29 setembro, 2006

Uma análise... ao pós-Londres

Passou-me pela cabeça dizer alguma coisa sobre tudo o que foi escrito e pude ler neste dia/dia e meio aproximadamente, após o jogo de Londres. Do muito que me passou em frente dos olhos, retive duas/três ideias inteiramente pacíficas para a generalidade dos comentadores...

1 - O erro sistematicamente cometido por muitos treinadores portistas quando vão jogar a casa de equipas mais cotadas a nível internacional. Alteram quase sempre à última hora a equipa e normalmente fazem-no mal, porque ou incluem no onze inicial jogadores sem rotinas de jogo, ou metem suplentes não utilizados há bastante tempo, que sentem demasiado a responsabilidade que lhes atiram para cima dos ombros... Fazem adaptações esquisitas... Falaram a título de exemplo do Aloísio em Barcelona adaptado a defesa esquerdo por Robson; do Costa surpreendentemente colocado a jogar em Manchester no tempo do Oliveira ele que até ali não tinha efectuado ao que parece qualquer jogo; anteontem foi a vez de Ricardo Costa... Não se devem fazer muitas alterações ao esqueleto habitual da equipa, especialmente nestes jogos mais importantes, porque o resultado mais provável é dar fiasco e dos grandes... Daí eu defender apenas a inclusão do Raul Meireles na linha média para dar mais consistência a esse espaço de jogo, ajudar Paulo Assunção nas tarefas mais defensivas e libertar um pouco mais os jogadores criativos... Defendi o Lisandro na frente porque me parece mais versátil que Postiga e mais completo que Adriano... Um triângulo de jogadores móveis - Anderson, Quaresma e Lisandro - que sabem fazer os dois flancos, com bom domínio de bola, forte e imprevisível remate, não me parece de desprezar. Sobra um jogador: Lucho. Seria o jogador ideal para ligar os dois sectores da intermediária. Sabe defender razoavelmente e aparece bem a construir e a finalizar com facilidade se estiver em forma, o que não acontece neste momento e todos sabem porquê... Fez uma época completa - a que findou - quase sem ter tido férias e descanso... Quem temos para o poder substituir? Jorginho ou Ibson. Neste momento apenas Jorginho. E não me digam que ele não tem qualidade que a tem e muita... Acho apenas que ele está em baixo psicologicamente e aí aparecem metidos até aos ombros os "assobiativos" que destroem completamente um fulano que seja mais frágil.

2 - O medo demonstrado por estes treinadores que a título de exemplo referi na generalidade dos casos transmite-se à equipa e o resultado é sempre o mesmo... Invariavelmente perdem os jogos, normalmente por muitos ou pelo menos por mais do que pensariam. É preferível abordar o jogo com coragem e tentar a sorte ainda que com cautelas e caldos de galinha, mas nunca pensar em apenas defender que o mais certo é acabar por morrer à beira da praia e servir de pasto aos mexilhões.

3 - Neste momento, o FC Porto não tem um ponta de lança que faça a diferença sobre os demais adversários directos e necessita de um central de qualidade que supra qualquer azar que possa eventualmente surgir com Pepe... Portanto, olhando para a prata da casa, acho que temos de mudar o sistema de jogo e aproveitar as características dos jogadores que existem ao máximo… Por conseguinte eu apostaria num 4-3-3 ou num 4-2-3-1… Nos jogos em casa com equipas mais conservadoras, lá teremos que pôr a carne toda no assador - tudo ao monte e fé em Deus - mas com todos os outros "marretas" especialmente fora de casa, é receita certa para esta época… Já viram bem como está a jogar o Sporting?... E atenção, não esqueçam que devem estar aí a chegar para poderem competir normalmente: João Paulo, Bruno Moraes e Ibson... Não é um trio de ataque mas é um trio de luxo e equilibrado. De fora, definitivamente ficam Tarik, Alan, Ricardo Costa... Vieirinha, Ezequias e Fucille para o banco de suplentes ao lado de Vítor Baía, o guru de todos eles.

