16 novembro, 2012

Sensibilidade e bom senso

http://bibo-porto-carago.blogspot.pt/


1. Mais uma semana daquelas em que não se passa nada. E como desta vez a selecção quis ir jogar um amigável a 7000 km, pára tudo! Tire-se os jogadores aos seus clubes (a alguns deles, pelo menos - o Braga foi especialmente prejudicado) e interrompa-se o campeonato para um joguinho de brincadeira. Cada vez tenho menos pachorra para as selecções, e se não tivesse ainda escrito esta crónica, é certo que a escreveria hoje.

2. Já sabem do Open Day no Dragãozinho? Uma forma inteligente de despertar o interesse das crianças para essas modalidades e para o nosso clube, e quem sabe dar oportunidade de florescer a um talento bem escondido. Uma excelente iniciativa que espero que passe a acontecer com alguma frequência - pelo menos uma vez por época.

3. Outro sinal positivo a nível de relação com os sócios e adeptos foi dado aquando da recepção ao Marítimo, há duas semanas, quando foi estipulado um bilhete único de 8 euros para sócios, qualquer que fosse a bancada, e ainda disponibilizados dois bilhetes a cada Dragon Seat, também por 8 euros, que poderiam ser utilizados por não-sócios. Não é uma enorme diferença e 8 euros ainda é um valor bastante elevado para os tempos que vivemos, mas é um passo no sentido certo.

Gostava de ver o meu clube assumir uma postura mais radical neste momento de tão grande dificuldade para tanta gente - sobretudo aqui no Norte do país, especialmente fustigado pelo desemprego e pela pobreza - e baixar significativamente os preços dos bilhetes e/ou criar oportunidades para que fosse mais fácil ir ao estádio por menos dinheiro. O Paços de Ferreira, por exemplo, permitiu a entrada gratuita a desempregados num jogo recente para a Taça da Liga. São realidades diferentes, sem dúvida, mas o princípio é muito válido e orgulhar-me-ia se visse o meu clube estudar hipóteses semelhantes. Não se perdia nada e dava-se um pouco de alegria a uma população deprimida e desesperançada, mesmo que apenas por 90 minutos.

Tal como os musicais do Fred Astaire e da Ginger Rogers na América dos anos 30, o futebol em geral e o FC Porto em particular constituem nesta altura no nosso país um alívio temporário do coração e da mente e um raro motivo para sorrir e festejar. Além de ser uma questão de bom senso, já que a alternativa é um aumento cada vez mais visível do número de cadeiras vazias, ficaria bem a uma instituição com a dimensão do nosso clube demonstrar esse tipo de sensibilidade neste momento difícil, retribuindo de alguma forma à sua massa adepta o tanto que dela recebe e recebeu ao longo da sua história.

2 comentários:

  1. "Sensibilidade e bom senso" - basta o título (com suporte no texto).
    Como o Lucho diz: "Nada a acrescentar, Enid."

    Abraço.

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