inteligente, a sair para o ataque com perigo, conseguimos fazer o primeiro golo e conseguimos fazer o segundo. A acabar o primeiro tempo, o penálti para o Galatasaray veio dar uma vitamina extra à equipa turca. No segundo tempo, penso que a entrada não foi má, conseguimos fazer o 3-1 mas a partir daí penso que queríamos que o jogo acabasse depressa. Faltou um pouco de discernimento e qualidade posicional à equipa, frente a um Galatasaray que apostou tudo para fazer golos. Foi um jogo com uma atitude fantástica. Não podemos esquecer também que foi o primeiro jogo que o Galatasaray perdeu em casa. Acabámos com chave de ouro esta nossa fase de grupos e parabéns aos jogadores, que foram fantásticos naquilo que eu achava que era essencial neste jogo: a atitude.”


Atenções viradas para o Santa Clara
“Era um jogo bastante equilibrado e demos uma resposta fabulosa. Agora a Liga dos Campeões vai parar e já estamos a pensar no campeonato e num jogo difícil que teremos nos Açores.”

As marcas de Casillas e Marega
“Dentro do grande coletivo que temos, houve dois jogadores que atingiram marcas interessantes: o Casillas com as 100 vitórias e o Marega com as cinco jornadas consecutivas a marcar. Quando o coletivo é forte, saem estes dados fantásticos e únicos. Mas a equipa é sempre o mais importante.”

O que significam as 12 vitórias consecutivos?
“Significa que temos de ir à procura da 13.ª vitória consecutiva, no sábado.”



RESUMO DO JOGO

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