É tudo por hoje… 1abraço

# artigo de opinião remetido por “Teixeira de Meireles”

20 comentários:

  1. Amigo Meireles...
    Não podia estar mais de acordo... o problema é sempre, ao quase sempre o mesmo... o "medo doentio" dos treinadores portugueses quando têm que defrontar, teoricamente, outras equipa de peso na Europa.
    Eu pergunto... mas uma equipa que é BiCampeão da Europa, vencedor da Taça UEFA, BiCampeão do Mundo, etc, etc... tem que ter medo do quê? prestar vassalagem a quem?
    Já o disse e repito... é esse medo doentio que mais me dói e mais me revolta... mas alguém levaria a mal perder em Londres com o Arsenal, se se tivesse tido atitude, luta e garra?... mal alguém reclamaria, a não ser o facto de se ter perdido o jogo e os 3 pontos?
    Eu já saí das Antas e do Dragôm... algumas, felizmente, poucas!! derrotas no lombo, mas com a ideia de que "pronto, foi 1 dia mau... podiamos estar a jogar td o dia, que não marcávamos ou não ganhávamos"... e que mal vem ao mundo isso?... nenhum!!!
    Agora, quando se mostra medo, submissão, vassalagem, etc, etc... é por estas e por outras... que os "assobiativos do costume" lá aparecem... e depois não se queixem!!
    Medo de quê?... medo de quem?
    Falam, falam, falam nos autocarros aqui em Portugal quando defrontam os chamados 3 grandes... mas depois vão lá para fora, e fazem exactamente o mesmo... exactamente o mesmo!!!
    Quero crer que o Prof. Jesualdo Ferreira não vai deitar fora tudo o de bom que nos tinha trazido, e que esta «brincadeira», sim, «brincadeira», não passou mesmo de um ligeiro acidente de percurso.
    Mas... mas os jogadores que não se ilibem desta situação... têm tanta culpa quanto o treinador... pq não mostraram nada... ZERO!!
    A perder... que é um dos 3 resultados possiveis em qq jogo... que se lute, que se corra, que se mostre garra, determinação e vontade de vencer?... depois?... bem, perdeu-se!!!... pronto, amanhã ganha-se... mas que se caia de pé!! sempre, de pé!!!
    aKeLe aBrAçO
    http://bibo-porto-carago.blogspot.com/

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  2. BlueBoy grande aquisição que aqui fizeste :-).
    Parabens Meireles, concordo em absoluto com tudo.
    São 3 pontos que dizem bem o que se passou e as carências que temos.

    Mas como optimista acredito que os regressos de que falas componham a equipa. Reparem os regressos são jogadores para as zonas em que estamos pior.

    Um abraço.
    www.portistasdebancada.blogspot.com

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  3. Dou-te toda a razão MEIRELES,grande analista futebolistico.Um abraço e um bem haja a todos os BLUES.

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  4. Não há pior!!!!!!

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  5. amigos , estou de acordo com vcs no ue falam, dizem e gritam...
    mas eu ainda digo algo de muito importante que a muito deixei de ver no F.C.P.....A MISTICA MEUS AMIGOS A MISTICA= DURANTE ANOS A FIM SE VIA :A FORÇA DE VONTADE,O ESPIRITO DE SACRIFICIO,A GARRA (ETC) FUI-SE, NAO A VEJO, NAO SEI QUEM A TEM ,NAO SEI QUEM A ROUBOU, NAO SEI MESMO... VCS SABEM ???
    VIA-SE A MESMA VONATDE DE VENÇER A TODO CUSTO E SACRIFICIO DENTRO E FORA DAS 4 LINHAS,TANTO NOS JOGADORES, NOS TECNICOS,DIRIGENTES E NOS ADEPTOS, NAO SE NOTAVA DIFERENÇA...
    MAS AGORA NOTA-SE A MEU VER NO GERAL SO FORÇA DE VONTADE NOS ADEPTOS.
    PS:O BAIA JA NEM GÚRU CONSEGUE SER.

    AQUELE ABRAÇO

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  6. Caro blue
    continuo à espera da tua visita no blog fcpmirandela, se for preciso enviar-te umas alheiras descansa isso não é problema.
    Opinião do melhor blog sobre o FCP é sempre bom no nosso blog mais uma vez parabéns pelo blog .
    Quanto ao artigo é óbvio que o Jesulado tem de afinar a máquina para produzir mais vitórias mas de qualquer maneira penso que nada está perdido.
    a esperança é a última a morrer.

