13 agosto, 2017

A VITÓRIA DO SACRIFÍCIO.


TONDELA-FC PORTO, 0-1

É com jogos como o desta noite que, por vezes, se vencem campeonatos. Esta foi uma das frases de Sérgio Conceição no fim do jogo. Não poderia estar mais de acordo com tal conclusão. O FC Porto obteve três pontos importantes e, na parte final, não ganhou para o susto.

É certo que os portistas poderiam ter obtido outro resultado, mas algumas oportunidades desperdiçadas impediram os Dragões de tranquilizarem antes do final do jogo.


O Tondela manietou o FC Porto na primeira meia hora do encontro. Impediu, muitas vezes, que os laterais azuis-e-brancos subissem até à linha final e condicionou o jogo de Óliver Torres que é nada mais, nada menos que o cérebro da equipa portista.

Os homens de Tondela fizeram da sua arma o jogo directo, procurando surpreender os Dragões através de lances em profundidade ou em segundas bolas. Mas a equipa de Pepa não criou lances dignos de registo.

De registo, ficou mais uma grande penalidade por assinalar a favor do FC Porto. Depois de, na 1ª Jornada, Marcano ter sido socado por Moreira na grande área, desta vez Ricardo Costa agarrou, primeiro, e derrubou, depois, Marega na área tondelense. A falta começou fora da grande área, mas terminou dentro.

Eu pergunto para que serve o VAR (Vídeoárbitro). Para nada. Ou melhor, se calhar para decidir lances a favor de outra agremiação em que depois as más decisões são justificadas com a má colocação das câmaras ou com imagens deficientes. Que conveniente!


O certo é que, tal como no ano passado, tudo parece igual ou pouca coisa mudou. Um penalty assinalado ou não, pode fazer toda a diferença num jogo de futebol. Se o VAR não vem para ajudar a facilitar as decisões dos árbitros, então poupe-se dinheiro e recursos.

Voltando ao jogo, o FC Porto procurou o golo. Demorou a chegar, mas acabou por aparecer à passagem dos 37 minutos. Brahimi conduziu a jogada, lançou Corona na direita do ataque portista. O mexicano centrou para o coração da área contrária onde um defesa tondelense aliviou, de forma, defeituosa. Alex Telles tentou o remate frontal, a bola sobrou para Aboubakar que, isolado e à segunda, bateu o guarda-redes da equipa da casa.

Desta vez, o árbitro pediu o auxílio do VAR (outra conveniência), quiçá para tentar vislumbrar uma irregularidade num golo limpinho. Que pena, não é sr. Padre? O golo é regular.

O intervalo chegou pouco depois. Pensou-se que os Dragões tinham aberto finalmente o jogo para uma etapa complementar mais produtiva e mais facilitada.

O início da segunda parte veio, realmente, mostrar um FC Porto mais perigoso e com mais oportunidades, mas Aboubakar, com uma bola no poste, e Marega, com um remate para defesa aparatosa do guarda-redes contrário, tiveram a oportunidade de sentenciar a partida.


A partir daí, o Tondela cresceu, operou substituições no sentido de subir no relvado e disso não soube o FC Porto tirar partido. Retraiu-se em campo e Sérgio Conceição foi obrigado a reforçar o meio-campo de forma a estancar o ataque da equipa da casa.

Por duas vezes, Iker Casillas foi chamado a intervir com duas defesas difíceis e aparatosas, sem não esquecer que fica ligado a uma fífia e que poderia ter comprometido os três pontos já bem perto do final da partida.

Não foi um bom jogo do FC Porto. Foi, sim, uma boa vitória, que valeu três pontos e que podem ser muito importantes para as contas do campeonato. A deslocação a Tondela revelou-se muito difícil para um Dragão que nunca conseguiu impor o seu jogo como durante a pré-época. A equipa soube sacrificar-se, soube unir-se e soube jogar como uma só para arrecadar o mais importante: a vitória.

Na próxima jornada, o FC Porto recebe o Moreirense no Estádio do Dragão e prevê-se mais uma enchente para apoiar a equipa e ver os seus jogadores somar mais três pontos.

Notas finais para as boas prestações de Corona e Brahimi no apoio à equipa e no trabalho incansável e de grande sacrifício de Marega no desgaste à equipa beirã.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: “A vitória é justíssima”

FC Porto é justo vencedor
“Há sempre riscos quando se está a ganhar pela margem mínima. Um lance poderia dar o empate, mas estávamos precavidos para o jogo do Tondela. É difícil jogar contra uma equipa que faz muito jogo direto. A jogar assim, tenho a certeza que será difícil para qualquer adversário sair de Tondela com pontos. Não foi um espetáculo brilhante e tentámos impor a nossa dinâmica sempre que podíamos, mas também há mérito do Tondela na forma como nos condicionou. Mesmo com pouco espaço, tínhamos de tentar desequilibrar a defesa. Poderíamos ter feito o 2-0 e isso ia dar maior tranquilidade à equipa, mas a vitória é justíssima e não há nada a dizer.”


Entender o jogo
“Temos de saber entender o jogo. Quando o adversário nos condiciona, temos de ser inteligentes e não arriscar certas situações. Tínhamos de aproveitar melhor a capacidade dos nossos avançados. Por vezes perdemos bolas que não devíamos perder, mas soubemos sempre recuperar. Na generalidade, foi um jogo controlado por nós.”

Ganhar sabe sempre bem
“Tínhamos de igualar a agressividade do Tondela. Poderíamos ter feito três ou quatro golos, mas estas vitórias também são saborosas. Na época passada o FC Porto perdeu dois pontos neste estádio.”

Qualidade e confiança
“Os meus jogadores têm uma qualidade enorme, seja a jogar em casa ou fora. Será sempre a mesma coisa. É preciso não esquecer que jogamos sempre contra um adversário que nos cria dificuldades. O importante é saber sempre responder a essas dificuldades. O importante é a resposta dos jogadores e eu confio cegamente neles.”



RESUMO DO JOGO

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