11 agosto, 2017

SEM NOME E SEM VERGONHA.


Está lançado o debate público sobre a legalização das claques. Está previsto na lei, desde 2009, que nenhum promotor de espectáculos desportivos pode apoiar uma claque ou grupo organizado de adeptos que não estejam devidamente legalizados e registados como uma associação. Já não vou entrar aqui na questão de concordar ou não concordar com a legalização, com o facto de todos os ultras terem aparentemente de se identificarem para fazerem parte da claque, entro apenas na questão da lei. É lei e portanto é para cumprir. Julgava eu...

Lisboa está à margem da lei, o Carnide está à margem da lei e naturalmente os No Name Boys e os Diabos Vermelhos estão à margem da lei. De forma absolutamente clara e à vista de toda a gente, sem medo das consequências. Estão fora da lei, sabem-no, demonstram-no e gabam-se disso mesmo.

As claques benfiquistas quanto a mim podem ser ilegais para sempre, Vivo bem com isso. Não podem é ter as mesmas regalias do que as claques legais.


Podem concentrar-se num café ou em casa de um elemento do grupo, não podem ter uma sede própria oferecida pelo Clube. Podem ir à MegaStore todas as semanas comprar bilhetes, não podem é ter direito a remessas que nem passam pela bilheteira. Podem ir de carro, carrinha ou autocarro apoiar o seu clube, desde que paguem do seu próprio bolso como qualquer outro sócio anónimo, não podem ter viagens grátis e “pága o Benfica”. Podem entrar cachecóis, estandartes, bandeiras ou faixas do clube, não podem é usar material da claque. Podem ir ao jogos fora como qualquer adepto dito “normal”, não precisariam é de chamar a polícia e fazer-se uma “caixa de segurança” para os proteger, como se faz a qualquer claque. Exemplo disso ainda agora, há menos de dois meses, o jogo de Hóquei em Patins no Dragão Caixa.

Estamos a falar de claques que levam dois assassinatos desde a sua fundação. Claques que quase mataram um jogador de hóquei do Porto. Claques que queimaram um autocarro de adeptos do FC Porto que se tinham deslocado a Lisboa. E tantos outros exemplos...

Estes indivíduos recusam-se a dialogar com quer que seja, muito menos com a autoridade. Deste lado, onde existe um grupo bem mais aberto (para o bom e para o mau), onde a polícia sabe perfeitamente quem é e quem não é da claque, quem vai muitas vezes, quem nunca vai e quem vai sempre, onde existe um clima de cooperação uns com os outros, somos sempre os perseguidos os e os alvos a abater.


A PSP, em vez de andar atrás daqueles que não dão a cara todas as semanas nos estádios portugueses e em alto e bom som cantam “ilegais allez”, fez uma caça às bruxas no primeiro jogo do campeonato com o Estoril. No final do jogo, já com tudo a desmobilizar, confrontou agressivamente jovens para lhes revistar... o cachecol. No meio de tanta revista, um auto de apreensão! Um artefacto perigosíssimo que põem qualquer espectador em perigo. Um cachecol que diz “NO PYRO NO PARTY”. Contado ninguém acredita mas é mesmo verdade.

Os lampiões são ilegais e a autoridade cai em cima dos legais. Neste país, o crime compensa. Estamos numa república das bananas. É não passar cartão a esses senhores, que aos anos passeiam as fardas e as trombas pelo país inteiro atrás de nós, mortinhos por nos cair em cima à primeira oportunidade.

Um abraço ultra.

2 comentários:

  1. Não podemos esmorecer na nossa cruzada, para cima deles não lhes podemos dar descanso.

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  2. Enquanto os bófias só tiverem a 4ª classe é no que dá: broncos, porcos e com a mania que são maus!

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