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  7. Desculpem lá, mas hoje enervei-me ao discutir um assunto chamado Selecção e tive que responder a acéfalos. Aqui fica a resposta:

    Eu quero lá saber se foram seleccionados 2, ou 5, ou 20 jogadores do benfas, isso não me interessa para nada.

    O que eu critico é o seleccionador (com letra pequena), que se aliou aos lobbys da Capital e despreza o FCP, enquanto a maralha vai aplaudindo, aproveitando para enxovlhar as gentes do Norte e os clubes do Norte.

    Eu vivo no Porto, sou um ser humano, penso e existo, não admito que, seja quem for, venha criticar as minhas ideias e posições só porque... sou do Norte.

    Tenho orgulho na minha região e se querem cavar um fosso a meio do país, eu ajudo, estou farto da vassalagem à Capital, estou farto de governos centralistas, estou farto de vos aturar a todos.

    Passem bem.

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  8. Boas noites:
    Primeiro é contigo, claro Blue: excelente contratação que fizeste aqui para o teu cantinho:) Vê lá se não o emprestas nem vendes 10% do passe a sociedades manhosas!;)
    Agora com o novo cronista, Meireles: o problema que falas, o medo dos treinadores portugueses, infelizmente é muito mais profundo e grave que isso: é uma questão cultural. Nós, os portugueses, sofremos de uma baixa auto-estima absurda, desajustada e deprimente. Deprimente para nós, essencialmente, que vivemos com ela. Desde miúda que me irrita profundamente ouvir os famosos comentários do "isto só acontece mesmo neste país" ou "vivemos num país do terceiro mundo". Ficava, e fico, PODRE. E agora, que a vida me levou pela Europa fora e me mostrou outras realidades, mais podre fico. Sim, é evidente que a qualidade de vida na Suécia é superior à de Portugal e a economia está equilibrada. Não digo que não. Mas não sei se isso é a causa ou a consequência da atitude dos suecos: calmos, encaram os problemas de frente, e quando algo corre realmente mal, pensam "que chatice. isto não devia ter acontecido. para a póxima será melhor." O típico português pensa: "não há hipótese, nem vale a pena tentar, este país está perdido". Coisas simples, como as filas de espera para intervenções ou tratamentos em hospitais públicos: existem, na mesma quantidade e qualidade, na Suécia e em Portugal - juro-vos. Reacção de um sueco: "claro, é normal. há muitos mais doentes que médicos, é uma situação inevitável e não é nenhuma tragédia". Reacção de um português: "esta merda só acontece neste país. Parece impossível, nada funciona neste país sub-desenvolvido!". Meus amigos, é uma questão de atitude. E tive essa noção mais clara que nunca há uns meses atrás quando, no meio de uma conversa, e assim vindo do nada, um amigo meu (francês) lançou: "tu não podes ser portuguesa. não podes mesmo. és demasiado feliz para isso". Por isso... os treinadores portugueses agem como agiria qualquer português: encolhem-se com medo porque se julgam inferiores. É altura de acabar com este complexo de inferioridade! E atenção: isso tem que partir de nós, da sociedade onde ele nasceu, e não do futebol. Deve ser a sociedade a mudar o futebol e não o contrário.

    PS: desculpem o comentário um pouco longo e não específico sobre futebol.

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  9. Gostaria de perguntar lindíssima Catarina, se por acaso na Suécia as condições em que são atendidas as pessoas que necessitam de recorrer aos Serviços de Assistência são iguais às que existem na maioria dos Centros de Saúde e Hospitais Portugueses?...É possível que a verdadeira diferença esteja em nós nas nossas mentes, nas nossas personalidades? Eu sei e sinto que temos uma tendência quase obsessiva para o sofrimento e a tragédia como diria Unamuno, mas não virá essa tendência directamente do sentimento de abandono e desprezo a que temos sido votados ao longo de gerações e gerações por toda uma classe dirigente egoísta e corrupta, que nos faz descrer de qualquer boa intenção que surja seja qual for o quadrante de intervenção? Eu sempre imaginei os países e os povos Nórdicos como muito organizados e solidários e sempre dispostos a sacrificar um pouco do imediato em favor do que se pode obter em conjunto no futuro...Em Portugal a mentalidade reinante é forçar a obtenção de resultados no imediato, não se acredita em projectos com etapas a cumprir e em sacrifícios...Mas a culpa é de quem, quando se sabe que por exemplo o Primeiro Ministro de Portugal gasta por ano em telefonemas feitos só dos seus telemóveis qualquer coisa como duzentos e vinte mil euros?...Isto não constitui por si só um argumento de peso e incitamento ao salve-se quem puder, do cidadão rico ao mais miserável? Sabe que Pedro Santana Lopes tem um contrato de trabalho -efectuado por quem e para quê?- com a "EPUL" que só pode ser rescindido com a sua própria autorização?...Digo tudo isto com a maior amargura na alma pois em devida altura, supus que trilhariamos caminhos bem diferentes e seríamos por fim um Povo com dignidade e orgulho e construiríamos um País que seria definitivamente bom para se viver. Tudo sonhos destruídos com o tempo e esmagados por esta mentalidade reinante da exploração desenfreada e sem projecto. Peço-lhe desculpa Catarina se a magoo com as minhas palavras mas quero que saiba como é triste viver e crescer numa Pátria que persiste em defraudar todas as expectativas criadas nos seus cidadãos. É como que uma fatalidade, a que aludia Camões e muitas outras figuras que morreram ignoradas no seu tempo e na maior parte dos casos na mais tremenda das misérias materiais..."Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal?..."

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  10. Meu caro meirelesportuense:
    Não tarda nada, e sem dó nem piedade, o Blue expulsa-me deste espaço por estar a desencadear e alimentar discussões não directamente (?) relacionadas com futebol:-). Mas seja: reclamo, a meu favor, o princípio do contraditório, e eis-me de novo em jeito de resposta.
    Não nego que os Centros de Saúde e Hospitais suecos tenham melhores condições – físicas e humanas – de atendimento aos doentes. Aliás, eu comecei por dizer isso mesmo: a qualidade de vida não é comparável. Mas continuo a defender que “a verdadeira diferença” está na atitude. Se chamas à pala situações de corrupção política, eu dir-te-ei que, mesmo não sendo socióloga, vejo uma correlação muito clara entre a auto-estima de um povo e os níveis de corrupção. Ninguém – ou, numa versão mais realista, pouca gente - usa uma posição privilegiada – o Governo – para enganar o próprio país, a não ser que acredite veemente que esse país serve para isso mesmo: para ser usado e abusado. Por isso, nos países ditos desenvolvidos (e sim, muito na Suécia) impera a seriedade, ao contrário do filme de cowboys que sabemos ser a realidade dos países sub-desenvolvidos. Portugal está no limbo: não se encaixa nos últimos, mas não se convenceu ainda que pertence aos primeiros. Prefere a auto-comiseração – mais confortável – à luta – ou por acaso pensaste que estar no topo era fácil?
    Eu estou na Suécia, sim… e, pelo que conheço do resto do mundo (e o meu conhecimento é limitado, muito limitado), se tivesse que escolher outro sítio para viver que não fosse à margem do meu Douro, seria aqui. Mas, e a não ser que o destino me contrarie a vontade presente, ainda é em solo luso que quero ver nascer os meus filhos. Saí de Portugal por mim e pela minha carreira. Mais vezes sairei, e de todas levarei a mesma vontade de descobrir e disposição para amar. Mas volto sempre. É uma imposição da alma: sou portuguesa. Sinto e orgulho-me do meu país a cada passo que dou cá fora.
    Será inocência, teimosia, ou mal da idade. Mas vou continuar a acreditar que o nosso problema reside na nossa atitude derrotista. E prometo – enquanto houver uma réstia de luz ou loucura ou o que quer que seja dentro de mim, vou remar contra a maré. Vou, por mais obsoleto e ridículo que isto possa parecer aos ouvidos de outro português, lutar pelo meu país e fazer dele um sítio melhor. E vou ser bem sucedida. Ah, mas vou mesmo.
    E também, convenhamos: querer citar um exemplo da sociedade portuguesa e falar no Santana Lopes é a mais perfeita ilustração de baixa auto-estima que me podias dar: não tinhas ninguém piorzinho para escolheres, tinhas?:-) Há tanta coisa bela no nosso país, tanta…coisas pequeninas, como o café – em nenhum outro país europeu o café é tão saboroso e preenche tão bem o espírito; coisas grandes, como os nossos grandes escritores ou grandes cientistas (e são tantos, mesmo tantos…); ou coisas que nos ultrapassam, como o sol que recebemos na face dia após dia após dia. E nós, teimosamente, não as valorizamos. O que nós não imaginamos é a sorte que temos: experimentem passar 3 meses sem ver um único raio solar e depois venham falar comigo. Mas só depois. :-P
    Abraço.

    PS: ah, e não me trates na terceira pessoa. Desculpa, mas não gosto mesmo: é outra das coisas que, quando eu for presidente e mandar nisto tudo, vai mudar: acabam-se os títulos, os “sr. dr.” e as “suas excelências” caiem, toda a gente é corrida pelo nome próprio e na segunda pessoa. Tenho dito:-).

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  11. ola amigos;
    o CATARINA, se me premites vou comentar algo e tb perguntar algo ok ?
    1- escreves bonito sim e falas muitas verdades tb parabens...
    2-olha uma coisa , se realmente pensas nisso que falas ai neste comentario tao bem elaborado(nao leves a mal MEIRELES), PQ IMIGRAS-TE ?? sera pq teu pais e assim como falas? sera que por ka nao conseguias ser tao bem sossedida?etc
    3-a muitas coisas neste país pior que tar 3 meses sem ver a luz do dia, queres que te diga quais ? claro que nao preciso né?.
    nao me leves a mal ok, um abraço de dragao.

    PS: MALTA VAMOS A TER CALMA COM OS TESTAMENTOS AQUI OK ? EU AGRADEÇO EM NOME DO PPL

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  12. O "Blue" não vai ficar aborrecido se "nós" continuarmos a conversa tenho quase a certeza, porque ele sabe que as palavras são como as cerejas, quanto mais as provarmos mais as queremos continuar a provar...E as palavras quando bem trabalhadas e aplicadas exercem sobre nós efeitos positivos e purificadores...Conduzem-nos ao conhecimento e obtido o conhecimento, transportam-nos ao patamar da excelência ou no mínimo abandonam-nos no seu limiar...Aí postados temos a responsabilidade de forçar um pouco mais e buscar mais longe, tal como "tu" fazes, aí nesse País tão longínquo mas tão acolhedor para quem chega, como permites que leiamos dos teus comentários. -Eu não creio na boa vontade dos nossos governantes, como não creio na boa vontade da maioria dos governantes dos outros povos do Mundo..É só olhar em volta e estar atento...Já acreditei e fui generoso para com eles, mas lentamente fui percebendo que existe toda uma mecânica, toda uma lógica de assumpção do poder, que contraria os que nela se movimentam assentes apenas nos bons princípios e na verdade. Mais tarde ou mais cedo são triturados pela "tecitura" do poder que não quer nada disso, apenas pretende perpectuar benefícios ou transferi-los da forma mais pacífica que fôr possível e não agite as àguas que cobrem como um manto toda essa enorme porcaria...Aqui entra o Povo Português, que embora cheio de medo incutido por gerações e gerações de violências sobre si cometidas, tem em si uma consciência profunda desta anomalia congénita e das injustiças e atira constantemente de forma pouco subtil o seu grito de revolta, que é simultâneamente um grito revelador da sua própria impotência...De vez em quando essa revolta é sábiamente aproveitada e orientada em proveitos estranhos, por aqueles que dominam os meandros daquela "tecitura"...Há uma mescla maldita de "sabedoria" inconsciente -que resulta da incompatibilidade dela- com a "ignorância" material em que a maioria do Povo é mantido... E isto não é apanágio apenas dos Portugueses muitos outros povos são assim grosseiramente manipulados e as excepcções que confirmam essa regra residem precisamente aí nesse espaço que nós denominamos como mundo Nórdico..Herdeiros de um amadurecimento gradual mas consistente das consciências humanas esses Povos conseguiram atingir um nível de desenvolvimento priveligiado mas se consultares a História desses Países certamente encontrarás nela a explicação para esse estádio de desenvolvimento...Por isso deves sentir-te verdadeiramente feliz por poderes estar onde a vida é hoje mais transparente e verdadeira, porque mais conscientemente solidária...Até breve.

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  13. Bolas !!! Vou ali e já venho :-)))
    De facto, depois de ler, muito atentamente e cada vez mais avidamente, a extrordinária "conversa da treta" (note-se que as aspas começam antes da palavra conversa) só espero que os dois brilhante e ilustríssimos participantes não nos levem a patamares muito para lá do limiar da excelência....pois, e por mim falo, ficaria complicado acompanhar !!! E eu não quero perder "este comboio" ! Portanto, continuem...continuem... é um previégio ler o que escrevem !!! E como o fazem !!! E sobre o que fazem !! Se as cerejas fossem todas desta qualidade, nao haveria quem não fosse "cerejodependente"...
    P.s. - O Meireles, já conhecia, mas a Catarina, não. E, Catarina, é um prazer !! Que ALEGRIA DE VIDA (ou de VIVER, como queira) !! Bem haja !!

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  14. Meireles:
    Não crês em tanta coisa... tudo o que escreveste está carregado de uma legimidade mais aguda do que aquilo que eu gostaria. E, no entanto, uma diferença. Do teu mundo para o meu. No teu, a podridão é congénita. Dura. Irreversível. No meu, eu deixo-me desenhar arco-íris infantis com lápis de cera imaginários. Ao contrário de ti, eu creio. No poder curativo do vento nas tardes mornas de Outono. No som benéfico da água da chuva a bater contra o vidro numa manhã esquecida de Inverno. Eu creio na poesia. Creio na distância que ainda há a percorrer - eu creio nas distâncias todas. Creio que congenitamente - ou geneticamente - nós, os portugueses, e nós, os sul-europeus, somos de uma boa estirpe. Creio que dentro de nós carregamos a força, a capacidade de luta, a entrega ao sacrifício e a fé necessárias para fazer o mundo girar mais uma vez sobre o seu próprio eixo.
    Os nórdicos têm uma liberdade muito bonita, uma sabedoria muito ponderada, um olhar muito doce e inocente. Mas têm erros no passado. E no presente. No que toca à Suécia - o único país nórdico que eu conheço por dentro, sem ser na condição enganadora de visitante - não é preciso recuar muito no tempo, basta até à segunda guerra mundial, para encontrarmos uma atitude mesquinha, de falta de coragem e de uma quebra de solidariedade e de princípios impressionante. Pessoalmente, quase me custa a encaixar que a Suécia que eu conheço tenha agido daquela forma. Mas agiu. Isto para dizer que os "estádios de desenvolvimento" são, exactamente, estádios. Escadas que se sobem e que se descem. Os povos nórdicos, descendentes daqueles brutos que usavam cornos nos capacetes, passaram por nós pelas escadas, alegremente, a pular e a dançar, e deixaram-nos para trás. O que não quer dizer que nós não possamos subir essas mesmas escadas, ou que eles não tenham um dia conhecido o sabor dos degraus inferiores. A vida é uma sucessão de metamorfoses, nem todas igualmente bonitas e resplandescentes. No que toca a Portugal, está na altura de abandonarmos o casulo presente. Eu creio na borboleta futura. E tu também. Porque ninguém se dá ao trabalho de se entristecer dessa forma a não ser que lá no fundo, bem lá no fundo, ainda acredite. Quem já não ama também já não se importa:-)

    Miau:
    em resposta às tuas perguntas,
    1. saí de Portugal para crescer como cientista e como pessoa, como aliás já tinha referido no meu último post. Eu acredito que o crescimento é fruto do conhecimento, e que só evoluímos realmente se nos deixarmos conhecer outras realidades para além da nossa. Ter saido de Portugal não diminui nem um bocadinho o meu amor pelo meu País ou a minha esperança nele. De resto, partir à descoberta está-nos escritos nos genes.
    2. não, não sei. Diz-me uma coisa apenas que seja pior do que 3 meses sem luz solar. A ausência de luz solar provoca um decréscimo significativo na produção de serotonina, que por sua vez se reflecte a nível do sistema nervoso central e do sistema hormonal, provocando ciclos depressivos endógenos mais ou menos profundos. Podes lutar sozinho contra todas as depressões, menos contra aquelas que nascem do teu próprio corpo. Os suecos não são malucos: há um motivo biológico para o pico de suicídios que se verifica nesta altura do ano.

    Situacionista:
    Que dizer?:-) é bom ser lida e apreciada... o Meireles é osso duro de roer, não me costumam dar tanta luta...:-) mas, cá entre nós que ninguém nos ouve, estou convencida que um dia destes ainda o trago para o meu lado da luta:-)

    Abraços.

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  15. Ainda bem que "voltas-te" receei sinceramente que não o fizesses e assustei-me...Obrigado por considerares que ainda existem sonhos dentro de mim...Quem poderia admitir que toda esta "treta" não partia do pressuposto de que eu admito ter argumentos passíveis de tocar nalguma coisa ainda que levemente...Falas da posiçao tomada pela Suécia na Segunda Grande Guerra certo? Sabes bem que quase todos os países Europeus de então aceitaram por convicção ou por medo a predominância germãnica nos seus territórios...Outros estiveram desde sempre ao seu lado como a Itália, a Espanha e Portugal. Salazar apenas virou a "agulha" quando o cenário da Guerra começou a alterar-se em desfavor dos Alemães e aí "cedeu" graciosamente o seu espaço Açoriano aos Aliados...Grande espertalhão não foi? A Noruega tinha instalada nos seus fiord´s numerosas bases navais Alemãs que permitiam controlar os mares do Atlântico Norte.A Inglaterra estava completamente só e aparentemente à mercê dos Nazis quando estes imprevisívelmente decidiram rasgar o acordo com Stalin e avançar com a Operação Barba Rossa... A derrota em Stalinegrado virou os acontecimentos e os Alemães viram-se pela primeira vez entalados em duas frentes...Por sua vez os Japoneses aliados dos Alemães cometeram outro erro grosseiro e atacaram Pearl Harbour "obrigando" com isso os Estados Unidos a entrar efectivamente na Guerra. Até aí era só quase "lucro" o que os Americanos obtinham dessa Guerra terrível que se desenvolvia lá longe...Nós somos como sabes dos Povos mais miscigenados do Mundo...Sobrevivem aqui no extremo da Europa traços evidentes dessa mestiçagem...É só olhar em volta e ver os rostos que se cruzam contigo...Vê bem o emblema do nosso Porto o que faz lá o Dragão?... Não sou intrinsecamente triste sou mais um rebelde como muitos apelidam e consideram, porque tenho sempre na ponta da língua a resposta aos que me aconselham a ser mais sereno e cordato, porque porra, quero ser feliz aqui e agora, não quero morrer e assistir assim impotente a tudo isto sem ao menos dar uma canelada em alguém que me queira amordaçar...Para ti os tempos são espelho da maior esperança por seres tão jovem ainda e deverás saber aproveitar bem essa tua juventude por que ela vai e não volta jamais. De repente estás a olhar para trás e a pensar no que não fizeste e deverias ter feito...Vou fazer uma pequena pausa, entretanto recebe um abraço muito amigo...

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  16. ola AMIGOS: CATARINA OBG PELAS TUAS RESPOSTAS...
    EM RELAÇAO A PRIMEIRA EU SO TE RESPONDO ASSIM...PQ SERA QUE OS PORTUGUESES SO TENS A VONTADE E A CORAGEM DE "TRABALHAR" FORA DO SEU PAÍS, (FALO EM HORAS, ESFORÇO E DETREMINAÇAO DE GANHAR ALGO9.
    EM RELAÇAO A SEGUNDA, SOU LEIGO NA MATERIA, MAS TENHO A IMPRESSAO QUE A LUZ ARTEFICIAL NAO SUBSTITUI (LOGICO) MAS COMO E POR 3 MESES AJUDA UM POUCO, PENSEO EU, MAS PODES ME CORRIJIR AVONTADE..
    EM RELAÇAO A COISAS PIORES TE DIGO ALGUMAS SO(NO NOSSO PAÍS),-SIDA-FOME-CANCROS ETC ( COMO EU DIGO EM ACTO DE BRINCADEIRA, AS DOENÇAS DA MODA).
    NAO ME LEVES A MAL, OK?

    AQUELE ABRAÇO DE DRAGAO

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  17. mas mas...
    porque nao haveria de voltar?:-) nao me assusto com pouco, sou uma mulher do Norte (e que Norte...:-)).
    Desta vez até vai daqui (que é como quem diz, do laboratório), sem acentuacao decente e sem cês cedilhados (que teclados suecos têm estas limitacoes... para compensar, têm muitos ås, äs e ös para eu me divertir:-)).
    Só para te dizer que nao acredito na racionalidade pura - na argumentacao sem paixao. (Como vês, também há coisas que nao acredito:-)).
    E quando citei o exemplo da posicao da Suécia na segunda guerra mundial, nem por sombras queria dizer que eles foram o país europeu que se portou pior... (curiosamente, até acho que tiveram um posicao semelhante à nossa, se bem que eu me arrogo ao direito de invocar a ditadura como pseudo-desculpa). Apenas queria realcar que, como todos os países, também a Suécia passou por momentos menos brilhantes. Houve (poucos, mas houve) quem batesse dignamente o pé à Alemanha. Nao foi o caso dos meus loirinhos preferidos.

    Miau:
    Eu estou a trabalhar no meu país. O meu projecto de investigacao está sediado no meu país, o meu chefe é muito português e está aí no Porto, e eu própria passo muito tempo no Porto. Simplesmente tenho duas colaboracoes com laboratórios exteriores, uma aqui e outra em Lyon, Franca, pelas quais tenho que me deslocar de vez em quando.
    Como vês, nao me falta vontade de trabalhar no (e pelo) meu país:-).
    Quanto à luz eléctrica substituir a luz do sol... até me fizeste dar uma gargalhada, tive que traduzir o teu comentário ao Andreas que está aqui ao meu lado... diz ele para tu vires experimentar e depois logo vês:-). Nao, amigo, nao substitui... nem biologicamente, nem psicologicamente.
    Quanto às doencas que falas, tanto quanto sei nao sao apanágio exclusivo do nosso país (ou sao?:-)). Quem te disse que na Suécia nao existia cancro ou sida, enfiou-te uma belíssima peta:-) Acresce que, no caso da sida, depende essencialmente ti seres ou nao contagiado. E, assim sendo, é uma situacao que controlas.
    abracos!

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  18. Mas como?... quem?... quem disse?... quem deu autorização?... LOL
    Ena pá... deixei a «porta aberta» cá do sitio, toda a gente entrou e começou a barafustar por todos os lados, ao bom estilo «conversas de quintal»???
    Mas como é?... isto virou agora "confessionário"? LOL
    Mau maria... inda me vão arranjar trabalho extra e candidatar alguns ao «perdoa-me»... LOL
    Podem continuar... e no fim digam-me lá afinal quem nasceu primeiro... se o ovo, se a galinha, ok? LOL
    aKeLe aBrAçO
    http://bibo-porto-carago.blogspot.com/

    PS - Catarina... no problem!!... aqui, ninguém expulsa ninguém... nem ofende ninguém... todos, sem excepção, são bem vindos... muito bem vindos!!

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  20. ola catarina, eu nao disse que substituia, ok ? le bem .
    mas claro tu de certeza que sabes mais que eu né.....em relaçao a sida e etc,no nosso país ta cada vez mais a aumentar e no resto da europa a diminuir, e outras coisas mais.......pra acabar o assunto de minha parte , nao quero que te xateies comigo ,mas sim dares gargalhadas avontade e avontadinha.
    tasseeeeeeeee bemmmmmmmmm

    ps: blue boy amigo, fui a galinha ehehehehehhehehehehe

    aquele abraço

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